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Concepção morfológica de fórceps, para intervenção no paciente em posição supina e o operador sentado

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Academic year: 2017

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(1)

BセヲG@

tdLSON 6AL:if AO NARt:SSI

"'

f

-CONCEPÇÃO MORFOLÓGICA DE FÓRCEPS,

PARA INTERVENÇÃO NO PACIENTE EM

POSIÇÃO SUPINA E

I

OPERADOR

SENTADO

Tese apresentada

à

Faculdade de Odontologia do Câmpus de São José dos Campos, do Universidade Estadual Paulista, para o obtenção do título de livre-Docente em Economia Profissional,

(2)

MMMセMセᄋセMᄋᄋᄋMセMMMセᄋセᄋᄋMセMᄋMMMMMMM .. MMセMMMMセセMMML@

I

1

' NARESSl, Wilson Gaivão i

Concepção morfológica de fórceps, para intervenção no j paciente cm posição supina e o operador sentado I Wilson 1

Gaivão Naressi. São JosC dos Campos, 1997. !

169

P-I

, Tese Hlゥカセ」Mdッ」セョ」ゥ。I@ セ@ f。」オャ、。、セ@ de. Odon_tologia, j

Campw:;. de Sao Jm;e dos Campos - UmverSJdade hstadt.w.l

I

Paulista. ,

') ')

l

l. E.ngenharia humana w Odontologia. .... l osturas de 1 trabalho - Odontologia. 3. Desenho 、エセ@ eqUipamento MセG@

Odontologia. 4. Instrumentos dentários.

' i

I

I

(3)

A

Suely, querida esposa,

cuja força de incentivo e entusiasmo de colaboração,

tornaram possível a realização deste trabalho;

Aos nossos filhos, razão de tudo,

Paulo Eduardo, Fernando Augusto e Ano Luísa,

pela compreensão nos momentos em que, mesmo

presente, eu estava abstraído;

Aos meus pais, "in memorian",

modelos de honradez, qualidade esta que,

entre outras, procurei seguir seus passos;

Às minhas irmãs, pelo intenso sentido de família,

(4)

Agradeci mentes

À Faculdade de Odontologia do Câmpus de São José dos

Campos, da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita

Filho", nas expressivas personalidades dos Professores Doutores

José Eduardo Junho de Araújo (Diretor) e Franklin Edgard de

Moura Campos (Vice -Diretor), tenho-os em grande apreço;

Ao Professor Doutor Orlando Campos, meu cara mestre, pela

confiança em mim depositado ao ー・イュゥエゥイセュ・@ ingressar na carreira

universitária, muito me honro e envaidece ter sido seu discípulo;

Aos colegas do Departamento de Odontologia Social, por

relevarem meus momentos de instabllldode de humores tão

naturais nas fases de elaboração de um trabalho deste porte;

À Fabio de Angelis Porto, "ín memorian", admioóvel amigo, por sua

Impressionante capacidade de trobafho e que, com opiniões

(5)

Ao Proli3ssor Doutor Ernesto Pilotto Gc<r<es

oo

Medeiros, rom soo dirâniro

oo

lrobalho e a fon;a

oo

seu perlSOOl<l<lto, constituiu um e>emplo;

Ao Tenente Coronel Engenheiro e Professor M.Sc Marco Antonio

Couto do Nascimento, amiga e Diretor do IERv (Instituto de

Estudos Rvançados/ITA IGA), pela solicitude com que me abriu

as portas dessa conceituada entidade, paro que eu utilizasse

incondicionalmente todos os recursos na elaboração deste

trabalho, meu mufttssimo obrigado;

Ao E11genheiro Calo l'1lessrncto Zcootti Pere, MSc e PhD Aesemher,

p:xceiro nesta llilho

oo

investlg:>Ção cientillro, p:m arde ronlluírcrn oossas

objetÍ1105 romuns

oo

bゥセ。L@ o meu pereoo reronhedi0011to;

Ao Tenente Coronel Glem Peach, Chefe do Divisão do Sutec (Suporte

Témico) do IERv, pela gentileza com que atendeu à nos..<;a solicitação;

Aos Engenheiros Davi Neves e André luis Moreira de Carvalho,

bem como aos Técnicos Antonio Garcia Ramos, Manuel Luiz

Pereira e 1 o Sargento Paulo Cézar, os quals, com sua presteza

impor, viabilizaram a construção do instrumento cirúrgico oro em

(6)

Ao Professor Doutor José furlani, da foculdode de Medicina da

Universidode de São Paulo, Departamento de Anatomia, pela

aplicação das testes de eletromiografia, meu respeito e gratidão;

Às Empresas Embraer (Empresa Brasileiro de Aeronóutica) e

MetaHnox:, e aos Institutos fNPE (Instituto Nocional de Pesquisas

Espaciais), IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e IFI

(Instituto de Fomentos Industriais), par sua valiosa <ontrlbuição

técnica dirigida o esta pesquiso;

Às Bibliotecórios Leila Nevoes e Ângelo de Brito Bellini, pelo

gentileza com que colaboraram

no

elaboração deste trabalho;

Temeroso da omissão de outros nomes igualmente importantes,

à todos que, direta ou indiretamente colaboraram na consecução

deste trabalho, o meu

(7)

"Dai-nos forças, Senhor, para mudar tudo o que

possa e deva ser mudado;

Dai-nos resignação para aceitar o que não

possa ser mudado;

E dai-nos sabedoria para discernir uma coisa

da

outra."

(8)

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS... 8

LISTA DE QUADROS ... ,... ll 1 INTRODUÇÃO... 12

2 REVISÃO DA liTERATURA... 19

3

PROPOSIÇÃO... 46

4 MATERIAl E MÉTODO... 47

5 RESULTADO E DISCUSSÃO... 115

6 CONCLUSÃO... 1 32 7 REFERÊNCIAS BIBUOGRÃFICAS... 140

APÊNDICE 1 ... 163

APÊNDICE 2... ... . . .. .. . .... .. .. . . .. .. .. ... ... . ... ... . . ... . ... . 1 65

RESUMO... . . . 1 66

(9)

Figuro 1

Figuro 2

Figuro 3

Figuro 4

Figura 5

Lista de Figuras

Exodontio de molar inferior direito, no

técnica convencional, tentando trobalhor

sentado: evidencio-se abdução do braço do

operador e acentuado desvio ulnor. ... .

Exodontia de molar inferior direito:

variação do empunhadura do Instrumento.

Operador sentado ... .

Exodontia na sistemático convencional:

operador em pé, paciente sentado ... ..

Exodontio no técnico convencional: detalhe do

postura do mão, com acentuado desvio ulnor ..

Operador sinistro, sentado, utilizando

fórceps convencional em paciente no posição

supino. Acentuado abdução do braço e

des-vio ulnor do mão ... ..

42

43

49

50

(10)

Figura 6

Figuro 7

Figura

8

Figura

9

Figura 10

Figura 11

Figuro 12

Figuro 13

Figura

14

Figuro 15

Detalhe de apreensão de molar inferior,

mostrando aproximação frontal e o pego nos

extremidades dos dedos ... .

Apreensão frontal, mostrando desvio ulnar e

palmar do mão do operador. ... .

Exodontia na técnica convencional:

posição do mão obstruindo o iluminação ...

Postura natural do mão ... ..

Cinético do braço do operador ... .

Posição ergonômica de trabalho: operador

sentado e paciente em posição supina

52

53

54

59

61

(vista lateral)...

63

Posição ergonômico de trabalho: operador

sentado e paciente em posição supino

(visto superior)...

64

Elementos constituintes do Ergofôrceps (EF) ...

68

Detalhe do modelo geométrico do EF:

' I . . .. I

moroo og1o IniCio ... .

78

(11)

Figura 16

Figura 17

Figura 18

Figura 19

Figura 20

Figura 21

Figura

22

Figura

23

figura 24

Detalhe do modelo e resultados da

anó-líse estrutural do EF ... .

Protótipo do modelo do EF ... .

Ergofórceps (EF): concepção morfológica final

Detalhe de apreensão de molar inferior com

94

104

112

o EF (visto óntero-superior)... 113

Detalhe de apreensão de molar inferior com

o EF, evidenciando carreto postura natural

da mão... 114

Teste de apreensão para o fórceps

convencional... 116

Teste de apreensão para o Ef ... . 117

Simulador utilizado na fase experimental

doEF... 119

(12)

Lista de Quadros

Quadro 1 Diagnóstico ergonômico do sistema

h omem-maqu1na ... . ' .

57

Quadro 2 Temperaturas de tratamentos térmicos ("C)

paro o aço AIS! 420 ... .. 91

Quadra 3 Sistemático convencionaL... 12ó

Quadro4 Sistemático proposto... 126

(13)

1 INTRODUÇAO

Desde o despontar da História, o homem vern lutando para

aliviar o fardo de seus esforços diários; considerada a longa

exten-são do percurso feito, seu progresso tem sido constante e seguro

82

(Lehrer ),

Atualmente ッ「ウ・イカ。Mウ・セ@ cada vez ュ。Qウセ@ a im.portância da

adaptação do trabalho ao homem, às suas características e restri-ções, valores e limitações. Busca-se tomar as tarefas menos

peno-sas e, ao

mesmo tempo, mais produtivas. O homem passa a ser en-carado não mais como um complemento do complexo produção,

mas sim como fator básico de seu acionamento (Verdussen141).

A Ergonomia compreende um conjunto de conhecimentos

científicos relativos ao

homem, que

visa

a melhor adaptação das situaçües de trabalho aos trabalhadores; sua prática fundamenta-se

na análise da tarefa, que busca constituir o quadro-diagnóstico dos

pontos

críticos especificos àquele posto de trabalho

(BaiTeira 1\

Ao realizar detem1inado ato ッー・イ。エ￳イゥッセ@ a maioria dos

pro-fissionais preocupa-se

com

o resultado final do trabalho, ou seja,

com o que é feito. Poucos têm desenvolvido habilidades de se pre-ocuparem corn.Q o trabalho está sendo realizado, ou seja, a

autocrí-tica do comportamento pessoal na realização do ato operatório, O

(14)

l3

conhecimento de técnicas que facilitem essa ュオ、。ョ￧Nセ。@

comporta-mental.

A Odontologia, como profissão, teve um f1mtástico desen-volvimento em quase todos os seus diversos segmentos tecno-científicos. No entanto, há casos de inadequação

opera-dor/equipamento/instrumental nesta área (Fakão48, Falcão &

49

Mcgrath ).

Assim, defronta-se na atualidade com o desafio de inovar,

buscando melhor aproveitamento de seus recursos. fsto se faria

rápida e facilmente se fosse apenas questão de tecnologia. O

pro-blema, porém, é operar uma mudança de atitudes no profissional

Cin1rgião Dentista, quanto à sua forma de atuaçào nas diferentes

atividades de um ato operatório, muitas vezes complexas e

inter-dependentes (Bíjellai6, Lino8\ Consequentemente, o Cirurgião

Dentista deve dispor, entre outros, de instmmentos que lhe

permi-tam definir e coordenar o que deve ser feito para que possa atingir com sucesso o objetivo planejado.

Dentro da realídade atual da Odontologia brasileira, há

ne-cessidade de aplicação dos conhecimentos das ciências de

raciona-lização

do trabalho (Ergonomia), com os quais o Cimrgiüo Dentis-ta ainda tem pouca familiaridade.

A adequação operador/equipamento/inst1urnental

frequen-temente não

e

observada no ato operatório, assumindo o

prof1ssío-nal posturas inadequadas de trabalho. Consequentemente, na

exe-cução da tarefa haverá uma somatória de microtraurnatismos que

poderão originar as tccnopatias odontológicas (Djerassi43, Figg53,

(15)

14

A Ergonomia, ciência que trata das interaçôcs dos diferentes cdemcnto.s humanos e materiais, procura detlnir: a divisão de

tare-fas entre operadores, instmmentos e equipamento; as condições de fUncionamento ótinw desse conjunto de elementos e a carg{.l de

b tt d d ((, 1. so L .11 s• '\" 15n)

tra a 10 para ca a opera o r _mm c Jean , av1 e ·, ,.. '1sner .

Definida por \Vely147 como a "aplícaçào das ciéncias

bioló-gicas em conjunto com as ciências. mecânicas para conseguir a melhor adaptação mútua do homem ao seu trabalho, visando a

melhor eficiência e prosperidade

humanan,

a Ergonomia tem vasta

aplicação em todos os ramos da atividade profissionaL

Especificamente em relação à Odontologia, isto é de

extre-ma impmtância, uextre-ma vez que o exercício protissional obriga a um

trabalho físico que exige uma 。、・アオ。￧セ ̄ッ@ a mais perfeita em

rela-ção ao equipamento, sem a qual decorrerão graves prejuízos, quer

sob o ponto de vista de alterações da saúde, quer o económico.

O equacionamento adequado do equipamento

à

comodidade

do trabalho fói salientado por Figg53 que, em investigação

realiza-da entre cirurgiões-dentístas, encontrou alterações, exemplificarealiza-das

por dores costais, modificações posturais e outras decorrências de

condições inadequadas para perfeita execução do trabalho, tais

como o trabalho em pé, com o paciente sentado.

Até há poucas décadas, os equipamentos odontológicos

eram concebidos para o trabalho em pé, com o profissional ã

ffen-te, estando o paciente sentado (Smith13t). Esta postura de trabalho

em pé obriga

à

llexão com rotação e inclinação da coluna verte-bral, determinando o desequilíbrio pélvico, escoliose

compensado-na

(16)

15

A partir dessa concepçàot os instrumentos eram projetados

para a execução da tarefa naquela posição 、エセ@ trabalho.

Contudo, com a evolução da Ergonomia na concepção do

equipamento, ocorreu a mudança da posição de trabalho; o

protis-sional passa a realizar suas açôes na posição sentada coneta, e o paciente na posição supina. pennitindo a visualização díreta do

quadrante a receber a intervenção (Cooper32, Figliolí54 ,

Medei-93 ros ).

5

Anderson relata que os aprimoramentos introduzidos

permitem ao profissional trabalhar conf(lrtavelmente sentado,

po-dendo assumir postura ideal com melhor aproximação do campo

de trabalho. Robinson ll9 afirma que o profissional deve manter a

postura ereta do tronco, mantendo as mãos e os olhos no campo de

intervenção, e que a distância entre a boca do paciente

adequada-mente posicionado e os olhos do profissional deverá ser de 36 a 41 cm.

.A execução de uma tarefa deve ocorrer em condição de saúde,

conforto funcional e eliciência (Wely14\

A análise do trabalho sentado é feita por Nixon104, o qual

afinna que a coxa deve estar paralela ao solo, ou seja, deve haver

um ângulo de 90' entre o fêmur e o conjunto tibia-fibula. Com

isso, o peso corporal estará devidamente distribuído entre a região

sacra!, porção póstero-inferior do fêmur e as tuberosidades

isquí-aís, e a porção plantar dos pés. Entre nós, a média de altura do

as-sento do mocho varia de 39cm (profissional com

aproximadamen-te l,50m de altura) a 45 cm (prolissíonal com aproximadamenaproximadamen-te

(17)

16

Sobre a posição sentada de repouso, Knoplich77 relata que o

corpo se apoia em

so•;-'0

do seu peso no quadrângulo fonnado pelas

tuberosidades isquiais, 34o/O pela região posterior da coxa e 16% pela planta dos pés.

Para que o profissional possa trabalhar nessa situação de conforto funcional, é necessário que a cadeira clínica pennita um

plano médio de trabalho na posição horizontal de aproximadamen-te 86cm, e que 98,6% dos profissionais dentistas poderão trabalhar numa tàixa de Sem aproximadamente. A_ presença de um apoio de cabeça com adequado ajuste vertical. para a inter.:enção com

vi-sualização direta de maxila e mandíbula, vem completar as

carac-terísticas ideais de uma cadeira

dinica

concebida

ergonomicamen-"f &

Eh I. lm "' .

146

wcio'sz)

te t orres - r IC 1 , n1 emert

1 1 ,

A posição supina

1:

aquela em que o paciente está em

de-cúbito dorsal, com a cabeça e os joelhos estando no mesmo nível.

É a posição de descanso natural máximo, oferecendo maior

super-ficie de contato do corpo, aumentando o índice de relaxamento, diminuindo a tensão e, com isto, dificultando movimento

repenti-no do paciente (A.rita et ai. 8).

Nessa posição, o istmo das fauces fica fisio1ogicamente obliterado pois a musculatura supra-hioidéía e a ação da gravidade !racionam a base da língua para baixo, promovendo esta

oblitera-ção. Com isso, tica extremamente dificultada a deglutição, o que

representa um tUtor de segurança contra o perigo de deglutir ou

(18)

vista da irrigação cerebral, isto é muito importante, pois previne a

pré-lipotimiu ou mesmo a lipotimia.

Apesar de contannos com todo o recurso do equipamento

para intervenções em postura 」ッイイ・エ。セ@ alguns atos profissionais

ainda são realizados em postura inconeta, poís o instnnnental não pennite o posicionamento adequado do operador. Um clássico exemplo é a cintrgia exodõntica mediante uso de tl)rceps, cuja concepção destina-se ao trabalho em pé, obrigando o operador a assumir posiçôes ínadequadas do ponto de vista ergonômico.

A maioria dos cirurgiôes-dentistas ainda não está devida-mente conscientizada da necessidade de observar as medidas ade-quadas para proteção contra o cansaço e as doenças originadas pela

prática odontológica inadequada (Djerassi43 , Willee148),

Há estreita relação entre

os

movimentos realizados e a

dura-çáo do ato operatório; assim, o ajuste dos movimentos

é

funda-mental no desenvolvimento de melhores métodos de trabalho,

Mais atenção, pmtanto, deve ser dispensada à integração da

Ergonomia ao projeto de produto. Dessa fonna, inst1umentos e suas sistemáticas de utilização, que forem concebidos levando em consideração as necessidades e limitaçôes humanas, estarão. cer-tamente, melhor adaptados às suas finalidades (Bullinger &

Schmauder24)_

Pelo menos quatro séculos separam os modernos estudos

ergonômicos das pesquisas sobre anatomia, realizadas por

Leonar-do da Vinci. FascinaLeonar-do pela perlbção do corpo humano, da Vinci

(19)

antro-18

pometria, fisiologia, engenharia e psicologia, busca outro tipo de

perfeição: o completo entrosamento entre o homem e seus

instru-94

(20)

2 REVISAO DA LITERATURA

2.1 Aspectos ergonõmit'os relacionados à prática odontol6gica

Discutindo

os

princípios que norteiam o esforço produtivo

máximo com o mínimo de fadiga resultante, Barncs1 1 e Corlett39

definem os mov·imentos relacionados com o uso do corpo

huma-no: n) ambas as mãos devem iniciar e tenninar seus movímentos

no mesmo instante; 2) ambas as mãos não devem permanecer

inativas

simultaneamente,

com exceção aos periodos de descanso;

3) os movimentos dos braços devem ser executados,

simultanea-mente, em

direções

opostas e simétricas; 4) utiliza-se o

movimen-to manual de menor classificação e com o qual executa-se

satisfà-toriamente o trabalho,"

A classificação geral da cinética da mão compreende os

movimentos de: F)

dedos; 2'') dedos c punho; 3º) dedos, punho e

antebraço; 4º) dedos, punho, antebraço e braço; 5º) dedos,

punho,

antebraço, braço e ombro, movimento este implicando mudança de postura.

É

clássico afirmar-se quej em Odontologia, o movimento

ideal é aquele contido até ao nQ 3, ou seja, aquele em que o

pro-Hssional realiza suas tarefas (alcança, move, posicíona, gira,

(21)

coto-20

veios o mais próximo possível do tronco) isto é, que o instrumen-tal e material estejam dentro do chamado "espaço ideal de

apreen--

"

sao.

O movimento n'' 4 é realizado dentro do chamado "espaço

rnáximo de apreensão", ou seja1 exigindo extensão de todo

obra-ço; isto envolve um número adicional de músculos, o que

propi-cia o desencadeamento precoce do processo de fildiga; a repetir-se com frequência, passa a ser francamente agressivo, propiciando

os episódios de artrite ・セ@ postcrionnente, eventual artrose

escápu-lo-umeral.

Knoplich77, Maynard90 e Vink143 destacam a espc'Cial

aten-ção que deve ser dispensada à coluna vertebral: durante o ato

ope-ratório, os

movimemos

de

lateralidade devem

ser

reduzidos

e os

de torção, abolidos.

Desde a utilização adequada de pessoal auxiliar até a

racio-nalízaçào

de técnicas de um lado, e o セ■オウエ・@ âs limitações fisioló-gicas do corpo relativamente aos rnov irnentos dele requeridos,

devem estar presentes no pianejarnento do ato operatório

. sn

(Mederros ).

Para que isto ocorra, algumas condições precisam estar pre-sentes:

2.1.1 equipamento adequado, onde os princípios ergonômicos

tenham sido observados na concepção da cadeira (Anderson5,

Mcdeíros9:', Smíthm); do mocho ( Kilpatríck72, Medeiros'13 •

(22)

21

23 . 97 .J02 . 144

do retletor (Buchs , M•ller , Narcss• , Vtohl ); da mesa atLxiliar e annários-estoque (Kloehn76, Pettit113, Rocha110,

Sin-nett

130);

2.l.2 distribuição racional do equípamento e do instrumental nas

áreas de açào do profíssional e auxiliar (Anderson5, Bamesll,

Green & Lymun63, J-:Iilger6.s, Kunimot,:?"', Lehrer32, Marquart'ss, 89,

Mundeti100, Norrisw5, Pmto115 , Thompson137);

2.1.3 posturas ergonômicas de trabalho (Aaras1, Alexander3, An-5 lO 22 11< . .43 セ@ 47

derson , Assaf , Brettcn , Cruvalho , DJerass• , Erb ,

Fergu-son5\ Figg53j FigiioJi 54

, Fnmsson & \Vínke156, Gaio & Bernar-1 58 ('' &f'' 6 ' H d 165 K'l . k72 K' l c.

c es , Jreen y :)rown ·, ar age et a . , 1 patrtc , Jmme ,x,

Walker74, Langley & Chcraskin80, Laville81, Marquml8,

Míle-96 JOl 116 124 P" 136

rad , Nagle , Pono , Schon , Schuldt k·', Tarasoff" , To-I d e o , m \"'I! 'vi ee , 1sner ___ ; 148

J5ü)

2.1 A manejo adequado de pessoal auxiliar (Anderson5, Brauer & Richardson21, C'-"tstaldi30, Davis Jr41, Ellrlích & Ehrlich46, Froe-1- hJC 57 , rllt , reen -· ('""59 G & l< I o 1n ·, 62 Gren -· k mv , enmx 64 K l y ·, 7' K'l J

pa-, k73 Kl . 75 L k " M d . 93 P

m

I' - l 121

tnc , em , otz ·ar , , e enos , orto , .... os1e o ,

le-r 4 7.

gas' -);

2.1.5 utilização eficiente de ー・ウセ[ッ。j@ auxilíar na função

ínstrumcn-d f, - J'd 'B 11 C & 'ld 71

ta ora e ern unçoes ex pane 1 as (_ arros · · , .astano l"'- en ,

C astro 32 .!) 44 F' I' 1'55 K'J , k73 L k 86 N , &

(23)

22

N aress1 ·, verstree -llB Ü tlü7 , e on , eterson · , orto · · , o m-p Jt l(J9 p \12 p !!7 f{ b<

119

s

l "' 1'h !37 \" lt' 151)

sou , c 10n-, ompson , '"o son _.

\Visner150 afínna que os crítérios de melhora est5o ligados

a cada um dos aspectos negativos da situação de trabalho: assim. a redução da nocividade ou dos aspectos penosos de wn compo-nente de trabalho é sempre desejável. mesmo que pareça menor ao observador externo.

2.2 Aspectos de evolução dos fórceps

Parece ser evidente que o primeiro fórceps que o homem

teve a seu alcance foi aquele que cada um de nós possue, quase que instintivamente, cm sua própría mão, justapondo polegar e

indicador. Assimj as extrações mais remotas foram realizadas

digitalmente (Bobbío 18)<

Na Chína, durante séculos afbra, não foi conhecido outro

instrumento avulsionador a não serem os dedos. Doré45 narra que

todos os dentes eram '"extraídos pelo polegar e indicador da mão direita ou esquerda, conforme o lado do maxilar" Praticava-se na

oficina de um 」。イーゥョエ・ゥイッセ@ durante cinco a seis anos, horas ao día,

avulsionavam-se somente com os dedos, cunhas de madeira ーイッNセ@

gressivamente mais duras, cravadas a golpes de malho cm tábuas grossas e resistentes. Ao final do "curso" passava-se para as cu-nhas de ferro, levemente salitmtes da tábua, Somente então o

(24)

A simples reprodução do aspecto e da açüo dos dedos cm

presa pennitiu, no metal, o protótipo da pinça elementar. há cerca

de 2750 a. C

na

Babilónia. Devido a seu

aspecto

ti"<ígil, de

pouca

robustez, talvez fOsse usada apenas para extrair dentes já luxados,

com grande mobilidade (Boleo19). O paciente era deitado ao chão,

em decúbito dorsal, e

o

operador ficava de joelhos.

Com o advento dos metais dotou-se o homem do fCrro

destinado a tomar-se soberano. Não mais uma frágil pinça, mas

uma

tenaz

constituída sempre

de

um

par

de alavancas

cruzadas,

articuladas e com diferente esquema cinético. Esta tenaz

destina-va-se a segurar o metal incandescente sobre a bigorna) para

pennitir a ação do martelo. Denominava-se "p1:.1ragra セセ@ (pur-tbgo

e agra=agarrar).

O equivalente latino

era

'Jôrceps"

(reduzido

de

','fbrmiceps"

fonnis= quente e capio=pego). Conclue-se que a

"pinça de

fogo", da idade do bronze, deve ter sido o primeiro

ins-tmmento utilizado para a extraçáo dentária (Bobbio 1 8).

No Egito, já em 2.500 a. C faziam-se extrações: os fórceps

apresentavam exata proporção entre as garras e o cabo.

Na India, Sushmta (600 a.C.) cita 121 instrumentos

cirúr-gicos e, entre estes são ilustradas duas tenazes, das quais uma dentaL Este fórceps apresenta garras bifidas nas extremídades

(Bobbio'').

O primeiro fórceps grego de que se tem conhecimento é o

(25)

24

O clássico instnnnento grego para a extração foi o

"odontagra" (odont= dente e agra= agarrar), denomínaçào dada

por Hipócrates (460-355 a.C.).

Aristóteles (384-322 a.C.) descreve um fórceps fonnado

por duas alavancas juntas (Cardoso27).

Os romanos introduziram o primeiro fórceps para raizes, a

"rizagra Bセ@ no inicio do século I D.C.

Com Avicena (980-1037) e Albucassis (916-1012), a

civi-lização árabe elevou a prof1ssão cinirgica a alturas sem

preceden-tes. i\Jbucassis "recomenda destacar toda a gengiva ao redor do dente a ser extraído, seguindo-se a luxação com um iorceps pe-queno. Com o paciente sentado no chào, segurando-lhe firme-mente a cabeça entre os joelhos, o operador, em pé, extraia o dente com um fórceps bem forte, e com tração reta". Achava-se

que os dentes estavam Hfixados nos maxilares como um cravo na

madeira"; porísso, o raciocínio obrigava o operador a adotar essa

posição e esse movimento. Explica ainda que 11

0S instrumentos

devem ser de bom feno indiano e as garras apresentar, na face

interna, urna serrilha como Jima0

• Para a remoção das raizes e

fragmentos ósseos aponta rnais um f,Jrceps pecuJiarl cujas garras

"devem assemelhar-se ao bico da ave que se chama cegonha"

(Bobbio18, Sfasciotti"\

Cabe a i\lbucassis o grande mérito de ter idealizado uma

técnica correta (sindesmotomia, luxaçüo e avulsão) e de ter

aper-feiçoado as hastes do cabo, que, recurvadas extemamente,

(26)

15

No século XV surge na Itália um instrumento de avulsào) o

''pelicanu

1

'; no século XVI surge outro, o

"levrieron.

São instru-mentos diferentes no aspecto e na cinética, pois descobriu-se que

o dente era mais fllcilmente extraído por luxação do que por

tra-ção, segundo seu eixo principal (Boleo'\

Os séculos XV! a XV!Il caracterizam-se, de um lado, por

tentativas de aperfeiçoamento dos fórceps c, de outro, na busta de diferentes meios avulsionadores.

Um instmmento surgido por volta de 1700 fbi a "chave

inglesa" ou "chave de Garengeot1

', cuja morfologia e cinética エoᄋセ@

ram uma derivação do "levriero ".

Nesta época surgiram Piene f'auchard, que. idealizou quatro

fórceps

de

extraordinária originalidade

e

perfeição,

e Antoni<J

Campani, que idealizou oito protótipos bem diferenciados em

suas indicaçôes. Um deles corresponde ao atual

'Yórceps

à

baio-neta" (Casotti2\

O século XIX traz, na sua esteira, dois nomes que se

proje-tarão notavelrm'!nte na Odontologia: o americano Cyms Fay e o

inglês John Tomes. Ambos idealizaram, quase simultaneamente,

os fórceps anatómicos, isto é, Huma série

de

instrumentos

escmpu-losarnente apropriados às exigências anatómicas das 、ゥヲエセイ・ョエ・ウ@

classes de dentes" (fay50). Assim sendo, os fórceps adaptavam-se

perfeitamente ao colo dos dentes, acompanhando com uma

curva-d . I d d - · . (C' h 36

tura as garras a convexH. a e as porçoes coronanas .,o en ,

Moskow99), Apesar da enorme repercussão desses fatos, constata-·

(27)

26

o paciente sentado. Reconhece-se, no entanto, que Fay foi o

in-ventor do fórceps anatómico e Tomes tOi seu apcrtt.":içoador e

di-vulgador (Coombs'\

A primeira alteração introduzida na morfologia dos fór-ceps. já em meados do s6culo XX (I 956), ocorreu na ,i\ustrália. E o -''bico de águia", instrumento para n1oiares interiores e

superio-res, cuja forma é uma variação do fórceps "chfFe de boi", com a

abertura no sentido sagital; estando as garras detf1sadas de 909 do

longo eixo do instrumento e devido

à

sua morfologia ponteaguda.

a porção sobre a superfície do dente fica aumentada.

Ú

interessan-te observar que a abertura desse instmmento

ocone em

seu plano

sagital ( Coombs3\

Uma década depois ( 1967-1974), Hdmann66•67 ídealíza um

conjunto de fórceps para dentes inferioresj os de "trava

deslizan-te", cuja cinética é revolucionária: a aproximação das garras

ocor-re por rnovimentação axial (aproximação do instrumento pela

la-teral da boca, ao invés de frontal), determinando apreensão mais equilibrada em uma porção maior de superfkie do dente e menor

volume de instrumento inserido na boca do paciente, o que fàcili-ta a vísualizaçiio. Outro ponto imporfàcili-tante é que o mecanismo tra-va no momento da apreensão, passando o protlssional a realizar apenas a lwmção e diminuindo) consequentemente, seu esforço.

Nessa mesma época surge o fórceps "rongeur", idealizado

para remover dentes inseridos cm placa óssea densa na superfície

(28)

27

e martelo. Esse fórceps apresenta a garra vestibular alguns

m.ili-metros mais longa que a lingual, o que pennite\ na apreensáo,

destacar a porção óssea, possibilitando a apreensão correta,

per-.. 1 -

"rc·4D

mltm( o a extraçao com pequeno es1orço ,ornem ),

l ,omax 84 d escreve uma tecmca para exo ont.ta, que po e ' < d < d

ser aplicada ern cinugias planejadas para o trabalho sentado e o

paciente em posição supina, porém, cuja utilização ob!iga o

des-. l d P

''l8

N- .• d

-vto u nar a mão. ece· e 1 'aress1 · escrevem uma concepçao

ergonõmica de fórceps, cujo paradigma de empunhadura foi

to-talmente modificado, pennitindo o trabalho sem desvio ulnar da

tnão. Excetuando-se estes, há uma enonne carência, em nosso

meio, de dados ッセェ・エゥカッウ@ que possam auxiliar o profissional na

execução de

tais atos

operatórios

na referida

posição

de

trabalho.

Ê inegável a contribuição que todos esses fórceps, ao longo de

sua evolução, trouxeram à cirurgia. No entant(\ com exceção do referido trabalho de Pece108, o paradigma de sua empunhadura,

que em todos obriga o desvio ulnar da mão, manteve-se intocado

durante todos esses séculos e contraria os princípios ergonômicos

de projeto de instrumentos manuais (Biddle ". Chaffin & An-d ersson -, 34 Ph easant - , utz-J .. n '14 P \ d erson · "" I' ); a em

c Isso,

!' a mm-.

oria quase absoluta sempre lbi projetada para o trabalho em pe,

com o paciente sentado, ctUa execução detmmda posturas que acarretam microtraumatismos, os quais, por sua vez, quando

* + PECE, CA.Z. Conccpçào ergonômica e avaliação de um flm::cp1; odontológico

(29)

somados, podem originar tecnopatiets (Djerassi"n, 56 Kn I" l 77 M"l d96 "f l

! '")

sem , op

IC 1 } 1

era · ,

o elo

,

!,, " , Jgrr·· · F

rans-b '

2.3 Aspectos biomec.ânicos para a concepção do trabalho

ma-nual

ChaHín & Andersson34 afirmam que:

"Apesar do conceito geral de que somente esforços próxi-mos ao limite físico ocasionam lesões músculo-esqueléticas, tem

sido demonstrado que os riscos são igualmente brrandes quando

os esforços são exercidos de fonna frequente ou sustentada,

es-pecialmente em posturas nào ergonômicas,"

Toma,se assim imperiosa a consideração de fatores

biome-cânicos no projeto de espaços de trabalho, ferramentas/máquinas

e ウャセゥ・ュ£エゥ」。ウ@ de realização da tarefa em questão para evitar-se o

trauma.

Sabe-se que a força muscular

e

bastante limitada em certas

posturas e qualquer esfbrço exercido nestas condiçües irá requerer

que os músculos trabalhem próximos ao limite de sua capacidade,

produzindo altas taxas de fhdiga, onde os riscos de lesões crescem

muito quando os esfOrços exigidos são próximos dos máximos voluntários.

No músculo) o processo de f8.diga desenvolve-se com o

(30)

29

podem sustentar contrações isométricas que ultrapassem de 15 a 20% de sua capacidade máxirna sem desenvolverem fadiga. Por-tanto, atividades que favoreçam aparecimento de grande repetição ou esforço continuamente sustentado podem ocasionar dor cróni-ca, inllamação e, por fim, degeneração de tecidos que pode levar à desabilitaçào füncional do membro. Exemplo típico desta

situa-14; ção é o chamado "síndrome do túnel carpa!" (Bwehrenberg···,

Lo--pes & Villanacci 85).

Assim, lica evidente que o projeto de uma tare!à manual

que envolva grande frequência ou sustentação de esforço

muscu-lar deve priorizar a diminuição das cargas extemas requeridas em sua execução e evitar as posições não naturais. Esforços estáticos,

mesmo que exercidos por poucos segundos, devem limitar-se a

valores intêriores a 20% da capacidade muscu1ar máxima para

aquela atividade, ou "longos11 períodos de de-Scanso serão

deman-dados (20-50 vezes o do período de contração).

Por fim, deve-se evidenciar a impo1tància das posturas re-queridas na execuç-ão da tarei"h: as inadequadas (não naturais), geralmente motivadas por incompatibilidade das dimensões do

espaço de trabalhoimáquinalferramenta com a antropometria

in-dividual do operador, frequentemente geram cargas musculares associadas ao processo de fadiga, Assim, toma-se importante para

a concepção do trabalho a recomendação de que os ・ウー。セ@

(31)

:w

2.4 Aspectos biomedinicos e ergonômicos na concepção de

instrumentos manuais de ação cruzada

Acredita-se que a redução das tensões biomecànicas sobre as rnâos, braços e ombros do trabalhador, através da adoção de ferramentas e estratégias de trabalho adequadas, possa incremen-tar a produtividade e qualidade. Isto fica claro diante do fato de que muitos fatores de risco ocupacional estão diretamente

relaci-onados com a morfologia e o método de emprego dos

instmmen-tos (Chaffin & Andersson'\ São comuns índices altos de

inci-dência dos efeitos das lesões por traumas cumulativos em traba-lhos que envolvem o uso repetitívo de instnm:tentos manuais,

es-pecialmente

na

indústria. aumentando

o

absenteismo, diminuindo

a

qualidade

e a

produtividade (Sanders &

McConníck

12\

lnstmmentos manuais aumentam a capacidade de produção humana, estendendo e ampliando as habilidades manípulativas do trabalhador. Essa idéia mostra a importância da seleção e

adapta-ção cuidadusas desses ゥョウエイオュ・ョエッウセ@ o que .. entre outras

implica-ções. relaciona-se com a diminuição do risco de lesões por

trau-mas cumulativos (Ptllz··Anderson118). Esse tipo de lesão, bastante

comum, é resultado de certos tipos de esforços realizados de for-ma frequente e em posições inadequadas! causando deterioração da capacidade funcional e dor, o que gera, por sua vez, o chamado "trauma cumulativo" sobre o sistema músculo-·esquelético da ex-tremidade superior e, em particular. sobre os tecidos da mão e

(32)

J.l

A "ferramenta certa" não é aquela que simplesrncnte é

efi-caz para a tarefa em questão, mas que também é julgada correta

pelo usuário em termos de balanço, peso, forma, vantagem

me-cânica, sensibilidade ao contato e modo de utilização, diminuin-do, portanto, o desenvolvimento do processo de fadiga e tensão tisica acumulada ao longo do dia de trabalho. Felizmente esses

dois critérios podem ser compatibilizados mediante aplicação de

princípios ・イァッョ￵ュゥ」ッウZセ@ fundamentados em evitar altas forças de

contato e carregamento estático, posições extremas ou

inadequa-das inadequa-das articulações, ação repetitiva dos dedos e vibrações

(Putz-Jl9

Anderson ),

Nessa circunstâncía, toma-se importante caracterizar um

instmmento manual tipo fórceps como sendo um instrumento

projetado para ser empunhado, dotado de hastes articuladas

medi-ante um pino, possuindo baixo peso (150-250g.), cuja torça é

ob-tida diretamente do esforço muscular de apreensão da mão, não

implicando vibrações ao usuário e utilizado com luva tipo

cirúr-Do exposto, evidencia-se que a tonna e dimensões de um

instrumento manual, assim como sua e.stratégia de utilização) têm

grande influência no desempenho individual do operador e nas

cargas bjomecânicas resultantes sobre o membro superior.

Ao longo de muitos estudos centrados nos fundamentos

er-gonômicos, foram desenvolvidas linhas gerais de projeto para

concepção de instrumentos manuais, das quais são aplicáveis as

(33)

An-d ersson , 34 l'd t a 10 , M i ac G' regor 87 ,

Sanders & McConnick123):

32

Pheasant114, Putz-Anderson 118,

a) empunhaduras devem ser consideradas como elementos

fundamentais: uma empunhadura devidamente elaborada deve isolar a mão do contato com a superfície do instru,

menta, pennítir seu controle e estabilidade e servir de

in-cremento da vantagem mecânica, enquanto reduzindo o

es-forço requerido e permitindo a participação de todos os de-dos no ato de empunhar. Desde que o propósito de uma

empunhadura é facilitar a transmissão de força do sistema

músculo-esquelético do usuário para o objeto apreendido, torna-se importante ressaltar qoe forças são mais

eficiente-mente transmitidas quando a mão e a empunhadura

intera-gem em compressão do que em lhcção;

b) mínimo esforço muscular: uma vez que os mUseu! os

digitais são pequenos e relativamente

fracos,

deve-se ter

cuidado especial no projeto para diminuição do esforço deles requerido, pois sua capacidade pode ser facilmente excedida;

c) manter o punho reto: a configuração da empunhadura do instmmento deve permitir a manutenção da posição neutra da mão (mão e antebraço alinhados), pois qualquer outra

posição implica menor força de apreensão. Isto

é

particu-larmente importante em tarefas qoe envolvam rotações fre-quentes. São comuns estorços próximos da capacidade

(34)

]]

adequada da empunhadura do instrurnento está

intimamen-te ligí.!da à tan:::tà em questào; caso não seja adequada, o usuário pode desviar-se ou f1etir o punho, saindo de sua posição natural (posição neutra), o que força, dobra e aperta os tendões que passam pelo túnel carpal. Situaçôes que exi-gem frequentes flexões da mào, especialmente desvio ulnar e/ou tlexâo palmar, estão dirctamente relacionadas com te-nossinovites e podem desenvolver a síndrmne de túnel car-pal (trauma causado por lesões no nervo mediano, que

re-sultam na perda da sensibilidade, força de apreensão e até na atrot!a muscular e desabilitação foncional da mão);

d) evitar a abdução do ombro: se o lonnato do instrumento implica desvio extremo do punho, geralmente o usuário irá elevar o braço para reduzir a tensão sobre o punho. Há uma ligação tisiológica entre as tensões biomeciinicas do punho

e a mticulação do ombro. Uma pequena 。「、オセ[ ̄ッL@ até cerca

de 20", a partir da vertical. não irá normalmente criar cargas excessivas sobre o ombro. No entanto, abduções maiores irão aumentar rapidamente os momentos agentes sobre a

articulação. Segundo Chaffin & Andersson34 e Sporrong et

al. 133, se o ângulo de abdução situar-se em torno de 30'\ o

tempo necessário para atingir significante nivel de tàdiga

muscular é superior a três vezes quando a 60° e seis 'v'ezes

quando a 909;

(35)

deve ser mantído baixo (ser facilmente manipulado com

apenas uma das mãos) e seu centro de gravidade deve ser

alinhado com o centro de empunhadura da mão (os

ml..'Iscu-los braquulis não devem ter que corngir problemas de

"balanceamento");

t) utilizar instrumentos com propósito específico:

diti.cil-mente modelos tradicionais de instrumentos são idealditi.cil-mente

adaptáveis a uma tarefa ern particular, mas em geral são

fá-ceis de serem rnodificados. A regra

e

adaptar o instrumento

à

エ。イ・ヲ。セ@ ao invés do operador ter que se adaptar a uma fer-ramenta de uso geral. Se uma ocupação está causando

le-sões por traumas cumulativos, toma-se necesstirio o

repro-jeto de seus instrumentos, considerando não só a tarelà mas

também o trabalhador;

g)

os instmmentos devem ser passíveis de uso por ambas as

nü'ios: instrumentos devem ser simétricos ou f.:'lcilmente al ..

terá veis para o uso tanto por destros quanto por sinistros. A

maioria dos ínstnnnentos

e

disponível apenas para destros_.

embora os sinistros períUçam 9%J da população mundiaL Os

instmmentos que não são adaptáveis criam dificuldades

para os usuários sinistros e desencorajam o uso alternado

com a mão não preferencial, o que muitas vezes poderia

evitar postura'i inadequadas ou m.esmo permitir descanso da

mão mediante revezarnento:

h) manejo grosseiro versus ュ。ョセェッ@ fino: empunhaduras

(36)

35

menos fatigantes, pois requerem menor percentagem do es-forço rnáximo de apreensão para manter o controle do ins-tmmento, permitindo gerar mais força. Para tarefas de

grande precisão, os manejos finos são mais recomendados,

mas de um modo geral devem ser evitados, especialmente

em taretl1s intensas e de longa duração (os músculos

en-volvidos no uso de manejos finos não são geraJmente usa-· dos em posição de boa vantagem mecânica, o que- acelera o

processo de tàdíga);

í) forma coneta ele empunhadum: um desenho adequado da

empunhadura tem grande inl1uência no desempenho do

instrumento. As tarefas que exigem transmissão de maiores

fbrças demandam instrumentos mais robustos, onde a

eli-minação de àngu los vivos e a presença de apoios adequados

são tàtores muito importantes. A forma pode ser ァ・ッュ←エイヲNセ@

ca

(perrnite maior variabilidade de apreensão, é menos

prejudicada pelas diferenças antropmnétrícas individuais,

porém, concentra tensões em alguns pontos da mão e

transmite menos fOrça) e antropommjú (apresenta maior

superfícle de contatoj pennitindo assim rnaior firmeza de apreensão, transmissão de maiores forças, concentração

menor de tensões em comparação à fonna geométrica,

sen-do mais fütigante em trabalhos prolongasen-dos e mais

vantajo-samente usada quando o trabalho é de curta duraçiío);

j) evitar apreensão antropomorfa com encaíxes digitais:

(37)

36

dedos, que tornem rigída den1ais a postura da mão do ッー・セ@

rador, devem ser cuid1dosameme prqjetadas, pois o que pode ser confortável para uma pessoa de tamanho médio,

pode ser extremamente desconfortável para o usuário per-tencente aos percentuais extremos. Força é perdida quando

os dedos são obrigados a trabalhar atàst.ados, além do

con-trole do instnnnento ser prejudicado pela posição inade-quada;

l) medidas adequadas de comprimento de empunhadura: o

tamanho da empunhadura deve estar vinculado às medidas antropométricas da população usuária. Recomenda-se que

não seja inferior a 1 Oümm) pois a palma da mão média tem

aproximadamente este valor. Se não houver razôes de pro-jeto que impeçam, é preferível um comprimento de

ll5-!20nun, o qual confere certo grau de liherdade

a

apreensão.

Empunhaduras pequenas não pennitem que todos os dedos participem da apreensão, podendo também resultar na

compressão da região central palmar, causando isquemia;

esta regíão possui apenas uma fina camada de gordura) sob

a qual passam tendões e importantes vasos sanguíneos e

nervos. A área de contato entre a empunhadura e a mão

deve ser ampla para penn!tir melhor distribuição das forças

e deve ser dirigida para áreas menos sensív'eis, tais como as

regiôes tenar e hipotenar;

(38)

J7

com o tamanho do objeto empunhado. Se a f()rça de

apre-ensão é aplicada através de segmentos distais dos dedos,

como no caso de objetos muito largos, as fbrças resultantes nos tendóes podem chegar a dobrar ou at6 triplicar o valor caso fOsse aplicada através de segmentos mais próximos do

corpo da mão. Reciprocamente, se o objeto for rnuito pe-queno) os dedos não conseguem aplicar efetivamente o es-forço, em patte porque seus músculos flexores ficam ex-tremamente encui1ados, perdendo a capacidade de

contra-ção, /\ssin\ espaços de empunhadura grandes ou pequenos

intluenciam díretamente sobre a força de apreensão

dispo-níveL Recom.enda-se uma disttlncia máxima entre os cabos

de

50-SOmm,

dependendo

da

população usuária, para

ga-rantir uma forte apreensão (Lacôte et al79, Spaulding132)

n) presença de molas de abertura: em instrumentos tipo ali-cates e tesouras, a utilízaçào de abertura automática, via

ュッャ。セ@ evita a utilização dos músculos de abertura da mão

(músculos fracos) além de pressões sobre os tecidos delica-dos de suas faces superior e lateral;

o) cabos não porosos, não escorregadios, não condutivos: superfícies muit.o polidas devem ser evitadas. Materiais tipo

bonachas ou plástícos ev itarn a absorção de substáncjas químicas, s:1o resistentes e não escorregadios, além de bons isolantes ténnicos e elétricos. Borrachas compressíveis

for-necem suficiente fricção

para boa apreensão e são

(39)

)8

perda de calor c consequente redução da temperatura

ma-nual por conduçüo térmica através do contato com o ins-trumento é situação associada ao agravamento de lesôes causadas por trauma cumulativo;

p) considerar diferenças inter-sexuais.· rnulhcres perfazem

aproximadamente 50%, da população mundiaL Além das

diferenças antropornétricas, elas possuem em média 2/3 da

força de apreensão

masculimL

Com o crescente aumento do

número de mulheres no mercado de trabalho, toma-se

ím-portante que os instrumentos assirnilmn essas diferenças.

2.5 Aspectos da cirurgia em Odontologia

A

cirurgia em

o、ッョエッャッァゥ。セ@ por

se

incluir

t-'Iltre

as

ativida-dcs do campo biológico. é um ato altamente dinâmico, onde são

utilizadas diversas estratégias de intervenção com diferentes

al-ternativas de instmmental. As variáveis envolvldas numa

exo-dontia são em grande número e também interdependentes. quadro

este que torna o "período de utilização" de um fórceps uma

gran-deza muito flexível

l\S principais variáveis do ato de cxodontia são:

-condições de implantação do dente;

-seu grau de destruição;

- saúde geral e bucal do paciente (presença!ausencia de

do-ença periodontal);

(40)

)9

Assim, algumas dessas variáveis determinam o tipo de exodontia a ser realizada:

- via alveolar - aquela em que o próprio alvéolo penmte a remoção do dente sem a modificação da loja óssea;

- via extra-alveolar - quando ê necessària a realização de corte na loja óssea para alívio da retenção e posterior re-moção do dente.

No ato cirúrgico, uma das fases mais importantes é a

luxa-ção. セGlオク。イ QQ@ um dente equivale a movimentá-lo lateralmente (não

monorradiculado) ou rotacioná-lo (monorradiculado) (0jala"'6),

Um dente só é realmente resistente durante os primeiros graus de

variação angular de seu eixo original. A movimentação é

a:mpli.a-da até que o dente não ofereça mais resistência; isto geralmente

ocorre

quando seu eixo passa a atingir posições próximas dos 302

de variação angulac A estes níveis ocorre a avulsão por tração, pois o dente já perdeu completamente sua resistência,

Como se pode observar, a etapa limitante no ato cirúrgico é a luxação, Esta pode complicar-se devido a problemas como limi-tação de abenura de boca, espaço inter-oclusal reduzido ou posi-cionamento anormal dos dentes.

Na sistemática convencional mediante a utilização de

f(n-ceps, a cim!tica do ato cirúrgico é caracterizada por ュッカゥュエNセョエッウ@

(41)

4()

esforços nesta mticulação, bem como diminue seu poder de

apre-ensão (Spauldiug13').

A exodontia, 」ッョカ・ョ」ゥッョ。ャュ・ョエ・セ@

e

interpretada como uma

ação ergonomicamente incoueta) dentro do contexto da posição de trabalho em Odontologia. É realizada estando

o

operador em

pé e o paciente sentado. Os fórceps concebidos para essa posição

de trabalho obrigam o profissional a posições muito

desconfortá-veis com tlexão, rotação e inclinação da coluna vertebral,

deter-minando ao longo do tempo o desequilíbrio pélvico, esm liose

compensadora e discartrosc (Toledo"').

Essa postura de trabalho em pé

é

muito agressiva, pois.

as-sociada ao fato de ser praticamente estática, dificulta a hemodi-nâmica dos membros inferiores do operador.

Em exodontia realizada em posição convencional, as

situa-ções mais criticas ocorrem sempre no caso de intervenções em

molares.

A geometria de

um !Orceps

convencional determina

apro-ximação frontal ao local de intervenção. No caso específico de

molares superiores, onde o operador eleva a cadeira do paciente

para permitir a visualização, a apreensão do dente é possível

numa posição alta de todo o braço, o que causa fadiga prematura

e índusive

dores no ombro. São comuns casos de bursites agudas

pelo trabalho com o cotovelo elevado. Saliente-se, ainda, que a

(42)

Quando da realizaçào da exodontia de molares inferiores, observam-se tentativas no sentido de se trabalhar sentado, com o

paciente em posição supina, porém utilizando-se o fórceps con-vencionaL Essas tentatívas são basicamente de duas ordens:

- empunhadura do instrumento na fonna de praxe, o que é altamente prejudicial, pois obriga o operador a profunda abdução do braço, cuja sustentação nessa posição concen-tra esforço na a.ticulação escápulo-umeral. Durante a lu-xação, a maior parte do esforço recaí na articulação car-piana (Figura 1 );

- empunhadura do instmmento em

180º,

isto

é,

ao invés de

empunhá-lo

de ffente se làz no

sentido

oposto; da mesma

maneira, o esforço de luxação estará todo concentrado na

mticulação carpiana, embora haja

melhora

na posição do

(43)

42

(44)

43

(45)

Outra condição negativa que se impõe é que, pelo menos a

nível nacional, os

1\.\rceps

convencionais

são

concebidos

apenas para usuários destros de biotipologia mediana, implicando muitas

vezes uma empunhadura inadequada pam mãos pequenas (Hyde69) e, em especial, para operadores sinistros que mantêm

seu esquema corporal, ou seja, mào preferencial esquerda. Um exemplo típico é o caso especifico de utilização dos fOrceps 18 L

ou R, 」エセェ。@ curvatura de apoio da haste do instnanento írá

com-primir a região central palmar, causando isquemia e outras

decor-' . ·p Ad 118)

rencms

t

utz- · n erson .

Contudo, com a evolução dos estudos em Ergonomia,

ocorreu a mudança de posição de trabalho do cirurgião-dentista.

Este

passa a

realizar suas ações na posição sentada correta e o

pa-ciente em posição supína, permitindo a visualização direta do

quadrante a receber a intervenção. Nessa situação, o profissional

localiza-se nas posições de 9 a 12 h, ou seja, ao lado e atrás do

paciente: isto reduz o esforç.o muscular e circulatório,

especial-mente quando em li e 12 h, pois o braço em ação assume

posi-ções mais próximas ao tronco (Borea20, Rundcrantz122);

vanta-gens semelhantes terá. o operador sinistro, localizando-se nas

po-sições de 12 a 15 h, especialmente quando em 12 a 13 h.

Com a presença cada vez maior do sexo feminino na

pro-fissão odontológica., a preocupação com medidas antropométricas

adequadas permitiu a concepção correta do equipamento 93

(46)

Aprimoramentos introduzidos penn!tem ao profissional

trabalhar confOrtavelmente sentado, podendo assumir a postura ideal com melhor aproxnnação do campo de trabalho

' d 5) ' . P '09 ·d 1· '

(nn erson· .. ,"-\SS!m, ece" 1 ea tzou um torceps, oem como sua

(47)

3 PROPOSIÇ,\0

Este trabalho atém-se ao aperfeiçoamento das intervenções

exodônticas, no que se retere aos aspectos de adequação ergo-nômica de fórceps ao trabalho sentado, com o paciente em

posi-ção supina. Assim, propomo-nos a:

- analisar os esforços de exodontia (compressão, rotação e

tração ), observando o posicionamento de praxe do

opera-dor

,

- determinados os esforços, projetar diversos tipos de fór-ceps, de forma a obter esforços aproximados aos encon-trados com modelos tradicionais;

- construir modelos morfologicamente compatíveis com a

intervenção na postura ergonômica) isto

e,

paciente

supi-no e profissional sentado, para exodontia via alveolar em

(48)

4 MATERIAL E MÉTODO

A primeira etapa do processo de engenharia de sistemas e projetas compreende a identificação da situação.

Assimt procura-se levantar a maior quantidade de infonna-ção possível, permitindo a perfeita definiinfonna-ção do problema\ a aná-lise do meio ambiente e a delimitação da área de atuação.

EÍ importante evidenciar a relevância da tirse de definição do problema pois esta coordena toda a sequência de passos a

se-rem tomados

(Moraes

98).

4.1 Fases do problema:

-

reconhecimento:

corresponde à identíticaçáo dos aspectos mais graves e flagrantes da situação;

-

delimitação:

compreende a seleção e a classificação de di-ferentes aspectos da situação;

-jimnulação: trata de reduzir a situação aos seus aspectos

significativos e solucionáveis.

4.1.1 Reconhecimento do problema

Fonnas e dimensües ínadequadas dos fórceps utilizados em

(49)

postu-48

ras incorretas e movimentação iesíva (especialmente ao punho)

comprometendo a etíciência da operação e resultando fadiga,

al-gias e até mesmo tecnopatía.q,

4. 1.2 Delimitação do problema

Dentro do sistema alvo em estudo e exemplificando as

principais deficiências observadas evidenciam-se as seguintes:

a) interfàciais: postura prejudicial (flexão com torção e

in-clinação da coluna vertebral), em função do componente

acional e do arranjo tisico. Agrava-se em face da

neces-sidade de aproximação ao campo de trabalho e da

reali-zação das atividades. Há ainda uma situação crítica na

vi-suali7"1ÇfuJ

e/ou intervenção em molares (Figlll1JS 3

c

4);

b)

acionais: morfologia desconsidera

a

posição neutra da

mão assim como os ângulos de ataque, caracterizando o

instrumento como deficiente do ponto de vista

biome-cânico, Também aplicação inadequada dos valores

mé-dios

sen1

considerar a adaptação às dimensões das mãos

dos usuários

extremos

(Figuras 5, 6 e 7);

c) informacionais: a postura paciente sentadoíoperador

em

pé, tradicionalmente ensinada nas faculdades de

Odonto-logia em lünçào do tipo do instrumento, diliculta a

vi-sualização e iluminação de certos quadrantes da boca,

em

especial os relativos a dentes posteriores) quando a mão

(50)

49

(51)

FIGURA 4- Exodontia na técnica convencional: detalhe da postura da mão, com acentuado desvio ulnar.

(52)

51

(53)

FIGURA 6- Detalhe de apreensão de molar inferior, mostrando

aprox1rnação fTontal e a pega nas extrenridades dos dedos.

(54)

53

(55)

54

(56)

55

4.2 Sistematização

A Ergonomia não estuda nem homem nem a múquina

iso-ladarnente, não constituindo, pm1anto, capítulo da Antropologia

ou da Engenharia. Caracteriza-se, por ser um sistema aberto

9S

(Moraes '),

4.2. l Caractcrízaçào do sistema homem-máquina PbietLI'!}: cxodontia via alveolar de molares.

Requisitos: a) interfàciais

- posic.íonais: paciente em posição supina e operador senta-do, com braço paralelo ao corpo ( adução) e antebraço pa-ralelo ao solo;

- posturais: ausência de torção, inclinação e flexão da colu-na vertebral, assim como de desvio, extensão e flexão da mão;

b) acionais:

- dimensionais: dimensões adaptáveis aos usuários extre-mos;

- facilidade de apreensão, 。ーイックゥュ。|セ¬ッ@ e ação tanto para

usuários destros ou sínistros, e evitar aplicação de esfOr-ços torcionais sobre o dente;

(57)

acompa-.56

nhando a postura ergonômica da mão dentro dos requisi-tos posicionais);

- em nível paciente, as ganas devem aproxirnar-se num

plano horizontal (plano de movimentação dos dentes

molares é aproximadamente horizontal. dentro dos

re-quisitos posicionais).

- resistência: o instrumento deve ser estmt.uralmente

resis-tente às cargas impostas;

- conservação: materiais não ックゥ、£カ・ゥウセ@ esterilizáveis e de

fiicil limpeza;

c) informacionais: proporcionar bom nível de visualização

(58)

57

Quadro 1.

Diagnóstico ergonõrníco do sistema

homem-máquina

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IXI'ERFAClAl.S p<mçiio em p6 dn

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(59)

58

4.2.2 Ergonomia aph;.-::ada a uma nova sistemática de exodontia 4.2.2.1 Símetria de atos

Analisando a técnica de exodontia, pode-se considerar a

utilização de uma (convencional) ou ambas as mãos simetrica-mente no ato cirúrgico, ou seja, a mào que empunhar o

instrumen-to ficaria vinculada ao lado da boca do paciente em que a

inter-venção está ocorrendo, caracterizando assim uma simetria de atos. Deve-se lembrar que os movimentos exigidos do operador na luxação são muito simples, não necessitando de "grande

preci-são" e/ou perícia de sua mão; isto justifica a não prevalência de esquema corporal (mão preferencial), concorrendo assim para o

S:4 'PS

melhor modo de realizar-se a tarefa (Lomax , Pece', ),

É interessante notar que com a utilização da simetria de

atos há uma equalização dos esforços sobre o corpo do operador,

com consequente diminuiç.ão da carga unHateral

convencionaL

reduzindo o processo de fadiga,

4,2,2,2 Postura ergonómica de apreensão

i\ postura natural da mão (Figura 9), tanto em repouso

quanto em função nilo deve modificar-se, Assim, a concepção da morfologia de um instrumento que promova flexão da articulação

caq1iana, especialmente nas direçôes radial e ulnar, deve ser

e">"i-tada (Biddle''),

(60)

59

Referências

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