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O cotidiano das enfermeiras do exército na força expedicionária brasileira (FEB) no teatro de operações da 2ª Guerra Mundial, na Itália (1942-1945).

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O COTI DI ANO DAS ENFERMEI RAS DO EXÉRCI TO NA FORÇA EXPEDI CI ONÁRI A

BRASI LEI RA ( FEB) NO TEATRO DE OPERAÇÕES DA 2 ª GUERRA

MUNDI AL, NA I TÁLI A ( 1 9 4 2 -1 9 4 5 )

Mar gar ida Mar ia Roch a Ber n ar des1 Ger t r u des Teix eir a Lopes2 Tânia Cr ist ina Fr anco Sant os3

Bernardes MMR, Lopes GT, Santos TCF. O cotidiano das enferm eiras do exército na força expedicionária brasileira ( FEB) no t eat ro de operações da 2ª Guerra Mundial, na I t ália ( 1942- 1945) . Rev Lat ino- am Enferm agem 2005 m aio- j unho; 13( 3) : 314- 21.

Est udo hist órico- social, t em com o obj et ivo analisar os desafios cot idianos enfrent ados pelas enferm eiras do Ex ér cit o no Teat r o de Oper ações da 2 ª Guer r a Mundial, na I t ália. Ut ilizou- se com o font es pr im ár ias t r ês f ot ogr af ias da época e depoim en t os de n ov e en f er m eir as qu e est iv er am n o con f lit o. As f on t es secu n dár ias con st it u ír am - se do acer v o lit er ár io r ef er en t e ao assu n t o. Ut ilizou - se con ceit os do sociólogo Pier r e Bou r dieu par a apoiar a discussão. Os r esult ados ev idenciar am que as enfer m eir as enfr ent ar am os desafios do cot idiano n a gu er r a e adapt ar am - se às adv er sidades dos acam pam en t os/ en fer m ar ias. Con clu i- se qu e o cot idian o das enfer m eir as, nesse cenár io, ao t em po que as lev ou ao enfr ent am ent o de bar r eir as, pr opiciou a apr eensão de nov as cult ur as e t ecnologias.

DESCRI TORES: hist ór ia da enfer m agem ; t r abalho; enfer m agem ; pr át ica pr ofissional

THE DAI LY LI FE OF NURSES I N THE BRAZI LI AN EXPEDI TI ONARY FORCE I N THE

THEATER OF OPERATI ONS DURI NG W ORLD W AR I I , I N I TALY ( 1 9 4 2 -1 9 4 5 )

Th is h ist or ic- sociolog ical st u d y aim s t o an aly ze t h e d aily ch allen g es f aced b y ar m y n u r ses in t h e Theat er of Oper at ions dur ing t he Second Wor ld War in I t aly . The pr im ar y sour ces of inv est igat ion consist of t h r ee ph ot ogr aph s t ak en du r in g t h at per iod as w ell as t est im on ies by n in e n u r ses, w h ile lit er at u r e on t h e subj ect is used as a secondar y sour ce. The discussion is suppor t ed by Pier r e Bour dieu’s concept s. The r esult s sh ow t h at t h ese n u r ses f aced t h e ch allen ges of daily lif e at w ar an d m an aged t o adapt t h em selv es t o t h e adv er sit ies of t he cam ping sit es and w ar ds. We infer t hat t heir daily life in t his scenar io not only m ade t hem over com e bar r ier s, but also pr ovided t hem w it h an oppor t unit y t o get t o know new cult ur es and t echnologies.

DESCRI PTORS: hist or y , nur sing; w or k ; nur sing; pr ofessional pr act ice

EL COTI DI ANO DE LAS ENFERMERAS DEL EJÉRCI TO EN LA FUERZA EXPEDI CI ONÁRI A

BRASI LEÑA ( FEB) EN EL TEATRO DE OPERACI ONES DE LA 2 ª GUERRA

MUNDI AL EN I TALI A ( 1 9 4 2 -1 9 4 5 )

Est e est udio hist ór ico- sociológico t iene com o obj et iv o analizar los r et os cot idianos enfr ent ados por las en f er m er as d el Ej ér cit o Br asileñ o en el t eat r o d e op er acion es d e la 2 ª g u er r a m u n d ial en I t alia. Fu en t es pr im ar ias: t r es fot ogr afías de la época, ar t iculadas a los t est im onios de nuev e enfer m er as que est uv ier an en el conflict o. Fuent es secundárias: acervo bibliográfico referent e al cont ext o hist órico social del recort e t em poral. Ut ilizam os conceit os de Pier r e Bour dieu. Los r esult ados ev idenciar on que las enfer m er as enfr ent ar on los r et os del cot idian o en la gu er r a y se adapt ar on a las adv er sidades de los cam pam en t os/ en fer m er ías. Con clu im os q u e las en f er m er as en est e escen ar io u lt r ap asar on b ar r er as y t u v ier on la op or t u n id ad d e con ocer n u ev as cult ur as y t ecnologías.

DESCRI PTORES: h ist or ia, en fer m er ía, t r abaj o, en fer m er ía; pr áct ica pr ofesion al

1 Enferm eira, Bióloga, Especialist a em Adm inist ração em Serviços de Saúde, Mest re, Docent e da Universidade Est ácio de Sá, Enferm eira Supervisora do

Hospital de Em ergência Henrique Sérgio Grégori- Resende, e- m ail: m argarbe@globo.com ; 2 Enferm eira, Doutor em Enferm agem , Livre- Docente, Professor

Tit ular da Universidade do Est ado do Rio de Janeiro, Pesquisador do CNPq, e- m ail: gert rudeslopes@uol.com .br; 3 Enferm eira, Doutor, Professor Adj unt o da

(2)

I NTRODUÇÃO

A

2ª Guerra Mundial acont eceu no recort e t em poral brasileiro da Era Vargas: 1930- 1945. Nesse cont ext o, foi criada um a força m ilit ar diferenciada, a Força Expedicionária Brasileira ( FEB) , que partiu para o cam po de bat alha com andada pelo Gener al João Bat ist a Mascarenhas de Moraes( 1). Na oport unidade,

foram para a I t ália 186 profissionais de saúde, ent re e l e s, 6 7 e n f e r m e i r a s d o Ex é r ci t o , se n d o 6 1 en f er m eir as h ospit alar es e seis especializadas em t ransport e aéreo( 2).

Um d os f at or es p osit iv os p ar a a in ser ção dessas m ulheres no cam po m ilit ar foi a m obilização n a ci o n a l e sp o n t â n e a , d e se n v o l v i d a p o r p r e ssã o popular, para a entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial. Al g u m as b r asi l ei r as p r ocu r ar am p ar t i ci p ar d essa m obilização e foi pela pr ofissão de Enfer m agem o cam in h o en con t r ado. Hou v e dem an da sign ificat iv a pelos cursos das escolas de form ação de Enferm agem da época. Um fato que dem onstra a im portância desse voluntariado na sociedade da época foi o ingresso de du as alu n as per t en cen t es à n obr eza br asileir a, as pr incesas Mar ia Francisca e Mar ia Ter eza Ór leans e Br a g a n ça , n a Esco l a d e En f e r m a g e m d a Cr u z Ver m elha Brasileira( 2).

A necessidade de criação de um Quadro de En f e r m e i r a s p a r a a t u a r n o ce n á r i o d a g u e r r a , j untam ente com o efetivo da FEB, se deu em função de um a solicit ação dos aliados nort e- am ericanos pois “ [ . . . ] a s [ e n f e r m e i r a s] a m e r i ca n a s j á e st a v a m so b r e ca r r e g a d a s d e se r v i ço , a l é m d o m a i s n ã o falavam a língua dos fut uros pacient es [ brasileiros] [ ...] ”( 2).

O governo brasileiro, port ant o, im plem ent ou, em carát er de urgência, a busca de volunt árias, de m odo a atender a solicitação de um grupo hegem ônico m ilit ar est r an g eir o “ [ . . . ] m an d at ár ios d o Est ad o, d et en t o r es d o m o n o p ó l i o d e v i o l ên ci a si m b ó l i ca legít im a[ ...] ”( 3).

As can d id at as in iciar am seu v olu n t ar iad o quando o j ornal “ O Globo”, de 9 de outubro de 1943, p u b licou u m a ch am ad a, solicit an d o q u e m u lh er es ent re 18 at é 36 anos, solt eiras, viúvas ou separadas e que possuíssem qualquer diplom a de Enferm agem se apr esent assem par a seleção.

Post er ior m en t e selecion adas, par t icipar am em car át er obr igat ór io do Cur so de Em er gência de En f e r m e i r a s d a Re se r v a d o Ex é r ci t o ( CEERE) * , m inist rado pela Diret oria de Saúde do Exércit o, cuj o o b j e t i v o e r a f o r m a r o Qu a d r o d e En f e r m a g e m ( QEERE) * * . Ta l cu r so co m p o r t o u t r ê s m ó d u l o s dist int os: part e t eórica, preparação física e inst rução m ilit ar( 4).

O Curso pode ser vist o com o represent ando um a estratégia gerativa de práticas em conform idade co m a s e st r u t u r a s o b j e t i v a s d o ca m p o m i l i t a r, m ediant e a absorção pelas candidat as de um habit us m i l i t a r, co n t r i b u i n d o p a r a a p a d r o n i za çã o d o com p or t am en t o d essas en f er m eir as n o Teat r o d e Operações ( TO) , na I t ália.

D e r i v o u - se co m o o b j e t i v o d e st e e st u d o an alisar os d esaf ios cot id ian os en f r en t ad os p elas enferm eiras do Exércit o no TO da 2ª Guerra Mundial na I t ália.

Essa q u est ão ar t icu la- se a ou t r o asp ect o iden t ificado com o iden t idade polít ica. Est u dos qu e abor dam a in t er ação en t r e iden t idade, t r abalh o e co t i d i a n o d o s e n f e r m e i r o s e a p o n t a m a s f o r ça s influentes no processo, podendo aj udar a com preender a con st r u ção d a id en t id ad e d esses p r of ission ais, at r av és d as esco l h as f ei t as p er an t e o s co n f l i t o s exist ent es, o “ por quê” de sua t om ada de posição( 5).

D e st a ca - se , p o r t a n t o , q u e a h i st ó r i a d a En f er m agem , at é a con qu ist a de seu at u al st at u s p r o f i ssi o n a l , est á i m b r i ca d a p o r aco n t eci m en t o s d e ci si v o s e d e t e r m i n a n t e s d e su a e v o l u çã o , fr eqü en t em en t e n ão r egist r ados, ger an do gr an des v azios de infor m ações.

Est e est u d o p r et en d e p r een ch er alg u m as l a cu n a s d a Hi st ó r i a d a En f e r m a g e m b r a si l e i r a , v iv enciada dur ant e a 2ª Guer r a Mundial, cont r ibuir p ar a am p l i ação d e n o v o s co n h eci m en t o s p ar a o e n si n o e a p r á t i ca d a p r o f i ssã o , a ssi m co m o p r o p o r ci o n a r su b síd i o s p a r a p o st e r i o r e s aprofundam ent os na área hist órica da Enferm agem . Most r a- se ainda r elev ant e, na m edida em que v ai co n t r i b u i r co m o f o n t e p r i m á r i a d e d a d o s, p a r a pesquisas hist ór icas na Enfer m agem e t am bém em out ras áreas do conhecim ent o.

O est u d o p r om ov e ain d a a d iv u lg ação d e f o t o g r a f i a s d o r e co r t e t e m p o r a l e x i st e n t e s n o

* Segundo depoim ento do General Jonas de Morais Corrêia Neto, as enferm eiras, ao term inarem o CEERE, integrando- se à FEB, tornaram - se enferm eiras da reserva. A part ir do m om ent o em que part iciparam dessa força operacional de com bat ent es, im ediat am ent e passaram à at iva, como t odo pessoal da reserva convocado. Todos passaram a est ar na ativa por causa da Guerra

(3)

Com ando Militar do Leste ( CML) do Exército Brasileiro, n o m u n icíp io d o Rio d e Jan eir o, q u e se en con t r a d i sp o n ív e l p a r a o u t r o s p e sq u i sa d o r e s e n o v a s descobert as iconográficas, em relação à enferm agem n a 2 º Gu e r r a Mu n d i a l e a s d e m a i s ca t e g o r i a s p r of ission ais, at or es n esse ev en t o d e p r op or ções m undiais.

Ne st e m o m e n t o e m q u e e x i st e u m a m obilização par a pr odução de pesquisas hist ór icas n a á r e a d e co n h e ci m e n t o d a p r o f i ssã o d e enferm agem , em nosso país, com a criação de fóruns d e d i scu ssão , n ú cl eo s d e p esq u i sa e cen t r o s d e m em ória sobre a hist ória da Enferm agem brasileira, este estudo vem som ar aos conhecim entos existentes nov os saber es, que podem aum ent ar a v isibilidade da Enfer m agem br asileir a.

D ELI N EA M EN T O T EÓ R I CO

-METODOLÓGI CO DO ESTUDO

Trata- se de um estudo histórico, derivado da Disser t ação de Mest r ado int it ulada “ O Gr upam ent o Fe m i n i n o d e En f e r m a g e m d o Ex é r ci t o n a Fo r ça Expedicionária Brasileira durante a 2ª Guerra Mundial: um a abordagem sob o olhar fot ográfico ( 1942- 1945) ”. Os d a d o s p r i m á r i o s p r e f e r e n ci a i s f o r a m obtidos em docum entos fotográficos ( três fotografias) , p e r t e n ce n t e s a o a r q u i v o i co n o g r á f i co d o CML, a r t i cu l a d o s a o s d e p o i m e n t o s o r a i s d e n o v e enfer m eir as da FEB que at uar am no TO, na I t ália, por ocasião da 2ª Guerra Mundial. Tam bém ut ilizou-se d e d e p o i m e n t o s d e m i l i t a r e s q u e e st i v e r a m pr esen t es n esse con f lit o, con t r acen an do dir et a ou indiret am ent e com as enferm eiras ent revist adas para est e est u d o. Na ocasião, esses d ep oen t es f or am esclar ecidos qu an t o aos obj et iv os da en t r ev ist a e cederam por escrit o os seus depoim ent os e im agens film adas, gr av adas par a o Cent r o de Mem ór ia Dr ª Nalva Per eira Caldas da Faculdade de Enfer m agem da Universidade do Est ado do Rio de Janeiro ( FENF/ UERJ) , com o obj et ivo de fut uras pesquisas.

Essa form a de articular texto fotográfico com depoim ent os e docum ent os na pesquisa hist ór ica é um m ét odo inovador de invest igação que possibilit a a o p e sq u i sa d o r u sa r d i f e r e n t e s t é cn i ca s, aprofundando o conhecim ent o sobre um det erm inado fenôm eno em est udo. Denom ina- se, aqui, o m ét odo desenvolvido de MÉTODO ANALÍ TI CO FOTOGRÁFI CO ORAL.

Ao se desenv olv er essa ex per iência, t inha-se e m m e n t e a a p r o x i m a çã o a o m á x i m o d a s e x p e r i ê n ci a s v i v e n ci a d a s p e l a s e n f e r m e i r a s d o Exército no Teatro de Operações durante a 2ª Guerra Mundial. Ao percorrer esse cam inho m etodológico não se o b se r v o u q u e , a o m e sm o t e m p o , e st a v a - se desenvolvendo um a nova m aneir a de pesquisar em hist ór ia. Tam bém espera- se que esse nov o m ét odo p ossa con t r ib u ir n o d esv elam en t o d e f en ôm en os vinculados a essa área de conhecim ent o para out ros pesqu isador es.

O m a t e r i a l se l e ci o n a d o f o i su b m e t i d o à análise de acordo com o seu cont eúdo m anifest o. A articulação do texto fotográfico aos depoim entos orais favoreceu a int erpret ação dos dados.

Os dados or iu n dos das fon t es secu n dár ias t r at ar am do cont ex t o hist ór ico- social br asileir o dos anos 40, com dest aque para o período da 2ª Guerra Mundial. Essas fontes foram coletadas em bibliografia alusiva à hist ória do Brasil.

Os d a d o s f o r a m a n a l i sa d o s à l u z d o s conceitos de habit us e de cam po do sociólogo francês Pierre Bourdieu, que proporciona fundam ent os para a análise das relações dialét icas ent re o habit us dos agent es e as est rut uras do cam po.

F R A G M EN T O S D O CO T I D I A N O D A S

ENFERMEI RAS NO TEATRO DE OPERAÇÕES

DA I TÁLI A

A ob r ig at or ied ad e d e con cen t r ar d iv er sos tipos de capital ( m ilitar, científico, político, tecnológico) é e n t e n d i d o co m o “ [ . . . ] f u n d a m e n t o d e u m a d om in ação sim b ólica sem p r eced en t e [ . . . ] ”( 6 ). As

enferm eiras da FEB foram selecionadas e preparadas p a r a e n f r e n t a r u m a g u e r r a , n u m p a ís d i st a n t e , desconhecido par a quase a t ot alidade delas, sendo co m p e l i d a s a a d o t a r e m u m m o d e l o d e co n d u t a aj ustado às exigências do cam po em que iriam atuar. No cot idiano das enferm eiras do Exércit o na FEB, o u n i f o r m e se co n st i t u i u em est r at ég i a d e igualdade e difer enciação do gr upo. A r espeit o do uso dos uniform es eles possuem “ [ ...] t raço com um : criam ou recriam form as de ação originais, em seus fins e seus m eios, de forte conteúdo sim bólico [ ...] ”( 7).

(4)

ent ão Minist r o da Guer r a Eur ico Gaspar Dut r a. Os m odelos adot ados não at ender am às ex pect at iv as, conform e regist ra o depoim ent o abaixo.

[ ...] Dona Sant inha [ ...] esposa do General Dut ra [ ...]

acho que ela m andav a m ais do que ele que er a Minist r o da

Guerra[ ...] ela e Dona Darcy Vargas [ ...] a Com andante [ do Com itê

que decidiu os uniform es das enferm eiras] [ ...] resolveram um

uniform e horroroso, pano de algodão cor cinza escuro, um vestidão

solt o, uns bolsos [ ...] par ecia espant alho de ar r ozal [ ...] um

t riângulo daquele m esm o pano para am arrar na cabeça [ ...] assim

com o lavadeira, faxineira [ ...] a prim eira vez que eu vest i, t ive

vont ade de m orrer [ ...] por sort e [ ...] eles nos deram os uniform es

das enferm eiras am ericanas [ ...] uniform e só de t rabalho [ ...] nós

não saíam os do recint o do hospit al com aquela roupa, que era um

vest ido abert o [ ...] t ranspassado [ ...] ( Enferm eira Bert ha Moraes) .

O depoim ent o de out ra enferm eira t am bém r egist r a esse descont ent am ent o.

[ ...] nosso uniform e foi sim plesm ent e desconfort ável

e ridículo ( Enferm eira Elza Cansanção) .

A p r e o cu p a çã o co m a p a d r o n i za çã o f i ca regist rada at é escolha das roupas ínt im as, conform e o depoim ent o abaixo.

[ ...] por azar [ ...] as r oupas ínt im as lev adas er am

form adas de peças padronizadas com pradas em local est ipulado

[ ...] as calcinhas eram de m alha de algodão [ ...] podiam ser rosa,

azul, m as abaixo do j oelho; eu nunca vi nada igual nem em bisavó

m inha [ ...] aqui no Brasil nós j á usávam os o lát ex com o o delas

[ ...] o sout ien era verde oliva [ ...] por esse m ot ivo eu, Ant oniet a e

Carm em Bebiano t ínham os vergonha de t om ar banho em conj unt o

com as am ericanas, nós t om ávam os banho à noit e, quando não

m ais funcionava a água quent e e os banheiros não t inham m ais

luz [ ...] nós lavávam os nossas roupas na pia e pendurávam os

nas nossas bar r acas [ ...] nós fizem os cam ar adagem com as

am ericanas e elas nos levaram na cant ina[ ent ão] nós com pram os

out ras roupas ínt im as [ ...] ( Enferm eira Virgínia Port ocarrero) .

O poder sim bólico, m anifest ado pela esposa d o en t ão Min ist r o d a Gu er r a, est á r et r at ad o n os d ep oim en t os, q u an d o d ef in iu o t ip o d e u n if or m e ut ilizado pelas enferm eiras volunt árias que part iram para o TO, para realizar a assistência de enferm agem no fr ont europeu.

O fat o da esposa do Minist ro t er o poder de decidir sobre o uniform e dessas enferm eiras conferiu a essa senhora um a grande responsabilidade. Ela foi, por t ant o, ut ilizada pelas alt as aut or idades que não quiseram ou puderam resolver essa quest ão. Assim , ela foi [ ...] tão m anipulada quanto m anipuladora[ ...]( 8).

Foi m anipulada ao assum ir a criação dos uniform es p ar a as en f er m eir as d o Ex ér cit o e m an ip u lad or a, quando criou os uniform es, sem consulta a quem iria

usá- los r ealm ent e.

Dada a urgência do em barque, vale ressaltar que as cinco prim eiras enferm eiras partiram do Brasil se m r e ce b e r o s u n i f o r m e s d e se r v i ço . Assi m t r abalhar am por vint e dias, com o unifor m e ver de-o l i v a n a d a f u n ci de-o n a l e a p r de-o p r i a d de-o . Ap ó s ent endim ent os feit os ent r e as delegações br asileir a e nor t e- am er icana, opt ou- se pelo uso do unifor m e d e v er ão n o r t e- am er i can o , sen d o q u e a p assei o usariam o verde- oliva brasileiro( 4). Essa foi a solução

con ciliad or a p ar a r esolv er a in sat isf ação com os m odelos dos unifor m es.

A Figura 1 retrata o uniform e de verão norte-am ericano, obj eto da polêm ica. Registra a enferm eira Lúcia Osório vest ida com o uniform e de verão nort e-am ericano e surpreende- a no m om ent o em que usa o capacet e para lavagem de roupa.

Figura 1 - Fragm ento do cotidiano de um a enferm eira no Teat ro de Operações da I t ália

(5)

Po d e - se d e d u zi r a d e sco n t r a çã o d o m o m e n t o congelado pelo seu sem blant e sorrident e. Essa fot o foi publicada no j or nal “ Tr ibuna Popular ” do Rio de Janeiro, datado de 18 de j ulho de 1945.

A ex p r essi v i d ad e si m b ó l i ca d a f o t o g r af i a r esi d e em t o r n a r m a n i f est o p a r a a so ci ed a d e o cot idiano dessas enfer m eir as no cenár io de guer r a, proporcionando um a im agem positiva de sua atuação n o co n f l i t o , ao m esm o t em p o em q u e r el ev a o s at ribut os inerent es à nat ureza fem inina. Considera-se a Considera-seguint e recom endação:

“ [ . . . ] A v i d a co t i d i a n a n ã o r e p r e se n t a n ecessar iam en t e u m v alor au t ôn om o, v ist o qu e a cont inuidade do hom em est á fundada por aspect os e f o r m a s d e a t i v i d a d e s q u e sã o a cu m u l a d a s casualm ent e na cot idianidade, com o: o espír it o de observação, a sagacidade, a capacidade de raciocinar que operam efeit os diversos, dent re out ros, o am or, o ódio, o desesper o, a par t icipação, a sim pat ia, o desej o [ ...] ”( 9).

A depoent e, ao v isualizar a fot o dur ant e a ent revist a, ressalt a a prat icidade do uniform e nort e-am er ican o.

[ ...] eu gost ava dele [ o uniform e] [ ...] foi usado durant e

o verão [ ...] era t ranspassado na frent e, am arrado at rás, sem

bot ões, de t ecido list ado [ ...] fácil de vest ir e t irar [ ...] m uit o

prát ico para t rabalhar [ ...] acom panhando- o t inha um casaquinho

de m alha de tricô beje de uso facultativo [ ...] os sapatos am ericanos

eram m arrons e m ais confort áveis do que os nossos [ ...] foi

versát il ( Enferm eira Hilda Ribeiro) .

Ainda a respeit o, out ra depoent e afirm a.

[ ...] nós os ganham os dos am ericanos [ ...] era prát ico e

funcional [ ...] pouco o usei porque eu era do serviço aéreo [ ...]

viaj ava const ant em ent e, usando os uniform es próprios de vôo

[ ...] ( Enferm eira Lenalda Cam pos) .

Ao visualizar a fot ogr afia, out r a enfer m eir a com plem ent a a leit ura do t ext o fot ográfico.

[ ...] a nossa bacia [ ...] era o capacet e, era grande, dava

para lavar roupa, lavar o pé [ ...] o rosto [ ...] era o que nós usávam os

m ais que t udo [ ...] aqui era um a colega Lúcia Osório [ ...] ela era a

m oça m ais bonit a do nosso cont ingent e t odo [ ...] m uit o boa colega

[ ...] o capacet e era um grande am igo [ ...] ( Enferm eira Bert ha

Moraes) .

Out r o depoim ent o cor r obor a o depoim ent o acim a.

[ ...] o capacet e era nosso “ safa onça” [ ...] nós não

tínham os bacia [ ...] usávam os ele para tudo [ ...] lavávam os roupas

ínt im as, o uniform e de verão am ericano com o m ost ra a fot o, além

de t er os m ais diferent es fins [ ...] o uniform e de verão [ ...] secava

rápido [ ...] era m uit o prát ico [ ...] não precisava passar [ ...] lavou,

pendur ou, secou, vest iu [ ...] usávam os ele diar iam ent e par a

t rabalharm os no verão [ ...] ( Enferm eira I sabel Feit osa) .

Pe l o s d e p o i m e n t o s p e r ce b e - se q u e o s u n i f o r m e s si g n i f i ca r a m m u i t o n a v i d a d e ssa s enferm eiras no fr on t it aliano. “ Eles [ ...] sim bolizam um a for m a ex t r em a de r oupa conv encional, sendo um t raj e t ot alm ent e det erm inado pelo out ro e que, em t er m os d e d iscu r so f alad o, r ep r esen t a est ar, parcial ou t ot alm ent e, sob censura[ ...] ”( 10).

As e n f e r m e i r a s t i v e r a m sa g a ci d a d e e cr i at i v i d ad e l ab o r at i v a p ar a u sar em u m ar t ef at o distribuído, desenvolvendo tarefas que facilitavam seu cot idiano com ele.

Nesse sentido, quando as pessoas trocam de am bient e e enfrent am um t rabalho novo com t arefas d i f e r e n ci a d a s, a b so r v e m si st e m a s i n é d i t o s, adequando- se a nov os cost um es, lut ando dia após dia em sit uações cot idianas adversas( 11).

Para o enfrent am ent o de dificuldades diárias r ep or t a- se ao seg u i n t e p r o n u n ci am en t o : “ [ . . . ] é necessário que as pessoas tenham capacidade própria d e n e g o ci a çã o p a r a e n f r e n t a r u m co t i d i a n o d e dificuldades de t oda ordem [ ...] ”( 9).

Figura 2 - Fragm ento do cotidiano de um a enferm eira no TO da I t ália enfrent ando o frio e neve

A Fi g u r a 2 t e m a o ce n t r o a e n f e r m e i r a Antonieta Ferreira em visível esforço físico, observado pela posição do corpo, segurando com as m ãos um a pá com neve, procurando rem ovê- la. O uniform e que vest e é aparent em ent e de lã, com m angas e calças com pridas. Está calçando botas de cano longo, tendo suas m ãos prot egidas por luvas. À esquerda da fot o a p a r e ce m e t a d e d o co r p o d e u m a p e sso a , p r o v a v e l m e n t e u m m i l i t a r p o r e st a r u sa n d o a s m esm a s ca l ça s e b o t a s. Ao seu l a d o esq u er d o , obser v a- se u m a est aca de m adeir a de bar r aca. O chão est á cobert o de neve.

(6)

Recor t es de depoim ent os ilust r am as lut as das enferm eiras frent e ao clim a adverso da Europa.

[ ...] a t enent e Ant oniet a Ferreira rem ove a neve na

ent rada da sua barraca [ ...] ( Enferm eira Elza Cansanção) .

Out ro relat o evidencia as dificuldades com o clim a, t am bém no m om ent o de repouso.

[ ...] Ant oniet a, excelent e enferm eira, form ada pela Cruz

Verm elha Brasileira, ót im a colega [ ...] esse m undo de neve aqui

era um t orm ent o [ ...] eu dorm ia [ na barraca] com um cabo de

vassoura [ ...] do lado da cam a, [ ...] ia caindo a neve, caindo a

barraca at é chegar no rost o [ ...] a gent e dava um a cut ucada para

a neve cair dos lados e dorm íam os m ais um pouco [ ...] foi m uit o

difícil [ ...] m as a m ocidade agüent a t udo [ ...] ( Enferm eira Bert ha

Moraes) .

O co t i d i an o d as en f er m ei r as t am b ém f o i m arcado pelas dificuldades em vencer o clim a frio da Eu r opa.

[ ...] chegam os com um calor int enso, ent ão foi indo

gradativam ente até chegar a neve [ ...] enfrentávam os aquele clim a

difícil, chuva, vent o, degelo, frio, t em pest ade [ ...] às vezes pela

noit e a dent ro a barraca resolvia desabar, acordávam os com a lona

fria no rost o, dent ro da cam a rolo [ ...] coisas da guerra [ ...] a gent e

t inha que sair da cam a e pegávam os aquela chuva t oda [ ...]

( Enferm eira Virgínia Port ocarrero) .

Esse pr oblem a foi com ent ado por um a das part icipant es da seguint e form a:

[ ...] o frio era um a coisa horrorosa [ ...] o frio na Europa

é um a coisa t errível [ ...] olha que aqui em Belo Horizont e faz frio,

m as não é nada com parado ao que passam os por lá [ ...] (Enferm eira

Carlot a Mello) .

Duas enfer m eir as apont am as dificuldades inerent es à inadequação das vest im ent as brasileiras.

[ . . . ] o s u n i f o r m e s q u e r e ce b e m o s d o Br a si l f o i

hum anam ent e im possív el ser em usados [ ...] nós r ecebem os

avant aj ados uniform es am ericanos de lã [ ...] m uit as m ant as para

nos cobrirm os [ ...] exist iam lareiras dent ro da barracas...nos

adapt am os bem [ ...] a com pra de diversos com plem ent os para

usar com os uniform es era opcional, a capa de borracha am ericana

com forro de lã adapt ável, realm ent e foi com prada, m as valeu a

pena, foi m uit o út il [ ...] ( Enferm eira Virgínia Port ocarrero) .

[ ...] Recebem os dos am ericanos um a capa de chuva

v er de- oliv a com capu z am ar r ado [ . . . ] a capa er a r ev est ida

int eriorm ent e por um casacão de lã grosso, abot oado e rem ovível

[ ...] ganham os t am bém j apona m arrom esverdeada [ ...] a m eia

bot a brasileira apropriada para a neve foi o equipam ent o brasileiro

que m ais nos serviu [ ...] ( Enferm eira Hilda Ribeiro) .

Os depoim entos abaixo ratificam a luta diária com o frio.

[ ...] a friagem era m uit o grande [ ...] quando fom os para

lá [ ...] levam os capa de brim [ inadequada] para o inverno europeu

[ ...] as am ericanas nos levaram para com prar m ais agasalhos [ ...]

eu com prei capa igual à das am ericanas, forrada de pele [ ...]

cachecol [ ...] luvas [ ...] ( Enferm eira Roselys Teixeira) .

[ ...] nós t ínham os est ufas para nos aquecer porque o

frio de lá não era de brincadeira [ ...] o frio foi m uit o int enso [ ...]

( Enferm eira Rosalys Teixeira) .

[ o frio] [ ...] quant as e quant as noit es eu fiquei com 16

graus abaixo de zero em Livorno, botava a capa por cim a do pij am a

e ia fazer um a ronda no hospit al ( Enferm eira Elza Cansanção) .

As af i r m at i v as aci m a d em o n st r am q u e a Com issão que decidiu os uniform es t am bém não os ad eq u ou ao clim a eu r op eu . Os n or t e- am er ican os pr over am essas pr ofissionais de r oupas adequadas. Com o transcrito nos depoim entos acim a, apesar dessa d o a çã o / co n ce ssã o , a l g u n s a ce ssó r i o s com plem ent ar es, se quisessem usá- los, t er iam que ser com pr ados.

Tal fato, leva à reflexão sobre a preocupação e su p er ior id ad e d os n or t e- am er ican os ao p r ov er a d e q u a d a m e n t e se u s ci d a d ã o s so l d a d o s p a r a enfr ent ar em o clim a eur opeu num a guer r a. Nossas enferm eiras aceit aram esses uniform es e com praram o s a ce ssó r i o s n e ce ssá r i o s co m o e st r a t é g i a d e so b r e v i v ê n ci a e a d a p t a çã o a o r e g i m e d e cl i m a a d v e r so , a d e r i n d o d e ssa f o r m a a o m o d e l o d e far dam ent o do aliado dom inant e, que lhes par eceu m ais conv enient e.

Se n d o a ssi m , q u a n t o m a i s a d e sõ e s conseguem os dom inant es, aum ent a a visão de seu m u n d o p a r a o s d o m i n a d o s, a u f er i n d o - l h es m a i s poder( 12).

A lu t a em p r een d id a p elas en f er m eir as d o Ex ér cit o no TO incluiu t am bém div er sas m udanças de localização dos hospit ais, um a vez que a Guerra p r o d u z m u d a n ça s g e o g r á f i ca s e m f u n çã o d a s est r at ég ias b élicas d e av an ço ou r et r aim en t o. O Se r v i ço d e Sa ú d e t a m b é m a co m p a n h o u e ssa m obilidade.

A esse respeit o, recort a- se o depoim ent o de um a enferm eira que faz alusão à m obilidade exigida do Serviço de Saúde.

[ . . . ] n ão t ín h am os colch ões n esses Hosp it ais d e

Evacuação [ ...] num a m udança seria m uit o difícil t ransport arm os

os m esm os [ ...] fazíam os uso de nossa cam a rolo colocada em

cim a da lona, e colocávam os nossas roupas estendidas e cobertores

que recebíam os, pois no caso de m udança rápida, era só enrolar a

cam a de rolo com nossa roupa dent ro e desam arrar os cat res e

carregar [ ...] Nest es hospit ais de Evacuação t ínham os que est ar

sem pre alert as com as m udanças rápidas e assim t ínham os que

(7)

Assim , a leitura do texto fotográfico articulada à fala da depoent e evidencia que as enferm eiras da FEB det inham o capit al m ilit ar necessário à at uação no cenário da guerra.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

A presença de m ulheres no Exército Brasileiro f oi in iciada n a década de qu ar en t a, du r an t e a 2 ª Guerra Mundial, quando o Brasil, tornando- se um país a l i a d o , o r g a n i zo u u m a f o r ça e sp e ci a l , a Fo r ça Ex pedicionár ia Br asileir a ( FEB) , que env iou par a o Teat ro de Operações ( TO) um cont ingent e de vint e e ci n co m i l t r e ze n t o s e t r i n t a e q u a t r o ci d a d ã o s brasileiros, sendo 67 enferm eiras.

As e n f e r m e i r a s i n co r p o r a d a s à FEB a d q u i r i r a m o ca p i t a l m i l i t a r n u m p r o ce sso d e in cu lcação, cu j as est r at égias t iv er am a f u n ção de f o r t a l e ce r o se n t i m e n t o d e u n i d a d e i n t e r n a d o grupam ent o fem inino, m ediant e a hom ogenização de at it udes e gest os no fr ont europeu.

As l u t a s e m p r e e n d i d a s n o co t i d i a n o d a guerra, t ais com o o clim a adverso, as m udanças de localização dos hospit ais, a barreira lingüíst ica ent re out r as, for am alguns dos desafios enfr ent ados pelo grupam ento fem inino de enferm agem . Por outro lado, as experiências vivenciadas j unt o às enferm eiras de out ras nacionalidades possibilit ou a incorporação de um capital cultural sim bólico determ inante na sua vida e no seu fut uro profissional.

Vale ressaltar que a determ inação do governo nor t e- am er icano cor r espondeu à im posição de um a v isão d e m u n d o h eg em ôn ica, con st it u in d o- se em violência sim bólica, m as perm itiu a inserção da m ulher en f er m eir a n o cam p o m ilit ar, con t r ib u in d o p ar a a v a l o r i za çã o d a m u l h e r n a so ci e d a d e b r a si l e i r a , considerando- se que: “As guerras foram im port ant es v et or es d a p r of ission alização d a En f er m ag em n o Ocident e”( 13).

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

1. Silveira JX. A FEB por um soldado. Rio de Janeiro ( RJ) : Ex pr essão e Cult ur a; 2000.

2. Medeiros EC. Eu est ava lá! Rio de Janeiro ( RJ) : Ágora da I lha; 2 0 0 1 .

3. Bourdieu P. O poder sim bólico. Rio de Janeiro ( RJ) : Bert rand Br asil; 1 9 9 8 .

4 . Mot t a AM, coor d en ad or. Hist ór ia Or al d o Ex ér cit o n a Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro ( RJ) : Bibliot eca do Ex ér cit o Edit or a; 2001.

5. Net t o LFSA, Ram os FRS. Considerações sobre o processo de const rução da ident idade do enferm eiro no cot idiano de t rabalho. Rev Lat ino- am Enferm agem 2004 j aneiro- fevereiro; 1 2 ( 1 ) : 5 0 - 7 .

6 . Bou r d ieu P. Con t r af og os 2 : p or u m m ov im en t o social europeu. Rio de Janeiro ( RJ) : Jorge Zahar; 2001.

7. Bourdieu P. Medit ações Pascalianas. Rio de Janeiro ( RJ) : Ber t r and Br asil; 2001.

8 . Bou r d ieu P. Razões Pr át icas sob r e a Teor ia d a Ação. Cam pinas. São Paulo: Papir us; 1997.

p or on ze h osp it ais p or q u e q u an d o av an çav a a t r op a, n ós

avançávam os t am bém [ ...] ( Enferm eira Virgínia Port ocarrero) .

A Figura 3 retrata um m om ento de m udança de localização do Serviço de Saúde.

Figura 3 - Fragm ento do cotidiano de um a enferm eira da FEB em u m m om en t o de m u dan ça de posição espacial de um Hospit al de Evacuação

O cenár io da figur a é um cam po de t er r a, v en d o- se ao f u n d o b ar r acas ain d a m on t ad as. No prim eiro plano encont ra- se um a enferm eira sorrindo de frente a um hom em . Am bos com a m esm a postura cor por al, agar r am com as m ãos o v olu m e qu e se e n co n t r a n o ch ã o , e v i d e n ci a n d o si n cr o n i a d e m o v i m e n t o , a p a r e n t e m e n t e f e i t o n o se n t i d o d e l e v a n t á - l o . No se g u n d o p l a n o , u m a e n f e r m e i r a en t r ega com a m ão dir eit a u m obj et o par a ou t r a enferm eira que se encontra dentro do cam inhão. Esse t em bancos nas lat er ais e um a pr ov áv el cober t ur a d e lon a. Os m ov im en t os d os cor p os d os ag en t es ret rat ados nos dão idéia de com o eram feit as essas m udanças dos hospit ais, ou sej a, cancelam ent o de um cam po para criação de out ro.

(8)

9. Lopes GT, Bapt ist a SS. Residência de Enferm agem : erro hist órico ou desafio para a qualidade. Rio de Janeiro ( RJ) : Anna Ner y ; 1999.

10. Lurie A. A linguagem das roupas. Rio de Janeiro: Rocco; 1 9 7 7 .

11. Heller, A. Sociologia de la vida cot idiana. Barcelona ( ES) : Nov a Gr áfik ; 1991.

1 2 . Bour dieu P. O poder sim bólico. 2 ed. Rio de Janeir o: Ber t r and Br asil; 1998.

1 3 . Bar r eir a I A. Con t r ibu ição da h ist ór ia da En f er m agem Brasileira para o desenvolvim ent o da profissão. Escola Anna Ner y - Rev Enfer m agem 1999 abr il; 3( 1) : 125- 41.

Referências

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