Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Anatomia comparada do lenho e do carvão aplicada na
identificação de 75 espécies da floresta Amazônica, no estado do
Pará, Brasil
Álisson Rangel Albuquerque
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Ciências, Programa: Recursos Florestais. Opção em: Tecnologia e Utilização de Produtos Florestais
Álisson Rangel Albuquerque Engenheiro Florestal
Anatomia comparada do lenho e do carvão aplicada na
identificação de 75 espécies da floresta Amazônica, no estado do
Pará, Brasil
versão revisada de acordo com a resolução CoPGr 6018 de 2011
Orientador
Prof. Dr. MARIO TOMAZELLO FILHO
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Ciências, Programa: Recursos Florestais. Opção em: Tecnologia e Utilização de Produtos Florestais
Albuquerque, Álisson Rangel
Anatomia comparada do lenho e do carvão aplicada na identificação de 76 espécies da floresta Amazônica, no estado do Pará, Brasil / Álisson Rangel Albuquerque.- - versão revisada de acordo com a resolução CoPGr 6018 de 2011. _. Piracicaba, 2012.
249 p: il.
Dissertação (Mestrado) •• Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", 2012.
1. Anatomia vegetal 2. Antracologia 3. Carvão vegetal 4. Estrutura da madeira
5. Árvores florestais· Amazônia I. Titulo
CDD 634.909811 A345a
"Um homem se torna sábio somente quando adquire três qualidades: não desprezar quem estiver abaixo dele; não invejar quem estiver acima dele; e não comercializar o seu saber."
DEDICATÓRIA
A minha filha Sophia Albuquerque Rangel, um anjo enviado a mim, uma dádiva a
qual agradeço todos os dias.
A minha esposa Raquel Albuquerque Rangel, por todo amor, alegria e otimismo que
me deposita.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a DEUS por tudo de bom que aconteceu e acontece em minha vida. Sem Ele para agradecer, os momentos de glória não teriam o mesmo sabor e os momentos de infortúneos não teriam o mesmo conforto.
A minha família que tanto amo.
Ao meu orientador, Prof. Mário Tomazello Filho, por me orientar e direcionar meus passos no “mundo” acadêmico. Por todas as conversas, oportunidades e desafios impostos.
A Prof.ª Rita Scheel-Ybert, pela amizade, oportunidades e conhecimento proporcionados durante o período de iniciação científica.
Aos amigos do Laboratório de Anatomia e Identificação de Madeiras: Alejandro VD. V. Gonzalez, Angel Boschiero, Cláudio R. Anholetto Jr, Hugo L. Belini, Marco A. A. Almonacid, Maria Aparecida R. C. Bermudez, Mariana P. Franco, Marta K. Leite, Matheus P. Chagas, Priscila G. Geroto, Tassio T. Trevizor, Vinícius R. de Castro. Aos Profs. Gilles Chaix, Moisés S. Lobão e Víctor H. P. Moutinho por todas as conversas, ajudas, etc.
Aos estagiários: Lauro de Camargo Neto, Julianne O. S. Lima, Karen R. Bermudez e Guilherme R. de Pontes (em especial) pela ajuda nas análises.
Ao Prof. Jose Otávio Brito e ao técnico Udemilson Ceribelli do LQCE, pelas conversas e utilização da infraestrutura na carbonização dos corpos de prova.
A Prof.ª Célia Regina Montes e a Dra. Débora Ayumi Ishida, do Núcleo de Pesquisa em Geoquímica e Geofísica da Litosfera e ao Prof. Mário F. de Goes e ao Técnico Adriano Luis Martins da Faculdade de Odontologia de Piracicaba/Unicamp pelo uso do MEV.
A Kizzy França do IPEF do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais pela ajuda com a bibliografia.
A Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, em especial ao Programa de
SUMÁRIO
RESUMO... 11
ABSTRACT ... 13
LISTA DE FIGURAS ... 15
LISTA DE TABELAS ... 25
LISTA DE ESPÉCIES ... 31
1 INTRODUÇÃO ... 34
Objetivos Geral e Específicos ... 36
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 39
2.1 Floresta Nacional do Tapajós ... 39
2.2 Importância da identificação e do registro das espécies vegetais ... 39
2.3 Anatomia da madeira (lenho) ... 40
2.4 Antracologia ... 40
2.5 O carvão vegetal ... 42
2.6 Carbonização e alterações no lenho ... 44
2.7 Propriedades físicas da madeira ... 46
3 MATERIAL E MÉTODOS ... 49
3.1 Coletas das amostras de lenho ... 49
3.2 Caracterização do local de coleta ... 49
3.3 Relação das espécies florestais estudadas ... 49
3.4 Caracterização anatômica do lenho ... 53
3.4.1Confecção de lâminas histológicas ... 53
3.4.2 Descrição anatômica microscópica do lenho ... 53
3.5 Caracterização anatômica do carvão ... 54
3.5.1 Carbonização das amostras do lenho ... 54
3.5.2 Descrição anatômica microscópica do carvão ... 54
3.6 Caracterização física das amostras ... 55
3.6.1 Densidade ... 55
3.6.2 Retratibilidade volumétrica das amostras ... 59
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 60
4.1 Caracterização anatômica quali e quantitativa do lenho e do carvão ... 61
4.1.1 Família Anacardiaceae ... 61
4.1.3 Família Bignoniaceae ... 69
4.1.4 Família Boraginaceae ... 79
4.1.5 Família Burseraceae ... 81
4.1.6 Família Caryocaraceae ... 89
4.1.7 Família Clusiaceae ... 91
4.1.8 Família Combretaceae ... 93
4.1.9 Família Euphorbiaceae ... 95
4.1.10 Família Leguminosae ... 98
4.1.10.1 Sub-família Caesalpinioideae ... 98
4.1.10.2 Sub-família Mimosoideae ... 113
4.1.10.3 Sub-família Papilionoideae ... 131
4.1.11 Família Goupiaceae ... 157
4.1.12 Família Hypericaraceae ... 159
4.1.13 Família Lauraceae ... 161
4.1.14 Família Lecythidaceae ... 171
4.1.15 Família Malvaceae ... 181
4.1.16 Família Meliaceae ... 183
4.1.17 Família Moraceae ... 187
4.1.18 Família Myristicaceae ... 193
4.1.19 Família Sapotaceae ... 197
4.1.20 Família Simaroubaceae ... 205
4.1.21 Família Vochysiaceae ... 207
4.2 Caracterização dos parâmetros anatômicos das amostras de carvão... 211
4.3. Contração dos elementos anatômicos no processo de carbonização ... 215
4.4 Densidade aparente e retratibilidade volumétrica da madeira e do carvão ... 227
RESUMO
Anatomia comparada do lenho e do carvão aplicada na identificação de 75 espécies da floresta Amazônica, no estado do Pará, Brasil
A antracologia, como ciência, tem como objetivo a análise da estrutura anatômica dos carvões vegetais arqueológicos e modernos direcionada para a paleoecologia, paleoetnobotânica, identificação das espécies, etc. No Brasil, a identificação de espécies florestais através da análise dos carvões vegetais atuais reveste-se de importante caráter conservacionista, por ser o maior produtor mundial de carvão vegetal, com grande parte produzida pela extração ilegal de madeira de florestas nativas. Com esse objetivo, no presente trabalho, foi avaliada a estrutura anatômica microscópica, a densidade e a contração do lenho e do carvão de 75 espécies da floresta Amazônica, estado do Pará. Os resultados evidenciaram para o parâmetro (i) anatômico, deformação de diferentes níveis dos elementos de vasos (e pontoações), das células do parênquima axial e radial e das fibras entre as espécies, (ii) físico, significativa variação da densidade da madeira e do carvão entre as espécies; as de madeira de maior densidade aparente apresentam carvão de maior densidade; (iii) contração, resultando na alteração da morfologia dos elementos anatômicos da madeira, com variações entre espécies. Além disto, os resultados permitiram (i) avaliar o efeito melhor do processo de carbonização nos parâmetros anatômicos e físicos da madeira, (ii) demonstrar a aplicação da antracologia como ferramenta na identificação de espécies tropicais e seu potencial no controle ambiental e na fiscalização, além de possibilitar a (iv) criação de uma coleção antracológica de referência, iniciando-se com 75 espécies de madeira e de carvão tropical.
ABSTRACT
Comparative anatomy of the wood and charcoal applied in the identification of 75 species of the Amazon forest in the state of Pará, Brazil
The anthracology, as science, aims to analyze the anatomical structure of archaeological and modern vegetal charcoal applied for paleoecology, paleoetnobotanical, species identification, etc. In Brazil, the identification of forest species through analysis of vegetal charcoal is important to the nature conservation, considered that the country is the largest producer of charcoal produced, in part, by the illegal logging of native forests. With this objective, in the present study was evaluated the anatomical microcopical structure, density and contraction of wood and charcoal of 75 species of the Amazon forest, from Pará state. The results showed an (i) diferent levels of anatomical deformation of vessels (and pits), axial and radial parenchyma and fibers with variation between species, (ii) significant change of the wood and charcoal density between the tree species; the higher wood apparent density resulted in higher charcoal density, (iii) the retratibility resulted in alteration of the wood anatomical elements, with variations between species. Moreover, the results allowed (i) to evaluate the effect of the carbonization process in the wood anatomy and physical parameters, (ii) to demonstrate the application of anthracology as a tool for tropical species identification and its potential to environmental control and monitoring, in addition to enabling the (iv) creation of a anthracological collection, starting with 75 species of tropical wood and charcoal.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Três planos de estudo - A, transversal; B-C, longitudinais tangencial e radial- e fotomicrografias em MEV do carvão do lenho de Symphonia globulifera, Clusiaceae (Scheel-Ybert, 2008; modif.) ... 42
Figura 2 - Localização das carvoarias nos estados do Pará e Maranhão (Monteiro, 2002; modif.) ... 44
Figura 3 - Area de coleta das amostras do lenho das árvores na Floresta Nacional do Tapajós, estado do Pará (MMA-IBAMA, 2004; mod.) ... 49
Figura 4 - Ruptura do corpo de prova de carvão vegetal. (A) manual; (B) com lâmina de aço ... 54
Figura 5 – Análise dos corpos de prova de carvão vegetal. (A) metalização das amostras; (B) equipamento MEV da Jeol; (C) amostras inseridas no MEV; (D) imagem da seção transversal do carvão e programa de captura de imagens do MEV ... 56
Figura 6 – Janela do programa “Image Pro Plus” para a avaliação dos parâmetros anatômicos da seção transversal do carvão vegetal: determinação do diâmetro tangencial dos vasos ... 56
Figura 7 - Fotomicrografias das pontoações intervasculares. (A) lenho de Terminalia sp, com a mensuração da IAWA e a aplicada pela antracologia; (B) carvão de Micropholis melinoniana (amostra 2), com a homogeneização das paredes dos vasos e a mensuração da abertura das pontoações pela antracologia (Gonçalves, 2011, mod.) ... 57
Figura 8 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Anacardium gigantum nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 62
Figura 9 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Astronium gracile nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 64
Figura 10 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Astronium leicontei nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 66
Figura 12 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Jacaranda copaiba nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 70
Figura 13 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Handroanthus impetiginosus var. lepidota nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 72
Figura 14 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Handroanthus incanus nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 74
Figura 15 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Handroanthus serratifolius nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 76
Figura 16 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Handroanthus sp. nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 78
Figura 17 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Cordia goeldiana nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 80
Figura 18 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de e Protium altsonii nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 82
Figura 19 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Protium sagotianum nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 84
Figura 20 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Trattinnickia burserifolia nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 86 Figura 21 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (acima) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (abaixo) por microscopia eletrônica de varredura de Trattinnickia rhoifolia nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 88
Caryocar villosum nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 90
Figura 23 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Symphonia globurifera nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 92 Figura 24 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Terminalia grabrescens nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 94
Figura 25 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Glycydendron amazonicum nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 96
Figura 26 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Apuleia leicarpa nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 98
Figura 27 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Cassia
ramiflora nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal
radial (C, F). Escala: 500 μm ... 100
Figura 28 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Chamaecrista apoucouita nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 102
Figura 29 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Copaifera sp. nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 104
Figura 30 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Hymenaeaa courbaril nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 106
Figura 31 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Peltogyne venosa nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 108
Figura 33 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Vouacapoua americana nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E)
e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 112
Figura 34 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Dinizia
excelsa nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal
radial (C, F). Escala: 500 μm ... 114
Figura 35 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Enterolobium schomburgkii nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B,
E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 116
Figura 36 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Parkia gigantocarpa nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 118
Figura 37 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Parkia multijuga nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 120
Figura 38 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Parkia
pendula nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal
radial (C, F). Escala: 500 μm ... 122
Figura 39 - Fotomicrografias da anatomia do (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Pseudopiptadenia suaveolens nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial
(B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 124
Figura 40 - Fotomicrografias da anatomia do (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Stryphnodendron paniculatum nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial
(B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 126
Figura 41 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Stryphonodendron pulcherrimum nos planos transversal (A, D), longitudinal
tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 128
Figura 42 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Zygia racemosa nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 130
surinamensis nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 132
Figura 44 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Bowdichia nitida nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 134 Figura 45 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Dipteryx odorata nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 136
Figura 46 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Hymenolobium excelsum nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 138
Figura 47 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Hymenolobium flavum nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 140
Figura 48 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Hymenolobium modestum nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B,
E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 142
Figura 49 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Hymenolobium petraeum nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 144 Figura 50 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Ormosia flava nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 146
Figura 51 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Swartizia laurifolia nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 148
Figura 52 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Swartzia leptopetala nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 150
Figura 53 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Vatairea paraensis nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
Figura 54 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de vaitareopsis sp. nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 154
Figura 55 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Vataireopsis sp nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 156
Figura 56 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Goupia glabra nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 158
Figura 57 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Vismia cayennensis nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 160
Figura 58 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Licaria aritu nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 162
Figura 59 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Mezilaurus itauba nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 164
Figura 60 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Rhodostemonodaphne dioica nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 166
Figura 61 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Ocotea matogrossensis nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 168
Figura 62 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Ocotea petalanthera nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 170 Figura 63 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Bertholletia excelsa nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 172
guianensis nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 174
Figura 65 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Couratari stellata nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 176
Figura 66 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Lecythis lurida nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 178
Figura 67 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Lecythis pisonis nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 180
Figura 68 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Ceiba pentandra nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 182
Figura 69 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Carapa guianensis nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 184
Figura 70 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Cedrela odorata nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 186 Figura 71 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Bagassa guianensis nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 188
Figura 72 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Brosimum acutifolium nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 190
Figura 73 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Brosimum potabile nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 192
Figura 75 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Virola
surinamensis nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 196
Figura 76 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Chrysophyllum lucentifolium nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 198
Figura 77 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Manilkara huberi nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 200
Figura 78 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Micropholis melinoniana nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E)
e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 202
Figura 79 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de Pouteria opposittifolia nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 204
Figura 80 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônica de varredura de
Simarouba amara nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e
longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 206
Figura 81 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (acima) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (abaixo) por microscopia eletrônica de varredura de Erisma unicantum nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 208
Figura 82 - Fotomicrografias da anatomia do lenho (A, B, C) por microscopia ótica de luz incidente e do carvão (D, E, F) por microscopia eletrônice varredura de Qualea dinizii nos planos transversal (A, D), longitudinal tangencial (B, E) e longitudinal radial (C, F). Escala: 500 μm ... 210
Figura 83 – Fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura dos elementos de vaso das espécies: (A) Apuleia leiocarpa; (B) Astronium gracile; (C) Bagassa
guianensis; (D) Bertholletia excelsa; (E) Brosimium acutifolium; (F) Brosimum
rubescens. Escala: 100 μm... 220
Figura 84 - Fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura dos elementos de vaso das espécies: (A) Carapa guianensis; (B) Cassia ramiflora; (C) Cedrela
odorata; (D) Chamaechrista apoucouita; (E) Copaifera sp.; (F) Couratari guianensis.
Escala: 100 μm ... 221
courbaril; (D) Hymenolobium excelsum; (E) Jacaranda copaia; (F) Micropholis melinoniana. Escala: 100 μm ... 222
Figura 86 - Fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura dos elementos de vaso das espécies: (A) Nectandra dioica; (B) Ocotea matogrossensis; (C)
Ormosia flava; (D) Parkia gigantocarpa; (E) Parkia multijuga; (F) Parkia pendula.
Escala: 100 μm... 223 Figura 87 - Fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura dos elementos de vaso das espécies: (A) Pouteria opposittifolia; (B) Protium altosonii; (C) Protium
sagotianum; (D) Pseudopiptadenia suaveolens; (E) Qualea dinizii; (F) Simarouba
amara. Escala: 100 μm ... 224
Figura 88 - Fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura dos elementos de vaso das espécies: (A) Stryphnodendron paniculatum; (B) Stryphnondendron
pulcherrimum; (C) Swartzia laurifolia; (D) Handroanthus impetiginosus var. lepidota;
(E) Handroanthus sp.; (F) Tachigali myrmecophylla. Escala: 100 μm ... 225
Figura 89 - Fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura dos elementos de vaso das espécies: (A) Terminalia glabrescens; (B) Trattinickia burserifolia; (C)
Vaitareopsis sp.; (D) Virola michelii; (E) Virola surinamensis; (F) Brosimium
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Amostras do lenho analisadas: nome científico, comum, família, número de registro e local de coleta... 50
Tabela 2 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Anacardium giganteum ... 61
Tabela 3 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Astronium gracile ... 63
Tabela 4 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Astronium leicontei ... 65
Tabela 5 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Schefflera morototoni ... 67
Tabela 6 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Jacaranda copaia ... 69
Tabela 7 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Handroanthus impetiginosus var. lepidota ... 71
Tabela 8 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Handroanthus incanus ... 73
Tabela 9 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Handroanthus serratifolius... 75
Tabela 10 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Handroanthus sp ... 77
Tabela 11 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Cordia goeldiana ... 79
Tabela 12 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Protium altisonii ... 81
Tabela 13 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Protium sagotianum ... 83
Tabela 14 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Trattinnickia burserifolia ... 85
Tabela 15 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Trattinickia rhoifolia ... 87
Tabela 16 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Symphonia globulifera ... 89
Tabela 18 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Terminalia glabrescens ... 93
Tabela 19 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Glycydendron amazonicum ... 95
Tabela 20 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Apuleia leiocarpa ... 97
Tabela 21 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Cassia ramiflora ... 99
Tabela 22 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Chamaecrista apoucouita ... 101
Tabela 23 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Copaifera sp ... 103
Tabela 24 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Hymenaea courbaril ... 105
Tabela 25 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Peltogyne venosa ... 107
Tabela 26 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Tachigaly myrmecophylla ... 109
Tabela 27 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Voacapoua americana ... 111
Tabela 28 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Dinizia excelsa ... 113
Tabela 29 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Enterolobium schomburgkii ... 115
Tabela 30 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Parkia gigantocarpa ... 117
Tabela 31 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Parkia multijuga ... 119
Tabela 32 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Parkia pendula ... 121
Tabela 33 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Pseudopiptadenia suaveolens ... 123
Tabela 35 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Stryphnodendron pulcherrimum ... 127
Tabela 36 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Zygia racemosa... 129
Tabela 37 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Andira surinamensis ... 131
Tabela 38 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Bowdichia nitida ... 133
Tabela 39 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Dipteryx odorata ... 135
Tabela 40 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Hymenolobium excelsum ... 137
Tabela 41 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Hymenolobium flabum ... 139
Tabela 42 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Hymenolobium modestum ... 141
Tabela 43 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Hymenolobium petraeum ... 143
Tabela 44 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Ormosia flava ... 145
Tabela 45 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Swartzia laurifolia ... 147
Tabela 46 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Swartzia leptopetala ... 149
Tabela 47 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Vatairea paraensis ... 151
Tabela 48 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Vaitareopsis sp 1 ... 153
Tabela 49 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Vataireopsis sp 2 ... 155
Tabela 50 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Goupia glabra ... 157
Tabela 52 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Licaria aritu ... 161
Tabela 53 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Mezilaurus itauba ... 163
Tabela 54 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Rhodostemodaphne dióica ... 165
Tabela 55 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Ocotea matogrossensis ... 167
Tabela 56 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Ocotea petalanthera ... 169
Tabela 57 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Bertholletia excelsa ... 171
Tabela 58 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Couratari guianensis ... 173
Tabela 59 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Couratari stellata ... 175
Tabela 60 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Lecythis lurida ... 177
Tabela 61 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Lecythis pisonis ... 179
Tabela 62 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Ceiba pentandra ... 181
Tabela 63 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Carapa guianensis ... 183
Tabela 64 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Cedrela odorata ... 185
Tabela 65 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Bagassa guianensis ... 187
Tabela 66 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Brosimum acutifolium... 189
Tabela 67 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Brosimum potabile ... 191
Tabela 69 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Virola surinamensis ... 195
Tabela 70 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Crysophyllum lucentifolium ... 197
Tabela 71 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Manilkara huberi ... 199
Tabela 72 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Micropholis melinoniana ... 201
Tabela 73 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Pouteria opposittifolia ... 203
Tabela 74 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Simarouba amara ... 205
Tabela 75 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Erisma unicantum ... 207
Tabela 76 - Caracterização anatômica quantitativa do lenho e do carvão de Qualea dinizii ... 209
Tabela 77 – Dados físicos por espécies: densidade aparente, densidade anidra, densidade do carvão, retratibilidade volumétrica ... 227
LISTA DE ESPÉCIES
Espécie 1 - Anacardium giganteum Hanc. ex Engl. ... 61
Espécie 2 - Astronium gracile Engl. ... 63
Espécie 3 - Astronium leicontei Ducke ... 65
Espécie 4 - Schefflera morototoni (Aubl) Maguire ... 67
Espécie 5 - Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don... 69
Espécie 6 - Handroanthus impetiginosus var. lepidota (Mart. ex DC.) Standl. ... 71
Espécie 7 -Handroanthus incanus A.H. Gentry ... 73
Espéce 8 - Handroanthus serratifolius (Vahl) Nicholson ... 75
Espécie 9 - Handroanthus sp. ... 77
Espécie 10 - Cordia goeldiana Huber ... 79
Espécie 11 - Protium altsonii Sandwith. ... 81
Espécie 12 - Protium sagotianum March. ... 83
Espécie 13 - Trattinnickia burserifolia (Mart.) Wild. ... 85
Espécie 14 - Trattinnickia rhoifolia Willd. ... 87
Espécie 15 - Caryocar villosum (Aubl.) Pers. ... 89
Espécie 16 - Symphonia globulifera Linn.f. ... 91
Espécie 17 - Terminalia glabrescens C. Mart. ... 93
Espécie 18 - Glycydendron amazonicum Ducke (Glícia) ... 95
Espécie 19 - Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. ... 97
Espécie 20 - Cassia ramiflora Vogel ... 99
Espécie 21 - Chamaecrista apoucouita (Aubl.) H.S.Irwin & Barneby ... 101
Espécie 22 - Copaifera sp. ... 103
Espécie 23 - Hymenaea courbaril L. ... 105
Espécie 24 - Peltogyne venosa Benth. ... 107
Espécie 25 - Tachigaly myrmecophylla Ducke. ... 109
Espécie 27 - Dinizia excelsa Ducke ... 113
Espécie 28 - Enterolobium schomburgkii Benth. ... 115
Espécie 29 - Parkia gigantocarpa Ducke ... 117
Espécie 30 - Parkia multijuga Benth. ... 119
Espécie 31 - Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp. ... 121
Espécie 32 - Pseudopiptadenia suaveolens (Miq.) J. W. Grimes ... 123
Espécie 33 - Stryphnodendron paniculatum Poepp. & Endl. ... 125
Espécie 34 - Stryphnodendron pulcherrimum (Willd.) Hochr. ... 127
Espécie 35 - Zygia racemosa (Ducke) Barneby & J. W. Grimes ... 129
Espécie 36 - Andira surinamensis (Bondt) Splitg. ex Amshoff ... 131
Espécie 37 - Bowdichia nitida Spruce ex Benth. ... 133
Espécie 38 - Dipteryx odorata (Aubl.) Willd ... 135
Espécie 39 - Hymenolobium excelsum Ducke ... 137
Espécie 40 - Hymenolobium flavum Kleinh. ... 139
Espécie 41 - Hymenolobium modestum Ducke ... 141
Espécie 42 - Hymenolobium petraeum Ducke ... 143
Espécie 43 - Ormosia flava (Ducke) Rudd ... 145
Espécie 44 - Swartzia laurifolia Benth... 147
Espécie 45 - Swartzia leptopetala Benth. ... 149
Espécie 46 - Vatairea paraensis Ducke ... 151
Espécie 47 - Vataireopsis sp. 1 ... 153
Espécie 48 - Vataireopsis sp. 2 ... 155
Espécie 49 - Goupia Glabra Aubl. ... 157
Espécie 50 - Vismia cayennensis (Jacq.) Pers. ... 159
Espécie 51 - Licaria aritu Ducke ... 161
Espécie 52 - Mezilaurus itauba (Meissn.) Taub. ... 163
Espécie 54 - Ocotea matogrossensis Vatt. ... 167
Espécie 57 - Ocotea petalanthera (Meisn.) Mez. ... 169
Espécie 58 - Betholletia excelsa H.B.K ... 171
Espécie 57 - Couratari guianensis Aubl. ... 173
Espécie 58 - Couratari stellata A. C. Smith ... 175
Espécie 59 - Lecythis lurida (Miers) S. A. Mori ... 177
Espécie 60 - Lecythis pisonis Cambess ... 179
Espécie 61 - Ceiba pentandra (L.) Gaertn. ... 181
Espécie 62 - Carapa guianensis Aubl. ... 183
Espécie 63 - Cedrela odorata L. ... 185
Espécie 64 - Bagassa guianensis Aubl. ... 187
Espécie 65 - Brosimum acutifolium(Huber) Ducke. ... 189
Espécie 66 - Brosimum potabile Faub. ... 191
Espécie 67 - Virola michelii Heckel ... 193
Espécie 68 - Virola surinamensis (Rol.) Warb. ... 195
Espécie 71 - Chrysophyllum lucentifolium Cronquist ... 197
Espécie 70 - Manilkara huberi (Ducke) Stand. ... 199
Espécie 71 - Micropholis melinoniana Pierre... 201
Espécie 72 - Pouteria opposittifolia (Ducke) Baehni ... 203
Espécie 73 - Simarouba amara Aubl. ... 205
Espécie 74 - Erisma unicantum Warm. ... 207
1 INTRODUÇÃO
O Brasil possui a segunda maior área florestal do mundo (atrás apenas da Rússia) e a maior floresta tropical, somando cerca de 5,5 milhões de km2 ou 65% do seu território (PNF, 2004). Desse total, 3,3 milhões de km2 são florestas tropicais úmidas e estão situadas na Amazônia Legal, abrangendo os estados do Amazonas, Amapá, Acre, Mato Grosso, oeste do Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins (NPO, 2010). Originalmente, a floresta amazônica ocupava 4 milhões de km2, mas o avanço da fronteira agrícola já removeu cerca de 0,7 milhões de quilômetros quadrados até 2010 (IBGE, 2010).
A Amazônia constitui-se no maior reservatório de biodiversidade da terra, com 21-80 mil espécies de Angiospermas (RODRIGUES, 1993, 1994). Da grande variedade de espécies madeireiras na Amazônia, poucas são consagradas e, até momento, muitas não têm estudos tecnológicos da madeira conclusivos, para a sua utilização sustentável e para a manutenção da biodiversidade das florestas tropicais (OLIVEIRA, 2001).
A utilização da madeira tem uma enorme importância econômica no Brasil, sendo parte direcionada para a produção de carvão vegetal, e, desta, 90% destinando-se a produção de ferro-gusa, 9% para o setor residencial e 1% para o comercial (SILVA e ABRAMOVAY, 2008). A cadeia produtiva de carvão vegetal movimenta parte da economia do país e constitui-se matéria-prima na indústria siderúrgica para a produção de ferro e aço (FERREIRA, 2000; MONTEIRO, 2006; BRASIL, 2009).
Por outro lado, a antracologia como ciência tem como objetivo a análise da estrutura anatômica dos carvões vegetais arqueológicos e modernos direcionada para a (i) paleoecologia – informações sobre o tipo de vegetação pretérita e, consequentemente, do clima, pela análise de fragmentos de carvão provenientes de incêndios naturais ou de origem antrópica em sítios arqueológicos; (ii)
paleoetnobotânica – analisa os fragmentos de carvão de sítios arqueológicos que
representam vestígios da atividade humana, como os da população pré-histórica em relação a vegetação, como combustível, artefatos, rituais, etc.; (iii) caracterização
anatômica – analisa e descreve a estrutura anatômica dos carvões antigos e atuais
espécies (BEAUCLAIR et al., 2009); (BIANCHINI et al., 2007); (GONÇALVES et al., 2008); (GONÇALVES E SCHEEL-YBERT, 2003); (RANGEL et al., 2008); (RANGEL & SCHEEL-YBERT, 2007, 2008a, 2008b); (SCHEEL-YBERT, 1998, 1999, 2000, 2001a, 2001b, 2002a, 2002b, 2003a, 2003b) ; (SCHEEL-YBERT & DIAS, 2007); (SCHEEL et al. 1996a, 1996b); (SCHEEL-YBERT et al., 1996a, 1996b, 2006).
Apesar da estrutura anatômica da madeira manter-se conservada após transformação em carvão, podem ocorrer variações morfométricas durante o processo de carbonização, que dificultam a distinção de espécies próximas, com implicações na identificação de carvões atuais e para os estudos ecológicos, recomendando-se a análise estrutural das amostras do lenho e, após, carbonizadas identificar as alterações anatômicas (PRIOR E GASSON, 1993).
Objetivos Geral e Específicos
Geral: avaliar a estrutura anatômica, a densidade e contração do lenho e do carvão visando à identificação de 75 espécies da floresta Amazônica, estado do Pará.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Floresta Nacional do Tapajós
A Floresta Nacional do Tapajós localiza-se na região oeste do estado do Pará, nos municípios de Belterra, Aveiro, Rurópolis e Placas, sendo constituída por um conjunto de ecossistemas complexos, heterogêneos e, atualmente, vem sofrendo pressões de uso e ocupação do solo (LBA, 1995). É uma unidade de conservação criada pelo Decreto nº 73.684, de fevereiro de 1974, com 600 mil ha, administrada pelo IBAMA, situada nos paralelos de 2º 45’ e 4º 10’ de latitude sul e
meridianos de 54º 45’ e 55º 30’de longitude oeste. Limita-se ao norte, com o paralelo
que cruza o km 50 da rodovia Cuiabá-Santarém, ao sul, com a Rodovia Transamazônica e os rios Cupari e Cuparitinga ou Santa Cruz, a leste, com a BR 163 e a oeste com o rio Tapajós (ESPÍRITO-SANTO et al., 2005).
O clima é caracterizado como tropical com temperatura média do dia mais frio do ano superior a 18 ºC, do tipo AmW de acordo com a classificação de Köppen. A avaliação da precipitação, de 1950-2000, na estação metereológica de Belterra indica um período sazonal seco (jan-jun) e chuvoso (jul-dez) definidos (EIDT, 1968).
A geomorfologia da região é caracterizada por duas unidades morfo-estruturais bem distintas, denominadas de Planalto Rebaixado do Médio Amazonas - unidade morfoestrutural que estende desde a Planície Amazônica acompanhando a margem direita do rio Amazonas - e o Planalto Tapajós-Xingu (RADAMBRASIL, 1976).
A Floresta Nacional do Tapajós possui cota altimétrica de 100-170 m, com relevo de forma tabular, drenagem adensada e formação de lagoas; possui colinas com ravinas e vales encaixados com superfícies aplainadas, inundadas periodicamente (TORRES, 2000).
2.2 Importância da identificação e do registro das espécies vegetais
Considera-se que a Botânica iniciou-se com o estudo e utilização das plantas medicinais, com primeiros registros compilados pelos egípcios nos textos do Livro dos Mortos e dos Vivos, com a descrição e aplicação das plantas no embalsamento e na cura de doenças (CRISTIANA et al., 2011). Outras civilizações antigas, como os gregos e chineses, registraram, da mesma forma, aspectos da identificação e aplicação das plantas e, com o aumento do conhecimento, foram implementados os sistemas de classificação (GEMTCHÚJNICOV, 1976).
Aristóteles (370 aC.) apresentou o sistema de classificação de plantas em árvores, arbustos e ervas, utilizado durante a Idade Média, considerado como o início da sistemática botânica. Com a ocupação da Europa pelos árabes - séculos IX a XIII - ocorreu um aumento dos conhecimentos sobre as plantas, com a necessidade de novo ordenamento dos conhecimentos. O sistema de classificação proposto por Karl von Lineu (1707-75), reconhecido como o pai da sistemática botânica e zoológica, com uma nomenclatura científica de designação binária, com conceito de espécie/gênero é utilizado até os dias atuais (GEMTCHÚJNICOV, 1976; MARTINS-DA-SILVA, 2002).
O Brasil, segundo o Index Herbariorum, tem catalogadas apenas 3.200.000 exsicatas desidratadas de plantas, com os E.U.A., França e Inglaterra com 60.500.000, 20.200.000 e 15.700.000, respectivamente, demonstrando apesar de abrigar a maior biodiversidade, não conhece a totalidade de sua flora (HOLMGREEN et al., 1990),
Na Amazônia esta situação é caracterizada pela rica biodiversidade da cobertura florestal, com herbários contando com 500 mil exsicatas, correspondendo a 20 mil espécies, de uma estimativa de 60 a 100 mil espécies vegetais (MARTINS-DA-SILVA, 2002).
Por outro lado, na floresta Amazônica ocorrem árvores de inúmeras espécies que produzem madeira de importância comercial com uma única denominação popular, sendo comum, também, a aplicação de múltiplos nomes populares para uma mesma espécie. Nesse aspecto, a anatomia da madeira (lenho) é reconhecida como a principal ferramenta para a correta identificação das espécies florestais, face à ausência de material botânico (CORADIN e CAMARGOS, 2002).
espécies de ipê (Handroanthus spp) sendo comercializadas como cumaru (Dipteryx spp) com prejuízos ecológicos e econômicos; Moutinho et al (2008) encontraram a madeira de árvores de 6 espécies de 4 gêneros distintos comercializadas como pau-mulato no estado do Amapá.
2.3 Anatomia da madeira (lenho)
A anatomia da madeira compreende o estudo dos diversos tipos de células e tecidos que constituem o xilema secundário (lenho) das árvores, como sua organização, funções e particularidades estruturais. A anatomia da madeira tem sua importância na identificação das espécies, como subsídio à taxonomia vegetal, aplicada nos inventários florestais e fito-sociológicos direcionados aos estudos ecológicos e conservacionistas; também é aplicada na avaliação tecnológica e preconização do uso e propriedades da madeira (ZENID, 2008). A possibilidade da anatomia da madeira ser aplicada na identificação ao nível de gênero, família ou espécie é, da mesma forma, importante no segmento de comercialização da madeira evitando fraudes e adulterações (METCALF & CHALK, 1983).
O lenho das árvores, no entanto, como material biológico, é constituído por células e tecidos diferenciados para o desempenho de funções específicas, apresentando variações dentro da árvore (base-topo; medula-casca), entre árvores, em relação à idade, condições do sítio, etc., além da variabilidade genética. As variações devem-se, também à formação do cerne e alburno, da madeira de reação (compressão em coníferas; tração em folhosas), dos anéis de crescimento, da inclinação da grã, da ramificação e formação dos nós, etc. (KOLLMANN & CÔTÉ, 1968; TRUGILHO et al., 1996). Segundo Latorraca (2000), as pesquisas têm procurado identificar os fatores que afetam as propriedades tecnológicas do lenho das árvores, inerentes à própria espécie, e os induzidos pelas condições de crescimento (ambiente).
2.4 Antracologia
madeira após a sua carbonização torna possível a aplicação da antracologia. A análise da estrutura anatômica do carvão vegetal, nos três planos de estudo, permite a identificação taxonômica da espécie, bem como inferir sobre as suas características e estado de conservação (biodegradação por organismos xilófagos- fungos, insetos, etc.) em relação às condições ambientais (temperatura, disponibilidade de água) (Figura 1) (SCHEEL et al., 1996; THÉRY-PARISOT, 2001).
A análise dos carvões, como objeto de estudo da antracologia, tem como objetivo a reconstituição paleoambiental e paleoetnobotânica pela identificação das espécies através das amostras do lenho carbonizadas coletadas no perfil do solo (incêndios: fornecendo informações paleoecológicas) e de sítios arqueológicos (resgatando o vestígio de paleoincêndios e da atividade humana) (SCHEEL-YBERT, 2004).
A identificação de espécies através da análise da madeira carbonizada é antiga (HEER, 1865; PREJAWA, 1896; BREUIL, 1903), aplicando o método de confecção e de análise de lâminas finas de material carbonizado, muito lento e de alta complexidade. A aplicação da microscopia de luz refletida, a partir da década de 1960, resultou em simplificação da metodologia e a possibilidade de aumento da eficiência das análises antracológicas visando a avaliação paleoecológica dos carvões (WESTERN, 1963; VERNET, 1973).
Figura 1 - Três planos de estudo - A, transversal; B-C, longitudinais tangencial e radial- e fotomicrografias em MEV do carvão do lenho de Symphonia globulifera, Clusiaceae (Scheel-Ybert, 2008; modif.)
2.5 O carvão vegetal
O carvão vegetal constitui-se em fonte energética de grande importância para diferentes países, incluindo o Brasil, por ser renovável e pelo contexto histórico e econômico, sendo produzido a partir da madeira de forma tradicional (geralmente de floresta nativa) e moderna (geralmente de floresta plantada) (NOGUEIRA E LORA, 2003).
A utilização da energia da biomassa representa a “fotossíntese inversa”, pelo
resgate da energia solar armazenada, consumindo o oxigênio e restituindo o dióxido de carbono (NOGUEIRA et al.; 2000; INFOTEC/PRÓ-CARVÃO, 2000, 2001). O processo de produção de carvão vegetal consiste na concentração do Carbono da madeira, liberando os demais elementos químicos da sua composição pela ação da energia térmica (THIBAU, 2000). Brito (1990), Andrade (1993) e Andrade e Carvalho (1998) salientaram que, durante a conversão da madeira a carvão vegetal, ocorre a concentração de carbono e, da mesma forma, fenômenos físico-químicos que resultam no resíduo sólido carbonoso (carvão) e em uma fração gasosa.
temperatura ambiente, etc., sem a ocorrência de combustão total pela pouca quantidade de O2.
O segmento industrial brasileiro das indústrias siderúrgica e metalúrgica constitui-se em significado consumidor do carvão vegetal como termo-redutor de minério (BRASIL, 2006; AMS, 2005). Mesmo com aumento significativo do uso de madeira de espécies de reflorestamento, grande parte é, ainda, proveniente de florestas nativas e de corte ilegal: em 2006, o consumo de carvão vegetal de origem nativa foi de 17.189.000 mdc, equivalendo 49% da produção do cavão nacional (DE FREITAS et al., 2006).
O Brasil é o maior produtor e consumidor do carvão vegetal pelo desenvolvimento da indústria siderúrgica (DELEPINASSE e BONSE, 2002). A produção de carvão vegetal é destinada ao mercado interno, sendo que no estado de Minas Gerais a madeira nativa representa 10% da produção, nos estados do Maranhão e Pará (Figura 2), 27% no pólo siderúrgico do Carajás, nos estados da Bahia e do Mato Grosso, 14 e 24%, respectivamente (IBGE, 1996). Este número pode estar equivocado, haja visto que os números apresentados podem estar distorcidos (MONTEIRO, 2006; HESS, 2007).
Figura 2 - Localização das carvoarias nos estados do Pará e Maranhão (Monteiro, 2002; modif.)
2.6 Carbonização e alterações no lenho
A carbonização é um processo em que madeira é submetida a tratamento térmico sob temperatura elevada em atmosfera redutora controlada (ALMEIDA e REZENDE, 1982). A formação do carvão pode ocorrer com o aquecimento do lenho (i) em presença de oxigênio quando ocorre o processo de queima, com a liberação das substâncias voláteis que se inflamam, produzindo chamas; o processo de combustão pode se completar até a formação de cinzas, ou se apresentar de maneira incompleta com a produção de carvão; (ii) em ausência de oxigênio, com a liberação das substâncias voláteis pelo aquecimento, sem a formação de chamas e o processo de carbonização resultando na formação do carvão (BRAADBART e POOLE, 2008).
importante influenciando no rendimento gravimétrico e teor de carbono fixo (VALE et al., 2001).
A proporção e a espessura da parede das fibras da madeira influenciam a massa específica, a retratibilidade e as propriedades de resistência mecânica da madeira (BURGER e RICHTER, 1991). A determinação da porcentagem e da estrutura da parede das fibras é importante para a qualificação e uso da madeira, fornecendo subsídios para a sua aplicação na geração de energia (PAULA, 2003). Madeira com fibras de parede espessa, diâmetro do lume reduzido e densidade elevada indica produção de carvão vegetal mais denso e menor volume de poros (OLIVEIRA, 1988).
O lenho quando submetido à carbonização sofre alterações na (i) coloração, com escurecimento que, ao final do processo, se torna negro; (ii) propriedades físicas, com significativa perda de massa, contração, distorções anatômicas e perda de substâncias voláteis; (iii) propriedades químicas, como a conversões contínua e gradual da celulose, hemicelulose e lignina, formando um produto rico em carbono e quimicamente distinto (SHAFIZADEH, 1982; BOON et al., 1994; BRAADBART e POOLE 2008; GONÇALVES, 2010). Diversos trabalhos avaliaram as modificações estruturais do carvão obtido a diferentes temperaturas, com abordagem tecnológica (KOLLMANN e SACHS, 1967; McGINNES et al., 1971; BEALL et al., 1974; SLOCUM et al., 1978; KIM e HANNA, 2006; KWON et al., 2009), arqueológica e paleoambiental (PRIOR e ALVIN, 1983; PRIOR e GASSON, 1993; BRAADBART e POOLE, 2008; GONÇALVES, 2010; GONÇALVES et al., 2011).
Slocum et al. (1978) estudaram a produção de carvão de madeira de Quercus alba e Carya ovata verificaram que a perda de massa foi maior em C. ovata, de 80% a 400ºC e menor acima de 400ºC para as 2 espécies. A contração do carvão relacionou-se à estrutura anatômica e composição química, em comparação à perda de massa a maior % de lignina e os raios largos da madeira de Quercus alba influenciaram o padrão de contração na carbonização do que a perda de massa (GONÇALVES, 2010).
comportamento da madeira. Quanto mais seca a madeira a ser carbonizada, menor será a alteração dos tecidos provocada pela expansão da água e do vapor durante o processo de carbonização (MCGINNES et al., 1971; SLOCUM et al., 1978; PRIOR e ALVIN, 1986; JONES e CHALONER, 1991; PRIOR e GASSON, 1993).
Na carbonização, as hemiceluloses degradam-se entre 170-300ºC, a celulose acima de 240°C e a lignina acima de 280°C (BEALL e EICKNER, 1970; FENGEL e WEGENER, 1989; ZERIOUH e BELKBIR, 1995; BYRNE e NAGLE, 1997). Entretanto, a decomposição do lenho não é evidente até a temperatura atingir 275ºC (KOLLMANN e SACHS, 1967) e a carbonização do lenho não é constatada abaixo de 300ºC (KWON et al., 2009).
2.7 Propriedades físicas da madeira
Retratibilidade: indica a redução das dimensões da madeira pela saída da água de constituição; é a propriedade que alterar a dimensão e o volume da madeira, quando o teor de umidade varia entre o estado anidro e o estado de saturação (impregnação); a madeira sofre inchamento ou retração com o aumento ou a diminuição da umidade (VALDUGA, 2003; DAGOSTINI, 2006). Segundo Puehringer (2002) a madeira é um material higroscópico que entra em equilíbrio com a temperatura e umidade do meio; e anisotrópico, com diferente taxa de contração e inchamento com a perda ou ganho de água. A variação dimensional na peça de madeira começa quando há perda ou ganho de umidade abaixo do ponto de saturação das fibras, em torno de 28-30% (SKAAR, 1972; 1988). Segundo Oliveira e Silva (2003) a contração e a expansão higroscópica da madeira são dois dos mais importantes problemas práticos que ocorrem durante sua utilização, como conseqüência da mudança do teor de umidade.
ZEEUW,1980). Madeiras de densidade elevada apresentam, com frequência, a impregnação de substâncias como alcalóides e taninos, aumentando a sua durabilidade natural (KOLLMANN e CÔTÉ, 1968). A densidade da madeira varia em função da taxa de crescimento das árvores, do local de origem, espaçamento, idade, procedência, entre e dentro de árvores (base-topo; medula-casca), etc. (FOELKEL et al., 1975; FERREIRA e KAGEYAMA, 1978; TOMAZELLO Fo, 1985; SOUZA
et al., 1986; BUSNARDO et al., 1987; NASCIMENTO, 2000). Nascimento (1993)
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Coletas das amostras de lenho
As amostras do lenho foram coletadas de árvores cortadas em 4 áreas de floresta primária dos municípios de Santarém, Mojú, Paragominas e Tailândia no estado do Pará, no período 2003-2004 (Figura 3). As espécies foram selecionadas pelo potencial de utilização da madeira sólida não representando, desta forma, a totalidade das espécies que ocorrem naturalmente nesse bioma. A seleção e o corte das árvores, coleta das amostras de lenho e material botânico vegetativo/reprodutivo de 100 árvores de 64 espécies do Projeto Dendrogene foram feitas pelos pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental; as amostras do lenho de outras 11 espécies foram coletadas no município de Belterra, em parceria da Universidade Federal do Oeste do Pará e do Instituto de Biodiversidade e Florestas. O projeto “Dendrogene: Conservação Genética em Florestas Manejadas na Amazônia”, desenvolvido através da cooperação bilateral dos governos brasileiro e britânico (ABC e DFID), foi coordenado pela Embrapa Amazônia Oriental. O projeto teve como objetivo a aplicação do conhecimento científico (composição de espécies, capacidade reprodutiva e diversidade genética de populações arbóreas) no manejo florestal sustentado na Amazônia, contando com a participação de instituições nacionais e internacionais (KANASHIRO, 2003). As exsicatas possibilitaram a identificação botânica das árvores, sendo, posteriormente, registradas e depositadas
no Herbário “João Murça Pires”, do Departamento de Botânica, da Embrapa
Amazônia Oriental.
3.2 Caracterização do local de coleta