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Efeitos da prática de Yoga na memória e em parâmetros psicológicos e fisiológicos de indivíduos saudáveis

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Kliger Kissinger Fernandes Rocha

EFEITOS DA PRÁTICA DE YOGA NA MEMÓRIA E EM PARÂMETROS PSICOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS DE INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para obtenção do grau de Doutor em Psicobiologia - Área de Concentração: Psicologia Fisiológica.

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Kliger Kissinger Fernandes Rocha

EFEITOS DA PRÁTICA DE YOGA NA MEMÓRIA E EM PARÂMETROS PSICOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS DE INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para obtenção do grau de Doutor em Psicobiologia - Área de Concentração: Psicologia Fisiológica.

Orientadora: Dra. Regina Helena da Silva

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Centro de Biociências

Rocha, Kliger Kissinger Fernandes.

Efeitos da prática de Yoga na memória e em parâmetros psicológicos e fisiológicos de indivíduos saudáveis / Kliger Kissinger Fernandes Rocha. – Natal, RN, 2011.

158 f. : Il.

Orientadora: Profa. Dra. Regina Helena da Silva.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia.

1. Yoga – Tese 2. Atividade física – Tese. 3. memória – Tese. I. Silva, Regina Helena. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

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(5)

Dedico com muito amor este trabalho

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AGRADECIMENTOS

Namastê!

Meu melhor agradecimento a Deus pelas condições e oportunidades de

aprendizado na jornada evolutiva e por infinitos motivos de gratidão. Busco e

encontro em Deus a transcendência para superar minhas limitações na vida e

neste doutoramento que continua, pois me sinto um eterno aprendiz.

Agradecimentos muito especiais a minha família dedicada e amorosa

nos cuidados com meu bem-estar e minha evolução, e também na minha

formação como homem de bem e profissional competente. Em cada realização

na minha vida tem a participação especial de minha família. Destaco nesta

empreitada de doutoramento as colaborações de minha irmã Kelly Rocha e

minha mãe por terem me servido tanto e incansavelmente.

Gratidão aos voluntários que participaram das pesquisas no Brasil e no

Canadá, por estarem pré-dispostos a serem testados diversas vezes,

principalmente por confiarem em mim como facilitador de Yoga e pesquisador.

Obrigado às orientadoras no Brasil: Dra. Regina Silva e Dra. Fabíola

Albuquerque, e aos orientadores no Canadá: Martha Traverso-Yepes (PhD),

David Behm (PhD) e Duanne Button (PhD) por me apoiarem neste processo de

doutoramento.

Agradecimentos aos amigos e amigas incentivadores(as) e

facilitadores(as), principalmente pelos salutares momentos que me

fortaleceram neste período: Gilmara Susy de Aquino, Hani Helen Rafael,

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Rocha (in memorian), Maria Anunciada da Silva (in memorian), Frederico

Menezes, Dr. Paulo Marinho, Dra. Andrea Viana, Jomar Morais, Dr. Andre

Mendes, Rose Mendes, Simran Arora, Radha Gupta (PhD), Ayesha Fiech,

Matthew Miné-Goldring, Krista, Cristiane Cunha, e Márcia Jorge.

Agradeço à todos os educadores que contribuíram na minha formação

profissional, porque em toda conquista profissional tem um ou vários

ensinamentos recordados de um educador.

Sou grato aos Professores e funcionários do Departamento de Fisiologia

da UFRN, e do Departamento de Educação Física e do Departamento de

Promoção de Saúde da Memorial University of Newfoundland no Canadá que

colaboraram neste doutoramento. Destaco as contribuições no Brasil de Dra.

Alessandra Ribeiro, Dr. Dráulio de Araújo, Dr. Sidarta Ribeiro, Dra. Maria

Bernadete Souza, e da Dra. Fivia Lopes, e as contribuições no Canadá de

Veeresh Gadag, Tim Alkanan, Ginny Ryan e Yvonne Collett.

Gratidão ao Comandante do 7° Batalhão de Engenharia de Combate do

Exército Brasileiro, Odilon Mazzini Junior pelo apoio, incentivo, e anuência no

Batalhão Visconde de Taunay, e ao Major Carlos Cunha por facilitar toda fase

de coleta de dados no batalhão.

Sou grato à banca examinadora por terem aceitado o convite de avaliar

e contribuir com melhorias neste trabalho.

Agradecimentos a tudo, todos e todas que contribuíram na minha

evolução nesta fase de doutoramento e não foram citados. Pois, considero o

anonimato no bem de alguém a melhor expressão de amor, e reconheço

também o tesouro do aprendizado na superação dos obstáculos.

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"Que um dia eu esteja pronto e amadurecido no grande meio-dia, pronto e amadurecido tal qual o bronze ardente, a nuvem prenhe, pronto para mim próprio e para o querer mais secreto, um arco no ardor de sua flecha, uma flecha no ardor de seu astro."

(Friederich Nietzsche)

"O intento humano mais importante é o empenho pela moralidade em nossas ações. Nosso equilíbrio interior e até mesmo a nossa própria existência dependem disso. Apenas a moralidade em nossas ações pode conferir beleza e dignidade à vida." (Albert Einstein)

"Não acrediteis em coisa alguma... mas aquilo que vós mesmos experimentastes, provastes e reconhecestes verdadeiro, aquilo que corresponde ao vosso bem e ao bem dos outros - isso deveis aceitar, e por isso moldar a vossa conduta."

(Siddhartha Gautama)

"Quando a mente se aquieta, o eu repousa em sua morada, mas quando a mente não está quieta, quando está divagando, quando é atraída para objetos externos, o eu vai atrás da mente, e, nesse movimento de segui-la, não consegue repousar em sua morada."

(9)

RESUMO

Técnicas de controle de mente e do corpo parecem beneficiar o organismo de

forma geral e em particular a cognição, porque envolvem prática de atenção

plena. No entanto, ainda há uma escassez de estudos com métodos bem

controlados para investigação dos possíveis efeitos de práticas de Yoga. Neste

trabalho, investigamos os efeitos da prática regular de Yoga, incluindo posturas

psicofísicas (asanas), técnicas respiratórias e exercícios meditativos, na

memória e em parâmetros psicológicos e fisiológicos relacionados à qualidade

de vida. Houve melhoria significante em desempenho de tarefas de memória

de curto e longo prazos. Observamos também efeitos benéficos significantes

em parâmetros psicológicos e fisiológicos, como humor, ansiedade, depressão,

estresse, e modulação de parâmetros relacionados ao sistema nervoso

autônomo, no grupo praticante de Yoga em comparação ao grupo que realizou

prática física convencional. Os resultados sugerem possíveis influências do

estresse, do estado emocional e do treinamento mental nos efeitos cognitivos

da prática de Yoga. Nossos resultados corroboram a indicação da prática de

Yoga no tratamento ou prevenção de doenças relacionadas ao estresse, de

distúrbios psicológicos e de suas possíveis consequências cognitivas.

(10)

ABSTRACT

Techniques of mind & body control seem to benefit human organism in general

and cognition in particular, because they involve a mindfulness practice.

However, there is still a scarcity of studies with well-controlled methods to

investigate the possible effects of Yoga practice. In this study, we investigated

the effects of regular Yoga practice, based on Yoga postures (asanas),

breathing techniques, and meditation exercises, on memory and physiologic

and psychological parameters related to quality of life. There were significant

improvements on performance tasks of short term memory and long term

memory. We also observed significant beneficial effects on psychological and

physiological parameters such as mood, anxiety, depression, stress, and

modulation of the autonomic nervous system in Yoga practitioners group

compared to the conventional physical exercises group. The results suggest the

possible influences of stress, emotional state and mental training on cognitive

effects of yoga practice. Our results support the indication of practice of Yoga

for the treatment or prevention of stress, psychological disorders and their

possible cognitive consequences.

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SUMÁRIO

1.Introdução ... 1

1.1 A Prática de Yoga ... 4

1.2 Yoga e Efeitos Psicofisiológicos ... 6

1.3 Yoga e Estresse ... 8

1.4 Yoga, Cognição e Estresse ... 13

1.5 Justificativa ... 20

1.6 Hipótese ... 23

2.Objetivos ... 24

2.1 Artigo 1: Improvement in physiological and psychological parameters after six months of yoga practice ... 25

2.2 Artigo 2: Meditation practice improves the performance of healthy man in a working memory task ... 53

2.3 Artigo 3: Yoga Breathing Can Modulate the Autonomous Nervous System and Mood During Physical Exercise ... 85

3. Discussão Geral ... 123

4. Conclusões ... 127

5. Referências Bibliográficas ... 128

6. Anexos ... 141

A. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ... 142

B. Questionário Sócio-Demográfico ... 143

C. Prática de Yoga ... 144

(12)

1 1. Introdução

O termo Yoga, etmologicamente vem do radical Yuj em sânscrito, e significa

“integrar” (Gharote 2002). Yoga é uma disciplina antiga que objetiva promover

equilíbrio e saúde às dimensões física, mental, emocional e espiritual do indivíduo

(Ross & Thomas 2010). Atualmente, diversas práticas psicofísicas de bem-estar e

relaxamento, em especial as orientais (Raingruber & Robinson, 2007), têm sido

procuradas para administrar o estresse vivido nos centros urbanos. Entre elas, figura

o Yoga, que surgiu na Índia, e teve sua primeira sistematização escrita feita por

Patañjali (Peçanha & Campana 2011).

Registros antigos sobre o Yoga estão nos Vedas, textos sagrados do

Hinduísmo, de cerca de 1500 a.C., mas o Yoga só sofreu efetivamente uma

sistematização nos Yoga-Sutras, conjunto de 196 aforismos atribuídos ao sábio

Patañjali. Há também outros textos sobre Yoga, mas considera-se o Yoga-Sutra o

mais estudado. No contexto da tradição do Yoga, das seis escolas da filosofia hindu,

o Yoga significa especificamente a escola de Patañjali, autor ou compilador do

Yoga-Sutra. A escola de Patañjali foi a que acabou sendo reconhecida como o

sistema oficial da tradição yogue. Cada escola do Hinduísmo produziu o seu próprio

Sutra, palavra sânscrita que significa literalmente “fio”. Um sutra é uma composição

de afirmações aforísticas que, juntas, dão ao leitor como que um fio com que

amarrar todas as idéias importantes que caracterizam aquela escola de pensamento

(Feuerstein 2001).

O Yoga-Sutra de Patañjali é chamado de Ashtanga Yoga (Ashtanga significa

oito partes) por apresentar oito passos definidos para se alcançar a meta do Yoga,

(13)

2 asana (posturas psicofísicas), pranayama (exercícios respiratórios para controle da

energia vital), pratyahara (abstração dos sentidos), dharana (concentração), dyana

(meditação), e samadhi (dissolução do ego) (Peçanha & Campana 2011; Ross &

Thomas 2010; Taimni 2004).

No Oriente, o Yoga representa, essencialmente, uma filosofia de vida. No

Ocidente, o Yoga vem caracterizando-se como um sistema de práticas, sobretudo

de posturas psicofísicas (asanas) visando à obtenção de saúde e administração do

estresse (Gharote 2002). Neste estudo abordaremos posturas, exercícios

respiratórios, concentração e meditação. No entanto, segundo a tradição, deve ser

enfatizado que estes são apenas benefícios marginais de praticar Yoga (Salagame

2011).

O Yoga engloba várias correntes ou caminhos para a realização do indivíduo,

como: Krya, incluindo Hatha Yoga (Yoga da técnica), Jnana (Yoga do

conhecimento), Bhakti (Yoga da devoção), Karma (Yoga do serviço) e Raja Yoga

(integral, pois combina os quatro tipos precedentes). Assim, costuma-se dizer que

para cada tipo de pessoa há uma modalidade de Yoga (Peçanha & Campana 2011).

Muitos anos antes de as teorias psicanalíticas surgirem, o Yoga já enfocava a

análise da consciência. Acredita-se até que os conceitos da psicanálise de Freud

trazem princípios do Yoga, que chegaram até ele por meio de Schopennhauer,

filósofo alemão que mais se inspirou nos textos clássicos da Índia (Feuerstein 2001).

De acordo com Yoga Sutra 1.2, Yoga refere-se à cessação dos “turbilhões mentais”.

Ainda, a consciência é classificada em: mente, que faz a ligação entre o mundo

sensorial e o mundo interior; intelecto, sede da memória, das impressões latentes e

o determinador da natureza dos fenômenos; e o ego, responsável pelo princípio de

(14)

3

Acredita-se que a execução de exercícios de Yoga proporcione mudanças e

benefícios no funcionamento de todo o organismo e permita a melhora das funções

psíquicas; tanto cognitivas como afetivas, melhorando a memória, reduzindo a

tensão emocional, a depressão, a ansiedade e a irritabilidade (Gonzalez &

Waterland 1998). Propõe-se também que essa prática pode trazer benefícios para o

tratamento de doenças de ordem psíquica, tais como neuroses, estados psicóticos e

pré-psicóticos, e melhora de sintomas relacionados ao estresse, promovendo

relaxamento e maior sentimento de autodomínio.

Yardi (2001) propôs que, na prática do Yoga, a hipossensibilização

sistemática dos sentidos em relação aos estímulos externos (relaxamento)

proporciona a concentração ou fixação (em sânscrito; dharana) essencial à

sensibilização para a autopercepção. E, este treinamento e aguçamento mental

associado ao trabalho de outros compartimentos de nossa esfera somatopsíquica1,

ajudam os praticantes do Yoga a melhor lidar com seu ambiente interno e externo.

Diversos fatores estressantes psicológicos ou fisiológicos, internos ou externos ao

corpo, são responsáveis pelo desequilíbrio do estado de saúde e bem-estar,

podendo causar doenças. Uma tentativa sistemática de reduzir a intensidade dos

fatores estressantes pode ser através do Yoga, de modo que os efeitos de uma

resposta somatopsíquica desarmônica a esses fatores podem ser reduzidos (Yardi

2001).

(15)

4 1.1 A prática de Yoga

Na tradição do Yoga, a prática agrega valores morais, posturas psicofísicas,

controle respiratório, concentração, meditação e estado de êxtase. Entretanto, nesta

investigação, assim como geralmente ocorre com os praticantes ocidentais, a prática

se deterá em asanas ou posturas psicofísicas, respiração e exercícios de meditação

(Anexo C). Asana refere-se à terceira parte da disciplina do Yoga (Yoga-sutra, II, 29,

Taimni 2004). A palavra “asana” deriva do radical sânscrito “ãs” e significa sentar-se.

Literalmente significa “assento” ou “postura”. (Feuerstein 2001).

A finalidade do asana é treinar a mente para a integração corpo e mente, ou

seja, é a inibição das modificações da mente. Para o Yoga clássico, o caminho mais

fácil para alcançar a consciência plena é partir dos aspectos visíveis e palpáveis,

como o corpo, em direção aos mais sutis, como a respiração e a mente.

Blay (2001) ressalta que a execução de asana dentro do Hatha Yoga segue

uma série de normas para alcançar os objetivos da prática, o que também os

distinguem de qualquer outra atividade. Para que a posição adotada realmente seja

asana, deve apresentar uma série de características, sendo que as principais são:

1. Permanência progressivamente prolongada, pois o objetivo da prática de

asanas é fazer o praticante perceber a conexão que existe entre corpo e

mente, descobrindo que as posturas provocam um efeito nas próprias

emoções e no fluxo de pensamentos. E, com o refinamento dessa percepção,

o praticante é levado a entender o inverso: os estados mentais influenciam a

saúde do corpo. Com mais consciência do corpo, ganhar-se-ia mais

consciência sobre os estados mentais. A maior parte dos asanas é executada

(16)

5

progredindo na prática, diversamente dos exercícios da ginástica ocidental,

que são feitos sempre repetidas vezes. Segundo Blay (2001) manter a

atenção nas percepções do corpo torna a postura estável e confortável e

prepara a mente para a meditação, ocorrendo uma descontinuação

progressiva dos conteúdos mentais do cotidiano.

2. Extrema lentidão de execução. Essa lentidão permite que o praticante se

coloque no asana de forma precisa, tomando consciência de cada momento e

de cada detalhe importante (alinhamento, relaxamento ou contração dos

músculos corretos, a variação mais adequada para o seu estágio de

desenvolvimento, etc.) para que obtenha o melhor proveito possível da

posição final. A execução lenta também favorece a manutanção do estado de

interiorização obtido no asana precedente.

3. Normalmente devem realizar-se de forma suave, evitando o esforço e

promovendo a descontração e a consciência corporal. Essa regra também

garante que cada praticante seguirá o seu próprio ritmo, mantendo a posição

somente enquanto perceber que a permanência é construtiva. Com essa

atitude o praticante começa a trazer à consciência a propriocepção.

4. Absoluta necessidade de que a prática de cada asana esteja acompanhada

simultaneamente dos seguintes fatores: regularidade da respiração,

relaxamento e atitude mental adequada. A respiração, se torna mais profunda

e regular como uma necessidade natural à medida que nos concentramos na

posição, para que se exerça esse domínio da consciência sobre o corpo que

deve ocorrer no asana. A atitude mental é esse estado de interiorização

obtido, a consciência de todas essas ações internas que descrevemos e a

(17)

6

Ao praticar os asanas, há oportunidade de tornar tensões musculares

conscientes para então tentar desfazê-las através do relaxamento. Além disso,

observando essa regra, pode ocorrer também um relaxamento mental e emocional

(Blay 2001).

1.2 Yoga e Efeitos Psicofisiológicos

A Yogaterapia, como ciência, foi pioneiramente desenvolvida no Instituto de

Kaivalyadhama, em Lonavla, Índia. Seu fundador foi Swami Kuvalayananda em

1924. O primeiro periódico científico produzido foi o Yoga Mimansa que publicou

muitos estudos, tratando especialmente da relação entre Yoga e fisiologia (por ex:

prática de asanas e controle da pressão arterial) (Peçanha & Campana 2011).

No Ocidente, o pioneirismo nas pesquisas na área coube a Therese Brosse,

na França, queevidenciou os efeitos da meditação em exames eletrocardiológicos

(Peçanha & Campana 2011).

Há um estudo também sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos do

Hatha-Yoga em mulheres saudáveis, o qual demonstrou uma diminuição significativa da

freqüência cardíaca durante sua prática. Entre os parâmetros psicológicos avaliados

(através de um inventário), as praticantes mostraram pronunciada melhoria da

satisfação com a vida, melhor capacidade de lidar com estressores, índices menores

de excitabilidade, agressividade, emotividade, menor número de queixas somáticas,

e maior extroversão (Schell et al. 1994).

Em 1998, um novo estudo pareceu confirmar a capacidade de mudanças do

(18)

7

necessidade de angioplastia e cirurgia de revascularização miocárdica em

coronariopatas (Ornish et al. 1998).

Na área da ortopedia, um estudo com 42 pacientes demonstrou que um

regime de tratamento de oito semanas de duração, baseado em 11 posturas de

Yoga foi mais eficaz no alívio de alguns sinais e sintomas da síndrome do túnel do

carpo (incluindo força de pressão, intensidade dolorosa e distúrbio do sono), que a

ausência de tratamento ou a colocação de tala no pulso (Garfinkel et al. 1998).

A prática de Yoga por pacientes psiquiátricos em um Núcleo de Atenção

Psicossocial proporcionou maior integração do grupo e maior participação dos

pacientes em outras atividades promovidas pelo serviço. Em relação ao

comportamento dos clientes, auxiliou no autocontrole, reduziu a ansiedade,

promoveu relaxamento e melhorou a auto-estima (Souza 1999).

Estudos mostraram uma associação entre a prática de yoga ou meditação e

um aumento dos níveis séricos de melatonina, um antioxidante natural produzido

pela glândula pineal (Martarelli et al. 2009; Harinath et al. 2004; Coker, 1999).

Uma investigação comprovou que uma técnica meditativa desenvolvida pelo

Maharishi Mahesh Yogue, fez a resistência arterial periférica total decrescer

significativamente durante sua prática por 18 adultos de meia-idade, em comparação

com 14 adultos não-praticantes de meditação (Barnes et al. 1999).

Investigando a prática do Yoga sobre o estresse decorrente de exames

(provas) em estudantes de medicina, pesquisadores perceberam uma redução

estatisticamente significativa no número de relatos qualificados de desempenho

ruim. Correlacionaram esta redução com a melhoria de diversos parâmetros

subjetivos. Esses parâmetros foram: melhor sensação de bem-estar, sensação de

(19)

8

melhor eficiência, bom relacionamento interpessoal, autoconfiança e perspectiva

otimista em relação à vida (Malathi & Damodaran 1999).

Assim, a “Yogaterapia” parece ser favoravelmente empregada no tratamento

de uma grande variedade de condições fisiológicas, tais como dores, limitações

motoras, hipertensão e taquicardia, distúrbios cardiovasculares, doenças pépticas,

asma, sinusite, colite, diabetes, artrite, constipação, problemas da coluna, cefaléias,

distúrbios de memória, gripe, dismenorréia, distúrbios mentais – ansiedade,

dependência química, fobias, frustrações, neurose, etc. (Kligler et al. 2011; Rubia

2009; Vempati et al. 2009; Bhatia et al. 2007; Gupta et al. 2006; Bijlani et al. 2005).

O desenvolvimento da autoconsciência, durante as práticas, contribui para um

maior controle da pessoa sobre suas emoções. Assim, outra conseqüência do Yoga

é o controle de estados mentais como a ansiedade e a depressão, favorecendo um

maior bem-estar geral (Gharote, 2002), daí seu uso para fins terapêuticos.

Estudos comprovaram um efeito positivo de técnicas respiratórias do Yoga

sobre doenças cardíacas, diminuindo a variabilidade da pressão arterial e reduzindo

o risco de cardiopatias (Raupach et al. 2008; Wang et al. 2010).

1.3 Yoga e Estresse

Na literatura biomédica encontramos o termo estresse mencionado de

maneira indiscriminada, ora significando um estímulo aversivo ou ameaçador, ora

significando a resposta emocional ou fisiológica ao estímulo aversivo (Nelson 2000).

(20)

9

organismos podem ser as respostas aos estressores. Por fim, o termo estresse pode

denominar o estado geral criado a partir das respostas aos estressores.

O fisiologista Hans Seyle foi o primeiro pesquisador a demonstrar que a

exposição de animais a diferentes fatores estressantes promovia o aparecimento de

úlceras pépticas, hipertrofia do córtex das glândulas adrenais e involução do timo e

baço (Seyle 1936). Essa resposta orgânica foi denominada de Síndrome Geral da

Adaptação e pode ser caracterizada em três etapas. Na primeira etapa, a fase de

alarme, o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) é ativado para produzir uma

resposta comportamental de luta ou de fuga do estímulo estressor. A segunda

etapa, denominada fase de resistência, ocorre quando o estímulo estressor continua

presente e o organismo inicia uma tentativa de adaptação. E finalmente, na terceira

etapa, a fase de exaustão, a persistência do estressor provoca um elevado consumo

energético contribuindo para o surgimento de patologias (Agarwal & Marshall 2001).

A inconstância provocada por agentes estressores em um sistema biológico

gerou uma adaptação do conceito clássico de homeostase, dando origem ao termo

“alostase”. Entende-se então por alostase, ou homeostase antecipatória, a

habilidade dos organismos em adaptar-se com êxito às mudanças impostas pelo

ambiente interno ou externo através de uma série de respostas de ordem fisiológica,

psicológica e comportamental (Sterling & Eyer 1988). Os mediadores dessas

respostas são gerados pelos sistemas alostáticos, representados pelos sistemas

neuroendócrino, imune e cardiorrespiratório. Os efeitos negativos cumulativos, que

surgem das tentativas do organismo em adaptar-se a mudanças constantemente

impostas, caracterizam a chamada carga alostática, ou seja, o potencial custo

inerente à ativação prolongada ou inadequada dos sistemas alostáticos. Esta carga

(21)

10

base para o desenvolvimento das patologias relacionadas à exposição prolongada a

estímulos estressores (McEwen 1998).

As respostas aos estímulos estressores podem ser desencadeadas tanto por

estímulos de natureza física quanto psicológica. Modificações na proporção das

demandas físicas, como no esforço muscular, caracterizam o estressor físico. Por

outro lado, a ativação dos sistemas alostáticos pode ocorrer em resposta à

estimulação afetiva e cognitiva, na ausência de demandas metabólicas,

caracterizando assim o estressor como sendo psicológico (Lovallo & Thomas 2000).

Nesta perspectiva, Herman & Cullinan (1997) subdividem os estímulos

estressores em processivos e sistêmicos. Os primeiros são assim definidos quando

necessitam de recepção e processamento prévios, a partir de múltiplas modalidades

sensoriais, para iniciar uma resposta ao estressor. Não envolvem uma ameaça

imediata à homeostase, mas constituem estímulos que podem tornar-se estressores

somente por comparação a experiências prévias. Diferentemente, os estímulos

estressores sistêmicos são aqueles que representam uma ameaça direta e imediata

à sobrevivência do indivíduo. Os sistemas de respostas aos estressores, neste

caso, disparam sem ocorrer um processamento emocional ou cognitivo. Desta

forma, os autores caracterizam duas vias para ativação de respostas aos

estressores: (1) a via de estressores que sensibilizam o sistema límbico (via

processiva) e (2) e via que não sensibiliza o sistema límbico (via sistêmica).

Na via processiva, estruturas interligadas como a amígdala, o hipocampo e o

córtex pré-frontal, são ativadas por estressores com características cognitivas

emocionais que envolvam processamento sensorial de primeira ordem (Hatalski et

al. 2000). O hormônio estimulador da liberação de corticotrofina (CRH) é o mais

(22)

11

é o neurotransmissor responsável pelo efeito excitatório nos neurônios do núcleo

paraventricular hipotalâmico. Sabendo que CRH influencia na eficácia das sinapses

do hipocampo, sua secreção pode vir a aumentar as funções mediadoras do

hipocampo, como aprendizado e memória (Pereira et al. 2004). Resultados de

experimentos em ratos imaturos, na área do hipocampo, indicam que a estimulação

neuronal pode regular a expressão do hormônio CRH pelo hipocampo, enquanto

que a expressão de peptídeos no hipotálamo é influenciada pelos desafios

neuroendócrinos (Hatalski et al. 2000). Este hormônio, liberado localmente, atua em

neurônios de projeção da amígdala que se conectam ao hipocampo, direta ou

indiretamente, via córtex. No hipocampo, o CRH aumenta a eficácia sináptica e

influência na memória, sendo apontado como o principal mediador dos efeitos do

estresse na função neuronal em regiões límbicas (Jöels 2001).

Na via sistêmica, os agentes estressores podem causar danos fisiológicos ou

ameaça à sobrevivência, como, por exemplo, hipóxia (baixa oxigenação nos

tecidos), prejuízos cardiovasculares e/ou imunes (Herman & Cullinan 1997). Essa

resposta aos agentes estressores ativada de maneira prolongada ou muito freqüente

(cronicamente) pode acarretar em doenças relacionadas ao estresse (McEwen

2000) e, principalmente, quando a ativação não se dá por razões fisiológicas, mas

por estressores psicológicos ou sociais (Sapolsky 2002). A permanência do

organismo em um estágio fisiológico adequado a uma ação emergencial, embora

esteja inativo fisicamente, pode gerar conseqüências danosas para a saúde (Nelson

2000). O aumento na secreção dos hormônios do estresse, como o cortisol, e falhas

na regulação destes, geram exposição aumentada dos organismos aos seus efeitos,

com conseqüências patológicas. Disfunções neuroendócrinas e padrões secretórios

(23)

12

psicológicos relacionados à depressão e ansiedade (McEwen 2000; Yehuda & Wong

2000).

Em humanos, há diferenças na responsividade neuroendócrina ao estresse

entre os indivíduos. Aqueles que respondem com elevadas taxas de cortisol são

denominados de responsivos, enquanto que os que respondem com taxas menores

de cortisol são denominados não-responsivos. Estas diferenças podem estar

associadas a distúrbios da função no sistema nervoso autônomo (Kunz-Ebrecht et

al. 2003). Isso apresenta importantes implicações para as variações nas taxas

basais de cortisol e interfere na interpretação da análise de estudos de estresse em

humanos.

O estresse pode então ser compreendido como perturbação da homeostase,

mas se o organismo reage adequadamente não ocorre prejuízo na saúde do

indivíduo. Acredita-se que a prática de Yoga favoreça esta tolerância ao estresse.

Devido ao fato de praticantes do Yoga demonstrarem habilidade de administrar o

estresse fisiologistas e psicólogos ocidentais vêm tentando explicar cientificamente

estes achados, além de investigar outros possíveis efeitos do Yoga (Brown &

Gerbarg 2005; Smith et al. 2007; Vancampfort et al. 2010).

Os exercícios do Yoga estão concebidos de modo a atuar diretamente sobre

as glândulas endócrinas. Por esta razão, seus efeitos podem estar relacionados à

homeostasia da neurofisiologia do estresse (Blay 2001).

Estudos realizados com mulheres que participaram regularmente de prática

de Yoga durante três meses mostraram melhora significante na administração do

estresse e em parâmetros psicológicos, sugerindo um papel da prática de asanas

sobre a prevenção e tratamento de doenças relacionadas ao estresse (Michalsen et

(24)

13

a eficácia do Yoga no controle do estresse devido ainda a escassez de estudos bem

controlados.

Um outro estudo mostrou que a prática de Yoga aprimorou a força muscular e

a flexibilidade do corpo, promoveu e melhorou as funções respiratória e

cardiovascular, promoveu a recuperação e tratamento de dependentes químicos,

reduziu o estresse, ansiedade, depressão, e dor crônica, melhorou a qualidade de

sono, bem-estar e qualidade de vida desses indivíduos (Woodyard 2011).

1.4 Yoga, Cognição e Estresse

A memória é um arcabouço composto por múltiplos sistemas que funcionam

de forma independente, porém cooperativa (Cowan 2008; Xavier 1993) e que podem

ser caracterizados por expressões no comportamento e pelo tempo de retenção e

manipulação de uma nova informação (Squire 2004; Cowan 2008). O estudo de

processos de memória vem se pautando no conceito de modularidade de funções,

isto é, da noção de que memória compreende um conjunto de habilidades mediadas

por diferentes módulos do sistema nervoso, que funcionam de forma independente,

porém cooperativa (Xavier 1993). Squire & Zola-Morgan (1991) e Squire (1992)

propuseram a distinção da memória humana em: memória explícita (ou declarativa)

e memória implícita (ou “de procedimentos”).

Uma classificação alternativa dos tipos de memória é proposta por Xavier

(1993), com base em Squire & Zola-Morgan (1991) (vide Figura 1). Desta maneira,

(25)

14

1. memória de curto prazo, correspondente a um sistema que armazena

informações por curto intervalo de tempo, cuja capacidade é limitada,

sendo a informação mantida por processos de atenção e ensaio;

2. memória operacional, um tipo de memória transitória que pode manter

informações por períodos variáveis de tempo, em função da utilidade da

informação. Este sistema tem acesso aos objetivos de processamento,

planos de ação e é capaz de obter informações armazenadas nos sistemas

de curto e longo prazos;

3. A memória de longo prazo pode ser adicionalmente subdividida em:

3.1 memória explícita (ou declarativa), usualmente caracterizada pelo

acesso consciente ao conteúdo da informação, que compreende:

3.1.1. memória episódica, para eventos e fatos experienciados

em contexto espacial e temporal específicos, envolvendo

informação autobiográfica;

3.1.2. memória semântica, para conhecimentos que independem

do contexto, como conhecimentos gerais aritméticos,

geográficos e históricos, e o significado de palavras e conceitos;

3.2. memória implícita, usualmente evidenciada através do desempenho

e que corresponde a alterações nos sistemas de processamento em

função de sua utilização repetitiva. Esse processamento repetitivo

resulta na automatização, tornando o posterior processamento

independente de atenção. Depois de tornada automática, não há acesso

consciente ao conteúdo da informação. A memória implícita

compreende:

(26)

15

3.2.2. pré-ativação, viés ou facilitação do desempenho em

função da apresentação prévia do material de teste, evidenciado

através da capacidade para completar uma palavra apresentada

anteriormente, ou de reconhecer mais prontamente palavras e

figuras anteriormente apresentadas por apenas milissegundos,

3.2.3 condicionamento, expresso pela associação entre dois

estímulos arbitrários em decorrência de sua apresentação

eliciada por apenas um dos estímulos passe a ser eliciada pelo

outro.

Figura 1: Classificação alternativa para os sistemas de memória tal como proposto por Xavier (1993).

O sistema límbico inclui o septo, a amígdala, e o hipocampo, os quais têm

uma importante função na memória de longo prazo, que permite a antecipação do

prazer, a repetição desejada das experiências interessantes, felizes, agradáveis, e a

(27)

16

controle das emoções. Recordamos melhor uma informação se ela estiver ligada a

uma emoção agradável ou desagradável do que a uma situação neutra. Neste nível

intervêm o hipocampo, a amígdala e os corpos mamilares (memória sensorial e

afetiva). Para a maioria dos pesquisadores a lembrança é uma recriação e este

processo dinâmico pode ser decomposto em três etapas: a informação é filtrada e

gravada através dos sentidos (visão, audição, tato, olfato, paladar) depois ela é

tratada e armazenada sob forma de traços mnemônicos, e por fim ela pode ser

trazida à mente consciente em qualquer momento de maneira voluntária ou não

(Carvalho & Sabbatini 2005).

Outro fator a ser considerado é que o estresse parece também ser necessário

para uma boa aquisição de memória. Todavia, o estresse crônico é também

deletério para os sistemas mnemônicos, e podemos pontuar os malefícios

produzidos pela liberação prolongada de glicocorticóides, o que possivelmente pode

acarretar até mesmo morte neuronal (Sapolsky 2002).

Após a descoberta de receptores cerebrais para corticosteróides em

estruturas límbicas como hipocampo e córtex pré-frontalcomeçou a se esclarecer a

participação significativa dos hormônios do estresse em funções como memória e

aprendizado (Pereira et al. 2004).

Os estudos têm abordado principalmente o impacto dos corticosteróides na

formação de memória, a partir da análise dos padrões de resposta de neurônios

hipocampais. Os resultados obtidos têm demonstrado que um aumento nos níveis

hormonais, seja por administração exógena ou resultante de um estímulo estressor,

ou uma redução abaixo dos níveis hormonais normais causa um impacto negativo,

com conseqüente enfraquecimento da memória declarativa, redução de

(28)

17

O estresse agudo aumenta a memória de eventos que são potencialmente

ameaçadores para o organismo. Por outro lado, o estresse crônico causa

plasticidade adaptativa no cérebro. Observa-se que uma exposição a concentrações

sub- ou suprafisiológicas de hormônios corticosteróides conduz a uma desregulação

na expressão gênica, comprometendo funções cognitivas e aumentando a

vulnerabilidade às perturbações neurológicas ou psiquiátricas relacionadas ao

estresse (McEwen 2000; Lupien & Lepage 2001).

Elevações nas concentrações de glicocorticóides facilitam o processo, por

meio do qual sinapses do neocórtex e do hipocampo se tornam mais sensíveis aos

sinais glutamatérgicos, gerando a potenciação de longa duração, que é a base do

aprendizado (Gonçalves 2007). Além disso, alguns estudos parecem sugerir que

concentrações elevadas de glicocorticóides podem até mesmo matar grupos de

neurônios, muito embora tais resultados sejam preliminares e controversos

(Sapolsky 2002).

Com relação aos efeitos do Yoga sobre a memória, Canter & Ernst (2003)

realizaram uma revisão sobre o efeito da meditação na melhoria da cognição. Esse

estudo teve critérios rígidos de inclusão e dos 107 artigos pesquisados somente 10

foram incluídos na revisão. A maioria dos trabalhos foi excluída devido à ausência

de controles ou de randomização de praticantes entre as intervenções. Dos dez

trabalhos incluídos somente quatro trabalhos reportaram efeitos positivos da

meditação sobre a memória, concluindo assim que a meditação teria um efeito

cumulativo e específico na função cognitiva.

Não se sabe, entretanto, se os possíveis efeitos benéficos do Yoga sobre a

memória estão associados a uma redução do estresse, efeito esperado com a

(29)

18

É interessante ressaltar, pacientes ansiosos e indivíduos com altos níveis de

ansiedade têm mostrado diferir de pessoas não-ansiosas na maneira de processar

informações. Similarmente aqueles que reportam depressão processam informações

diferentemente daqueles não-depressivos (Lang et al. 1999).

Estudos mostram que Yoga, meditação e práticas contemplativas de atenção

plena diminuem a incidência de pensamentos intrusivos (Mendelson et al. 2010;

Winbush et al. 2007; Fabbro et al. 1999). Pessoas com altos níveis de ansiedade e,

depressão e com transtorno de estresse pós-traumático sofrem com os

“pensamentos intrusivos” os quais provocam distúrbios na vida afetiva e cognitiva

destes pacientes (Perpiñá et al. 2011; Schweizer & Dalgleish 2011; Boals et al.

2008). Desta maneira torna-se importante a investigação da influência destes fatores

sobre a memória.

Além disso, muitas investigações têm mostrado os efeitos benéficos da

prática de Yoga na cognição (memória e atenção) humana (Rangan et al. 2009a,b,

2008; Jensen & Kenny 2004). Os efeitos benéficos do Yoga em tratar e prevenir

Distúrbio de Déficit de Atenção e Hiperatividade (ADHD) melhorou a atenção e o

comportamento de garotos (Jensen & Kenny 2004). Um programa educacional de

estilo de vida baseado no Yoga reduz fatores de risco para doenças

cardiovasculares e Diabetes Mellitus (Bijlani et al. 2005). O sistema educacional

Gurukula apresentou melhores efeitos benéficos na memória de jovens quando

comparado ao sistema moderno de educação (Rangan et al. 2009b, 2008) e

também observaram melhor desempenho na atenção (Rangan et al. 2009a).

Micheline Flak (PhD) introduziu com sucesso técnicas de Yoga no sistema

educacional francês e criou a instituição de Pesquisa em Yoga na Educação (RYE)

(30)

19

de aprendizado para viver como parte de um grupo, respeitando e aprendendo com

os outros. Outra disciplina ética é o Niyama, que elimina toxinas e emoções

negativas por manter a saúde do corpo e da mente, e promover pensamentos

positivos, elevar a auto-estima e o bom humor. Respiração é também muito

importante no Yoga, que confere controle sobre os pensamentos e pode

desenvolver a auto-confiança, assertividade e a habilidade de resolver conflitos e

monitorar agressão (Jefferson-Buchanan 2006). Yoga aumenta a tolerância ao

estresse, melhorando o desenvolvimento do aprendizado, aumentando a

concentração, atenção, coordenação, relaxamento reduzindo o peso corporal,

aumentando a vitalidade, melhorando a memória e previne distúrbios de ansiedade

e depressão (Kauts & Sharma 2009). Na Franca, RYE tornou-se sinônimo de

técnicas de ensino avançadas, pois correspondem as últimas pesquisas de práticas

educacionais. Subseqüentemente, RYE tornou-se um fenômeno internacional que

possui centros na Europa, America do Sul e Estado Unidos (Jefferson-Buchanan

2006).

Por fim, sugere-se que a intervenção do Yoga como benéfica para

estudantes, professores e administradores de escola no impacto da resposta ao

(31)

20 1.5 Justificativa

A definição de saúde como “completo bem-estar físico, mental e social, e não

apenas a ausência de doença ou enfermidade”, é defendida pela Organização

Mundial de Saúde (THE WORLD HEALTH ORGANIZATION 1998). Os Institutos

Nacionais de Saúde dos E.U.A., através do Centro Nacional para a Medicina

Complementar e Alternativa atualmente conduzem quatro amplos ensaios clínicos2

(NATIONAL CENTER FOR COMPLEMENTARY AND ALTERNATIVE MEDICINE

2004) sobre os benefícios do Yoga para a saúde humana.

No Brasil, apesar da prática do yoga ser mais difundida em escolas e clínicas

particulares, já há indícios de incorporação dessa prática integrativa no contexto das

políticas públicas de saúde. No Rio Grande do Norte, por exemplo, a PORTARIA Nº

274/GS, de 27 de junho de 2011 aprovou a Política Estadual das Práticas

Integrativas e Complementares (PEPIC) no Sistema Único de Saúde do RN e já está

sendo atualmente implementada a Yoga no programa de práticas corporais

transdisciplinares. Nesta portaria a Diretriz VI apóia a implantação da prática da

meditação em hospitais e Unidades que promovam saúde (Sobrinho 2011).

Cientistas têm pesquisado a influência da prática de Yoga na saúde devido

aos seus supostos benefícios e emergentes indicações médicas. Atualmente, o

aspecto terapêutico do Yoga tornou-se mais popular em todo o mundo devido aos

problemas psicológicos enfrentados pelo homem, causados pelas mudanças

sócio-ambientais muito rápidas as quais somos constantemente submetidos. A prática de

Yoga opera no nível psicofisiológico e, portanto, boa candidata para combater as

2“Evaluating Yoga for Chronic Low Back Pain”, coord. Karen J. Sherman: “Yoga as a Treatment for Insomnia”, coord Sat B. S. Khalsa: “Yoga: Effect on Attention in Aging and Multiple Sclerosis”, coord. Barry S. Oken, e

(32)

21

doenças psicossomáticas. Então, há uma grande possibilidade de incorporação da

Yogaterapia em métodos terapêuticos modernos para a prevenção e cura de

doenças. Entretanto, para explorar o forte potencial do Yoga em aliviar sofrimentos

humanos, os efeitos do Yoga devem ser pesquisados por métodos controlados e

cientificamente aceitos.

Em virtude das restrições feitas (Vickers & Smith 1997) à metodologia

empregada em boa parte dos estudos até agora conduzidos na área das “terapias

integrativas” como o Yoga (estudos com prospecção inadequada nos grupos

testados), tornam-se necessárias investigações mais extensas e rigorosas, e que

contemplem uma aplicabilidade prática a problemas cotidianos, como é o caso, por

exemplo, do estresse mal-compensado e de perturbações da função somática

(disfunções e doenças), tanto num nível terapêutico, quanto, idealmente, num nível

preventivo. A escassez de investigações rigorosamente conduzidas sobre os efeitos

físicos e mentais do Yoga – praticado em modalidades envolvendo técnicas

diferentes, por pessoas das mais diversas idades, com os mais diferentes perfis

somatopsíquicos, torna essa necessidade ainda mais premente e mandatória.

Conseqüentemente torna-se necessária a realização de estudos experimentais

controlados, a fim de se verificar se algumas variáveis que compõe a qualidade de

vida em questão podem produzir alterações comportamentais e cognitivas que

sugerem a efetividade da prática de Yoga como agente terapêutico ou preventivo.

Práticas de atenção plena são capazes de reduzir o estresse em pessoas

saudáveis. Entretanto, limitações importantes dos estudos e a falta de evidências

sobre os efeitos específicos possíveis das práticas contemplativas em comparação a

outros tratamentos não específicos enfatizam a necessidade de pesquisas (Chiesa &

(33)

22

A maioria das pesquisas usa praticantes veteranos de Yoga com supostas

mudanças fisiológicas e psicológicas já estabelecidas. Neste estudo, avaliamos os

grupos teste e controle compostos de não-praticantes de Yoga e que realizassem

atividades cotidianas similares em um ambiente comum. Isso permite deixar claro e

mais realista a evolução dos parâmetros psicológicos e fisiológicos dos praticantes

(34)

23 1.6 Hipótese

Nossa hipótese é que a prática regular de Yoga beneficie o desempenho em

tarefas de memória dos voluntários, e diminua os níveis de estresse, ansiedade,

depressão, e aumente a estabilidade de humor. Essa hipótese é fundamentada nas

seguintes premissas:

 A prática regular de Yoga contribui para o bem estar físico e mental,

influenciando na melhoria subjetiva e objetiva de parâmetros

psicológicos e fisiológicos de saúde no ser humano (Woodyard 2011;

Vempati et al. 2009; Dunn 2008; Sharma et al. 2008).

 Uma melhora cognitiva pode advir da prática de Yoga (Rangan et al.

2009a,b, 2008; Jensen & Kenny 2004).

 Há alguns mecanismos pelos quais a prática de Yoga pode melhorar a

memória, como por exemplo, indiretamente por um maior controle

emocional e a redução do estresse (Mendelson 2010; Birdee et al.

2009; Subramanya & Telles 2009; Gloster et al. 2008; Rajesh, et al.

2006; Sharma et al. 2006).

 A depressão é geralmente associada com déficits cognitivos e a prática

de Yoga parece melhorar o humor de forma comparável aos exercícios

aeróbios (Berger et al. 1992).

 A prática de Yoga valoriza a atenção ao corpo na respiração e

músculos específicos de partes do corpo, remetendo-se a uma

(35)

24 2. Objetivos

O objetivo geral do presente trabalho é investigar os efeitos da prática de

Yoga sobre a memória e sobre parâmetros psicológicos e fisiológicos em homens

saudáveis sem experiência prévia de práticas contemplativas durante seis meses de

prática regular. Além disso, se configura desmembrado nos seguintes objetivos

específicos:

2.1 Avaliar as possíveis alterações de parâmetros psicológicos e fisiológicos

relacionados ao estresse em voluntários sem experiência prévia de Yoga

submetidos a seis meses de prática regular e comparados a praticantes de

exercícios físicos convencionais. Além disso, testar os efeitos da prática de Yoga

sobre a memória de curto prazo e memória de longo prazo em um teste de memória

de reconhecimento de palavras. Os resultados relativos a esse objetivo específico

foram apresentados na forma de um artigo científico submetido a publicação (Artigo

1 - Improvement in physiological and psychological parameters after six months of

yoga practice).

2.2 Verificar os efeitos da prática de Yoga por seis meses na memória

operacional avaliada no teste Torre de Hanói, comparando os desempenhos após

meditação de atenção plena e depois de um período de sono. Apresentamos os

resultados deste objetivo específico em forma de um artigo científico (Artigo 2 -

Meditation practice improves the performance of healthy man in a working memory task).

2.3 Investigar os efeitos de técnicas de respiração do Yoga na modulação do

sistema nervoso autônomo e na estabilidade de humor, cujos resultados foram

apresentados em forma de artigo científico (Artigo 3 - Yoga Breathing Can Modulate

(36)

25 2.1 - ARTIGO 1:

Improvement in physiological and psychological parameters after six months of yoga practice

1Rocha, K. K. F., 1Ribeiro, A. M., 1Rocha, K. C. F., 2Sousa, M. B. C., 1,3Albuquerque, F. S., 4Ribeiro, S., 1Silva, R. H.

1Memory Studies Laboratory, Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN),

Natal, RN, Brazil.

2Behavioral Endocrinology Laboratory, Federal University of Rio Grande do Norte

(UFRN), Natal, RN, Brazil.

3Department of Physiology and Pathology, Federal University of Paraíba (UFPB),

João Pessoa, PB, Brazil.

4Brain Institute, Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brazil.

Periódico: Consciousness and Cognition

Qualis A Internacional para Saúde Coletiva

(37)

Resumo

A prática de yoga parece beneficiar a cognição, melhorar o controle emocional e

diminuir o nível de estresse. Estudos anteriores foram realizados principalmente com

praticantes experientes orientais, ou com indivíduos não-saudáveis submetidos a

terapias convencionais associadas. É necessária mais investigação sobre os efeitos

da prática de yoga propriamente dita, assim como os possíveis benefícios desta

prática preventiva em indivíduos saudáveis. Foram investigados os efeitos da prática

de yoga na memória e nos parâmetros psicofisiológicos relacionados ao estresse,

comparando a prática de Yoga com exercícios físicos convencionais em homens

saudáveis (previamente inexperientes na prática de Yoga). Testes de memória, de

níveis de cortisol salivar, e de inventários de estresse, ansiedade, depressão foram

avaliados antes e após seis meses de prática de yoga. Praticantes de Yoga

mostraram melhora do desempenho da memória, bem como melhorias nos

parâmetros psicofisiológicos. Os resultados sugerem que a prática regular de yoga

pode melhorar aspectos da cognição e de qualidade de vida para indivíduos

saudáveis. Uma influência indireta do estado emocional na melhoria cognitiva

promovido pela prática de yoga pode ser proposto.

(38)

27 Abstract

Yoga is believed to have beneficial effects on cognition, attenuation of emotional

intensity and stress reduction. Previous studies were mainly performed on eastern

experienced practitioners or unhealthy subjects undergoing concomitant conventional

therapies. Further investigation is needed on the effects of yoga per se, as well as its

possible preventive benefits on healthy subjects. We investigated the effects of yoga

on memory and psychophysiological parameters related to stress, comparing yoga

practice and conventional physical exercises in healthy men (previously yoga-naïve).

Memory tests, salivary cortisol levels and stress, anxiety, and depression inventories

were assessed before and after 6 months of practice. Yoga practitioners showed

improvement of the memory performance, as well as improvements in

psychophysiological parameters. The present results suggest that regular yoga

practice can improve aspects of cognition and quality of life for healthy individuals.

An indirect influence of emotional state on cognitive improvement promoted by yoga

practice can be proposed.

(39)

28 1. Introduction

Yoga is an ancient Indian system of philosophy designed to bring balance and

health to the physical, mental and emotional dimensions of the individual. The

practice consists of a set of physical postures (asanas), which are maintained for a

certain time (Telles et al, 1993; Gimbel, 1998; Ross & Thomas, 2010; Uebelacker et

al., 2010). Yoga also involves practice of voluntary breath control (pranayama),

voluntary concentration of thoughts (meditation) and/or repeated recital of phrases

(mantra). Since its introduction into the Western culture, yoga has becoming more

popular as a complementary way to achieve healthy living (Jayasinghe, 2004).

A growing body of evidence supports the belief that certain yoga techniques

may improve physical and mental health (Ross & Thomas, 2010). Moreover,

investigations have shown the beneficial effects of yoga on cognition (Birdee, Yeh,

Wayne, Phillips, Davis, & Gardiner, 2009; Chattha, Nagarathna, Venkatram &

Hongasandra, 2008). Rangan and colleagues (2009), for example, verified that the

Gurukula Education System school, based on a yoga way of life, was more effective

in increasing performance on visual and verbal memory in students when compared

with students of the Modern Education System. Another study showed that

yoga-based relaxation techniques improved memory scores in volunteers immediately after

the practice (Subramanya & Telles, 2009).

Among practitioners and instructors, it is believed that yoga practice provide

benefits in both cognitive and affective aspects of psychological functions such as

memory improvement and the reduction of emotional tension, depression, anxiety

and irritability (Andrade & Pedrão, 2005). In general, mind and body control

(40)

29

active attention exercises. For example, it has been shown that yoga practice

enhances the subject’s attention on breathing and specific body muscles, referring to

a general improvement in attentional capacity (Oken et al., 2006). On the other hand,

cognition improvement could be indirectly achieved by the attenuation of emotional

intensity and stress reduction induced by the regular practice of Yoga. Indeed, stress,

anxiety, depression and other psychologically debilitating conditions have been

associated with cognitive deficits (Birdee et al., 2009; Rajesh, Jayachandran,

Mohandas, & Radhakrishnan, 2006; Sharma, Das, Mondal, Goswami, & Gandhi,

2006; Subramanya & Telles, 2009). Additionally, many studies support the idea that

yoga benefits physical and mental health via down-regulation of the hypothalamic–

pituitary–adrenal (HPA) axis and the sympathetic nervous system (SNS) activity

(Ross & Thomas, 2010 for review). In this respect, the practice of yoga was shown to

improve mood in a way comparable to aerobic exercise (Berger & Owen, 1992).

In general, physical exercises have been considered an acceptable method for

improving and maintaining physical and emotional health (Ross & Thomas, 2010).

Studies comparing the effects of yoga and conventional physical exercise seem to

indicate that, in both healthy and unhealthy subjects, yoga may be as effective as, or

even better than, exercise at improving a variety of health-related outcome measures

(Chattha, Nagarathna, Venkatram & Hongasandra, 2008; Yurtkuran, Alp, Yurtkuran,

& Dilek, 2007).

Despite the growing number of studies on the subject, the lack of evidence

based on rigorous scientific study has limited application of yoga as an accepted

method for health improvement or even disease treatment. Indeed, although one can

find in the scientific literature an increasing number of studies designed to clarify the

(41)

30

the need for further research (Chiesa & Serret, 2009; Birdee, Yeh, Wayne, Phillips,

Davis, & Gardiner, 2009; Tsang, Chan, & Cheung, 2008). Research protocols of

these studies were varied in yoga practice, subject age and different physical and

psychological profiles, usually presenting physical or mental disorders (Ross &

Thomas, 2010). Additionally, long term yoga practitioners are included in the studies

that lack information about the subjects’ evaluations before yoga practice. Other

studies fail to provide a control group when measuring variables such as the effects

of physical exercise, use of relaxation or even inactivity at all. (Vickers & Smith, 1997,

Ross & Thomas, 2010). Most studies have focused on yoga practice as an adjuvant

therapy, i.e., the conclusions are based on the effects of yoga practice associated

with medication, special diets, conventional physical therapies, and others (Birdee,

Yeh, Wayne, Phillips, Davis, & Gardiner, 2009). Finally, most of the yoga studies are

performed in eastern populations, where individuals are culturally predisposed to this

kind of practice. In this respect, one might ask if the adaptation of yoga practice to

western way of life is equally effective.

Clearly, further investigation is needed on the effects of yoga practice per se,

as well as the possible preventive benefits of this practice on healthy subjects.

Therefore, the aim of this study is to examine the effectiveness of yoga practice on

behavioral and physiological measures related to emotional and cognitive aspects of

yoga-naive subjects, who undergo similar daily activities in a common environment,

and hence submitted to a common set of daily stressors. Specifically, this study

investigated the effects of yoga practice on memory, psychological measures and

(42)

31 2. Methods

2.1. Participants

Thirty-six men (aged 20 – 40 years old) from the Brazilian army participated in

this study. The participants' health conditions are periodically checked as part of the

military routine and they were all healthy during the period of the study. All subjects

were submitted to conventional physical exercises, and kept to the same daily work

conditions (military quarter’s routine). Exclusion criteria were the presence of

psychiatric illness, history of drug abuse, current treatment with drugs acting on the

central nervous system, use of steroid hormones or analogues, and previous

experience with yoga or similar practices. All subjects signed a consent form and the

research protocol was approved by the local Institutional Ethics Committee. Subjects

were assigned to either yoga practice or conventional physical exercise (control)

groups balanced for age and rank in military hierarchy. The yoga group (n = 17)

attended two yoga classes a week plus two physical exercise classes, while the

control group (n = 19) attended only physical exercises (four classes a week) for a

period of six months. All classes lasted 60 minutes. Outcome assessments were

performed at baseline and at the end of the 6-month period. These evaluations

consisted of standard inventories, salivary cortisol levels and memory tests (word list

recognition). Both collection and data analysis were conducted in a blind manner.

Subjects were specifically instructed to avoid telling the assessor what intervention

(43)

32 2.2. Inventories

At admission, all individuals were required to answer a personal information

questionnaire. In addition, the BDI (Beck Depression Inventory), the BAI (Beck

Anxiety Inventory) and the LSSI (Lipp Stress Symptom Inventory) were applied at

baseline and after the six months of practice.

The BDI is one of the most widely used and reliable instrument for detecting

and assessing intensity of depression in normal populations (Beck, Ward,

Mendelson, Mock, & Erbaugh, 1961; Javnbakht, Hejazi & Ghasemi, 2009). The

21-item BDI self-report questionnaire assesses any depressive and affective symptoms

in the previous week and rates their intensity on a scale from 0 to 3 (total score range

0 - 63). The final score can indicate four possible depression mood levels: 0 - 11

(minimally depressed mood), 12 - 19 (lightly depressed mood), 20 - 35 (moderately

depressed mood), and 30 – 63 (severely depressed). Most items describe clinical

symptoms of depression, specifically the presence and intensity of emotional,

cognitive, and somatic aspects (Beck, Ward, Mendelson, Mock, & Erbaugh, 1961;

Gorenstein & Andrade, 1996; Javnbakht, Hejazi & Ghasemi, 2009).

The BAI, another commonly used measures to assess the construct of anxiety

(Gorenstein & Andrade, 1996), includes 21 items that reflect affective and somatic

symptoms of anxiety, and are rated on a 4-point scale for how much the individual is

bothered by these symptoms during the past week: 0 (not at all) to 3 (severely), with

a possible range of total scores from 0 to 63. Higher scores represent a higher

intensity of anxiety (Gorenstein & Andrade, 1996; Cunha, 2001).

The LSSI, a psychological evaluation tool validated for use in Brazil, was used

(44)

33

prevalence of physical or psychological symptoms as well as the stress stage (alert

stage, resistance, almost-exhaustion, or exhaustion) (Costa, Accioly, Oliveira, &

Maia, 2007; Lipp, 2000).

2.3. Memory Tests

Memory tests comprised short- and long-term memory of word recognition, in

both easy and difficult contexts. The protocol consisted of two lists of 15 common

concrete nouns (Portuguese language version). Each word was displayed

individually on a computer screen and subsequently a word recognition test was

carried out, with the target words mixed with distracting words (distracters). Word list

presentation and word recognition test were repeated for three trials (T1, T2, and

T3). For the “easy” context coding, a new set of distracters was used in each

repetition of the word list recognition test, while the same set of distracters was used

in all trials for the “difficult” context coding. In order to increase interference in

recollection of short-term memory, the Forward Span Digit and the Backward Span

Digit tests were applied between T1 and T2 and between T2 and T3, respectively

(data not shown). One week later, a word recognition test of each list was conducted

to evaluate long-term memory. This whole procedure was performed twice: before

commencing the practicing period and after six months deadline. Target words

recalling was analyzed by the discrimination accuracy index Pr from the two-high

threshold theory (Corwin, 1994), which reflects the ability to discriminate target words

(45)

34 2.4. Salivary Cortisol Determination

The collection of samples was carried out in the morning (7:00 a.m.) and

participants were instructed not to drink or eat anything, nor brush their teeth for at

least two hours prior to the testing. All subjects rinsed their mouth with water prior to

saliva collections to minimize contamination of the samples. Saliva was collected in

Salivette® (Sarstedt/German) containers and subsequently stored at – 80 ºC until

analysis. Prior to analysis, samples were centrifuged at 10,000 g for 20 minutes and

analyzed for cortisol concentration using a commercially available kit DSL-10-671000

ACTIVE® cortisol enzyme immunoassay (EIA).

2.5. Statistical Analysis

The Statistical Package for Social Sciences (Version 16.0) was used to

conduct all statistical analyses. Kolmogorov-Smirnov test of normality was applied to

data from inventories, memory tests and cortisol levels. Overall non-normal

distribution was found overall. Comparisons of the parameters between experimental

groups were performed by Mann-Whitney U-test and Wilcoxon test was used to

compare basal and after practice outcomes within the groups. A significance level of

Imagem

Figura 1: Classificação alternativa para os sistemas de memória tal como proposto  por Xavier (1993)
Figure  1.  Score  of  the  inventories  applied  at  baseline  and  after  six  months  of  yoga  practice  for  control  and  yoga  groups
Figure 2. Short-term memory of control and yoga groups evaluated by  word recognition  task in three trials (T1, T2, and T3) in easy (A) and difficult (B) contexts at baseline and  after six months  of practice
Figure  3.  Long-term  memory  of  control  and  yoga  groups  evaluated  by  word  recognition  task  in  easy  context  (A)  and  difficult  (B)  contexts  at  baseline  and  after  six  months  of  practice
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