ESTUDO DA VIABILIDADE DO TRATAMENTO DE
PACIENTES PORTADORES DE CARCINOMA
EPIDERMÓIDE DE LÁBIO (T1 NOMO) POR MEIO DA
RADIAÇÃO LASER DE DIÓXIDO DE CARBONO (C0
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Tese apresentada
à
Faculdade de Odontologia, Campus de Sao José dosCampos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para
a obtenção do titulo de DOUTOR, pelo Programa de Pós-Graduação em
ODONTOLOGIA, Area de Concentração em Prótese Buco-Maxilo-Facial.
Orientador: Prof. Adj. Walter Domingos Niccoli Filho
Silo José dos Campos
Apresentação gráfica e normalização de acordo com:
BELLINI, A. B.; SILVA, E. A. Manual para elaboração de monografias:
estrutura do trabalho científico. sao José dos Campos: FOSJC/UNESP,
2000. 81p.
SANTOS, M. L. Estudo da viabilidade do tratamento de pacientes portadores de carcinoma epidermóide de lábio (T1 NOMO) por meio da
Aos meus pais, Jurema e Gerson Munhoz, sem os quais
jamais teria conquistado o que hoje me pertence.
Prof. Adjunto Walter Domingos Nlccoii-Filho
Qualquer agradecimento é infimo perto da dimensao de sua
Ao Prof. Adjunto Slgmar de Mello Rode, pela amizade,
colaboração e conselhos que muito me ajudaram nesta caminhada.
Ao Prof. Rolfe Rode, responsável pelo início da
Pós-Graduação na Faculdade de Odontologia de São José dos Campos.
Ao Prof. Titular Antenor Araújo, responsável pelo meu
ingresso na carreira acadêmica.
Ao Prof. Titular José Roberto Sá Lima, por seus
ensinamentos e carinho r.o período em que respondeu pela minha
orientação.
Ao Prof. Dr. José Benedito Oliveira Amorim, que me
recebeu de braços abertos quando da minha transferência para a Disciplina
As
Funcionárias da Seçao de Pós-Graduação, Rosemery deRESUMO ... 06
1 INTRODUÇÃO... 07
2 REVISÃO DA LITERATURA... 14
3 PROPOSIÇÃO... 34
4 MATERIAL E MÉTODOS... 35
5 RESULTADOS ... 45
6 DISCUSSÃO... 52
7 CONCLUSCES... 64
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... .. 66
ANEXO ... 78
APÊNDICE... 79
Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista
"Júlio de Mesquita Filho".
RESUMO
A ausência de uma politica de prevenção adequada transforma as neoplasias da
cavidade oral, que são facilmente detectáveis em seu estagio inicial, numa
patologia quase sempre diagnosticada num estado evolutivo avançado. A
exceçao neste quadro é o carcinoma de lábio, que por características próprias são, em sua maioria, diagnosticados em estágios iniciais. Particularidades
inerentes ao tratamento cirúrgico, que é a terapêutica de escolha, faz com que a
maioria dos cirurgiões optem pela realização da cirurgia sob anestesia geraL No
atual estudo procuramos observar, por meio de avaliação clinica, o beneficio
obtido quando do uso da radiação laser de C02 como ferramenta de diérese na terapêutica cirúrgica desta patologia quando realizada ambulatorialmente.
Selecionamos 9 pacientes portadores de carcinoma epidermóide de lábio inferior
no estádio T1 NOMO e 1 no estádio T2NOMO que foram submetidos a exerése da
neoplasia em ambulatório com u~o da radiação laser de C02, com dose de potência de 7 Watts (1 paciente) e 5 Watts (9 pacientes}. Conclulmos ser a
radiação laser de C02, na dose de 5 Wstts, uma ferramenta extremamente útit
proporcionando um campo cirúrgico exangue, a determinação das margens de
segurança (radicalidade) na ressecção da doença com extremo conforto e
contribui com o princípio oncológico da centripeticidade ao promover o
selamento dos vasos sanguíneos e linfáticos. O resultado funcional e estético
observado nos paclentes submetidos ao tratamento foram de excelente
qualidade.
PALAVRAS-CHAVE: laser de dióxido de carbono, carcinoma epidermóide,
Os carcinomas representam cerca de 95% das
neoplasias malignas da cavidade oral, tendo como lesão
primária a queilite ou queratoses, leucoplasias e eritroplasias
com alto grau de atipias celulares (Brandão & Ferraz', 1989;
Burkhart & Maerker5, 1981; Silverman Junior32, 1990). Os
fatores etiológicos mais comuns são: exposição solar intensa,
infecções virais, aspectos raciais, predisposição genética e/ou
familiar, imunossupressão e imunodeficiência, tipo de
ocupação e tabagismo, sendo que o lábio inferior predomina
como sítio desta lesão (Brandão & Ferraz', 1989; Gooris, et
al.11, 1998; Silverman .lunior32, 1990; Visscher, et al.36, 1998;
Visscher, et ai., 199939). Apesar de bem estudado, a etiologia
não pode ser considerada como um fator isolado, havendo
muitos casos em que a mesma encontra-se na obscuridade.
Para os pesquisadores, claro está, que os carcinomas, assim
como outras lesões malignas, não se desenvolvem como um
processo isolado e sim como somatória de diferentes fatores
etiológicos, somada a predisposição do paciente (Brandão &
Junior33, 1999; Trimas, et al.36, 1997; Visscher & Waal37,
1998; Zide & Adnot ". 1997). A carcinogênese resulta de
fatores de risco exógenos e endógenos que atuam
diferentemente, de modo antagônico ou em sinergismo para
produzir uma alteração epitelial displásica precoce.
Nos estádios iniciais, temos como modalidade de
tratamento a cirurgia (biópsia excisional) e a radioterapia. A
opção pela exérese cirúrgica tem a vantagem de solucionar o
problema rapidamente, além de proporcionar uma visão
imediata da extensão e prognóstico da lesão (Brandão &
Ferraz4, 1989; Gooris, et al.11, 1998; Lo ré 14, 1988; Trimas, et
al36, 1997; Visscher, et al36, 1998).
Não fosse a lesão em
si,
um dos maiores obstáculospara a efetivaçao da cirurgia proposta está na morosidade e
dificuldade de internação do paciente, muito mais em função
das circunstâncias sócio-econômicas, principalmente nos
casos de carcinoma
in situ
sem linfoadenopatia (metástasesloco-regionais) no estádio I. Estes pacientes podem, e devem,
ser operados a nível ambulatorial, pois quanto mais cedo se
efetiva o tratamento, melhor será a recuperação social,
Os problemas suscitados pela interação entre radiação
e matéria estão entre os que mais vêm estimulando as
imaginações dos homens em geral, e dos pesquisadores em
particular. Quando Arquimedes em 212 a.C. concentrou os
raios do sol para queimar a frota que cercava Siracusa, na
verdade agiu como um brilhante precursor da utilização do
instrumento óptico. Entretanto, durante muito tempo, o sol
constituiu a única fonte de luz bastante intensa para
proporcionar uma utilização a grande distância dessa forma de
energia.
O desenvolvimento do (LASER} Light Amp/ification
by
Stimulated Emission of Radiation deu-se a partir de 1917,
quando Albert Einstein estudou a emissão estimulada,
segundo a qual "partlculas" de luz com energia especifica
poderiam estimular determinados elétrons a emitirem radiação
de freqUência igual à radiação incidente.
\Comprovando a teoria de Einstein o físico soviético
Fabrikant, em 1940, observou que a intensidade de luz
poderia ser intensificada através da exploração do fenômeno
Foi após adequado desenvolvimento da teoria quântica,
no período de 1953/1954 que Weber40, 1967; Basov &
Prokhorov', 1967
e
Townes34 , 1965 independentemente,sugeriram o uso da emissão estimulada na amplificação de
microondas (MASER). Em 1958 houveram novos estudos nesta
área com a publicação, por Shalow & Townes31 de um trabalho
sugerindo que os princípios básicos empregados na
amplificação de microondas por emissão estimulada (MASER)
poderiam ser aplicados à amplificaçao da luz (LASER). Este
fato, associado a estudos subsequentes em Teoria Quântica
E!etrodinãmíca, levou os autores ao recebimento do Prêmio
Nobel de física em 1964.
O primeiro laser de rubi operante foi produzido por
Maiman15 em 1960 de acordo com Niccoli Filho" (1995), nos Estados Unidos. Javan et al.13, em 1967, produziu o primeiro
laser continuo de Hélio-Neónio.
No Brasil, os primeiros grupos a usar tal tecnologia
foram os próprios físicos, para fins puramente acadêmicos. O
primeiro registro brasileiro de trabalho experimental com laser
Federal do Rio Grande do Sul, onde foi desenvolvida uma
Dissertação de Mestrado (Nicola21, 1970).
Simultaneamente aos fatos apresentados vários outros
estudos teóricos e experimentais feitos por cientistas de
várias comunidades, contribulram para o estágio aluai do
conhecimento e desenvolvimento dos raios laser. Certamente
muitos outros fatos históricos mereceriam ser aqui citados,
entretanto, por conveniência, limitamo-nos aos fatos
marcantes que interessam a presente pesquisa.
Em resumo, o laser é um raio de luz, portanto,
caracteriza-se primariamente pela cor e intensidade. O que faz
o laser ser diferente da luz comum são certas características e
propriedades importantes, tais como: ser uma fonte de luz
monocromática que pode atingir allissima intensidade, ser
coerente e com brilho intenso, assim como unidirecíonal
(Basov & Prokhorov', 1967; Burkhart·& Maerker5, 1981;
Jagger12, 1971; Javan, et ar''. 1967).
Cada uma destas propriedades, em separado ou em
resultados na área cirúrgica (Gooris, et ai.", 1998; Visscher,
et al.36, 1998; Visscher, et ai., 199939).
Em 1964, Pate123, nos Estados Unidos, trabalhando para
os Laboratórios Bel!, desenvolveu o laser de Dióxido de
Carbono (Nicola 16, 1970). Este laser, apenas três anos após
sua invenção, já se encontrava em fase comercial. Desde
esse momento o laser de C02 tornou-se sede de estudos para
estabelecer-se sua interação com os tecidos vivos (Adrian',
1979; Barak et al.2, 1991; Frame10, 1985; McKenzie16, 1983;
l':'iccoli-Filho & Schubert", 1997; Pick24, 1992; Pick25, 1993;
Pick & Colvard26, 1993; Pick & Pecaro27, 1987; Townes34,
1965).
O laser de C02 abriu perspectivas benéficas para as
cirurgias de remoção de neoplasias benignas e malignas,
principalmente devido suas características intrínsecas que
permitem, ao mesmo tempo que corta o tecido, promove o
selamento dos vasos sangUineos, linfáticos e das terminações
nervosas livres, apresentando resultados satisfatórios como
diminuição do edema e da dor pós-operatórios (Adrian', 1979;
Barak et al2 , 1991; Carvalho8, 2001; Loré", 1988; Maiman",
Pick24, 1992; Pick", 1993; Pick & Colvard26, 1993; Pick &
Pecare", 1987; Rossmann & Cobb 26, 1995; Townes34, 1965).
As respostas à cirurgia a laser de
co,
necessitam deuma maior casuística para afirmar-nos ser esta uma técnica
que realmente substitui a convencional, levando-se em conta,
a relação custo/beneficio e o tempo entre o diagnóstico final e
Em 1979, Adrian1 realizou estudo sobre a resposta dos
tecidos da cavidade oral frente ao laser de C02 , bem como
avaliou a viabilidade de seu uso nas incisões, excisões e
debridamento. O estudo foi realizado em macacos, que
receberam potências de radiação que variaram em 5, 10 e 20
watts na superflcie ventral da llngua, vestibular da mucosa e
da gengiva, por um perlodo de 0,5 segundos por 4 vezes. O
autor concluiu que houve perda epitelial e penetração da
lâmina própria maior que 0,5mm, e com ausência de
sangramento. Foram observadas modificações histológicas em
todos os tecidos examinados, tais como: fragmentação da
queratina, formação de vacúolos e degeneração das células
basais do epitélio. Também foi observado que a radiação
laser, vaporizava O, 1 mm de tecido a cada 5 Watts de aumento
da potência com o tempo de exposição constante e concluiu
que o laser de
co,
era quase completamente absorvido peloEm 1983, McKenzie" relatou que uma das grandes
vantagens do laser de C02 era o fato de existirem poucas
evidências de danos térmicos nos tecidos circunvizinhos. O
dano térmico apresenta interesse devido ao fato de influenciar
na reparação e na possibilidade de infecções pós-operatórias.
O autor observou que os tecidos irradiados com laser de C02
alcançavam no máximo a temperatura de 1 00°C e, a esta
temperatura, a água, que constitui 85% dos tecidos moles,
entrava em ebulição e provocava a ruptura da célula.
Levando-se em conta que a temperatura de denaturação das
proteínas está em torno de 60°C, é razoável supor que ao
atingir-se esta temperatura ocorram danos permanentes aos
tecidos.
Em 1985, Frame 10 relatou duas técnicas para remoção
de patologias de tecidos moles da cavidade oral por meio da
radiação laser de C02 : a excisão e a vaporização. A excisão
permite avaliações histológicas facilitando a confirmação de
diagnósticos e permitindo segurança em relaçao as margens
de ressecção da lesão e, a vaporização apresenta o risco de
não eliminar completamente a lesão, especialmente em áreas
de epitélio queratinizado, o qual apresenta maior resistência a
possui. Segundo o autor estudos clfnicos mostraram que o uso
do laser de
CO,
produziu danos mínimos aos tecidosadjacentes e apresentou um coágulo formado pela
denaturação das protefnas_ A resposta tecidual inflamatória
apresentou-se retardada e poucos miofibroblastos foram
observados o que acabou por determinar uma menor contração
da ferida. A cirurgia a laser apresentou menos sangramento
que a realizada com bisturi convencional, pelo fato dos vasos
sangOineos apresentarem um diâmetro menor que 0,5 mm e
serem espontaneamente selados, oferecendo melhor
visibilidade ao cirurgião. O uso do laser apresentou
desvantagens relacionadas com o atraso na regeneração
epitelial, necessitando de tempo mais longo para
re-epitelização quando comparada com a cirurgia convencional.
Em 1987, Pick & Pecare" publicaram artigo no qual
removeram lesões de tecido mole na cavidade oral, por meio
de biópsias incisionais e excisionais, além de remover micro e
macro carcinomas invasivos. Devido a propriedades de
coagulação do laser de
co,
os resultados foram satisfatórios,principalmente pela quase ausência de sangramento, o que
acabou proporcionando um melhor campo cirúrgico. Foi
laser em coagular, vaporizar ou cortar oferece ao cirurgião
várias opções, além de ser uma alternativa ao bisturi
convenciona!.
Em 1990, McKenzie17 relatou que ao atingir-se a
temperatura de 1 00°C a água celular entra em ebulição e o
vapor resultante causa uma ruptura celular explosiva. No caso
do laser de CO,, que á totalmente absorvido em uma
profundidade que corresponde ao diâmetro de algumas
células, os restos celulares são lançados através da superflcie
do tecido pela força do vapor. O autor descreveu três zonas
de dano térmico nos tecidos irradiados: zona de carbonização,
zona de vacuolização e zona de coagulação.
Barak et ai.' 1991 relataram que o laser de C02
apresentou muitas vantagens quando comparado ao bisturi
convencional, pois ao ser utilizado no modo focado promove o
Corte do tecido, e no modo desfocado vaporiza-o. Segundo os
autores, a habilidade do laser de
co,
de promover oselamento dos vasos sangüfneos durante a cirurgia,
apresentou um significado especial nas cirurgias vasculares
da cavidade oral de crianças. Além da propriedade
diminuição acentuada do edema, dor e desconforto
pós-operatórios.
Tradati et al.35 em 1991 publicaram estudo sobre 51 pacientes portadores de carcinoma da cavidade oral ou de
lábio, tratados em ambulatório, por meio da radiação laser de
C02 , sendo que 39 casos encontravam-se no estágio T1 e,
doze eram recidivas tumorais menores que 2,5cm. A remoção
completa foi obtida em 44 pacientes, enquanto margens de
ressecção comprometidas foram observadas em sete
pacientes, sendo que cinco foram submetidos a um
procedimento maior e dois recusaram nova terapia. Dois dos
39 pacientes que se encontravam no estádio T1 apresentaram
recidivas e seis dos 12 casos já recidivados, apresentaram
nova recidiva. A preservação de longo prazo demonstrou o
aparecimento de 19 casos de segundo tumor primário. Os
autores terminaram por concluir ser a terapêutica por meio da
radiação laser de CO, bem aceita pelos pacientes e de baixo
custo social.
Em 1992, Pick24 relatou que o laser de
co,
trabalhasem cantata com os tecidos, sendo que a luz laser pode incidir
corte e em modo desfocado, promovendo a ablação ou
vaporização. O autor relatou ainda alguns cuidados
necessários quando se opera o laser: proteção ocular para o
operador, paciente e equipe, podendo no caso do laser de C02
utilizar-se dos óculos de segurança claros dos procedimentos
clfnicos normais, evitar instrumentos cirúrgicos que
apresentam alto grau de reflexão, pois podem funcionar como
espelhos refletindo a luz do laser e, especial cuidado quanto à
presença de gases e alguns anestésicos voláteis, pelo fato
destes produtos serem inflamáveis.
Pick25 em 1993 observou que o laser apresenta grande
potencial de aplicação cllnica na odontologia, tais como
biópsias, lesões de lingua, lesões brancas, altas, coagulação,
nas cirurgias de reabertura, remoção de tecido de granulação,
frenectomia, aumento de coroa cllnica, redução de
tuberosidade,
gengivoplastia.
Em 1993,
h i pe rsen s ib i I idade, gengívectomia
e
Pick & Colvard26 descreveram as
propriedades físicas do laser, os tipos de laser disponiveis
para uso em tecidos moles (Nd:YAG e CO,), os efeitos
suas aplicações clínicas. Relataram vantagens, tais como a
ausência de sangramento no ato cirúrgico, edema de menor
monta, menor necessidade de suturas, redução do tempo
cirúrgico e diminuição da sintomatologia dolorosa no
pós-operatório. Devido a sua afinidade pela água consideraram o
laser de C02 ideal para o uso nos tecidos moles da cavidade
oral.
Segundo Cecchini8, 1995, a radiação laser ao incidir em
um tecido, este pode sofrer quatro tipos de processos ópticos:
reflexão, transmissão, dispersão e absorção. Com alta
afinidade pela água, o laser de C02
é
bem absorvido pelostecidos com grande conteúdo de água. Os efeitos causados
pela absorção da radiação laser pelos tecidos podem ser
térmicos (coagulação, vaporização, corte ou carbonização
tecidual)
e
não térmicos (fotoquimicos, elétricos,fotomecânicos, entre outros). Uma vez absorvida a radiação, a
energia do feixe é entregue ao meio que o absorve e pode
fazer com que os átomos ou moléculas vibrem muito
rapidamente, levando a um aumento de temperatura. Os
efeitos térmicos resultam da absorção pelos tecidos da
energia transportada pelo feixe laser e da conversão de
modulada pela condutividade térmica dos tecidos atingidos e
pela vascularização do local. O calor flui do tecido aquecido
pela incidência do feixe de luz laser para os tecidos
circunvizinhos. Este fluxo deve ser minimizado para reduzir o
dano térmico. O aquecimento do tecido depende da densidade
superficial de energia, podendo ocorrer:
a) coagulação: inicia-se quando o aquecimento tecidual
atinge 60°C. Observa-se uma coloração
esbranquiçada causada pela denaturaçao das
prote!nas, em particular do colágeno, que é o
principal componente da matriz tecidual e das
paredes dos vasos sangO!neos. Com aumento da
temperatura desfaz-se a estrutura terciária do
colágeno e, ocorre a contraçao das veias quando a
temperatura é cerca de 70°C e das artérias por volta
de 75°C, ocorrendo então trombose e formação do
coágulo:
b) vaporização: ocorre quando a energia é depositada
de forma rápida e alta o suficiente para aquecer o
celular entra em ebulição levando ao rompimento da
célula e permitindo o escape de vapor e,
c) irradiação: leva a um aumento continuado da
temperatura tecidual sendo que ao atingir
temperaturas entre 300° e 400°C, começa a haver
carbonizaçao do tecido e, acima de 500°C, ocorre a
sublimação do tecido.
Rossmann & Cobb28 em 1995 avaliaram o uso do laser
na periodontia e relataram ser seguro, proporcionar corte
preciso, permitir melhor campo cirúrgico devido ao selamento
dos vasos sangulneos e linfáticos, e reduzir o risco de
transmissão de doenças devido sua capacidade de
esterilização.
Em 1995, Schunke et ai. 29 compararam a reparação de
incisões realizadas com bisturi convencional e laser de
co2
em mucosa de ratos. Relataram que o uso deste laser
proporcionava um melhor campo operatório. Caracterizaram o
a) fase inflamatória ou exudativa: o sangue e a linfa
presentes na ferida cirúrgica iniciaram a reparação.
Células inflamatórias, plaquetas, neutrófilos
polimorfonucleares, monócitos, macrófagos e
linfócitos do coágulo fagocitaram os restos
necróticos, esta fase foi marcada pelo catabolismo;
b) fase proliferativa ou regenerativa: caracterizada por
um aumento da atividade fibroblástica, aceleração da
divisão celular e proliferação dos vasos sangulneos,
com consequente formação de tecido de granulação;
c) fase de reparação: caracterizada pela formação do
tecido conjuntivo, maturação do colágeno e
re-epitelização.
Os autores observaram atraso na reparação das
incisões realizadas com laser quando comparadas àquelas
realizadas com bisturi e discutiram as seguintes explicações
para tal fenômeno:
a) carbonização: o mecanismo de incisão tecidual do
causando ruptura das células. Observações do
pós-operatório imediato revelaram uma ferida em forma
de cratera com as paredes cobertas por tecido
carbonizado conhecido como charr;
b) necrose: o uso do laser provocou uma zona estreita,
normalmente na ordem de 300 a 600~m de necrose
térmica ao redor das margens da ferida. Existiram
evidências de danos endoteliais, trombose de
capilares e pequenas veias reveladas através de
análise imunohistoquímica do tecido necrótico,
revelando também possíveis alterações na
composição da membrana celular, o que podia levar à
reduçao da sua permeabilidade;
c) Infiltrado de células inflamatórias e proliferaçao
capilar: devido a ausência de sangramento na
cirurgia a laser, nao existiu a formaçao de coágulo
por um tempo após a cirurgia, causando atraso no
aparecimento das células inflamatórias e, levando a
uma remoçao mais lenta do material necrótico. O
quando comparada com as feridas que
apresentavam sangramento;
d) formação de tecido de granulação: dependeu
principalmente da atividade dos fibroblastos na
produção dos componentes da matriz extracelular,
devido a diminuição da atividade celular e na
demora da migração dos fibroblastos. A formação do
tecido de granulação também foi mais demorada nas
incisões a laser quando comparada com as
realizadas com bisturi convencional;
e) contração da ferida: devido ao pequeno número de
miofibroblastos presentes nas feridas resultantes da
utilização do laser, observou-se uma menor
contração da ferida;
f) deficiência de fibronectina: o plasma apresentou
grandes quantidades de fibronectina (300~g) que foi
introduzida na ferida pelo sangue. A fibronectina é
uma glicoprotelna fibrilar que interage com as
que a sua falta no inicio do processo seja um dos
fatores mais importantes no atraso da reparação e,
g) reepitelização: outro importante papel da
fibronectina durante a reparação cutânea foi
fornecer o substrato para a migração dos
queranócitos, pois a fibronectina está envolvida na
adesão das células epiteliais no processo de
reepitelização.
Os autores relacionaram o atraso no processo de
reparo com a carbonização das margens da ferida, necrose
térmica, diminuição da atividade dos fibroblastos e formação
do tecido de granulação e o inicio da reepitelização, mas a
principal razão foi a ausência de sangramento e da deposição
de fibronectina do plasma, quando compararam as incisões a
laser com as realizadas com o bisturi.
Visscher et ai. 38 em 1998 publicaram artigo onde
estudaram a evolução tardia e os fatores prognósticos dos
Neste estudo os autores observaram 184 pacientes
submetidos a tratamento cirúrgico por carcinoma espinocelular
de lábio inferior, sendo que 170 se encontravam no estádio
T1 NOMO, 9 no estádio T2NOMO, 1 paciente T1 N1 MO, 1
T2N2MO, 1 T3N1MO, 1 no estádio T4N1MO e 1 T4N2MO.
Na amostra estudada 166 (90,2%) eram masculinos e
18 (9,8%) eram do sexo feminino, as idades variavam de 32 a
98 anos, com média de ô6 anos.
Em 166 pacientes (90,2%) a cirurgia realizada
constituiu-se de uma ressecção em "V" ou "W" com
reconstrução através de sutura primária, nove pacientes
necessitaram de esvaziamento cervical (cinco bilaterais), e
cinco pacientes necessitaram de reconstruções por meio de
retalhos.
Após estudo histológico 93,5% das amostras revelaram
tratar-se de carcinomas bem ou moderadamente diferenciados.
Invasão de vasos venosos foi encontrada em uma amostra e
Em 154 pacientes (83,7%} os exames histológicos das
peças cirúrgicas na.o apresentaram margens comprometidas,
em 22 (12%} as margens cirúrgicas apresentaram quadros de
displasias e em oito pacientes (4,3%} as margens foram
positivas para células malignas. Em nenhum dos pacientes
que apresentaram margens de ressecçao cirúrgicas
comprometidas pelo tumor ou nos pacientes que apresentaram
displasias nestas margens, o tratamento adicional foi
realizado imediatamente.
Ao exame microscópico das nove amostras de
esvaziamento cervical, duas demonstraram acometimento
neoplásico em linfonodos (Tc1 Nc1; Tc2Nc0}, portanto dos
cinco pacientes que apresentavam linfonodos cervicais
clinicamente palpáveis, apenas um, na realidade, tratava-se
de doença metastática.
A recidiva da doença foi definida como aparecimento do
tumor no mesmo local e, num prazo inferior a cinco anos após
a primeira cirurgia. Tumores que apareceram em outro local do
lábio inferior ou após cinco anos do tratamento inicial, foram
Recidiva local foram observados em nove pacientes
(4,9%), sendo que todos se enquadravam no estádio T1cNO
após seguimento, que variou de oito a 58 meses (média de 38
meses). Estas recidivas foram tratadas por meio de ressecção
local em cinco pacientes e radioterapia local nos outros
quatro. A média de tempo de preservação destes pacientes,
após o segundo tratamento, foi de 51 meses (variação de dez
a 84 meses).
Dos oito pacientes que apresentaram margens
cirúrgicas comprometidas pela doença, três apresentaram
recidivas após 58, 72, e 82 meses respectivamente. Dos 22
que apresentaram displasia nas margens de ressecção,
nenhum apresentou recidiva num perlodo de preservação que
variou entre 28 a 137 meses. Contudo em dois destes
pacientes houve o aparecimento de um segundo tumor
primário após 11 e 39 meses respectivamente.
Após revisão da literatura e confrontação com os
resultados deste estudo, os autores concluem que uma
margem de ressecção de 1cm é desejável, contudo de 3 a 5
mm parece ser mais que suficiente; pacientes com câncer de
primário após dez anos, em média e, na queilite actlnica o
estudo microscópico demonstra ser possível encontrar-se
alterações que interessam, desde hlperqueratose até
carcinomas in situ
Embora na literatura alguns estudos preconizem o
tratamento de todo o lábio nos paciente que apresentaram
displasias nas margens cirúrgicas, os autores não
corroboraram com esta idéia. A presença de metástases
regionais neste estudo encontra-se de acordo com outros
estudos da literatura.
A
simples avaliação cllnica da presença de linfonodoscervicais não se constitui num método adequado para
inferirmos a presença de metástases cervicais. O
esvaziamento cervical mostrou-se ineficaz como forma de
erradicação de passiveis metástases cervicais em tumores de
lábio inferior nos estádios T1 e T2, visto serem elas muito
baixas.
Gooris et
a
I. 11 (1998) publicaram estudocompreendendo 85 pacientes portadores de carcinoma
período de vinte ano. O grupo consistia de 79 homens (93%) e
seis mulheres (7%). com média de idade de 66 anos (intervalo:
30- 92 anos).
A maioria dos tumores encontrava-se localizado em
lábio inferior (93%}, sendo que os 7% restantes estavam
distribuídos de maneira equivalente entre lábio superior e
comissura labial. O estadiamento segundo a UICC (Union
lnternationale Centre le Cancer) estava distribuído da
seguinte forma: 55 casos encontravam-se no estádio T1 NOMO,
26 no T2NOMO, e quatro casos no T3NOMO.
Os pacientes foram divididos em dois grupos sendo que
o grupo 1 (66 pacientes) recebeu tratamento exclusivamente
radioterápico, sendo 54 por meio de radioterapia externa e 12
por meio de braquiterapia. O grupo 2 foi tratado por meio de
cirurgia complementada por radioterapia externa (15
pacientes) ou cirurgia complementada por braquíterapia {4
pacientes). A indicação de complementação radioterápica dos
casos cirúrgicos deveu-se a comprovação histológica de
Os autores observaram 36 óbitos no grupo de estudo,
porém somente uma devido a neoplasia em estudo. A taxa de
sobrevida de 5 anos a tu ai é de 94,1 %. Os autores discutem
ser a cirurgia o método mais indicado para os tumores no
estadio T1 NOMO, porém em estadios T2 e T3 eles relatam
melhores resultados estético quando do tratamento por meio
da radioterapia.
Os autores terminam concluindo ser o carcinoma de
lábio uma patologia de tratamento multidisciplinar com
abertura para discussão de novos protocolos. A radioterapia
exclusiva
é
uma importante modalidade de tratamento para ocarcinoma do lábio, porém doses adequadas e padronização
são mandatórias.
Concluem ainda, que ao se tratar tumores de lábio por
meio cirúrgico especial atenção deve ser dada às margens,
com utilização de congelação intraoperatória, com intuito de
diminuir a necessidade de radioterapia pós-operatória,
principalmente nos tumores T1 NOMO.
Em 1999, Visscher et al.37 publicaram artigo
em 256 pacientes portadores de carcinoma de lábio. Noventa
pacientes foram tratados exclusivamente por radioterapia,
enquanto 166 foram tratados por meio da cirurgia. Os critérios
que levaram a escolha do tipo de tratamento não foram claros.
Os autores observaram uma taxa de controle local da
doença e uma taxa de sobrevida semelhante nos dois tipos de
tratamento. Observaram taxa de sobrevida livre da doença
significativamente menor no grupo submetido a tratamento
radioterápico, creditando tal fato a uma maior ocorrência de
metástases locoregional nos pacientes tratados pela
radioterapia. Estudos estatísticos demonstraram haver
tumores com dimensões maiores no grupo tratado com
radioterapia, quando comparado ao grupo cirúrgico. Houve
também diferença estatisticamente significante quando a
variável estudada foi à diferenciação celular, sendo que no
grupo tratado por meio da radioterapia, havia um maior
número de tumores indiferenciadas.
Os autores terminam concluindo que analisando
isoladamente cada uma dentre as múltiplas variáveis
existentes, somente o tamanho do tumor apresenta informação
sobre o prognóstico com significância estatística.
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et~"·'·"~ •
É propósito desta pesquisa avaliar a viabilidade do
tratamento de pacientes portadores de carcinoma primário de
lábio (T1 NOMO} por meio da radiação laser de Dióxido de
Após aprovação deste protocolo pela Comissão de Ética
em Pesquisa Local (processo n° 12/99-PH/CEP) de nossa
Faculdade, foram selecionados dez pacientes encaminhados
aos Departamentos de Biociências e Diagnóstico Bucal e
Periodontia, Cirurgia e Radiologia da Faculdade de
Odontologia de Sao José dos Campos - UNESP, com hipótese
diagnóstica de carcinoma primário de lábio (T1 NOMO). (Anexo
A).
A classificação de estádio usada foi àquela utilizada na
totalidade do mundo ocidental, incluindo o Ministério da Saúde
do Brasil, que foi feita, e é continuamente revisada a vista dos
avanços da ciência, pela lnternational Union Against Cancer.
Esta classificação baseia-se no sistema TNM, ou pTNM. O "T"
refere-se ao tamanho do tumor primário, o "N" refere-se a
presença ou não, ao tamanho e a localização de linfonodos
regionais, e "M" reporta-se a presença ou não de metástases a
A diferença entre a classificação nos sistemas TNM e
pTNM, baseia-se no lato de que a classificação pTNM exige
comprovação histológica, enquanto a TNM baseia-se na
avaliação cllnica.
Excetuando-se um (T2NOMO), todos os outros pacientes
do grupo de estudo toram classificados como T1 NO MO, o que
significa que todos os tumores primários tinham, no máximo,
2cm (T1 ). Nenhum dos pacientes apresentava linfoadenopatias
regionais (NO), nem mP.tâstases à distancia (MO). (Apêndice
A).
Mais que isso, por medida de segurança, usamos a
classificação pTNM ao menos em relação ao tumor primário
(T), pois todos foram confirmados através de exame
histopatológico antes dos procedimentos planejados.
A avaliação histopatológica dos linfonodos regionais
não foi realizada, pois a presença de qualquer
linotoadenopatia regional seria considerada como neoplásico,
independente de sê-lo ou não, e o paciente seria excluido
Com relação às metástases a distância, também não
nos preocupamos, visto que elas não existem sem que hajam
linfonodos regionais comprometidos, o que já eliminaria o
paciente.
O fato de estarmos estudando somente pacientes portadores de
carcinoma epidermóide no estádio I (T1 NOMO), se deve a dois fatos de
extrema relevância, quais sejam: tratamento do estádio I do carcinoma
epidermóide de lábio requer tão somente o tratamento cirúrgico local,
sem necessidade de esvaziamento da cadeia linfática cervical e
radioterapia e, o tratamento do estádio do carcinoma
epidermóide de lábio
é
hoje realizado preferencialmente emambiente hospitalar, sob anestesia geral, estando então
associado a todos os custos hospitalares decorrentes da
ocupação dos escassos Jeitos na nossa sociedade, e dos
riscos inerentes as anestesias gerais.
Todos pacientes foram submetidos aos exames pré~
operatórios de rotina que inclulam hemograma completo,
uréia, creatinina, sódio, potássio, glicemia, coagulograma e
urina L Nos pacientes acima de 50 anos foi incluída uma
Foram realizadas, em todos os pacientes, avaliações
cardiológicas pré-operatórias, feitas pelos cardiologistas da
rede pública do município de Sao José dos Campos, SP.
Todos procedimentos cirúrgicos foram realizados no
período matutino, e sempre se respeitando pelo menos 48
horas de abstinência de álcool e 8 horas do tabaco.
Momentos antes dos procedimentos, os pacientes foram
submetidos a exame tisico, que incluía ausculta cardíaca e
pulmonar, mensuraçao da pressao arterial, freqUência
cardíaca e respiratória e temperatura.
Sinais de broncoespasmo, hipertermia, presença de um
número maior do que cinco extrasístoles por minuto ou
pressao arterial maior que 140 x 90mm Hg, determinaram o
adiamento do procedimento a despeito dos exames
pré-operatórios e da avaliaçao cardiológica serem normais. A
ausência de um acompanhante maior de 18 anos também
implicou no adiamento do procedimento.
Os procedimentos cirúrgicos foram realizados
a) gargarejo com clorexidina a 2% por cinco minutos;
b) lavagem da cavidade oral com NaCI a 0,9%*;
c) posicionamento de campo cirúrgico fenestrado estéril;
d) anestesia local infiltrativa com Xylocalna 2% sem
vaso-constritor** ;
e) incisão da pele em forma de "V" através da radiação
laser de dióxido de carbono (C02 }, observando uma
margem de segurança de no mlnimo 0,5cm;
f) incisão da mucosa oral segundo os mesmos critérios do
item 5;
g) secção da musculatura labial e perioral, por meio da
radiação laser de C02 , de forma a comunicar as
incisões da pele e da mucosa;
* Baxter Hospitalar Lida,, Sê o Paulo
h) retirada da peça cirúrgica;
i) sutura da musculatura oral e labial com pontos separados e
simples, com fio de sutura agulhado de Monocryl 4-0*;
j) sutura da mucosa oral e labial com pontos separados e
simples, com fio de sutura agulhado de Monocryl 4-0;
I) sutura da pele com pontos separados e simples, com fio de
sutura agulhado de Mononylon 4-0*;
m) limpeza da cavidade oral e da pele com soluçao de NaCI a 0,9%.
Após os procedimentos os pacientes permaneceram em
repouso por no mínimo uma hora, sob observação ininterrupta de um
enfermeiro com formação universitária, e a supervisão do cirurgião de
cabeça e pescoço.
O aparelho laser utilizado foi do tipo Dióxido de
Carbono (C02)** com potência variando de 5 a 7 W, focado
• Ethicon, Jonhson & Johnson, Sêo Paulo
para incisão e desfocado para vaporização, em modo continuo
e com aspiração constante da nuvem de fumaça• .
Todos os pacientes, assim como o cirurgião e equipe,
foram protegidos com óculos de segurança e máscaras
apropriadas.
O mesmo exame ffsico realizado momentos antes da
cirurgia, foi realizado no término, 30 minutos, e uma hora após
o procedimento, momento este em que o paciente recebeu
alta.
Os cuidados pós-operatórios tiveram três cuidados
básicos:
a} terapia medicamentosa;
b} retornos para avaliações cllnicas;
c} orientações gerais.
A terapia medicamentosa consistiu de antibioticoterapia
e uso de antiinflamatórios. A antibioticoterapia foi realizada
com cefalosporina de primeira geraçao, e a terapia
antiinflamatória foi realizada através de diclofenaco.
A posologia antibiótica usada foi de 500mg por via oral
a cada seis horas, por um perlodo de sete dias. A posologia
antiinflamatória com os diclofenacos foi de 50mg a cada oito
horas, por via oral, enquanto persistisse o quadro álgico .
.
Os retornos para avaliações cllnicas foram realizados a
cada dois dias até a retirada dos pontos, a cada sete dias até
completar um mês de pós-operatório, trimestrais até o quinto
ano, e semestrais pelo resto da vida como a conhecemos.
Todos os casos foram fotografados no pré-operatório,
pós-operatório imediato e todas as vezes que o paciente
compareceu para controle.
As orientações gerais abrangeram a técnica de
escavação dos dentes e/ou cuidados com aparelhos
protéticos, o uso de colutórios ou peróxido de hidrogênio como
em sua porçao dérmica através de água e sabonetes de pH
neutro.
Além destas orientações, os pacientes foram
informados, nao só dos efeitos colaterais, reações adversas e
das possíveis idiossincrasias da terapia medicamentosa, mas
também das atitudes a serem tomadas perante estes quadros.
Todos procedimentos cllnicos e cirúrgicos, a exceção
da avaliação cardiológica e da análise histopatológica, foram
realizados conjuntamente pelo professor orientado e pelo
orientador.
Embora, sabidamente, a lesao tecidual da radiaçao
laser ser de menor extensão que a causada pelo mais
moderno eletrocautério convencional, a avaliação do
comprometimento neoplásico das margens de ressecção do
tumor, seguiram os mesmos critérios histológicos usados pelos
patologistas quando analisam os tumores que toram extirpados
com uso do bisturi elétrico, como por exemplo, freqüentemente
acontece nos esvaziamentos cervicais, ou nas cirurgias de
"pu// trought". Segundo estes critérios, o patologista
pela radiaçao laser, e só considerou a ressecçao tumoral
completa, quando não foram observadas células neoplásicas
nas bordas mais externas da peça cirúrgica, que podia ser
analisada com segurança.
Cabe ressaltar que a preservação foi feita mediante
Após a proservaçao da área irradiada, nossos resultados
não demonstraram sinais e/ou sintomas de morbidade em
nenhum paciente operado.
Observamos no primeiro paciente de nossa série que a
potência de 7 Watts resultou em deiscência evidente no 10°
dia de pós-operatório, o que pode ser resultado de uma falta
de aperte sangOineo necessário para a reparaçao, já que o
laser de C02 tem a caracteristica de obliterar vasos de até
0,5mm (Figuras 1 a 4). Neste paciente fez-se necessário o
avivamento das borda~ da ferida irradiada e nova sutura,
manobra esta que mostrou ser suficiente para levar a um
reparo satisfatório sem nenhuma seqUela (Figura 5 e 6).
Após este fato, optamos por usar uma dose de potência
de 5 Watts, que mostrou ser a mais adequada tendo em vista
que nao obtivemos mais nenhum caso com sinais de
diminuição do aperte sangOineo locoregional de intensidade
entao a ser a dose de potência de eleiçao em todas as nove
cirurgias subseqUentes.
No trans-operatório, independente da potência utilizada,
observamos extensas áreas de carbonizaçao em toda a
extensao do leito remanescente, devido a vaporizaçao do
tecido, carbonizaçao esta que não influenciou a resposta
reparativa de longo prazo. Isto permite concluir que, apesar do
posslvel atraso inicial na cronologia de reparo, a preservação
nao mostrou, clinicamente, nenhuma perturbaçao na
cicatrização tardia, sendo o reparo compatlvel com os padroes
de normalidade observ~dos em pacientes submetidos a mesma
seqUência operatória quando da cirurgia com bisturi
convencional. Mesmo assim, nos pacientes em que julgamos
que o leito apresentava-se muito exangue, provocamos um
pequeno sangramento antes de iniciarmos a sutura (Figuras 7
a
20).Outro aspecto clínico importante foi a quase ausência de
edema. Este sinal clínico foi desprezível em todo período
pós-operatório, exceçao, por motivos óbvios, no paciente número
Quanto a sintoma doloroso, os pacientes de dois a dez
não relataram episódios dolorosos que tornassem necessário
a prescrição de drogas mais potentes que as discriminadas na
metodologia. Talvez o menor trauma tecidual proporcionado
pela radiação laser de dióxido de carbono tenha sido o
principal fator da pequena utilização de antiinflamatórios no
pós-operatório.
Com preservação variando de dois a cinco anos, nossos
pacientes não apresentaram sinais e/ou sintomas de recidiva,
sendo que um paciente foi submetido a gastrectomia por
adenocarcinoma gástrico, patologia esta classificada como um
segundo tumor primário, não apenas por tratar-se de um sitio
totalmente diverso como por ser uma neoplasia de tipo
histológico diferente.
O resultado funcional e estético obtidos com o
tratamento dos carcinomas epídermoides de lábio inferior em
nossa série de pacientes mostraram-se plenamente
FIGURA 1- Paciente 1: pré-operatório FIGURA 2- Paciente 1: trans-operatório
FIGURA 3-Paciente 1: pós-operatório (sete dias) FIGURA 4- Paciente 1: deiscência
FIGURA 7- Paciente 2: pré-operatório FIGURA 8- Paciente 2: limites da incisão
FIGURA 9- Paciente 2: trans-operatório FIGURA 1 O- Paciente 2: pós-operatório
FIGURA 12- Paciente 3: pré-operatório FIGURA 13- Paciente 3:trans-operatório
FIGURA 16- Paciente 4: pré-operatório FIGURA 17- Paciente 4: limites da incisão
FIGURA 18- Paciente 4: trans-operatório FIGURA 19- Paciente 4: pós-operatório
Com o advento da radiaçao laser e sua conseqüente
utilização nas disciplinas afeitas a saúde, uma infinidade de
trabalhos surgiram na literatura. Tal fato por vezes despertou
e ainda desperta expectativas errõneas acerca das
possibilidades de seu uso tanto na propedêutica, quanto na
terapêutica.
Em nosso estudo deixamos claro ser a radiaçao laser
tão somente uma nova e importante ferramenta a ser utilizada
no processo que constitui a terapêutica cirúrgica de
carcinomas epidermóides de lábio inferior.
Limitamos nossa metodologia
a
carcinomasepidermóides de lábio inferior devido ao fato de ser este o tipo
histológico mais comum, e esta a localização a mais freqüente
(Brandao & Ferraz', 1989; Burkhart & Maerker'. 1981;
Cecchini8, 1995; Silverman Junior32, 1990; Trimas et ai. 36,
1997; Visscher & Waal37
O estadiamento da doença definida em nossa
metodologia foi T1 NOMO/T2NOMO, devido ao fato da literatura
médica, e os protocolos de tratamento do câncer de cabeça e
pescoço dos grandes serviços, serem concordantes quanto ao
tratamento cirúrgico local exclusivo, como o padrao ouro
nestes casos (Brandao & Ferraz•, 1989; Burkhart & Maerker5. 1981; Carvalho7, 2001; Cecchini8 1995; Loré14, 1988; Shalow
& Townes31, 1958; Silverman Junior32, 1990; Townes34, 1965;
Tradati et al.35, 1991; Trimas et al36, 1997; Visscher et al.36,
1998; Weber40, 1967).
Tumores maiores que 4cm (T3) ou presença de
adenopatia metastática locoregional (N1, N2, N3), necessitam
de terapias combinadas que associam cirurgias de grande
porte (esvaziamentos cervicais radicais ou modificados) com
complementação radioterápica e por vezes quimioterápica
(Brandão & Ferraz•, 1989; Burkhart & Maerker'. 1981;
Cecchini8, 1995; Gooris et al.11, 1998; Shalow & Townes31,
1958; Silverman Junior", 1990; Visscher et ai", 1998).
Todos exames oré-operatórios solicitados aos nossos
sendo que quatro pacientes foram classificados como ASA 11
em suas avaliaçoes cardiológicas pré-operatórias.
Apesar do perfil dos pacientes acometidos por
neoplasias da cabeça e do pescoço ser consagrado na
literatura (Brandão & Ferraz', 1989; Burkhart & Maerkers
1981; Cecchini8, 1995) (Anexo 11). uma anamnese e um exame
físico criterioso, quando realizado por profissionais
experientes, reduz a necessidade de exames laboratoriais ao
hematócrito, dosagem de hemoglobina, tempo de sangramento
e coagulação (Hb/Ht e Ts/Tc) naqueles pacientes que não
apresentem alterações em seus exames cllnicos.
Nossos pacientes foram submetidos a uma bateria
maior de exames, pois foram preparados como se fossem ser
submetidos ao procedimento sob anestesia geral. Optamos por
esta atitude por tratar-se de um grupo de estudo e, diante de
eventuais complicações, estarlamos preparados para
transferência do paciente para ambiente hospitalar e a
complementação terapêutica sob anestesia geral seria
posslvel assim que o periodo de jejum de oito horas fosse
Em nenhum paciente que foi objeto deste estudo foi
necessário a utilização de mais 2, 7ml de xylocalna à 2%, o
que representa um volume bem abaixo das doses máximas
seguras, mesmo quando considerados pacientes com
cardiopatias ou nefropatia• severas. Nenhum dos pacientes
relatou qualquer intercorrência, como por exemplo,
palpitações, dispnéia, lipotímia, náusea, sudorese, durante o
ato anestésico.
Embora seja passivei a realização da ressecção dos
tumores de lábios com estádio I em ambulatório, mesmo sem a
utilização da radiação laser (Townes", 1965; Weber", 1967),
a grande maioria dos autores optam pela realização de tal
procedimento sob anestesia geral (Brandão & Ferraz', 1989;
Cecchini8, 1995; Loré14, 1988; Schünke et al.29, 1995; Shalow
& Townes31, 1958; Trimas et al.36, 1997; Visscher et al.38,
1998). A justificativa para tal fato é embasada por diversas
circunstâncias próprias aos procedimentos cirúrgicos desta
região.
Por serem os lábios extremamente vascularizados e
compostos por um grande número de músculos, a cirurgia com
freqUentemente incompatível com procedimento ambulatorial,
o que acaba por angustiar tanto profissional com paciente.
Mesmo usando-se eletrocautérios a cirurgia para
ressecção dos tumores labiais realizadas com anestesia local
traz grande desconforto para os pacientes e para
profissionais. A estimulação elélrica causada pelo
eletrocautério causa potentes contraçoes musculares que são
extremamente desconfortáveis ~ acabam por aumentar seus
graus de ansiedade.
Estas potentes contraçoes também trazem problemas
técnicos para o cirurgião, pois dificulta a determinação mais
acurada das margens de segurança para ressecção dos
tumores.
O uso da radiação laser como alternativa ao bisturi
convencional, traz grande vantagem, pois provoca o selamento
de vasos sangulneos de até 0.5mm no exalo em que realiza a
diérese dos tecidos, o que acaba por propordonar um campo
operatório limpo (Barak et ai. 2, 1991; Basov & Prokhrov3,
1967; Frame 10, 1985; McKenzie 16, 1983; McKenzie 17, 1990;
Outra grande vantagem do uso da radiação laser como
ferramenta cirúrgica deve-se ao fato desta radiação, ao
contrário dos eletrocautérios, não desencadear contrações
musculares, visto ser um feixe luminoso e não um estímulo
elétrico. Essa particularidade permite uma boa delimitação das
margens de segurança para ressecção dos tumores, porque
permite uma incisão linear em todos os tecidos, sendo que
estes tecidos permanecem estáticos durante todo
procedimento.
Os principies da cirurgia oncológica, que são a
radicalidade, centripeticidade e reconstrução imediata do
defeito cirúrgico, sempre que passivei, também não são
afetados de maneira prejudicial, sendo alguns destes
principias inclusive beneficiados quando do uso da radiação
laser (Brandão & Ferraz•, 1989; Cecchini6
, 1995).
O principio da radicalidad (Brandão & Ferraz•, 1989;
Cecchini', 1995) se beneficia quando o cirurgião não tem que
realizar o procedimento num campo operatório hemorrágico,
como ocorre quando do uso do bisturi convencional, nem se
defrontar com os fortes espasmos musculares quando do uso
que se apresenta ao cirurgião quando o campo cirúrgico é
exangue e estático, permitindo avaliar momento a momento a
adequação das margens de ressecção tumoral o que é a
garantia, clinica, da radicalidade.
O princípio da centripeticidade define que as
ressecçoes de tumores malignos devem ser realizados de
maneira centripeta, ou seja, da periferia em toda sua volta
para o centro, representado pelo tumor primário radicalidad
(Brandão & Ferraz', 1989; Cecchini6, 1995), também é
beneficiado com o uso da radiação laser.
A intenção deste principio
é
que se liguem todos vasoslinfáticos e sangulneos para somente então manusearmos a
massa tumoral. A obediência a este princípio evita que a
manipulação do tecido tumoral seja um fator de disseminação
neoplásica por via linfática, o que pode acarretar recidivas
e/ou metástases em linfonodos cervicais, bem como sua
disseminação hematogênica (Brandão & Ferraz', 1989;
Cecchini6, 1995).
O sistema linfático é a grande via de disseminação dos
exatamente por isso que mais de 90% das metástases destes
tumores são locoregionais e tratadas por meio dos
esvaziamentos cervicais (Brandão & Ferraz•, 1989; Cecchini6 ,
1995; Schünke et ai. 29, 1995; Shalow & Townes31, 1958;
Trimas et al.36, 1997).
A radiação laser ao selar os vasos linfáticos, de
maneira semelhante ao que realiza com os vasos sangufneos
(McKenzie 16, 1983; McKenzie 17, 1990; Niccoli-Filho &
Schubert", 1997; Niccoli-Filho20, 1999; Townes34, 1964),
contribui para o principio da centripeticidade (Brandão &
Ferraz4, 1989; Cecchini8, 1995; Lo ré 14 1988; Shalow & Townes31, 1958), evitando assim a disseminação tanto linfática
como hematogênica de células neoplásicas que possam vir a
se desprender quando da manipulação da massa tumoral.
A radiação laser em nada interfere na possibilidade da
reconstrução imediata do defeito cirúrgico nestes pacientes,
sendo este outro principio das cirurgias oncológicas
(Cecchini6, 1995).
Com relação a este principio notamos em nosso estudo
nossa série, revelou-se exagerada, o que acabou por
determinar uma área de carbonização com tal espessura que
aumentou muito o tempo necessário para a neoformação
vascular, evento fundamental para cicatrização (Campbel6,
1998; Nicola", 1970; Pick & Colvard26, 1993; Rossmann &
Cobb28
, 1995). Neste paciente a retirada dos pontos cirúrgicos
no 14' dia de pós-operatório foi seguida de deiscência da
ferida dois dias após, que foi tratada com reavivamento de
partes das extremidades da ferida e com nova sutura.
Devemos lembrar que a utilização da radiaçao laser de
C02 como ferramenta para diérese de tecidos
vivos,
causa um processo de carbonização das bordas cirúrgicas que retarda oprocesso cicatricial sem interferir, contudo, na cicatrização de
longo prazo, na qualidade estética, e na força que é capaz de
suportar a ferida no pós-operatório tardio (Campbel6, 1998;
Nicola21
, 1970; Pick & Colvard26, 1993; Rossmann & Cobb28,
1995).
Em nosso grupo tratado a diminuição da dose de
potência para 5 Watts e a retirada dos pontos no 14' dia de
qualquer prejulzo das qualidades observadas com o uso da
radiação laser de
co,.
Como nenhum dos pacientes relatou história prévia de
alergia ao diclofenaco, nem história gástrica que
contra-indicasse o seu uso, este foi o antiinflamatório prescrito a
todos os pacientes. Nenhum deles utilizou mais que 4
comprimidos nos primeiros 1 O dias de pós-operatório, o que
corrobora com a literatura que cita a radiação laser de CO,
como uma ferramenta que promove menor destruição tecidual
que as técnicas cirúrgicas convencionais promovendo menor
liberação de prostaglandinas o que acarreta menor dor no
pós-operatório (Adrian', 1979; Barak et ai.', 1991; Basov &
Prokhrov3
, 1967; Campbell6, 1998; Patel23, 1964; Pick &
Colvard26, 1993; Pick & Pecaro27, 1987; Rossmann & Cobe28,
1995).
O edema observado clinicamente com 48 horas de
pós-operatório teve avaliação classificada como desprezlvel em
sete pacientes e leve em três.
Nenhum dos pacientes deste estudo apresentou quadro
que apresentou deiscência, esta não motivada por quadro
infeccioso e sim por dose de energia excessiva de radiação.
O procedimento cirúrgico realizado nos pacientes
tratados mostrou-se plenamente viável de ser feito em
ambulatório, com grande conforto tanto para paciente como
para o profissional, o volume anestésico, o tempo cirúrgico, o
sangramento intraoperatório, e a ausência de qualquer tipo de
complicação quando utilizamos a potência de 5 Watts, nos
permite afirmar que a radiação laser de C02 é uma ferramenta
de extrema eficácia no tratamento dos carcinomas de lábio no
estágio T1 N1 MO.
Esta tecnologia aplicada neste grupo de pacientes
diminui o custo de seu tratamento e elimina a necessidade de
internações hospitalares, o que em nosso meio pode significar
a diferença entre um tratamento simples de baixo custo e
curativo, ou um tratamento extremamente oneroso, mutilante e
paliativo.
Dentro da nossa proposição podemos afirmar que os
preocupação, que
é
a busca incessante do bem estar físico,Dentro da metodologia proposta e dos resultados
obtidos, julgamos poder concluir qu~:
a) a radiação laser de dióxido de carbono (C02 ) é uma
ferramenta cirúrgica extremamente eficaz no
tratamento do carcinoma primário de lábio;
b) a potência de 5 Watts mostrou-se eficaz na remoção
das neoplasias tratadas, permitindo um campo
cirúrgico exangue;
c) a radiação laser de dióxido de carbono (CO,) não só
demonstrou não interferir nos principias da cirurgia
oncológica, como também pode beneficiar algum
destes princípios, tais como a radicalidade e a
d} a realizaçao da cirurgia proposta em ambulatório
demonstrou ser perfeitamente exeqüivel e segura, o
que representa um maior conforto a um menor custo;
e} O resultado funcional e estético da terapêutica
cirúrgica do carcinoma epidermóide de lábio inferior
por meio da radiaçao laser de