H EMATOMAS IN TRACRAN IAN OS ISOD EN SOS
E S T U D O D E CI N CO CA S O S
LAMART INE C. DE MORAES JUNIOR DOUGLAS A. JOZZOLINO **
FAHD HADDAD ***
WANDER M. TAMBURUS *** MAURI A. RAFAELLI ***
O advento da tomografia computadorizada craniana ( TC) trouxe maior
segurança e certa tranqüilidade no diagnóstico de processos patológicos
decor-rentes de traumatismos craniencefálicos ( T CE )
7. Hematomas intracranianos
subdurais ( HI) constituem importante condição entre as patologias conseqüentes
aos T CE ,não só pela morbidade como pela mortalidade
2. O emprego da T C
permitiu grande avanço diagnóstico nesses casos, cujas manifestações clínicas
aparecem tardiamente, como costuma ocorrer em alguns tipos de hematomas
subdurais
1 .2 ,3 ,6 .8 .Os HI apresentam características próprias na imagem
tomo-gr áfica, baseadas principalmente nas alterações das densidades das estruturas,
evidenciadas durante a T C. Algumas situações, porém, podem ocorrer nas quais
o aspecto densidade não oferece dados que permitam o diagnóstico
M o . n , Con
-tudo, algumas modificações observadas no exame podem auxiliar ou mesmo
permitir o diagnóstico da patologia, principalmente modificações do
posicionmento das estruturas cerebrais nos chamados hematomas òu coleções intr acr
a-nianas isod en sas
1 0»
1 1»
1 2.
Constitui propósito deste trabalho o registro de 5 casos de hematomas
subdurais isodensos confirmados mediante outros procedimentos e cujos
resul-tados permitem alertar par a a necessidade de rigorosa observação e
investiga-ção em doentes com T CE submetidos a T C.
M A T E R I A L. E M É T O D O S
Fo r a m e s t u d a d o s 5 c a s o s d e h e m a t o m a s i n t r a c r a n i a n o s s u b d u r a l s , n o s q u a i szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA c
e x a m e t o m o g r á fi c o c r a n i a n o n ã o d e m o n s t r o u a l t e ra ç õ e s s i g n i fi c a t i v a s d o s c o e fi c i e n t e s d e a t e n u a ç ã o e m r e l a ç ã o a o p a r ê n q u i m a c e r e b r a l . To d o s o » p a c i e n t e s t i n h a m a n t e c e -d e n t e s -d e T CE -d e m a i o r o u m e n o r i m p o r t â n c i a . O m a i o r i n t e r v a l o -d e t e m p o e n t re a o c a s i ã o d o t r a u m a t i s m o e o d i a g n ó s t i c o d e H I , fo i 11 m e s e s e o m e n o r , 30 d i a s . To d o s o s d o e n t e s fo r a m s u b m e t i d o s a a n g i o g r a fi a c e re b ra l a p ó s o d i a g n ó s t i c o t o m o g r á fi c o d e
H I e , p o s t e r i o r m e n t e , h o u v e a c o n fi r m a ç ã o d i a g n o s t i c a m e d i a n t e p r o c e d i m e n t o c i r ú r g i c o . A i d a d e d o s p a c i e n t e s v a r i o u e n t re 19 e 54 a n o s , t o d o s e r a m d o s e x o m a s c u l i n o e p r o c e d i a m d a r e g i ã o n o r t e d o Es t a d o d o P a r a n á .
R E S U L T A D O S
t e r a l ; b ) n a s é rie p ó s i n fu s ã o d e co n tra s te * d e s v i o d a a r t é r i a p e r i c a l o s a c o n t r a l a t e r a l -m e n t e a o h e -m a t o -m a ; c ) o s v a l o re s -m é d i o s d o s c o e fi c i e n t e s d e a t e n u a ç ã o d a r e g i ã o s u s p e i t a , e m c o m p a r a ç ã o c o m o u t r a s a r e a s d o p a r ê n q u i m a n e r v o s o , n ã o a p r e s e n t a v a m o s c i l a ç õ e s s u fi c i e n t e s p a r a s u g e r i r p ro c e s s o p a t o l ó g i c o ; d ) n ã o fo r a m d e m o n s t r a d a s e m q u a l q u e r d o s c a s o s á r e a s v i z i n h a s a o p r o c e s s o e x p a n s i v o q u e s u g e r i s s e m e d e m a c e re b ra l ( Fi g . 1 ) . E m a p e n a s d o i s c a s o s , a p ó s a i n je ç ã o d o c o n t r a s t e , o b s e r v o u -s e i m a g e m s e m i l u n a r d e a s p e c t o t ê n u e , d e c o n v e x i d a d e p a r a fo r a , s u g e r i n d o a c á p s u l a d o h e m a -t o m a ( Fi g . 2 ) . O e s -t u d o a n g i o g r á fi c o , r e a l i z a d o e m -t o d o s o s c a s o s , u l -t e r i o r m e n -t e a o d i a g n ó s t i c o d e H I p e l a T C, c o n fi r m o u o a c h a d o t o m o g r á fi c o ( Fi g . 3 ) . Ho u v e c o n fi r -m a ç ã o c i r ú r g i c a e -m t o d o s o s c a s o s . A e v o l u ç ã o p ó s -o p e r a t ó r i a fo i s a t i s fa t ó r i a n o s 5 p a c i e n t e s , t e n d o t o d o s re c e b i d o a l t a h o s p i t a l a r s e m s e q ü e l a s n e u r o l ó g i c a s .
CO M E N T Á R I O S zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
O diagnóstico radiológico do hematoma subdural isodenso com freqüência
de HI
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 9 ,1 0 ,1 3 .1 4 .Algun s autores demonstraram diminuição exponencial nos valores
de atenuação no hematoma subdural nos primeiros 30 dias subsequentes ao T CE
3.
Habitualmente, o hematoma subdural costuma apresentar na fase aguda alta
densidade ao exame tomogr áfico, ao passo que o crônico apresenta baixa
densi-dade nos coeficientes de atenuação da imagem tomogr áfica, sendo facilmente
detectável, portanto, devido às diferenças de atenuação existentes em comparação
ao parênquima cerebral
5 ,1 1 ,1 2 ,1 4 . oantecedente de T CE em pacientes que apr
e-sentam manifestações clinicas tar dias de patologia que ocupa espaço intr acr
a-niano permite suspeitar da formação de hematomas intracraa-nianos, geralmente
subdurais crônicos e, freqüentemente, a T C é suficiente par a confirmar o
diagnós-t ico
6»
7»
8. Entr etanto, o hematoma subdural (subagudo ou crônico) pode ser
isodenso e não ser visível na T C. Nesta circunstância, o aparecimento de sinais
indiretos (como desvio da linha mediana, compressão das estruturas nervosas e
ventriculos later ais, sulcos corticais não visíveis) somados ao antecedente de
trauma indicam a possibilidade da existência de H I
1 < c. O uso de contrastes
injetados no sistema vascular torna-se indispensável nesses casos, pois podem
ser úteis na identificação da cápsula do h e m a t om a
1 3.
Observamos em nossos casos, todos submetidos a exame tomogr áfico, uma
constante nos achados, representada por desvio e/ ou compressão das estruturas
de linha média, contralateralmente. Após a injeção do contraste no sistema
vascular , observou-se desvio da artéria pericalosa par a o lado contrário ao dá
patologia básica. Em todos os casos não foram observadas var iações do
coefi-ciente de atenuação, em comparação ao parênquima nervoso propriamente dito.
Em apenas dois casos, após a injeção de contraste, observamos a formação de
tênue imagem semilunar, com convexidade par a for a, sugerindo a cápsula do
hematoma. Não foram demonstradas imagens que sugerissem presença de
edema cerebral em ár ea circunvizinha ao hematoma. Br adac e Cavalcan t i*,
descrevem área hiperdensa em forma de anel na convexidade, após a injeção
de contraste, que caracterizam como sinal importante par a o diagnóstico do HI
isodenso. Em nenhum de nossos pacientes foi observado o referido anel. A
confirmação diagnostica mediante estudos angiogr áficos intracranianos e, também,
a confirmação cir úr gica, fazem-se necessárias, como ocorreu em todos os nossos
casos. Entr etanto, cabe salientar que os achados tomográficos permitem
suspei-tar da presença de coleção subdur al, mesmo não sendo evidenciadas durante o
exame variações do coeficiente de atenuação que demonstrem a presença de HI.
A boa evolução dos casos estudados faz com que a patologia em questão mereça
maiores cuidados e preocupação, principalmente em virtude do bom prognóstico
de cada caso quando adequadamente tr atado.
R E S U M O
S U M M A R Y
Isodense intracranial hem atom as: report of 5 cases.
The authors report 5 cases of isodense intracranial hematomas identified
by computorized tomography and confirmed by angiography and surgical
procedures. Radiological aspects are discussed and tomographic signals are
emphasized.
R E F E R Ê N CI A S
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