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Como o enfermeiro utiliza o tempo de trabalho numa unidade de internação.

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Academic year: 2017

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COMO 0 ENFERMEIRO UTILA 0 TEMPO DE TRABALHO N U MA U NIDADE DE INTERNACAO·

Vleia Lerch Luari** Wilson Dilo Ldi Filho**·

a ieget Boba····

RESUMO: Os autores realizaram uma pesquisa com a colabora�o de u n g ru po de enfermeiros de uma U n idade de I nterna�o de u n hos

p

ital de ensino. Ap6s a elabora�o do rol de atividades passfveis de serem realizadas pelos enfermeiros em sua jornada de trabalho, foi elaborado un instrumento para computar 0 tempo de trabalho desin ado as d ivesas atividades. 0 estudo apresenta dados que corrobora m a percep�o da existencia de contradiyoes entre 0 ensino fomal x patica profissional, e procu ra, por meio da revisao da literatura e de refiexoes acera dos resultados, a pontar altern.ativas de soluyoes para os problemas detectados.

ABSTRACT: The authos carried out a research with collaboration of a n u rses' g roup of an U nivesity Hospital. Ater elaboration of actiities list by these nuses in their day's wok, a n instrument was elaborated to compute the expended time with those several ativities. The data confirm the authos' perception about the existent contradictions beween "formal teach i ng x professional practice". It intends, by means of literature's revision a nd reflections about the results, to point out some alternative solutions to resolve the evidented poblems.

U NITERMOS: U n idade de Interna�o - Atividade do Enfermei ro

1 . INTRODUZINDO A QUESTAO DA PES QUISA

A motiva9ao inicial para a realiza9ao deste aba­ lho partiu das expeiencis vividas, ode lorm contadi90es, que podem ser veriicadas pelo des­ compasso entre 0 que se esina na foma9ao dos efemeiros e 0 que e por eles paticado no exercicio proissiol.

De uma ostua inicial de citica aos enfemeios or sua possivel incompetencia em cumprir 0 que fora preconizado como 0 seu fazer, postura agora ercebi­ a como ingenua e ate impodutiva, assamos a nos

questionar e reletir sobre as ossiveis zoes dos mesmos ao conseguiem executar, tanto em ivel qualitativo quanto quantitativo, 0 que muias vees por eles ea feito ate 0 ultimo semeste do cuso, quando cursavam a disciplia Adinista9ao Apli­ cada a Enferagem.

Desss exeriecias vivenciadas, aalisaas e reletidas, lentamente emergiam contadi9es ee o que se diz que deve ser aliado elo efemeio e o que e realmente realizado, deotando ua ossivel visao idealizada, presente o esino da efemagem e do fazer do enfermeio.

• Trabalho apresentado no 45° Congresso Brasileiro de Enfemgem. Olinda-Recife - PE, 28 de novembro a 3 de dezembro de 1 993. .. Professora do Curso de Enfemagem e Obstetricia da Univesidde do Rio Grande. Mestre m Educa�o. F ACED-UFRGS. • • • Professor do Cuso de Enfemagem e Obstetricia da Universidade do Rio Grnde. Mestrando em Administra�ao. PPGA-UFRGS . .... Professora do Curso de Enfermagem e Obstetricia da Universidade do Rio Grande. Mestranda em AssisUlncia de Enfemagem. Mesrado

em Expansao da UFSC. REPENSUU POW II -URG.

Foram colaboradoras deste trabalho s enfemeirs Ellana Pinho Azambuja, Nalu Pereira Keber, Miiam Therza Ventua Correa. Rejane Pam, Candida Botoli. Lucia Lima, Andreia Delno Tores que paticiparam tnto da elabor�ao do instumento de coleta, como da implement�ao do monitoramento dos dados.

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ALEIDA e ROCHAC1 ) destacam que a corente ilosoica idealista e domiante na compreensao da pitica da enfenagem, ainando:

"0 discurso da enfermagem e normativo sempre na direfao do ideal, do "deve ser", e assim as questoes etico-ilosoicas sao altamente valorizadse 0 nreto real om us conrdi¢es e esmoteao ".

Temos obsevado que s unidades de intema�ao do ospial de ensino utiliado como camo de esa­ gio, os enfeneiros execuam algus poucos cuidados dietos de maior complexidade, isoladamete, a un restrito numeo de pacientes, equanto que os de menor complexidade sao executados pedomiante­ mente por outros membros da equie de efenagem. Os demais acientes, que se constituem na gande maioia, sao assistidos or aendentes ou auxiliares de enfermagem, a tir da elboa�ao da escala e distri­ bui�ao dos pacientes, quase que com total autonomia em ela�ao aos enfeneiros.

Pecebemos tamem que os enfeneiros sao so­ licitados elo essoal auxiliar, quando lo conse­ guem cumprir a pescri�ao medica, ou executar al­ gum tio de cuiado em decorrencia de problemas ineentes ao aciente ou, mis feqentemete, em decoencia as codi�oes ogaiacioais da unida­ de. Por outro ldo, 0 enfeneio ten side constate e continuamente solicitado por outos proissiois da equie de saude a envolver-se e a resolver poblemas dos mais variados, dizedo ou nlo. dizendo eseito as coisas propris da efenagem, muitos deles or nos cosideados como atividades passiveis de dele­ ga�ao a outros elementos, etecentes ou lo a equi­ pe de enfermagem.

Reconhecemos, orato, 0 enfeneio como fa­ cilitador do tabalo dos demais membos a equie de enfenagem e de saUde, odendo ealiar, desta foa, muito ouco ou quase nada do que enede­ mos ou idealizamos ser 0 fazer do efeeiro.

TEVIZAN( l 1) desaca que 0 enfeneio execu­ tando pedomiatemente atividades adminisati­ vas. Mesmo lo representado meio de desevolvi­ mento e alcnce de metas peconiadas ela pois­ sao, ealia uma admiisa�ao que visa muito ais facilitar 0 evi�o de outros proissiois, o que cocretiar os objetivos de seu proprio servi�o. Por ouro lado, ao lo ealizar atividades etinentes ao seu tabalo, e executndo outs que lo ecessaria­ mente peciia ealiar, 0 enfeeiro enite a exis­ tecia de lcuas ou vzios e'm sua atua�ao a ea de efermagem.

Para BER(9), nao hQ vazios que nio sejam ocupados e, se os espafos lsicos, sociais, culturais ou institucionais que nos cabem, deixarem de ser preocupafao nossa, de cada um e de todo 0 rupo pro issional, poderao eles se transformar em proble­

mas maiores para. a c1asse, pois outros tentarao e poderao ocupa-Ios.

No dizer de SILVA(IO), coreu a enfenagem ua fragmenta�ao de seu objeto de abalho, onde a assistecia de efenagem icou subdividida em cui­ dados dire to e indieto, sendo que 0 pimeiro quase que toalmente restrito as diversas categorias dos demais proissioais suevisionados pelo enfenei­ oo Segundo esta autoa, a mea�a de descaracteriza­ �ao que evolve a proissao de enfeneiro advem de seu papel de govea e nlo de seu pael de super­ visor da ssisecia ao doete. 0 fato do enfeneiro lo peSr 0 cuidado direto lo diminui a imon­ cia de seu trabalho que se vincula aquele cuidado, zelando por sua qualidade, elo menos hiotetica­ mente.

LEOPARD I et alP) refeem que esta divisao deteinada historicmente, expessa-se pela divisao do tabalho executado em assistencial e administrati­ YO. OS enfeneiros amitem essa divisao, mas ten­ dem a suor que somente odeao sentir-se gaiica­ dos qando estao juntos do paciete, 0 que deomi­ m assistencia ireta. Ao expressaem sua osi�ao acerca do tabalo que realizam, enfatim seus sen­ timentos de cula, ao faeem mais administra�ao do que 0 cuidado dieto. Paa estes auto res, nlo se ode fzer uma caacteria�ao a assistencia de enfena­ gem como se esta fosse universal e omogeea. Te­ mos de considear que 0 ato de assistir modiicou-se ao longo do temo e a efenagem passa por ua organia�ao intea, de modo que aparece un prois­ sional que, alem de ossuir un amplo coecimento da biologia huaa, aida assume papeis imostos ela ova esntua orgiacioal do hospital e ou­ as insiui�Oes e saue. Assistir iclui, entao, 0 geenciameto do meio ospialar e a cordea�ao de un balho que se divide nlo sO or esecialidades, as or complexidade. Tarefas simples, mediaas e complexas da assistecia passam a ser distribuids a difeetes elementos de uma equie. 0 assistir to a­ se un trbalho coletivo.

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e fun�Oes que the sao ofeecidos e propostos no campo de abalho, buscou-se com a realiza�ao deste trabalho:

- identicar, numa unidade de intea�ao de un ospital de ensino, as aividades desemenads elo enfermeio e que constituem 0 seu fazer; - identiicar 0 temo destinado pelo enfermeiro a

execu�o de atividades administrativas, ssisten­ ciais e nao espec

i

cas.

Neste tabalho, apoiamo-nos a denomia�ao ja utilizada or MEDES(8) de fun�Oes assistenciais, administrativas e outras fun�Oes nao especicas do enfermeiro. Consideamo� como:

- atividades adminisrativs: aquelas que envolvem a coordena�ao da assistencia e concorem, oan­ to, para 0 adeqado atedimento do paciente. Os cuidados indiretos de enfemagem, peinentes a administra�ao da assistencia de enfemagem, constituem esse gupo de atividades.

- atividades asistenciais: aquelas executadas pelo enfemleiro dietamente ao paciente, envolvendo conhecimentos e habilidades tecnicas pertinentes

a sua fOa�ao. Compeendem 0 conjunto de ai­ vidades privai vas, ou nao, do enfermeiro, que cosituem 0 que denominamos de cuidados dire­ tos de enermagem.

- atividades nio espec

i

cas: aquelas que devido a suas caracterisicas intinsecas ao necessitam ser ealizadas por proissional com foa�ao de enfer­ meiro, podendo ou nao exigir conhecimentos er­ tinentes a enfemagem.

Ressaltmos que esa busca conigura-se num primeio movimento, na tentativa de desvelar e enten­ der a dicotomia presente entre 0 que se diz que deveria ser e 0 que e, buscando uma aproxima�ao tanto da pitica t teoria, como da teoia t pratica.

Parece-nos importante destacar que a proissio­ alia�ao a enfemlagem pocessou-se, basicamente, ataves de duas categorias sociais distinas, consoante ao modelo nighlingaleano, cujas metas cram 0 prepa­ o de pessol de cia sse social mais baixa paa 0

exercicio de servi�os usais de enfermagem hospia­ lar e domiciliar, e 0 preparo de pessoas de classe mais ala pa as atividades de supevisao, administra�ao e ensio(\). Esta dicotomia do trabalho em intelectual e anual caacteia, no inicio da efermagem moder­ a, a divisao social do tabalo dissimulada sob a

forma de divisao tecnica do trabalho, favoecendo a esolia�ao das classes domiadas, que intemalizam a

erce�ao dominante de que as tarefas que executam

sao, socialmente, menos importantes. Cosideamos que este fato historico ida ten sido negado, ou pouco explorado, a forma�ao dos enfemeios.

2. DESCREVENDO 0 M ETODO

Selecionamos a unica Vnidade de Itea�ao (VI) que, a epoca, se enconava em nciomento no pedio novo, aida em consu�ao, do hospil de ensino da Vniversidade do Rio Gade (URG). Ta­ tava-se de uma VI de Clinica Medica, organiada para ateder ate 0 aximo de quarenta e quatro (44) pa­ cientes, por uma equipe de enfeagem distibuida em his tnos, nos hOlios ds sete as tree ors e tinta minutos, das treze as dezenove hoas e trinta minutos e das dezeove hoas s sete hoas e trinta minutos.

Nos tuos da mana, arde e em oites altea­ das, estavam lotados tres (3), dois (2) e n ( 1 ) enfer­ meiros, respectivamente, e como pessoal axiliar, fudamentalmente, atendentes de enfeagem, em numeo de nove (9), sete (7) e em cada noite, cinco (5). Esta VI dispunha de uma secretaria administrati­ va com joada de quarena (40) hoas de tablo semanais, de segunda a sexta-feia.

Ap6s a realia�ao de vnos encontros com as enfemeirs lotadas nesa VI, tambem preocupaas em demonsar cientiicamente como empregavam 0

seu temo de tabalho no hospital, decidiu-se pela realiza;ao de un insumento, 0 qual viria a serpreen­ cido elas propris enfermeiras, durante 0 seu uo de trabalho. A patir de uma listagem das atividades por elas realiadas durante 0 epediente de abalho, elaboramos um primeio instumento que, depois de testado e reformulado, de modo a facilitar 0 monito­ ramento do empego do tempo pels proprias enfer­ meims, constituiu-se o instrumento utiliado ara 0 prosseguimento da colea dos dados. lniciou-se a coleta dos dados em julho de 1990, inaliando em dezembo do mesmo ano.

3. DESCREVENDO E ANALISANDO

OS RESULTADOS

No processo de elabora�ao do instrumento para a monitoriza�ao do temo, obteve-se a rela�ao de atividades passive is de serem executadas elos efer­ meios na unidade de intea�ao em estudo. Estas fomm classiicadas pelos auto res do tablho como atividades adminisrativas, assistenciais e nio espe­ cicas:

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Atividades administrativas

Visitar pacientes. Revisar pontuaios.

Encamiar pacientes paa exames complemen­ tes.

- omunicar ao fucioio novas pescri90es medicas.

Conversar com 0 medico sobe 0 aciente. - Registrar no livo de ocorencias.

- Realizar evolu9�0 de efemagem. - Realizar pesci9�0 de efemagem.

- Comuicar intea9�0 ao funciorio esposavel. - Pssr planmo.

- Elaboar escala de divi�o de enfemarias. - Conactar com nutricionisa.

- Encamiar paciente a assistente social. - Conaar com ssistete socil.

- Conolar medica9�0 contolada. - Revisar 0 cao de ugecias. - Istlar isolamento.

- Oientar fucionos sobe isolameto. Suevisior 0 prepao do coo 6s-mote. Comunicar e orientar familiares sobe 0 6bito. Elboar a escala de sevi90.

- Fecar poniio.

- Relizar teiamento em sevi90.

Realizr supevisao do dese.mpenho do un­

ciorio.

- Elaboar escala de feias.

- Encaminar atestados paa 0 Deparamento de

Pessoal.

- Solicitar carta de advertencia.

- Relizar enies com a equie de eferagem. Relizar eunio idividual com uncioario. - Realizar eunio com a equie multidicipliar. - Elboar escala de limeza.

Relizr suevi�o do essol de liieza. Realizar suevi�o da limeza e desinfec�o do material.

- Divulgar comunic9es ecebidas.

- Revisar lieatura.

- Ler livro de corecias. - Revisar exes. - Oientar ucioios.

- Enominar fola de efetividde. - Oienr familiaes.

Atividades Assistenciais

- Realiar Pun9ao venosa. - Aplicar insulina. - Realiar haemoglicotest. - Realiar sonagem vesical. - Realiar sonagem sogstrica.

- Realiar sondagem etal. - Instalar abocathvenocath.

- Realiar spia9ao edotaqueal/oofaingea.

- Colocar cateter sal. - Tocar cateter nasal.

- Realiar cuativo de lebotomilintracath. - Realiar cuativos.

- Instalar PVC. - LerPVC.

- Realiar assistencia em pada crdio-espiat6ia.

- Realiar assistecia em edema agudo de pul�o. - Realiar ssistecia no choque.

- Realiar assistecia em urgencis em geal.

- Coolar siis viais. - Pepaar quimioteapia.

- Instalar quimioeapia.

- Realiar ssistecia em denagem de t6ax.

Auxiliar o tsote do paciente. Administr medicamentos. - Tocar soos.

Obsevar caacteisticas das eliiaOes. - Realiar dmiss�o do paciete.

- Orientar aciente paa alta.

Auxiliar 0 medico nos pocedimentos. - Pesar e medir 0 paciente.

Atividades Nao Especificas

- Distribuir fascos de exames.

- Recolher fscos de exame.

- Apr presci9es medicas. - Pover material paa a uidade. - Prover medica9�0 paa a uniade. - Atender telefoe.

- Dar iforma90 sobe paciente or telefone.

- Pedir lig91o teleOica e aguardar. - Lcalizar medicos das efeias. - Lcalizar medico de planmo.

.. Anotar em fomulaio poprio ecmento o aioX.

- Lcalizar fucioios na unidade.

(5)

- Pepaar mateial paa pocedimentos.

Ver disponibilidade de leitos paa intearao. Suevisionar leito antes da chegada do paciente. Comunicar intearao ao medico resonsavel. Comunicar Seviro de Nutirao sobre ova inter­ arao.

Peecher fomulaio de alta.

- Comunicar Seviro de Nutirao sobe dietas. - Elaboar lista de dietas.

Fomecer oletim medico paa planao medico. Conferir a medicarao.

Estoar medicarao para a faacia. Pedir material.

- Levantar material.

- Revisar material eaente. - Mnter contole de 02.

Solicitarao de consertos. Realiar ECG.

- Solicitar ticket de almoro.

- Encaminhar ticet de almoro. - Autorizar exames.

- Arquivar folhas no prontuno.

Paece-nos que diante do ol de atividades descri­ to elos enfemeiros como passiveis de serem or eles elizadas, toa-se mais uma vez evidente a dicoto­ ia teoria-pmtica, com uma pofunda dissonancia ene 0 que e dito que 0 enfermeiro deve fazer, e 0 que o mesmo executa de fato. Sabe-se, o entanto, que esta constatarao ja foi denuciada or vnos auto res como ALEDA e ROCHA(l), BLAK(3), HAR­ ER e HENDERSONC6), SILVA<IO) e REl­ ZAN(lI), ene outos e, no entanto, a enfase nos cusos de gaduarao ainda ten sido aa a pestarao o cuidado dieto aos pacientes, com uma vi sao por vees ate ejorativa da pestacao do cuidado indieto. LEIDA e ROCHA(l), dizem que 0 ensino e caacteriado como paadigma do saber, esquecedo­ e qe e no trbalho que se deve buscr os elementos o aber.

E

o desenvolvimento do cuidado de enfer­ agem. que oea dietamente com 0 objeto - 0

oete - e no qual se desenvolvem as elacoes tecnicas e sociais, que esta a essencia do saber. No ensino, 0

bjeto de abalho continua sendo apesentado como undmentalmente 0 cuidado ao aciente, mas a pmica, ten sido pedoiantemente a geencia dos evicos e 0 contole do essoal e do material. 0

istciamento ente 0 ensio e a pmtica, sendo cada vez mais olar, oigina uma baeia que separa os que esiam a patica e os que a paticam.

BLAK(3) refee que a fomacao proissioal do enfemeio, centada no cuidado dieto ao paciente, ensinndo que este e 0 objeto de sua patica, e uma das contadires entre a elacao ensino formal x prl­

fica pro issional. Ressalta que a fnrao pimordial

continua sendo, basicamente, geecial: adiistr, supevisionar e disciplinar a pmtica a enfemagem, ou seja, moopoliar 0 coecimento e controlar 0 tabalo dos elementos auxiliaes de sua eqie.

REZAN(lI) refere que os alunos sao introdu­ zidos a un pael poissionl, apededo a valor o cuidado individualiado ao paciente, em bases cien­ ticas, duante todo 0 pocesso de educarao pois­ sioal. As escols de enfermagem enfatiam 0 cuida­ do individual ao paciente, enquanto 0 hospital, 0 maior empregador de enfermeios, espea que eles verifiquem a execucao das ordens medics e se sao seguidas as otinas hospitlres. Paece-os que, en­ quanto apaelho ideologico, a escola ten poduzido e epoduzido undamental mente a imagem do enfer­ meio como pestador de cuidados.

Aesar destas epetidas constatacoes do fasta­ mento da teo ria da pmtica, e desta da teoria, temos nos erguntado se a incompelencia dos dcentes e dos enfemeios em apoximar a teo ria a pratica e a pmtica a teoria, estlam relacionadas a sua foma­ cao disciplinar, a qual os ten levado a apesentr uma maior produtividade econoica com concomitante edm;ao de podutividade olitica. Etendemos pro­ dutividade economica como a necessidade de fazer, de mostrar rabalho, de ocupar continua e produtiva­ mente 0 temo, e como educao de podutividade politica, a dociliacao que envolveria a adaptacao, 0 confomismo e a sujeicao ao que al esi, como nor­ mas, otinas e exigencias instituciois. 0 que levia os enfermeiros a assuiem como aividade de sa cometencia, a ealiacao de ECG ou 0 fomecimeno de oletim medico aa 0 plantao, ente ouas un­ ces? Seria a ecessidade de mostrar rabalho e/ou, que jogos de oder estaiam al inseridos?

Prosseguindo na analise dos dados, evidencia-se un ossivel confoismo ou impodutividade oliti­ ca diante do temo destiado elo enfermeio, ese­ cialmente, no que se refere as atividades or nos entendidas como nao eseciicamente suas.

Da coleta dos dados etinetes a utilizco o temo/tuo monitoado els enfermeias, despe­ zndo-se 0 temo disenado paa 0 lace, vaivel de quinze a trinta minutos, obteve�se 109 os e 59

ninutos cotroladas e assn distibuidas:

(6)

To a M: 45 oas e 22 miutos To a de: 46 oas e 6 minutos To a oite: 1 8 oms e 3 1 iutos

A6s

0

c6puto s atividades e do temo utili­ do, obivemos os seintes esultados paciais:

Tumo da manbi:

• 42,88% do temo utiliado em atividades ad­

iativs;

• 15,200 o eo do em is ssien­

ciis;

• 4 1,85% do eo utiliado em atividades ao

esecicas. Tumo da tarde:

• 48,25% do temo utiliado em atividdes ad­ ministativs;

• 13,83% do tempo utiliado em atividades as­ sisteciis;

• 37,92% o temo utiliado em aiviades ao

eseciicas.

Tumo da noite:

• 37,62% do temo utiliado em atividades ad­

iistativas;

• 23,85% do emo utiliado em atividades as­ sisenciis;

• 38,53% do temo utiliado em atividades ao

eseciicas.

Como esultado gerl obtivemos:

• 42,92% do temo utiliado em atividades ad­

iistativas;

• 1 7,65% do temo utiliado em atividades as­

sistenciis;

• 39,43% do tempo utiliado em atividades ao eseciicas.

De osse dos resultados, ode-se veriicar que M

un pedoinio das atividades administativs

(-12,92%) e das atividades ao eseciicas do enfer­ meio (39,43%).

As adinistativas, refeetes a cordena:ao da assistecia, no osso entendimento, assim como os

de EVZAN( l 1 ), BLK(3), SIL VA(lO), LEI­

DA e ROCHA( 1 ), constituem 0 fzer necessaio e impescidivel ao enfermeiro, de modo a gaantir a assistencia de saude equerida aos pacientes sob sua

esonsabilidade.

Povvelmente, 0 baixo ercel de atividdes assisteciais ideicado ( 1 7,65%), esulta do mdo como 0 hospitl, coo

n

todo, esta orado, eecutido de tl sote na oganiaIo do sevi� e

efermagem, que ten mobiliado 0 tabalho do en­ fermeiro em di:ao a atividades or nos etedidas como nio especics.

o elevado indice evidenciado destas atividades nio esecicas cotribui paa tal ece:ao, ois ten sido ealizadas, aenemente, sob 0 peexto e seem necessris ao bon andmento do sevi:o, com vistas a sua agiliaIo e eicaci, em ome do atendi­ mento das necessiddes do paciete. Poem, aece­ nos que sua ealia:ao visaria muito ais facilitar 0 sevi:o de outos poissionais, do que cocetizar seS poprios objetivos, ao epesentando meio de desenvolvimento e alcance das metas peconizadas ela proissao.

Aceditamos que tais atividades, consideadas como nio especicas do enfermeiro, ten sido erce­ bidas como sendo atividades administrativas; per­ ce:ao esta que, no nosso entendimento, talvez seja a esonsavel elo carater ejorativo que se incoo­ rou as ultias, desencadeado a nega:ao da imor­

ancia que epesentam a assisencia global de enfer­ agem.

EDES(8), ao buscar identiicar as fu;Ses que os enfemeios da Regiao Meroolitana e Belo Ho­ rizonte desemenhavam na pratica proissiol, em ar:o de 1982, obteve, no que concee a cara horaia destiada elos enfermeios s fu;Ses admi­ nistativas, idices poximos aos or Os identiica­ dos (40,8%). No enanto, a crga ona destiada as fo:es ssisteciais (40, 1 %) e a u;Ses ao eseci­ ics do enfermeiro ( 1 9, 1%) apesentam quase que ua inversao aos ossos acados. Tais resultados sevem paa corrooar nossa erce:ao do ossivel compromeimento da oraniza:ao da unidade de in­ tea:ao em esudo, e/ou do hospital de ensino como un todo.

Portanto, fente aos resultados encontrados, de­ correm, iicialmente, dois eixos de alise: 0 primei­ ro, elativo a organiza:ao do sevi:o de enfermagem no que coceme aos recursos materiais e huanos e a deii:30 de atribui:oes; 0 segundo, compeenden­ do a questlo da cometencia do enfemeio, que deia estar ligada, entre outrs zSes, a sua forma­ :30, e como 0 seu fazer esta sendo analisado, reletido e peconizado.

(7)

ss aiviades a enfennagem eseciicamete, des­ iando a outos s numeosas un�oes tadiciol­

mete executs or ele, como povisioento de

maeil, eseilia�Io de material e equipamentos, lime. etc. Por outro lado, ecomedavam que 0 enfeeiro se esosbilizsse or acientes que apesentassem problems mais complexos, coian­ do ao essol auxiliar aqueles com cuidados menos complexos, execendo a suevisao de tOos os a­ cientes e/ou a execu�ao de procedimentos mais com­ plexos incluidos nos pIaos de cuidados. Refor�a­ yam. ida, que a administa�ao e 0 esino, i anota­ �ao nos egistros dos cuidados de enfenagem, cons­ tiuiam te integrl de sua u�ao.

SL VA(lO) relata que a tansi�ao da enfena­ gem tadicional paa a enfenagem mode, a cres­ cete divisao do tabalho e o prcesso de cientiia�ao a categoria do. enfermeiros, contibuiam paa com­ plicar 0 poblema ds indefmi�oes de un�oes entre

s categois de enfermagem apoudado, em seu inteior, a divisao entre tbalho intelectual e tbalho

nal.

ANGERI e ALEIDA(l), ao analisarem a inse�ao do enfemeio o seu espa�o, tamem desta­ cam a iregulaidade de fonteis: tanto outos po­ issioais ssumem 0 que e de cometencia do efer­

eio, como se i 0 inverso. Do mesmo modo, evi­

enciam que 0 espa�o poissional do enfemeiro e

peenchido tamem or tecnicos, auxilires e aten­ dentes e que, apesar de difeentes niveis de fona�ao e slarios difeenciados, a realidade mosta limites frouxos no seu fazer, qundo executam. de modo indisciminado, as mesmas u�oes. Os dados ace rca do tempo destinado a realia�ao de atividades no eseciicas do enfemeio, que no tumo da noite ate ltaassam 0 temo desiado s atividades admi­

nistativs, demostam tanto esta fagilidade de fon­ teis denuciada or ANGEMI e ALEIDA( l), quato a ossivel caacidade de aapa�Io dos efer­ eiros ao que a istitui�Io lhes solicita ou exige.

Dai decorre erguntmos: ate que oto esa caacidade de adapta�Io dos efemeios esaia e­ lacioaa 1 sua foma�Io? Ate que onto esa caa­ cidade de adapta�Io estaia tmom elacioada ao efatizado em sua foma�Io como sendo iniciativa, ou seja, diante da ineistencia de quem deveia fazer, o efermeiro assume este fazer, seja or un ato de bnega�ao aos pacientes ou de sujei�Io a quem detem o der? Paece ser mis facil nestes jogos de poder em que os enfemeios eslo inseidos, estes tenarem esolver as diicldades que efenam com as amas

de que disem. como a dita iniciativa e a aptiddo para ° rabalho, do que eneem quem dicio­ nalmente epeseta 0 oder, como as ceias de

efemagem ou a dminis�ao dos ospitais, a busca de mudan�s que ossibilitem 0 execicio, tan­

to da cordea�o da ssistencia, como da eal�o de cuidados ais complexos aos pacietes.

Acreditamos que este tio de indefmi�ao ten sevi� aos ineesses empesariais as istitui�es de saude, que justiicam a utiliza�ao de maodeoba com menor qualiica�Io apenas paa 0 desemeo de tecnicas de efemagem tidas como meos com­ plexs. A Lei 7.498, de 25 de junho de 1986(4), que disIe sobe 0 exercicio da enfermagem, ao'estabele­ cer as categoias do essoal de enfemagem, legitima a divisao tecnica do tbalho dentro a poissao. Ao enfemeiro e legalmete ermitido 0 exercicio de tOas as a�oes de enfeagem. sendo-le facultaas algumas privativas orem. gealmente, faltam-Ihe condi�oes s dfeetes institui�oes de saMe a oder exece-Ias. Na patica, como j a evidenciado or ANGEI e ALEDA(l), em geal, tOas as demais categoias fazem tudo, cabedo pedominan­ temente ao efemeio 0 desemenho de atividades geeciais.

Parece impescinivel destacar 0 pael da orga­

iza�ao do hospital no que concee aos ecursos

materiais e humaos necessaios a pesta�ao de ssis­

tencia de saMe, como 1 queslo da delimita�Io de

espa�os e un�oes.

Neste setido, e imonte e urgente a discussao e 0 aproundamento sobre os objetos de tbalho dos efemeios (que se percebe nIo ser unico, face as divesas un�oes que desemenam, como geren­ ciais, assistenciais e educativas), ben como, sobe a organiza�Io do pocesso de tabalo da enfermagem. Ha aida que se eletir sobe a istrumentaliza­ �Io dos efemeiros paa a muda�a, como tem-se dado a sua foma�Io, 0 destaque e gnde valoriza�Io t obediencia s nomas ou s detemia�es dos docetes, e a bixa vloia�Io ao quesioamento, 1 relexlo ou ate a ossiveis movimetos de esistencia dos luos. GEMANQ(S) efatiza e citica 0 pael

relevate que a obediecia, a abnega�Io e a dedica�ao istoicmente ten na enfenagem desde a sua ori­ gem, 0 que ten levado 1 foma�Io de poissionais obedientes e discipliados, mas subissos s rela­ �es de pder.

Desacamos aida 0 caterfeinino da efema­

gem, exercia pedomiantemente or muleres, e a iluencia dieta e indirea s rela�oes de geneo,

(8)

.

enedido coo uma constru�o scial do sexo, sbe a poisao. Sabe-se que faz pe do estee6tio fe­ minio, a delicadeza, a docilidade e dinamos ate, a nao aessividade. Alem destas cacteristicas pr6-prias do geneo feminino que favoeceriam a os­ tua mais conformist, essalos a peaa�o da mulher a 0 domestico, que ena muito a ver, o nosso entedimeto, com 0 fazer do efermeio. Este, ao assumir a unidade de intea�ao ao ten se limi­ tado a coordena�ao da assistencia de efermagem e a

presta�ao de assistencia diret, 0 que or si s6 se costiuem numa imensa tarefa, mas tambem assme un pael de govenanta, comprometendo ainda mais o seu fazer.

4. A GUISA DE CONCLUSAO

o pesente tabalo colca em evidecia, de for­ ma contundente, as discepancias ente 0 que e pe­ coniado ela escola como 0 fazer do enfermeio e 0 que e or ele ealizado no execicio proissioal.

Demonsta, concetamente, a ecessidade de se . eer a teo ia e a pratica poissionl do enfemei­

ro, levndo em considera;ao os asectos elativos ao estbelecimento de sua cometencia, cosoante a de­ ii;ao de seus objetos de tabalo.

Cocodamos com LEOPD I et alP) quando

dizem que 0 tabalho do enfermeio passa or un

processo de tnsi�ao que se obseVa ela idetiica­ �ao de vaios objetos de tabalho, ela compreensao do que seja sua competencia, ela divisao do tabalho

ente os vanos agentes, ela falidae do meso e elas limiacOes a sa el;o. 0 ael dmi­ nistatvo a assistecia e enfemagem ao eve ser visto como 610 oosto o cuidao as, elo coa­ rio, agegao a ese cuiddo, e em visto como a

atividade toaa como e o fosse bjeto do enfer­ meio.

Dve-se ter pesente que a efemagem eqanto

a atividde cocet, aerial e podutiva, ten como fmalidade a pes�ao de assistencia a aue das essoas sendo, oto, este 0 objeto sobe 0 qual se aplica 0 seu fazer.

o trbalho do enfermeiro, jumente com 0 dos demais inteates da equie de enfermagem, deve concorer paa 0 alcance pleo desta fmalidade. Paa tanto, faz-se necessaria ate�ao as questes ertinen­ tes a orai�o do hospial como un todo, ssim como, do pocesso de balho da enfermagem, e e estaeleceem-se os liies de comeecia de caa categoia qe aa denro a poissao, esr a aprova�ao da lei do execicio poissioal.

Deve-se eesr tanto as enfases pesetes a

forma;ao dos efemeios, quata o como ten se dado esa foaao, o etido e clear e ate des­ velr, os asectos elativos a comeencia poissio­ al, entendida como cometencia tecnica e ambem olitic, istrmentlizando-os paa as muda�as que se fazem necessnas paa a concretia�ao dos objeti­ vos da poissao.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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4. BRASIL. Lei nimero 70 498, de 25 de junho de 1986. Dispoe sobre a regulmentayao do exercicio da enfemagem e da outras providencis.

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