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FGVIEBAP
CADERNOS EBAP N241
DEZEMBRO DE 1988
AS ORGANIZAÇÕES E O FUTURO: os elementos utópicos
Gabriel Antonio AtalIa *
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CADERNOS EBAP
Publicação da ESCOLA BRASll..EIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA da FUNDAÇÃO GETIJLIO VARGAS para divulgação, em caráter. preliminar, de trabalhos acadêmicos e de consultoria sobre Administração Pública.
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
DIRETOR DA EBAP: Bianor SceIza Cavalcanti
CHEFE 00 DE:IT? DE PESQUISA E PUBLICAÇÕES: Sonia Fleury Teixeira ~
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.EDITOR RESPONSÁ~: Paulo .fmílio Matos Martins
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cOMITÊ EDITORIAL: Corpo docente da EBAl'
O texto ora divulgado é de responsabilidade exclusiva do(s) autones), sendo permitida a sua repro-dução total ou parcial, desde que citada a fonte.
Correspondência:
CADERNOS EBAP
Praia de Botafogo, 190, sala 406
Botafogo - Rio de Janeiro - RJ
CEP22253
Telefone: (021) 551-1542 - Ramal 146
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I - APRESENTAÇÃO
II - INTRODUÇÃO
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01III - O PENSAMENTO UT6PICO CLÁSSICO .•••.•..•.... 02
IV - O PENSAMENTO DE ~~NNHEIM ..••..•..••.•••••• 09
V - CONSIDERAÇÕES GERAIS •••.•••••.•••....••.•. 18
REFER~NCIA BIBLIOGRÂFICA 22
,
..
nal da disciplina "Fundamentos de Administração" do Curso
de Mestrado em Administração Pública da Escola Brasileira
de Administração Pública - EBAP - da Fundação Getúlio Var
gas, no primeiro semestre de 1988, ministrada pelo Profes
sor PAULO EHILIO MATOS MARTINS. Este breve ensaio foi de
senvolvido
à
partir do Forum realizado nesta disciplinasobre o tema "O Futuro e as Organizações" e tem como obj~
tivo investigar alguns aspectos do pensamento que se diri
ge para o futuro .
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I I - INTRODUÇÃO
Nossa época, cujas origens mais recentes
se encontram na culminação do triunfo da burguesia, no sé
culo XIX, abre, via propagação do sistema democrático de
governo, o extenso avanço da ciência e da liberdade de
pensamento, provocando o rompimento com a idéia que exis
te um pensamento racional, único, perfeito, imutável e
atemporal. Mais e mais pessoas estão presentes ao debate
de um sem número de questões. O efeito deste fenômeno, ~
levado exponencialmente através da difusão dos meios de
comunicação e do tremendo impacto do desenvolvimento da
informática na vida social, evidencia uma crise psico-s~
cial onde nada mais parece ser imutável ou inquestionável.
A angústia e o desconforto provocados por
estas mudanças geram a necessidade de se procurar
contro-lá-las, dirigindo-as para um objetivo específico. O de
senvolvimento do planejamento em todos os espaços sociais,
em nosso século, não se dá por acaso. Se tornarmos o cam
po da Administração corno exemplo, podemos observar tal fa
tosem qualquer dificuldade. A primeira das quatros fun
ções clássicas de Henri Fayol vai se transformar no totem
primeiro da racionalidade, tão ameaçada pelo turbilhão in
telectual de nosso tempo.
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planejando que se defende ese cria, paralelamente, o futuro. Assim, pois, para exor
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cisar o futuro é preciso criá-lo, e por isto as
organiza-çoes planejam.
o
estudo das organizações, que vai se tor nar o que chamamos de Teoria das Organizações, tambéma-vança, aos saltos, ~~ direção ao futuro. Ao se transfor
, .
-marem, as organizaçoes buscam sua sobrevivência. Â que~ tão de como será o futuro das organizações talvez se de
vesse contrapor a pergunta de qual será o futuro das org~
nizações, na medida que têm um papel histórico ligado
estruturas de poder e dominação.
~
as
Ao abordar estas questões será útil, para
uma melhor compreensão do tema, entender o que significa
o pensamento que se dirige para o futu~o e como ele tem
sido pensado através da história .
. Buscando definir um limite para este estu
do, deixaremos de lado a preocupação individual com seu
destino imediato. Assim, não nos interessará analisar as
manifestações culturais que respondem a este desejo. Não
porque as julguemos carentes de importância ou mesquinhos,
pois nestes ritos adivinhatórios ou proféticos estão in
crustados os mesmos valores que dão origem aos sonhos co
letivos.
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.3.
vidual do futuro tem pontos de convergência com a coleti
va, na medida que tanto urna quanto outra se produzem em
urna situação de incongruência com a realidade vivida, as
manifestações ditas individuais guardam grandes
diferen-tes com as coletivas. Por prospecção coletiva
entendere-mos aqueles idéias que buscam transformar o real, propor
novas formas de vida política e, conseqüentemente, novas
formas de organização •
o
conjunto destas idéias é mui tas vezes cha mado de pensamento "Utópico" e investigá-lo é o objetivodeste estudo. Escolhemos, inicialmente, corno base para
nossa análise as obras de Platão, liA República"
e
de More,"Utopia", que consideramos sistematizações clássicas da
idéia utópica e por estarem vinculadas a expressivos
pro-cessos sociais. Estes processos, embora bastante diferen
tes, vão apresentar, através destas obras, propostas que
estarão presentes sempre que os homens projetarem seu fu
turo.
Importante contribuição ao estudo do pens~
mento utópico foi dada pelo pensador alemão Karl Mannheim
e sobre suas idéias faremos, também, algumas reflexões.
Encerraremos este estudo com algumas considerações sobre
o-pensamento utópico em nossos dias relacionando-o com as
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111 -
O PENSAMENTO UTOPICO CLÁSSICO
Uma característica sempre presente na men
te humana é a de buscar, frente a uma situação que se lhe
afigura como indesejável ou imperfeita, nos seus sonhos e
em suas intervenções na história (se bem que as duas coi
sas andam juntas, pois é realizando seus sonhos que os ho
mens fazem sua história), uma vida onde o que oprime e o
que infelicita seja deixado de lado, uma vida onde flores
ça a liberdade e a abundância.
Tais preocupaçoes ou anseios aparecem no
imaginário das diversas culturas que deixaram sua marca
no planeta. Todas as sociedades produziram sonhos coleti
vos, paraísos, lugares de leite e mel, e os procuraram in
cessantemente.
Apesar de nao ser mítico, o pensamento utó
pico usa freqüentemente o "cavalo" da religião, que foi
seu primeiro veículo. Se isto
é
regra para as sociedadesprimitivas, também está presente nos grandes movimentos
religiosos de nossa civilização. são Paulo, nos Atos dos
Apóstolos, propõe situações que poderiam figurar em todas
as Utopias desenvolvidas pelas sociedades civilizadas,de~
de a Grécia clássica até a Europa da Revolução Industrial.
Segundo o evangelista, os cristãos viveriam em comunidade,
sem propriedade privada, repartindo todos os bens e traba
\
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•
·5.
o
primeiro projeto sistematizado de Utopia foi o sistema formulado no século IV A.C. por Platão emsua obra "A Repfiblica" e é "Utopia" o titulo do livro de Thomas More publicado em 1516.
Na Repfiblica de Platão os homens habitam
uma cidade perfeita onde impera o espírito racional e
de-mocratico, embora seja uma democracia "sui generis", que
convive tranqfiilamente com escravos. A sociedade estaria
organizada em três classes sociais, agrupadas segundo a
atividade das pessoas que a compoe , e não segundo o nível
de renda. Estas três classes eram: os governantes, os au
xiliares e a terceira classe, formada pelo resto da
popu-laçio. Na pratica estas classes se reduziam a duas, pois
tanto os governantes como seus auxil"iares seriam
recruta-dos entre os militares e a segunda classe seria o resto
do povo. A primeira classe deveria defender a cidade e
administra-la, preenchendo os cargos do exército, da polI
cia e burocracia e a segunda proveria a sociedade de bens
materiais. Ninguém seria demasiado rico ou muito pobre i
e impedir tais situações era o dever do~ guardiões,
mem-bros da primeira classe. Ainda da primeira classe sairia
o governante máximo, o filosófo. Este deveria ser o mais
sabio da comunidade e exerceria o poder não por vontade
própria ou ambição, mas pelo dever de cidadão. Este
g2-vernante não era eleito, mas indicado por um grupo
existiria propriedade privada e os membros da classe diri
gente nio deveriam possuir bens, que eram, segundo Plati~
a causa de todos os males.
Argumentava Platio que nenhum governante
poderia dirigir os negócios públicos se se preocupasse com
seus prónrios bens pessoais. , Por isto, todos os bens se
"
riam possuídos em comum. Apenas a terceira classe pode
-ria ter propriedades, mas com limites, pois ninguém pod~
ria ser muito rico. Os governantes não poderiam ter la
ços familiares e a família era permitida apenas para a
terceira classe. Propugnava ainda, igualdade para os se
xos e educaçiopara todos, embora com as limitações quei~
punham os valores de sua época. A justiça seria exercida
em nome de um sentimento moral interior e não através de
códigos legais, tendo todos uma convicção íntima do bem .
A sociedade seria de tal maneira equilibrada que todos te
riam a sa"tisfação de suas necessidades sem que houvesse
prejuízo para os outros membros da comunidade. Como
va-lor supremo estava o interesse do Estado, que regularia a
ética geral em detrimento de quaisquer interesses
indivi-duais. Está patente na obra de Platão a extrema
necessi-dade de ordenar a socienecessi-dade, racionalizando-a. Platãoche
ga ao extremo de proibir em sua cidade o artista e o po~
ta, querendo com isto eliminar o perigo representado pelo
papel contestador da arte.
.7.
mada Utopia, do grego ou-topos, ou lugar nenhum, o que
era muito conveniente numa Inglaterra sem liberdade de
pensamento ou expressão, já que propunha uma vida melhor
baseada num novo arranjo social.
Em Utopia há eleiç6es, indiretas como con
..
vem a epoca, onde o povo elegeria os administradores que
elegeriam entre si o governante supremo. Todos
trabalha-riam em Utopia cumprindo UMa jornada de seis horas, em
funç6es alternadas, com passagem obrigatória pelo traba
-lho agrícola. Não há divisões de classe, embora existam
os escravos, e nem propriedade privada. Todos receberiam
o que precisassem de grandes armaz~ns gerais. A faml1ia
monogâmica também é aLo lida e deve ter entre 10 e 16 adul
tos. A vida ~ simples e regrada. Admitia-se e
estimula-va-se a eutanásia e havia liberdade de culto.
De acordo oornestes exemplos, o pensamento
utópico parece estar ligado
à
mudança de estrutura sociale este fato pode ser considerado a semente de todas as
u-topias, concomitantemente com a preocupação de se fundar
o mundo num-3. racionalidade ligada a uma'''weltanschauung "
particular. Se tomarmos esta perspectiva, veremos que t~
da a utopia traz em si um desejo de rearranjar as estrut~
ras de poder e suas organizações, na medida 0ue busca al
terar estas estruturas, além de, através da imposição da
•
•
•
Num livro que se tornou um dos clássicos
do pensamento liberal, "A Sociedade Aberta e Seus Inimi
-gos", o austríaco Karl Popper tece uma série de críticas
aos utopistas. Na análise de Popper os utopistas se mos
tram, na verdade, contra as mudanças políticas,embora com
o nobre propósito de desejar o bem de todos. A principal
característica destes regimes é a institucionalização de
uma ditadura especial: a sofocracia, ou governo dos sábi
os • . É um regime forte que não admite contestaçào. A di
visão de tarefas também é rígida e cada qual deve cuidar
de seus assuntos, deixando o governo para aqueles natural
mente cap~zes. Os indivíduos são conformistas e a
socie-dade é acabada, maniqueísta e intolerante.
Popper indica alguns motivos pelos quais
as utopias teriam este caráter ditatorial. Segundo ele ,
estas tendências seriam o produto de uma vontade
subjeti-va, incapaz de perceber as reais necessidades e desejos
dos destinatários das Utopias, prevalecendo sempre a von
tade do seu criador.
Se nao podemos negar ~sta visão de Popper,
parece-nos que outros fatores podem ser apontados e
tal-vez sejam de maior importância que aquele. Parece fora
de dúvida que o pensamento individual ou coletivo está am
pIamente condicionado pela sociedade e pela época,
.9.
Thomas More, por exemplo, criou sua Utopia num perIodo ~
gitado da história inglesa, numa época de ascenção de uma
nova classe: a burguesia, e seu programa pode ser entend!
do como um projeto politico desta nova classe, àqual More
pertencia. A vida na ilha de Utopia era organizada de ci
ma para baixo, assim como a reforma que a burgueria pro
-pugnava, sem que o povo participasse. Na medida que a
ficção pode propiciar um espaço maior para que o desejo
possa se manifestar, longe das amarras das condições polí
ticas reais, o programa desta classe pode se realizar ab
solutamente.
IV - O PENSAMENTO DE MANNHEIM
Em "Ideologia e Utopia", Mannheim (1963 )
i r i analisar a questáo utópica, influenciando decisivarneg
te o estudo deste tema. Neste trabalho, ele'
relacio-~
nara as , , idéias utópicas às condições políticas,
e sociais da época que as produziram, considerando que:
"O elemento utópico - isto é - a natu
reza do desejo dominante - determina a
se-qüência, a ordem e a valoraçao das
experi-ências singulares. Este desejo constitui
pria maneira pela qual experimentamos o
tempo. A forma em que os acontecimentos se
acham ordenados e o rítmo
inconscientemen-te enfático que o indivíduo, em sua obser
vação espontânea dos acontecimentos, impõe
ao fluxo do tempo, aparece na utopia corno
um quadro imediatamente perceptível ou, p~
lo menos, como um conjunto de significa
ções diretamente inteligíveis. A estrutu
ra interna da mentalidade de um grupo nun
ca pode ser mais claramente captada do que
quando tentamos compreender sua concepçao
.do tempo
à
luz de suas aspiraçoes, espera~ças e propósitos. Com base nestas expect~
tivas e propósitos, urna dada mentalidade
ordena não só os acontecimentos futuros
mas também os passados. Acontecimentos que
à primeira vista se apresentam como mera acumulação cronológica, assumem, segundoe~
te ponto-de-vista o caráter de destino".
( .•• )"Exatamente devido a esta significa
-ção central do sentido do tempo histórico,
iremos enfatizar em especial as conexoes
existentes entre cada utopia e a correspog
dente perspectiva histórica de tempo".
(pág. 233)
.11.
Mannheim (1968), cria uma tipologia, das
idéias útopicas tendo em mente alguns pressupostos:
\...: ..
"Quando nos referimos a certas formas
e estágios da mentalidade utópica, temos
em mente estruturas de mentalidade
concre-tas e passíveis de serem descoberconcre-tas, tais
como encontráveis em seres humanos vivos e
indivíduos. Não estamos pensando neste ms:
mento em alguma unidade construída de
ma-neira puramente arbitrária (como a "consci
ência em si" de I<ant) ou uma entidade meta
'flsica a ser colocada além das mentes
con-cretas dos individuos (como no "espírito"
de Hegel). Antes nos referimos às estrutu
ras de mentalidade concretamente posslveis
de serem descobertas, tais como podem ser
demonstradas a partir dos indivlduos.
( •.• ) "tlenhum individuo isolado representa
a encarnação pura de qualquer um dos tipos
de mentalidade histórica e social. Antes,
em cada indivíduo concreto e isolado
exis-tiriam em atuação determinados elementosde
um certo tipo de estrutura mental, muitas
vezes misturados com outros tipos.
( .•• ) "Quando então analisarmos os tipos!
dife-I
renciaç6es hist6ricas e sociais, nao as
propomos como construç6es epistemológicas
ou metafísicas. Trata-se simplesmente de
construç6es metodológicas". (pãg. 234)
o
primeiro tipo da classificação de r1annheim é o Qui1iasma. Marcado pelo fanatismo religioso e pelomessianismo, é nele que o fi16sofo alemão vai buscar as
origens do movimento utópico de nossa época, caracteriza~
do na sua formação um momento decisivo na história
rnoder-na, sob o ponto-de-vista do pensamento utópico. Os anaba
tistas de Thomas HUnzer transformam a idéia de um reinado
milenar na terra, que sempre esteve carregada de um
con-teúdo revolucionário, em um movimento que assume uma com
pleição de demanda social. Segundo Mannheim (1968):
liA "espiritualização da política", de
que se poc.e dizer que começou neste momen
to da hist6ria, afetou em maior ou menor
escala todas as corrente da época. A ori
gem da tensao espiritual estava, porém, na
emergência da mentalidade utópica origin~
da nos estratos oprimidos da sociedade. É
neste ponto que tem início a política, no
sentido moderno do termo, se entendermos
por política uma participaçao mais ou
me-nos consciente de todos os estratos da so
.13.
mundana, em contraste com a aceitação fat~
lista dos acontecimentos como são ou con
-forme a vontade "de cima". (pág. 236)
Movimentos como o de Thomas r.1ünzer, de An
tonio Conselheiro ou dos mórmons nos EUA, trazem sempre
traços de reivindicações sociais, embora vagos e diluidos
na idéia do paraiso sobre a terra. _ Buscam a experiência
mistica intensa, orgiástica mesmo, e colocam sua preocup~
çao na sua vida imediata, sem se colocarem a questão do
futuro.
o
segundo tipo descrito por Mannheim (1968) é o tipo liberal-humanitário. Esta mentalidade encara oprojeto utópico corno uma "idéia" destinada a um objetivo
formal que se projeta num futuro infinito, mas tendo como
verdadeira função agir como norma regularizadora das ati
vidades humanas. O liberal tem uma atitude de aceitação
positiva da cultura, sendo mais um critico engajado nesta
cultura do que alguém que visa sua destruição, como no ca
so dos Quiliasmas. Profundamente impregnado de uma ética
humanitária, veio influenciar profundamente a mentalidade
imediatamente anterior
à
Revolução Francesa, sedifundin-do como o programa da burguesia ascendente. O ideal bur
-guês da razao, que era elevado
à
categoria de objetivomas contrastava cruamente com o estado de coisas reais,
deveria se conciliar com·a realidade através da idéia de
1
lque se as coisas nao estavam satisfatórias, tenderiam na
~-ra uma proximidade cada vez maior com o real, com o ~-racio
nal.
. A idéia de progresso, originada neste p~
riodo, abarcava as dificuldades sociais e materiais como
parte integrante do momento hist6rico, que iria ser
supe-rado um dia, através de estágios e etapas até a perfeição
final e racional. ~ a partir desta concepção que a menta
lidade utópica se vincula com o futuro, com o vir a ser.
Deve-se assinalarainda que a corrente libe
ral-humanitária com seu excessivo formalismo na enfase às
regras e regulamentos, está muito próxima da concepção das
organizações modernas. A constatação desta
caracteristi-ca
é
importante na medida em que procuramos ver o futurodas organizações como um projeto ligado a determinados es
tratos sociais.
A terceira mentalidade é a Conservadora. O
que a caracteriza é que seu projeto
é
a própria realidade,concebida de maneira imutável. Nesta estrutura social o
conservador tem o dominio completo. Volta-se para o
pas-sado, fazendo um esforço para conservá-lo e o insere no
presente, como criador de valores.
l·
.15.
utopia Socialista-Comunista. Este tipo de pensamento cr~
corno o liberal, que a sociedade justa só existirá no futu
ro e marca o inicio deste futuro com a derrocada do
capi-talismo. Radicaliza o liberalismo e supera o anarquismo
dosquiliastas, opondo-se, ainda ao Conservador, que ve es
te mundo como imutável. Ao contrário do pensamento
libe-ral, considera que a história não seguiria superando tra~
qüila;:-e.nte seus elementos arcaícos. É a partir da Revolu
ção que tal superação se daria. Toda urna linhagem de oen ~
-sadores, que irá desembocar em Marx, e que foi por ele designada de utópica, desenvolveu-se neste pensamento.Owen,
Saint-Sirnon, Fourrier e Proudhon são seus expoentes. Suas
concepções de organização social foram duramente
critica-das por Marx e Engels, pois nelas os destinatários do no
vo social não tinham participação em sua concepçao. Em
outras palavras, negava-se
à
classe operária a iniciativahistórica para mudar sua situação, que passaria inevita
-velmente pela luta de classes e pela Revolução.
A classificaçao de utópico a Marx é adota da por ~1annheim, apesar de Marx atribuir aos seus prede
-cessores a categoria de utópicos. A~esar de nunca ter
buscado delinear corno seria uma sociedade socialista, co
mo fizeram os outros utopista&que sempre detalharam a org§.
nização social, Marx talvez seja o exemplo mais bem acab§.
do de utopista. Sua lucidez política permitiu-lhe instr~
mentalizar os elementos necessários
i
concretização desua utopia.
Ao classificar os socialistas utópicos co
mo tal, Marx usa o sentido moderno do termo. Nesta
acep-ção a utopia seria um produto da fantasia, irrealizável e
desprovido de qualquer caráter prático, o que nos remete
ria para mais algumas considerações sobre o termo.
Com este fim usaremos os conceitos de
Mannheim a respeito de ideologia e Utopia. Não .discutire
mos profundamente o conceito de Ideologia, suas raízes e
particularidades, ou seja, não vamos penetrar na teoria
da ideologia. Para nosso objetivo basta entendê-la corno
uma deformação do pensamento dos grupos dirigentes, moti
vada pela influência inconsciente de seus interesses elas
sistas. Segundo Mannheim, o conceito de utópico teve urna
origem similar ao de ideologia, mas num sentido oposto,ou
seja, a ideologia
é
o obscurecimento da percepçao dasclas-ses detentoras do poder, que as leva a considerar
perfei-ta a realidade presente, de onde se deriva urna atitude de
manter a ordem vigente e o utópico seria o complexo de
idéias dirigidas para a mudança da ordem dominante, confi
gurando-se a história corno urna relação dialética entre e
ideologia e a utopia. Indo de encontro ao sentido
moder-no de utopia, algo inexeqüivel, Hannheim qualifica de utó
picas todas as doutrinas com possibilidade de
concretiza-çao e como ideológicas as idéias que não se acham em
con-gruência com a realidade. Tal conceito pode ser melhor
aclarado, segundo o autor; se o tornarmos corno subjetivo •
,,-o',;
!
2
t
.17.
Assim, em cada per iodo histórico um grupo sempre detém o
poder e outro luta para assenhorear-se dele. O grupo do
poder é o detentor de uma organização e das normas que a
sustentam, sendo o responsável por uma ordem vigente. Os
individuos que fazem parte deste estrato social tendem a
qualificar de utópicas as idéias que, dentro do sistema em
que vivem são efetivamente irrealizáveis. Mas este siste
ma não é o único e nem será eterno. Esquecem-se de quee~
ta impossibilidade de realização é relativa. Dentro de
um outro contexto, as possibilidades se transformam. Sem
considerar esta relatividade, estabelecem uma confusão en
tre o que é irrealizável de modo absoluto e o que poderia
ser exeqüivel em outras circunstâncias. Para uma e outra
situações, !1annheim adota as categorias de Utopias relati
vas e absolutas, sendo a primeira perfeitamente possível.
Já os grupos sociais que se encontram em
oposição
à
ordem vigente tendem a considerar verdadeiro apenas o mundo pelo qual lutam. Consideram a ordem que os
rodeia como algo falso e provisório, e afirmam que a base
desta ordem contra a qual se colocam é falsa ou
ideológi-ca.Assim, pOde-se ver que a classificação de uma dada s~
tuação depende do lugar social onde se insere aquele que
qualifica um caso determinado de Ideologia ou de Utopia.
A história nos mostra que muitos movimen
de sua institucionalização, chegaram a ser classificados
de utópicos por futuras geraçoes. A contribuição funda
-mental de Hannheim está em conceber a história·como uma
sucessao de utopias que passam a ser ideologias, sao subs
tituidas por novas utopias e assim por diante. Conforme
assinala Geertz (1978), Hannheim cai, porém, num paradoxc:,
pois, ele mesmo, ao procurar criar uma concepção não-valo
rativa de ideologia, também se encontra em um determinado
lugar social, de onde fala, e ele também está sujeito
determinações históricas.
v -
CONSIDERAÇÕES GERAIS
,
as
Quando se coloca o problema do futuro das
organizações, devemos, em primeiro lugar, ter em mente que
estes discursos não se encontram fundados em nenhuma
ra-cionalidade absoluta, antes, são produtos de mentalidades
e desejos de determinados grupos sociais, seus teóricos ou
porta-vozes.
As concepçoes elaboradas pelos pensadores
sobre as organizações encontram seu desenvolvimento
cen-trado principalmente nos EUA. Mannheim (1968) interpreta
esta caracteristica como resultado da maior liberdade de
açao econômica na América. Para os europeus, o estudo
.19.
blemas de classe social, mas para os americanos buscava a
solução dos problemas técnicos imediatos destas
organiza-çoes.
Se pensarmos sobre o desenvolvimento da
Teoria das Organizações e da Administração, poderemos ob
servar que elas vão corresponder à estrutura social, polI tica, econômica e cultural da sua época. Tornemos, a pri~
cipio, o movimento da administração cientifica de Taylor.
Desenvolvida nos Estados Unidos no final do século XIX e
começo do século XX, corresponde às fase acumulativa, es
cassez e procura do rendimento máximo no trabalho. Para
isto seria necessário estabelecer um método ótimo e certo
de trabalhar, que pudesse levar à maximização dos lucros.
É o racionalismo aplicado à execução-do trabalho.
Já
Fayol busca racionalizar a estrutura organizacional,
tam-bém com o objetivo de maximizar os lucros. Sua perspect~
va reflete a preocupação com a hierarquização do trabalho
e sua divisão, o que corresponderia
à
organização socialcapitalista. A Escola de Relações Humanas, surge numa é~
poca de abundância e alta produtividade, onde o problema
maior é aumentar a motivação do trabalhador.
Correspon-dendo ao crescente desenvolvimento do capitalismo
monopo-lista surge a visão das organizações como um conjunto de
sistemas e subsistemas que estariam presentes em todos os
momentos da vida social, a tudo abarcando.
•
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.-
'--racionais estão sob sério ataque, juntamente com a idéia
de que é possível organizar a sociedade de forma ideal. A
consciência de que das organizações estão ligadas ao pr~
jeto político da classe que as domina já está
suficiente-mente sedimentado; assim, idéias como a "Teoria Z",a aut~
maçao, o impacto da informática, a co-gestão e a autoge~
tão, não·2odem ser consideradas de modo absoluto, ou cai
riamos de novo no conto da racionalidade .
o
projeto das organizações seria uma Utopia ou uma Ideologia? Ou, ainda, valeria apenas procurar considerá-lo dentro desta perspectiva? A questão ideológica
perde, hoje, a relevância que tinha
à
época em que Mann,,"leirnescreveu sua obra "Ideologia e Utopia". Na década de trin
ta, o mundo estava dividido em esferas ideológicas bem ní
tidas. A Revolução Russa e o advento do nazismo sao a
marca histórica "das considerações de Mannheim. Hoje, es
tas fronteiras estão menos diferenciadas. Fenômenos como
a Perestroika, a união da Europa e o declínio dos EUA no
esquema de poder mundial dão o tom de nossa época. Ao mes
mo tempo, o utopismo parece superado, na medida em que a
construção do futuro parece ser encarada de forma menos
manique{sta com o descrédito da racionalidade tradicional.
Apesar das criticas que se possam formular
ao pensamento de Mannheim, gostaríamos de concluir com um
aspecto importante e atual de sua reflexão. Mannheim (1968)
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"Predizer ~ tarefa de profetas, e ca
da profecia transforma necessariamente a
história em um sistema puramente determin~
do, privando-nos, desta forma, da
possibi-lidade de escolha e decisio". (pig. 283)
o
que parece fora de dúvida, hoje, ~ que o futuro ~ uma possibilidade de construçio, e quanto maisestivermos participando destá construçio mais nosso ele
-sera.
REFER~NCIA
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I
I
l_
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12 - MINHA DrVIDA A LORD KEYNES -
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Guer~eiroRamos
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13 - UMA PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO POLO NOROESTE - 1982
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14 - REPARTINDO TAREFAS E RESPONSABILIDADES NAS ORGANIZAÇéJES:
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1982.Anna Maria Campos
15 - AS DISFUNÇÕES DO PROGRAMA NACIONAL DO ÁLCOOL EM DECORRÊNCIA
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Bayrna de Oliveira
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Clóvis Abreu Vieira
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Lázaro Oliveira Barbosa
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Luciano Zajdsznajder
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Autor: Atalla, Gabriel Antonio.
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111111111I111
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FGV -BMHS N" Pat.: 16/89 j
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José Eduardo Coelho Messeder
000051787
1111111111111111111111111111111111111