SÉRGIO DE MIRANDA PENA
RELAÇÃO METIONINA MAIS CISTINA DIGESTÍVEL: LISINA
DIGESTÍVEL EM DIETAS SUPLEMENTADAS COM RACTOPAMINA
PARA SUÍNOS EM TERMINAÇÃO
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2007
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da UFV
T
Pena, Sérgio de Miranda, 1980-
P397r
Relação metionina mais cistina digestível : lisina
2007
digestível em dietas suplementadas com ractopamina para
suínos em terminação / Sérgio de Miranda Pena.
– Viçosa, MG , 2007.
xvi, 58f. : il. ; 29cm.
Inclui apêndice.
Orientador: Darci Clementino Lopes.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de
Viçosa.
Inclui bibliografia.
1. Suíno - Nutrição. 2. Aminoácidos na nutrição animal.
3. Suíno - Alimentação e rações. 4. Ractopamina. 5. Suíno
- Carcaças. 6. Suíno - Pesos e medidas. 7. Carne de porco
- Teor de colesterol. I. Universidade Federal de Viçosa.
II.Título.
SÉRGIO DE MIRANDA PENA
RELAÇÃO METIONINA MAIS CISTINA DIGESTÍVEL: LISINA
DIGESTÍVEL EM DIETAS SUPLEMENTADAS COM RACTOPAMINA
PARA SUÍNOS EM TERMINAÇÃO
APROVADA: 27 de fevereiro de 2007.
Pesq. Francisco Carlos de O. Silva
Prof. Paulo César Brustolini
Prof. Horácio Santiago Rostagno
(Co-Orientador)
Prof. Juarez Lopes Donzele
(Co-Orientador)
Prof. Darci Clementino Lopes
(Orientador)
DEDICATÓRIA
A DEUS,
Aos meus pais Nilcio José Pena e Maria das Graças de Miranda Pena pelo
empenho e dedicação para me educar.
Às minhas irmãs Graciane de Miranda Pena e Márcia Regina de Miranda
Pena pela presença e amizade.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Viçosa (UFV), pela oportunidade de realização
do curso e por incentivar a pesquisa.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) pela concessão da bolsa de estudo.
Ao Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da UFV,
pelo apoio e competência.
À Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) pela
parceria na realização deste trabalho.
Ao Frigorífico Industrial Vale do Piranga (FRIVAP) pela autorização de
acompanhamento do abate e fornecimento dos resultados.
À Elanco Saúde Animal pela parceria e confiança.
Ao Departamento de Ciência de Alimentos da Faculdade de Engenharia de
Alimentos da Universidade Estadual de Campinas - F.E.A. – UNICAMP, em
especial a professora Neura Bragagnolo pelas análises laboratoriais.
Ao professor Darci Clementino Lopes, pela amizade, oportunidade,
confiança e ensinamentos.
Ao professor Horácio Santiago Rostagno pelo profissionalismo,
competência e valiosas sugestões.
Ao pesquisador da EPAMIG Francisco Carlos de Oliveira Silva pela
amizade, seriedade e sugestões.
A todos os funcionários da EPAMIG que participaram de alguma forma da
realização deste trabalho, em especial ao Carlos (Salame) pelo trabalho e
dedicação.
À minha avó Maria Madalena pelo exemplo de amor a vida.
Ao meu primo Adriano pela amizade, determinação e superação.
À dona Zina, Luciano e Neta pela amizade e tempo de hospedagem em
Oratórios.
Aos estudantes de pós-graduação Anderson Corassa, Letícia, Fabrício
Santos, Gonzalo, Carlos (Carlão), Fellipe Barbosa, Arele, Débora, Márcia
(Marcinha) e Alfredo pela amizade e apoio.
À bolsista de iniciação científica Eriane pela colaboração na realização do
experimento.
Ao doutor Alexandre de Oliveira Teixeira “Tatu, PC” pelos ensinamentos
e oportunidade na época de bolsista de iniciação científica.
BIOGRAFIA
SÉRGIO DE MIRANDA PENA, filho de Nilcio José
Pena e Maria das
Graças de Miranda Pena, nasceu em Viçosa, MG, em 16 de outubro de 1980.
Em março de 2000, iniciou na Universidade Federal de Viçosa (UFV) o
Curso de Graduação em Zootecnia, concluindo-o em janeiro de 2005.
SUMÁRIO
RESUMO... xiii
ABSTRACT...xv
INTRODUÇÃO GERAL...1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...4
EFEITOS DE RELAÇÕES METIONINA MAIS CISTINA DIGESTÍVEL:
LISINA DIGESTÍVEL EM DIETAS SUPLEMENTADAS COM
RACTOPAMINA SOBRE O DESEMPENHO E A VIABILIDADE
ECONÔMICA DE SUÍNOS DE 85 AOS 109 KG ...5
INTRODUÇÃO ...7
MATERIAL E MÉTODOS ...8
RESULTADOS E DISCUSSÃO...14
CONCLUSÃO ...26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...27
EFEITOS DE RELAÇÕES METIONINA MAIS CISTINA DIGESTÍVEL:
LISINA DIGESTÍVEL EM DIETAS SUPLEMENTADAS COM
RACTOPAMINA SOBRE CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA E
COLESTEROL EM CARNES DE SUÍNOS DE 85 AOS 109 KG ...30
INTRODUÇÃO ...32
MATERIAL E MÉTODOS ...33
LISTA DE TABELAS
Efeitos de Relações Metionina mais Cistina Digestível: Lisina Digestível em
Dietas Suplementadas com Ractopamina sobre o Desempenho e a Viabilidade
Economica de Suínos de 85 aos 109 kg
Efeitos de Relações Metionina mais Cistina Digestível: Lisina Digestível em
dietas suplementadas com ractopamina sobre Características de Carcaça e
Colesterol em Carnes de Suínos de 85 aos 109 kg
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
PENA, Sérgio de Miranda, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, fevereiro de
2007.
Relação metionina mais cistina digestível: lisina digestível em dietas
suplementadas com ractopamina para suínos em terminação.
Orientador:
Darci Clementino Lopes. Co-Orientadores: Horácio Santiago Rostagno e
Juarez Lopes Donzele.
maior índice de rentabilidade foi verificado em suínos suplementados com RAC e
relação 0,54 Met+Cis/Lis. Os suínos suplementados com RAC obtiveram peso
final de 2,30 kg a mais que os animais não suplementados com RAC,
correspondendo a uma melhora de aproximadamente 2%. O GPD dos animais
aumentou em 10%, enquanto a CA melhorou em 13% nos suínos suplementados
com RAC. A suplementação de RAC não influenciou o CR dos animais. Em
animais suplementados com RAC as relações Met+Cis/Lis não influenciaram a
espessura de toucinho (ET), a quantidade de carne magra (QCM), o peso da
carcaça (PC), a porcentagem de carne magra (PCM) e o rendimento de carcaça
(RC). As relações Met+Cis/Lis influenciaram (P<0,01) a concentração de
colesterol total no lombo de forma quadrática segundo a equação
²
94
,
835
45
,
967
02
,
227
X
X
ABSTRACT
PENA, Sérgio de Miranda, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, february,
2007.
Increasing the digestible methionine plus cystine to digestible lysine
ratio of finishing pigs fed ractopamine.
Adviser: Darci Clementino Lopes.
Co-Advisers: Horácio Santiago Rostagno and Juarez Lopes Donzele.
INTRODUÇÃO GERAL
O consumo de carne suína tem sido acompanhado há muitos anos de mitos
acerca de sua qualidade nutricional, principalmente no que diz respeito ao seu teor
de gordura. Entretanto, tem sido observada uma redução acentuada na
porcentagem de gordura corporal e um aumento na quantidade de carne magra nos
suínos de alto potencial genético disponíveis no mercado.
O consumidor é quem dita como a carne deve chegar à sua mesa e
preocupado com o consumo de gordura de origem animal, associado muitas vezes
às doenças cardiovasculares, este tem desejado uma carne suína mais magra e com
baixo teor de colesterol.
Associado aos avanços alcançados pelo melhoramento genético de suínos
na obtenção de animais mais magros, modificações nutricionais podem contribuir
para a redução da porcentagem de gordura corporal e aumento de massa muscular.
A ractopamina, um ß-agonista adrenérgico, tem sido utilizada em rações
práticas para suínos e diversos benefícios têm sido observados, como aumento do
ganho de peso diário, melhora da eficiência alimentar, aumento de massa
muscular e redução de gordura corporal (Crome et al., 1996).
esse aminoácido é praticamente todo direcionado para a deposição muscular
(Apple et al., 2004) e (Schinckel et al., 2000). Como a lisina tem sido o
aminoácido referência no conceito de proteína ideal, a relação dos outros
aminoácidos essenciais com a lisina poderá ser alterada em dietas suplementadas
com ractopamina. Portanto, torna-se alvo de investigações o conhecimento da
relação ideal dos demais aminoácidos essenciais com a lisina.
Uma fração significativa das exigências dos aminoácidos sulfurados é
controlada pela exigência de mantença e não pela exigência de deposição de
proteína, portanto, não aumenta proporcionalmente às exigências de lisina com o
aumento da deposição de proteína (Mavromichalis & Cera, 2001). Esses autores
ainda afirmaram que suínos com maior ganho de carne e melhor desempenho
exigem mais lisina para o crescimento que suínos de pior desempenho e têm
menor exigência de aminoácidos sulfurados em relação à lisina.
Machado &
Fontes
(2005) mostraram que os aminoácidos sulfurados são
majoritários nas proteínas associadas às funções de manutenção, onde
representam 4,9% e minoritários nas proteínas musculares, onde representam
aproximadamente 1,6%. Logo, ao contrário da lisina, as exigências dos
aminoácidos sulfurados tendem a ser mais elevadas em animais estimulados
imunologicamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APPLE, J.K.; MAXWELL, C.V.; BROWN, D.C. et al. Effects of dietary
lysine and energy density on performance and carcass characteristics of
finishing pigs fed ractopamine.
Journal of Animal Science
, v.82,
p.3277-3287, 2004.
CROME, P.K.; MCKEITH, F.K.; CARR, T.R.; et al. Effect of ractopamine
on growth performance, carcass composition, and cutting yields of pigs
slaughtered at 107 and 125 kilogramas.
Journal of Animal Science
,
v.74, p.709-716, 1996.
MACHADO, G.S. & FONTES, D.O. Relationship between nutritional
requirements and the immune system in swine. In: SIMPÓSIO
INTERNACIONAL SOBRE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE
AVES E SUÍNOS, 2., 2005, Viçosa.
Anais...
Viçosa - Minas Gerais,
2005. p.75.
MAVROMICHALIS, I.D. & CERA, K.R. Update on the ideal amino acid
profile for finishing pigs.
Feedstuffs
, v.73, n.26, p.11-13. 2001.
Efeitos de Relações Metionina mais Cistina Digestível: Lisina Digestível em
dietas Suplementadas com Ractopamina sobre o Desempenho e a Viabilidade
Econômica de Suínos de 85 aos 109 kg
RESUMO - O experimento foi realizado com o objetivo de determinar a
relação metionina mais cistina digestível: lisina digestível (Met+Cis/Lis) em
suínos machos castrados suplementados com ractopamina (RAC), selecionados
geneticamente para deposição de carne magra na carcaça, na fase de terminação
para melhor desempenho e maior retorno econômico. Foram utilizados 80 suínos
com peso inicial de 84,64±1,28 kg, distribuídos em delineamento experimental de
blocos ao acaso composto de cinco tratamentos, quatro dietas com RAC e
relações 0,54; 0,58; 0,62 e 0,66 Met+Cis/Lis e uma dieta sem RAC e relação 0,62
Met+Cis/Lis, oito repetições e dois animais por unidade experimental, durante um
período de 28 dias. As temperaturas máxima e mínima foram 33,02±1,77 e
21,36±1,38ºC, respectivamente. As relações Met+Cis/Lis não influenciaram o
consumo de ração (CR), o ganho de peso diário (GPD) e a conversão alimentar
(CA) dos suínos que consumiram dietas suplementadas com RAC. Suínos
suplementados com RAC e relação 0,54 Met+Cis/Lis apresentaram o maior índice
de rentabilidade. Os suínos suplementados com RAC obtiveram peso final de 2,30
kg a mais que os animais não suplementados com RAC, correspondendo a uma
melhora de aproximadamente 2%. O GPD dos animais aumentou em 10%,
enquanto a CA melhorou em 13% nos suínos suplementados com RAC. A
suplementação de RAC não influenciou o CR dos animais. Concluiu-se que em
dietas suplementadas com RAC a relação 0,54 Met+Cis/Lis atende as exigências
de suínos em terminação para melhor desempenho e proporciona o maior retorno
econômico.
Effects of Increasing the Digestible Methionine plus Cystine to Digestible
Lysine Ratio on Performance and Economic Viability of Pigs from 85 to 109
kg Fed Ractopamine
ABSTRACT - The purpose of this study was to determine the digestible
methionine plus cystine to digestible lysine ratio (Met+Cys/Lys) for barrows with
high genetic potential for lean gain fed ractopamine (RAC) in finishing phase for
highest growth performance and economic return. Eighty barrows with an average
initial body weight of 84.64±1.28 kg were allotted to dietary treatment on the
basis of weight in randomized complete block design. Dietary treatments included
a basal diet containing RAC plus DL-Met, resulting in treatment diets containing
Met+Cys/Lys of 0.54, 0.58, 0.62, 0.66 and a diet without RAC containing
Met+Cys/Lys of 0.62, control (CONT). There were eight replications of barrows
with two pigs per replicate during 28 days. The maximum and minimum
temperatures were 33.02±1.77 and 21.36±1.38ºC, respectly. Increasing the
Met+Cys/Lys had no effects on average daily feed intake (ADFI), feed: gain ratio
(F/G) and average daily gain (ADG) of pigs fed RAC. Barrows fed RAC and
Met+Cys/Lys of 0.54 had the highest profitability index. The end weight of
RAC-treated pigs was 2% higher compared to CONT pigs (by 2.5 kg). The RAC
increased ADG by 10% and improved F/G by 13% compared to control pigs, but
there were no differences in ADFI. Thus, the optimum Met+Cys/Lys which will
achieve maximal growth performance and economic return of finishing pigs fed
RAC is 0.54.
Introdução
A crescente demanda do consumidor por carne suína mais magra tem
aumentado o interesse de produtores e frigoríficos pelo abate de suínos com maior
quantidade de carne magra e reduzido teor de gordura corporal.
Os suínos de hoje chegam ao peso de mercado mais rapidamente e com
maior composição de carne magra que de algumas décadas passadas, refletindo
uma resposta do produtor às preocupações a cerca do consumo de gordura de
origem animal (Wray-Cahen, 2000).
O incremento calórico decorrente da deposição de gordura é menor em
relação ao de deposição de proteína, entretanto, ao depositar proteína esta agrega
grande quantidade de água, o que não ocorre com a deposição de gordura que
absorve baixa quantidade de água. Logo em termos de ganho de peso, é mais
interessante a deposição de proteína que a deposição de gordura.
Uma das ferramentas disponíveis no mercado é a ractopamina, um
β
-agonista adrenérgico, que tem aumentado a deposição muscular e reduzido a
gordura corporal, melhorando dessa forma o desempenho dos animais
(Marchant-forde et al., 2003) e (Armstrong et al., 2004).
Tem sido observado que animais suplementados com ractopamina
apresentam maior exigência em lisina, pois esse aminoácido é praticamente todo
direcionado para deposição muscular (Apple et al., 2004) e (Schinckel et al.,
2000). No entanto, como a lisina tem sido o aminoácido referência no conceito de
proteína ideal, a relação dos outros aminoácidos essenciais com a lisina poderá ser
alterada em dietas suplementadas com ractopamina.
proteína, portanto, não aumenta proporcionalmente às exigências de lisina com o
aumento da deposição de proteína (Mavromichalis & Cera, 2001). Esses autores
ainda afirmaram que suínos com maior ganho de carne e melhor desempenho
exigem mais lisina para o crescimento que suínos de pior desempenho e têm
menor exigência de aminoácidos sulfurados em relação à lisina.
Machado & Fontes (2005) mostraram que os aminoácidos sulfurados são
majoritários nas proteínas associadas às funções de manutenção, onde
representam 4,9% e minoritários nas proteínas musculares, onde representam
aproximadamente 1,6%. Logo, ao contrário da lisina, as exigências dos
aminoácidos sulfurados tendem a ser mais elevadas em animais estimulados
imunologicamente.
Dessa forma, o objetivo foi determinar a relação metionina mais cistina
digestível: lisina digestível em suínos machos castrados suplementados com
ractopamina, selecionados geneticamente para deposição de carne magra na
carcaça, na fase de terminação, para melhor desempenho e viabilidade econômica.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Granja de Suínos da Fazenda
Experimental Vale do Piranga, pertencente à Empresa de Pesquisa Agropecuária
de Minas Gerais (EPAMIG), localizada no município de Oratórios-MG, no
período de janeiro a fevereiro de 2006.
Foram utilizados 80 suínos machos castrados de alto potencial genético
para deposição de carne magra na carcaça, com peso inicial de 84,64±1,28 kg,
distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso composto de cinco
tratamentos, oito repetições e dois animais por unidade experimental, durante um
período de 28 dias. O peso dos suínos foi adotado como critério na formação dos
blocos.
Os tratamentos foram constituídos de rações contendo 0,936% de lisina
digestível (Lis), suplementadas com ractopamina (5 ppm), com os níveis de 54;
58; 62; 66% de metionina + cistina digestível (Met+Cis) em relação à lisina
digestível, correspondendo aos seguintes níveis de Met+Cis nas rações, 0,505;
0,543; 0,580; 0,617% e a dieta controle com 0,736% de Lis sem suplementação de
ractopamina, com o nível de 62% de Met+Cis em relação à Lis, correspondendo
ao nível de Met+Cis na ração de 0,456%.
Antes de iniciar o período experimental, os animais passaram por um
período de sete dias de adaptação às baias, em que receberam uma ração prática
de suínos à base de milho e farelo de soja para a fase de terminação contendo
Clortetraciclina
1(2,25 kg/tonelada) e Tilosina
2.
As rações experimentais (Tabela 1) foram formuladas à base de milho,
sorgo e farelo de soja, para atender as exigências nutricionais dos animais, exceto
metionina + cistina digestível. Na avaliação das relações aminoacídicas das rações
foram utilizadas aquelas preconizadas por Rostagno et al. (2005) conceito de
proteína ideal, para suínos na fase de terminação.
Água e ração foram fornecidos à vontade durante todo o período
experimental. As respectivas sobras de ração do chão foram coletadas diariamente
sendo somadas às sobras do comedouro no final do período experimental.
As dietas foram pesadas durante todo o período experimental e os animais
foram pesados individualmente, no inicio e no final do período experimental (28
dias), permitindo dessa forma, determinar o ganho de peso diário (GPD), a
conversão alimentar (CA), o consumo de ração diário (CR) e o consumo de
metionina mais cistina digestível diário (CMC). Além desses parâmetros foram
avaliados os pesos final (PF) e após jejum pré-abate (PJ).
Na análise econômica foram utilizados os conceitos de margem bruta
(MB
)
e
índice de rentabilidade
(IR
)
adotados por Buteri (2003).
A margem bruta média
(MBMe
)
representa a diferença entre a receita
bruta média
(RBMe
)
e o custo médio de arraçoamento
(CMeA
)
sendo definida
por:
CMeA RBMe
MBMe= −
A receita bruta média
(RBMe
)
foi obtida pelo produto da quantidade
produzida, estocada ou consumida
(Q
)
pelo preço de venda
(PV
)
do produto.
Tabela 1 – Composições centesimal e calculada das rações experimentais
Com ractopamina
Sem
ractopamina
Relação metionina + cistina dig /lisina dig
Ingredientes (%)
0,54
0,58
0,62
0,66
0,62
Milho 37,854 37,845 37,808 37,771
37,854
Sorgo baixo tanino
40,000 40,000 40,000 40,000
40,000
Farelo de soja 45% PB
19,152 19,152 19,152 19,152
19,152
Óleo
de
soja
0,148 0,148 0,148 0,148
0,148
Fosfato
bicálcico
0,807 0,807 0,807 0,807
0,807
Calcário
0,575 0,575 0,575 0,575
0,575
Sal
0,346 0,346 0,346 0,346
0,346
Amido
0,029
- - - 0,518
L-Lisina
HCl
0,399 0,399 0,399 0,399
0,145
DL-Metionina
0,054 0,092 0,129 0,166
0,005
L-Treonina
0,142 0,142 0,142 0,142
-
L-Triptofano
0,019 0,019 0,019 0,019
-
Paylean
®20
¹
0,025 0,025 0,025 0,025
-
Premix Vit.+ Min.+Aditivos²
0,400 0,400 0,400 0,400
0,400
Tylan
®40
Premix³
0,050 0,050 0,050 0,050
0,050
Total
100 100 100 100
100
Composição Calculada
4Energia
Metabolizável
(kcal/Kg) 3230 3230 3230 3230
3230
Proteína Bruta (%)
15,500 15,500 15,500 15,500
15,500
Lisina
Total
(%)
1,017 1,017 1,017 1,017
0,814
Lisina Dig. (%)
0,936 0,936 0,936 0,936
0,736
Met. + Cist. Dig. (%)
0,505
0,543
0,580
0,617
0,456
Treonina Dig. (%)
0,627
0,627
0,627
0,627
0,495
Triptofano
Dig.
(%)
0,178 0,178 0,178 0,178
0,160
Valina
Dig.
(%)
0,660 0,660 0,660 0,660
0,660
Cálcio
(%)
0,490 0,490 0,490 0,490
0,490
Fósforo
Total
(%)
0,445 0,445 0,445 0,445
0,450
Fósforo
Disponível
(%)
0,250 0,250 0,250 0,250
0,250
Sódio
(%)
0,160 0,160 0,160 0,160
0,160
1
Paylean®20 - Contém por quilograma do produto: Cloridrato de ractopamina 20g; veículo q.s.p.
² Núcleo para suínos/terminação: Contém por quilograma do produto:
Vit. A, 750.000,00 UI; Vit. D3, 125.000,00 UI; Vit.E, 3.000,00 mg; Vit. K3, 125,00 mg; Tiamina (Vit. B1) 100,00 mg; Riboflavina (Vit. B2), 660,00 mg; Piridoxina (Vit. B6), 125,00 mg; Vit.B12, 3.000,00 mcg; Niacina, 3.750,00 mg; Pantotenato de cálcio, 1.875,00 mg; Ácido fólico, 200,00 mg; Colina, 10.500,00 mg; Ferro, 8.750,00 mg; Cobre, 3.750,00 mg; Manganês, 6.250,00 mg; Zinco, 18.750,00 mg; Iodo, 250,00 mg; Selênio, 75,00 mg; Antioxidante, 500,00 mg; veículo.
³ Tylan®40 Premix - Contém por quilograma do produto: Atividade de tilosina (como fosfato) 88g; veículo q.s.p. 1000g.
4
O custo médio de arraçoamento
(CMeA
)
foi obtido pelo produto da
quantidade média consumida de ração
(CO
)
e o custo da ração
(CD
)
, durante os
28 dias de experimento, sendo definido por:
CD CO CMeA= *
O índice de rentabilidade
(IR
)
foi obtido pelo quociente entre a margem
bruta média e o custo médio de arraçoamento, e indica a taxa de retorno do capital
empregado, ou seja, mostra o retorno econômico para cada real (R$) gasto com
alimentação.
100
*
CMeA
MBMe
IR
=
Na análise econômica considerou-se apenas o custo da alimentação, dado
que esta representa, em média, 70% do custo de produção de suínos.
A determinação dos custos das dietas (Tabela 3) foi realizada com base
nos preços dos ingredientes em fevereiro de 2006 (Tabela 2), e os preços dos
suínos, a partir do preço pago ao produtor no Frigorífico Industrial do Vale do
Piranga (FRIVAP) em fevereiro de 2006, devidamente corrigidos aos índices de
bonificação por tratamento.
Tabela 2 – Preços dos ingredientes, em reais, por quilograma, utilizados nas
formulações das dietas experimentais
Ingredientes*
R$/kg
Milho 0,37
Sorgo baixo tanino
0,30
Farelo de soja 45% PB
0,70
Óleo de soja
2,43
Fosfato bicálcico
1,20
Calcário 0,13
Sal 0,24
Amido 1,50
L-Lisina HCl
4,41
DL-Metionina
6,40
L-Treonina
8,40
L-Triptofano
77,70
Paylean
®20
163,13
Premix Vit.+ Min.+Aditivos
9,00
Tylan
®40 Premix
31,64
* Valores vigentes em fevereiro de 2006, fornecidos pela Cooperativa dos
Granjeiros do Oeste de Minas Ltda (COGRAN).
Tabela 3 – Custos das dietas experimentais
Relação
Met+Cis/Lisina
Com ractopamina
Sem ractopamina
54 58 62 66
62
R$/kg 0,551 0,553 0,555 0,558
0,477
Para a análise de variância, foi adotado o seguinte modelo estatístico:
ij j i
ij
m
t
b
e
Y
=
+
+
+
,em que:
i
=
1
,
2
,
3
...,
I
j
j
=
1
,
2
,
3
....,
ij
Y
=valor observado na parcela relativa ao tratamento
i
no bloco
j
;
m= média geral;
i
t
= efeito devido ao tratamento
i
;
j
b
= efeito devido ao bloco
j
;
ij
e
= efeito devido aos fatores não controlados (erro experimental).
As estimativas da melhor relação Met+Cis/Lis na presença de ractopamina
foram determinadas por meio de análises de regressão linear, quadrática e ou
descontínuo
Linear Response Plateau (LRP), conforme o melhor ajustamento
obtido para cada variável, levando-se em consideração o comportamento
biológico dos animais.
Resultados e Discussão
associado aos processos de termorregulação (Manno et al., 2006). Esses mesmos
autores avaliaram os efeitos da temperatura ambiente sobre o desempenho de
suínos dos 30 aos 60 kg e concluíram que a alta temperatura influencia
negativamente o ganho de peso de suínos. Da mesma forma Tavares et al. (2000)
constataram que os animais expostos ao calor apresentaram menor ganho de peso,
menor consumo de ração e pior eficiência de utilização do alimento.
Verificou-se que mesmo os animais sendo de alto potencial genético para
deposição de carne magra, o desempenho dos suínos foi inferior à média para esta
fase. Isso pode ser explicado pelas elevadas temperaturas registradas durante o
experimento causando redução do consumo de ração e consequentemente do
ganho de peso diário.
Os Resultados de desempenho de suínos machos castrados em terminação
suplementados com ractopamina em diferentes relações Met+Cis/Lis
encontram-se na Tabela 4.
Constatou-se que as relações Met+Cis/Lis não afetaram (P>0,10) os pesos
final e em jejum, o ganho de peso, o consumo de ração e a conversão alimentar
dos animais suplementados com RAC.
Tabela 4 – Resultados de desempenho de suínos machos castrados em terminação
suplementados com RAC em diferentes relações Met+Cis/Lis
Variáveis
Relação metionina + cistina dig/lisina
dig com ractopamina
CV
(%)
0,54 0,58 0,62 0,66
Peso
inicial
(kg)
84,67 84,55 84,64 84,67 -
Peso final (kg)
109,97
109,64
109,68
110,30
1,80
Peso em jejum (kg)
106,71
106,45
106,91
106,21
1,67
Ganho de peso (g/dia)
903
896
894
915
5,80
Consumo de ração (g/dia)
2343
2303
2315
2334
6,88
Conversão alimentar (g/g)
2,59
2,57
2,59
2,55
6,88
Consumo de Met+Cis (g/dia)
111,8 12,5 13,4 14,4
7,07
1
Efeito linear (P<0,01)
Em um estudo realizado por Loughmiller et al. (1998) com suínos em
terminação foi constatado que o aumento da relação dos aminoácidos sulfurados
com a lisina de 63 para 70% nas dietas contendo 0,56% de lisina digestível
aumentou o GPD dos animais.
Com relação ao consumo de ração (CR), os resultados obtidos foram
similares ao de Dean (2005) e Loughmiller et al. (1996a). Santos et al. (2005)
também verificou que o CR dos suínos em terminação não foi influenciado pelos
níveis de Met+Cis. Entretanto, Loughmiller et al. (1998) observaram que o
aumento da relação dos aminoácidos sulfurados com a lisina de 63 para 70% nas
dietas contendo 0,56% de lisina digestível aumentou o CR de suínos em
terminação.
que se elevou a concentração de Met+Cis até o nível estimado de 0,506%
correspondente a uma relação Met+Cis/Lis de 0,63.
As relações Met+Cis/Lis influenciaram (P<0,01) o consumo de metionina
mais cistina dos animais, que aumentou de forma linear segundo a equação:
Ŷ
=
−
0
,
025
+
0
,
2175
X
(
r
²
=
0
,
99
). Semelhantes resultados foram obtidos por
Kiefer et al. (2005) em ambiente de alta temperatura, no qual observou que o
CMC diário dos suínos em crescimento aumentou de forma linear com o aumento
do nível de aminoácidos sulfurados na dieta.
Aumento linear no CMC devido à elevação dos níveis de aminoácidos
sulfurados na ração também foi observado por Santos et al. (2005). Como não
ocorreu variação significativa no CR, o aumento verificado no CMC entre os
tratamentos justifica os resultados.
A menor relação 0,54 Met+Cis/Lis foi suficiente para atender as
exigências para melhor desempenho. Possivelmente isso se deve ao fato de que
uma fração significativa das exigências dos aminoácidos sulfurados é controlada
pela exigência de mantença e não pela exigência de deposição de proteína,
portanto, não aumenta proporcionalmente às exigências de lisina com o aumento
da deposição de proteína (Mavromichalis & Cera, 2001). Além disso, tem sido
observado que suínos com maior ganho de carne e melhor desempenho exigem
mais lisina para o crescimento que suínos de pior desempenho e têm menor
exigência de aminoácidos sulfurados em relação à lisina (Mavromichalis & Cera,
2001).
Tabela 5 – Resultados de desempenho de suínos machos castrados em terminação suplementados ou não com RAC na dieta, em diferentes
relações Met+Cis/Lis
Dietas com ractopamina
Dieta sem ractopamina
Variáveis
Relação met + cis dig/lisina dig
CV(%)
0,54 0,58 0,62 0,66
0,62
Peso
inicial
(kg)
84,67 84,55 84,64 84,67
84,62
-
Peso final (kg)
109,97
109,64
109,68
110,30
107,58
1,88
Peso em jejum (kg)
106,71
106,45
106,91
106,21
104,45
1,67
Ganho de peso diário(g)
1903* 896* 894* 915*
820
6,41
Consumo de ração diário (g)
2343
2303
2315
2334
2428
7,46
Conversão alimentar (g/g)
22,59* 2,57* 2,59* 2,55*
2,96
7,45
Consumo diário de Met+Cis (g)
311,8* 12,5* 13,4* 14,4*
11,1
7,48
Os pesos final (P>0,10) e em jejum (P>0,07) não foram influenciados pelos
tratamentos.
Observou-se efeito (P<0,02) das dietas com RAC em diferentes relações
Met+Cis/Lis e da dieta sem RAC, controle (CONT) sobre o GPD dos animais. Os
animais suplementados com RAC em todas as relações Met+Cis/Lis apresentaram
maior GPD (P<0,05) que os suínos alimentados com a dieta controle
Um aumento de aproximadamente 12% no GPD foi constatado ao
compararem-se os resultados de GPD dos suínos suplementados com RAC na
relação 0,66 metionina mais cistina digestível/lisina digestível com os animais sem
suplementação com ractopamina, CONT.
Comparando-se as dietas com RAC em cada relação Met+Cis/Lis com a dieta
CONT, observou-se que o CRD dos suínos alimentados com RAC em todas as
relações Met+Cis/Lis não diferiu (P>0,10) dos animais da dieta controle.
Houve efeito (P<0,01) das dietas com RAC em diferentes relações
Met+Cis/Lis e CONT sobre a CA dos suínos. Os animais suplementados com RAC
em todas as relações Met+Cis/Lis apresentaram melhor CA que os suínos da dieta
controle.
O consumo de metionina mais cistina dos animais foi influenciado (P<0,01)
pelas dietas com RAC em diferentes relações Met+Cis e CONT, em que a dieta com
RAC na maior relação Met+Cis/Lis (0,66) apresentou maior CMC. Provavelmente, o
maior CMC ocorreu em razão de que foram adicionados níveis crescentes de
metionina nas dietas e não ter sido observada variação significativa no CR.
Tabela 6 – Resultados de desempenho de suínos machos castrados em terminação
suplementados ou não com RAC
Variáveis
Dietas com
ractopamina¹
Dieta sem
ractopamina
CV
(%)
Peso inicial (kg)
84,63
84,62
-
Peso final (kg)
109,90
A107,58
B1,88
Peso ao jejum (kg)
106,57
A104,45
B1,67
Ganho de peso diário(g)
902
A820
B6,41
Consumo de ração diário (g)
2324
2428
7,46
Conversão alimentar (g/g)
2,58
B2,96
A7,45
Consumo diário de Met+Cis (g)
13,0
A11,1
B7,48
Médias seguidas de letras distintas na mesma linha são estatisticamente diferentes
pelo teste F a 5% de probabilidade. ¹ Média dos tratamentos com ractopamina.
O peso final dos suínos foi afetado (P<0,01) pela suplementação de RAC nas
dietas. Os animais que receberam RAC terminaram com aproximadamente 2,30 kg a
mais que os suínos da dieta controle. Essa diferença corresponde a uma melhora de
cerca de 2%. Resultados similares foram obtidos por Marinho (2005) em que os
animais que se alimentaram da ração contendo RAC (5 ppm) apresentaram 3,42 kg a
mais no peso final que representa aumento de 2,78%.
Em outro trabalho Crome et al. (1996) também verificaram que a RAC
propiciou efeito significativo no aumento do peso final. Por outro lado, Xiao et al.
(1999) apesar de observar aumento no GPD, não constatou aumento no peso final de
suínos suplementados com RAC (20 ppm).
Verificou-se que a suplementação de RAC influenciou (P<0,01) o ganho de
peso diário dos animais. Houve um aumento de aproximadamente 10% no GPD dos
animais suplementados com RAC em relação ao controle. Este resultado foi
semelhante ao encontrado por Xiao et al. (1999). Entretanto, esses autores
trabalharam com suínos de 64 a 90 kg de peso alimentados com uma dieta com alta
(18%) e baixa (13%) proteína suplementados com 20 ppm ractopamina. O aumento
no GPD foi de 9,03% comparado ao controle nas dietas com alta proteína.
Crome et al. (1996) estudaram dois intervalos de peso de 68 a 107 kg e de 85
a 125 kg com 0, 10 e 20 ppm de RAC e observaram aumento de até 14,8% no GPD.
Em um estudo realizado por Marchant-forde et al. (2003) com suínos em
terminação suplementados ou não com RAC (10 ppm) durante quatro semanas antes
do abate também verificaram aumento no GPD, que foi de 14%.
Armstrong et al. (2004) avaliaram a suplementação de RAC (0, 5, 10 ou 20
ppm) em diferentes períodos 6, 13, 20, 27 e 34 dias e também observaram que com a
concentração de 5 ppm na dieta houve aumento no GPD após seis dias de
suplementação.
Da mesma forma, Watkins et al. (1990) conduziram dois estudos envolvendo
888 suínos e encontraram que todos os grupos de animais que receberam
ractopamina apresentaram GPD superior ao grupo controle.
proteína e foi constatado que a adição de ractopamina (20 ppm) resultou em aumento
de 10% no GPD nos animais das linhagens de baixo potencial com 12 e 24% de
proteína e para aqueles de alto potencial com 24% de proteína.
Por outro lado, Mimbs et al. (2005) trabalhando com suínos em terminação,
alimentados com dietas suplementadas com RAC durante 28 dias não encontraram
efeito da ractopamina sobre o GPD. Brumm et al. (2004) também verificou que o
GPD não foi afetado pela inclusão de RAC (10 ppm) na ração durante quatro
semanas pré-abate.
Obervou-se que a suplementação de RAC não influenciou (P>0,05) o
consumo de ração diário dos animais. Resultados semelhantes aos deste estudo foram
encontrados por Budiño et al. (2005) em que o consumo de ração não diferiu entre os
tratamentos, assim os maiores ganhos de peso foram proporcionados pelo maior
aproveitamento das rações. De maneira similar, Marinho et al. (2005) testando dois
níveis de ractopamina (0 e 5 ppm) não encontraram diferença significativa para o
consumo de ração diário em 21 ou 28 dias de suplementação com ractopamina.
Entretanto, Brumm et al. (2004) observaram que a adição de ractopamina (10
ppm) diminuiu o consumo de ração dos suínos em quatro semanas de alimentação
antes do abate.
Constatou-se neste estudo que numericamente houve uma redução de
aproximadamente 4,3% no consumo de ração dos animais suplementados com
ractopamina comparado ao controle.
(1996) trabalhando com suínos em terminação verificaram melhora de 18,6 e 13,9%
na CA em suínos abatidos aos 125 e 107 kg, respectivamente.
Quando a ractopamina se liga ao receptor
β
-agonista adrenérgico ocorre uma
série de eventos intracelulares que levam na fosforilação de enzimas que podem
bloquear a lipogênese e ou aumentar a lipólise. Uma dessas enzimas é a lipase
hormônio sensível, chave para a degradação de triglicerídeos nos adipócitos, que se
torna ativa quando fosforilada. Por outro lado, a enzima acetil-CoA carboxilase,
envolvida na biossíntese de ácidos graxos de cadeia longa se torna inativa quando
fosforilada, diminuindo a biossíntese de ácidos graxos (Mersmann et al.,1998). Dessa
forma a ractopamina tem causado aumento da lipólise e redução da lipogênese
quando administrada em dietas para suínos em terminação.
Além disso, também tem sido verificado um aumento na síntese de proteínas
musculares e uma redução na degradação dessas proteínas (Mersmann et al., 1998).
Esses eventos em conjunto tendem a melhorar a eficiência alimentar dos animais,
pois o incremento calórico decorrente da deposição de gordura é menor em relação
ao de deposição de proteína, entretanto, ao depositar proteína esta agrega grande
quantidade de água, o que não ocorre com a deposição de gordura que absorve baixa
quantidade de água. Dessa forma, a suplementação de ractopamina pode melhorar a
conversão alimentar dos suínos.
Verificou-se que o consumo de metionina mais cistina digestível diário foi
maior (P<0,01) para os animais suplementados com RAC. Possivelmente, o maior
CMC ocorreu em razão de que foram adicionados níveis crescentes de metionina nas
dietas com RAC e não ter sido observada variação significativa no CR.
uma relação entre duas variáveis CMC e GPD, provavelmente a não diferença pode
ser explicada pelo fato de que os suínos suplementados com RAC apresentaram
maiores GPD e CMC.
Os resultados da análise econômica considerando o peso dos suínos, ao final
de 28 dias de experimento, podem ser observados na Tabela 7.
O tratamento com RAC e relação 0,54 Met+Cis/Lis apresentou a maior
margem bruta média
(MBMe
)
. De maneira semelhante, o maior índice de
rentabilidade )
(IR
, isto é, a taxa de retorno por real investido em alimentação, foi
para o mesmo nível. Este índice indica que para cada real investido tem-se um
retorno de, aproximadamente R$ 0,49. O
IR
para a relação 0,54 Met+Cis/Lis foi
aproximadamente 6% maior que o
IR
obtido com a dieta sem RAC que apresentou o
menor
IR
.
A maior receita bruta média
(RBMe
)
foi observada para a dieta com RAC e
relação 0,54 Met+Cis/Lis. A dieta sem ractopamina apresentou a menor
RBMe.
Entre as dietas com RAC, o menor custo médio de arraçoamento
(CMeA
)
foi
encontrado para a relação 0,54 Met+Cis/Lis.
Uma análise econômica do uso de RAC em dietas para suínos em terminação
foi realizada por Li et al. (2002) e observaram que a utilização de RAC foi lucrativa.
Além disso, os autores relataram que com o aumento do pagamento diferenciado por
carne magra tem aumentado também o retorno ao uso de RAC.
Tabela 7 – Análise econômica dos resultados obtidos com diferentes relações
Met+Cis/Lis com e sem ractopamina de suínos na fase de terminação
Relação Met+Cis/Lis
Com
ractopamina
Sem
ractopamina
0,54 0,58 0,62 0,66
0,62
RBMe
* (R$/suíno)
54,131 52,729 53,601 53,565
47,691
CMeA* (R$/suíno)
36,165 35,676 35,996 36,446
32,411
MBMe* (R$/suíno)
17,966 17,053 17,606 17,119
15,280
IR
(%)*
(R$/suíno) 49,46 47,58 48,62 47,52
46,51
*
RBMe: Receita Bruta Média,
CMeA: Custo Médio de Arraçoamento,
MBMe:
Margem Bruta Media,
IR
: Índice de Rentabilidade.
Tabela 8 – Preços de comercialização do suíno vivo em reais por quilograma
Variáveis Relação
Met+Cis/Lis
Com
ractopamina
Sem
ractopamina
0,54 0,58 0,62 0,66
0,62
Conclusão
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dietas suplementadas com ractopamina sobre Características de Carcaça e
Colesterol em Carnes de Suínos de 85 aos 109 kg
Effects of Increasing the Digestible Methionine plus Cystine to Digestible Lysine
Ratio on Carcass Characteristics and Cholesterol in Pork and Fat of Pigs from
85 to 109 kg Fed Ractopamine
ABSTRACT - The objective of this study was to determine the digestible methionine
plus cystine to digestible lysine ratio (Met+Cys/Lys) for barrows with high genetic
potential for lean gain fed ractopamine (RAC) in finishing phase for better carcass
characteristics and low cholesterol concentration. Eighty barrows with an average
initial body weight of 84.64±1.28 kg were allotted to dietary treatment on the basis
of weight in randomized complete block design. Dietary treatments included a basal
diet containing RAC plus DL-Met, resulting in treatment diets containing
Met+Cys/Lys of 0.54, 0.58, 0.62, 0.66 and a diet without RAC containing
Met+Cys/Lys of 0.62, control (CONT). There were eight replications of barrows
with two pigs per replicate during 28 days. The maximum and minimum
temperatures were 33.02±1.77 and 21.36±1.38ºC, respectly. Increasing the
Met+Cys/Lys had no effects on fat depth (FD), fat-free lean mass (FFLM), carcass
weight (CW), fat-free lean percentage (FFLP) and dressing (DR) for pigs fed RAC.
The digestible methionine + cystine of the diet influenced in a quadratic way the
cholesterol concentration,
Y
)
=
−
227
,
1900
+
9
,
6809
X
−
0
,
0837
X
²
, (
R
²
=
0
,
99
), being
the Met+Cys/Lys of 0.66 for minimum cholesterol concentration, but the RAC had
no effects on cholesterol concentration in muscle (Longissimus dorsi) and fat. The
RAC increased FFLM by 6%, CW by 4% and DR by 2% compared to control pigs.
However, the RAC had no effects on FD and FFLP of barrows. Based on data from
this experiment, for better carcass characteristics the optimum Met+Cys/Lys is 0.54,
but to minimize cholesterol concentration in muscle and fat is 0.66.
Introdução
O consumidor moderno está cada vez mais preocupado com a gordura
presente nos alimentos de origem animal, muitas vezes associada às doenças
cardiovasculares, e dessa forma anseia por uma carne suína mais magra, saudável e
de alta qualidade.
Aliado a esse processo de exigência por parte do consumidor, um estímulo
financeiro para produção de animais de melhor qualidade de carcaça veio no início
da década de 90, com a implantação da tipificação de carcaças propiciando aumento
significativo no percentual de carne (Fávero 2002).
Frente ao desafio de produzir carcaças de suínos com maior teor de carne
magra e reduzida porcentagem de gordura, modificações nutricionais podem
contribuir de forma efetiva.
Neste sentido, agentes repartidores de nutrientes têm sido utilizados na
alimentação de suínos em terminação, contribuindo para melhoraria do desempenho
pelo aumento do ganho de peso diário, da diminuição do consumo diário de ração, da
melhora da eficiência alimentar e simultaneamente, do aumento da relação carne
/gordura da carcaça (Mimbs et al., 2005).
A ractopamina é um
β
-agonista adrenérgico que altera a maneira nas quais os
nutrientes são direcionados para deposição de gordura e de músculo, resultando em
aumento da carne magra na carcaça ao elevar a deposição muscular e ao reduzir a
deposição de gordura (Watkins et al., 1990).
outros aminoácidos essenciais com a lisina poderá ser alterada, modificando a
proteína ideal padrão.
Machado & Fontes (2005) mostraram que os aminoácidos sulfurados são
majoritários nas proteínas associadas às funções de manutenção, onde representam
4,9% e minoritários nas proteínas musculares, onde representam aproximadamente
1,6%. Logo, ao contrário da lisina, as exigências dos aminoácidos sulfurados tendem
a ser mais elevadas em animais estimulados imunologicamente.
Uma fração significativa das exigências dos aminoácidos sulfurados é
controlada pela exigência de mantença e não pela exigência de deposição de
proteína, portanto, não aumenta proporcionalmente às exigências de lisina com o
aumento da deposição de proteína (Mavromichalis & Cera, 2001). Esses autores
ainda afirmaram que suínos com maior ganho de carne e melhor desempenho exigem
mais lisina para o crescimento que suínos de pior desempenho e têm menor exigência
de aminoácidos sulfurados em relação à lisina.
Diante do exposto, o objetivo foi determinar a relação metionina mais cistina
digestível: lisina digestível em suínos machos castrados suplementados com
ractopamina, selecionados geneticamente para deposição de carne magra na carcaça,
na fase de terminação, para melhores características de carcaça e colesterol total no
lombo.
Material e Métodos
Os animais foram alojados em baias com uma área disponível de 1,93 m² por
animal, providas de comedouro semi-automático e bebedouro tipo chupeta, em
galpão de alvenaria com piso de concreto e coberto com telhas de amianto.
Foram utilizados 80 suínos machos castrados de alto potencial genético para
deposição de carne magra na carcaça, com peso inicial de 84,64±1,28 kg,
distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso composto de cinco
tratamentos, oito repetições e dois animais por unidade experimental, durante um
período de 28 dias. O peso dos suínos foi adotado como critério na formação dos
blocos.
Os tratamentos foram constituídos de rações contendo 0,936% de lisina (Lis)
digestível, suplementadas com 5 ppm de ractopamina, com os níveis de 54; 58; 62;
66% de metionina mais cistina digestível (Met+Cis) em relação à lisina digestível
(Lis), correspondendo aos seguintes níveis de Met+Cis nas rações, 0,505; 0,543;
0,580; 0,617% e a dieta controle com 0,736% de lisina digestível sem suplementação
de ractopamina, com o nível de 62% de Met+Cis em relação à Lis, correspondendo
ao nível de Met+Cis na ração de 0,456%.
Antes de iniciar o período experimental, os animais passaram por um período
de sete dias de adaptação às baias, em que receberam uma ração prática de suínos à
base de milho e farelo de soja para a fase de terminação contendo Clortetraciclina
3(2,25 kg/tonelada) e Tilosina
4(2,3 kg/tonelada).
foram utilizadas aquelas preconizadas por Rostagno et al. (2005) conceito de
proteína ideal, para suínos na fase de terminação.
Água e ração foram fornecidos à vontade durante todo o período
experimental.
Tabela 1 – Composições centesimal e calculada das rações experimentais
Com ractopamina
Sem
ractopamina
Relação metionina mais cistina dig /lisina dig
Ingredientes (%)
0,54
0,58
0,62
0,66
0,62
Milho 37,854 37,845 37,808 37,771
37,854
Sorgo baixo tanino
40,000 40,000 40,000 40,000
40,000
Farelo de soja 45% PB
19,152 19,152 19,152 19,152
19,152
Óleo
de
soja
0,148 0,148 0,148 0,148
0,148
Fosfato
bicálcico
0,807 0,807 0,807 0,807
0,807
Calcário
0,575 0,575 0,575 0,575
0,575
Sal
0,346 0,346 0,346 0,346
0,346
Amido
0,029
- - - 0,518
L-Lisina
HCl
0,399 0,399 0,399 0,399
0,145
DL-Metionina
0,054 0,092 0,129 0,166
0,005
L-Treonina
0,142 0,142 0,142 0,142
-
L-Triptofano
0,019 0,019 0,019 0,019
-
Paylean
®20
¹
0,025 0,025 0,025 0,025
-
Premix Vit.+ Min.+Aditivos²
0,400 0,400 0,400 0,400
0,400
Tylan
®40
Premix³
0,050 0,050 0,050 0,050
0,050
Total
100 100 100 100
100
Composição Calculada
4Energia
Metabolizável
(kcal/Kg) 3230 3230 3230 3230
3230
Proteína Bruta (%)
15,500 15,500 15,500 15,500
15,500
Lisina
Total
(%)
1,017 1,017 1,017 1,017
0,814
Lisina Dig. (%)
0,936 0,936 0,936 0,936
0,736
Met. + Cist. Dig. (%)
0,505
0,543
0,580
0,617
0,456
Treonina Dig. (%)
0,627
0,627
0,627
0,627
0,495
Triptofano
Dig.
(%)
0,178 0,178 0,178 0,178
0,160
Valina
Dig.
(%)
0,660 0,660 0,660 0,660
0,660
Cálcio
(%)
0,490 0,490 0,490 0,490
0,490
Fósforo
Total
(%)
0,445 0,445 0,445 0,445
0,450
Fósforo
Disponível
(%)
0,250 0,250 0,250 0,250
0,250
Sódio
(%)
0,160 0,160 0,160 0,160
0,160
1
Paylean®20 - Contém por quilograma do produto: Cloridrato de ractopamina 20g; veículo q.s.p.
² Núcleo para suínos/terminação: Contém por quilograma do produto:
Vit. A, 750.000,00 UI; Vit. D3, 125.000,00 UI; Vit.E, 3.000,00 mg; Vit. K3, 125,00 mg; Tiamina (Vit. B1) 100,00 mg; Riboflavina (Vit. B2), 660,00 mg; Piridoxina (Vit. B6), 125,00 mg; Vit.B12, 3.000,00 mcg; Niacina, 3.750,00 mg; Pantotenato de cálcio, 1.875,00 mg; Ácido fólico, 200,00 mg; Colina, 10.500,00 mg; Ferro, 8.750,00 mg; Cobre, 3.750,00 mg; Manganês, 6.250,00 mg; Zinco, 18.750,00 mg; Iodo, 250,00 mg; Selênio, 75,00 mg; Antioxidante, 500,00 mg; veículo.
As carcaças foram direcionadas para uma câmara fria (2 a 4ºC) onde
permaneceram por 18 horas. A meia carcaça direita foi escolhida para a coleta dos
cortes de lombo (Longissimus dorsi) e de toucinho para posterior análise de
colesterol total. As amostras foram obtidas entre a décima e a décima primeira
vértebra lombar.
Logo após serem coletadas, as amostras foram embaladas a vácuo em
equipamento utilizado no frigorífico, dentro de embalagens plásticas de polietileno
com nylon. As amostras embaladas foram então transportadas em caixas de isopor
com gelo para um congelador e depois levado para o Departamento de Ciência de
Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de
Campinas - F.E.A. – UNICAMP, onde se procedeu à análise de colesterol total por
CLAE (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência) segundo Bragagnolo & Nogueira
(2002) e Saldanha et al. (2004).
As variáveis de características de carcaça e colesterol total foram analisadas
utilizando-se o Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG), desenvolvido
na Universidade Federal de Viçosa (2004), versão 9.0, utilizando-se os
procedimentos para análise de variância e regressão. A média do tratamento sem
ractopamina foi comparada com as médias dos demais tratamentos por diferença
mínima significativa.
Para a análise de variância, foi adotado o seguinte modelo estatístico:
ij j i
ij
m
t
b
e
Y
=
+
+
+
,em que:
i
=
1
,
2
,
3
...,
I
j
j
=
1
,
2
,
3
....,
ij
Y
=valor observado na parcela relativa ao tratamento
i
no bloco
j
;
m= média geral;
i
t
= efeito devido ao tratamento
i
;
j
b
= efeito devido ao bloco
j
;
ij