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Uma introdução aos métodos de cálculo da energia de Casimir.

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Uma Introdu~ao aos Metodos de

Calulo da Energia de Casimir

J.J.Passos Sobrinho

e A.C. Tort y

Instituto deFsia

UniversidadeFederaldoRiodeJaneiro

CidadeUniversitaria,IlhadoFund~ao, CaixaPostal 68528

21945-970RiodeJaneiro,Brasil

Reebidoem20deMarode2001. Aeitoem09deOutubrode2001.

OefeitoCasimireumdosaspetosmaisintrigantesdafsiamoderna.Aprevis~aodaexist^eniade

umaforamarosopia deorigemqu^antiaentreondutoresneutrosesuaposterioromprova~ao

experimental e sem duvida um dos triunfos da teoria qu^antia dos ampos. Complementando

umaintrodu~aooneitualpubliadareentementenestarevista,apresentamosalgunsmetodosde

alulodaenergiadeCasimir,queeagrandezafundamentalqueoriginaoefeito Casimir.

The Casimir eet is one of the most intriguing aspets of modern physis. The predition of

the existene of a marosopi fore of quantum origin between two neutral ondutors and its

subsequentexperimentalveriationiswithoutdoubtthe hallmarkof quantumeldtheory. The

presentworkomplementsaoneptualintrodutionreentlypublishedinthisjournalbypresenting

someofthemethodsofevaluationoftheCasimirenergywhihgivesrisetotheCasimireet.

I Introdu~ao

Em 1948 H.B.G. Casimir [1℄ previu que duas plaas

ondutoras planas, paralelas e bem proximas

sofre-riamumaforadeatra~aomesmoquandopostas

om-pletamente desarregadas no vauo. Tal fora, que

hamamosdeforadeCasimir,seriadadapor:

F = A

2

~

240a 4

; (1)

onde A ea areade ada uma das plaas, aa

~aoentre elase osinalmenoseuma india~aode que

a fora e atrativa. Para plaas de 1 m 2

de area e

separa~aode 1m, aforaatrativaede 0;013dynas,

muitopequena,poremobservavel. Defato,em1958M.

Sparnaay[2℄mediutal fora, emboraseuexperimento

fossemuitopouo preiso. Contudo, em experimentos

reentesrealizadosporLamoreaux[3℄e,demodo

inde-pendente,porMohideeneRoy [4℄, aforade Casimir

foi medida om grande preis~ao. Essas medidas n~ao

deixamqualquerduvidasobreaexist^eniaonretado

efeito desobertoporCasimirequelevaseunome.

Z

0

a

Figura 1. A introdu~ao de plaas ondutoras neutras no

vauo qu^antio eletromagnetio distore as osila~oes de

ponto zero deste ultimo. A onsequ^eniae uma fora de

atra~ao marosopia entre as plaas, sendo este o efeito

Casimir.

De aordo om Casimir [1℄, o vauo qu^antio

eletromagnetio e alterado pela presena das plaas

metalias. Essas imp~oem ondi~oes de ontorno ao

ampo eletromagnetio, mesmo ao que existe apenas

omo utua~oes do vauo qu^antio. As ondi~oes de

ontornoalteramaenergiadovauoeaaltera~ao,que

ehamadade energiade Casimir,eque daorigem ao

efeitodeatra~aoentreasplaas. Aaltera~aodeenergia

aluladaporCasimiredadapor:

E

0

= A

~ 2

720a 3

; (2)

jandirif.ufrj.br

y

(2)

Derivando-se essa energia em rela~ao a separa~ao a,

obtem-seaforaatrativadadapor(1).

Embora o efeito Casimir original seja um efeito

do ampo eletromagnetio, todo ampo relativstio

qu^antio pode sofrer uma altera~ao de energia doseu

vauoquandosubmetidoaondi~oesdeontorno. Tal

altera~aotambemehamadadeenergiadeCasimir,

as-simomo oefeito deladeorrenteehamadodeefeito

Casimirdo ampoem quest~ao. Neste trabalho,

onsi-deraremos o efeito Casimir de um ampo esalar. O

objetivo sera fazer uma apresenta~ao didatia de

al-gunsdosmetodosdealulodaenergiadeCasimir. O

presentetrabalhodeveservistoomoumaontinua~ao

deumtrabalhomaisoneitualpubliadonestarevista

[26℄.

DissemosqueaenergiadeCasimireaaltera~aoda

energiadovauodeumampoqu^antioquandoestee

submetido aondi~oes de ontorno. Se oespetrode

energiasdosistema e dadopelas frequ^enias!

n , onde

n varre um determinadoonjunto dendies, teremos

queaenergiadeCasimirseradadapor:

E

Casimir =

"

X

n ~!

n

2 #

om:de: "

X

n ~!

n

2 #

sem:de: ;

(3)

onde om. de: india que na primeira soma, o

es-petroe o do sistema submetido a ondi~oes de

on-torno, enquanto que sem. de. india que, na

se-gundasoma,oespetroeodosistemalivredeondi~oes

de ontorno. Entretanto, essa deni~ao de energiade

Casimir, e outras equivalentes, e problematia, pois

ada uma das somas aima e divergente assim omo

a diferena entre elas. Trata-se de quantidades mal

denidas. Para darsentido fsio aessas quantidades,

eneessario realizarnelas oqueostuma serhamado

de renormaliza~ao. A renormaliza~aode uma

quanti-dadeefeitanormalmenteemtr^esetapas. Aprimeirae

hamadaderegulariza~ao daquantidademaldenida.

Para regularizar uma quantidadeQ mal denida,

de-vemosdenirumanovaquantidadedependentedeum

novopar^ametro;digamos quesejaonovopar^ametro

e Q() anovaquantidade. Dizemos que Q()ea

re-gulariza~aodeQ sepossuir asseguintes propriedades:

(i)Q() temQpor limitequandotendeparaalgum

limite

0

e(ii) Q()ebem denidaquando6=

0 . O

par^ametro e hamado neste ontexto de par^ametro

de regulariza~ao. A segundaetapa no proessode

re-normaliza~ao onsiste em subtrair da express~ao

regu-larizada uma quantidade Q

esp

(), queebem denida

devido aregulariza~ao eque ateorianosindia omo

espuria,obtendoQ() Q

esp

(). Atereiraetapa

on-sisteemtomarolimitedessadiferenaquando!

0 .

Esselimiteeoquehamamosdevalorrenormalizadoda

grandezaQ,originalmentemaldenida. Ovalor

renor-malizadoeaqueleao qualatribumossigniado fsio

esupomos emtese, mensuravel. Aenergiade Casimir

fornee umexemplosimplesdoproessode

renormali-za~ao. Como e fail notar, ela e arenormaliza~ao da

energia dovauo sobondi~oes de ontorno. De fato,

o primeiro somatorio em (3) e essa energia,em geral,

maldenida. Seja

"

X

n ~!

n

2 #

()

om:de:

(4)

sua vers~ao regularizada pelo par^ametrode

~ao. Nonossoontextodeteoriadeampos,aenergia

dovauopuroesimples,semondi~oesdeontornoou

outrainu^eniasexternaseumagrandezaespuria. Ela

eosegundosomatorioem(3),querepresentamospor

"

X

n ~!

n

2 #

()

sem:de:

(5)

sua express~ao regularizada. Ao ontrario de (3), a

diferena:

"

X

n ~!

n

2 #

()

om:de: "

X

n ~!

n

2 #

()

sem:de: ; (6)

e,pordeni~aoderegulariza~ao, livrede innidadese

perfeitamenteregular,emboran~aotenhasentidofsio,

poisdependedaregulariza~aoutilizadae,portanto,em

ultima analise, de quem esta fazendo o alulo e

es-olheu a regulariza~ao em quest~ao. Tomando, ent~ao,

o limite em que desaparee o par^ametro da

regulari-za~ao obtemos a energia renormalizada do vauo sob

ondi~oesdeontorno,queeaenergiadeCasimir:

E (ren:)

Casimir = lim

!0 8

<

: "

X

n ~!

n

2 #

()

om:de: "

X

n ~!

n

2 #

()

sem:de: 9

=

;

(3)

O proessoderenormaliza~aodepende, elaro, da

re-gulariza~aoutilizada. Aregulariza~aopodeserfeitade

varias maneiras, que s~ao onheidas na literatura

es-peializadaomometodosouteniasderegulariza~ao.

S~aoosmetodosderegulariza~aoquepermitematribuir

um siginiadofsiosensatoa(3),eas deni~oesque

lhe s~ao equivalentes. Outras quantidades divergentes

que apareem quando apliamos a teoria qu^antia de

amposem outros ontextos tambem ganhamsentido

fsiograasaosmetodosderegulariza~ao. Como

on-sequ^enia dos esforos de varias gera~oes de fsios

teorios, hoje em dia temos ao nosso disporum erto

numerodemetodosderegulariza~aoquepodemser

em-pregados, deaordoomoproblemaem quest~ao, om

maioroumenoreaia. Areditamos rmemente que

os resultadossiamente relevantesn~aodependem dos

metodospartiularesderegulariza~aoerenormaliza~ao

queforamesolhidos.

Nestetrabalho,queremos introduzir oleitora

qua-tro metodos de regulariza~ao que permitem alular

energiasdeCasimir,asaber:

(a) ometododoortenasfrequ^enias;

(b) ometododa disretiza~ao doespao(ou

regula-riza~aonarede);

() ometododafun~aozetageneralizada;

(d) eometododafun~aodeGreen.

Exempliaremos ada um desses metodos om

sis-temas simples: o ubquo osilador harm^onio

sim-plese oampo esalar realsem auto-intera~aoou

ou-tras intera~oes hipotetias, exeto as que est~ao sendo

simuladas pelas ondi~oes de ontorno que lhe ser~ao

impostas. Essa esolha de exemplos permitira que

ressaltemos os aspetos prinipais das etapas

assina-ladas aima, sem que a nossa aten~ao seja desviada

por detalhes que n~ao s~ao importantes a ompreens~ao

dosmetodos. A listaaima n~aoesgota osmetodosde

alulo,poisaelapoderamosaresentar,porexemplo,

ometododaregulariza~aodimensional ouosmetodos

loais,omoodafun~aozetaloal,masasuainlus~aoe

suadisuss~aodetalhadatornariaestetrabalho

demasi-adamentelongo.

Comoeostumeiroem teoriaqu^antiade ampos,

faremosusodeunidadesnaturais,mantendoa

onstan-tedePlank~eaveloidadedaluziguaisaunidade

em todos os alulos. Em unidades naturais a

ener-gia tem dimens~ao do inverso do omprimento. Para

restauraraunidadedeenergiausual,bastamultipliar

oresultadodadoemunidadesnaturaispelofator~.

II A energia de Casimir

Comeemosporreordaromoaenergiadovauosurge

nateoriaqu^antiadeampos. Consideremos,paraxar

ideias,umampoesalarrealelivreem3+1dimens~oes.

Adensidadelagrangianadesse ampoedadapor:

L= 1

2

'(x;t)

t

2

1

2

r'(x;t)r'(x;t) 1

2 m

2

' 2

(x;t); (8)

onde m e amassa da partula esalar assoiada ao ampo. Das equa~oes de Euler-Lagrangesegue-se, ent~ao, a

equa~aodemovimentolassiaparaoampo'(x;t) ,quesel^e:

2

'(x;t)

t 2

r 2

'(x; t)+m 2

'(x;t)=0: (9)

Na aus^eniade ondi~oes deontorno, esrevemosasolu~ao geraldessa equa~aoomouma ombina~ao linearde

ondasplanas:

'(x;t)= Z

d 3

k

(2) 3

p

2!

k [a

k

exp( ikx i!

k t)+a

k

exp( ikx+i!

k

t) ℄; (10)

onde keovetor deonda, !

k =

p

k 2

+m 2

, de aordooma rela~aodedispers~aodo ampolivre; a

k e a

k s~aoas

amplitudes dasondasplanas,ea

k

,eoomplexoonjugadodea

k

paragarantiroaraterrealdoampoesalar. O

momento an^onioporunidade devolumeedadopor=L='=t,eobtemos pormeiode(10):

(x; t)=( i) Z

d 3

k

(2) 3

r

!

k

2 [a

k

exp( ikx i!

k t) a

k

exp( ikx+i!

k

(4)

Aquantiza~aodoampoesalar segueoproedimento

an^onio, que onsiste em transformar o ampo e

seumomento onjugado emoperadoresdenotadospor

^

'(x;t) e(x; t),^ respetivamente, e postular para eles

asrela~oesdeHeisenbergparatemposiguais:

['(x;^ t);(x^ 0

;t)℄=iÆ(x x 0

); (12)

['(x;^ t);' (x^ 0

;t)℄=[^(x;t);(x^ 0

;t)℄=0: (13)

A quantiza~ao an^onia do ampo esalar implia

na transforma~ao em operadores dos oeientes de

Fourierem(10)e(11). Ooeientea

k

torna-seo

ope-rador^a

k

eooeientea

k

torna-seooperadora^ y

k ,que

eohermitianoonjugadodea^

k

. Emtermosdesses

ope-radores,tambemhamadosdeosiladoresdoampo,as

rela~oesdeHeisenberg(12)e(13)tomamaforma:

h

^ a

k ;^a

y

k 0

i

=(2) 3

Æ( k k 0

); (14)

[ ^a

k ;^a

k 0℄=

h

^ a y

k ;a^

y

k 0

i

=0: (15)

Ohamiltoniano dateoriae obtidodolagrangeano(8)

peloproedimentousualdeefetuarumatransforma~ao

deLegendre. Depoisdequantizado,ohamiltoniano

as-sumeaforma:

^

H = 1

2 Z

d 3

x h

^ 2

+(r')^ 2

+m 2

^ ' 2

i

: (16)

Fazendo-seusodavers~aoquantizadade(10)e(11),esse

hamiltoniano pode serexpresso em termos dos

opera-doresa^

k ( t)e^a

y

k

. Oresultadoe:

^

H = Z

d 3

k

^ a y

k ^ a

k +

1

2

!

k

: (17)

Comopodemosinferirdaformada(17),aquantiza~ao

an^oniadeumampoesalarreallivremostra-nosque

elepodeseronsideradoomoumaole~aoformadapor

um numero innito de osiladores harm^onios

quanti-zados independentes, uma vez que a hamiltoniana do

ampo e uma soma de hamiltonianas de osiladores

harm^onios de diferentes frequ^enias. Os operadores

^ a

k (t)ea^

y

k

( t), assimomo '(x;^ t) e(x;^ t), atuam

so-bre vetoresque pertenem aumpartiular espao

ve-torialomplexohamadoespaodeFok,ouden umero

de oupa~ao. Esteespaovetorialeumprodutodireto

dosespaosdeHilbert assoiadosaadaosilador

inde-pendentequerepresentaummodonormaldevibra~ao

doampo.

Aimposi~aodeondi~oesdeontornonoampo

es-alar afetasua parte espaiale, portanto, modia os

possveismodos normaisdevibra~aodoampoesuas

respetivasfrequ^enias. Os modos normais s~ao ent~ao

dados porertas fun~oes modais F

k

(x) e frequ^enias

!

k

,ondeagorakassumeapenasosvaloresditadospelas

ondi~oesdeontorno. Oampoassumeent~aoaforma:

^

(x;t)= X

k h

^ a

k F

k

(x)exp( i!

k t)+^a

y

k F

k

(x)exp(i!

k t)

i

; (18)

d

que devemos omparar om (10). Notemos que, em

(18), usamos o smbolo de somatorio { que tambem

usaremosna(21){enquantoque,em(10),foiusadoo

smbolo de integra~ao sobre k; om isto queremos

in-diar que ondi~oes de ontorno em geral disretizam

o espetro. As fun~oes modais F

k

(x) substituem as

exponeniais harm^onias, que s~ao as fun~oes modais

na aus^enia de ondi~oes de ontorno. O somatorio

estende-sesobreosvaloresdekditadospelasondi~oes

de ontorno. As fun~oes modais F

k

( x) s~ao

determi-nadasresolvendo-seaequa~aodeHelmholtzassoiada

oma(9),aresidadasditasondi~oesdeontorno:

r 2

F

k

(x)+k 2

F

k

( x)=0: (19)

As fun~oes modais formam um onjunto ompleto e

ortonormal:

Z

d 3

xF

k (x)F

k

0(x)=Æ

kk 0

: (20)

Asmodia~oesnoampooasionadaspelasondi~oes

deontornonoslevamagoraaexpress~aoanalogaa(17),

dadapor:

^

H= X

k

^ a y

k ^ a

k +

1

2

!

k

: (21)

ondeasoma estende-seaosvaloresde k ditadospelas

ondi~oes de ontorno. No estado de vauo, nenhum

modo normal esta exitado e a energia e dada

ape-naspelo termo!

k

=2em(16)e(21),nosasosemque,

respetivamente, haou n~ao haondi~oes deontorno.

Dessemodoobtemosaenergiade Casimir(7).

Passe-mos,ent~ao,aalgunsmetodosderegulariza~aoe

(5)

III O metodo do orte

Consideremos,porsimpliidade,umampoesalarreal

^

'(x;t) ,semmassa,emumadimens~aotemporaleuma

dimens~ao espaial, isto e, em 1+1 dimens~oes espa

o-temporais. Asolu~aodaequa~aoHelmholtz

unidimen-sionalpodeseresritanaforma:

F

k

( x) = Cexp(ikx)+C

exp( ikx)

= Aos(kx)+Bsin(kx): (22)

Vamos suporqueasondi~oesde ontornoimpostasa

parte espaial do ampo esalar sejam as de

Dirih-let em x = 0 e em x = a. Nesse aso, segue que

F

k

(0)=F

k

(a) =0. A solu~aodadapela(22)reduz-se

ent~aoa:

F

n

(x)=Bsin

nx

a

; (23)

onden2N =f1;2;3;:::geasfrequ^eniasnormaiss~ao

dadaspor!

n =jk

n

j=n=a. Aenergiadovauoaser

regularizadae:

E

0 (a)=

1

2 X

n2N n

a

: (24)

A regulariza~ao por orte onsiste na introdu~ao de

um fator no somatorio que torne asoma onvergente.

Talfatorortaaontribui~aodepartedoespetrodas

frequ^enias,daonomedessemetododeregulariza~ao.

Esolheremos, aqui, o fator omo sendo exp( !

n ),

onde!

n

= n=a e e umnumeroreal positivo.

Ob-servemos que o orte exponenial e uma das

possibi-lidades, talvez a mais simples, mas n~ao a mais geral.

Usando-onaequa~aoanterior,podemosesrever:

E

0

(a;) = 1

2 X

n2N n

a

exp( n=a)

= 1

2 d

d X

n2N

exp( n=a) (25)

Osomatoriopodeseridentiadoomoumaprogress~ao

geometriaformadaporumnumeroinnito determos

ujaraz~aoeexp( =a)esuaformuladesoma:

X

k 2N q

k

= q

1 q

; jqj<1: (26)

Somandotal progress~ao,obtemos:

E

0

(a;)= 1

2 d

d

exp( =a)

1 exp( =a)

: (27)

E onveniente que, antes de efetuar a deriva~ao

in-diada, exploremos um pouo mais o termo entre

olhetes na (27). Os polin^omios de Bernoulli B

k ( x)

s~aodenidospor[5℄:

texp( xt)

exp(t) 1 =

X

k 2N 1 B

k (x)

t k

k!

; (28)

Usandoessaformulaem(27),obtemos:

E

0

(a;) = 1

2 d

d X

k 2N 1 B

k (1)

k!

a

k 1

= 1

2 d

d

B

0

0! a

+

B

1

1! B

2

2!

a

+O 3

; (29)

d

onde usamos a abrevia~ao B

k = B

k

(1). Temos que

B

0 =1,B

1

= 1=2eB

2

=1=6[5℄. Fazendoaderivada

em (29),obtemos:

E

0

( ;a)= 1

2 a

2

24 1

a

+O 2

: (30)

Aseguir,redeniremos(renormalizaremos)aenergiado

vauonoespritodadeni~aodadapor(7).

Considere-mosdoisuniversosunidimensionaisnitos,umformado

por uma avidade unidimensional de omprimento L

om uma parti~ao que a subdivide em uma avidade

deomprimentoa, outradeomprimento L a, (veja

aFig. 2) e outro universo formado poruma segunda

avidade deomprimentoL. A deni~aodadapor (3)

podeserresritanaforma:

E

0

(a)= lim

!0;L!1 [E

0

(a;)+E

0

(L a;) E

0

(6)

onde:

E

0

(L a;)= 1

2

(L a)

2

24 1

(L a) +O

2

;

(32)

e:

E

0

(L;)= 1

2 L

2

24 1

L +O

2

; (33)

Fazendousoda(31),obtemosoresultadofsio

prou-rado:

E

0 (a)=

24a

: (34)

Consequentemente,aforadeCasimire:

F(a)= E

0 (a)

a =

24a 2

: (35)

O sinal algebrio negativoindia que a fora entre os

pontos da fronteiraeatrativa. Oresultado nal dado

por(34)poderiaserparialmenteanteipadopormeio

dautiliza~aodeargumentosdimensionais,osquaisnos

teriamlevadoaonluirqueaenergiadovauodeveria

serproporionala1=a, jaqueem unidades naturais a

energiatemdimens~oesdoinversodoomprimento.

En-tretanto, o sinal algebrio e ofator numerio orretos

so podem ser obtidospor meio de alulos explitos.

Estaimpossibilidadedeanteiparoarateratrativoou

repulsivodaforadeCasimir, quedepende dotipode

ampoestudadoedasondi~oesdeontornoimpostas

aesseampo,eonheidaomoo\misteriodaforade

Casimir"[7℄.

Figura2. Esquemadesubtra~aoparaaobten~aoda

ener-gia de Casimirde um ampo esalarsem massa em1+1

dimens~oesequeobedeeondi~oesdeDirihletemx=0;a

eL.

IV O metodo da regulariza~ao

na rede

Uma vez que a origem da diverg^enia da energia do

vauo esta na soma da energia de ponto zero de um

numero innito de osiladores obtidosna quantiza~ao

doampoemquest~ao,umaabordagempossvelonsiste

naredu~aodestenumeroinnitodegrausdeliberdade

aum numeronito. Isso pode serfeito

onsiderando-seoespao,n~aoontnuo,massimdisreto,i.e.: omo

seestefosseumaredetridimensionalformadapor

pon-tos que mant^emuma dist^ania xaentre si. Poresta

raz~ao,essemetodoehamadoderegulariza~aonarede.

Emumadimens~aoespaial,oproessodedisretiza~ao

do espao leva-nos a substituir a equa~ao de

movi-mento lassia para o ampo em quest~ao por um

sis-tema de N equa~oes difereniaisordinariasaopladas,

omN 2N. Nainterpreta~aousual, ada umadessas

equa~oesrepresentaumosiladoraopladoaseus

vizi-nhosadjaentes. Emseguida,diagonalizamososistema

reduzindo-o aum onjunto de osiladores harm^onios

desaopladosque s~aoent~aoquantizados. A energiado

ponto zeroeasoma dasfrequ^eniasnormais

multipli-adapelofator1=2. Convemressaltarqueessemetodo

eapliado noontextodame^anialassianoestudo

dosmodosnormaisdeumsistemaonstitudopor

mas-sasdisretaseid^entiasaopladas[6℄.

Comoexemploonreto,onsideremosoampo

es-alar real ' em 1+1 dimens~oes da se~ao anterior.

A equa~ao de movimento lassiapara tal ampo e a

equa~aodaonda:

2

'(x;t)

x 2

2

'(x;t)

t 2

=0: (36)

Suponhamosqueondi~oesdeontornosejamimpostas

sobre o ampo em x = 0 e x = L. Essas ondi~oes

podem ser ondi~oes de Dirihlet, Neuman, mistas,

periodias ou mesmo antiperiodias. Deixemo-las, no

momento, em aberto. Essenialmente, ometodo

on-siste em substituir os valores do ampo no intervalo

[0;L℄ por um onjunto de N +2 valores em N +2

pontos intervalos(N 2 N) . Ospontos s~aoigualmente

espaados entre si por uma dist^ania d > 0,

denomi-nada de par^ametro de rede. Nesse espao

unidimen-sional disreto, ada ponto reebe um endereo dado

porx

j

=jd , ondej 2 f0;1;2;:::;N+1g. O ampo,

om todos os seus valores no intervalo, e reuperado

fazendo-se N ! 1 e d! 0, masde tal forma que a

quantidade(N +1)d =L permanea onstante. Esse

limiteetomadoaonaldosalulosparaobtera

ener-giadeCasimirdoampo.

Figura 3. A disretiza~ao do espao. Em uma dimens~ao

espaial,onumerodefrequ^eniasnormaisenitoeigualao

numerodegrausdeliberdadeN.

Paradisretizaraequa~aodaonda,fazemosas

subs-titui~oes: x7!x

j

,'(x;t)7!'(x

j ;t)'

j (t)e:

'(x;t)

7! '

j (t) '

j 1 (t)

(7)

eainda,

2

'(x

j ;t)

x 2

7! 1

d

'

j+1 (t) '

j (t)

d

'

j (t) '

j 1 (t)

d

:

(38)

Nesse aso, a equa~ao de onda para o ampo esalar

disretizadatransforma-seemumsistema deequa~oes

difereniaisordinariasaopladasquesel^e:

d 2

'

j (t)

dt 2

+2! 2

0 '

j (t) !

2

0 ('

j+1 (t)+'

j 1

(t))=0; (39)

ondedenimos! 2

0 :=1=d

2

. As equa~oesaimas~ao

to-talmenteanalogasasequa~oesdemovimentoparauma

redeunidimensional formadaporpartulasde massas

id^entiasunidaspor molasid^entias,ou,seforoaso,

ontas id^entias presas a uma orda tensa de massa

nula. Adotandooproedimentousualdesolu~aodeste

sistema [6℄,esrevemosasolu~aotentativa:

'

j

(t)=C expi(j!t); (40)

omC2C ee!aseremdeterminados. Substituindo

essaexpress~aoparaoampoem(39),obtemos:

!=2!

0 sin

2

(41)

Paradeterminarompletamenteasolu~ao,devemos

es-peiarasondi~oesdeontorno. Comoumexemplo,

tomemosnovamenteasondi~oesdeDirihlet.

Traduzi-dasemtermosdeondi~oesdeontornosobreoampo

narede,temos: '

0

(t)=0,e'

N+1

(t)=0. Paraapli

a-las,eonvenienteesrever(40)naforma:

'

j

(t)=[Dos(j)+Esin(j)℄exp(i!t); (42)

Segue,ent~ao,que:

0

(t)=Dexp(i!t)=0; (43)

quelevaaD=0e,

Esin[(N+1)℄exp(i!t)=0: (44)

Consequentemente,temos queedadopor:

n =

n

(N+1)

; (n=1;2;:::N); (45)

jaqueinteirosn~ao-positivosgeramsolu~oeslinearmente

dependentesevaloresdentaisquen=N+1;N+2;:::

tambemn~aoontribuempelomesmomotivo. Estefato

n~aodevesersurpresa,poisemumadimens~ao,omon~ao

hadegeneres^enia,osN grausdeliberdade

orrespon-dem exatamente a N modos de vibra~ao. A solu~ao

dadapor(42)ent~aosera:

(n)

j

(t)=A (n)

sin(j

n

)exp(i!

n

t); (j =1;2;:::N);

(46)

onde,

!

n =2!

0 sin

n

2

; (n=1;2;:::N) (47)

s~aoasfrequ^eniasdosmodosnormaisom

n

dadopor

(45). Aenergiadepontozeroedadapelasoma dessas

frequ^enias:

E

0

= !

0 N

X

n=1 sin

n

2

= !

0 =

N

X

n=1 exp

i

n

2

: (48)

Agora,utilizandoaformuladesomadeumaprogress~ao

geometriaomumnumerodetermos nito:

N

X

k =1 q

k 1

= q

N

1

q 1

; q6=1; (49)

edenindoo^anguloÆpela rela~ao:

nÆ:

n

2 =

n

2(N +1)

; (50)

obtemos,aposalgumasmanipula~oes:

E

0

= !

0

=exp(iÆ)

[exp(iÆN) 1℄

exp(iÆ) 1

= !

0 sin

(N+1) Æ

2

sin NÆ

2

sin Æ

2

:

= 1

2 !

0

ot

Æ

2

1

: (51)

SubstituindoÆporsuadeni~ao,hegamosa:

E

0 (L)=

1

2 !

0

ot

d

4L

1

: (52)

Utilizandoaexpans~ao daotangenteproximoax =0

[5℄:

otx= 1

x 1

3 x

1

45 x

3

+O(x 5

); (53)

obtemosnalmentede(52)oresultado:

E

0

( L) = 2L

d 2

24L

3

d 2

5760L 3

+

2L

d 2

24L

; (54)

ondejadesprezamosostermosqueseanular~aono

limi-teontnuodarede(d!0eN!1).

Apos esses resultados preliminares, passemos ao

aulo daenergiadeCasimir. Consideremos, por

(8)

omoobjetivode,nonal,tomarolimiteL!1para

queoamposejadenidoemtodooespao.

Suponha-mos, ainda, queasondi~oes deontorno deDirihlet

sejam impostas nos pontos x = L;0;a e x = L. A

deni~aodeenergiadeCasimirassoiadaaessaredee,

ent~ao, dadapor:

E

0 = lim

L!1 [E

0

( j Lj)+E

0

(a)+E

0

( L a) E

0 (2L)℄;

(55)

vejaa Fig. 4. Fazendo as substitui~oes neessarias e

tomandoolimiteontnuo,obtemosoresultadonal:

E

0 (a)=

24a

; (56)

que esta em aordo om o obtido om o metodo do

orte. Esseresultado eo obtidoporCooke[8℄ para o

efeitoCasimirem1+1.

Figura4. Esquemadesubtra~aoparaaobten~aodaenergia

deCasimir.

V A energia do vauo omo o

lo-garitmo de um determinante

Umamaneiraeleganteeeazdealularaenergiade

Casimir onsiste em expressa-la omo o logaritmo de

um determinante que e denido pela teoria em

on-sidera~ao, seja por meio de seu lagrangeano seja por

meiodesuaequa~aodemovimento. Estaegeralmente

dadaporum operadordo tipo ditoelptioe o

deter-minanteedadodiretamenteemtermosdesseoperador.

Seguindo[13℄, omearemosreordandoumpouo das

formula~oesdeShrodingereHeisenbergdeumsistema

omum grau deliberdade lassiamente desritopela

oordenadaartesianaxepelomomentolinearp. O

la-grangeanolassioassoiadoatal sistemaedadopor:

L= m

2

dx

dt

2

V (x): (57)

ondeV ( x)eopotenialaoqual apartula demassa

mestasubmetida.

Dopontodevistadame^aniaqu^antia,osistemae

desritopelosoperadoreshermitianosindependentesdo

tempo ^

X

S e

^

P

S

naformula~aodeShrodinger,epelos

operadores hermitianosdependentes do tempo ^

X

H (t)

e ^

P

H

( t) na formula~ao de Heisenberg. Na verdade,

osistemaadmiteumainnidadedeformula~oes,todas

unitarias. Consideremos, nomomento, apenas os

ope-radoresdeposi~aonasduasformula~oesmenionadas.

Na formula~aode Shrodinger,osautovetoresjxi

S de

^

X

S

s~aoindependentesdotempoesatisfazemaequa~ao

deautovalores:

^

X

S j xi

S =xjxi

S

; (58)

ondexeumnumerorealquerepresentaoautovalorde

posi~ao assoiado ao autovetorjxi

S

. Oautovalor x e

umresultadopossveldeumamedidadeposi~aosobrea

reta. Omesmo problemanaformula~aodeHeisenberg

seesreve:

^

X

H

(t)jx;ti

H

=xjx;ti

H

; (59)

onde denotamos jx;ti

H

o autovetor de ^

X

H

( t)

assoi-ado ao autovalor x. As formula~oes de Shrodinger

e Heisenberg onetam-se por meio da transforma~ao

unitaria:

^

U(t)=exp

i ^

Ht

; (60)

onde ^

H= ^

H(t)eooperadorhamiltonianoquedesreve

adin^amia dosistema eedaforma:

^

H = ^

P 2

S

2m +

^

V

^

X

S

: (61)

Os autovetoresde posi~ao assoiados ao mesmo

auto-valorx nasduasformula~oesrelaionam-sepor:

jx;ti=exp

i ^

Ht

jxi; (62)

eosoperadoresdeposi~aopor:

^

X

H

( t)=exp

i ^

Ht

^

X

S exp

i ^

Ht

: (63)

Suponhamos, agora, que no instante t

1

medimos a

posi~ao da partula e obtemos o autovalor x

1 . Qual

eaamplitudedeprobabilidadedequenoinstantet

2 a

enontremos na posi~ao x

2

? Essaamplitude pode ser

esritanaformula~aodeHeisenbergoudeShrodinger.

Defato,de(62)temos:

hx

2 ;t

2 jx

1 ;t

1 i=hx

2 jexp

h

i ^

H(t

2 t

1 )

i

jx

1

i: (64)

Pode-semostrarque,parasistemasqu^antiosdesritos

porhamiltonianosda forma dadapor(61), o lado

di-reito daequa~aoaima podeseresritoem termos da

soma detodasasurvasnoespao-tempox:t7!x(t),

que unem os pontos 1 e 2, isto e, da soma de todos

osmovimentos lassiosimaginaveis,reaisoun~ao, que

omeamemx

1

noinstantet

1

eterminamemx

2 no

ins-tante t

2

, veja aFig. 5. Cadaurvatem peso unitario

eumafasequedependedofunional a~aoavaliado

(9)

hx

2 ;t

2 jx

1 ;t

1 i =

Z

x(t2)=x2

x(t

1 )=x

1

D[x℄exp(iS[x℄ )

= Z

x(t2)=x2

x(t1)=x1

D[x℄exp

i Z

t2

t1

dtL[x( t);x_(t) ℄

; (65)

ondeosmboloD[x℄denotaamedidausadanestaintegralpeuliar.

Elaboremosumpouomaisanossarespostaformal. Primeiramente,onvemresreveraa~aolassianoespao

eulidiano. Comestem,esrevemost= i,om 2R. Segue,ent~ao,queS=iS

E

,ondeS

E

eaa~aoeulidiana

dadapor:

S

E =

Z

2

1 d

"

m

2

dx

d

2

+V(x) #

: (66)

Esteresultadoseraempregadomaisadiantequandoreesreveraamplitudedetransi~aonoespaoeulidiano.

Queremos relaionar a amplitude de transi~ao dada por(65) om a energiado estado fundamental do nosso

sistema qu^antio. Paraisso,eonveniente onsiderarx

2 =x

1 ;t

1

= T=2et

2

=T=2. Nesseaso,aamplitudede

transi~aoseradadapor:

hx

1 ;T=2jx

1

; T=2i=hx

1

exp

i ^

HT

x

1

i: (67)

Vamos supor que ooperador hamiltoniano ^

H tenhaum onjunto de auto-estados ^

Hjni =E

n

jni , ortonormaise

ompletos,istoe,hnjmi=Æ

nm e

P

n

jnihnj= ^

1:Ent~ao:

( x

1 ;T=2jx

1

; T=2i = X

n hx

1 jexp

i ^

HT

jnihnjx

1 i

= X

n

exp( iE

n T)h x

1

jnihnjx

1

i: (68)

Integrandoemx

1

efazendousodarela~aodeortonormalidade:

Z

dx

1 hx

1

jnih njx

1 i=

Z

dx

1 (x

1 )

(x

1

)=1; (69)

obtemos

X

n

exp( iE

n T) =

Z

dx

1 hx

1 ;T=2jx

1 ; T=2i

= Z

dx

1 Z

x(T=2)=x1

x( T=2)=x1

D[x℄exp(iS[x℄)

= Z

x( T=2) =x1(T=2)

D[x℄exp(iS[x℄ ): (70)

Paraobtermosavers~aoeulidianadesteresultado,fazemosT ! iT

E

eS!iS

E

,oqueresultaem:

X

n

exp( E

n T

E )=

Z

x( T

E =2)=x(T

E =2)

D[x℄exp( S

E

[x℄): (71)

Faamos ahipotese adiional de que o espetro de energia do operador hamiltoniano seja onstitudo por

auto-valores positivosen~ao-nulos. Neste aso, fazendo T

E

! 1, vemosque otermo predominante eexp( E

0 T

E ) e,

onsequentemente,podemosesrever:

E

0

= lim

T

E !1

1

T

E ln

Z

x( T

E =2)=x(T

E =2)

D[x℄exp( S

E [x℄)

!

(10)

O

t

t

x

x

1

2

1

2

t

x

Figura5. Curvasnoespao-tempo.

que e o resultado formal que busavamos. Para uma

erta lasse de integrais de trajetoria, ditas integrais

gaussianas(vejaoAp^endieA),aexpress~aoaimapode

ser expliitamente alulada. Vejamos dois exemplos

quelevamaintegraisdetrajetoriagaussianas:

O osilador harm^onio simples

Considere-se primeiro, o osilador harm^onio de

massa unitaria. Seu potenial e dado por V(x) =

(1=2)kx 2

. Integrandootermo de energiainetiapor

partes e fazendo uso do fato de que o movimento e

periodio,podemosesreveraa~aoeulidiananaforma:

S

E [x℄=

1

2 Z

T

E

2

T

E

2

dx( )

d 2

d 2

+! 2

x(); (73)

que levaauma integralde trajetoriagaussiana.

Con-sequentemente,aenergiadoestadofundamentaldo

os-iladorseradadapor:

E

0

= lim

TE!1 1

T

E ln

(

Z

x( TE=2)=x(TE=2)

D[x℄exp "

1

2 Z

T

E

2

T

E

2

dx()

d 2

d 2

+! 2

x( ) #)

= lim

T

E !1

1

T

E ln

(

det

d 2

d 2

+! 2

1

2 )

; (74)

d

onde zemosuso de A10) doAp^endie A. Observe-se

que o determinante deve ser alulado no subespao

dasurvasno espao-tempoeulidiano,que obedeem

aondi~ao: x( T

E

=2)=x(T

E =2).

O ampoesalar massivo

O segundo exemplo que onsideraremos mais

adi-ante e dado pelo ampo esalar real massivo '( ;x),

em, por exemplo, d + 1 dimens~oes, isto e: x =

(x

1 ;x

2 ;:::x

d

) ,ujadensidadelagrangianaseesreve:

L

E ['℄=

1

2 "

'

2

+ r

(d) '

2

+m 2

' 2

#

; (75)

onde m e a massa da exita~ao assoiada ao ampo

qu^antio em quest~ao. Novamente, uma integra~ao

por partes do termo inetio e o uso da ondi~ao

'( T

E

=2;x)='(T

E

=2;x)onduzema:

S

E [ '℄=

1

2 Z

dd d

x'( x) 2

E +m

2

'(x): (76)

Emanalogiaaoasodoosiladorharm^onio,aenergia

doestadofundamental doamposeradadapor:

E

0

= lim

TE!1 1

T

E ln

(

Z

'( TE=2)='(TE=2) D['℄

exp

1

2 Z

dd d

x'( x) 2

E +m

2

'(x)

:

= lim

T

E !1

1

T

E ln

n

det 2

E +m

2

1

2 o

; (77)

onde 2

E

eooperadordeD 'Alembert noespao

euli-diano:

2

E :=

2

2

+r 2

(d)

; (78)

e o determinante deve ser alulado no espao das

fun~oes que obedeem as ondi~oes dadas aima no

tempo eulidiano e, possivelmente, ondi~oes de

on-tornoimpostassobrealgumasoutodasasvariaveis

es-paiais,omooorrenoefeitoCasimir. Nossoresultado

epuramenteformal.

Enatural,portanto, quenos

per-guntemossobreomoproederparaalulartais

(11)

V.1 O metodo da fun~ao zeta

generaliza-da

Ometododafun~aozetageneralizadaeummetodo

de alular determinantes funionais. Ele foi

intro-duzidonateoriadeamposnoalulodaenergia

assoi-adaaoefeitoCasimirea~oesefetivasporvariosautores

[9℄,[10℄. Veja,tambem,arefer^enia[11℄quanto auma

apresenta~ao mais detalhada. Aqui nos ateremos aos

seusaspetosprinipaisremetendooleitoraliteratura

espeializadaparamaioresdetalhes.

Se ^

Aeumoperadorque satisfaza equa~aode

au-tovalores () do Ap^endie A, denimos a fun~ao zeta

generalizadaquelheeassoiadapor:

^

A;s

:= X

n (

n )

s

; ( s2C); (79)

onde

n

s~ao os autovalores do operador ^

A e <s e

suientemente grande para dar sentido matematio

a esta deni~ao. De fato, e possvel mostrar que

P

n (

n )

s

onverge para <s > d=p, onde d e a

di-mens~ao da variedade espao-temporal ompata sem

fronteirasemtela epeaordemdooperador(elptio)

^

A [11℄, [12℄. A fun~ao zetageneralizada admiteuma

ontinua~aoanaltiapara umafun~aomeromorfa. Se

ela for analtia em s = 0, podemos esrever para o

determinantede ^

A:

det

^

A

:=exp

d

ds

^

A ;s

j

s=0

: (80)

Amotiva~aoportrasdessadeni~aoefailmente

pere-bida. Defato,suponhamosquehajaumnumeronito

deautovalores

n de

^

A. Ent~ao,podemosesrever:

det

^

A

=

n

n

=

n

exp(ln

n )

= exp X

n ln

n !

= exp X

n

s

ln

n !

s=0

(81)

= exp X

n

d s

n

ds

s=0 !

= exp

d

ds

^

A;s

s=0

: (82)

Entretanto, quando temos um numero innito de

au-tovalores, mesmo que o produtorio onstrudo omos

autovaloresde ^

Asejaonvergente,arela~aoentreo

de-terminante eafun~aozetapoden~ao serbemdenida.

Araz~aoequetalvezn~aosejapossvelesrever:

X

n

d s

n

ds

s=0 =

d

ds X

n

s

n !

s=0

; (83)

a menos que o somatorio onvirja absolutamente,

in-validando a (82). Nesse aso, e neessario presrever

umareeitapara oalulo dodeterminante. A reeita

sel^e: (i)aluleosautovaloresdooperadorA paraas

ondi~oes deontornoemquest~aoeonstruaafun~ao

zetapertinente,(ii)faaaextens~aoanaltiadafun~ao

zetapara oplanoomplexo s,oupelo menosparaum

domnioqueontenhaaorigem. Finalmente,(iii)faa

usode (80). Se adotarmosoexpostoaima, podemos

esreveraenergiadoestadofundamentaldadapor(72)

omo:

E

0

= lim

TE!1 1

T

E

ln (det A) 1=2

= + lim

TE!1 1

2T

E

ln(det A)

= lim

T

E !1

1

2T

E

d

ds

^

A;s

s=0

;(84)

ondenaturalmente,ooperador ^

Adeveestarrelaionado

omumaa~aoeulidianaqueleveaintegraisfunionais

gaussianasenontradasnosdoisexemplospreedentes.

Vejamos, aseguir, omo esta rela~ao seaplia a duas

situa~oesonretas.

V.1.1. O osilador harm^onio simples

Como primeiro exemplo, onsideremos o osilador

harm^onio simples (que tambem pode ser visto omo

um exemplo de uma teoria de ampos em 0+1

di-mens~oes). Aenergiadoestadofundamental seradada

por (74). Para alular o determinante relevante, o

primeiropassoeresolveraequa~aodeautovalores:

d 2

d 2

+! 2

n

()=

n

n

( ); (85)

omaondi~aode ontorno

n ( T

E

=2)=

n ( T

E =2).

Reonheemosfailmente queasolu~aodessa equa~ao

de autovalores e proporional a exp(i). Ao

fazer-mosusodaondi~aodeontorno,osvaloresdeam

restritos a multiplos inteiros positivos e negativos de

2=T

E

: Segue queo espetrode autovaloresde (85)e

dadopor:

n =

2n

T

E

2

+! 2

; n2Z: (86)

(12)

d 2

d 2

+! 2

;s

=

2

T

E

2s

X

n2Z "

n 2

+

T

E !

2

2 #

s

= ! 2s

+2

2

T

E

2s

X

n2N "

n 2

+

T

E !

2

2 #

s

: (87)

Osomatoriodoladodireitopodeseridentiadoomumafun~aodeEpsteinunidimensionaln~ao-homog^enea(veja

oAp^endieB).Empartiular,nossafun~aodeEpsteintemaforma:

E M

2

1

(z;1)= 1

X

n=1 1

(n 2

+M 2

) z

; (88)

onde<z>1=2eM 2

euma onstante positiva. A ontinua~aoanaltiadestafun~aoedadapor(vejaoAp^endie

B):

E M

2

1

(z;1)= 1

2M 2z

+ p

2M 2z 1

z 1

2

(z) +

2 p

(z) X

n2N

n

M

z 1

2

K

z+ 1

2

(2nM); (89)

onde (z)eafun~aogama deEuler eK

(z)eumafun~aode Besselmodiadade segundaespeie. Fazendoas

adapta~oesneessarias,obtemos:

d 2

d 2

+! 2

;s

= !T

E

2 1

2

! 2s

s 1

2

(s)

+ 2

2

s

! 2s

(s)

2

!T

E

s 1

2 X

n2N n

s 1

2

K

s+ 1

2 (n!T

E

): (90)

Resta alular a derivada da zeta em rela~ao a s e tomar olimite s ! 0. Essa tarefa torna-se simples quando

reorremos aum resultadoimportante queenvolveafun~ao gama, asaber: quando s! 0, afun~ao (s) tende

para1=s. Se,porhipotese,G(s)forumafun~aoregularquandos!0,ent~ao,

lim

s!0 d

ds

G( s)

(s)

= lim

s!0

1

(s) dG(s)

ds

G(s)

2

(s) d (s)

ds

= lim

s!0

1

1=s dG(s)

ds

G(s)

1=s 2

1=s 2

= G( 0): (91)

IdentiandoG( s)em (90)ealulandoaderivadaom(91),obtemos:

G(0)= !T

E

2 1

2

1

2

+2

2

!T

E

1

2X

n2N n

1

2

K1

2 ( n!T

E

): (92)

d

Substituindoeste resultadoem(84)etomando o

limi-te indiado, vemos queosegundotermo tendeazero,

pois T 1=2

E K1

2 ( n!T

E

) ! 0 neste limite. Portanto, a

energiadoestadofundamental doosiladorharm^onio

unidimensionale:

E

0 =

!

2

; (93)

resultado sobejamente onheido. O leitor

perguntar-se-asevaleapenaempregarteniat~aosostiadapara

obter um resultado que pode serobtido om tenias

mais familiares. A utilidade destatenia estana sua

aplia~ao em teoria qu^antia de ampos, mas omo

muitasvezessoiaonteer,oosiladorharm^onio

sim-ples (sempre ele) e o sistema ideal para ilustrar uma

tenianovadealulo. Oexemploseguinte,n~ao

(13)

V.1.2 Campo esalar sem massa em 1+1

dimens~oes

Comosegundoexemplo,onsideremosaenergiade

Casimirdoampoesalar real'( ;x) ,semmassa,em

1+1dimens~oes. Como antes, onsideramos que esta

submetido aondi~oesdeDirihletimpostasemx=0

e x =a, isto e: '( ;0)= '(;a)=0. A equa~ao de

autovalores()sel^e:

2

E

n

( ;x)=

n

n

( ;x): (94)

As autofun~oes

n

(;x) de 2

E

formam uma base

ortonormal no espao das fun~oes que satisfazem as

ondi~oes deDirihlet.

E failverque asautofun~oes

ortonormalizadass~ao:

n

( ;x)= 1

p

a 1

p

2 sin

nx

a

exp(i); (95)

equeosautovaloress~aodadospor:

n =

2

+

n

a

2

; (96)

om 2 R en 2N. Segue que afun~ao zetaedada

por:

2

E ;s

=T

E Z

+1

1 dk

2 X

n2N

k 2

+

n

a

2

s

;

(97)

ondezemosusodasubstitui~ao P

!(T

E

=2)dkpara

a parte ontnua do espetro de autovalores dado por

(96). Paradarprosseguimentoaoalulo, fazemosuso

doresultado:

Z

d d

u

(u 2

+b 2

) z

= d

2 z

d

2

(z) b

2

z+ d

2

; (98)

que pode serobtido om oauxlio de dois resultados.

Primeirousamos:

Z

d d

uf(u)=2

d

2

Z

1

0 duu

d 1

f(u); (99)

ondeu=jujedepois[5℄:

Z

1

0 dxx

1

x 2

+ 2

1

=

+2 2

2 B

2 ;1

2

;

(100)

onde:

B( x;y)=

(x) (y)

(x+y)

; (101)

e <(+=2)<1e<>0. Fazendo usode(98)em

(97),obtemos:

2

E ;s

= T

E

2

1

2 s

1

2

(s)

a

2s+1X

n2N n

2s+1

:

(102)

Observemosque, omo noasodo osilador, afun~ao

zetaedaformaG(s)= (s)equeosomatorionolado

direitode(102)eafun~aozetadeRiemann

R

( 2s 1).

Proedendoomoantes,i.e.: alulandoaderivadaom

(91)esubstituindoem(84),obtemosoresultadonal:

E

0 (a)=

24a

; (103)

onde zemos uso do resultado

R

( 1) = 1=12, que

podeserobtidofazendoz= 1naformuladereex~ao

[5℄:

2 z

(1 z)

R

(1 z)sin

z

2

= 1 z

R

(z): (104)

Oresultadoobtidopara aenergiado vauodoampo

esalar real sem massa em 1+1 e o mesmo que

ob-tivemos anteriormente om outros metodos. O sinal

negativo india que os pontos de Dirihlet atraem-se

mutuamente.

VI O metodo da fun~ao de

Green

Umsegundometododealulododeterminantee,

on-sequentemente, daenergiadoestadofundamental,eo

metododafun~aodeGreen. De fato,omo:

ln h

det

^

A i

=Tr h

ln

^

A i

; (105)

ondeosmboloTrsigniatrao,ouseja,asomados

autovalores do operador ^

A em quest~ao. Na

represen-ta~ao em que este ediagonal, podemos esrever[veja

(77)℄:

E

0

= lim

TE!1 1

2T

E Tr

h

ln

^

A i

; (106)

onde ^

Aeooperadordeinteresse. Comissoeliminamos

oexpoente 1=2dentro dodeterminante em (77)e

-amos om o logaritmo do operador de interesse. A

ideia portrasdometodoeexpressaro trao do

oper-ador ^

A em termosdafun~ao deGreen quelhee

asso-iada. Passemosaosexemplos.

VI.1 O osilador harm^onio

sim-ples

Comeemos om o osilador harm^onio simples.

Nesseaso:

E

0

= lim

TE!1 1

2T

E Tr

ln

d 2

d 2

+! 2

: (107)

Derivandoestarela~aoemrela~aoa! 2

, temos:

E

0

! 2

= lim

T

E !1

1

2T Tr

d 2

d 2

+! 2

1

(14)

onde agora o trao e sobre o inverso do operador em

quest~ao. O operador inverso na representa~ao e a

fun~aodeGreenesatisfazaequa~aodiferenial:

d 2

d 2

+! 2

G(; 0

;!)=Æ( 0

); (109)

onde,

G(; 0

;!)=

d 2

d 2

+! 2

1

Æ( 0

); (110)

ou,

G(; 0

;!)=hj ^

Gj 0

i: (111)

Como queremos otrao dafun~ao de Green, fazemos

= 0

eesrevemos:

E

0

! 2

= lim

T

E !1

1

2T

E Z

T

E

2

T

E

2

dG(;;!) : (112)

Vemosent~aoqueparaprosseguirdevemos,emprimeiro

lugar,resolveroproblemadoaluloexplitodafun~ao

de Green do osiladorharm^oniosimples, o que pode

ser feito om o metodo da transformada de Fourier.

Substituindoem(109)asrepresenta~oesdeFourier:

G( ; 0

;!)= Z

+1

1 d

2

exp[i( 0

)℄g(;!);

(113)

e,

Æ( 0

)= Z

+1

1 d

2

exp[i( 0

)℄; (114)

obtemos:

2

+! 2

g(;!)=1: (115)

Consequentemente:

G( 0

;!)= Z

+1

1 d

2

exp[i( 0

)℄

2

+! 2

: (116)

νε

ν

Im

Re

ν

i

-i

ω

ω

Figura6. Oplanoomplexo.

Ointegrandoapresentadoispolossimplesem =i!,

vejaaFig. 6.

Se >

0

, omo exp[i( 0

)℄ =

exp[i( 0

)< ( 0

)=℄ , fehamos o ontorno

no plano = >0 no sentido anti-horarioe usamos o

teoremadeCauhy,obtendo:

G

+

(

0

;!)= 1

2!

exp[ ( 0

)!℄; (117)

ese < 0

, fehamosoontorno noplano= <0no

sentidohorario,obtendonesse aso:

G (

0

;!)= 1

2!

exp[ ( 0

)!℄: (118)

A fun~ao de Green orreta e (() ea fun~ao degrau

deHeaviside):

G( 0

;!) = 1

2!

[( 0

)exp[ ( 0

)!℄+( 0

)exp[ ( 0

)!℄℄

= 1

2!

exp( j 0

j !): (119)

Comoqueremosotrao,esrevemosG( 0;!)=1=(2!)

eportanto:

E

0

! 2

= 1

2! lim

T

E !1

1

2T

E Z

T

E

2

T

E

2 d

= 1

4!

: (120)

Logo, esrevendo E =! 2

= !=!

2

(E =!),

temos:

E

0

! =

1

2

: (121)

Integrandoemrela~aoa!,obtemosnalmente:

E

0 =

!

2

+C ; (122)

onde C e uma onstante de integra~ao que podemos

esolheromsendonula,reuperandodestemodoo

(15)

VI.1.1 Campo esalar em 3+1dimens~oes

Comosegundoexemplo,onsideremosumavezmais

oampoesalarreal',masdestafeita,omumpouo

mais derealidade, em3+1dimens~oes. Paraque

pos-samos apliarateniada fun~ao deGreenao alulo

do determinante bos^onio, admitiremos a hipotese de

que oampoesalar emassivo. A massa massoiada

ao quantum do ampo fara o papel da frequ^enia !

no asodoosilador. Ao nal, senosfor onveniente,

poderemos tomar o limite de massa nula. A a~ao

eu-lidianaseesreveent~ao:

S

E ['℄=

1

2 Z

dd 3

x'(;x) 2

E +m

2

'(;x):

(123)

Suponhamosque,emz=0ez=a,oampotenhaque

satisfazerondi~oesdeontornodeDirihlet. Tambem

neste aso,aenergiado estadofundamental seradada

por:

E

0

(a)= lim

TE!1 1

2T

E Tr

ln

2

E +m

2

; (124)

estando subentendido que o trao deve ser alulado

no espao das fun~oes que obedeem as ondi~oes

de Dirihlet, alem da ondi~ao '( T

E

=2;x) =

'(T

E

=2;x). Repetindo os passos que demos no aso

doosiladorharm^onio,derivamosaenergiaE

0 (a)em

rela~aoamassaaoquadradoparaobter:

E

0 (a)

m 2

= lim

T

E !1

1

2T

E Tr

2

E +m

2

1

: (125)

Como antes:

2

E +m

2

G(;x; 0

;x 0

)=Æ( 0

)Æ( x x 0

);

(126)

oquesigniaquenarepresenta~aodeoordenadas:

G( ;x; 0

;x 0

)= 2

E +m

2

1

Æ( 0

)Æ(x x 0

);

(127)

ouainda:

G(;x; 0

;x 0

)=h;xj 2

E +m

2

1

j 0

;x 0

i: (128)

A geometria do sistema que estamos estudando

per-mitequeafun~aodeGreenpossaseronstrudaomo

metodo dasimagens. De fato,para ondi~oes de

on-tornodeDirihletepossvelmostrarque[15℄:

G(;x; 0

;x 0

)= X

n2Z G

0

(

0

;x x 0

+2an^u)

X

n2Z G

0 (+

0

;x+x 0

+2anu)^ ; (129)

onde G

0 (

0

;x x 0

) e o propagador da partula

esalar livre e u^ = (0;0;0;1). O primeiro somatorio

representa a propaga~ao entre ( 0

;x 0

) e ( ;x) om

um numero par de reex~oes; o segundo somatorio (e

osinalnegativo)representaapropaga~aoentre( 0

;x 0

)

e (;x) om um numero mpar de reex~oes, veja a

Fig. 7. O termo 2an^u no argumento da fun~ao de

Green livreloaliza aposi~ao das imagens. Mais

adi-ante mostraremosque, noalulo dotrao, osegundo

somatorion~aodependedadist^aniaae,portanto,pode

ser desartado. No momento, porem, deixemos este

pontodeladoeonentremosnossaaten~aono

propa-gadorG

0

(

0

;x x 0

). ComomostradonoAp^endie

C, este propagadorpode ser alulado omo metodo

dotempopropriointroduzidoporJ.Shwingeremum

famosoartigopubliado em 1951[16℄. O resultadose

l^e:

G

0

(

0

;x x 0

)= m

4 2

jj K

1

(mjj); (130)

ondeK

1

(mjj)eumafun~aodeBesselmodiadaom

2

:=( 0

) 2

+(x x 0

) 2

. Fisiamente,esseresultado

pode serinterpretadoomo desrevendoapropaga~ao

deumapartulaesalarlivreemquatrodimens~oes

eu-lidianasnarepresenta~aode oordenadas. Passemos,

agora,ao alulo daenergia deCasimir doampo em

quest~ao.

Z

a

P'

P

Figura7. A geometriasimplesdas superfies deDirihlet

paralelaspermiteousodometododasimagens noalulo

dafun~aodeGreenrelevante.

VI.1.2 A energia de Casimir do ampo

esalar em 3+1 dimens~oes

Voltemos ao problema original e onstruamos a

fun~ao deGreenpara asondi~oesdeDirihlet.

Subs-tituindo(130)em(129),temos:

G(;x; 0

;x 0

) = X

n2Z G

0 (

0

;x x 0

+2an^u)

= m

4 2

X

n2Z K

1

( mj+2an^uj)

j+2an^uj :

(16)

Como queremos o propagador no mesmo ponto do

espao-tempoeulidiano,segueque:

G( ;x;;x)= (am)

8 2

a 2

X

n2Z f0g 1

jnj K

1

(2majnj); (132)

em que otermo (divergente) orrespondente a n = 0

foi exludo e o propagador, portanto, renormalizado.

A subtra~aodo termo n =0orrespondeasubtra~ao

de (129) ou (131) do propagador da partula livre

na aus^enia de plaas. Outro modo de justiar essa

subtra~aoereonheerqueessetermon~aodependeda

dist^ania entre asplaas. Substituindo este resultado

na(125),obtemos:

E

0

m 2

= lim

TE!1 1

2T

E Z

T

E

2

T

E

2 d

Z

dx Z

dy Z

a

0

dzG(;x;;x)

= A (am)

8 2

a X

n2N 1

n K

1

(2man); (133)

d

ondeAeaareadasuperfiesobreaqualasondi~oes

de Dirhlet vigoram e um fator 2 foi introduzido ao

fazermos atroa Z f0gpor N. Para integrar (133),

fazemosusodarela~ao[5℄:

d

zdz

j

[z

K

(z)℄=( 1) j

z j

K

j

(z); (134)

omaqualpodemosmostrarque:

K

1

( 2amn)= 1

amn d

dm 2

m 2

K

2

( 2amn)

: (135)

Segueent~aoque:

1

A E

0

m 2

= 1

8 2

a

m 2

X

n2N m

2

n 2

K

2

( 2amn): (136)

Aintegra~aoemm 2

eimediataelevaa:

E

0 (a)

A =

(am) 2

8 2

a 3

X

n2N 1

n 2

K

2

(2amn); (137)

onde a onstante de integra~ao a determinadapelo

fato deque, nolimite extremoem queamassada

ex-ita~aodoampovai aoinnito,aenergiadeCasimir

devesernula. Essaondi~aoombinadaomofatode

queK

(z)!0para z!1(vejaa(138) abaixo)nos

levaaonluirqueaonstante deintegra~aoezero.

Nolimite em queam1, apenas otermo

orres-pondente a n = 1 em (137) e signiativo, e fazendo

usode:

K(z)

2z

1=2

exp( z); z!1; (138)

omz=2am,obtemos:

E

0 ( a)

A

1

16a 3

am

3=2

exp( 2am); (139)

deaordoomaliteratura[21℄.

Outrolimiteimportanteeolimitedemassanula,o

qualpodeserobtidosezermosousodarela~ao[5℄:

lim

z!0 K

n

(z)( n 1)!2 n 1

z n

; (140)

validaparan2N. Segue,ent~ao, que:

E

0 (a)

A

1

16 2

a 3

X

n2N 1

n 4

: (141)

A soma P

n2N n

4

dene a fun~ao zeta de Riemann

R

(4). Seu valornumerioe[5℄:

R (4)=

4

90

: (142)

Portanto,aenergiadeCasimirporunidadedeareano

limitedemassa zerosera:

E

0 (a)

A

2

1440a 3

: (143)

Esse resultadotambem onordaperfeitamente omo

enontrado na literatura [21℄. Convem lembrar que a

multiplia~aodesse resultado porumfator 2reproduz

oefeito Casimir eletromagnetioparaplaas paralelas

perfeitamente ondutorasseparadasporumadist^ania

a. Ofator2tomaonta dosgrausdeliberdadede

po-lariza~ao do ampo eletromagnetio. Entretanto, isso

aonteesomente paraageometria simplesdas plaas

paralelas,paraoutrasgeometriasasimula~aodoampo

eletromagnetiopor um ampo esalar real n~aoe t~ao

simplesassim.

Restajustiararaz~aopelaqualaparelado

propa-gadororrespondenteaumnumerompardereex~oes

n~aoontribuiparaoefeitoCasimir[17℄.

Em3+1oalulodotraolevaaoaluloda

(17)

I = Z

dx Z

dy Z

a

0 dz

X

n2Z G

0

(2;2x;2y;2z+2an^u): (144)

Introduzindo-seavariavel:=z+na,n2N,aintegralpodeserresritaomo:

I = Z

dx Z

dy X

n2Z Z

(n+1)a

na

dG

0

(2;2x;2y;2): (145)

Masefailverque:

X

n2Z Z

(n+1)a

na

dG

0

(2;2x;2y;2) = Z

a

0

d:::+ Z

2a

a

d:::+ Z

3a

2a d:::

+ Z

0

a

d:::+ Z

a

2a

d:::+ Z

2a

3a d:::

= Z

+1

1 dG

0

(2;2x;2y;2); (146)

d

e,portanto, estaintegraln~aodependeradadist^aniaa

entreassuperfiesplanas.

VII Considera~oes nais e

in-dia~oes bibliograas

Neste trabalho, prouramos ontribuir para a

lite-ratura pedagogio-ienta em lngua portuguesa de

modo gerale para aquela que onerne aos efeitos da

vauo qu^antio em partiular, apresentando ao leitor

alguns dos metodos de alulo daenergia de Casimir.

ComeamosdisutindoooneitodeenergiadeCasimir

esalientamosaimport^aniada suaregulariza~ao.

De-pois mostramos, por meio do formalismo an^onio,

que a energia de Casimir e uma araterstia das

teorias qu^antias de ampo relativstias submetidas

a ondi~oes de ontorno. A seguir, apresentamos os

metodos dealuloda energiade Casimir,omeando

om dois metodos diretos: o metodo do orte e o

metododaregulariza~aonarede. Depoisintroduzimos

a no~ao mais sostiada da energia do vauo omo o

logaritmodeumdeterminantefunionalbos^onioe

al-ulamosessaquantidadepormeiodometododafun~ao

zetageneralizadaedepoispormeiodafun~aodeGreen.

Em todos os asos disutimos exemplos uja

simpli-idade failita a ompreens~ao do metodo em quest~ao.

Comojamenionadoanteriormente,osquatrometodos

disutidos aquin~aoesgotam oarsenalde metodos

uti-lizados no alulo da energiadeCasimir, mas s~ao

sig-niativos.

Finalmente,gostaramosdeonluirdandoaoleitor

algumas india~oes bibliograas. Parte da

literatu-ra sobre oefeito Casimire apresentada em um

levan-tamento bibliograo reente que se deve a

Lamore-aux [18℄. Ao leitor interessado em aprofundar seus

onheimentos,semporissoseraterradoporuma

mon-tanha dedetalhes tenios, reomendamosoartigode

ElizaldeeRomeo[7℄eamonograadeMostepanenko

e Trunov [19℄, que ontem uma vis~ao geral ompleta

emais avanada doefeito Casimir esuas aplia~oesa

diversosamposda fsia, espeialmente aosmologia

e afsia das partulaselementares. Dos mesmo

au-tores,oleitordesejosodeumaprendizadomaistenio

e profundo podera onsultar a refer^enia [20℄. Neste

sentido,oartigoderevis~aodePluniemet al. [21℄,

em-bora n~ao t~ao reente, e tambem reomendado.

Pro-gressosreentes,experimentaiseteorios,s~ao

apresen-tadosporBordag,MohideeneMostepanenkoem[22℄.

Narefer^enia[23℄, alemdo efeito Casimir,oleitor

en-ontrara disuss~oes sobre outros topios relaionados

omafsia dovauo qu^antio, omoporexemplo,as

forasdevanderWaalsdedispers~aoesuarela~aoom

oefeitoCasimir. Todasessasrefer^eniasont^em

exten-sasole~oesde refer^eniasbibliograassobre otema.

OartigooriginaldeCasimirpodeserlidoem[24℄,veja

tambem [25℄ quanto auma vers~aoom nota~ao

atua-lizada. Uma tradu~ao para oportugu^esdoartigo

ori-ginalde Casimir pode ser enontrada no ap^endie da

refer^enia[26℄,quetraztambemuma sinopse(em

por-tugu^es)da evolu~aodooneito de vauoao longoda

(18)

Agradeimentos

OsautoresagradeemaosprofessoresM.V.

Cougo-Pinto, C. Farina e F.C. Santos pela leitura atenta do

manusritooriginal esugest~oes. J.J.PassosSobrinho

agradeeaoCNPqpeloauxlioreebido.

Ap^endie A: integrais gaussianas

Aenergiadoestadofundamentaldadapor(72)pode

seraluladademodoexatonosasosemqueaintegral

funional e da forma dita gaussianaem analogia om

asintegraisgaussianasordinarias. Vejamosent~ao,sem

muitorigormatematio,esimomargumentosde

plau-sibilidade,omointegraisfunionaisgaussianaspodem

serexpliitamentealuladas.

Considere-seaintegralgaussianaordinaria:

Z

+1

1 dyexp

1

2 ay

2

=(2) 1

2

a 1

2

; a>0: (A1)

Queremosgeneralizaresteresultadoemostrarque:

Z

+1

1 dy

1 :::dy

N exp

1

2 hYj

^

AjYi

=(2) N

2

det ^

A

1

2

; (A2)

d

ondejYieumvetorpertenente aumespaovetorial

realdedimens~aonita,

jYi= 0

B

y

1

.

.

.

y

N 1

C

A

(A3)

om y

i

2 R. O operador ^

A e um operador denido

positivorepresentadopor umamatriz realesimetria,

isto e: seus autovaloress~ao numeros reais, positivos e

nenhum delese nulo. Suponhamosque o operador ^

A

possua um onjunto ortonormal ompleto de

autove-toresj

n

ital que:

^

Aj

n i=

n j

n

i; (A4)

omh

n j

m i=Æ

mn e,

N

X

n=1 j

n ih

n j=

^

1: (A5)

Podemosexpandir o vetorjYina base formadapelos

autovetoresde ^

A:

jYi= N

X

n=1

n j

n

i: (A6)

Seguequepodemosesrever:

hY

^

A

Yi=

N

X

m=1 N

X

n=1

m

n h

m j

^

A

n i

= N

X

n=1

2

n

n

: (A7)

Observandoqueatransforma~aodebaseelineareque

seujaobianovaleaunidade,esrevemos:

Z

+1

1 dy

1 :::dy

N exp

1

2 h Yj

^

AjYi

= Z

+1

1 d

1 :::d

N exp

1

2 N

X

n=1

2

n

n !

=( 2) N

2

N

n=1

n

1

2

=(2) N

2

det ^

A

1

2

; (A8)

queeoresultadoquenospropusemosobter. Quandoo

vetorjYitemumainnidadeontnuadeomponentes,

aequa~aoaimatorna-seumaintegralfunional

gaus-siana,queformalmenterepresentamospor:

Z

D[Y℄exp

1

2 hYj

^

AjYi

det ^

A

1

2

:

Epossvelmostrarque:

Z

D[Y℄exp

1

2 hYj

^

Aj Yi

=

det ^

A

1

2

; (A9)

onde o fator (2) N

2

, que diverge no limite N ! 1,

e levado em onta na medida da integral funional.

Tomandoologaritmode(A9)obtemos

ln Z

D[Y℄exp

1

2 hYj

^

AjYi

=ln

det ^

A

1

2

(A10)

Ap^endie B: fun~oes de Epstein

As fun~oes de Epstein multidimensionais

inomo-g^eneas[27℄(vejatambemElizaldeetal. [11℄parauma

(19)

E M

2

N (z;a

1 ;a

2 ;:::a

N )=

1

X

n

1 ;n

2 ;::n

N =1

a

1 n

2

1 +a

2 n

2

2

++a

N n

2

N +M

2

z

; (B1)

for<z > N=2anda

1 ;a

2 ;:::a

N

> 0. Estafun~aopossuiumaontinua~aoanaltiaparaumafun~aomeromora

queparaN =1edadapor:

E M

2

1

(z;a)= 1

2M 2z

+

a

1=2

1

2M 2z 1

(z)

"

z 1

2

+4 1

X

n=1 a

(1 2z)=4

(Mn) (1=2) z

K

(1=2) z

2Mn

a 1=2

#

: (B2)

Paraprova-lo,onsideremosiniialmente:

E M

2

1

(z;a)= 1

X

n=1 an

2

+M 2

z

=a z

1

X

n=1 n

2

+C 2

z

; (B3)

ondeC 2

M

2

=a. Comarepresenta~aointegraldafun~aogamadeEuler:

(z) z

= Z

1

0 dtt

z 1

exp( t); <z>0; (B4)

podemosesrever:

E M

2

1

(z;a)= a

z

(z) Z

1

0 dtt

z 1

exp C 2

t

X

n=1

exp n 2

t

(B5)

A seguirintroduzimosaformuladePoisson[28℄:

1

X

n= 1

exp( n 2

t)= r

1

t 1

X

n= 1

exp n 2

=t

; (B6)

aqual,fazendoasubstitui~aot!t,reesrevemosaquideformamaisonveniente:

1

X

n=1

exp( n 2

t)= 1

2 +

1

2 p

t +

1

p

t 1

X

n=1 exp

n 2

=t

: (B7)

Segueent~aoquepodemosesreverparaE M

2

1

(z;a)aexpress~ao:

E M

2

1

(z;a)= 1

2 a

z

(z) Z

1

0 dtt

z 1

exp C 2

t

+ 1

2 a

z

(z) p

Z

1

0 dtt

z 1=2 1

exp C 2

t

+ a

z

(z) p

1

X

n=1 Z

1

0 dtt

z 1=2 1

exp C 2

t

exp

n 2

=t

: (B8)

d

Reorrendo-se novamente a deni~ao da fun~ao gama

de Euler, o primeiro termo reduz-se a 1=2M 2z

, e o

segundoa:

1

2 r

a

(z 1=2)

(z) 1

M 2z+1

:

Otereirotermopodesertratadoomarepresenta~ao

integral da fun~ao de Bessel modiada do segundo

tipo,veja(C9)noAp^endieC.Otereirotermoeent~ao:

2

na 1=2

M z

1=2

K

z 1=2

2nM

p

a

:

Imagem

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