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Vivenciando uma relação de ajuda com paciente no pós-operatório de transplante hepático.

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Academic year: 2017

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VIVENCIANDO UMA REACAO DE AJUDA COM PACIENE NO P6S-OPERA T6RIO DE TRANS PANTE HEPA 1CO·

Eliaa ia ei·.

toia Rega Feao Ries • • •

RESUMO: A relayio de ajuda e, muitas vezes, uma forma pr6pria de tabalho, arateristiC8 de cetos proissionais. 0 enfermeio, na sua pratia diaia, de estar ajudando 0 paciente durante a execuyio de procedimento tenicos de rotina. Ele

pecisa ter consci�ncia do que esta fazendo, avaliar sua atuayio com base nun eferencial h umanista e procurar apefeicoar-se nesta pratica. Este estudo apresenta a analise critia de uma viv�ncia de interayOes enfermeiro-paciente (intemado en Unidade de Tera pia Intensiva ap6s Transplante hepatico) segundo 0 referencial te6rico das elayOes interpessoais. Das 3 interayOes podenos destacar a impotancia do nosso posicionamento claro e objetivo, de como lidamos om as ansiedades, da ava liayao da adequacidade da comunicayio e dos beneicios que podemos estar oferecendo a pessoa que necessita de ajuda .

ABSTRACT: The goal o f this study is to show the eperience o f a nuse-patient thera peutic relationship in an intensive theapy unity with a hepatic post-transpla nt patient. It presents still a critic analysis based on the theoric referential of aids relations with a non-directive approach .

UNITERMOS: RelacAo de Ajuda - P6s-0perat6rio - Transplante Hepatico

1 . INTRODUCAO

Este trablho foi desenvolvido a patir de un projeto elaboacio a isciplia "Relacioameto In­ eessoal Enfermeio-Paciente " do curso de P6s­ Gadarlo em Enfemagem Psiquiatrica. Considea­ mos nessa exerienci, de sma imoancia, as lei­ us aliaas, s discussoes paa compeenslo da teatica assim como a vivencia a pmica. Ataves dest, pudemos costatar 0 qunto ao estamos acos­ uados a ver cada individuo como un ser mico e 0 quato somos di�etivos em nossas a�oes.

Seundo ROGERS(2), quando se estabelece uma ela�lo de ajuda com enfoque ao-dietivo, a aten�io ao deve ser foclizada sobre 0 poblema da essoa,

ms sbe a essoa, esimuldo assim seu ceci­ mento, desenvolvimento, aide, melorcio­ amento e muor caacide a eer a vida.

Patido do pessuosto acima, opos or es­ colher un aciente no 6soeat6io e splnte hepatico iteado a lJnidade de Tempia ntensiva, or ser alguem ecessido de ajuda. Sendo ese 0

primeio tmnsplate do seviro, a equie estva ­

siosa qanto ao sucesso ou isucesso da ciuria e quanto a questio de vida e mote do ser huo.

Pm RUDI), a ela�io de ajuda surge, s ve­ zes, como foma popria do tabalo, cmcteisica de certos poissioais. Obsevamos que 0 efereiro, dumnte a sua pitica, ode estar ajudano 0 paciene, mesmo dumnte a execu�o de lgus pocedienos

Trabalho realizado a patir de projeto elaborado na disciplina "Relacionamento Interpessoal Eneneiro-Paciente" do cuso de P6s-Gradua10 em Enfemlagem Psiquiatrica - nivel Mestrado - Escola de Enfenagem de Ribeirao Preto - USP. Apresenado como Tema Lire no 44° Congresso Brsileiro de Enfenagem. Brasilia, DF, 4 a 9 de outubro de 192.

. . Professor Auxiliar d o Cuso d e Enfenagem - FMTM - Ueraba.

. . . Professor Assistente Doutor do Depatamento de Enfenagem Psiquiatrica e Ciencias Humans da Escola de Efemagm de Ribeirao Preto - USP.

(2)

tecnicos.

E

peciso, pois, que ele tena consciecia do que esta fazendo, avalie sua atua;�o e busque melho­ rar sempe seu desempenho.

RODRIGUES(l) coloca que na ela;�o de ajuda, o enfermeio utilia-se de ses conhecimentos geais de enfermagem, seus cohecimentos esecicos da situa;�o em ques�o, dos procedimentos tecnicos as­ sim como de si pr6prio como instumento teapeutico. Nesses cotatos de essoa-a-essoa deve agir de ma­ neira sistematiada e ematica frente a cada essoa em crise.

Paa A VELBEE(4) a ela;�o de ajuda possui n caater teaeutico muito imotante, quando 0

enfemeio usa sua popria pessoa como instumento paa ajudar essoas, fmilias ou comunidade a esol­ ver seus poblemas.

Agir de forma siseatiada implica em ter cla­ rea do que se que ealiar, ter os conhecimentos te6ricos que explicam ou d�o suorte as popostas, e agir segudo esses efeencial, buscado aingir 0 objetivo poosto.

No caso do enfemeio que quer ajudar as essoas a esolveem os seus (delas) poblemas, e undamen­

l que 0 proissioal esteja apoiado numa teoria que

lhe ermita olhar 0 paciente como un ser humano unico que esta erentando lguma diculdade, pe­ cisando de ajuda, e que 0 enfemeiro podea auxilia-Io no cmiho da esolu;�o de seus poblems, sem impor qalquer die�o pessoal. Muitos estudos, es­ pecialmete elizados or ROGERS(2) e na efema­ gem or A VELBEE(4), of ee cen material subs­

tncial pa quem deseja humanizar a ssistencia de enfeagem.

o pesente esudo ten como objetivo apesentar a Iise criica de uma vivencia de intea;les enfer­ meio-paciente (p6s-oeat6rio de tasplate hepati­ co a UI), seundo 0 efeencial das ela;les inter­

essois.

2. METODOLOGIA

Fom ealiadas 3 inteela;les, no temo de 20 a 30 inutos, .cada uma. 0 paciente estava inteado em uma U nidade de Teapia Itensiva do Hospital s

Clinicas de Campinas - UNICAP.

Foi utiliada a entevista modieiva e,

imedia-Efenero * * Pciente

68 R. Bras. Enferm. Brasilia, v. 47, n. I, p. 67·70, jn.lmr. 1994

tamente ap6s, as interela;es foam anaIisadas com . bse no eferecial das rela;les inteessoais .. , , , ; . . Selecionamos alguns techos que considemos mais imotntes nas intea;les.

3. APRESENTACAO DO CASO

Paciente A.B.O. 34 nos, csado, alc60laa, por­ tador de Ciose Hepatica. Apesentou varias inter­ na;les (dentro de n ano) e a solu;�o seria n

tansplante hepatico (tansplante ealiado dia

1 5/09/9 1).

A necessidade de inteairmos com ele sugiu or ser 0 primeio tansplante heatico que estava sedo ealiado aquele sevi;o. 0 paciete estava muito sioso com rela;�o aos resultados da ciugia.

Intera�oes Enfeneiro-Paciente

e Comentarios

1 a Intera�ao

E* - Bon dia A. A** - Bon dia.

E - Gostia de estarcovesando un ouco com voce e se voce quiser falar a eseito de alguma coisa estou aqui paa ovi-Io. Meu nome e E., sou enfemeia aqui da UTI e ja ajudei a cuidar algumas vezes de voce. A -

E,

e bon conversar.

E

imortante, o primeiro econto, estaelecer o que se petende com a intera;�o. Caso contio, 0 paciete mo vai sber 0 que fzemos ali. Pa ele, pode paecer ua coversa oal e �o ciegar ao alcance de objetivos.

E -E como voce ten pssado? .' "

A - Aco que estou un ouco melhor, mas n ouco casado ja.

E - Csado?

A -

E

que ja estou M vios dias aqui, e mesmo antes de fzer 0 tasplnte, estive inteado. Fui de alta p� casa de .maM e, a tarde, mandaam'avi�

,9ue �'\

havla apaecldo un doador e que se udo desse ceto, ,

iia ser submeido ao tansplante.

(3)

A - Foi, ia outa essa pa eceer 0 iado. Fiquei muio ao e C'1 edo que MO dese eto.

E -Vc� eva com edo?

A -Mdo e ue MO desse a ceo, de MO er ver s ia m.

E -e o der ver a ila?

Nee moeto, enou n eico o quato e o�u a flr com 0 pciene.

do 0 pciete colocou qe esava com

eo, etedemos que ea medo da "mote". Foi s6 eor n ouco do qe ele dissem e logo bodou

o e esava deidoo

ao.

o eacioeto icou pejudicdo qado en­

ou

a esoa o qto (mico). Tenei etoar,

s 0 aciente ise que queia dor. camos.o

omo econto, ele oliciou que fosse a tde or

erw s qilo. os 0 oio .

..

e imon­

c o elciomento teetico que e estbele�

n compoisso qto a ia e oio.

JI It.a�lo

do ceei o oio que combmos, ele va foa do ato. Esava senado uma cdeim.

A -Me im do qto, eu o aUenva is a a, 6 que 0 coe d6i mio... .

E • No coe� e assi, e a cirgia

e

e or

r senado vai er eso.

Hove n sil�cio. Fi dietiva e acabei eson­ eo 0 que 0 ciete O qeia ouvir, esquecedo­ e qe caa iividuo e n idividuo. Muits vezes, , 6s efeneios, evido a nosa fo�o, cmos ue com isto clamos 0 pciete, s 0 que cos­ aos, a pmica (viveca) e 0 contio ...

Pa etoar tive que lal:r ua outa ergua. No decoer a inte�to, 0 aciente colcou que 0 eico isse qe logo ele iia pam a enfeia. Plou amem qe esava sentindo-e elhor do que o a em qe i flar com ele (10 encono) e que agom, estva odendo comer de udo.

os a 38 inte�to e ele Iembou-me da ossibliade de estr a efenaia. Aimou que ostia que eu fosse ate la flr com ele.

38 Int.ra�lo

o aciente esava a efenaria. Fi ate Ia como obios.

E - Como esa psdo?

A - Vai ido, agoa n ouco elhor. Pelo meos aqui cosigo ver 0 a e ambem empe en icado alguem a a familia qi.

E - Eles t�m icado?

A -

A

oite, ica ia esoa e, dute 0 a, a

e, s ils. Aqui estou nddo, seto n

oco o sol.. .

E -

n

do?

A - Nto cosigo r muito, as ado no coeor.

Acabo icndo casdo e volta pam a.

E -Cado ...

A -Un ouco de fala de r e tmem desdo. Nto aOeto mais hospial, queia esarem a. Aqui ten muia gene.

E -Muita gene?

A -Muitos medicos, efemeios e aida ten vindo ua mo� (psic610ga) falr coigo. ando ela ven,

MO falo a. Ela ica 6 erunando da a via, a mia caa.

E -Voce MO fala qando ela ven aqui?

A � Flo ouco, MO gostei do monte de erunts que ela fz.

do 0 aciente efee-se a psic6log, de quem ele !o gosa oqe ela ven faer-Ihe a seie de ergus obe sa via, nos faz eletir sobe a aatto do efemeio Ficou em silencio).

Cosidemos que 0 enfemeio en codites de estar ealindo elacioameto teaeuico a sua patica com seus pacientes. A essoa que ven de foa (psic610go) !o esa lo p6xima do aciente qunto o enfemeio.

E

necessaio cohecimeto esecico, que n6s temos or foatlo, picipalmene pm 0

efemeio de tempia intesiva. No enato, 0 efer­ meio passa a aior ae de seu emo peocupao qnto aos apaelhos, tecnicas, inumeos pocedi­ mentos e deia de ldo 0 individuo como essoa. Esando ese pciete efendo na siatto ci­ tic, a mioia as vezes, ua simples atentAo o­ deria ser de alto valor temeutico.

No fl desse conato 0 pciene disse:

A -

E,

0 medico flou que talvez eu va emboa a 28 feira.

E - Na 28 feim?

A -

E,

deois veho ao ambulat6rio.

E - Se voce quiser, veique 0 dia do etono e

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odeemos r a covennos.

A -4 vce vem?

E -Nlo, estou de folga, oje tambemja teho que ir. Estou de plaao.

A -Pase qui a 28 feia e, se eu ja i de alta, deixo mcdo 0 a do ambulat6rio

a

voce.

E -Tuo bem, asso a 28 feia, bom domigo.

A -briado.

4.

CONSIDERACOES FINAlS

E

muito iorte desde 0 iicio do contato com o paciente, que se estbele� dia, teo, faliade da nossa atuaclo, senlo acaba icado n elacioamen­ to social e nlo teaeutico.

Nestas interelayes, e ossivel erceer nitida­ mente que, sempe que E emiiu que A falasse sobe sas peocup9es, que ela 0 a dento do tema do seu inteesse, a elaclo

a

ua luidez ositiva. ando avia cortes, ia silencio, muava 0 assunto, 0 paciete mfestava outos desejos, evi­ deciando a iadequaylo da conduta do efenneio. Inteessante e otar que A eferiu iitaclo ete

a n interogat6io que e ea desavel, e a demonst9o de

a

disoubiidade fente a ua inte9o ode ele ea 0 ceno.

Duate a inteayo, quado avia silecio, sur­ gim diiculdaes or

e

do enfeneio (E). Nlo aguentdo a ansiede essa situaclo, pocuava fzer oa er, mudo ae e ssnto, em vez de eanecer em silecio e deixar que 0 paciente se manifestasse.

Enconos enfeeios que dizem o er tem­ o

a

estar coverdo com 0 paciene. Isto e muito comum no cso dos enfeneios e eapia intensiva, ois alegam que tdo e muito corido, muitos pocedimentos tecnicos a fazer. Etetanto, a aioia das vezes, basta ouvir ° que ° paciete tem a dizer e estaeos ajdado-o. .

. ' . .

A ooidade de vivenciar um elacioamento : inteessoal efeneio/aciente foi muito ositiva, visto que e a patica ° que demos erceer °

qanto agimos erdo (de foma dietiva). Ficou am­ bem clo que a elaclo teaeutica ode ocoer a qualquer momento, desde que estejamos em conato com ° paciente e com 0 pro6sito de air teaeutica­ mente.

REFERENCIAS BIBLIOGAFICAS

1. RODRIGUES, A.R.F. Enfermagem de Saide Mental para

mulheres em crise acidental. Rieirio Preto, 1986, Tese

(Doutorado) Univesidade e Sio Paulo - EERP e EEUSP,

140p.

2. RGERS, C.L. Tomar-se pessoa. Sio Paulo: Matis Fontes,

1982, 36p.

3. RUDIO, F. V. OrientafIo nIo diretia na eduCfIo, no acon­ selhamento e na psicoterapia. Ptr6polis: Vozes, 10 ed, 1990, 109p.

70 R. Bras. Enferm. Brsilia, v. 47, n. I, p. 67-70, jan./mar. 1 994

4. TRA VELBEE, J. Intervencion en enfermeria psiquiatrica: processo de la relaci6n de ersona Colombia: Cvajal SA, 1982, 282p.

Referências

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