VALOR DE ALGUNS EXAMES COMPLEMENTARES NA CORÉIA
DE SYDENHAM
A R O N J . D I A M E N T
Ainda hoje, como em 1810, a coréia de Sydenham ( C S ) permanece uma
doença pobremente compreendida: sua etiología é difícil de establecer, sua
patologia não é específica, sua fisiopatologia é obscura e seu tratamento,
empí-rico
7. A etiopatogenia da C S tem sido relacionada à da febre reumática ( F R ) ,
embora não seja sempre possível na prática, demonstrar a relação entre
infecção estreptocócica e C S . Estudos recentes
1 2 2>
1 2 3.
1 2 4mostraram que o
intervalo entre a infecção estreptocócica e a coréia pode ser suficientemente
prolongado para permitir que os exames sugestivos daquela retornem à
norma-lidade. Portanto, os testes laboratoriais que expressam u m "estado reumático"
são, na maioria das vezes, falhos durante a manifestação corêica. O
desenvol-vimento subseqüente de artrite, cardite ou doença valvar podem,
retrospecti-vamente, sugerir uma base reumática para o episódio original de c o r é i a
7.
Apesar do papel proeminente do estreptococo beta-hemolítico, parecem ter
papel também significante os fatores emocionais e a predisposição genética
7.
É reconhecida a alta incidência de distúrbios de comportamento e deflagrantes
psicogênicos nos pacientes corêicos
9-
1 3>
1 5>
3 9,
6 8>
8 9>
1 0 3>
1 0 8>
1 3 0; j á foi
demonstra-do, inclusive, que a positividade das culturas de material oro-faríngeo para
estreptococo beta-hemolítico aumenta com o "stress" e m o c i o n a l
1 0 5.
A falta de dados seguros fornecidos por exames laboratoriais faz com que
ainda restem dúvidas no diagnóstico de C S . Os chamados clássicos "reagentes
da fase aguda do soro" ( R F A S ) revelaram-se, na maioria, pouco ou nada
alte-rados, embora os estudos estatísticos sejam geralmente falhos. Mesmo para
os R F A S que serviram para classificar as coréias em "reumáticas" e "não
reumáticas" ou "puras", os estudos estatísticos são incompletos, atendo-se a
porcentagens de obtenção ou de positividade.
R e s u m o d a tese a p r e s e n t a d a p a r a c o n c u r s o de D o c ê n c i a L i v r e d e N e u r o l o g i a na F a c u l d a d e d e M e d i c i n a d a U n i v e r s i d a d e d e S ã o P a u l o ( S e r v i ç o d o P r o f . H o r á c i o M . C a n e l a s ) , e m 1971.
E m vista do exposto, foi nosso objetivo definir biológica e / o u químicamente
o indivíduo corêico. A l é m dos R F A S , introduzimos no estudo da C S a
pes-quisa de elementos como o cobre, a ceruloplasmina, o magnesio e o enxofre,
além de termos procurado estabelecer correlações estatísticas entre estes dados
e os R F A S . P r o c u r a m o s t a m b é m verificar a fidelidade e o valor prático dos
R F A S mais comumente utilizados perante u m quadro de coréia infecciosa.
O intuito do presente estudo foi duplo. O primeiro, de ordem indagatoria,
no sentido de verificar se existe a l g u m a diferença estatisticamente comprovada
entre as coréias "reumáticas" e "não reumáticas", no que diz respeito aos R F A S
e aos demais elementos pesquisados. O segundo, de ordem prática, visando
a fornecer ao clínico subsídios p a r a autorizar um diagnóstico de coréia, sem
que ele submeta seu raciocínio à necessidade de uma "confirmação" por parte
do laboratório, qualquer que seja a fase da doença, no que diz respeito aos
R F A S clássicos.
C A S U Í S T I C A
F o r a m estudados 68 casos de C S identificados n a t a b e l a 1. N o s antecedentes f o r a m procurados surtos pregressos de poliartrite, com ou sem q u a d r o s de coréia, e infecções de vias a é r e a s superiores. N a história d a moléstia a t u a l procuramos evi-denciar infecções recentes e surtos de poliartrite ( T a b e l a s 2 e 3 ) . Os e x a m e s clí-nico, eletrocardiográfico e radiológico do coração v i s a r a m a a f a s t a r o u a f i r m a r u m estado a t u a l de cardite r e u m á t i c a a t i v a . Estes dados, aliados à interpretação
do critério Jones m o d i f i c a d o¿
, * p a r a F R , p e r m i t i r a m q u e os pacientes fossem divi-didos, inicialmente, em 3 grupos, assim contituídos: a ) g r u p o l -— 30 pacientes (casos 1 a 30) q u e a p r e s e n t a v a m C S associada a F R em atividade; b) g r u p o 2 — 20 pacientes (casos 31 a 50) q u e a p r e s e n t a v a m C S associada a estado infeccioso pregresso o u a t u a l , sem a t i v i d a d e de F R presente; c ) g r u p o 3 — 18 pacientes (casos 51 a 68) q u e a p r e s e n t a v a m C S "puras", n a d a h a v e n d o nos seus antecedentes, n a história a t u a l e no e x a m e físico q u e justificasse c h a m á - l a s "reumáticas" ou "infecciosas". Entretanto, o estudo estatístico de c o r r e l a ç ã o dos q u a d r o s clínico e neurológico p a r a os 3 grupos n ã o permitiu q u e se continuasse a separá-los. P o r isso os 3 g r u p o s iniciais foram abolidos e os q u a d r o s clínicos f o r a m considerados em conjunto.
Dos 68 casos a m é d i a e t á r i a foi de 9,9 anos, com idade m á x i m a de 17 anos e m í n i m a de 4 anos e meio. Q u a n t o ao sexo, 47 pacientes e r a m do sexo feminino e 21 do sexo masculino, o q u e d á a p r o p o r ç ã o de 2,2:1,0, comumente citada n a litera-t u r a ; 60 e r a m brancos, 7 pardos e u m negro. O litera-tempo médio de evolução d a sín-drome corêica ( e n t r e o início e o primeiro a t e n d i m e n t o ) foi de 6 meses e 7 dias, com o mínimo de 13 dias e o m á x i m o de 60 meses. A incidência estacionai do surto corêico no momento do primeiro atendimento foi: 31 casos entre outono e inverno, 14 n a p r i m a v e r a e 22 no v e r ã o ( G r á f i c o 1 ) . N o caso 28 n ã o se pôde determinar a estação do a n o e m q u e se i n i c i a r a m as hipercinesias, pois o paciente a p r e s e n t a v a movimentos corêicos h á 3 anos, com períodos de m e l h o r a e piora.
M E T O D O L O G I A
A hemossedimentação ( H E ) foi e f e t u a d a pela técnica de W i n t r o b e 1 M
sendo
consi-derados como normais os valores até 20 m m no fim d a 1.» h o r a 1 : ,
\
A r e a ç ã o de W e l t m a n n ( R W ) foi e f e t u a d a p e l a técnica original com valores normais compreendidos entre os tubos 5 e 7.
A s mucoproteínas ( M P ) f o r a m dosadas pela técnica de W i n z l e r m o d i f i c a d a1 3 ( i
expressas em p e r c e n t a g e m de tirosina, com v a l o r e s normais compreendidos entre 1,5 e 5,0 m g / 1 0 0 ml.
A proteína r e a t i v a C ( P R C ) foi d e t e r m i n a d a com o anti-soro anti-proteína rea-tiva C sendo esta r e a ç ã o considerada posirea-tiva somente com precipitações de mais de 2 cruzes ou mais de 2 m m .
A d e t e r m i n a ç ã o do título de antiestreptolisina-O ( A S L - O ) foi e f e t u a d a pela
técnica de R a n t z - R a n d a l l modificada"•-» , sendo considerados resultados positivos
so-mente títulos maiores que 250 unidades ( u ) .
O cobre foi d e t e r m i n a d } pelo método de D e Jorge, C a n e l a s & Costa-Silva-",
sendo considerados como normais os valores entre 88,7 e 127,5 /¿g/100 m l -1
, e m b o r a Trip 1 2 7
encontrasse valores mais baixos, entre 73,8 e 123 Mg/100 ml em apenas 24 indivíduos normais.
A c e r u l o p l a s m i n a ( C E R P ) foi d e t e r m i n a d a pelo método de H o u c h i n *2
, com
valores normais no soro entre 27,4 e 39,8 m g / 1 0 0 m l2 2
, conquanto M a r q u e s - A s s i s &
D e J o r g e8 8
referissem f a i x a menor, entre 22,5 e 34,9 m g / 1 0 0 ml, porém em número
menor de pacientes ( n = 1 7 ) . D e Jorge & C a n e l a s2 2
referem diferença estatistica-mente significante entre os sexos ( p < 0 , 0 1 ) , fato não referido no t r a b a l h o subse-q ü e n t e8 8
e por T r i p1 2 7
. Este autor, utilizando metodologia mais completa que a de Houchin, por espectrofotometria e c r o m a t o g r a f í a , refere valores da ceruloplasmina compreendidos entre 18,8 e 33,7 m g / 1 0 0 ml; não encontrou diferenças entre os sexos, e m b o r a seu n ú m e r o de normais fosse mais b a i x o ( n = 24, sendo 12 de c a d a s e x o ) . Estes valores de T r i p se a p r o x i m a m mais aos referidos por Houchin e àqueles níveis, no seu limite inferior, que não são considerados a n o r m a l m e n t e baixos na prática clínica. P o r estes motivos utilizamos como v a l o r e s normais as duas faixas, de
D e Jorge & C a n e l a s2 2
e de T r i p1 2 7
, p a r a c o m p a r a ç ã o .
O magnesio ( M g ) foi dosado segundo D e Jorge, S i l v a & C i n t r a " , com valores
normais compreendidos entre 1,953 e 2,221 m E q / 12 3
. Este método (do titânio a m a
-r e l o ) a i n d a ap-resenta v a l i d a d e c l í n i c a2
.
O enxofre (S, como ion SO ) foi dosado segundo método turbidimétrico no s o r o2 4
, com valores normais entre 0,836 e 1,608 m g / 1 0 0 ml -4
A eletroforese de proteínas do líquido c e f a l o r r a q u e a n o ( L C R ) foi d e t e r m i n a d a segundo técnica de G r a s s m a n n ,& H a n n i g " - , sendo as amostras de L C R concentradas previamente pelo método de diálise contra solução de g o m a a r á b i c a a 50%. Os valores considerados normais s e g u i r a m o critério de S p i n a - F r a n ç a " \ O método de eletroforese de proteínas séricas foi o de G r a s s m a n n ,& H a n n i g (cit. por Spina-F r a n c a 1 1 2
) .
Os e l e t r e n c e f a l o g r a m a s f o r a m efetuados e m a p a r e l h o G r a s s de 8 canais, utili-zando as derivações habituais.
hlstudo estatístico — Inicialmente, os pacientes f o r a m divididos em 3 grupos
segundo o j á referido critério anamnéstico-clínico. P a r a c a d a g r u p o f o r a m estu-dadas as correlações entre os R F A S entre si e comparados ao e l e t r e n c e f a l o g r a m a
( E E G ) segundo testes p a r a correlações p a r c i a i s1 1 5
.
A análise das tabelas de associação foi feita segundo o método exato de F i s h e rM
, pelo método de M c N e m a r 8 5
e pelo método de G o o d m a n4 5
. A s v e r d a d e i r a s médias dos dados dos R F A S e do E E G , f o r a m estimadas por ponto e por inter-v a l o »3
.
O nível de significancia p a r a os testes a c i m a foi de 5% e, a confiança dos intervalos, de 95%.
Os intervalos de confiança ( I . C . ) referidos p a r a as percentagens obtidas p a r a
c a d a R F A S e p a r a o E E G f o r a m calculados segundo t a b e l a s "-1
com a confiança de 95%.
R E S U L T A D O S
a ) Hemossedimentação ( H E ) — A H E foi e f e t u a d a em 65 casos, dos quais 44 (67,70%) a p r e s e n t a r a m - n a a b a i x o de 20 m m no fim d a p r i m e i r a hora, e portanto dentro d a n o r m a l i d a d e ; somente 21 (32,30%, I . C . = 20,90 a 43,70%) a p r e s e n t a v a m valores a c i m a de 20 m m e f o r a m considerados elevados, segundo critério vigente de W i n t r o b e ( T a b e l a 4 ) . A c o m p a r a ç ã o dos v a l o r e s d a H E entre os 3 grupos de CS, inicialmente propostos, revelou não h a v e r significancia estatística entre eles, ao nível de 5%. D a m e s m a m a n e i r a , o t r a t a m e n t o estatístico (testes de diferença de proporções, exato de Fisher e de correlações p a r c i a i s ) , isto é, d a H E contra os outros R F A S , não se mostrou significante ao nível de 5%.
b ) Hemograma ( H E G ) — Foi efetuado em 58 casos, g e r a l m e n t e n a fase a g u d a . Destes, 37 foram normais (63,80%) e 15 m o s t r a r a m - s e alterados (25,86%, I . C . = 14,59 a 37,13%), isto é, com m a i o r ou menor leucocitose, neutrofilia e desvio à esquerda ( T a b e l a 4 ) . Seis f o r a m "duvidosos" q u a n t o ã interpretação (10,34%). Dos 15 casos com H E G a l t e r a d o n a série b r a n c a , em l l h a v i a leucocitose e, em 15, desvio ã esquerda; a eosinofilia a p a r e c e u em 49 casos (81,66%, I . C . - 71,86 a 91,40%). . O s testes de diferença de proporções, exato de Fisher e de correlações parciais mos-t r a r a m - s e não significanmos-tes. Q u a n mos-t o à série v e r m e l h a , a a n e m i a foi evidenmos-te em apenas 7 casos (11,66%, I . C . = 3,55 a 19,77%), com h e m o g l o b i n a a b a i x o de 11,0 g/100 ml; e m 11 casos (18,33%, I . C . = 8,53 a 28,13%) a a n e m i a foi de c a r á t e r leve, isto é, entre 11,8 e 12,4 g/100 ml de h e m o g l o b i n a .
c) Reação de Weltmann ( R W ) — R e a l i z a d a em 64 casos, sendo n o r m a l em 48 ( 7 5 % ) e. em 4 (21,87%, I . C . = 11,74 a 32,00%) a f a i x a de c o a g u l a ç ã o esteve antes do tubo 5; e m apenas 2 casos (3,13%, I . C . = 1,0 a 11,0%) a f a i x a de c o a g u -lação esteve a u m e n t a d a , depois do tubo 7 ( T a b e l a 4 ) . Os testes de diferença de proporções, exato de Fisher e de correlações parciais não m o s t r a r a m significancia.
d ) Mucoproteínas ( M P ) — F o r a m dosadas, em teor de tirosina, em 61 casos, dos quais 56 foram normais (91,8%) e 5, a u m e n t a d o s (8,2%, I . C . = 13,20 a 15,08%
e ) Proteína reativa C ( P R C ) — E f e t u a d a em 5 3 de nossos casos: em 50 (94,34%) e l a foi n e g a t i v a , em 3 (5,66%, I . e . = 2,00 a 17,06%), positiva (3 ou 4 cruzes)
( T a b e l a 4 ) . O t r a t a m e n t o estatístico não se mostrou significante.
média de títulos em se tratando da diluições. O tratamento estatístico não demons-trou significancia da A S L - O em relação a q u a l q u e r R F A S e ao E E G .
g ) Cobre e ceruloplasmina — O cobre foi dosado em 39 casos, revelando-se elevado em 37 (94,87%, I . C . = 81,0 a 98,0%) e normal em 2 (5,13%). A
cerulo-plasmina foi dosada om 40 casos Considerando-se a f a i x a normal de T r i p >-7
, h a v i a hiperceruloplasminemia em 36 casos (90,0%, I . C . = 80,7 a 99,3%) e ceruloplasmina
normal em 4 (10,0%). Cons'derando-se os valores normais de D e Jorge & C a n e l a s2
a c e r u l o p l a s m i n a esteve e l e v a d a em apenas 24 casos (60,0%, I . C . = 44,82 a 77,18%), normal em 15 (37,5%) e diminuida em 1 caso (2,5%) ( T a b e l a 5 ) . E n t r e o cobre e a ceruloplasmina h o u v e c o r r e l a ç ã o estatística significante ( " r " ou coeficiente de
correlação = 0,7672), q u a n d o considerados os v a l o r e s normais de T r i p1
-7
. E n t r e -tanto, a m e s m a significancia foi obtida p a r a os dois elementos, pelo teste de M e N e m a r , q u a n d o foram considerados os valores normais de D e Jorge & C a n e l a s ~ . A s c o r r e l a -ções parciais destes dois elementos contra todos os outros R F A S e o E E G não f o r a m significantes.
h ) Magnesio ( M g ) — Foi dosado em 38 casos: esteve diminuído em 33 (86,84%, I . C . = 76,09 a 97,59%), a u m e n t a d o em 4 (10,52%, I . C . = 2,50 a 25,0%) e normal em 1 caso (2,64%). E m b o r a nossos limites normais fossem de 1,95 a 2,221 m E q / 1 , hipomagnesemias mais b a i x a s que 1,50 m E q / 1 f o r a m r a r a s ( T a b e l a 5 ) . O t r a t a -mento estatístico não mostrou significancia entre o M g e os outros R F A S e o E E G .
i) Enxofre ( S ) — D o s a d o como ion SO* em 39 casos: 11 foram normais (28,21%) e 28 a p r e s e n t a r a m - n o a u m e n t a d o (71,79%, I . C . = 57,68 a 85,90%) ( T a b e l a 5 ) . As correlações parciais do S com todos os outros R F A S não f o r a m significantes, assim como os testes de diferença de proporções e exato de Fisher.
j ) Eletrojorese das proteínas séricas e do líquido cefalorraqueano ( L C R ) •— O p r o t e i n o g r a m a sérico foi determinado em 24 pacientes ( t a b e l a 6 ) : em 16 (66,66%, I . C . = 47,81 a 85,81%) a a l b ú m i n a esteve diminuída; h o u v e a u m e n t o d a g l o b u l i n a a l f a - l em 12 casos (50,0%, I . C . = 30,0 a 70,0%) e de a l f a - 2 em 22 (91,66%, I . C . = 72,0 a 98,0). P o r t a n t o , no total, 34 casos com aumento ou de a l f a - l ou de a l f a - 2 ; destes, apenas 11 (45,83%, I . C . = 25,9 a 65,76%) tinham a u m e n t o simul-tâneo das duas a l f a - g l o b u l i n a s . A g l o b u l i n a beta mostrou-se diminuída n u m caso e a u m e n t a d a em 3. A g l o b u l i n a g a m a esteve a u m e n t a d a em 20 casos (83,33%, I . C . = 68,43 a 98,23%).
O proteinograma do LCR foi efetuado em 13 casos ( t a b e l a 7 ) , estando a pré-a l b u m i n pré-a pré-a u m e n t pré-a d pré-a em 6 cpré-asos (46,15%) e pré-a g l o b u l i n pré-a g pré-a m pré-a , em 3 cpré-asos; os restantes 4 casos a p r e s e n t a v a m - s e normais.
Resultados eletrencefalográficos ( E E G ) — Os resultados serão apresentados
se-gundo as fases a g u d a e de remissão, esta última considerada u m a vez cessados os movimentos corêicos.
N a fase aguda o E E G foi efetuado em 42 casos ( t a b e l a 8 ) , sendo 23 normais (54,76%) e 19 com traçados apresentando a n o r m a l i d a d e (45,24%, I . C . - 30,19 a 60,29%). O item "sensibilidade m a i o r à hiperpnéia", com l caso, foi considerado como "anormalidade", e m b o r a o mesmo paciente (caso 33) j á estivesse incluído no item "traçados lentos anormais" p a r a a idade. O caso 47, com t r a ç a d o de assimetria pode ser considerado n o r m a l , pois não constituiu " a n o r m a l i d a d e indiscutível", além de não termos tido s u a seqüência eletrencefalográfica. A s restantes a n o r m a l i d a d e s em 18 casos assim se d i s t r i b u í r a m : "desorganização do ritmo alfa", principalmente
em á r e a s occipitais, em 6 casos ( n . "s
8, 36, 38, 46, 53 e 6 5 ) ; "traçados lentos
anor-mais p a r a a idade" em 3 casos ( n . "s
5, 33 e 4 2 ) ; "disritmias paroxísticas em áreas
posteriores", g e r a l m e n t e occipitais e m 5 casos ( n ., , s
11, 44, 50, 56 e 6 4 ) ; "disritmias
ou d e s o r g a n i z a ç ã o temporais" em 4 casos ( n .o s
caso 53 ( s e m E E G na fase a g u d a ) ; este, normalizou-se 4 meses após. Sob o rótulo de traçados "lentos p a r a a idade" persistiu u m único caso ( n . ° 8) com assimetria constante nas á r e a s occipitais de a m b o s hemisférios cerebrais, com predominio de ondas lentas 3 a 5 c/s à direita e ondas a l f a mais numerosas à esquerda; u m E E G . realizado 11 meses após, revelou diritmia paroxistica n a r e g i ã o occipital direita, por ondas 3-4 c/s de v o l t a g e m e l e v a d a ; a m o v i m e n t a ç ã o corêica neste caso era g e n e r a l i z a d a , com predominio à direita. Q u a t r o casos com "disritmia paroxistica em
á r e a s posteriores" ( n .o s
14, 32, 54 e 56) m o s t r a r a m a seguinte e v o l u ç ã o : o de n.^> 14, pertencente na fase a g u d a à "disritmia paroxistica temporal", passou 7 meses após por u m a fase de disritmia paroxistica na r e g i ã o occipital esquerda, por ondas "sharp" atípicas, a l é m de m o d e r a d a d e s o r g a n i z a ç ã o do ritmo a l f a por o n d a s teta, nas áreas occipitais; sua m o v i m e n t a ç ã o corêica iniciou-se no m e m b r o superior direito e depois se generalizou; o caso 32 não fez E E G n a fase a g u d a e s u a m o v i m e n t a ç ã o corêica era g e n e r a l i z a d a ; o caso 54, t a m b é m sem E E G da fase a g u d a , com m o v i m e n t a ç ã o corêica somente no hemicorpo direito, teve seu t r a ç a d o n o r m a l i z a d o 8 meses após; o caso 56 continuou com a m e s m a disritmia paroxistica d a fase a g u d a , p o r é m a g o r a com ondas lentas 3 a 5 c/s ( a n t e s e r a m de 2 a 6 c/s nas á r e a s occipitais); sua m o v i m e n t a ç ã o corêica e r a g e n e r a l i z a d a . Os casos 29 e 33 f o r a m os únicos que persistiram com "disritmia paroxistica temporal", a m b o s à esquerda, sendo que o 33 foi o único que passou a t o m a r anticonvulsiovantes, por ter apresentado poste-riormente crises convulsivas focais (clónicas — o r a n a face, o r a n u m ou noutro m e m b r o s u p e r i o r ) .
O t r a t a m e n t o estatístico (testes de diferença de proporções, e x a t o de Fisher e de correlações p a r c i a i s ) entre os E E G das fases a g u d a e de remissão, contra todos os outros elementos estudados não foi significante.
C O M E N T A R I O S
Poucos são os trabalhos sobre C S com casuística suficiente e que permitam
análise dos diversos R F A S . Os trabalhos antigos, até 1950, praticamente se
limitaram ao estudo da hemossedimentação e, às vezes, do hemograma ou da
leucocitometria simples A maioria dos trabalhos ulteriores refere-se ora a
um ou outro, ora a pequeno grupo de R F A S . Poucos tentaram fazer
corre-lações entre os vários R F A S e a maior parte destas surgiu com o advento da
titulagem de anticorpos antiestreptocócicos
1,
5.
8.
1 7>
3 1,
4 4-
4 7.
6 2.
7 6>
7 8-
S 7>
9i, i n , 1 2 1 , 122, ias Alguns autores fizeram o estudo destes exames
comple-mentares em F R
2 6.
2' .
2 8,
8 2.
9 5>
9 8.
1 1 7, chegando a discutir seu valor
iso-lado
1 3 8. Outros ainda tentaram verificar a relação entre F R e C S
utilizando-se de dois ou mais destes R F A S
m. N ã o tivemos oportunidade de estudar
outros R F A S em vista das limitações técnicas, porém, para os que
pesqui-samos, pensamos poder fazer alguns comentários de utilidade.
É notória a importância da hemossedimentação na F R , estando acelerada
em maior porcentagem (até 92% dos casos) e m exames sucessivos
2 7, e no
fenômeno de r e s s a l t o
3 4. Mesmo em crianças não reumáticas, com febres
baixas e queixas vagas como artralgias, selecionadas ao acaso em escolares,
a hemossedimentação tem importância como expressão de atividade
infeccio-sa
1 2 2. N a s coréias a hemossedimentação é referida como acelerada em
por-centagens que variam abaixo de 20% até 60% ou mais
8.
n>
1 6>
3 3.
4 3.
4 8>
6 4.
6 5.
-8, 79, 82, 83, i o 6 , 109 Outros autores compararam a hemossedimentação com
alguns R F A S , revelando ser ela de significancia em casos de cardite
ati-va
3 2.
9 5con-clusão. Outros compararam a C S e a F R , à luz de dados laboratoriais,
ci-tando diferenças entre os dois grupos quanto à hemossedimentação e à
difeni-lamina sérica
6 0, principalmente. Outros ainda, trabalharam com o índice de
Katz (método de W e s t e r g r e e n )
1 7•
4 i, porém, há demonstrações da não
exis-tência de diferenças quanto ao método de determinação da
hemossedimen-tação. N a década de 40 a 50 alguns autores tentaram fazer distinção,
pela hemossedimentação, de coréias "reumáticas" das "não reumáticas" ou
"puras"
1 6>
( i i>
6 í J.
8 7. Entretanto, a maioria dos trabalhos ulteriores e os
nos-sos resultados mostraram o pouco valor da hemossedimentação mesmo
efe-tuada na fase aguda, pois apenas 32,30% de nosso pacientes apresentavam-na
acelerada, coincidindo com os dados de L e w i s - J o n s s o n
7 9e de Schwartzman
& col.
1 0 6. N ã o se justifica, mediante nossos estudos de correlações parciais,
a distinção de coréias em "reumáticas" ou "não reumáticas", pela
hemossedi-mentação. Neste grupo, deve-se levar em conta os variados fatores que
influenciam a hemossedimentação
1 4.
1 8.
1 2 5.
1 2 6. A comparação, por meio de
correlações estatísticas, entre a hemossedimentação e outros R F A S , foi
nega-tiva, em contradição com os resultados referidos por Popov & S t a m i s h e v a
9 5quanto à F R e, por Jakubkova & col.
G 0, quando compararam F R e CS.
Os dados hematológicos são contraditórios quando referidos à própria
R F
1 8.
2 7.
8 1>
; 2 9>
V á H. Quanto à C S tais dados são ainda mais pobres
3 8.
8 0>
8 3.
8 7.
i n. Nossos resultados mostram as dificuldades em se interpretar um
hemograma, pois 6 foram "duvidosos", além de que as manifestações
hemato-lógicas como expressão de um "estado infeccioso" no momento da "crise
co-rêica" são inconclusivas; pudemos encontrar no hemograma a expressão da
provável "infecção" em apenas 15 casos (27,58%). A anemia referida por
alguns autores
3 8>
8 3, não se confirmou em nossa casuística pois foi encontrada
em apenas 29,99%, sendo nítida somente em 11,66% dos casos. Fato
inte-ressante foi a alta porcentagem (81,66%) de eosinofilia em nosso material,
bem acima dos 6 a 20% assinalado por alguns autores
3 8.
4 9. Atribuímo-la
inicialmente a parasitoses intestinais comuns em nosso meio. Entretanto, os
exames parasitológicos f o r a m negativos na maioria de nossos pacientes. Esta
porcentagem elevada de eosinofilia talvez possa sugerir u m estado de
"alergo-sensibiiização" nos pacientes com C S , sendo necessária futuras investigações
para a exata interpretação de tal achado.
A reação de Weltmann é pouco utilizada como R F A S clássico, sendo
pouco referida na literatura que compulsamos. Décourt e S p i l b o r g h s
2 7uti-lizaram esta reação em pacientes com F R e em 7 corêicos, obtendo
positivi-dade de 90% em exames repetidos; porém, afirmam "não poder atribuir
qualquer valor aos diferentes números, observados ocasionalmente num
sen-tido ou noutro, durante a evolução da enfermidade". Estes autores referem
ainda outro tipo de reação de floculação proteica — reação do Octab, com
sais quaternários de amonio -— que resultou positiva em grande
porcenta-gem de pacientes com F R e em todos os 7 c o r ê i c o s
2 7. Nossos resultados
de reação de W e l t m a n n , positivos em apenas 21,87%, quando considerados
antes do tubo 5, não servem como elemento indicativo de atividade reumática
na C S . Quanto à reação do Octab
5 8>
5 9por dificuldades técnicas. Porém, outros a u t o r e s
3 1encontraram resultados
contraditórios com esta reação.
O valor das mucoproteínas aumentadas no soro é controvertido mesmo
em F R
6 9.
1 3 8, embora outros autores as considerem índice de manutenção de
estado reumático quando aumentadas
2 6>
2 8. E m coréias, entretanto, os
indi-ces de positividade são pequenos (18,2% ou 2/11 c o r ê i c o s
2 6) . W o o d e
M c Carthy
1 : 1 8observaram mucoproteínas mais elevadas quando a
hemossedi-mentação j á se normalizara. Nossos resultados de mucoproteínas elevadas
(8,2%) são ainda menores que os referidos por Décourt e c o l .
2 6.
2 8. Mesmo
em nossa casuística, a significancia é negativa para valores elevados, porém
significativa para valores normais, que predominam (91,8%). Parece-nos que
tais fatos vem de encontro às idéias de Kelley & col.
6 9da não especificidade
das alterações das mucoproteínas na F R inativa e na C S . E m vista da não
significancia das correlações parciais entre os 3 grupos iniciais propostos para
nossos corêicos, pode-se sugerir que o valor das mucoproteínas é independente
do fato de haver ou não concomitância de outras manifestações reumáticas
junto à CS, constituindo-se em outro R F A S "negativo" para as coréias.
A proteína reativa C é considerada por alguns autores como indicadora
de maior sensibilidade de processo reumático em atividade
5>
2 8.
3 3>
1 0 7>
1 2 9. P o
-rém, em corêicos a maioria dos pesquisadores a referem como ausente ou
pouco positiva
5.
8.
1 7,
2 8.
3 1.
3 2.
4 4.
7 6>
9 1.
m,
1 0 7,
1 1 6>
1 3 8; somente Rapoport
e Smirnova
1 Q 0verificaram proteína reativa C positiva em 34 de 38 corêicos.
Popov e Stamisheva
9 5encontraram correlação positiva entre 6 testes de R F A S
(incluída a P R C ) , enquanto Tampieri & c o l .
1 2 1não encontraram tal tipo de
correlação em 1.325 escolares entre 4 e 14 anos de idade, embora somente
com queixas vagas. Nossos resultados confirmam a maioria dos autores
ci-tados de que a proteína reativa C é m a u índice de R F A S para os corêicos
(somente 5,66% de positividade em nosso m a t e r i a l ) . N e s t a determinação, as
estatísticas de correlações parciais também não mostraram qualquer
signifi-cancia entre a proteína reativa C e outros R F A S .
Desde que surgiu, o estudo de anticorpos antiestreptocócicos mais
espe-cialmente da A S L - O revelou ser contraditório não somente quanto aos
valo-res considerados "normais" — uns considerando 200 unidades ( u )
1'
8 7, outros
250 u
2 8e ainda outros, acima de 400 u
9 1— como também quanto ao grau
de positividade, mesmo nos casos de F R
1.
5 0.
8 2.
9 5>
1 1 T. Inicialmente, foi
tenta-da a distinção entre coréias "reumáticas" e "puras", com base na
determina-ção dos títulos de A S L - O
9 6.
9 8. Outros autores não acharam fundamento
imunológico para tal divisão
5 5.
1 1 7.
1 2 2. Estudos evolutivos em pacientes com
F R e corêicos demonstraram a falta de evidência imunológica de infecção
estreptocócica recente cm casos de coréia "pura", o que seria explicado pelo
longo período decorrente entre a infecção e a coréia
1 1 7>
1 2 2. T a m b é m são
discordantes os achados de porcentagens de positividade dos títulos de A S L - O
nas coréias: uns, encontrando pouca positividade
6»
n»
8 7>
9 1e outros, com
por-centagens maiores
2 8.
4 4. .
5 5,
7 8>
9 8. Parece que a dosagem de dois ou mais
anticorpos antiestreptocócicos constitui índice de maior positividade seja em
F R seja em c o r ê i c o s
8.
1 2 2. Entretanto, A y u b e W a n n a m a k e r
8i-caram vantagens da a n t i - D N A - a s e - B sobre a A S L - O nos pacientes com coréia
"pura", sendo que esta última apresentava-se com títulos elevados por mais
tempo do que os outros anticorpos, relativamente aos pacientes que
apresen-tavam F R . Nossos resultados mostraram que mais da metade dos casos
de C S têm títulos altos de A S L - O (60,40%), porém não com porcentagens
tão altas como as referidas por outros autores
8>
2 8>
5 5>
9 6.
1 2 2. A falta de
cor-relação entre o aumento de títulos de A S L - O e qualquer outro tipo de R F A S ,
como já fora demonstrado
6 Ü, vem a favor da hipótese de uma reação
imuni-tária tardia na C S , como preceituaram alguns autores
8»
2 8.
5 5.
1 2 2, e, às vezes,
torna-se difícil estabelecer se houve ou não infecção estreptocócica prévia
clinicamente reconhecível. O fato de não haver diferenças entre nossos 3
grupos iniciais de C S propostos, quanto aos títulos de A S L - O , poderia
suge-rir uma etiopatogenia única das coréias de tipo infeccioso. Entretanto,
deve-se lembrar que outras infecções podem apredeve-sentar-deve-se com títulos altos deste
anticorpo antiestreptocócico
1. Interessante observar que Neimann & c o l .
9 1,
considerando títulos iguais ou superiores a 400 u, somente obtiveram
positi-vidade em 39 dentre 102 dosagens; consideraram este título limite porque
acharam que a maior certeza de uma infecção estreptocócica só pode ser
revelada quando se dosa pelo menos 3 anticorpos antiestreptocócicos, fato
demonstrado em parte
8. Se considerarmos o limite de 400 u em nossa
casuís-tica, somente 16 dos 43 casos estariam acima deste valor, o que daria uma
porcentagem de positividade de apenas 37,2%, pouco mais da metade da
anterior, reduzindo ainda mais a importância do título de A S L - O como R F A S .
O metabolismo do cobre é relativamente bem c o n h e c i d o
1 0.
9 4>
1 0 4e, em
certas condições como na gravidez
7 4.
8 4e em infecções e/ou inflamações
1 5>
7 3>
8 4.
1 0 4há hipercupremia, acompanhada geralmente de hiperceruloplasminemia.
N o recém-nascido h á hipocupremia e hipoceruloplasminemia
1 0 4. A única
re-ferência que encontramos quanto à dosagem do cobre em moléstias
extrapira-midais, que não a moléstia de Wilson, é a de Markowitz & col.
8 4na coréia
de Huntington ( e m 2 casos), estando elevado num caso e normal em outro;
a ceruloplasmina foi normal nos dois. Consideramos o cobre, e
subseqüente-mente a ceruloplasmina, como novos R F A S e nossos resultados falam a favor
de u m a constante hipercupremia, com conseqüente hiperceruloplasminemia.
Tais resultados, obtidos em vários casos mesmo após a remissão dos
movi-mentos corêicos, confirmaram os da fase aguda, embora o número fosse
pe-queno para permitir correlações. Mesmo assim, nossos resultados parecem
confirmar a teoria do "estado infeccioso e/ou inflamatorio" da C S , mesmo no
grupo 3 de nossos pacientes, nos quais não havia infecção recente e/ou
história de infecções pregressas repetidas. Entretanto, cabe aqui uma
res-salva: qualquer "estado infeccioso e/ou inflamatorio", não necessariamente
uma estreptococcia, conduziria a resultado semelhante.
Excetuando-se a paciente de Flink & col.
3 7, a qual apresentou
movimen-tos coreiformes faciais, e o de Hammarsten & S m i t h
4 6, que apresentou
movi-mentos atetóides, nenhum outro trabalho refere casos de hipomagnesemia
associados a movimentos corêicos
1 9.
5 7>
6 3>
1 2 0sempre relacionados a estados diarréicos, estados alcoólicos crônicos ou a
hidratações excessivas
3 0>
3 6>
4 7<
8 8.
9 0>
no.
1 1 9.
1 3 T. Admitimos que a
hipomagne-semia em nossos casos de C S possa ser um fato casual e conseqüente a
alguma outra perturbação, pois hipomagnesemias menores, descritas na
lite-ratura não se acompanharam de movimentos extrapiramidais
3 6>
4 7«
1 1 9>
1 2° .
Sa-bemos, entretanto, que a hipomagnesemia determina um efeito despolarizante
na membrana celular
1 2com liberação maior de acetilcolina. Estes fatos
po-dem nos conduzir a novos caminhos no estudo das hipomagnesemias e
molés-tias extrapiramidais.
E m nossa casuística, dentre 39 casos em que o enxofre foi dosado
71,79% apresentavam-no aumentado no soro. N ã o encontramos qualquer
re-ferência na literatura compulsada relativa a enxofre e sistema extrapiramidal.
Estudo mais amplo deverá ser efetuado antes de se tentar qualquer explicação
para o enxofre aumentado numa grande porcentagem de corêicos.
O padrão eletroforético das proteínas séricas é discutível, quanto à
espe-cificidade das várias frações, na F R : enquanto uns
2 8<
5 6apresentam padrões
definidos, outros
7 0>
1 0 2as acham de pouco valor absoluto na determinação da
atividade reumática. Quanto à correlação das alterações das frações
pro-teicas, comparadas com outros R F A S , os dados também são contraditórios,
mesmo na F R
6 0>
9 5. O padrão das alterações do proteinograma sérico de
nos-sos 24 corêicos aproxima-se ao descrito no reumático: diminuição da
albú-mina (16 casos ou 66,66%) e aumento, principalmente da fração alfa-2 (22
casos ou 91,66%). Estes dados coincidem com os de Décourt & c o l .
2 8e
Neimann & c o l .
9 1e, diferentemente destes autores, a fração alfa-l, em
nossa casuística, esteve aumentada em 12 casos, em 11 dos quais,
junta-mente com elevação da fração alfa-2. Porém, o aumento da fração
globu-lina gama em nossos casos (20 ou 83,33%), foge um pouco do padrão
reu-mático e dos achados de Décourt & c o l .
2 8e Neimann & col.
9 1. N ã o foi
pos-sível obter, para os dados relativos ao proteinograma sérico, os testes de
média de proporções e de correlações parciais por ser pequena a casuística.
Quanto às alterações do proteinograma liquórico, os 6 casos em que houve
aumento da fração pré-albumina se aproximam aos resultados obtidos por
K a w i a k e D u d k o w s k a
6 7, mas nossa casuística é pequena para permitir
qual-quer tratamento estatístico.
Os dados eletrencefalográficos são ainda mais contraditórios e geralmente
com casuísticas pequenas. A s primeiras descrições são de Usher & Jasper
1 2 8em 1952 é que a celeuma foi levantada, com o trabalho de Strauss & c o l .
1 2 8,
em 25 C S , concluindo que quando o traçado fosse normal era indicativo de
coréia "reumática"; se fosse anormal, não era C S "reumática" e sim, a
expres-são de uma "encefalitc". Poucos autores apoiaram esta t e o r i a
7 5, enquanto
outros não verificaram esta distinção
5 S>
5 4. R a d e m e c k e r
9 7, refere que B u
-chanan & col. descreveram alterações semelhantes às de U s h e r & col.,
enquanto Gibbs & col. relataram alterações no lado contralateral nos casos
de hemicoréia, fato não confirmado por outros
5 ; {>
5 4e por nós. G a b r i e l
4 0somente se referiu a altei ações eletrencefalográficas constituidas por ondas
lentas 3 a 4 ç/s, de predomínio posterior, enquanto L e s s o f
7 8afirmou não
"existir anormalidade específica no E E G dos corêicos, os traçados não se
distinguindo dos de crianças normais". Kanigowski & Glinka-Rzeznicka
re-ferem-se a ondas teta e delta como alterações em todos seus corêicos e que
desapareciam com injeção intra-tecal de reserpina. Outros autores
8 9>
9 ; iten-taram estabelecer correlações entre traçados de crianças com F R e C S , fato
não confirmado por Diamond & T e n t l e r
2 9. A tentativa de correlacionar
alte-rações eletrencefalográficas e títulos de A S L - O foi negativa
6~, assim como
foi negada a existência de "doença cerebral reumatismal"
2 9. Mais
recente-mente, em tratados de E E G
7 1.
7 2, limitam-se os autores a citar 50 a 60% da
anormalidade nas CS, ou pequenas alterações gerais não específicas
seme-lhante às encontradas em inflamações inespecíficas. A porcentagem de
anor-malidade, em nossa cauística, durante a fase aguda foi de 45,24%, inferior
às de vários autores, situada entre 50 e 60%
7 2. Entretanto, esta
porcen-tagem diminuiu para 29,14% na fase de remissão, o que talvez esteja mais
de acordo com a realidade expressa por E E G evolutivos. Assim, verificamos
que grande parte "das desorganizações do ritmo alfa" em áreas occipitais
normalizou-se: 6 na fase aguda contra 2 na fase de remissão (tabela 8 ) ; um
destes últimos, no entanto, normalizou-se em traçado posterior. A
incidên-cia de ondas lentas, teta ou delta, em áreas posteriores, incluida nos 2
ró-tulos "disritmia paroxística em áreas posteriores" e "traçados lentos
anor-mais para a idade", ainda é objeto de discussão quanto ao seu significado,
levando em conta o grupo etário a que pertenciam as crianças incluidas
em ambos os rótulos (4 a 11 anos, quando a incidência de tais ondas é
consi-derada como fato n o r m a l ) . A t é a adolescência os vários autores discutem
o valor das ondas lentas em regiões posteriores
s 5<
4 1>
4 2.
6 1.
7 7.
9 2.
1 1 4, achando
alguns que seu aparecimento dependeria da maturação cerebral: quanto mais
jovem a criança, maior o contingente de ondas lentas posteriores, tendendo a
desaparecer até a adolescência. Entretanto, a avaliação individual quanto
à proporção de ondas lentas que ocorrem numa determinada idade é muito
importante, e mesmo em crianças normais, é difícil estabelecer critério de
normalidade para um dado grupo etário. Dos traçados com "disritmia
paro-xística temporal" apenas dois persistiram com a anormalidade, e somente um
(caso 33) exigiu terapia anticonvulsivante. Nossa casuística é pequena, assim
como o seguimento insuficiente em alguns casos, para se fazer qualquer
cor-relação entre as alterações do E E G nas fases aguda e de remissão; o mesmo
se pode dizer quanto à correlação entre anormalidades ao E E G e lateralização
das hipercinesias, como referiram Gibbs & col. (citados por R a d e m e c k e r
9 7fato não verificado por outros autores 5 3 > 5 4
. A s correlações entre número to-tal de E E G alterados (nas fases a g u d a e de remissão) contra os R F A S
reve-laram-se não significantes. Segundo nosso achados, concordantes com os de H u m b e r t & col. 5 3
» 5 4
, não se justifica a separação entre coréias "reumáticas"
e "não reumáticas" sob o aspecto das alterações eletrencefalográficas, pois não encontramos diferenças, para os 3 grupos inicialmente propostos, quanto
aos dados do E E G .
C O N C L U S Õ E S
A tentativa de caracterizar biológicamente a coréia de Sydenham me-diante alguns exames complementares séricos mostrou q u e : 1) os "reagentes
da fase aguda do soro" clássicos (hemossedimentação, hemograma, reação de Weltmann, proteína reativa C e mucoproteínas) não foram conclusivos para
tal propósito; 2) os "reagentes da fase aguda do soro" que mais alterações mostraram na coréia de Sydenham foram o cobre e a ceruloplasmina, a ele-troforese de proteínas séricas (frações globulínicas alfa-2 e g a m a ) e a
anti-estreptolisina O ; 3) os "reagentes da fase aguda do soro" não devem ser valorizados isoladamente, mas é possível que a conjugação de dois ou mais
deles possam, num dado momento da história dessa moléstia, caracterizar u m estado infeccioso e/ou inflamatorio; 4) a eosinofilia foi encontrada em alta
percentagem de nossa casuística (81,66%), exigindo estudos ulteriores para confirmação; 5) as correlações dos vários "reagentes da fase aguda do
soro" estudados, entre si e contra os outros parâmetros determinados ( m a g -nesio, enxofre e E E G ) não se mostraram estatisticamente significantes, não
somente ao serem comparados os três grupos iniciais propostos, como no todo, o que pode sugerir uma patogenia unitária para a coréia de Sydenham;
6) foi encontrada percentagem elevada de casos com hipomagnesemia (86,84%), embora em níveis não acentuadamente baixos; 7) o enxofre esteve elevado
em 71,79% de nossa casuística.
O E E G não é elemento que possa permitir distinção entre coréia "pura" e "reumática", e sua valorização não pode ser baseada em um único
tra-çado, e sim, em traçados evolutivos mediante prolongado seguimento.
S U M M A R Y
The value of some laboratorial data in Sydenham's chorea
S i x t y e i g h t cases o f S y d e n h a m ' s chorea ( S C ) w e r e studied w i t h the purpose o f c h a r a c t e r i z i n g b i o l o g i c a l l y t h e choreic individual b y means o f
some l a b o r a t o r i a l data. B a s e d on antecedents, o n the presence o f r e c e n t infectious disease, on clinical e x a m i n a t i o n , on e l e c t r o c a r d i o g r a p h s and x - r a y s
of the heart, and a c c o r d i n g t o a m o d i f i e d Jones c r i t e r i a the patients w e r e initially divided in t h r e e g r o u p s : a) G r o u p 1 — 30 patients ( c a s e 1 t o 30)
p r e v i o u o r present infectious s t a t e w i t h o u t a c t i v e R F ; c ) G r o u p 3 — 18
patients (cases 51 to 68) w h i c h presented "pure" S C , not h a v i n g a n y t h i n g in their antecedents, o r in present history, nor in their physical examinations
t h a t could justify c a l l i n g t h e m " r h e u m a t i c " o r "infectious". H o w e v e r the analysis of the clinical data, by means o f the h o m o g e n i z a t i o n tests ( q u i square or the e x a c t F i s h e r t e s t ) and Goodman's contrast test showed the
a r t i f i c i a l i t y of this grouping, w h i c h could not be l o n g e r sustained.
F r o m the 68 cases studied the a v e r a g e a g e g r o u p w a s 9 . 9 years, w i t h
the m a x i m u m a g e being 17 years, and the m i n i m u m a g e being 4 . 5 years. 47 of the cases w e r e f e m a l e s as c o m p a r e d to 21 males ( 2 . 2 to 1 ) ; 60 patients w e r e w h i t e , 7 dark-skinned and one n e g r o . T h e a v e r a g e evolution t i m e of the choreic syndrome, at the t i m e of the first consultation, w a s 6 months and 7 days, w i t h a m i n i m u m of 13 days and a m a x i m u m of 60 months. T h e
inci-dence of the o u t b r e a k as far as the season of the y e a r is concerned, w a s as f o l l o w s : 31 cases b e t w e e n autumn and w i n t e r ; 14 cases in spring and 22 in summer.
T h e f o l l o w i n g l a b o r a t o r y e x a m i n a t i o n s h a v e been m a d e : a) "classical acute phase s e r u m r e a g e n t s " ( A P S R ) : sedimentation rate, d i f f e r e n t i a l blood
count, W e l t m a n n reaction, mucoproteins, C r e a c t i v e protein, antistreptolysin-O titter, electrophoresis of serum proteins; b) copper and ceruloplasmin; c) m a g n e s i u m ; d) sulphur; e) electrophoresis of cerebrospinal fluid ( C S F ) proteins; f) e l e c t r o e n c e p h a l o g r a m s ( E E G ) .
F o r each of the t h r e e initial groups, considering the l a b o r a t o r y e x a m i
-nations c a r r i e d out, the correlations b e t w e e n the A P S R s w e r e studied and
c o m p a r e d w i t h the e l e c t r o e n c e p h a l o g r a m s , in accordance w i t h p a r t i a l c o r r e
-lation tests. T h e analysis of association tables as m a d e in accordance w i t h
the e x a c t F i s h e r method, the M c N e m a r m e t h o d and also b y using the Goodman
method. T h e real a v e r a g e values w e r e e s t i m a t e d f r o m the A P S R results
and the e l e c t r o e n c e p h a l o g r a m s , b y points and intervals. T h e significance
levels f o r these tests w e r e 5% and the confidence intervals ( C I ) r e f e r r e d to
f o r the percentages obtained f o r each A P S R and f o r the e l e c t r o n c e p h a l o g r a m s
w e r e estimated using tables w i t h a confidence of 9 5 % .
T h e A P S R s t h a t s h o w e d the highest p o s i t i v e indexes in the confidence intervale, independently of any correlation, w e r e : a) antistreptolysin-O (n =
43) w a s high in 6 0 . 4 6 % (confidence i n t e r v a l ( C I ) = 45.86 to 7 5 . 0 6 % ) ) , w h e n the n o r m a l limit w a s considered up t o 250 units; considering the n o r m a l l i m i t
of up to 333 units, t h e r e f o r e considering high titers s t a r t i n g at 400 units, the p e r c e n t a g e of p o s i t i v i t y fell to about half of the previous v a l u e ( 3 7 . 2 % ) ;
b) copper ( n = 3 9 ) appeared as the m o s t a l t e r e d A P S R in o u r casuistics,
w i t h 9 4 . 9 7 % ( C I = 8 1 . 0 to 9 8 . 0 % ) of high v a l u e s ; the ceruloplasmin ( n = 40) k e p t pace w i t h copper and w a s increased in 9 0 . 0 % ( C I = 80.7 to 9 9 . 3 % ;
c) the serum p r o t e i n o g r a m ( n = 2 4 ) s h o w e d patterns similar to those of the
R F , t h a t is, decrease in albumin in 6 6 . 6 6 % and increase in alpha-2-globulin
6 5 . 7 6 % ) ; g a m m a - g l o b u l i n , opposing the initial acute r h e u m a t i c patterns showed
itself to be quite high 8 3 . 3 3 % ( C I = 68.43 to 9 8 . 2 3 % ) ; d) m a g n e s i u m (n = 3 8 ) decreased in 8 6 . 8 4 % ( C I = 76.09 to 9 7 . 5 9 % ) , increased in 4 cases
( 1 0 . 5 2 % , C I = 2 . 5 to 2 5 . 0 % ) and w a s n o r m a l in one case ( 2 . 6 4 % , ) ; e) sulphur ( l i k e SO4 i o n ) w a s increased in 7 1 . 7 9 % of the cases ( C I = 57.68
to 8 5 . 9 0 % ) ; f) the cerebrospinal fluid's p r o t e i n o g r a m ( n = 13) s h o w e d an increase of prealbumin in 6 cases ( 4 6 . 1 5 % ) ; g) the E E G , during the acute
phase (n = 42) showed a n o r m a l i t y in 4 5 . 2 4 % of the cases ( C I = 30.19 to 6 0 . 2 9 % ) ; p a r t of these anormalities persisted up t o the phase o f remission, w h e n f r o m 34 E E G o n l y 2 9 . 4 1 % ( C I = 14.11 to 4 4 . 7 1 % ) showed a n o r m a l i
-ties (10 c a s e s ) ; a m o n g these, t w o w e r e "disorganization of the alpha r h y t h m " , one of w h i c h n o r m a l i z e d rapidly, a n o t h e r showed o n l y a s y m m e t r y and m a y
be considered n o r m a l ; t h e r e r e m a i n e d then only 7 cases in the remission phase, w i t h persistent anormalities, w h i c h h o w e v e r , a r e discussible as to
their pathologic significance in the ones labeled as " s l o w f o r the a g e " and " p a r o x y s t i c d y s r h y t m i a by s l o w w a v e s " in the occipital areas, in v i e w of the
a g e g r o u p to w h i c h t h e y b e l o n g (4 to 11 y e a r s ) . O n l y t w o cases, in the remission phase, had anormalities in the t e m p o r a l and occipital a r e a s : case
29, w i t h suggestion of " p a r o x y s t i c d y s r h y t h m i a in the left occipital region, by acute a t y p i c a l w a v e s " , and case 33, w i t h " p a r o x y s t i c d y s r h y t h m i a in
the l e f t - t e m p o r a l region, by hypersynchronic w a v e s " ; this one w a s the only case that required anticonvulsive t r e a t m e n t .
I n concluding, the a t t e m p t to c h a r a c t e r i z e S y d e n h a m ' s chorea by means
of some l a b o r a t o r y serum examinations s h o w e d t h a t : 1 ) T h e classical "acute
phase serum r e a g e n t s " ( s e d i m e n t a t i o n rate, blood count, W e l t m a n n reaction,
C r e a c t i v e protein and m u c o p r o t e i n s ) w e r e not conclusive f o r this purpose; 2 ) the "acute phase serum r e a g e n t s " t h a t presented the g r e a t e s t alterations
in Sydenham's chorea w e r e copper and ceruloplasmin, electrophoresis of
serum proteins (alpha-2 and g a m m a globulin f r a c t i o n s ) and a n t i s t r e p t o l y s i n - O ;
3 ) the "acute phase s e r u m r e a g e n t s " w h e n e v a l u a t e d s e p a r a t e l y w e r e of little value, but it is quite possible t h a t t w o or m o r e taken a l t o g e t h e r could,
in certain instances of the evolution of the disease, c h a r a c t e r i z e "an
infec-tious a n d / o r i n f l a m m a t o r y s t a g e " ; 4 ) eosinophilia w a s o b s e r v e d in a high
p e r c e n t a g e of cases ( 8 1 . 6 6 % ) r e q u i r i n g further studies f o r c o n f i r m a t i o n pur-poses; 5 ) the c o r r e l a t i o n of the v a r i o u s "acute phase s e r u m r e a g e n t s " studied
a m o n g t h e m and in comparison w i t h o t h e r d e t e r m i n e d p a r a m e t e r ( m a g n e
-sium, sulphur, and E E G s ) did not s h o w statistical significance, not o n l y
w h e n c o m p a r i n g the t h r e e initial groups, but also in its t o t a l i t y , facts t h a t m a y suggest a unitarian p a t h o g e n y f o r S y d e n h a m ' s c h o r e a ; 6 ) a high
per-c e n t a g e of h y p o m a g n e s e m i a w a s found ( 8 6 . 8 4 % ) although a t not t o o l o w
l e v e l s ; 7 ) sulphur w a s high in 7 1 . 7 9 % of the cases.
T h e E E G is not an e l e m e n t a l l o w i n g distinction b e t w e e n a "pure" and a " r h e u m a t i c " chorea, and its v a l o r i z a t i o n m a y not be based on a unique
record, but on e v o l u t i v e records, because o n l y w i t h a p r o l o n g e d f o l l o w - u p is it possible to be certain of the persistence o r not o f the encephalographic
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