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O perfil do professor de ensino supletivo: um estudo com enfoque nas suas representações contextuais reveladas pela categoria "linguagem"

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Academic year: 2017

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(1)

o

PERFIL DO PROFESSOR DE ENSINO SUPLETIVO

Um estudo com enfoque nas suas イ・ーセ@

sentações contextuais reveladas pela categoria IIlinguagemll

セL@

(2)

o

PERFIL DO PROFESSOR DE ENSINO SUPLETIVO

Um estudo com enfoque nas suas representações

contextuais reveladas pela categoria Bャゥョァオセ@

gem".

tセ・コゥョィ。@ cッセエ。@ da Silva Machado

Orientador: p・エセセ@ m。セ。@ vャセュ。ョ@

Dissertação submetida como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Educação.

Rio de Janei ro Fundação Getulio Vargas

Instituto de Estudos Avançados em Educação

Departamento de Administração de Sistemas Educacionais

(3)

"Em todo o momento de at-Lv--tdade mental acontece em nO-6 wn duplo 6enômeno de ー・セ」・ー￧ ̄ッZ@ ao me-6mo tempo que temO-6 」oョNMV」NMMエセョ」NMMエ。@ dwn セエ。@

do de alma, temM d--tan.:te de nÓ-6, MMエューセ・MVMVMMエッ@ nando -nO-6 0-6 -6 en:t--tdo-6 que

e-6tão V-tJz.adM pMa o ・クエセッセL@ uma pM-6agem アオ。ャアオセL@ en.:tendendo ーッセ@

pM-6ag em, pMa coyャv・mセョ」NMMエ。@ de Vセ@ e-6, tudo o que VPセ。@ o mundo exti

セッセ@ YlWl1 、・Zエ・セュMエh。、ッ@ Y'rlOmen;to da YlO-6-óa ー・セ」・ー￧ ̄ッNB@ (Fernando Pessoa.

s/d, p.10l - c。yャ」NMエッyャ・Mエセッ@ - Nota Preliminar; ODras Completas. Rio de

(4)

Pe1.a.6 hoJUL6 JtOu.bada.6 ao YlO.6.60 c.oYlvI.vio

6a.rn.{L{.aJt, em ellpeua1.., dedic.o ellta dL6

セ・ョエ。￧ ̄ッ@ a: Luiz f・セyャ。yャ、ッL@ Luiz Vic.eYl

(5)

AGRAVECIMENTOS

Há de. .6 e. agtLade.cen a paue.ncia de an.o.6 de. e..ócu:ta de te.U0.6 que n.em bem

lhe in.te.ne.6.6avam, ma.6 que n.ão lhe..ó n.e.gava impontân.cia e aten.ção: ao me.u ma

セ、ッL@ Luiz Fe.nn.an.do todo o meu agtLadecimen.to. Ao.6 meU.6 Mlho.6 Vicen..te eF0.

n.an.da, que n.a in.ocê.n.cia de .6eU.6 pOUCO.6 an.0.6, C.!Le..ócenam e aCO.6tumatLam-.6e a

ve.n a mãe. .6 eJllp!Le. en..tnetida em lwUILa.6, e/.) cセoNV@ e n.o .6om do bate.n da mãq セ@

n.a, muita.6 ve.ze/.) embala!!..am .6eU.6 .6on.o.6. A Ge..ó.6i, gnal1de amiga, que .6empne

Jteba:Ua 0.6 teuo.6, n.uma pacien..te. セNV ̄ッN@ A0.6 meU.6 ーセL@ Alolj.6io e. 1 ue.a,

que., me,6mo doen..te..ó, compJteen.detLam que a min.ha aU.6 ê.n.cia n.ão etLa 6al.ta de

amoJt. A todo.6 deMc.o e..óta MM entação, n.ão puo valoJt ue.n.:t1Mco que pOM a

te.n n.em pela con..tJúbuJ ção que. pJte..ten.M da!!.. ao En.-óin.o Supletivo, ma.6 com a

hwrUldade de quem peJtcebe que e. uma gtLan.de dáMva pode.n chega!!.. ao tíim de. uma etapa.

Ao me.u oセ・NョNエ。、ッjエL@ PJto6e..ó.6oJt Pe..tJtU.6 MaJtia Vla-óman., um agtLadecimen..to セ@

pecial pua .6egUILa e pacien..te 60Jtma como conduziu .6ua ッセ・ョNNエ。￧ ̄ッ@ a e..óte .ttLa

balho.

A PJtotíe..ó.6oJta MaJtia JuUe..ta C0.6ta Calazan.-ó, um agtLadecime.n..to pua セpq@

I1ibilidade que. .6 empJte. n.0.6 o

e.neceu エ■。セョN、ッ@ o n.0.6.6 o ttLabalho.

I

Ao Paulo d0.6 An.jo.6 Ma:Ua.6, com.6ua habilid0.6a 、セッァエl。m。L@ en.Mm, a

todo.6 0.6 PMtíe..ó.60Jte..ó, エ■オョ」ゥッョ ̄セッNV@ e c.ole.ga.6 da Fundação Ge..tuUo Va!!..ga.6,

que. de alguma tíoJtma colaboJtaJtam n.a elabotLação de..ó,{a fu.ó e.Jt.tação, deixo o meu

(6)

RESUMO

Esta pesquisa promoveu-se na area da Educação, especificamente num

setor de Ensino: o Ensino Supletivo. Foi realizada com o principal objeti

vo de definir o Perfil do Professor neste segmento educacional. Através de

uma rede de informações obtidas, tanto na literatura encontrada sobre o as sunto como em entrevistas gravadas durante a realização da Pesquisa de Cam po, procurou-se numa metodologia dialética, investigar dentro de um contex

to sócio-politico-econômico-cultural, as projeções representativas emana

das da prática do profissional de Ensino Supletivo, em escolas de Ensino

Supletivo Público Estadual, no Municipio do Rio de Janeiro, do Estado do

Rio de Janeiro.

A pesquisa desdobrou-se em duas grandes vertentes:

ャセ@ Questão teórica - onde se teve a oportunidade de verificar que a

questão do Ensino Supletivo é pouco pesquisada, talvez por falta de uma ーセ@

litica educacional, ocasionando desmotivação entre os docentes e um conse q'úente bai xo desempenlío entre os alunos.

Rセ@ Pesquisa de campo - situação do Supletivo

Neste item checou-se de perto o ambiente de trabalho deste ーイッヲゥウウゥセ@

nal de ensino, seus anseios, suas mágoas, suas frustrações e ーイゥョ」ゥー。ャュ・セ@

te a vontade de mudar e libertar o Ensino Supletivo dos rótulos de "margi

nal" e "ineficiente".

Na parte final apresentam-se as conclusões, onde se pretende ter 」ィセ@

gado ao objetivo da Pesquisa: o levantamento do Perfil do Professor de En

(7)

Há ainda, na parte de anexos, o total particularizado, em cada Nu

cleo de Educação Conlunitária, do numero de escolas, professores e alunos.

Na parte de Conclusão a sugestão de uma Proposta Pedagógica. Como toda ーイセ@

posta não deverá ser cogitada sua implantação, mesmo a nível experimental,

sem antes ser submetida aos principais interessados: professores, ・ウー・」ゥセ@

listas em Educação e alunos.

Uma das categorias de análise trabalhada na Pesquisa de Campo e, ーッセ@

teriormente analisada, foi a linguagem utilizada pelos Professores de Ensi

no Supletivo. Procurou-se, atraves desta categoria, desvendar os miste

rios que envolvem as relações deste profissional com o Sistema de Ensino,

seus pares e alunos. Este trabalho tenta mostrar toda a carga simbólica, representativa no uso da linguagem a nível pedagógico.

Não se espera ter esgotado o assunto estudado, pelo contrário, ーイセ@

tendeu-se abrir um espaço para uma discussão mais ampla, onde outros ーッセ@

(8)

SUAtARY

This research about eàucation and deals with "Ensino Supletivo"

-suplementary teaching. It was accomplished in order to profile the teacher

of this area of education.

Informati on was sought from books about thi s ma tter as we 11 as peop 1 e

were intervewwed.

While aChieving the research work everything was done to find out in a dialectical methodology and within as social, political, economical, cul

tural context, the importance which comes from the work of those who

practise suplementtary teaching.

About this profile was inquired in public and governamental in the municipality from Rio de Janeiro.

The research was divided in two main parts

scools

1st . Theorical inquiry - Here it was possible to find out that the

suplementary teaching subject is n1t studied enough, may be, because it

isn't important enough in educational politics at a national level.

2nd The inquiry about "suplementary" at places were itis practised.

At this tne working conditions of the teaching professional wery

investigated with his auxieties, his woes, his frustrations and specia11y

his firm purpose of fíghting in order to be able to change and to free

suplementary teaching from being called marginal and inefficient.

In the final part conclusions are shwn and here will have reached

the ain of the research: to profile the suplementary teaching teacher.

We aon1t think be at the end of this matter ar of exhausted it. On

tne contrary we had in mind a greater space, where everyone could in same way contribute to improve this part of education.

Trine doesn't stop and this research is a part in this time space

where it was carried out;

(9)

sumセrio@

I NTROVUÇÃO ...••....•...•...•...•...

1. O En6ino Supletivo ...•...•...•...

1 • 1 Si.6te.ma atual de en6-<-no •.•••.•.••••••.•.•.•••••••....••.•.••

1.2 Ptwdução ütetz.ã.Jvta .6obtz.e o En6-<-no Supletivo •...

1.3 Sduação do Supletivo ...•.•...

Pâg.

2. O Ptz.oblema da p・NVアセ。@ ...•.•...•.•...•... 3

2.1 O tz.ecotz.te do Supletivo e o Petz.ó-<-l do .6eu Ptz.oóe.6.6otz. .... ... 3 2.2 O petz.ó-<-l de matz.gútalidade do Ptz.0óe.6.6otz. de En6-<-no Supletivo .. 6

3. Quadtz.o T eÓtz.--lco ••••...•..•••..•...•••••.•..•••••.••.•.•.•.••••• 7

3. 1 Concuto.6 teótz.ic0.6: o Conctz.uo ...• 8

3.2 Categotz.--la.6 de anâü.6e cdada.6 potz. KO.6ik ... ... 10

3. 3 Quutio namento.6 ...•...•...•... 12

3.4 Ptz.enÚ.6.6M teótU.cM bM-<-Ca.6, .6--l.6tematizadM potz.Man--l.6 eMettzetz.,

no Intetz.auon--l.6mo S,ÚnbóUco ... 14

3.5 O .61mbolo .6-<-gvúÓ-<-cante ... 16 3.6 A coleta de dado.6 •...•...•...•... 18

CAPITULO I - O PERFIL VO PROFESSOR VE ENSINO SUPLETIVO NA LEI VE

ENSINO E NA BIBLIOGRAFIA PERTINENTE ... ... •.. 21

1. Co ntexto .6 Ó uo- po.f.l;t;.co-eco nôm.-lco do .6--l.6tema educauo na! (Ante

tz.--lotz. ã Lu de En6ino) ...•...••....•.•.•....•.•...•... 21

2. ÁtgUn6 utudo.6 petz.tinenX:e.6 ao a.6.6unX:o em pauta: En.6-<-no Supleti:

vo ...•...•..•...•... 22

3. Leg--l.6lação petz.t-<-nente ao En6-<-no Suplet-<-vo .... •...•. ..•.•••.•.. 30

4. O concuto de matz.g-<-nalidade em tz.elação ao En6-<-no Supletivo .... 33 4. 1 Matz.g-<-nalização - um conce-<-to a patz.titz. de compatz.açõu com 0.6

padtz.õu .6oua!mente aceito.6 .•••• ....•...•...•. ....•.•... 35

(10)

CAPTTULO 11 - O PROFESSOR NA SUA PRAXIS ... .

1. A Pe6qu{J.>a de Campo ... .

1. 1 qオ。QセVセセ。￧ ̄ッ@ e セ・ャ・￧ ̄ッ@ 、ッセ@ ・ョエセ・カセエ。、ッセ@ ... .

1.2 Pe/z.guntM ョッオ・。、ッセ@ dM ・ョエjエ・カセセエm@ ... . 1. 3 c。エ・ァッセm@ de anãiMe que 「mセッオMセ・@ 」エセmセ。jエ@ em セ。、。@ ー・セァオAA@

ta ... . 1. 4 aョ ̄NNセ・@ 、ッセ@ セセオuN。、ッセ@ dM ・セ」カセエm@ ... .

2. aセ@ r・Vーッセエm@ ... .

2 • 1 aーセ・V@ entação ... .

2. 2 cッュ・ョエゥゥエカャッセ@ g・Nセ@ ... .

CVNCLusDES - pセュセ@ PaUc

- Se.gunda PaUc: pセッーッセエ。@ de r」Vッセ。@ ... .

BIBLIOGRAFIA nURICA CONSULTAVA ... .

BIBLIOGRAFIA PERTINENTE AO ENSINO SUPLETIVO ... .

ANEXO ...... .

Pág.

43 43 43 44

45 46 47 47 72

76

82

91

94

(11)

INTRODUÇÃO

1. O En6ino Supletivo

1.1 O atual sistema Supletivo de Ensino, ao que parece, 」ッョエセ@

nua no limbo das preocupações das autoridades e ー・ウアオゥウセ@

dores, como um adendo (vergonhoso?) do nosso sistema formal de

ensino apesar da magnitude da clientela, parâmetro (às avessas)

da situação do ensino regular, tábua de salvação e funil de mo

bilização vertical para muitos, o sistema continua como um apê.!! dice, uma mera suplência, como diz o seu nome.

1.2 pセッ、オ￧ ̄ッ@ ャゥエ・セ ̄セゥ。@ Vッ「セ・@ o En6ino Supletivo

E

justamente na área de produção de conhecimento referen

te ao sistema Supletivo de Ensino, que encontra-se uma imensa

lacuna. são poucos os autores e/ou pesquisadores que se inte ressam pelo assunto.

Em outra parte desta pesquisa, referente à Revisão Biblio

gráfica, far-se-a o comentário de um artigo do Professor Pedro Demo, que por fazer uma análise mais abrangente do Ensino Supl!

tivo, servirá, de certa forma, como contra-ponto aeste estudo.

1.3 Situação do Supletivo

O primeiro grande impasse desta pesquisa foi realizar um

levantamento de dados que pudesse dar, quantitativamente, os

(12)

2

sores e alunos, entre outros. A pesquisa esbarrou na falta de

dados da Coordenação do Ensino Supletivo do Município doRio de Janeiro. Nem mesmo o conceituado IBGE publica em seu Anuário

dados relativos ao Ensino Supletivo, apesar de fazer uma cole

ta de dados minuciosa a cada ano.

Desta forma optou-se por fazer o levantamento necessário

de dados pela Cartela Escolar, ainda do Governo do Engenheiro

Leonel Brizola. Este documento foi atualizado, no que foi ーッセ@

s;vel, por uma integrante da Equipe Pedagógica da Coordenação

do Ensino Supletivo, em 1988, em uma das visitas realizadas 。アオセ@

le orgao.

Nesta Cartela verifica-se que as Escolas de Ensino sオーャセ@

tivo estão divididas em dez NECs (Nucleos de Educação Comuniti

ria). Será feita a apresentação do quantitativo-numérico das

Escolas apenas do 29 segmento do 19 Grau (Fases V a VIII). Co

mo não se conseguiu dados oficiais em numero de professores e alunos, optou-se pelo método da estimativa. Fixou-se em 35 o

numero de alunos por turma, o que não é arbitrário, já que foi

calcado na Resoldção da Secretaria de Educação de n9 1.355, de

22/01/87. Considerando-se o numero de salas de aula existen

tes, chegou-se ao numero de turmas, e ao multiplicá-lo por 35, estimou-se o numero de alunos. Como o Professor tem uma carga

horária de 12 horas/aula, usou-se a seguinte equação para esti

mar-se o numelo de Professores:

(13)

3

n = numero de turmas

3 = numero médio de turmas por professor

5 = numero de professores por turma (Português, Matemáti

ca, História, Geografia, Ciências)

x = numero de Professores Regentes

Observação: Há escolas que ainda possuem Professores de Educação Flsi

ca, como nao são maioria preferiu-se não computá-los nesta estimativa.

Os numeros totais com esta estimativa sao os seguintes:

há 170 escolas de 29 segmento de 19 Grau, aproximadamente 1.793 turmas, com um total de 62.755 alunos e 2.990 professores.

2. O pセッ「ャ・ュ。@ da p・セアオセセ。@

O âmbito do problema estudado, 29 segmento do 19 Grau do

Ensino Supletivo (Fase V a VIII), em cursos de horários notur

nos em Escolas Publicas, no Municlpio do Rio de Janeiro, teve

sua razão de escoíha no fato do numero reduzido de pesquisas

realizadas pertinentes ao assunto, talvez por estarem ーイ・ッ」セ@

pados os pesquisadores em Educação nos graves problemas que a

Educação, em geral, vem carreando nestes últimos anos. Enten

de-se que as grandes pesquisas devam preocupar-se em priorizar

temas macros do Setor Educacional. Entretanto, dentro dos re

cortes possiveis em Educação, conclui-se que a Educação deAdu1

(14)

4

caixa em nenhum dos Projetos Educacionais feitos com base ・ュァセ@

nera1izações dos problemas educacionais.

Assim sendo, partiu-se de uma prática de dezoito anos de contato com o Supletivo, tempo este o mesmo de existência des

te tipo de ensino, para uma pesquisa que pudesse prestar uma

colaboração identificando e delineando o perfil do Professor

de Ensino Supletivo. Acredita-se que está no Professor bem ヲッセ@

mado, compromissado e satisfeito com a atividade que realiza a

chave das mudanças desejadas para que este tipo de ensino se

torne mais eficaz.

E

relativamente jovem esta modalidade de ensino, já que

sua implantação se deu com a Lei n9 5.692/71, que só entrou em

vigor em 1972; assim o Ensino Supletivo de 29 segmento de 19

Grau só tem dezoito anos.

A partir da implantação da Lei de Reforma de Ensino surge

a primeira grande dificuldade: a demanda de alunos para este

segmento foi superior às expectativas governamentais. Não hou

ve tempo para a Sftcretaria de Educação e Cultura cuidar da in

fra-estrutura de uma lei tão inovadora como a citada. A fusão dos antigos cursos primário e ginasial era uma tarefa a reali

zar e os antigos Departamentos de Educação Primária e o do En sino Médio não se entrosaram tão rapidamente quanto o necessa rio para a formação de um só bloco de ensino: o Departamento de

Ensino de 19 Grau.

Houve resistência ã mudança por parte de algumas escolas

(15)

5

tamento passaram para o Departamento de Ensino de 29 Grau e ou

tras ficaram no Departamento de Ensino de 19 Grau. Isto, ini

cialmente, gerou uma questão delicada de "status", uma vez que

Diretores e Professores de Ensino Medio, todos, possu{am nível

universitário, enquanto que no Departamento de 19 Grau os prQ

fessores e diretores, em sua maioria, só possu{am o curso nor ma 1 .

Já no Ensino Supletivo o problema a ser enfrentado era mais

grave, pois não se tratava de "melindres" entre departamentos:

não havia nada relativo ao 29 segmento (antigo ginasial), pelo

contrário, tratava-se de implantá-lo. Desta forma o Estado te

ve que criar a partir do nada. Além da necessidade de ・クー。セ@

são da Rede de escolas surgiu um elemento decisivo: a falta de

professores habilitados legalmente, ou seja, professores com

licencciatura a nível universitário. Não havia profissionais

habilitados, dentro do Corpo Docente existente, que cobrissem

to d a a n e c e s s i da de. P r i m e i r o f o r a m c h a ma dos os pro f es s o re s p ri mários que possuíam tal habilitação, depois os que cursavam as

seri es mai s el evadas nas Facul dades de Formação de Professores.

Finalmente, esgotado este expediente, abriram chamada para ou

tros Departamentos de Ensino, de horário diurno, que quisessem trabalhar em regime de dupla-regência (caso em que o professor,

já detentor de um cargo publico e com disponibilidade de tem

po, aceita trabalhar em regime de hora-extra, ganhando só o que trabalha, sem vínculo empregatício, sem direito a ferias, etc.).l

(16)

6

2.2 O ー・AHVセGイ@ de nI{{!(g..í..Vlaf..í..dade du P!(06<'6.60!( de EV1.6..í..no

S u pf <' t { li (1

Seguiu-se, nesta pesquisa, em busca da "lei da 、・ウュ。イァゥョセ@

lização" como disse o Professor Petrüs Maria Vlasman em sua te

de Mestrado. Mostra como ocorre a marginalização dos indiv;

duos que fogem às regras impostas pela classe dominante, numa sociedade burguesa e capitalista.

o

autor resume na palavra "pobreza" toda esta problemát.:!.

ca: ignorância (no sentido do não-saber), falta de saúde, ウオ「・セ@

prego, desemprego, tudo isto gerando um homem que foge ao ーセ@

drão "normal", ditado pelos parâmetros desta mesma

1

que a gera.

sociedade

Este aspecto será abordado com maior profundidade em ou

tra parte desta dissertação.

o

interesse pelo estudo e demonstração da tese da "marg.:!.

nalidade" do Professor dentro do Ensino Supletivo está calcado

no fato despertado durante as entrevistas: ela é "transmissí

v e 1 ", p o i s não a t 'i n g e som e n t e a o sal uno s; os d o c e n te s des te s e.9.

mento de ensino declaram em suas entrevistas toda esta ca rga

discriminatória que pesa sobre o Ensino Supletivo. Nas entre

vistas de professores que possuem duas matrículas, uma no Muni

cipio e outra no Estado, é flagrante a diferença que estes ーイセ@

1 VLASMAN, Petrus Maria. Quinze anos de ação comunitária. Rio de Janeiro, Fundação Getulio Vargas, Instituto de Estudos Avançados em Educação, Depa! tamento de Administração de Sistemas Educacionais, 1977, 195 fls. Disserta ção apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em

(17)

7

fissionais sentem em relaçao às condições de trabalho. O Muni

cípio, que

e

responsável pela educação regular a nível de 19

grau, ainda consegue, segundo os entrevistados, dar uma condi

ção melhor no desenvolvimento das tarefas docentes.

Ao proceder-se a leitura de textos teóricos tem-se o ッ「ェセ@

tivo de apreender-se conceitos fundamentais que possam servir de alicerce à construção do conhecimento. Ao reelaborar-se es

tes conceitos, em função da vivência e da experiência acumula

da em anos de trabalho e de observação, percebe-se que não há

como ultrpasssar a influência destes pensadores. Em muitas ー。セ@

sagens deste trabalho, certamente, haverá trechos impregnados

da teoria de autores citados na Bibliografia, entretanto, アオ。セ@

do não é feita menção a eles, não se está copiando idéias, mas

sim incorporando-as, por assimilação, ao trabalho de pesquisa.

Assim, este trabalho não tem a pretenção de criar um ー・ョウ。ュ・セ@

to teórico autêntico e original. Entre tantos filósofos, teó

ricos proeminentes, buscamos centrar os fundamentos teóricos

em Karel Kosik,

・セ@

A Dialética do Concreto l e nos conceitos ob

tidos com os Interacionistas Simbólicos. 2 Em alguns trechos im

possível não lembrar de Schaff, de Baudri11ard, de Marx,dos au

tores brasileiros como Pedro Demo, Cláudio de Moura Castro,Gau dêncio Frigotto, Miriam Limoeiro, Saviani, entre outros. Entre

1 KOSIK, Kare1.

vゥ。Q←エゥセ。@

do Concneto. Trad. de A1dperico Toríbio, 2.

ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1974.

2 LITTLEJONHN, Etephen W. Interacionismo Simbólico. In:

fオョ、。ュ・ョエッセ@

Teõ

ィゥセッセ@ da cッュオョゥセ。￧ ̄ッ@ Hwmana. Trad. Alvaro Cabral. Rio de Janeiro, z。ィ。イセ@

(18)

tanto, dois entre estes foram o suporte teõrico desta pesqui sa: Kosik e os Interacionistas Simbõlicos.

3.7 COVlce'{tO!.l teó/t,{co!.l: o COVlc/teto

o

primeiro passo, aprendido em Kosik,

e

tentar reconhecer

no dia-a-dia o "mundo da pseudoconcreticidade" e depois de iden

tificá-lo, provocar a sua ruptura.

Este mundo de pseudoconcreticidade poderia ser explicado

pelo complexo dos fenômenos que cerca o indivíduo e que coti

dianiza-se de tal forma que a pessoa incorpora suas イ・ーイ・ウ・ョエセ@

ções, sem perceber que elas já estão "prontas" e que nao - ー。セ@

sam pelo seu crivo crítico.

No feixe de relações entre a Teoria do Concreto e a dos

Interacionistas Simbõlicos não se pode deixar de sublinhar o

fato de que e atraves da linguagem que o indivíduo faz sua en trada no grupo social. Ao mesmo tempo e em sentido inverso, o

Complexo social (Família, Escola, Meios de Comunicação de Mas

s a, e t c) f a z a " a r rum a ç ã o" de seu s va 1 o r e s p e s s o a i s e cu 1 tu ra i s ,

utilizando-se do mesmo instrumento: a linguagem. Se ao indiví

duo e dado o poder de incorporar, nesta troca intersocial, a

análise e a critica, pode-se dizer que terá toda a chance deul

trapassar a barrei ra do "senso comum" (como dizia Marx) e che gar a um pensamento unico e original, porque crítico. E este,

sem dúvida, seria um dos principais objetivos de uma Educação

(19)

9

Desvendar o que Kosik chama de "praxis utilitária cotidia

na", desvendar o pensamento comum nao e uma tarefa simples. eセ@

volve um desdobramento de um Todo sócio-politico-econômico,que

ao mesmo tempo, não pode fragmentar-se em partes, sob pena de

perder o seu sentido.

Enfoque-se aí a figura do Professor. Anterior ao exerci cio de sua profissão ele é um indivíduo. E como tal ama, tem

suas paixões, sua ideologia, seus ideais, seus sofrimentos, den

tre estes ultimos, o padecimento profissional de pertencer a

uma classe marginalizada em todos os sentidos: perdeu seu status,

perdeu sua valorização enquanto mão-de-obra qualificada, numa

época de crise na Educação e, conseqüentemente, perdeu salário.

Os atuais níveis salariais são segundo apontam pesquisas ・ュェッセ@

nais e a própria entidade representante (SEPE), os mais baixos

dos ultimos tempos.

No momento histórico que estamos atravessando, apos vinte

anos de regime militar, período em que nas Faculdades pouco ーセ@

dia-se fazer em termos de conteudos filosóficos ou sociológi

c os, p o i s tu d o o Ui q U a s e tu d o c o m e ç a v a ou te rm i n a va em M a r x . E

nesta época falar em Marx era ser comunista. E ser comunista

era ser diferente, e ser diferente era proibido. Desta forma,

pode perceber-se quantas gerações se formaram sem terem a ッーッセ@

tunidade de um crescimento intelectual, onde a crítica fosse um

(20)

10

Marx apresenta suas categorias aos pares e Kosik o 。」ッューセ@

nha reafirmando o conceito que só dialeticamente se pode chegar mais próximo a uma análise do real concreto; "fenômeno X essên

cia; mundo da aparência X mundo real; aparência externa dos ヲセ@

n ô me nos X 1 e i dos f e n ô m e nos; e x i s tê n c i a p o s i t i va X n li c 1 e o i n te.!:

no, essencial, oculto; movimento visível X movimento real-inter

no; representação X conceito; falsa consciência X consciência

real; sistematização doutrinária das representações

giall

) X teoria e ciência. 1l1

( 11 i de o 1 E.

Não foram usadas todas estas categorias, como poder-se-á

ver mais adiante, mas de certa forma elas ficaram presentes,

subjacentes ao trabalho de análise desenvolvido.

Apoiado nos muitos escritos marxistas, Kosik assegura que "sem o pleno domínio de tal meto do de investigação, qualquer dia

1etica não passa de especulação vazia." 2

Kosik apresenta este meto do dividido em três graus:

I

19) "Minuciosa apropriação da materia, pleno domínio do

material, nele incluídos todos os detalhes históricos 。ーQゥ」セ@

veis, disponíveis."

Neste grau utilizou-se as seguintes atividades:

1 KOSIK, Kare1.

vゥ。ャ↑エゥセ。@

do

cッョセセ・エッN@

Op. cit., p.16.

(21)

1 1

leitura de livros, artigos e outras matérias sobre osis

tema Supletivo de Ensino;

o enquadramento hist5rico do surgimento do 29 segmento

do 19 grau, no Ensino Supletivo;

entrevistas com pessoas envolvidas com o Ensino Supleti

vo, privilegiando-se o professor, tanto em função admi nistrativa ou regente;

analise dos dados coletados.

29) "Analise de cada forma de desenvolvimento do pro p

-

rl . o

material."

Aqui, voltou-se a cada etapa do grau anterior, procurando

seus desdobramentos, suas implicações, refazendo os textos de analise, onde fatos insignificantes (na aparência) passavam a

figurar como relevantes. Ao escutar-se varias vezes as entre vistas gravadas, aprendia-se novos ângulos do questionamento

central: o Professor do Ensino Supletivo. Assim sendo foi-se

de 1 i n e a do, a o s p o,u c os, que q u a n tom a i s a b r a n g e n t e f o s s e a 5 ti ca de analise mais distante estaria o objetivo a alcançar: de

finir o perfil deste profissional.

39) 11 I n ve s t i g a ç ã o d a c o e r ê n c i a i n t e r na, i s t o é, de te rm i na

ç a o da uni da de das va r i a s f o rm as de de s e n vo 1 v i me n to. 11

(22)

1 2

aspectos e em cada um deles opô-los ao Todo, ou seja, apos a di

vlsao do Todo em suas partes, reorganizã-las de acordo com os

dados coletados e tornar a devolvê-las ao Todo, para que nao

-se perdes-se a contextualização necessãria.

r

necessário frisar que aqui está registrado o método de

investigação, que inicialmente parte de dados arbitrãrios, ーイセ@

viamente selecionados para a pesquisa pretendida. No capítulo lI,

na parte relativa ã pesquisa de campo e que se terã o método

da exposição, onde ficam patentes os passos seguidos no método

citado de investigação.

3.3 qオ・セエゥッョ。ュ・ョエッセ@

Deixou-se para a parte da anãlise das entrevistas o ウオイァセ@

menta de uma conceituação mais sólida de marginalização. Entre tanto, é pertinente lembrar um trecho dos Interacionistas Sim

bólicos: "( ... ) 。エエエ。カ↑Zセ@ de ァ・セエッセ@ LVゥァョゥVゥ」N。エゥカッセ@ e de adoção de

ー。ー・ゥセL@ a ー・セセッ。@ エッエエョ。Mセ・@ um objeto patta セゥ@ ュ・セュ。L@ ゥセエッ@

ê,

eia

カ・Mセ・@ c.omo 。セ@ ッオエエエ。セ@ 。セ@ カセ・ュN@ A ー・セセッ。@ intettnaiiza ・セセ。@ カゥセ ̄ッ@

gettai do eu e

」Nッューッエエエ。Mセ・@

, c.oettentemente c.om tai

カゥセ ̄ッNBャ@

P a r a a t i n g i r - s e ã r e a 1 i da d e c o n c r e ta, o use j a, o p e rf i 1 do

Professor de Ensino Supletivo, passamos por dois アオ・ウエゥッョ。ュ・セ@

tos:

Como se pode chegar até este perfil?

Este perfil existe na realidade? e/ou Quem e o Professor de Ensino Supletivo?

(23)

1 3

Estas questões vieram presas ao que se entende por totali

dade. De fato, o que foi considerado como realidade? Sabe-se

que, na verdade, não se consegue ver todos os fatos, e, mesmo

que isto fosse possível, logo surgi riam outros e assim nunca

chegar-se-ia a uma conclusão definitiva. Assim sendo, neste

trabalho conceitua-se a realidade como um todo estruturado, on

de as partes mantêm estreita relação entre si. Desta forma, a

Sociedade Brasileira com toda a sua trama: aspectos social, ーセ@

litico, econômico e outros, foi considerada como totalidade no

universo àesta pesquisa. No capítulo destinado

ã

legislação

colocou-se a política educacional brasileira, seus objetivos e

o lugar que ocupa o Ensino Supletivo.

A preocupaçao que norteou a pesquisa de campo esteve cal

cada na necessidade de não se perder o fato colhido, isolado do contexto, e, ao mesmo tempo, verificar a influência deste fato

na geração de novos fatos que assim desorganizam e criam uma

nova estrutura a cada momento. Registre-se, também, o fato de

que cada entrevista realizada, além de sofrer variáveis inter

venientes, nao ー。セウ。@ de um recorte do real, num dado momento.

r

possível mesmo que as mesmas pessoas se entrevistadas agora

tenham uma nova visão da problemática pesquisada: o professor de Ensino Supletivo. Vendo por este prisma chegaríamos a um

conceito de Kosik que, de fato, totalidade nada mais é que "a

ul..-tação da pitO dução .6 o c.-ta.t do ho m e.m. " 1

(24)

14

Mani6 c m」ャエコ」セL@ no Intchacioni6mo sゥュ「セャセ」ッ@

la.) "A mente, o cu c a 6oc-tcdade não 6ao C6thu:tufLa6 d-t6 tinta6, ma6 pfLoce6606 de -tntefLação pe660al e intefL

pe660al."

2a.) "A intefLação Vゥュ「セN・ゥ」。@ é um ponto de vi6ta que ・ョョセ@

tiza a linguagem como mecani6mo ーヲlゥュセヲlゥッ@ que culmina

na mente e no eu do indivIduo."

3a.) "A mente é concebida como a intefLnal-t zação de ーヲlッ」・セ@

60-6 6 o ciai-6 no indi vIduo . "

4a.) "06 compofLtament06 -6ão con6tfLuIdo-6 pe,la pe-6-6oa no 、セ@

cufL-60 de 6ua açao.

o

compofLtamento não é pUfLamente fLeativo, de um modo mecanici-6ta."

5a.) "O veIculo ーヲlゥュセヲlゥッ@ pafLa a conduta humana é a de6iH{

ção da -6ituação pelo autofL."

6a.) "O eu é con6tituIdo, ( ... ) pOfL deniniçõe-6 tanto -60 ciai-6 como pe660ai-6 (de natufLeza única). ( ... ) a ー・セ@

-6oa contim a -6ociedade em -6i me-6ma, ma-6 não e um e6

pelno d06 outfLO-6 -6igninicativo-6."l

Embora, de inicio, estas premissas possam parecer contra

ditõrias em relação

ã

teoria da Totalidade de Kosik, foi de ex

trema valia ao proceder-se a análise do discurso dos entrevis tados, pois, dialeticamente, usou-se como pano de fundo a teo

(25)

1 5

rla materialista de Kosik e, ao mesmo tempo, na análise do ma

terial colhido, o estudo da linguagem com toda a sua carga sim

bó1ica, que mesmo usando-se uma teoria rígida, não se pode dei

xar de lado a carga de simbolismo, com todas as facetas de que

se compõe. t importante verificar-se que segundo a teoria cria

da por Mead e que tem no ato social sua unidade básica de ana

1 i se Ira -óouedade nMc.e n0-6 -ó1mbolo-ó ú .. gniMc.ante-ó do gJtupo."l

E o que torna estes símbolos significantes? A linguagem.

t através dela que se pode identificar o indivíduo e sua classe

social. E fala-se aqui da linguagem em seu sentido mais abran gente: linguagem verbal e não-verbal. Neste estudo, muitas ve

zes, o não-dito nas entrevistas foi muito mais significativo quai!. do confrontado dentro do contexto, do que o realmente dito. Co

mo disse Saussure a língua é um sistema de signos. 2 E quando reunimos um sistema de signos temos uma diversidade de lingu!

gem que nem sempre sao traduzíveis em signos verbais como na

música, na pintura, no vestuário, na escultura, etc. Entretan

to, dentro desta pesquisa, tratamos a linguagem como a mais im portante forma de comunicação humana.

I

E foi das diferenças, dos contrários, as vezes do profui!. d o c o n t r a s t e e n t r e os d o i s e n f o que s das d u a s t e o r i a s p ri nc i pa i s utilizadas que nasceram muitas das conclusões das análises fei

tas após as entrevistas.

1 LITTLEJONHN, Stephen W.P. Op. cit., p.70.

2 SAUSSURE, Ferdi nan de. CuJt/.)o de UngüZ-óuc.a GeW. Organi zado por Char1 es

Ba11y e A1bert Sechehaye. São Paulo, Cu1trix, Editora da Universidade de

(26)

16

Seguindo-se a teoria de Mead (Interacionismo Simbõlico),

descobre-se que neste modelo teõrico, o signo só adquire um カセ@

lor (simbólico) quando ele e partilhado por um mesmo grupo. d・セ@

ta anãlise conclui-se que para os Interacionistas Simbólicos"a

E

opo.!:

tuno enriquecer tal conceito com outro grande estudioso do va

lor dos signos e símbolos na sociedade atual: Jean Baudrillard

em seu 1 i vro "PafLa uma cfLZt--tca da econom--ta po.tZt--tca do -6--tgno" 2

Para este autor os objetos funcionam como signos, os objetos di

zem mais do seu possuidor, do que qualquer linguagem deste o

possa desvendar. Para o autor hã para cada classe social um es

tatuto, onde se pode encontrar nos objetos que cercam o indivi

duo a sua categoria social, o que de certa forma, o autor admi te, leva a um círculo vicioso, pois a própria intenção de ter

este ou aquele objeto jã estã definido por este "estatuto" so

c i a 1 .

Baudrillard fala da possível identificação entre os indi víduos atraves deste estatuto funcional de objetos: "A-6-6--tm, 0-6

-6etofLe-6 de v・MVエオセヲlMMエoL@ apafLelho-6 、ッュセMVエMMエ」ッMVL@ autom5vel, 。ー。ヲlエセ@

mento obedecem todo-6 atualmente a nofLma-ó de fLenovaçao acelefLa da, ma-6 cada um -óegundo o -6eu fL--ttmo-vafL--tando, 。ャMMエセM￳L@ a ab-6ole-6

cênc.--ta, fLelat--tva connOfLme a-6 c.ategofL--ta-6 -6oc.--ta--t-6 ( ... )".3 Tra

zendo-se essa anãlise para o nosso modelo social, em se tratan

1 KOSIK, Karel. Op. cit., p.70.

2 BAUDRILLARD, Jean. PalLa uma c.JLZtic.a da ec.onom--ta potZt--tc.a do -6--tgno. são

(27)

1 7

do de objetos, a classe com maior poder aquisitivo tende a ー・セ@

seguir um modelo da classe dominante, onde não pode faltar o

carro, o casarao e, nestes ultimos tempos, vê-se a inclusão do

vídeo-cassete (de quatro cabeças, e claro ... ). E nas conver sas entre seus pares, quem ainda não possui o seu vídeo e as

sim, tambem, os comentários sobre os filmes, as locadoras que

dão maiores vantagens, decididamente não terá "cacife" para ー・セ@

tencer por muito tempo a este grupo. A exclusão vem pela fal

ta do diálogo (a linguagem), pois de uma certa forma, ate ー・セ@

versa, estas conversas são esticadas e colocam a margem os que,

de fato, nao pertençam ao grupo.

Há fatos, entretanto, que apesar de nao poderem ser lista dos como objetos, fazem parte do estatuto da classe dominante

e aqui, neste estudo, interessam mais os fatos pertinentes

-

a

Educação: aqui no Rio desenvolve-se uma grande corrida competl

tiva entre as maes da classe chamada "Ali, os filhos devem ter

o maior numero possível de atividades extra-classe (natação,

gl

nástica olímpica, línguas estrangeiras, aulas de dança,musica, teatro, etc.). Alem deste fato, não se pode deixar de destacar

as viagens de curta-duração (fins de semana) ou de maior dura

çao (ferias). Quanto maior for a distância (internacional ... )

e o tempo envolvido, melhor sera explicitada, através de uma linguagem não-verbal, a situação econômica de cada família. E

desta forma o indivíduo se vê forçado atraves dos objetos, a

(28)

18

3.6 A coleta de dado6

As greves que eclodiram no setor de Educação (Ensino Esta

dual: 1988 e 1989) fez com que se optasse pelo metodo das en

trevistas gravadas.

A entrevista em si e um metodo de coleta de dados que se

apóia em outros dois: o da observação e o da documentação. Fo

ram selecionadas quatro questões básicas para a formulação de

perguntas que ensejassem aos entrevistados condições objetivas em suas respostas.

-Esteve-se, o tempo todo, atento para que nao se influen

ciasse de forma alguma as entrevistas, podendo-se mesmo ー・イ」セ@

ber, que em algumas gravações o silencio do entrevistado deno tava uma certa espera de que o entrevistador se colocasse, tam

bem, na discussão das questões.

o

metodo das entrevistas deu um suporte mais aberto ao te

ma tratado. Para o Professor João Bosco Lodi a entrevista tem

as seguintes vantagens: maior chance de motivar o respondente,

ao mesmo tempo qué permite ao entrevistador correção imediata

ã

falta da informação pretendida, maior chance do entrevistado

em ゥョエセイーイ・エ。イL@ com correçao, as perguntas, maior flexibilida

de em responder e escolher as palavras apropriadas. Some-se a estas vantagens o controle da situação e a observação pessoal

(tanto do entrevistado como, tambem, do entrevistador) e,final

mente, propicia a análise do comportamento não verbal do イ・ウーッセ@

(29)

1 9

negação do que está sendo dito; dependendo do tom da voz,a res

posta muda para a ironia e para a negaçao, em vez de afirma

セ@ 1

çao.

1 LODI, Joao Bosco. A - ・ョセ・カセエ。Z@ エ・ッセ。@ e ーセ。エゥ」。N@ - 5. ed., São Paulo,

(30)

BREVE RESUMO VOS cAPTrULOS 1 E 11

CapZtuio 1

Neste capitulo mostra-se como a Lei n9 5.692, de 11.08.71

(ainda em vigor), coloca a questão do Ensino Supletivo e como enquadra o profissional deste setor educacional.

Abrange as questões de formação acadêmica deste docente,

os desafios que enfrenta perante uma clientela onde a pobreza

e a marginalização são a tônica.

CapZtuto 11

No 29 capitulo trata-se do Professor Supletivo no seu am biente de trabalho. As questões norteadoras das entrevistas são apresentadas, bem como o resultado da análise dos dados co

letados.

Neste capitulo são fornecidos elementos, que ・ウセイオエオイ。、ッウL@

dão o Perfil do Professor de Ensino Supletivo, tal como

e

。ーイセ@

(31)

CAPTTULO I

o

PERFIL DO PROFESSOR DE ENSINO SUPLETIVO NA LEI DE ENSINO E NA BIBLIOGRAFIA PERTINENTE

1. cッョエセクエッ@ セ￵セゥッMーッャャエゥセッMセセッョ￴ュゥセッ@ do セゥセエセュ。@ セ、オセ。セゥッョ。ャ@

Haョエセセゥッセ@

ã

lセゥ@ 、セ@ eョセセョッI@

Dermerval Saviani, em seu livro "política e Educação no

Brasil", faz uma remissão histórica do contexto sócio-polítl

co-cultural dos bastidores onde foram elaborados os artigos da

nova lei de educação. Resgata o clima ufanista e, aomesmo エ・セ@

,po, autoritário do regime militar no poder, após o movimento de 1964. Revela aspectos onde a maioria das pessoas interessa

das em Educação não teve acesso: a maneira pela qual tramitou

o Projeto de Lei antes da sua aprovação.

Desta forma achou-se conveniente transcrever pequenos tre

chos do livro comentado.

Após descrever o projeto original, sua tramitação (onde ci

ta um festival de emendas desconexas feitas pelos ilustres de

putados e senadores da época), critica Saviani o discurso do

relator, deputado Aderbal Jurema:

"( ... ) n。セセア↑Nョオ。L@ o ヲオセオmッ@ セセセ。ーゥエオヲ。@ de. nOJuna セオーセm」ゥ。ャ@

セ@ 、セ@ modo ョ。ョエmゥッセ。@ 。ャァオョセ@ mーセ、ッセ@ da ィゥjN、￵セ@ do bセゥャL@ セセ@

ョセセョ、ッMセ・N@ ao ュセアオセ@ 、セ@ Pombal

ã

vinda 、セ@ D. João VI,

ã

ConóiZ

tuição 、セ@ 18Z4, ao Ato Adicional de 1834,

ã

セセ。￧ ̄ッ@ do Colégio p・セッ@ I I e apenM mencionafta M セ・Nョojオョm@ ・N、オセ。オッセL@ da r・ョッセ@

(32)

22

ce/Uta com Jz.e6eJz.ênua

ã

conJ.J:tLtuição do GJz.upo de TJz.aba-l'ho e com

a :tJz.anJ.J cJz.{ção de gJz.ande paJtte da Me n-6ag em P Jz.e-6,(.de nc,(a-l' paJz.a,

apõ-6 a-l'guma-6 cOnJ.JideJz.açõe)., genê.Jz.,{cM, en:tMJz. na pauente e exaU-6

uva aná.-C,(-6C? dM emenda-6!

-E-6:ta Jz.e6eJz.ência maü demoJz.ada ao CÜ-6CUMO do Jz.e.fatoJz. paJz.eceu peJz.

オョ・ョエセ@ pOJz.que -6 e :tJz.ata de uma 6a-l'a Jz.eve.f.adoM do cü.ma poú:t1

co da epoca, e-6:tando em -6intonia com a e-6:tJz.atégia do "autowa

wmo :tM.un6ante", com o idea-l' de "Pávúa GJz.ande" e a eu6o!tia

do "muagJz.e bJz.MUUJz.O". ( .•• ).1

Saviani não deixou de registrar o protesto da oposição da época em relação ao modo pelo qual criaram-se mecanismos legais

para a aprovação integral do texto em questão (Lei n9 5.692):

"A pJz.õp!tia fucU-6-6ão (que na veJz.dade nem houve) a apJz.ovação da

Lei nQ 5.692 Jz.e6lete nitidamente a -6ituação polItica auma Jz.e6e

!tida. Com

e6

eito, dO-6 22 paJt.famentMe-6 de-6ig nado-6 paM integJz.aJt

a Comi-6-6ão Mi-6ta ecncaJtJz.egada de apJz.euM o pJz.o j eto encaminhado

peto PodeJz. Executivo, 18 eJtam da AJz.ena e apenM 4 do MVB. O Jz.e

fatoJz. da Corrú.-6-6ão Mi-6:ta 60i o Deputado AdeJtba-l' JuJz.ema, peuen

cente a AJz.ena e, a-l'ém fu-6o, membJz.o do GJtUpo de TMba-l'ho cOnJ.J:tI

:tu1do peto Mini-6:té!tio da Educação paJta e.f.aboJtaJz. o antepJz.o j etC;

de fu. Sua 6unção como Jz.etatoJz. eM, poi-6, nitidamente a de ga

/l.an.u.Jz. não apenM a pJz.e-6 eJz.vação maJ.J o pJz.õ p!tio apeJz.6 eiçoamento

ao

e-6PZtu.:to do pJz.ojeto emanado do Pode!!. Executivo ( ... ) 2

2. Afgun-6 e-6tudo-6 peJz.tinente-6 ao a-6-6unto em pauta:

En-6ino Supfetivo

Um artigo de Claudio de Moura Castro "0 Enigma do sオーヲ・Zエセ@

vo,,3 apresenta o resultado de um estudo do tipo de clientela

aos Exames Supletivos e de seu desempenho. Faz várias ウオァ・セ@

tões, entre elas, o aumento do numero de questões para que a

1 SAVIANI, Dermeva1. Pof1tica e Educação no BJtMif. O papel do Congresso

Nacional na Legislação de Ensino. são Paulo, Cortez: Autores Associados,

1987. p.121.

2 Id. ibid. p.128.

3 CASTRO, Claudio de Moura et a1ii. O enigma do Supletivo. FoJz.um Educauo

(33)

23

prova apresente maiores 」ッョ、ゥ￧セ・ウ@ de avaliação fidedigna.

Mostra que apesar da prova ser de múltipla-escolha o alu no nao consegue passar por mera sorte. Dentro da pesquisa rea

lizada mostra que a maioria dos alunos nao consegue vencer os exames, caso não haja uma preparação adequada.

o

uso do diploma, objetivo dos Exames Supletivos, também

e pesquisado e chegaram ã conclusão de que, em sua maioria, os

alunos precisam de diploma para prosseguirem seus estudos até

a Universidade e, não, meramente para conseguir emprego ou me

lhoria do mesmo. A pesquisa apresenta um dado interessante: de

um modo geral, os alunos que chegam ã Universidade, passando ーセ@

los Exames Supletivos, não エセュ@ rendimento muito diferente dos

demais.

Em "Desafios da Educação Supletiva", escrito pelo Profes

sor Pedro Demo, カセMウ・@ privilegiado o Ensino Supletivo como um

Todo mais abrangente, a nível nacional.

Assim tornou-se este artigo uma espécie de contraponto a

este estudo, uma vez ter sido realizado a nível regional.

Discute, inicialmente, as características do Supletivo,

tais como o numero excessivo de alunos; o caráter 」ッュー・ョウ。エセ@

rio; a diversidade de condições de aprendizagem; a dificuldade

de preparação do material didático; a ゥョヲャオセョ」ゥ。@ ーッャ■エゥ」。L。エイセ@

vés da aprendizagem para fins eleitoreiros; o caráter ・ュ・イァ・セ@

(34)

24

a seguir aborda o Supletivo como "educação", colocando o edu cando como centro da questão, dando ênfase ao tratamento indi

vidualizado, ao embasamento cultural da proposta supletiva,

-

a

característica de criatividade, de inventividade, e da ・ョァ・ョィセ@

sidade como requer todo processo de auto-promoção. Discute, fi

nalmente, a questão complexa e controversa do Ensino Supleti

vo.

°

autor chama a atenção para o fato de somente 20% dos

alunos de 19 grau chegarem a completá-lo e que cerca de 25% da

taxa de analfabetismo se encontra no meio de jovens de 15 anos. l

Há uma frase em seu artigo que parece fazer parte da 」ッセ@

c 1 u são da m a i o r i a dos e n t r e v i s t a dos n e s ta p esq u i s a : "0 bLab a1.ho

no sオーャセエゥカッ@ 。ーセセセセョエ。@ ョッセュ。ャュセョエセ@ a ュ。セセ。@ da ュゥセセ ̄ッ@ ゥューッセセi@

カセャ@

、セ@

セセセ@

セオューセゥ、。L@

セュ@

アオ。ャアオセセ@

セセョエゥ、ッNLLR@

Vem ao encontro dos dados colhidos nas entrevistas reali

zadas com os professores, o fato do Professor Demo classificar

o supletivo "1 ••• ) セッュ@ セ。セ。@ 、セ@ セセュセョ、ッN@ eョエセセ@ o アオセ@ セセセゥ。@ uma

セ、オセ。￧N ̄ッ@ セセ。ャ@ セ@ o I ruセ@ セ@ セセゥ。@ uma セ、オセ。￧N ̄ッ@ adaptada セュ@ セセョエゥ、ッ@ ョセ@

gativo i、セ@ セセァオョ、。@ セ。エセァッセゥ。@ セL@ no óundo 、ゥセセセゥュゥョ。ョエセI@ ーッ、セ@

ィ。カセセ@ uma 、ゥセエ¬ョセゥ。@ muito ュ。セ・。ョエセL@ ーセセ、ッュゥョ。ョ、ッ@ o セ・ァオョ、ッ@ セャセ@

ュセョエッNLLS@

1 DEMO, Pedro.

vセ。￳ゥッセ@

da

セ、オセ。￧N ̄ッ@

セオーャ・エゥカ。N@

Forum Educacional, Rio de

Janeiro, 9(3): 62-70, jul./set. 1985 (p.62). 2 Id. ibid., p.63.

(35)

25

°

autor discorre, エ。ュ「セュL@ sobre um outro ウセイゥッ@ problema:

a divisa0 orçamentária, segundo ele como no supletivo concen

tram-se "forças menos nobres", エ。ュ「セュL@ recebem as sobras ッイ￧セ@

mentárias.

Quanto ao professor deste tipo de ensino, que o autor in

siste em chamar de educação, em termos de Brasil a situação e

muito mais delicada do que a encontramos no Munic;pio do Rio

de Janeiro.

De acordo com os dados do Censo de 1980, eram quase 30% o

numero de professores leigos no ensino de 19 grau. Da; um im

passe constrangedor: se o próprio professor ainda faz parte da clientela, em potencial, do ensino supletivo, como pensar, tra

çar e desenvolver metas para este tipo de ensino?

Demo defende uma proposta de "emba.6amento c.ultultai da

pitE-pO.6ta .6uplet-tva". E a; ele coloca a cultura como um traço mar cante, regional, de acordo com o tipo de vida que o aluno tem em sua própria comunidade. Desta forma se a proposta do autor

fosse aprovada a セ[カ・Q@ nacional, teríamos uma proposta curricu

lar diferenciada nas diversas regiões do país, dando

ã

cultura,

enquanto valor histórico e de preservaçao, um valor maior do

que o próprio conteudo de programas escolares considerados nor

mais (Ensino da língua, matemática,

・エ」NIセ@

(36)

26

Muitos ocupam-se desta matéria, mas poucos se dedicam a

estudá-la, analisá-la e muitos não têm coragem de defendê-la.

Pedro Demo, neste artigo, faz a defesa de muitas das propostas ouvidas nas entrevistas realizadas, pois quando se fala em alu

no supletivo, fala-se do adolescente e do adulto que já possuem

uma bagagem própria.

°

currlculo escolar não deve continuar a

pressupor um aluno "tábula rasa" onde os professores imprimem

conteúdos (fora de seus interesses). Para o autor: "Todo.6 '.6a

bem' alguma coi.6a, 'entendem coi.6a', .6e pO.6icionam na vida, de

tíinem nece.6.6idade.6 e expectativa.6 ( ... ) A mudança pa.6.6a a.6e

エ■。コ・セ@ de 、・ョエセッ@ ー。セ。@ エ■ッセ。L@ ou .6eja, ーッセ@ ゥvャエ・セ・NVNV・@ ーセゥョ」ゥー。ャュ・セ@

te do educando, e não de エ■ッセ。@ ー。セ。@ 、・ョエセッL@ como .6e tange uma

boiada. ,,1

Aqui cabe um comentário sobre o insucesso do aluno ウオーャセ@

t i v o: S e e 1 e e c a paz de s e r c a i x a de s u p e r m e r c a d o e sem s e r ma n

dado embora, fica diflcil explicar como é reprovado em matemá

tica, porque não sabe fazer contas ...

Encerra-se o comentário sobre o artigo do Professor Pedro Demo com uma frase sua que deveria ser o objetivo primeiro de

qualquer currlculo (não só do Ensino Supletivo): "EMBORA O HO

MEM NÃO SEJA O QUE QUER, POVE SER O QUE POVE.,,2

1 DEMO, Pedro. Ve,6a6--l0.6 da educ.a.ção .6u.pletiva. Op. cit., p.67.

(37)

27

Um artigo de Maria Francisca lhereza "A ,tVl.6eflção pflecoce

IIU meflcado de ,tflaba,f/w e a ct.<eVlteRa do EVI.6,tVlo Supfet,tvo": um

estudo da "pobreza urbana", analisa uma parcela da população de

baixa renda do municipio do Rio de Janeiro, focalizando-a atra

vés da recorrência ao Ensino Supletivo. Através dessa análise

questiona assuntos relativos à pobreza urbana e ao circuito in ferior da economia, entrelaçado àquele tipo de ensino. l

o

aspecto analisado neste artigo tem muito a ver com onos

so objetivo em traçar o perfil do Professor de Ensino Supleti

vo. Quando se analisa a clientela do ponto de vista da ーッ「イセ@

z a , que lhe e peculiar, e de to da a dificuldade de 。ーイ・ョ、ゥコセ@

gem advinda de fatores que coabitam com a pobreza, como: ma nu

-

-trição, saúde geral mal cuidada, falta de tempo para estudar

p o r c a usa d o t r a b a 1 h o; p o r p r o j e ç ã o i n t u i - s e a f i g u r a de um p イセ@

f e s s o r, ã s vez e s, a t é m a i s p o b r e do que o seu a 1 uno. E d e c o nh e

cimento publico que motoristas e cobradores de ônibus, 1 i x e i

ros, entre outras profissões que só exigem o 19 grau, têm salá rios superiores ao salário dos professores. E este ponto gera

um desequilibrio セッ@ relacionamento professor-aluno, que não vê

no estudo o instrumento de acesso à melhores posições ーイッヲゥウウゥセ@

n a i s, U ITi a vez que seu pró p r i o p r o f e s s o r g a n h a me nos do que e 1 e .

Em outro artigo, de uma autora de são Paulo, embora enfoque especificamente o Ensino Supletivo, Celia Pezzolo

Carvalho contribui, com muita propriedade, ao estudar as

1 CARDOSO,

イセ。@

ri a Franc isca lhereza. A i nserção precoce no trabalho

clientela do ensino supletivo: um estudo da pobreza urbana. r・カセNVエ。@

ャセセ。@ de g・ッァセVセ。L@ Rio de Janeiro, 2(44):33-5, abr.jjun. 1982.

-nao de

(38)

28

liaridades do ensino noturno, que em muitos pontos apresenta

grande semelhança com o Ensino Supletivo. Desta autora utili

zou-se duas publicações. A primeira delas é um artigo "A アオ・セ@

tão do Ensino Noturno", cuja síntese e a seguinte: "examina a

・クー。ョセ ̄ッ@ da セ・、・@ de ァゥョ£セゥッセ@ PVゥ」ゥ。セセ@ no eセエ。、ッ@ de são Paulo,

ゥョエ・ョセゥVセL」。、。@ na década de 50. Uma 、。セ@ 」。セ。」Zエ・セzセエゥ」。セ@ 、・セセ。@

・クー。ョセ ̄ッ@ 」ッョセエゥエオゥ@ no 。ーセッカ・ゥエ。ュ・ョエッ@ de ーセ←、ゥッセ@ de ァセオーッセ@ ・セ」ッ@

エ。セ・セ@ ー。セ。@ a ゥョセエ。エ。￧ ̄ッ@ de ァゥョ£セゥッセ@ ョッエオセョッセL@ em ー・セzッ、ッセ@ em

que o 」オセセッ@ ーセゥュ£セゥッ@ não o utilizava. Comenta 。ャァオョセ@ ・セエオ、ッセ@

q ue エセ。エ。ュ@ da ーセッ@ blemáti ca do ・ョセゥ@ no ョッエオセョッ@ a I1Zvet de 19 ァセ。オL@

。Vゥセュ。ョ、ッ@ que tanto em セ・エ。￧ ̄ッ@

ã

ッセァ。ョゥコ。￧ ̄ッ@ ・セ」ッャ。セ@ como em

セ・ャ。￧ ̄ッ@ ao tipo de clientela que atende, não セPVセ・オ@ 。エエ・セ。￧￵・セ@

、・セ、・@ a セオ。@ ゥョセエ。エ。￧ ̄ッN@ Continua セ・ョ、ッ@ o ャオァ。セ@ de ・セ」ッエ。セゥコ。@

ção 、ッセ@ que não podem エ・セ@ o ーセゥカゥャ←ァゥッ@ de 、・、ゥ」。セMセ@ e apenM 。ッセ@

・セエオ、ッセ@

( ... )".1

Da mesma autora tem-se a publicação Beョセゥョッ@ nッエオセョッ@ - セ・。@

lidade e ゥャオセ ̄ッBNR@ A autora mostra a situação da maioria das

escolas de ensino noturno, em São Paulo, como escolas sem in

fraestrutura para tal, uma vez que são escolas planejadas para o ensino diurno de criança e adolescente. Este fato se repete

aqui no Município do Rio de Janeiro, as escolas são projetadas para uma faixa etária bem mais baixa que a do Ensino Supletivo, o que gera um grande desconforto, porque a maioria da cliente

la acomoda-se mal para assistir às aulas e, nao raro, o ーイッヲ・セ@

1 CARVALHO, Célia Pezzolo de. A questão do ensino noturno. Educação e

sセ@

ciedade, são Paulo, 4(3):33-44, dez. 1982.

2 Id. ibid.

eセゥョッ@

nッエセョッ@

-

セ・。エNNエ、。、・@

e

NNエエセ ̄ッN@

4.ed., São Paulo, Cortez

(39)

29

sor nao consegue manter um nlvel de di sci pl i na acei tável , os

alunos sentem necessidade de levantarem-se a todo instante.* Es

te fato está registrado numa entrevista feita com um ex-aluno

do Supletivo/RJ.

Lá, como aqui, outra semelhança: o aluno-trabalhador, que

chega tarde

ã

escola e nunca tem tempo de estudar. O fato e

que a Escola Supletiva, da forma como está organizada e os ーセ@

drões convencionais de avaliação (baseados nos do Ensino r・ァセ@

lar) fazem com que o Professor de Ensino Supletivo reprove seus

alunos em massa. Nas entrevistas, muitas vezes, ouviu-se de

alguns dos Professores que o aluno do Supletivo "Não quer nada."

A ReLAÇÃO eNTRE A UNIVERSIDADe E O ENSINO SUPLETIVO

O Professor Osmar Fávero, da Fundação Getúlio Vargas/RJ,

tem em seu artigo "A Un.-lve.ft.ó.-ldade. e. o En.ó.-lno Sup.te.t.-lVO" uma ana

lise sobre o papel da Universidade em relação a este tipo de

ensino - liA doutft.-lna e. a.ó 6unç.õe..ó do En.ó.-lno Sup.te.t.-lVO pfte.V.-l.6ta.ó

na Le..-l 5.692/71 e.' 6.-lxada.ó pe).o pafte.c.e.ft 699/72, têm .ó.-ldo ba.ótaVl

te. d.-lvu.tgada.ó, o que. não OC.Oftfte.u c.om a po.tZt.-lc.a do En.ó.-lno sオーNエセ@

uvo (e..ótabe..te.c..-lda na me..óma oc.a.ó.-lãol e. a e..ótfLateg.-la nac..-lona.t

de. 1976 ( ... l."l Seu trabalho se fixa no Relatório do Grupo

*

Em entrevista realizada com uma Psicomotricista, ela alertou para o fato

de o adolescente e mesmo o adulto reagir com o corpo em situações descon

fortantes, levando o educando a assumir posturas inadequadas como: mexer-se muito em seu lugar, levantar-se a toda a hora, fazer a cadeira escolar de

"caàeira de balanço", além da desconcentração do aluno, leva o professor e a turma a se agitarem.

1 EDUCAÇAO Supletiva; Bibliografia. Em Abe.fLto. Brasllia, 2(16): 37,jun./83.

(40)

30

-de Trabalho que fixou a politica e os documentos pert i nentes as

conclusões do 49 Encontro Nacional de Dirigentes de Orgâos de

Ensino Supletivo. Osmar Fávero conclui que

e

a Universidade que

deve assumir o Ensino Supletivo tal como assume as outras moda

lidades de ensino. E isto faz com que a resposta da maior ー。セ@

te dos entrevistados nesta pesquisa, que pedem uma disciplina

especifica sobre o Ensino Supletivo nas Faculdades de Formação

de Professores, sinta-se reforçada por um pesquisador da área.

3. LegiJ.J.f.ação pelLtinente ao tnJ.Jino Su.p.f.etivo

Cabe fazer-se uma síntese da parte da Lei n9 5.692, de 11

de agosto de 1971, que mais interesse traz a este trabalho. Es

ta foi a primeira Lei de Ensino a dedicar um capitulo inteiro

so ao Ensino Supletivo: o Capítulo IV. Aí encontram-se as di

retrizes gerais deste segmento de ensino.

A Lei n9 5.692, no seu Capítulo IV dá quatro funções bási cas ao Ensino Supletivo: suplência, suprimento, aprendizagem e

qualificação. Nestas funções estão incluídos cursos e exames,

estes "olLganizadoJ.J noJ.J vã.lLioJ.J J.JiJ.JtemaJ.J de acolLdo com aJ.J nOlLmaJ.J

baixadaJ.J peloJ.J lLeJ.Jpec.tivoJ.J ConJ.JelhoJ.J de Edu.cação."

(Art. 24, Parágrafo Onico) 1

Infelizmente, nestes dezessete anos, nao se conseguiu ッ「ェセ@

tivar a função de suprimento "plLOpolLcionalL, mediante lLepetida

1

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