• Nenhum resultado encontrado

Análise da estrutura da comunidade de diatomáceas (Bacillariophyceae) em duas estações do sistema Guaíba, Rio Grande do Sul, Brasil.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Análise da estrutura da comunidade de diatomáceas (Bacillariophyceae) em duas estações do sistema Guaíba, Rio Grande do Sul, Brasil."

Copied!
17
0
0

Texto

(1)

ANALISE DA ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE DlATOMACEAS (BACILLARIOPHYCEAE) EM DUAS ESTAC;OES DO SISTEMA GUAiBA,

RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.

Eduardo A. Lobo

(J) Lezilda Carvalho Torgan 0,2)

RESUMO - Atrav& da anMise da composi!;iio especffica e da diversidade da comunidade de dia-tomficeas, em duas eslal<Oes do sistema Gualba (RS, Brasil), nos meses de setembro e novembro de 1975, foi encontrada uma diferell!ia significativa na estrutura dessa comunidade. Essa diferen!;a de-ve-se, provaveImente, A presell!ia excIusiva de Achnanthes inflata (Klitz.) Grun. var. e/ata (Leud.-Fort.)Hust., A. /anceo/ata (BrEb.)Grun. var. /anceo/ata, Cocconeis p/acentu/a Ehr., Cyclote/la

mene-ghiniana Kiitz., Cymbe/la minuta Hilse ex Rabh., Aulacosira distans (Ehr.) Sim., Navicula mutica Kiitz., Surire/la robusta Ehr. var. splendida (Ehr.) Van Heurck, Synedra ulna (Nitz.)Ehr., espc5cies abundantes, que refletem caracter{sticas ambientais distintas, pelo fato de apresentarem uma dife-renci8!;30 em suas tolerincias eool6gicas. Forarn identificados urn total de 114 tAxons, 57 a nfveis especfficos e infra-especfficos, dentre os quais 14 constituem-se em primeira referencia para 0 Guafba e quatro sao cita!;Oes novas para 0 Estado.

ABSTRACT - Through the analysis of specific compositiol\ and diversity of diatom community, in two sampling areas of the Gualba system (RS, Brasil) in September and October 1975, a meanin-gful difference in the structure of that community was found. Such difference is probably due to exclusive presence of Achnanthes inflata (Kiitz.)Grun. var. e/ata (Leud. - Fort.)Hust.,A. /anceo/a-ta(Br~b.)Grun. var. /anceo/ata. Cocconeis p/acentu/a Ehr., Cyclote/la meneghiniana Klitz. , Cymbe/la

minuta Hilse ex Rabh. , and of Au/acosira distans(Ehr.) Sim., Navicula mutica Kiitz., Surire/la

ro-busta Ehr. var. splendida (Ehr.)Van Heurck, Synedra ulna(Nitz.)Ehr., abundant species which re-flect different environmental characteristics because of their different ecological tolerances. A total of 114 taxa have been identified; 57 of them to specific and infraespecific levels, 14 of which men-tioned for the first time in the Gualba system and 4 for the first time in the state.

Key-words: Algae, BaciUariophyceae, structure of .:ommunity.

Introdu~ao

Os sistemas 16ticos caracterizam-se por apresentar condir;Oes ambientais que estao variando intensamente no espar;o e no tempo (Odum 1972, Margalef 1974). Essa variar;ao ambiental sugere que as comunidades, que ocorrem nesses sistemas, devem ajustar-se, modificando sua estrutura, atrav~s do nUmero de indivfduos das esp~cies presentes e/ou da substituir;ao de algumas es~cies por outras, de acordo com os intervalos de tolerancia que apresentam para determinados fatores ambientais.

Em geral, os trabalhos de limnologia ern sistemas 16ticos do Estado do Rio Grande do Sui e, em particular, os referentes ao sistema Gualba, sao escassos. A maio ria

e

de ca-rAter descritivo e taxonOmico.

(I) Museu de Ciencias Naturais da Funda!;ao Zoobotanica do Rio Grande do Sui. Caixa Postal 1188, 90610, Porto Alegre, RS, Brasil.

(2)

104 . . Lobo & TOI-gaD

Com relagao a estudos de taxonomia e ecologia da ficofl6rula do Gualba, 0 Depar-tamento Municipal de Aguas e Esgotos de Porto Alegre (DMAE) realizou um levanDepar-tamento de caractensticas trsicas, qurmicas e biol6gicas, a fim de avaliar a qJ,Jalidade de suas aguas (Porto Alegre - DMAE 1971). Os resultados sao apresentados sob a forma de gra-ficos e tabelas, sendo que, para 0 fitoplancton, foi feita identificagao a nrvel gen~rico e contagens do numero de organismos por litro. Togan e Aguiar (1974) efetuaram um levan-tamento taxonomico das esp~cies de diatomckeas que ocorreram no inverno de 1972, es-tabelecendo uma relagao das esp~cies mais frequentes com as condigOes de

saprobida-de, atrav~s dc:>enquadramento destas em sistemas de sapr6bios citados em literatura.

Posteriormente 0 DMAE verificou a ocor~cia de superpopulagOes de determinados gene-ros de organismos planctOnicos nos verOes de 1971, 1972 e 1973 (Porto Alegre - DMAE 1974). Togan e Aguiar (1978) realizaram um estudo taxonOmico de 159 taxons especfficos

e infra~specfficos de diatomaceas em 6 pontos do Guarba, levando em consideragao sua

distribuiltoo, trequmcia relativa, bem como sua variagoo em rela({oo As estaltOes de coleta no inverno de 1972 e veroo de 1973. Num hist6rico de monitoramento realizado pelo DMAE no Gualba, no perfodo de 1970 a 1978 (Porto Alegre - DMAE 1978), foi reformulado 0 pIa-no de amostragem, a fim de obter uma melhor caracteriza({ao da area, atrav~s de analises ffsicas, quinicas e biol6gicas, onde l: apresentado uma lista de 167 espl:cies de diatoma-ceas, amostradas no perfodo de 1977-78, referindo as espl:cies exclusivas para cada es-ta({ao de coleta. Seguindo, 0 DMAE estabeleceu a correlayoo entre 0 fitoplfulcton e clorofila "a", bern como a relayao entre a biomassa com sua produtividade e teores de nutrientes, mencionan<k> as eSPecies de algas que predominam nos "blooms" de verao (Porto Alegre - DMAE 1981). Torgan (1984) apresentou os resultados do levantamento de 61 taxons de diatomaceas, efetuado no ano de 1975 em 5 estayOes de cofeta, situadas no canal e praias

a

margem esquerda

do

Gualba, citarido os mais representativos pela sua abundfincia.

o

conhecimento da fl6rula algol6gica do Gualba e sua ecologia ~, portanto, bastante restrito, especialmente no que se refere ao estudo das estruturas fitoplanctonicas. Assim, o presente trabalho tem por objetivo caracterizar a estrutura da comunidade de diatoma-ceas, por ser 0 grupo mais representativo do fitoplancton do sistema Gualba, em uma sec-({oo-deste, e estabetecer suas relagOes com a variabilidade do ambiente trsico e qul'mico.

Para cumprir com 0 objetivo geral, foram formulados os seguintes objetivos espedfi-cos: identificayoo das eSpOCies de diatomaceas ocorrentes em uma secyao das aguas do Gualba; estabelecimento da estrutura da comunidade, inclurndo densidade celular, riqueza de espl:cies, diversidade especffica, uniformidade das espl:cies, similaridade na compos i-yaD especffica, espl:cies abundantes; e determina({ao da relayao entre a estrutura da co-munidade e a variabilidade das caracterrsticas do ambiente trsico e qul'mico.

Material

e

Metodos

Foram selecionadas duas estayOes de amostragem no sistema Guarba, para analise bioI6gica, denominadas 1 e 2, situadas eqOidistantes do ponto a 3O"08'02"S e 51°1r58"W, pelo fato delas corresponderem As estaltOes de coleta, destinadas para analises frsicas e quinicas, 51-b (Lan({amento do efluente da ex-Industria de Celulose Borregaard, pr6xima ao canal), e 50 (frente

ao

Morro da Ponta Grossa, no canal), fixadas pelo Departamento Municipal de Aguas e Esgotos de Porto Alegre (Fig. 1). As coletas foram realizadas junta-mente com os tl:cnicos desse Departamento, nos meses de setembro e novembro de 1975.

(3)

Analisou-se, para cada esta9ao, uma sub-amostra de 10ml, que foi preparada segundo a tecnica de MOlier-Melchers e Ferrando (1956). 0 material foi distribufdo em 3 laminas per-manentes para identifica9ao e contagem. As amostras observadas encontram-se deposi-tadas no Herbario Prof. Dr. Alarich Schultz, no Museu de Ciemcias Naturais da Funda9ao Zoobotanica do Rio Grande do Sui, sob os numeros HAS 6610(Laminas 1032-4); 6611(Laminas 1029-31); 6615(Laminas 1107-9); 6616(Laminas 1110-2).

Para a analise qualitativa e quantitativa das diatomaceas, foi utilizado um microsc6-pio de pesquisa Leitz, modelo Dialux. Empregou-se 0 sistema de Simonsen(1979) para 0

enquadramento taxoncmico das especies , e para

a

identifica9ao destas foram utilizadasas seguintes bbras: Cleve-E:uler(1932, 1951-5); Comp~e(1982); Emiliani(1973); Frenguel~

i(1942); Hendey(1964); Huber-Pestalozzi(1942); Hustedt(1930); Patrick

e

Reim~r(1966,

1975); Per'agallo(1897-1908); Stoermer(1963) e Van Heurck(1880-1).Os d.adps·'ffsicos

e

qufmicos foram fomecidos pelo Centro de Estudos de Saneamento Basic~CESBdo

DMAE, atraves do relat6rio interne Porto Alegre-DMAE(1976).

Para determina9ao da estrutura da comunidade, foram uti liz ados os seguitttesdndi-cadores: densidade celular expressa em celli; riqueza de especies expressa em termol? do . numero total de especies presentes; diversidade especffica utilizando 0 fndice dediversi-dade de Shannon e Weaver(1949, apud Odum 1972) uniformidade das especies' atraves do fndice de uniformidade de Pielou(1975); similaridade na composi9ao especffica utilizan-do 0 coeficiente de similaridade de Jaccard (Estrada et al. 1975); e especies abundantes conforme os criterios de Lobo(1984).

Foi utilizado 0 teste "t" de significancia, para comparar as diversidades especfficas entre ambas esta900s de amostragem, nos respectivos meses de coleta. Trabalhou-se com intervalo de confian9a de 95%.

Resultados e Discussiio 1. Composi9aO taxonOmica:

A analise qualitativa das amostras coletadas, nas esta90es 1

e

2, em setembro e novembro de 1975, no sistema Guafba, revelou a presen9a de 114 taxons de diatomaceas, 14 dos quais se constituem na primeira cita9ao para 0 Guafba. Os taxa identificados

a

nf-veis generico, especifico e infra-especifico encontram-se na seguintes rela9ao:

CENTRALES

THALASSIOSIRACEAE

*Aulacosira ambigua (Grunow) Simonsen var. ambigua; *A. distans (Ehrenberg) Simonsen; A. granulata (Ehrenberg) Simonsen var. granulata; A. granulata (Ehrenberg) Simonsen var. angustissima (0. MOiler) Simonsen; *A. granulata (Ehrenberg) Simonsen var. valida (Hustedt) Simonsen; *A. pseudogranulata (Cleve-Euler) Simonsen; Aulacosira sp.

Cyclotella meneghiniana KOtzing; C. stelligera (P.T. Cleve et Grunow) Van Heurck; C. striata (KOtzing) Grunow

Thalassiosira spp. MELOSIRACEAE

Paralia sulcata (Ehrenberg) P.T. Cleve COSCINODISCACEAE

Coscinodiscus spp. HEMIDISCACEAE Actinocyclus sp. RHIZOSOLENIACEAE

(4)

106

EUPODISCACEAE

Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compere

PENNALES

DIATOMACEAE

Asterionellajaponica P.T. Cleve Opephora SPa .

Lobo & Torgan

Synidra goulardi Br6bisson var. goulardi; *S. rumpens KGtzing var. jamiJiaris (KGtzing) Husteclt; *S~ rumpens KOtzing var.fragilarioides Grunow; S. ulna (Nitzsch) Ehrenberg

EUNOTIACEAE ..

Eunotia jlexuosa Brllbisson ex KOtzing var. jlexuosa; E. lunaris (Ehrenberg) Grunow; E. praerupta Ehrenberg var. bidens (Ehrenberg) Grunow; *E; revoluta Cleve-Euler; Eunotia SPa

ACHNANTHACEAE

Achnanthes exigua Grunow var. constricta (Grunow) Hustedt; A. inflnta (KOtzing) Grunow var. inf/ata;· *A.

inj'kJia

(KGtzing) Grunow var. elata (Leuduger-Fortmorel) Hustedt; A. lan-ceolata (Brllbisson) Grunow var. lanceolata; A. lanceolata (Brebisson) Grunow var. dubia

Grunow; Achnantes spp. .

Cocconeis placentula Ehrenberg; Cocconeis spp. NAVICULACEAE

Amphipleura pellucida KGtzing

..

Cymbella affinis KGtzing var. affinis; C. minuta Hilse ex Rabenhorst; C. tumida (Brebisson

ex KGtzing) Van Heurck var. tumida; Cymbella SPa .

Diploneis elliptica (KGtzing) P.T. Cleve var. elliptica; Diploneis spp.

*Frustulia rhomboides (Ehrenberg) De Toni var. capitata (A. Mayer)Patrick; Frustulia SPa Gontphonema parvulum KGtzing; G. truncatum Ehrenberg var. truncatum; Gomphonema spp.

Gyrosigma scalproides (Rabenhorst) P.T. Cleve var. scalproides; Gyrosima Spa

Navicula capitata Ehrenberg var. hungarica (Grunow) Ross; *N. lateropunctata Wallace; N. mutica KGtzing; N. pupula KGtzing var. pupula; *N. rhyncocephala KOtzing var. germainii (Wallace) Patrick; Navicula spp.

*Neidium affine (Ehrenberg) Pfitzer var. longiceps (Gregory)P.T. Cleve; *N; hankensis Sk-vortzow

Pinnularia acrosphaeria Wm. Smith var. acrosphaeria; P. aperta Frenguelli var. doellojura-doi Frenguelli

P. borealis Ehrenberg var. borealis; *P. borealis Ehrenberg var. rectangularis Carlson; P. braunii (Grunow) P.T. Cleve var. amphicephala (A.Mayer) Hustedt; P. divergens Wm. Smith; P. mesolepta (Ehrenberg) Wm. Smith var. mesolepta; Pinnularia spp.

EPITHEMIACEAE

*Rhopladodia musculus (KOtzing) O. MOiler var. musculus NITZSCHIACEAE

Hantzschia amphioxys (Ehrenberg) Grunow

Nitzschia acicularis Wm. Smith; N. brevissima Grunow; N. palea (KOtzing) Wm. Smith; N. tryblionella Hantzsch var. victoriae Grunow; Nitzschia Spa

SURIRELLACEAE

Surirella robusta Ehrenberg var. splelUii.cia (Ehrenberg) Van Heurck Surirella spp.

(5)

Os taxons estao distriburdos em 13 famnias e 27 gemeros. A famnia Naviculaceae e os gemeros Navicula Bory e Pinnularia Ehr. foram os melhores representados em numero de especies, variedades e formas taxonomicas. Dentre as especies identificadas, sao

ci-ta~oes novas para 0 Estado as de Eurwtia revoluta Cleve-Euler, Navicula lateropunctata

Wallace, Navicula rhyncocepluzla Klitz. var. germainii (Wallace) Patrick e P. borealis Ehr. var. rectangularis Carlson.

E

importante mencionar que Asterionella japonica Cleve, Paralia sulcata (Ehr.) P.T. Cleve (=Melosira sulcata(Ehr.) Klitz.) e Rhizosolenia calcaravis Schultze, especies tipica-mente marinhas, comuns de ocorrer nas praias da costa do Rio Grande do Sui (Corte-Real & Callegaro 1973), foram encontradas isoladas, sem cromoplastos ou em fragmentos nas amostras analisadas das esta~oes 1 e 2, do mes de novembro. Esse fato indica que, pro-vavelmente, essas especies tenham se fixado aos cas cos de embarca~6es e transporta-das no sentido SoN, ou ainda trazitransporta-das pela ocorrencia da inversao do fluxo de escoamento do Guaiba que, segundo Ferreira e Dewes (1984), em periodo de estiagem prolongada, e aparentemente proporcional ao cicio da mare alta e

a

a~ao do vento no quadrante suI. As referidas. especies sao consideradas, portanto, formas acidentais relativas ao local de es-tudo.

Por outro lado, foi observada a presen~a de representantes dos generos Actinocy-dus, Coscinodiscus e Tluzlassiosira. bem como das eSp9cies Pleurosira laevis(Ehr.)Compe-re (=Siddulphia laevis Ehr. e Cydotella striata(Klitz.)Grun. Essas especies sao mencio-nadas na literatura como trpicas de aguas salobras, no entanto, ja foram registradas para 0

Gualba e seus afluentes (Porto Alegre-DMAE 1978, 1981, Martau et al. 1977). Em nosso material, esses taxons apresentam-se sem cromoplastos e, dado que os autores ja citados nao observaram essa caracteristica ou trabalharam com material oxidado, futuras

investi-ga~oes nessa area permitirao definir se essas especies pertencem ou nao

a

comunidade

de diatomaceas do sistema Gualba. Por esse motivo, estas nao foram consideradas na analise da estrutura da comunidade.

2. indices de diversidade:

A figura 2 apresenta a varia~ao clos (ndices de diversidade da comunidade de diato-maceas nas esta~6es 1 e 2, nos meses de setembro e novembro de 1975. Se comparar-mos as esta~oes de amostragem, nos respectivos meses de coleta, observa-se que, no mes de setembro nao houve diferen~as significativas na diversidade especifica, porem, 0

numero de individuos foi maior na esta~ao 1 do que na esta~ao 2.

A figura 3 apresenta as especies abundantes para ambas esta~oes no mes de se-tembro. Observa-se que, na esta9ao 1, houve um numero maior de eSp9cies do que na

esta~ao 2, sendo Aulacosira granulata (Ehr.) Simonsen var. granulata 0 taxon que atingiu

a maxima abundAncia (24%). Esta eSp9cie apresentou, tamMm, a mAxima abundAncia na

esta~ao 2 (11%), sendo 0 unico taxon que ocorreu em ambas esta96es. A baixa

similari-dade observada entre as especies abundantes de ambas esta90es (8,3%), segundo 0 rn-dice de Jaccard, sugere que ha uma diferencia900 dos requerimentos ambientais para es-sas especies; as quais, segundo Saiz (1980), formam 0 nucleo central de uma comunida-de, sendo a base da estrutura desta. Com base nesse criterio, e provavel que a dissimila-ridade observada entre as eSp9cies abundantes e, portanto, a diferencia~ao de requeri-mentos ambientais seja um dos principais fatores que determina a estrutura das comuni-dades comparadas.

(6)

108 Lobo & Torgan

diferencia~ao temporal e, provavelmente, um ajuste de esp~cies com toleriincias

ecol6gi-cas diferentes. Verificou-se essa diferen~a com baixos fndices de similaridade obtidos, 20,3% para a esta~o 1 entre os meses de setembro e novembro e 18,8% para a esta~ao

2, nesses meses. Em novembro, houve um numero maior de esp~cies na esta~ao 1 do que na esta~ao 2. No entanto, 0 numero de indivfduos foi menor, mas, pelo fato de termos maior uniformidade na distribui~ao destes, observou-se um alto valor para a diversidade especffica.

A figura 4 apresenta as es~cies abundantes para ambas esta~6es no mas de no-vembro.Observa-:se que, na esta~ao

1, houve um numero maior de

esp~cies, sendo Aula-cosira granulata var •. granulata 0 taxon de m,hima abundiincia. Considerando a similarida-de entre as esp{!cies abundantes similarida-de ambas esta~6es, constatou-se que esta foi de 71,4%, significativamente maiordo que a observada no mas de setembro, sendo A.·granulata var. granulata,

A..distans

(Ehr.) Simonsen, A. ambigua (Grun.) Simonsen var. ambigua, A. pseudogranul¢<J (Cleve-Euler)Simonsen e Aulacosira sp., os tAxons comuns. Pode-se ob-servar, ain~a, que esses COnstitueri1 0 numero total de taxons abundantes encontrados na esta~ao

2.

Esses resultados indicamque a diferen~a na estrutura das comunidades deve-se, provavelmente,

a

presen~a exclusiva das esp~cies abundantes Cocconeis plac ~ ntula Ehr.e Cyclorel/arneneghiniana KOtz. na esta~ao 1, as quais, conforme Krebs (1972), apresentamuma correspond~ncia significativa entre suas toleriincias ecol6gicas e as

con-di~6esambienlais Iocais estabelecendo, portanto, uma comunidade com uma estrutura

di-ferente. · .

3. AnAlises ffsicas e qufmicas:

Atrav~s dos resultados das analises ffsicas .e qufmicas,

e

possfvel eatabelecer

dife-ren~as de ordem entre as esta~6es 1 e 2 durante os meses de setembro e

novembro,le-vando-se em considera~ao que os dados fornecidos sao valores discretos, referentes a uma amostra mensal, 0 que impossibilita seu tratamento estatfstico.

Com base nessa observa~ao, a FIgura 5 mostra que houve no mas de setembro,

di-feren~a para a Concentra~ao total de s61idos decantaveis, com seu maximo na esta~ao 1.

A temperatura mantev~se estavel, se considerarmos que a diferen~a entre ambas esta-C;6es foi de O,5°C. 0 conteudo de oxig{mio dissolvido foi maior na esta~ao 1 sendo que, para

a

mesma estac;ao, a demanda bioqufmica de oxiganio, ap6s 5 dias, atingiu valores de 2 mgll, com uma diferenc;a de 1,6 mgll, com rela~ao

a

estac;ao 2.

Na figura 6, observa-se que no mes de setembro a concentrac;ao de nutrientes foi maior na esta~ao 2 que na 1, com excessao do fosfato. Os compostos inorganicos dissol-vidos apresentam concentra¢es maiores na esta~ao

1 que na

2, com

exce~ao do mag-nesio, sendo que, a diferen~ maxima foi verificada para 0 calcio, com 'um valor de 1,6 mgll.

Esses resulados indicam que, no mas de setembro, a esta~ao 1 caracterizou-se por apresentar alta

concentra~ao

de s6lidos decantaveis e de compostos inorganicos dissolvi-dos, elevado conteudo de oxigenio, alta demand a bioqufmica de oxigenio, mas a

concen-tra~ao de nutrientes foi baixa quando comparada com os valores obtidos para a esta~ao 2.

Na figura 5, observa-se que, no mas de novembro, a concentra~ao de s6lidos de-cantaveis atingiu seu maximo valor na estac;ao 1, maior que 0 observado no m~s de se-tembro, assim, em ambos meses a esta~ao 1 caracterizou-se por apresentar as mais altas

concentra~Oes. A temperatura pode, assim como no mes de setembro, ser considerada

(7)

Na figura 6, observa-se que, no mes de novembro, houve uma concentrac;ao de nu-trientes maior na estac;ao 1 que na estac;ao 2, sendo que a maxirtta diferenc;a foi verificada para 0 sulfato, com uma concentrac;ao de 1,3 mgll. Os compostos inorgfulicos dissolvidos, s6dio e potassio, nao mostram diferenc;as entre ambas estac;6es, ao contrario do que aconteceu no mes de setembro, onde as maiores concentrac;6es foram registradas para a estac;ao 1.

Esses resultados indicam que, no mes de novembro, a estac;ao 1 caracterizou-se por apresentar alta concentrac;ao de s6lidos decantaveis e de nutrientes, no entanto, a de-manda bioqurmica de oxigenio, ap6s 5 dias, foi baixa, quando comparada com os valores . obtidos para a esta«ao 2.

4. Relac;ao comunidade - ambiente:

Os resultados das analises dos rndices de diversidade indicam que no mes de se-tembro, nao houve diferencas significativas na diversidade especffica. PorMl, consideran-do as diferenc;as na composic;iio especffica, foi possrvel identificar consideran-dois tipos de estruturas. Essa diferenc;a poderia ser explicada em termos da diferenciac;ao de requerimentos am-bientais das especies abundantes que pertencern lis respectivas comunidades.

A baixa similaridade observada entre as especies abundantes das estac;6e 1 e 2 su-gere que a diferenc;a na estrutura das comunidades deve-se, provavelmente, li presenc;a exclusiva de Achnanthes inflata (Klitz.)Grunow var. elata, A. lanceolata (Breb.)Grun. var. lanceolata, Cymbella minuta (Hilse ex Rabh.) e Nitzschia palea (KOtz.)Wm.Smith na esta-c;ao 1 e de Aulacosira distans, Cocconeis placentula, Navicula mutica Klitz., Surirella ro-busta Ehr. var. splendida (Ehr.) Van Heurck e Synedra ulna (Nitzsch)Ehr. na estac;ao 2.

Os resultados das analises trsicas e qurmicas indicam que, no mes de setembro, a estac;ao 1 caracterizou-se por apresentar uma alta concentrac;ao de s61idos decantaveis e de compostos inorgiinicos dissolvidos, alta demanda bioqurmica de oxigenio e baixa con-centrac;ao de nutrientes, condic;6es que, segundo Billings e DeHaas (1971), Lange-Bertalot

(1979) e Schoeman (1979), indicam nrveis B - alfa-mesossapr6bios de poluic;ao. Essa

classificac;ao e apoiada pela toleriincia

A

poluic;ao das especies Achnanthes lanceolata (Lange-Bertalot 1979) e, principalmente, Nitzschia palea (Kobayasi & Mayama 1982), reco-nhecida como caracterrstica de aguas excessivamente poluk:tas (Schroeder 1939, Van Landingham 1964, Schoeman 1976, 1977, Lange-Bertalot 1979). Descy (1979) estabele-ceu que os compostos inorgiinicos dissolvidos, principalmente calcio e potassio, sao fato-res que aumentam a poluic;ao. No entanto, especies dos generos Achnanthes e Cymbella sao capazes de tolerar altas concentrac;6es (Werrer 1977).

A estac;ao 2 caracterizou-se por apresentar uma baixa concentrac;ao de s61idos de-cantaveis e de compostos inorgiinicos dissolvidos, baixa demanda bioqurmica de oxigenio e uma alta concentrac;ao de nutrientes. Segundo Lange-Bertalot (1979) e Schoeman

(1979), essas condic;6es indicam nrveis B - mesossapr6bios de poluic;ao, sendo

caracte-risticas desse ambiente, moderadamente polurdo, as especies Aulacosira distans (Luchini & Verona 1972, Lowe 1974), Cocconeis placentula (Luchini & Verona 1972, Siadecek 1973, Lowe 1974, Lange-Bertalot 1979) e Synedra ulna (Luchini & Verona 1972, Siadecek 1973, Lowe 1974). A concentrac;ao de nutrientes, principalmente de nitrogenio total, foi alta, 0 que, segundo Werner (1977), estabelece condic;6es favoraveis para 0 desenvolvimento dessas especies, dado que sao tolerantes a altos teores de nitrogenio (1-3 mg/I). Porem, essas concentrac;6es refletem nrveis mesossapr6bios de poluic;ao (Werner 1977).

(8)

110 Lobo at TOI'pD

de

es~cies abundantes na esta!(ao

2.

foi tambBn abundante na esta~o

1.

Assim,

~ de se

esperar que os tAxons acima referidos apresentem adapta!(Oes especfficas ~ condi!(Oes ambientais Iocais, as quais favorecem seu desenvolvimento.

Os resultados das anAiises trsicas e qumicas indicam que, no mes

de

novembro, a

esta~o 1 caracterizou-se por apresentar alta concentra!(ao de s6lidos decantAveis e de

nutrientes e baixa demanda bioqumica de oxigenio. Segundo Billings e DeHaas (1971) e Descy (1979), as duas primeiras caracterfsticas indicam condi!fOes de poIui!(oo -modera-da-, as quais corre&pondem a nrveis B - rne,sossapr6bios. Segundo Luchini e Verona (1972), Siadecek (1973) e lowe (1974), Cocconeis placentula e CyclotelJa meneghinituuJ

sao

es~cies que toleram nrveis oiigo-mesossapr6bios de polui!(ao e, portanto, caracterfs-ticas do ambiente descrito.

De acordo com Van Landingham (1964), Bilings e DeHaas (1971) e Werner (1977),

alta concentra!(oo de s6lidos decantaveis produz turvamento d'Agua e, como con~OOn­

cia, ciminui!(oo da camada trofogenica por efeito a uma rnenor penetra!(oo da luz. Em nos-so canos-so, a esta~oo 1 apresentou ~ concentra!(oo de s6lidos decantAveis. 0 tempo da permanencia prolongada desse material nas capas superficiais do corpo d'agua, limita 0 processo da fotossrntese, por efeito da dirTinui!(oo da penetra!(oo da luz. Portanto, as es-p&:ies que caracterizam as com,unidades desse -habitat" deveriam apresentar condi!(Oes especffi«3s de fIotabilidade para se manterem entre os limites da zona trofogenica e apro-veitar, ao mAximo, a disponibilidade de nutrientes. As diatomaceas de sistemas I6ticos sao, geramente, bentonicas ou epiffticas, sendo pouco comuns as espl!cies verdadeirarnente planctllnicas (Wemer 1977). No entanto, CyclotelJa meneghiniann ~ referida na literatura como euplanctonica (Lowe 1974), condi!(ao que favorece a manuten!(ao dessa esp&:ie nas capas superficiais d'agua. Rice (1938 apud Van Landigham 1964) cita essa es~cie

como abundante nas capas sub-superficiais em sistemas 16ticos, A disponibilidade de nu-trientes, principalmente fosfato e sulfato, foi alta, condi!(oo que, provavelmente, favoreceu 0 desenvolvimento das es~cies Cocconeis placentuJa e Cycwtella meneghiniann. pelo fato de serem recQnhecidas como abundantes er;n ambientes com altos teores de nutrientes sob condi!(Oes rnesotr6ficas (Luchini & Verona 1972, Lowe 1974, Werner 1977).

A temperatura apresentou diferen!f3 de O,5°C entre as esta~Oes 1 e 2, em ambos rneses, com uma varia!(oo de 16,5 a 19oC. Van Landingham (1964) estabeleceu que a ma-xima abundAncia das diatomAceas estA correlacionada com a temperatura d'agua e os nu-trientes dissolvidos. Por~, a pequena difere~ na temperatura observada em ambas

~pocas e 0 intervalo registrado, sugerem que as es~cies encontradas na comunidade

sao

caracterfsticas de AQuas temperadas com toierAncias para as temperaturas que corres-pondem as condic;Oes ambientais Iocais (Patrick 1971).

(9)

de-manda bioqulmica de oxig€mio registrada no mes de setembro, dado que esse fator avalia 0 efeito que tem os reslduos organicos de uma industria de celulose em um corpo d'{lgua, sendo, portanto, um bom indicador de polui~ao (Billings & DeHaas 1971).

S50 Leopoldo

~~.;- _ _ _ 30" 08'02" 5 Canoas

Porto Aleore

Guoiba

N

t

do Cuico

o

2Km

(10)

112

s

,;1'" , .y

Es..,... . .

o

Set. 1975 Est. t

~

Set. 1975 E.t.2

'It(Js)

...

,

...

. . . . .. . . 75

E._.,

13 ...

_75 Eat.2

... aT . . .

Fig. 2. V~ dos roollCeS de mrersidade (S: riqueza de espOCies. Js:: iIrI!IIiI:e Idle lUl!liiulllliidade. N:

00-mero .,1aI de c6IuIasIIiIro. tis: i1dice de dillersidade especIic:a). nas ~ Idle aJIeIa 1 e 2. em

1m r.!nsedo do sisBna GuaftJa, WranIe os meses de setembroe IIIMlIIIIlbIoIdIe 1975. (1::

(11)

24

~

20

0 u 16 C <0 ~ C

8

='

.Q

c::r

4

24

~

20

0

u c:

"'0 16

~ c: ~ D 8

c::r

4 ~ o > o

-.!!

='

C 0 -

'-o

~o

.-

....

" 0 0

-u='

OC - 0 ='~

c::ro

.---\... o > o o ~ c: 0 \... ~ 0 \...0

--

....

" ' 0 0

-u ~

oC: - 0

::J \...

<! ~

~ Q

.,

0 ~

'ii

0 U ~

='

c::r

.--." c: 0

..

.,

"0

0

...

- ~ 0 u 0

-

::J

c::r

.--2

o

..:

0 0

>

..

0

0

0

..

~ u

-

C

C

-

0

.,

."

~

~

..

...

c: c:

0

"

c: c:

~ ~

u u

c::r

c::r

r - -

.--~

~

..

c:

0

U U

0

--

..

-

a. ~

e

..

--

III 0

c:

-0 u ~

u U >

0 0

0

z

.-- r--0

....

='

C

'E

0

--

D

e

-:.. 0

.---o "0 "0 c:

a.

."

...:

0 >

0

..

."

~

D

0

...

~

-

III

...

.-

...

~ VI r--0 ~

0 ~

~ CIt

0 0

'-

~

~ 0

u

-."

='

...

c:

....

c:

'-z

a.

r--- r

-Especies (E st. 1 )

0 c:

"5

0

...

~ G c:

,..

en

r

-EspeC i eS ( Est _ 2 )

Fig. 3. Especies abundantes das esta¢"es de coleta 1 e 2, em um transedo do sistema Gualba. no mes de

(12)

114 Lobo & Torgan

0

..

0 0

..

"5

g

£

c

::::I 0

E

'"

c

...

:0

'"

0

e

...

::::I E

'"

0 c 0

50

> 0 ..;

0 VI

...

...

C 0> 0

~

on 0 0 > 0

0 ci

...

'0 C

U on III ::::I 0 0 0

0 CIl :I C

. ~ '0 III 0> :I

:I

e

a. D

...

~

u <I 0 E c

'"

c VI

...

CIl CIl

'0

30

0 en 0

...

0 u C

'0 u 0 CIl

C 0 0 VI 0

a.

E

::::I :I u 0 0

...

D

<I u III on E

<I :I E 0

<I ::::I U CIl

<I 0

...

0

10

Especies ( Est . 1)

0 :I

'"

D

E

0 0

...

0

E ..;

...

:I 0 .Q

c VI > :I

50

0 "'0 a. c 0 0 c 0

01 ...

....

:I

...

0 ctI VI 00 01

0

-'0 D 0

#

·-c ... :1 0

...

E '0

"'0 0 0 :::l

0'" en

...

CIl

UOO 0 ctI

. ~ 0 u VI 0 a.

u

-

...

0 0 L.

C

30

<I> :10 :I U .~

.Q 0

'0 <I 0

...

'0 :I U

.Q VI

c <I 0

:I :I U

D

It

d 0

<I

JlD_

10

Especies (Est . 2)

(13)

Solido. decont6vei.

20

E,tOj:OU de coleto

Ox illiniO dissolvido

2 .5

2 .0

1. 5

1.0

0.5

E,t090" de coleta

Set. 1975 Eat. 1

Set. 1975 E.t . 2

Telllperoturo CC\::)

E. to~cl . . de 1;00eto

D. B . O . 5 dio. (11'111./1)

~

£st09a . . de coleto

Nov. 1975 Est. 1

NO". ~75 £.t.2

(14)

116 Lobo & Torgan

IS

6

4

2

Nutrient ••

Compostos inoroonicos (mo II)

4

3 2

E.to,. ....

cole.

No No K K MO Co

0

S.t. 1975 Elt. 1

Nov. 1975 Elt. 1

~

Set. 1975 Est. 2

~

Nov. 1975 E.t. 2

(15)

ConclusOes

Considerando que 0 estudo foi desenvolvido nas estar;6es 1 e 2 do sistema Guafba, durante os meses de setembro e novembro de 1975, conclui-se que:

1. No m~s de setembro, nao houve diferenr;as significativas entre os rndices de diversida-de obtidos nas estar;6es 1 e 2. No entanto, foram observadas diferenr;as na composir;ao especffica de ambas comunidades.

2. Essa diferenr;a na estrutura das comunidades deve-se , provavelmente,

A

presenr;a exclusiva de Achnanthes inflata var. elata, A.lanceolata, var.lanceolata, Cymbella minuta e Nitzschia palea na estar;ao 1, especies que foram abundantes e, portanto, caractensticas desse ambiente, 0 qual pode ser definido como tendo nrveis S-alfa-mesossapr6bios de poluir;ao, com altas concentrar;6es de compostos inorganicos dissolvidos, principalmente calcio e potassio, e de Aulacosira distans, Cocconeis placentula, Navicula mutica, Surirella robusta var. splendida e Synedra ulna na estar;ao 2, especies que foraIT' etbundantes e, portanto, caracterfsticas desse ambiente, 0 qual pode ser definido como tendo nfveis S-mesossapr6bicos de poluir;ao, com altas concentrar;6es de nutrientes, principalmente

ni-trog~nio.

3. No mes de novembro,

a

estar;ao 1 apresentou diversidade da comunidade significati-vamente maior do que a estar;ao 2 (P.;S' 0,05).

4. Essa diferenr;a na estrutura das comunidades deve-se, provavelmente,

A

presenr;a ex-clusiva de Cocconeis placentula e Cyclotella meneghiniana na estar;ao 1, visto que 0 total de taxons abundantes na estar;ao 2, foi tamb~m abundante na estar;ao 1. Os taxons acima citados sao caracterfsticos do ambiente da estar;ao 1, 0 qual pode ser definido como tendo nrveis mesossapr6bios de poluir;ao, com altas concentrar;6es de nutrientes, principalmente fosfato e sulfato.

5. A alta concentrafiio de sOlidos decantaveis registrada na estafiio 1, tanto em setembro como em novembro, foi uma das principais fontes de poluir;ao proveniente, provavelmente, da descarga de despejos industriais da ex-industria de celulose Sorregaard, cujo vertedou-ro situa-se pr6ximo

a

area de amostragem.

Agradecimentos

Aos t~cnicos do CESS do Departamento Municipal de Aguas e Esgotos de Porto

Alegre (DMAE), pelo auxOio na realizar;ao das coletas. Ao engenheiro Wilson Chignatti, di-retor do DMAE,

por

autorizar a utilizar;ao dos dados trsicos e qurmicos apresentados nes-se trabalho. Ao engenheiro Enio Henrique Leite do Departamento do Meio Ambiente, da Secretaria da Saude e do Meio Ambiente do Estado, pelo apoio dispensado. As funciona-rias Rejane Rosa, Maria Fatima Vieira Machado da Fundar;ao Zoobotanica do Rio Grande do Sui, pelo apoio t~cnico prestado:

Referincias BibliognUicas

BILLINGS, R.M. & DeHAAS, G.G. 1971. Pollution control in the Pulp and Paper Industry. In: LUND,

H.F.lndustria/pollution control Handbook. MacGraw Hill Book Company, New York, p.I-16. CLEVE-EULER, A. 1932. Die Kieselalgen des Takemsees in Schweden. K. svenska VetenskAkad. Handl.

11: 3-254.

CLEVE-EULER, A. 1951-1955. Die Diatomeen von Schweden und Finland. K. svenska VetenskAkad.

Handt., 2: 1-163, 1951; 3: 1-153. i1., 1952; 4: 1-158, iI., 1953; 4: 1-225, iI., 1953; 5: 1-232, iI., 1955. COLLIER, D.B., COX, W.G., JOHNSON, W.A., MILLER, C.P. 1973. Dynamic Ecology. Prentice Hall,

Inc. New Jersey.

COMPERE, P. 1982. Taxonomic Revision of the Diatom Genus Pleurosira (Eupodiscaceae). BaciUaria, 5: 165-190.

(16)

118 Lobo & Torgan

CORTE-REAL, M. & CALLEGARO, V.L.M . 1973. CataIogo das Bacillariophyceae da costa do Rio Grande do SuI, Brasil. Iheringia, Sl§r. Bot., Porto Alegre, 17:69-79.

DESCY, J.P. 1979. A new approach to water quality estimation using diatoms. Nova Hedwigia,

64:305-323.

EMILLIANI, M.O.G. de 1973. Ultraestrutura y polimorfismo de Melosira pseudogranulata A. Cl. Y cam-bios en la densidad de su poblaci6n en el Lago Mascardi. An.soc .cient.arg.s.F~, Santa FI§, 1: 1-1 O. ESTRADA, M. et alii. 1975. Practicas de ecologia . Universidad Central de Barcelona, Faculdad de

Biolo-gia, Departamento de EcoloBiolo-gia, Espanha.

FERREIRA, L.C.H. & DEWES, R. 1984. Medinica de correntes do Guafba. In: SEMlNARlO SOBRE PESQUlSA DA LAGOA DOS PATOS, 1~, Porto Alegre, 1984, Stimula, Porto Alegre, Funda .. ao para 0 Desenvolvimento de Recursos Humanos, p.73-78.

FOX, M.E. 1977. Fate of selected organic compound in the descharge of kraft paper mills into lake Supe-rior. In: KEITH L.H. (ed.) Identification of organic pollutants in waters. Ann Arbor Science Publishers,

Michigan, p.300-12.

FRENGUELLI, J. 1942. XVII Contribuci6n al conocimiento de las Diatomeas Argentina. Diatomeas del Neuqul§n (Patagonia). Revta. Mus. La Plata, 5:73-219.

HENDEY, N.I. 1964. Bacillariophyceae (Diatoms) . In: . An introductory account of the smaller algae oj

british coastal waters. London, Her Magesty's Stationery Ofice. p. 73-158 (Fishery Investigations,

SI§-ries 4).

HUBER-PESTALOZZI, G. 1942. Diatomeen. In: • Das Phytoplankton des Susswassers; Systematik und Biologie. Stuttgard, E. Schweizer-bart'sche, p.367-549, il. (Die Binnengewasser, ed. Dr. August Thienemann, 16).

HUSTEDT, F. 1930. Bacillariophyta (Diatomeae). 2. ed. Jena, Gustav Fisher. (Die Sussawasser- FIora

Mitteleuropas, ed. A. Pascher, 10).

HOBA Y ASI, H. & MA Y AMA, S. 1982. Most pollution-tolerant diatoms of severely polluted rivers in the vicinity of Tokyo. lap. l . Phycol. 33:188-196.

KREBS, C.J. 1972. Ecology, The experimental analysis of distribution and abundance. Harper & Row, London.

LANGE-BERTALOT, H. 1979. Pollution tolerance of diatoms as a criterion for water quality estimation.

Nova Hedwigia, 64:285-304.

LOBO, E.A. 1984. Modalidades estructurales de las fitocenosis limnicas en los sistemas de desembocadura de rios y esteros de Ia ZOTUJ central de Chile (V Region). Valparaiso, IOlp. Tese (Tesis paraoptar a! grado

de Licenciado en Biologia) Facultad de Medicina, Universidad de Valparaiso, Chile, 1984.

LOWE, R.L. 1974. Environmental requirements and pollution tolerance of freshwater diatoms. Cincinnati,

Ohio. Environmental Protection Agency, (Environmental Monitoring Series).

LUCHINI, L. & VERONA, C.A. 1972. Catdlogo de las diatomeas Argentinas. Comisi6n de

Investigacio-nes Cientfficas de la Provincia de Buenos Aires.

MARGALEF, R. 1974. Ecologia. Editorial. Editorial Omega, Barcelona.

MARTAU, L.; AGUIAR, L.W. & CALLEGARO, C.L.M. 1977. Diatonlliceas do rio dos Sinos, Rio Grande do SuI, Brasil. Iheringia. SI§r. Bot. Porto Alegre (22):45-83 .

MULLER-MELCHERS, F.C. & FERRANDO, H.J . 1956. Tl§cnica para el estudio de las diatomeas.

BoImJnst.Oceanogr., Sao Paulo, 7:151-60.

ODUM, E.P. 1972. Ecologia, 3ed. Interamericana. Ml§xico, 639p.

PATRICK, R. 1971. The effects of increasing light and temperature on the struture of diatom communi-ties. Limnol. Oceanogr. , Baltimore, 16(2):405-421.

PATRICK, R. & REIMER, C.W. 1966. The diatoms of the United State; exclusive of Alaska and Hawai.

Philadelphia, Livingsto (Monographs of the Academy of Natural Science of Philadelphia, 13). PATRICK, R. & REIMER, C.W. 1975. The diatoms of the United States; exclusive of Alaska and Hawai.

Philadelphia, Livingston (Monographs of the Academy of Natura! Science of Philadelphia, 13). PERAGALLO, H. & PERAGALLO, M . 1897-1908. Diatomees marines de France et des districts

mariti-mes voisins. MJ. Tampere, Grez-sur-Loing.

PIELOU, E.C. 1975. Ecological diversity. Wiley, New York.

PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal. DMAE. CESB. 1971. 0 rio Guafba, suascaracterfsticasjfsico-qufmicas e bio16gicas. Porto Alegre.

PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal. DMAE. CESB. 1974. Ocorrencia de superpopulafiio de orga-nismos planctt5nicos do rio Guafba e afluentes. Porto Alegre. (DMAE, 11).

PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal. DMAE. CESB. 1976. Analise jfsico-qulmicas e biol6gicas. Porto

Alegre.

PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal. DMAE. CESB. 1978.0 rio Guafba suas caracterfsticasjfsico-qufmicas e bio16gicas. Porto Alegre, 15-359p. (DMAE, 27).

PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal. DMAE. CESB. 1981. A medidda da clorojila "au como (ndice de produtividade primdria no rio Guafba - Porto Alegre. Porto Alegre (DMAE, 32).

SAIZ, F. 1980. Experiencias en el uso de criterios de similitud en el estudio de comunidades. Ar-ch.BioIMed.Exp., 13:387-402.

SANDERS, H.L. 1968. Marine benthic diversity: a comparative study. American Naturalist, 102:243-82.

SCHOEMAN, F .R. 1976. Diatom indicator groups in the assessment of water quality in the Jukskei-Cro-codile River system. (Transvaal, Republic of South Africa).

SCHOEMAN, F.R. 1977. Silica, Nitrogen and Phosphorus requeriments of some Southern Africa Dia-toms. l. Limnol. Soc.

(17)

SI~ONSEN, R. 1979. The diatom system: Ideas on Phylogeny. BaciOaria, 2:9-71.

SLADECEK, V. 1973. System of water quality from the biological point of view. Archiv.fiir Hidrobiolo-gia. p.I-218 (Ergebnisse de Iimnologie).

STOERMER, E.F: 1963. New taxa and new United States records of the diatom genus Neidiwn from West Lake Okoboji, Iowa. Notul. Nat., (358): I -9.

TORGAN, L.C. 1978. Diatom~ceas do rio Guafba, Porto Alegre, Rio Grande do Sui, Brasil. lheringia.

Ser. Bot., Porto Alegre, (23): 19-63.

TORGAN, L.C. 1979. Segunda POta sobre,a flora diatomol6gica das iiguas do Guafba, Porto Alegre, RS. In: SEMANA UNIVERSITARIA GAUCHA DE DEBATES BIOL6GICOS, 16~. Anais. Porto

Ale-gre, SBRGS, P.43-4 (Resumo).

TORGAN, L.C. 1984. Diatom~ceas das praias do Guafba, Rio Grande do SuI. In. SEMINARIO SOBRE

PESQUISA DA LAGOA DOS PATOS, 1~,PortoAlegre,RS.Stimu/a.PortoAlegre,Funda<;aoparao Desenvolvimento de Recursos Hurnanos, p. 129-33.

TORGAN, L.c. & AGUIAR, L.W. 1974. Nota preliminar sobre a flora diatomol6gica do Guafba, RS.ln:

CONGRESSO NACIONAL DE BOTANICA, 25~. Anau. Recife, SBB p.141-2. (Resumo). VAN HEURCK, H. 1880- 1881. Synopru des diatomees de Belgigue; atlas, Edit6 par I' Auteur. Anvers.

V AN LANDINGHAM, S.L. 1964. Some physical and generic aspects of fluctuations in non-marine plan-kton diatom populations. BotRev., 30:437-79.

WERNER, D. ed. 1977. The biology of diatoms. University of California Press, Berkeley. (Botanical

Imagem

Fig.  1.  Posi~o  geograiica do sistema Gualba com as  esta~6es  de amostragem.
Fig.  2.  V~  dos roollCeS  de  mrersidade  (S:  riqueza  de  espOCies.  Js::  iIrI!IIiI:e Idle  lUl!liiulllliidade
Fig.  3.  Especies  abundantes das esta¢&#34;es de coleta  1 e 2,  em um transedo do sistema Gualba
Fig.  4.  Especies  abundantes das esta&lt;;:6es de coleta  1 e 2,  em um transecto do sistema Guafba,  no mes de  novembro de  1975
+3

Referências

Documentos relacionados

Nesta perspectiva, observamos que, após o ingresso dos novos professores inspetores escolares na rede da Secretaria de Estado de Educação, houve um movimento de

Vale ressaltar que, para direcionar os trabalhos da Coordenação Estadual do Projeto, é imprescindível que a mesma elabore seu Planejamento Estratégico, pois para Mintzberg (2006,

Lück (2009) também traz importantes reflexões sobre a cultura e o clima organizacional ao afirmar que escolas possuem personalidades diferentes, embora possam

Fávero (2012) acredita que quando os professores conhecem satisfatoriamente os conceitos fundamentais da reforma, terão mais condições de contribuir para a implantação

De fato, na escola estudada, o projeto foi desenvolvido nos moldes da presença policial na escola quando necessária e palestras para os alunos durante o bimestre,

Na Figura 4.7 está representado 5 segundos dos testes realizados à amostra 4, que tem os elétrodos aplicados na parte inferior do tórax (anterior) e à amostra 2 com elétrodos

The objectives of this article are as follows: (1) to describe the assessment protocol used to outline people with probable dementia in Primary Health Care; (2) to show the

KsR é o valor da tenacidade à fratura no nível I do ensaio "SR" L comprimento do corpo de prova e também ponto definido pela carga correspondente a FL = 0,50 F11 em cima da curva