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(1)

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FíSICA

EFEITOS DA DESORDEM DO CAMPO

CRISTALINO SOBRE AS FASES MODULADAS

DE UM MODELO MAGNÉTICO

NELSON ALVES JUNIOR

Tese de Doutoramento submetida ao Instituto de f■ウセ」。@

da Universidade de São Paulo

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Orientador: Prof. Dr. Carlos Seihiti Orii Yokoi

Banca examinadora';

INSTITUTO DE FíSICA

Prof. Dr. Carlos Seihiti Orii Yokoi (IFUSP)

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Prof. Dr. Evaldo Mendonça Fleury Curado (CBPF) Serviço de: J3ibliO.tect\ e Informação Prof. Dr. Sílvio Roberto de Azevedo Salinas (IFUSP) TtHhhô:

セNMᄎセ⦅SZZLN。NM⦅ᆳ

Prof. Dr. Sergio Galvão Coutinho (UFPE) セZjZNl@ Prof. Dr. Valdir Bindilatti (IFUSP)

Prof.f,rd.ando Corbani Ferrax

São Paultfesidente da tomissão ele Pós Grad1ulçlo

2001

SBI­IFUSP 

(2)

do Instituto de Física da Universidade de São Paulo

Alves Junior,  Nelson 

Efeitos da  Desordem  do Campo Cristalino sobre as  Fases Moduladas de um  Modelo Magnético. 

São  Paulo,  2001. 

Tese (Doutoramento) ­ Universidade de São  Paulo  Instituto de Física ­ Departamento de Física Geral 

Orientador:  Prof.  Dr.  Carlos Seihiti Orii Yokoi  Área de Concentração:  Física do Estado Sólido  Unitermos:  1.  Diagramas de Fases;  2.  Simulações de  Monte Carlo;  3.  Campo Cristalino;  4.  Sistemas 

(3)

Círculo Limite IV (M. C. Escher, 1960)

(4)

aos meus pais e à minha irmã, pelo apoio, incentivo e pelo amor que nos

une.

ao Carlos Yokoi, pela orientação.

ao Silvio Salinas, pelas primeiras aulas de Mecânica Estatística (bom

co-meço ... ) e por todos os pedidos de ajuda atendidos.

aos meus grandes amigos Claudia, Ricardo, Mario, Roberto, Karina

Barbo-sa, Endrick e Karina (Birrú), pela lealdade, sinceridade, apoio e amizade, sem

os quais nem esta tese, nem tantos momentos da minha vida teriam sentido.

aos professores e alunos do Grupo de Mecânica Estatística, por todos os

anos de convívio.

às secretárias Márcia, Dirce e Ivone, e ao Alexandre, contínuo do

departa-mento, pela assistência sempre eficiente nos assuntos burocráticos.

aos porteiros João, Marcos, Silvio e Wilson pela amizade e pelas inúmeras

madrugadas de solidariedade.

à Universidade de São Paulo.

(5)

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Resumo 

Nesta tese realizamos um estudo de campo médio dos efeitos da desordem do campo cristalino sobre os diagramas de fases do modelo ANNNI com spin

1.

Resultados de campo médio anteriores obtidos para o modelo com cam-po cristalino constante mostraram fases parcialmente desordenadas em seus diagramas de fases. No entanto, a existência de tais fases não é garantida, devido às flutuações não levadas em conta na aproximação de campo médio. Sendo assim, estudamos o modelo com campo cristalino constante por meio de simulações de Monte Cado. Nosso objetivo foi fornecer maior credibilidade aos resultados de campo médio obtidos anteriormente, e com isso adquirirmos maior confiança nos resultados de campo médio apresentados nesta tese pa-ra um campo cristalino aleatório. Os resultados das simulações mostpa-rapa-ram evidências de que a configuração com planos desordenados da fase comensurá-vel de período 6, observada em baixas temperaturas, pode sofrer uma transição interna para uma configuração na qual tais planos estão ausentes. Esse resul-tado está em concordância com os estudos de campo médio.

(6)
(7)

Abstract 

In this thesis we present a mean-field study of the effects of the disorder of the single-ion anisotropy on the phase diagrams of the spin-l ANNNI model.

Previous mean-field results for the model with constant single-ion aniso-tropy showed partially disordered phases in the phase diagrams of the model. H owever , the existence of such phases cannot be taken as granted, due to the fiuctuations not taken into account in the mean-field approximation. Thus, we studied the model with constant single-ion anisotropy by means of Monte Car-lo simulations. Qur aim was to give credit to previous mean-field results and to get more confidence in the mean-field results showed in this thesis obtained for a random single-ion anisotropy. The results obtained from the simulations showed evidences that the configuration of the commensurate phase with pe-riod 6 displaying disordered planes, found at low temperatures, may undergo an internaI phase transition to a phase in which such planes are absent. This result is in agreement with previous mean-field studies.

(8)
(9)

Conteúdo 

1  Introdução  1

2  Caso sem desordem:  Simulações  de Monte  Carlo  13  

2.1 Introd ução . . . 13

2.2 Resultados das simulações 16

3  Caso com desordem:  Aproximação  de campo médio  32

3.1 Introdução... . . . . 32

3.2 Equações de campo médio e funcional da energia livre 35

3.3 O limite T

­+ 

O  .  .  .  39

3.4 Expansão de Landau 40

3.5 Linhas críticas e pontos tricríticos 42

4  Resultados  para  uma distribuição  delta­bimodal  45

4.1 Diagramas de fases em TO. . . 46

4.2 Linhas críticas e pontos tricríticos 66

4.3 Diagramas de fases para T

O . . 70

4.4 O modelo ANNNI com spin 1/2 e diluição de sítios 79

5  Resultados para uma distribuição  gaussiana  86  

(10)

5.1 Diagramas de fases em T = O . . .

87

5.2 Linhas críticas e pontos tricríticos 98

5.3 Diagramas de fases para T

>

O

102

6  Considerações finais  106  

A Expansão de Landau para uma distribuição de probabilidades  

B  Determinação  do  ponto  crítico  em T

para  uma 

distri-genérica do campo cristalino  110  

buição  gaussiana do campo cristalino  116  

(11)

Capítulo  1  

Introdução  

Sistemas espacialmente modulados são caracterizados por exibirem proprie-dades locais que variam periodicamente em uma ou mais direções espaciais

(Selke, 1992). Diferentes ordens moduladas foram observadas em inúmeros sistemas em Matéria Condensada. Por exemplo, materiais magnéticos (Izyu-mov, 1984), gases nobres adsorvidos em substratos cristalinos (Stephens et aI., 1984), compostos ferroelétricos (Yamada, Hoshino, e Shibuya, 1963; Iizumi, Axe, Shirane, e Shimaoka, 1977), ondas de densidades de carga (Comes, Shapi-ro, Shirane, Garito, e Heeger, 1975), compostos intercalados de grafite (Fischer e Thompson, 1978) e cristais líquidos (Gennes, 1974). Uma fase modulada é

dita comensurável se a razão entre a periodicidade da modulação e o

parâ-metro da rede for um número racional, e incomensurável caso contrário. O

mecanismo básico para a ocorrência da modulação é a competição entre in-terações favorecendo ordenamentos distintos, o que dá origem ao fenômeno conhecido como frustração (Toulouse, 1977). Existe uma classificação segun-do a qual os sistemas modulasegun-dos podem ser agrupasegun-dos em cinco categorias (Cummins, 1990): modulação por deslocamento, por orientação, por compo-sição, por crescimento interno e modulação interfacial. Essas cinco categorias

(12)

não são exclusivas, ou seja, um mesmo material pode apresentar mais de um tipo de modulação. Por exemplo, o modelo magnético estudado neste tra-balho pode ser classificado como um sistema com modulação por orientação, por crescimento interno e interfacial. Com a descoberta da difração de nêu-trons na década de 50, as estruturas moduladas puderam ser observadas pela primeira vez em metais terras-raras (lantanídeos) (Cooper, 1968). A estru-tura magnética do hólmio foi estudada com difração de nêutrons (Koehler, Cable, Child, Wilkinson, e Wollan, 1966, 1967; Felcher, Lander, Arai, Sinha, e Spedding, 1976; Pechan e Stassis, 1984). Em temperaturas suficientemente baixas essa estrutura é uma espiral incomensurável com o vetor de onda de propagação na direção perpendicular aos planos basais da estrutura hexagonal compacta. Estudos empregando difração de raios X sincrotron do hólmio e do érbio (Bohr, Gibbs, Moncton, e Damico, 1986; Gibbs, Bohr, Axe, Moncton, e Damico, 1986) mostraram que o vetor de onda desses materiais varia com a temperatura, como mostrado nas figuras 1.1 e 1.2. Os platôs observados

nessas figuras correspondem ao fenômeno de ancoramento (lock-in) das fases

comensuráveis.

No final dos anos 50 as estruturas moduladas em terras-raras foram inter-pretadas (Villain, 1959; Kaplan, 1959; Yoshimori, 1959; Elliott, 1961) como sendo a manifestação da competição proveniente da interação de troca espa-cialmente oscilatória do tipo RKKY (Ruderman e Kittel, 1954; Kasuya, 1956; Yosida, 1957), existente entre os elétrons 4f e mediada pelos elétrons de con-dução.

(13)

3

1 Introdução

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10 20  30 1  I  40 I  50 I  60 70  80  90  ..  100  110 120 130

TEMPERATURE (KELVIN)

Figura 1.1:  Dependência  do vetor  de  onda magnético do  hólmio com  a  temperatura,  con-forme  obtida com  difração  de  raios  X  de  sincrotron  (círculos  vazios)  ou  com  difração  de  nêutrons  (pontos).  (a*, b*, c* são  os  geradores  da  rede  recíproca  da rede  hcp  gerada  por  a, b, c.  c* é paralelo a c, que por sua vez  é perpendicular aos  planos basais).  [Bohr e Gibbs,  1986]. 

foram  propostos  e  investigados,  mesmo  antes  que  as  estruturas  moduladas 

pudessem ser observadas experimentalmente  (Nagamiya,  1967;  Cooper,  1968; 

Elliott,  1972).  A  seguir  apresentamos  alguns  modelos  mecânico­estatísticos 

para  sistemas  modulados,  com  o  objetivo  principal  de  ilustrar  os  diferentes 

mecanismos  de  competição responsáveis  pelo surgimento da modulação. 

Um  modelo  prototípico  apresentando  um  complexo diagrama de fases 

mo-duladas  comensuráveis  e  incomensuráveis  consiste  de  uma cadeia  de  átomos 

(14)

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ERBIUM

(001)

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XI

­­­10/21 

20 

30·  40 

50  

60 

70 

80 

TEMPERATURE (K)

Figura 1.2:  Dependência do vetor de onda magnético do érbio com a temperatura, conforme  obtida com difração de raios X de sincrotron (pontos) ou com difração de nêutrons (cruzes).  (a*,b*,c* são  definidos como  na figura  1.1).  [Gibbs,  Bohr e  Axe,  1986]. 

periódico,  conhecido  como  modelo  de  Frenkel­Kontorova  (FK)  (Selke,  1992; 

Griffiths,  1990).  Entre  os  sistemas  físicos  que  podem  ser  representados  pelo 

modelo  FK,  podemos  citar  aquele  em  que  os  átomos  de  um  gás  são 

adsorvi-dos  em  um  substrato  cristalino.  As  posições  de  equilíbrio  adsorvi-dos  átomos  estão 

intimamente ligadas à competição  entre  as  interações  elásticas  e  o  potencial 

externo.  Esse  mecanismo de  competição é responsável 

pela modulação obser-vada no modelo FK.  Embora o modelo tenha sido proposto no final  da década 

de  20,  foi  apenas  no  final  dos  anos  70  que  estudos  mais  aprofundados  foram 

(15)

1 Introdução

absoluto  de  temperatura  (Aubry,  1978). 

Outro  modelo  apresentando  estruturas  moduladas  em  seus  diagramas  de 

fases  é  o  modelo  XY  quiral,  formado  por  uma série  de  cadeias  de  spins 

pla-nares, dispostas paralelamente umas às outras e perpendicularmente ao plano dos spins. Dentro de cada plano XY os spins primeiros vizinhos interagem ferromagneticamente. Sendo assim, no zero absoluto de temperatura as ca-deias estão identicamente ordenadas. Por outro lado, ao longo das caca-deias as interações entre spins primeiros vizinhos favorecem o ordenamento helicoidal,

no qual spins consecutivos formam um ângulo Ll =1= Oentre eles. Pode-se

adi-cionar um campo magnético ao modelo. Na presença de um campo magnético paralelo ao plano XV, todos os spins tendem a ordenar-se paralelamente ao campo, ou seja, todos os spins tendem a ficar paralelos uns aos outros. A competição entre esses dois ordenamentos distintos leva ao surgimento de um complexo diagrama de fases espacialmente moduladas (Yokoi, Tang, e Chou, 1988). Efeitos de anisotropia cristalina são comuns em sistemas magnéticos reais. O estudo de tais efeitos pode ser realizado pela adição de um termo

de campo cristalino K, favorecendo p direções espacias dadas pelos ângulos

Bn

=

21rn/p (n 1,2,'" ,p). Na ausência de um campo magnético, o mecanismo responsável pelo surgimento das fases moduladas do modelo é a competição entre as interações quirais e o termo de anisotropia. Para valores

suficientemente grandes do termo de anisotropia (K

­­+ 

(0), nesses

diagra-mas foi observada a existência de um ponto multicrítico, denominado ponto

l' (Micheletti, Seno, e Yeomans, 1995; Sasaki, 1992), a partir do qual surgem

(16)

modelo de relógio  quiral  de p estados, ou CCp (p-state chiral clock) (Ostlund, 

1981;  Ruse,  1981),  no  qual  as  variáveis  de  spin  podem  ocupar  apenas  as p

posições Bn 21rn/p (n =  1,2,'"  ,p).

No  início  da década de  60  foi  introduzido  u;rn  modelo  (Elliott,  1961), 

pos-teriormente denominado por Fisher e Selke de modelo ANNNI (Axial N ext-Nearest-Neighbor Ising) (Fisher e Selke, 1980), que é um dos modelos mais simples capaz de exibir um complexo diagrama de fases espacialmente

mo-duladas (Bak, 1982; Selke, 1988; Yeomans, 1988; Selke, 1992). É definido

numa rede cúbica simples cujos sítios são ocupados por variáveis de Ising. Rá

interações interplanares J1 e J2 entre primeiros e segundos vizinhos,

respecti-vamente, ao longo do eixo axial z, e interações intraplanares Jo entre primeiros vizinhos nos planos perpendiculares ao eixo z. Uma representação esquemática

do modelo ANNNI é mostrada na figura 1.3.

No caso em que J1 e J2 têm sinais opostos, a competição entre essas

inte-rações pode dar origem às fases moduladas. Empregando a aproximação de

campo médio Elliott mostrou que a fase paramagnética pode tornar-se instável,

dando origem às fases moduladas caracterizadas pelo número de onda (Elliott,

1961)

-1 (

セIN

q = cos - 4J

(1.1)

2

o

modelo possui solução exata apenas em uma dimensão, tendo sido estudado tanto na ausência de um campo magnético (Stephenson, 1970a, 1970b) quanto

na sua presença (Rujan, Selke, e Uimin, 1983; Bhattacharyya e Dasgupta,

1991; Alves Jr. e Yokoi, 2000), e no zero absoluto de temperatura (Morita e

(17)

1 Introdução

Zi 

J

J

Figura 1.3:  Representação  do  modelo  ANNNI. 

Embora o modelo  tenha sido  proposto  para explicar  a  modulação 

magné-tica longitudinal observada no érbio (Elliott, 1961), sua gama de aplicações ultrapassa essa motivação original. Entre tais aplicações, podemos citar

sis-temas ferroelétricos (NaN02), ligas binárias (Ag3Mg, CuAu, AU3Zn, TiAI3,

CU3Pd), politipos (SiC e CdI2) e compostos magnéticos (CeSb e terras-raras)

(18)

no  início  dos  anos  80,  quando  foram  determinadas  as  principais fases 

comen-suráveis (Bak e Boehm, 1980). Nesse diagrama de fases foi localizado o Ponto

de Lifshitz (Hornreich, Luban, e Shtrikman, 1975), situado no encontro da

linha crítica, separando a região paramagnética das regiões ferromagnética e

modulada, com a linha de primeira ordem, separando a fase ferromagnética

da região modulada (Redner e Stanley, 1977). O ponto de Lifshitz foi

ob-servado experimentalmente pela primeira vez no composto magnético MnP

(monofosfeto de manganês) (Becerra, Shapira, Oliveira Jr., e Chang, 1980)

e pertence à mesma classe de universalidade do ponto de Lifshitz presente no modelo ANNNI. Além disso, o complexo ordenamento das fases magnéticas

comensuráveis observadas no composto CeSb (Rossat-Mignod et aI., 1977;

Rossat-Mignod, Burlet, Bartholin, Vogt, e Lagnier, 1980) (figura 1.4) foram

estudadas teoricamente a partir de um modelo semelhante ao modelo ANNNI

(Boehm e Bak, 1979). Posteriormente, a teoria de campo médio do modelo

ANNNI foi melhor explorada por Selke e Duxbury (Duxbury e Selke, 1983;

Selke e Duxbury, 1984). Esses autores mostraram que as fases moduladas

surgem a partir de um processo de ramificação por combinação de estruturas,

segundo o qual, dadas duas fases com números de onda P/

Q

e P'/

Q',

a

fron-teira entre elas é desestabilizada pelo surgimento de uma fase com número de

onda (P

+

P')/(Q

+

Q') (Selke e Duxbury, 1984). Na figura 1.5 apresentamos

o diagrama de fases mais detalhado do modelo ANNNI, construído segundo o

método de ramificação proposto por Selke e Duxbury. Sendo assim, durante

a década de 80 o interesse pelo modelo ANNNI foi intensamente retomado.

(19)
(20)
(21)
(22)
(23)
(24)
(25)
(26)
(27)
(28)
(29)
(30)
(31)
(32)
(33)
(34)
(35)

25

2.2 Resultados das simulações

f(Ql1/S) 

f(Ql1/S) 

40 

10  (a)  1 

セ@

(c)  4 

30 

20 

10 

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­0.5  ­0.3  ­0.1  0.1  0.3  0.5  0.4  0.45  0.5  0.55 

(b) 

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10 

100 

5, 

50 

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­0.5  ­0.3  ­0.1  0.1  0.3  0.5  0.45  0.475  0.5  0.525  0.55 

QlllS  QlllS 

Figura  2.5:  Distribuição  do  ângulo  de  fase  CPlj6 do  harmônico  principal  para  diferentes 

temperaturas e tamanhos de rede.  Cada histograma representa dados coletados da execução 

de  1.2 x 105 PMCS,  com medidas feitas a cada 10PMCS.  Os histogramas são normalizados 

com área unitária.  Os tamanhos dos sistemas e as temperaturas consideradas nas simulações 

são  (1)  20  x  20  x  48  em kT/J1 = 1,  (2)  10  x  10  x  48  em kT/J1 = 1,  (3)  20  x  20  x  48  em 

kT/J1 = 1.2,  (4)  20  x  20  x  48  em kT/J1 = 0.5,  (5)  10  x  10  x  48  em kT/J1 = 0.5  e  (6) 

20  x  20  x  48  em kT/ J= 0.4.  Os  gráficos  (a)  e  (c)  mostram  maiores flutuações  do  ângulo 

de fase  devido a tamanhos menores de rede nas fases 

k

A e 

k

B,  respectivamente.  Os gráficos 

(b)  and  (d)  mostram maiores flutuações do  ângulo de  fase  devido a temperaturas mais altas 

(36)

Também  estudamos  a  dependência  da  amplitude  do  harmônico  principal 

IM

1/ 6 1  com  a  temperatura  e  com  o  tamanho  da  rede.  Nas  figuras  2.6a  e 

2.6b,  os  histogramas  rotulados  (1)  correspondem  a  um  sistema  de  tamanho 

20 x 20 x 48 em kTJ1 =  1.  Note pela escala do eixo horizontal que a flutuação 

da amplitude é muito menor que a flutuação do ângulo de fase correspondente. 

Para comparação, na figura 2.6a mostramos o histograma (2)  correspondente a 

um sistema menor 10 x 10 x 48 na mesma temperatura de  (1),  e na figura 2.6b 

o  histograma  (3)  correspondente  a  uma temperatura mais  alta kTJl

1.2 

com  o  mesmo  tamanho  de  rede  de  (1).  Ambos  os  histogramas  (2)  e  (3)  são 

mais largos que (1),  novamente indicando maiores flutuações com tamanhos de 

rede  menores ou temperaturas mais  altas.  Além disso,  observamos  que  o pico 

do  histograma (3)  encontra­se em um valor menor da amplitude que o pico de 

(1),  o  que  ilustra o decrescimento  da amplitude em  temperaturas  mais  altas. 

Resultados  análogos  foram  obtidos  no  que  se  refere  ao  comportamento  da 

amplitude 

IM

1/ 6 1 na fase 

iB. 

Nas figuras  2.6c e 2.6d, os  histogramas rotulados 

(4)  cor respondem a um sistema de tamanho 20 x 20 x 48 em kTJ1 =  0.5.  Para 

comparação,  na figura  2.6c mostramos o histograma  (5)  correspondente  a  um 

sistema menor  10  x  10  x  48  na mesma temperatura de  (4),  e na figura  2.6d o 

histograma  (6)  correspondendo  a  uma temperatura mais baixa, kTJ1 0.4,

mas com o mesmo tamanho de rede de  (4).  Novamente observamos claramente 

o alargamento dos histogramas para tamanhos de rede menores e temperaturas 

(37)

27 

2.2 Resultados das simulações

(IM1/SI)  100 

80 

I

(a) 

60 

40 セ@

rl 

I I 

セ@

1000 

500 

(c) 

20 

0.4 

.. _ ... セBBBGA@

セQ

0.45 

セ@

0.5  0.55  o 0.57  0.575  0.58

100 

(b)   1 セ@

3000 

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(d)  6 

2000 

(IM1/SI)  50 

1000 

o !

O'

I  I 

!"1  ­ I  I 

hJ  !  rd  ...  =r==  """Lm  ! 

0.30   0.35  0.40  0.45  0.50  0.55  0.5725  0.575  0.5775 

IM1/sl  IMlIsl 

Figura 2.6:  Distribuição da amplitude do  harmônico  principal 

IM

1(61  para diferentes 

tem-peraturas e tamanhos de rede.  Cada histograma representa dados coletados da execução  de  1.2  x  105 PMCS,  com  medidas feitas  a  cada 102 PMCS.  Os  histogramas são  normalizados  com  área  unitária.  Os  tamanhos  dos  sistemas  e  as  temperaturas  consideradas  nas  simu-lações são  (1)  20  x  20  x 48 em kTJ1 = 1,  (2)  10 x  10 x 48  em kTJ1 = 1,  (3)  20  x 20  x  48 

em kT/J1 =  1.2,  (4)  20  x  20  x  48  em kT/J1 =  0.5,  (5)  10  x  10  x  48  em kT/J1 0.5  e 

(6)  20  x  20  x  48  em kT/J1 =  0.4.  Os  gráficos  (a)  e  (c)  mostram  maiores  flutuações  da 

(38)

Na  figura  2.7  mostramos  os  histogramas  do  ângulo  de  fase セQOV@ e  da 

am-plitude

IM

I / 6 1 em uma temperatura intermediária, kT/ J1

=

0.675, próximo à

temperatura de transição entre as fases セa@ e セbN@ Histogramas (1) e (2)

corres-pondem aos tamanhos de rede 20 x 20 x 48 e 10 x 10 x 48, respectivamente.

(39)

29 

2.2 Resultados das simulações

80  2   (a)  (b) 1   1   1.5  60  

f(<p1/S)  f(IM1/sl)  40  

li 

U

0.5  20  

2J

2  

o liセ _ _セセMj __セMlセ __セセセ@

JJl 

l",

­0.5  ­0.3  ­0.1  0.1  0.3  0.5  0.5  0.52  0.54  0.56  0.58  0.6 

<P1/S  IM1/sl 

Figura 2.7:  Distribuições do  ângulo de  fase cPl/6 e da amplitude IMl/61 do  harmônico prin- 

cipal  para  os  tamanhos  de  rede  (1)  20  x  20  x  48  e  (2)  10  x  10  x  48  em kTJ1 =  0.675.  

Cada histograma representa dados coletados da execução  de  1.2  x  105 PMCS com medidas  

feitas  a cada 102 PMCS.  Os histogramas são normalizados com área unitária.  O gráfico  (a)  

(40)

Para  a  estimativa  da  temperatura  de  transição  entre  as  fases  セa@ e  セbL@ estudamos  o  calor  específico  como  função  da  temperatura  considerando  um 

sistema de tamanho 20 

20 

36.  Realizamos 104 PMCS em cada temperatura, 

com medidas efetuadas a cada 10 PMCS.  O gráfico da figura 2.8 apresenta dois 

picos.  O pico na temperatura mais alta kTJ1 セ@ 1.39 corresponde à transição 

para a fase  desordenada.  O pico mais estreito observado na temperatura mais 

baixa  kTJ1 セ@ 0.675  corresponde  à  transição  interna  entre  as  fases 

lA 

lB. 

Para  comparação  citamos  os  valores  de  campo  médio kTJ1 =  2.623  e 

(41)
(42)
(43)
(44)
(45)
(46)
(47)
(48)
(49)
(50)
(51)
(52)
(53)
(54)
(55)

\, 

Capítulo  4 

Resultados  para uma distribllição 

delta­bimodal 

Neste  capítulo  consideramos  o  caso  particular  de  uma  distribuição 

delta-bimodal do campo cristalino

1

P(D)

2[8(D

-

Do

-

0")

8(D Do

+

0")],

(4.1)

onde o valor médio

Do

e o desvio padrão O" representam, respectivamente, a

intensidade e a desordem da anisotropia. Assim, para O"

=

°

recuperamos o

modelo ANNNI com spin 1 e termo de campo cristalino constante (Cadorin e Yokoi, 1998). Considerando O" -=f. 0, na secção 4.1 construímos diagramas

de fases do modelo em kT/ J1

=

O. Na secção 4.2 estudamos a região de

altas temperaturas do modelo para a obtenção das linhas críticas e pontos tricríticos. Finalmente, na secção 4.3 determinamos as fases moduladas na região de temperaturas intermediárias dos diagramas de fases.

(56)
(57)

4.1 Diagramas de fases em T =O   47 

funcional  da energia livre  (3.31)  fica 

N-3ip G(Do 

"­)[1 ­ sgn(Do 

+ ,,­)] + 

セHdッ@

­ ,,­)[1­sgn(Do ­ ,,­)]} 

hmz

1  2

+N

2: 

TJzdmz ­ N l:[4Jom z

J1mz(mz+l

+

mz­l)

z O  2  z

+J2m z(mz+2

m z-2)],

(4.4) 

podendo  ainda  ser  escrito  de  uma  forma  mais  simples.  Em  primeiro  lugar, 

observemos que o termo entre chaves no lado direito dessa equação não depende 

de mz , tendo o mesmo valor  para todas  as  fases.  Logo,  como  comparamos as 

energias  livres  das  fases  moduladas,  podemos  ignorar  esse  termo  em  nossos 

cálculos.  Além  disso  podemos calcular a  integral 

y( m z)

lo(mz TJzdmz

(4.5) 

da  equação  (4.2).  Isso  não  é  difícil  de  ser  feito  se  observarmos  o  gráfico  da 

figura  4.1  e  notarmos  que,  segundo  a  equação  (4.2),  basta  considerar mz

=

0, ±1/2, ±l.  Para m z

0,  temos  que y(O)

O.  Para m z

±1/2, y(±1/2)

corresponde à área da região A da figura  4.1,  ou  seja, 

1  1

y(±-)

-(Do ­ u). ( 4.6) 

2  2 

Para m z

±1, y(±l) é a  soma das  áreas  das  regiões A B da figura  4.1,  ou 

seja, 

1   1 

y(±l)

2(Do

u) 

2(Do­ u) 

Do·

(4.7) 

Os  resultados  obtidos acima para y(mz ) estão resumidos  na equação abaixo 

O,  mz =  0, 

y(mz)

lo

TJzdmz

2(Do ­ u), m z

±2'

mz  

( 4.8) 

(58)
(59)
(60)
(61)
(62)
(63)
(64)

4  3  cr/J1 2   C'   1 6   A F  4  1 

liセセセセセセセセセセセセセセセセセセセセセセセセセセMlセセ@

0.0   0.2  0.4  0.6  0.8  1.0  1.2  1.4  1.6 

­J/11 

Figura 4.5:  Diagrama de fases  em T O no plano a

I

J1 versus -J2

1

J1 para DoiJ1 = 1.5. 

(65)
(66)
(67)
(68)
(69)
(70)
(71)
(72)
(73)
(74)
(75)
(76)
(77)
(78)
(79)
(80)

4.3  Diagramas  de fases  para 

T

Considerando a distribuição delta bimodal (4.1),  a equação de campo médio 

(3.19)  e o funcional  da energia livre  (3.22)  ficam 

(DO+q) •  (Do-q)

e- kT slnh!k  e- kT sinh!k 

m z

­

­ (Do+q) セ@

セI@ セ@ ( 4.18) 

2e- kT cosh 

f!f 

2e- kT cosh 

f!f 

kT (Do+q) 'l7z (Do-q) 'l7z

N-3ép ­ ­ 2.:{ln[l 

2e-kT cosh ­ ]  

In[l 

2e- kT cosh­]}

z kT kT

1  2  )

+ 2N セ{Tjャュコ@

J1m z(mz+l

mz-l

+J2mz(mz+2

m z-2)], (4.19)   respectivamente,  sendo 'l7z dado  pela equação  (4.3). 

A seguir mostramos os diagramas de fases do modelo no plano kT

I

J1 versus

-J21 J1 para J

o

J1 e alguns  valores  fixos  de 

Doi

J1 (J

I

J1. Para cada um 

desses  diagramas consideramos diferentes valores de (J

I

J1, mas o mesmo valor 

médio 

Doi

J1

2.2.  Isso  nos  permitiu  observar  como  a  desordem  influencia 

o  comportamento  das  fases  moduladas.  Encontramos  as  fronteiras  das  fases  .  moduladas  baseados  na  ocorrência  de  um  processo  de  ramificação  por 

com-binação  de  estruturas  (Selke  e  Duxbury,  1984).  Nesse  processo,  dadas  duas 

fases  com  números  de  onda P

I

Q

P'

I

Q',

a  fronteira entre essas  duas fases  é  desestabilizada pelo  surgimento  de  uma nova  fase  entre  as  duas  fases  iniciais 

cujo  número  de onda é dado  pela regra (P

P')

I

(

Q

Q'),

de  tal forma  que  o processo de  ramificação pode ser representado por  uma sequência de  Farey. 

Assim,  o número de fases  relevantes  cujas energias livres  devem 

(81)
(82)
(83)
(84)
(85)
(86)
(87)

77

4.3 Diagramas de fases para T > O 

4.0  

3.5 

セ@

3.0 

2.5 

kT/Jj 2.0

l.J 

vセa|ヲセ@

AI

_l_A

\.  4   LO  

0.5 

0.0 

0.0  0.2  0.4  0.6  0.8  1.0  1.2  1.4 

­JPI 

Figura  4.25:  Diagrama  de  fases  global  do  modelo  no  plano kTI J1 versus -JdJ1 para 

(88)
(89)
(90)
(91)
(92)
(93)
(94)

6  5  4  KT/J

--3  P=Ü.5  P=Ü.4  2  P=O.3  P=O.2 

1 セ@ P=Ü.025 

P=O.l  P=O.05  O 

0.0  0.2  0.4  0.6  0.8  1.0  1.2 

­J!J

Figura  4.27:  Linhas  críticas  do  modelo  ANNNI  diluído  para vários  valores  de p. O  caso 

p 1 corresponde  ao  modelo  puro,  ao  passo  que  para p O o  modelo ê completamente  diluído.  As linhas referentes a p

i

1 podem ser obtidas a partir da linha referente ao modelo  puro  pelo  mapeamento kTJ1 ---t pkTJ1 •

Ainda na aproximação de campo médio,  a seguir mostramos que  o modelo 

ANNNI  usual com spin セ@ e diluição de sítios é exatamente o limite 

(J

J1 ­+ 00 

do  modelo  ANNNI  com  spin  1 e  campo  cristalino  delta­bimodal.  Para  isso, 

generalizamos  a  distribuição  de  probabilidades  (4.1)  do  campo  cristalino  na 

forma 

P(D) pÓ(D ­ Do

(J)

(1  p)Ó(D ­ Do ­

(J)J. 

( 4.48) 

(95)

85 

4.4  O modelo ANNNI com spin 1/2 e diluição de sítios

o funcional  da energia livre 

(DQ-u) 'f}z

N-3ip -kTI:{pln[l

2e-kT cosh­] 

z k

T

(DQ+u) 'f}z

(1  ­ p) In[l 

2e- kT cosh kT]}

1  [  2

2N 4J1m z

(Im Z(mZ+1

m z-l)

+J

2

m z(mz

+2

m z

-2)]

N 'f}zmz ( 4.49) 

e a equação de  campo médio 

(DQ-u)

m  _  2pe­ kT sinh 

ir

_2...;....(l__p_)­;­:::­...,...­­_ _

--"'-"'--(4.50)

z - セ@

2e- kT cosh

ir

2e-onde 'f}z é dado pela equação (4.46). No limite (J

I

J1 ­+ 00, a equação (4.49)

fica

'f}z ]

N-3ip _ -pkTIn 2

p(Do (J) pkT

I:

ln[ cosh kT

N z

__1_ I:[4J

2N 1

m:

J1m z(mz+l

m z-l) z

1

+J

2

m z(mz

+2

m z

-2)]

N 'f}zmz, (4.51)

a qual difere do funcional da energia livre (4.44) apenas pela constante

adi-tiva p(Do - (J). Além disso, para (J

I

J1 00, a magnetização por spin por

camada (4.50) torna-se exatamente a equação (4.45), que foi obtida para o

modelo ANNNI usual com spin セ@ e diluição de sítios. Assim, mostramos que o

limite (J

I

J1 ­+ 00 do modelo ANNNI com spin 1 e termo de campo cristalino

delta-bimodal corresponde ao modelo ANNNI usual com spin セ@ e diluição de

(96)

Resultados  para uma distribuição 

gausslana 

Neste  capítulo  apresentamos  os  resultados  obtidos  para  uma  distribuição 

gaussiana do campo cristalino 

P(D)

=  1  exp [_ 

(D

­

Do?]

(5.1)

(YV2ii 2 ( Y 2 '

onde  o  valor  médio 

Do

e  o  desvio  padrão (Y representam,  respectivamente,  a 

intensidade  e  a  desordem  do  campo  cristalino.  No  caso  em  que (Y =  O 

recu-peramos o modelo ANNNI com spin 1 e campo cristalino constante (Cadorin

e Yokoi, 1998). Considerando (Y O, na secção 5.1 construímos os diagramas

de fases do modelo em T =  O. Na secção 5.2 estudamos a região de altas

temperaturas do modelo, correspondente às linhas críticas e pontos tricríticos. Finalmente, na secção 5.3 obtivemos os diagramas de fases do modelo para

T

=I-

o.

(97)

87 

5.1 Diagramas de fases em T = O 

5.1 

Diagramas  de fases  em 

Com  a  distribuição  de  probabilidades  (5.1),  a  equação  de  campo  médio 

(3.29)  fica 

sgn(1]z) 

((Do

­

l7Jzl))

mz erIC ,C 20' '

(5.2)

onde 1]z é dado  pela equação 3.30 e 

tx!

e-t2 dt

erfc(x)  . 

fii

lx

(5.3) 

é a função  erro  complementar.  Ainda precisamos obter o funcional  da energia 

livre  em T ­ O.  Para  isso,  observamos  inicialmente  que  o  primeiro  termo  no  lado  direito  da  equação  (3.27)  é  o  único  que  depende  explicitamente  da 

distribuição  de  probabilidades  considerada.  Como  esse  termo  não  depende 

de mz podemos  ignorá­lo  ao  compararmos  as  energias  livres  das  diferentes 

soluções.  Portanto,  para o  funcional  da energia livre  em T

O vamos  levar  em  conta apenas  os  termos  que  dependem de mz ,

­3  1 

r'lz

1  2 

N <P  N

10 

m zd7Jz

2N セ{Tjッュコ@

J1mz(mz+l

m z-l)

+J

2

mAmz

+2

m z

-2)].

(5.4)

Com  as  equações 

(5.2), 

(3.30)  e 

(5.4) 

podemos  construir  os  diagramas  de 

fases  do  modelo em TO.

Todos  os  diagramas  de  fases  apresentados  a  seguir  foram  obtidos  para 

J

o

J1. As  fronteiras  entre as  fases  moduladas foram  obtidas segundo o 

pro-cesso de ramificação por combinação de estruturas (Duxbury e Selke, 1983;

Selke e Duxbury, 1984) descrito na secção 4.3. Para estudarmos os efeitos da

(98)

-J21 Jl para um  valor  médio 

Dal

J1 fixo.  Para sermos  sistemáticos nesse 

es-tudo, analogamente ao que fizemos no capítulo 4, consideramos as 4 regiões definidas no diagrama de fases da figura 4.4. Em cada uma dessas quatro regiões fixamos diferentes valores de

Dal

J1, para os quais levantamos os

dia-gramas de fases do modelo em T = O no plano a

I

J1 versus - J21 J1. A notação

empregada para as fases moduladas é a mesma empregada no capítulo 4. Note

que no caso da distribuição gaussiana do campo cristalino, a magnetização mz

pode variar continuamente mesmo em T =  O, não sendo necessário o uso da

extensão (').

Na região I construímos os diagramas de fases das figuras 5.1 e 5.2 para os valores médios

Dal

J1 1 e

Dal

J1 =  2, respectivamente. Na figura 5.1

obser-vamos o surgimento das fases moduladas segundo o processo de ramificação por combinação de estruturas (Selke e Duxbury, 1984), explicado no capítulo

anterior. As fases セa@ e セa@ são as mais proeminentes do diagrama de fases.

Além disso, as fronteiras entre as fases não são retas, como no caso de uma distribuição bimodal. Não observamos a existência de fases tipo "B" (parcial-mente desordenadas). Na figura 5.2 observamos um pequeno alargamento da

região ocupada pelas fases moduladas, em comparação à figura 5.1, além do

(99)

89 

_1_A 

5.1 Diagramas de fases em T =O 

6  4  a/J1 2  A  4 

o

DA 0.5 0.6 0.7

­J!J1

Figura 5.1:  Diagrama de  fases  em T = O no  plano (J'

I

J1 versus -J2

1

J1 para DoiJ1 =  1. 

(100)

5 cc 

4, 

3 1 

cr/J

2 セ@

1 セ@

0.4   0.5  0.6  0.7  0.8 

­J/J1

Figura 5.2:  Diagrama de  fases  em T

Ono  plano a I J1 versus -J2

1

J1 para DoIJ1 = 2. 

A ..  ­ 6 

.... 

A

-'\.\. 8

\/

(101)

91 

5.1 Diagramas de fases em T

Na  região  11  consideramos  os  valores  médios DoiJ1 =  2.2  e  DoiJ1 =

2.666· ",  Os  diagramas  de  fases  respectivos  estão  mostrados  nas  figuras  5.3 

e  5.4.  Nesses  diagramas  observamos  que  a  fase セ@ é do  tipo  B  até (J

I

J1 セ@ 2. 

Aumentando­se  a  desordem,  a  fase セ@ sofre  uma transição  para o  tipo  A, 

No-tamos também a existência da fase !B.

6

4

_1_ B 

'iA 

1  R 4  1  A 

6

,---

..-..--1  A 

F 1 

6

0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9

(102)

5   \li 

セ@

 

cr/J1  

F

2  セ@

_1_A 

1 L 

_1_A 

I

/J

_1_  B  "  \,  " 

I  I  I

0.2   0.4  0.6  0.8  1.0  1.2 

­JiJl 

Figura  5.4:  Diagrama  de  fases  em T O no  plano (J

I

J1 versus -J2

1

J1 para DoiJ1

(103)

93 

5.1 Diagramas de fases em T

Na  região III  construímos  o  diagrama  de  fases  da  figura  5.5  para o  valor  médio 

Doi

J1

2.8.  Nesse  diagrama  notamos  a  existência  de  duas  novas 

fases:  FI!

i

Ali. A  extensão (") indica que  uma fase  se  torna paramagnética  para O'

I

J1

O e 

T

O.  As  fases  F  e  F"  são separadas  por  uma transição  de  primeira ordem e tornam­se iguais no ponto crítico de coordenadas (-J2

1

J1 =

0.2; O'

I

J1

2.2340768· ..).  No  apêndice  B  desenvolvemos  explicitamente  os 

cálculos  para a obtenção das  coordenadas  do  ponto crítico 

J2

Do

(5.5)

Jl J1'

O'

Do

.2  

(5.6)

(104)

4  I 

セ@

Pc  a/J1  

2  

F

1  F"  _1 A 

I

.. 

I

_1 A  6 

II 1

_A  ..  5  _1  B  6  4 1/4

A" 

セi MMセMMMMセMMセMMセMMセセMMセMMセMMセMMMMセMMセMMセMMセMMセ@

0.0  0.2  0.4  0.6  0.8  1.0  1.2 

-JjJ1

Figura 5.5:  Diagrama de  fases  em T O no  plano o)J1 versus -J2

1

J1 para DoiJ1 2.8.

(105)

95 

5.1 Diagramas de fases em T

Finalmente,  na  região IV  consideramos  os  valores  médios 

Do

J1

3 e 

Do/

J1

3.25, para  os  quais  os  diagramas  de  fases  estão  apresentados  nas 

figuras 5.6 e 5.7, respectivamente.  No  diagrama da figura 5.6 observamos que 

a fase セ B está ausente.  Além disso,  a  porção estreita da fase セ A entre as fases  i A"  e セ A unificou­se à sua porção mais larga.  Entre as  fases セ A"  e セ A existe  uma  porção  estreita  da  fase  134A.  Notamos  que  existe  uma  transição  direta 

entre as  fases  iA" e  iA para 

a/

II

O.  O ponto crítico Pc está localizado em 

(-12 / J1

O; a/lI 2.3936537· . ­). 

No  diagrama da figura 5.7 observamos que a fase セb@ está ausente.  A porção  estreita da fase  Qセ A unificou­se à sua porção  mais  larga.  Entre as  fases  i A"  e  134A  existe uma porção estreita da fase iセaN@ Existe uma transição direta entre  as  fases  iA" e  iA para a J1

O. 

Em  todos  os  diagramas  de  fases  mostrados  nas  figuras  5.1  a  5.7,  para 

a/lI ­­+ 00, todas as  linhas de transição colapsam sobre  a  reta -J2 /J1 ­ 0.5, 

(106)

I

1  A

­

セ@

3  A 

5  « 

3  セ@

cr/J

...  P 

C  I  2 

_1_A F"   14

1 セ@  

V

_1_  A" 

0.0   0.2  0.4  0.6  0.8  1.0  1.2  1.4 

­J/J

Figura 5.6:  Diagrama de  fases  em T = O no  plano a

I

J1 versus -J2

1

J1 para DoiJ1 =  3.  As 

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6 Considerações finais 107 

obtidos no  caso em que as interações intraplanares J

o

não são muito pequenas  em comparação às  interações interplanares J1.

N o capítulo 3 iniciamos o estudo de campo médio do  modelo com desordem 

do  campo  cristalino.  Para  uma  distribuição  de  probabilidades  genérica  da 

anisotropia,  obtivemos  o  funcional  da  energia  livre  e  as  equações  de  campo 

médio,  assim  como  expressões  para  as  linhas  críticas  e  pontos  tricríticos  do 

modelo. 

No  capítulo 4 consideramos  uma distribuição  de  probabilidades  do  campo 

cristalino  delta­bimodal,  com  valor  médio 

Do

e  desvio  padrão a. Assim,  o 

modelo puro  (sem  desordem)  corresponde  a a

O.  Obtivemos diagramas  de 

fases  tanto em T

Oquanto em T

Oe investigamos os  efeitos da desordem  comparando nossos  resultados,  obtidos  para a

O, com  resultados  anteriores  obtidos  para a

°

(Cadorin  e  Yokoi,  1998).  No  caso  em  que  a  desordem 

é  fraca  (aJ1 セ@ 1),  observamos  que  não  há  efeitos  significativos  sobre  os  diagramas  de  fases.  Entretanto,  conforme  a  desordem  aumenta,  os  pontos 

tricríticos são desestabilizados  e tornam­se  ausentes  do  diagrama de  fases  em 

valores  suficientemente altos  do  desvio  padrão a. Para investigarmos como  a 

desordem afeta as  fases  moduladas,  obtivemos numericamente o diagrama de 

fases  do  modelo  em T =  O.  Para a =  0,  a  única  fase  modulada presente em  T

°

é  a  fase  1/6B.  Entretanto,  para a

0,  observamos  que  outras  fases  moduladas  tornam­se  estáveis  em T

0,  dando  origem  a  regiões  moduladas  complexas.  Na região de  temperaturas intermediárias dos  diagramas de  fases, 

nossos resultados numéricos mostraram que as fases  com planos desordenados 

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Imagem

Figura 1.1:  Dependência  do vetor  de  onda magnético do  hólmio com  a  temperatura,  con- con-forme  obtida com  difração  de  raios  X  de  sincrotron  (círculos  vazios)  ou  com  difração  de  nêutrons  (pontos).  (a*, b*,  c*  são  os  geradores  da
Figura 1.3:  Representação  do  modelo  ANNNI. 
Figura  2.5:  Distribuição  do  ângulo  de  fase  CPlj6  do  harmônico  principal  para  diferentes  temperaturas e tamanhos de rede.  Cada histograma representa dados coletados da execução  de  1.2 x 10 5  PMCS,  com medidas feitas a cada 10 2  PMCS.  Os 
Figura 2.6:  Distribuição da amplitude do  harmônico  principal  IM 1 (61  para diferentes  tem- tem-peraturas e tamanhos de rede.  Cada histograma representa dados coletados da execução  de  1.2  x  10 5  PMCS,  com  medidas feitas  a  cada 10 2  PMCS.  O
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Referências

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