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Câncer de mama, pobreza e saúde mental: resposta emocional à doença em mulheres de camadas populares.

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Academic year: 2017

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(1)

CÂNCER DE MAMA, POBREZA E SAÚDE MENTAL: RESPOSTA EMOCI ONAL À DOENÇA EM

MULHERES DE CAMADAS POPULARES

1

Rodr igo San ch es Per es2

Manoel Ant ônio dos Sant os3

O obj et ivo do est udo foi analisar as reações em ocionais ao câncer de m am a em um grupo de m ulheres

de cam adas popular es. A am ost r a foi com post a por 1 5 pacient es v inculadas a um a ent idade assist encial de

ap oio a m ast ect om izad as. Os d ad os f or am colet ad os m ed ian t e o em p r eg o d e r ot eir o sem i- est r u t u r ad o d e

ent r ev ist a indiv idual e apr eciados em confor m idade com um sist em a de classificação que post ula a ex ist ência

de quat r o cat egor ias m ut uam ent e ex cludent es: negação, est oicism o, aflição e enfr ent am ent o. Os r esult ados

obt idos in dicam qu e o est oicism o foi a r espost a em ocion al m ais fr eqü en t e en t r e as pacien t es an alisadas. A

lit er at u r a m ost r a q u e t al r eação p od e con t r ib u ir p ar a a r ed u ção t em p or ár ia d o est r esse, p or ém , con d u z

gr adat iv am ent e ao inv alidism o que t ende a dificult ar o aj ust am ent o psicossocial à doença e ao t r at am ent o.

DESCRI TORES: n eoplasias m am ár ias; pobr eza; saú de m en t al; adapt ação psicológica

BREAST CANCER, POVERTY AND MENTAL HEALTH: EMOTI ONAL RESPONSE TO THE

DI SEASE I N W OMEN FROM POPULAR CLASSES

This st udy aim ed t o analy ze t he em ot ional r esponse of a low - incom e gr oup of w om en t o t he br east

cancer . The sam ple w as com posed by 15 pat ient s fr om a m ast ect om ized w om en’s suppor t ent it y . Dat a w er e

collect ed t hr ough indiv idual face- t o- face sem i- st r uct ur ed int er v iew . The r esult s w er e appr aised accor ding t o a

classif icat ion sy st em t h at p ost u lat es t h e ex ist en ce of f ou r cat egor ies m u t u ally ex clu d in g: d en ial, st oicism ,

afflict ion and confront at ion. The result s obt ained indicat e t hat st oicism was t he m ore frequent em ot ional response

in t he evaluat ed gr oup. The scient ific lit er at ur e show s t hat st oicism can cont r ibut e t o t he t em por ar y r educt ion

of st ress, but it gradually leads t o a uselessness feeling which t ends t o m ake difficult t he psychosocial adj ust m ent

t o t he disease and it s t reat m ent .

DESCRI PTORS: br east neoplasm s; pov er t y ; m ent al healt h; psy chological adapt at ion

CÁNCER DE MAMA, POBREZA Y SALUD MENTAL: RESPUESTA EMOCI ONAL A LA

ENFERMEDAD EN MUJERES DE CAMADAS POPULARES

El present e t rabaj o t iene com o obj et ivo analizar las reacciones em ocionales al cáncer de m am a en un

gr upo de m uj er es de clases popular es. La m uest r a fue com puest a por 15 pacient es de una ent idad de apoy o

a las m uj eres m ast ect om izadas. Dat os obt enidos con una ent revist a sem i- est ruct urada se apreciaron de acuerdo

con un sist em a de clasificación que post ula la ex ist encia de cuat r o cat egor ías que se ex cluy en m ut uam ent e:

rechazo, est oicism o, aflicción y confront ación. Los result ados indican que el est oicism o fue la reacción em ocional

m ás fr ecuent e en el gr upo ev aluado. La lit er at ur a cient ífica m uest r a que el est oicism o puede cont r ibuir a la

r educción t em por al del st r ess, per o que llev a gr adualm ent e a un sent im ient o de inut ilidad qué t iende a cr ear

dificult ades par a el aj ust am ient o psico- social a la enfer m edad y el t r at am ient o.

DESCRI PTORES: neoplasias de la m am a; pobr eza; salud m ent al; adapt ación psicológica

(2)

I NTRODUÇÃO

O

câ n ce r d e m a m a ca r a ct e r i za - se basicam ent e pela ocorrência, em um a das est rut uras que com põem o órgão, de t um ores m alignos que se for m am em v ir t ude da r epr odução incont r oláv el de célu las q u e p assar am p or com p lex o p r ocesso d e t r ansfor m ações desor denadas e podem ev oluir por ex t en são d ir et a ou d issem in ação m et ast át ica. Os pr incipais sint om as locais são nódulos palpáv eis e deform ações - sobret udo abaulam ent os ou ret rações - na m am a. Porém , secreção m am ilar sanguinolent a e n ó d u l o s n a s a x i l a s p o d e m se r v e r i f i ca d o s ocasionalm ent e. Sint om as const it ucionais - t ais com o ast enia, febre e em agrecim ent o - t am bém com põem o quadro clínico( 1).

Na atualidade, a doença em questão é o tipo d e n eop lasia m alig n a m ais com u m n a p op u lação fem inina de diversos países. Além disso, as t axas de in cidên cia au m en t am a cada an o com o r eflex o da t endência global à predom inância de est ilos de vida que fom entam a exposição a fatores de risco. As m ais recent es proj eções do Minist ério da Saúde apont am q u e som en t e n o Br asil ap r ox im ad am en t e 5 0 . 0 0 0 nov os diagnóst icos ser iam confir m ados em 2006 e que o risco variaria de 38 casos na Região Cent ro-Oest e a 7 1 caso s n a Reg i ão Su d est e p ar a cad a 1 0 0 . 0 0 0 m u lh er es. Por essa r azão, o con t r ole do câ n ce r d e m a m a se d e st a ca co m o p r e o cu p a çã o cr e sce n t e p a r a o s se r v i ço s n a ci o n a i s d e sa ú d e pública( 2).

Em um a série de países desenvolvidos t em -se verificado, nos últim os anos, a redução do tam anho m édio dos t um ores m am ários e, conseqüent em ent e, a dim inuição das t axas de m ort alidade pela doença. Af i n a l , o d i a g n ó st i co p r eco ce p o t en ci a l i za a resolut ividade do t rat am ent o. Não obst ant e, o câncer de m am a ainda represent a um a das m aiores causas de m orte da população fem inina, sobretudo nas classes econôm icas m enos privilegiadas. I sso ocorre porque - devido à convergência de um a série de fatores com o baix o nív el educacional, car ência de infor m ações e acesso restrito às novas terapêuticas - nesse segm ento da população a pr át ica da pr ev enção secundár ia é pouco freqüent e, inclusive nas nações m ais ricas( 3).

Adem ais, dent r e os habit ant es de um m esm o país, que com part ilham de um a m esm a cult ura, observa-se difer enças r egionais im por t ant es, em função da classe social, da idade, do gênero e atitudes, crenças e valores associados à saúde e à doença.

Na lit er at ur a cient ífica r ecent e, per cebe- se que os estudos têm se voltado cada vez m ais para a inv est igação dos fat or es psicossociais que est ar iam a sso ci a d o s à d i f i cu l d a d e d e est a b el eci m en t o d o diagnóst ico pr ecoce do câncer de m am a. A m aior ia d esses est u d os ap on t a q u e, em n ív el in d iv id u al, cr e n ça s co m p o r t a m e n t a i s a sso ci a d a s à f a l t a d e i n f o r m a çã o e à p er cep çã o d i st o r ci d a d a d o en ça conduzem , em m aior ou m enor grau, à evit ação do auto- exam e das m am as e restringem a dem anda pela m am og r af ia e p elo ex am e clín ico d as m am as em m ulheres que vivem em condição de pobreza( 4- 5). Tal

f a t o p o d e se r co m p r e e n d i d o l e v a n d o - se e m con sid er ação q u e, a d esp eit o d os at u ais av an ços cient íficos em oncologia, a palav r a cân cer ainda é com um ent e vist a nessa população com o sinônim o de dor, sofrim ent o, hum ilhação, m ut ilação e m ort e( 6).

As cr enças com por t am ent ais que dificult am a ad esão ao s m ét o d o s u t i l i zad o s n o d i ag n ó st i co precoce do câncer de m am a em m ulheres com m enor poder aquisit ivo t am bém podem influenciar a reação e m o ci o n a l à d o e n ça e , a ssi m , co m p r o m e t e r sensivelm ent e a efet ividade das est rat égias adot adas pelas pacient es na lut a pela m anut enção da própria v i d a( 7 ). Co n h e ce r t a i s cr e n ça s, p o r t a n t o , é

in d isp en sáv el p ar a q u e os p r of ission ais d e saú d e p o ssa m e v i t a r a d e sq u a l i f i ca çã o d a e x p e r i ê n ci a popular do adoecer e, assim , encont r em m eios de m axim izar o alcance de suas int ervenções. Part indo desse princípio, o present e est udo foi conduzido com o ob j et iv o d e an alisar as r eações em ocion ais ao câncer de m am a em um grupo de m ulheres de baixa renda. Tal propósit o se j ust ifica em face da escassez d e p e sq u i sa s d e ssa n a t u r e za , d e se n v o l v i d a s especificam ent e j unt o a essa população.

MÉTODO

Tipo de est udo

O present e est udo seguiu um delineam ent o descrit ivo, t ransversal e qualit at ivo.

Mar co t eór ico- m et odológico

(3)

sessen t a e n o v e p aci en t es f o r am av al i ad as t r ês m eses ap ós a ex ecu ção d a t er ap êu t ica cir ú r g ica. Ci n c o a n o s d e p o i s , e s s a s r e s p o s t a s f o r a m relacionadas ao curso do t rat am ent o. Os result ados ob t id os ap on t am q u e h av ia q u an t id ad e m aior d e m ulheres livres da doença ent re aquelas que reagiram ao câncer de m am a com negação ou dem onst raram e s p ír i t o d e l u t a d o q u e e n t r e a q u e l a s q u e responderam com aceit ação est óica ou sent im ent os de desam paro. Adem ais, sugerem que a m obilização afet iva precipit ada pelo cont at o com a realidade do diagnóst ico se est rut ura sobre um a rede de crenças co m p o r t a m e n t a i s q u e su st e n t a m d e t e r m i n a d o s com por t am ent os de busca de saúde( 8).

A r e f e r i d a m e t o d o l o g i a co n si st e e m u m sist em a classificat ór io que post ula a ex ist ência de q u a t r o ca t e g o r i a s m u t u a m e n t e e x cl u d e n t e s d e r eações em ocion ais ao cân cer de m am a, a saber :

n e g a çã o , e st o i ci sm o , a f l i çã o e e n f r e n t a m e n t o. A cat eg or ia n e g a çã o d iz r esp eit o às r esp ost as q u e m ost r am dissociação das ex per iências psicológicas d e sp e r t a d a s p e l o d i a g n ó st i co f r e q ü e n t e m e n t e acom panhada de at it ude evasiva ou de indiferença. A ca t e g o r i a e s t o i c i s m o co m p r e e n d e a s r e a çõ e s em o ci o n ai s b asead as n a cr en ça d e q u e se d ev e supor t ar her oicam ent e o sofr im ent o. Nesse caso, a doença pode ser vist a com o provação que deve ser aceit a passiv am ent e ou com o um t est e aos lim it es hum anos diante do qual nada resta a fazer a não ser se confor m ar.

Na cat eg o r i a a f l i çã o são cl assi f i cad as as r espost as que indicam que o sofr im ent o em ocional vivenciado pela m ulher em função do adoecim ent o é dem asiadam en t e in t en so e sobr epu j a os r ecu r sos adaptativos que ela é capaz de m obilizar para contê-l o . Fi n acontê-l m en t e, n a cat eg o r i a e n f r e n t a m e n t o sã o classificados aqueles com por t am ent os, sent im ent os e p e n sa m e n t o s q u e d e n o t a m a t i t u d e d e b u sca r confront ar diret am ent e a sit uação. Vale dest acar que se supõe que o enfrentam ento focalizado no problem a é u m r ecu r so adapt at iv o posit iv o, ao con t r ár io do e n f r e n t a m e n t o ce n t r a d o n a e m o çã o , o q u a l caract erizaria as t rês prim eiras cat egorias do sist em a em quest ão.

Casu íst ica

A população do presente estudo foi com posta p o r q u a r en t a e d u a s p a ci en t es q u e, n o p er ío d o co m p r e e n d i d o p e l a i n v e st i g a çã o ( d e m a r ço a

dezem br o de 2006) , est av am cadast r adas em um a en t id ad e assist en cial v olt ad a ao su p or t e social a m ulheres m ast ect om izadas. A am ost ra foi com post a por 1 5 pacien t es selecion adas por at en der em aos cr it ér ios de inclusão definidos pelos pesquisador es, ou sej a, que: a) som avam de trinta a oitenta anos de idade; b) hav iam r ecebido o diagnóst ico de câncer d e m a m a h á p e l o m e n o s t r ê s m e se s; c) n ã o apresent avam ant ecedent es psiquiát ricos ou suspeit a de déficit intelectual; d) não apresentavam evidências d e r ecid iv as ou m et ást ases e e) p ossu íam r en d a fam iliar de at é dois salários m ínim os.

A m é d i a d e i d a d e d a s p a r t i ci p a n t e s d o present e est udo foi de 57,5 anos com am plit ude de variação dos quarenta e nove aos setenta e dois anos. A Ta b e l a 1 si st e m a t i za u m a ca r a ct e r i za çã o sociodem ográfica das m esm as e apont a, a propósit o da ocupação at ual, do est ado m arit al e do nível de escolar idade, r espect iv am en t e, qu e oit o pacien t es er am donas- de- casa, nov e est av am casadas e set e n ão ch egar am a com plet ar o en sin o fu n dam en t al. Além disso, dent r e as set e m ulher es que ex er ciam a l g u m a a t i v i d a d e r e m u n e r a d a , p r e d o m i n a r a m ocupações de baixo prest ígio social e que requerem baixo ou nenhum nível educacional e de qualificação pr ofissional.

Ta b el a 1 - Ca r a ct er i za çã o so ci o d em o g r á f i ca d a s m ulheres com câncer de m am a. São Carlos, SP, 2006

s e t n a p i c it r a

P Idade Escolaridade Ocautpuaaçlão Emsatardtiaol

1 49anos Ensinofundamental o t e l p m o c n

i Faxineira Casada

2 58anos EnsinomédioincompletoDona-de-casa Casada

3 66anos Ensincoomfunpdleatmoental Dona-de-casa Casada

4 62anos Ensininocofumnpdalemtoental Dona-de-casa Viúva

5 52anos Ensinofundamental o t e l p m o

c Artesã Amasiada

6 53anos Ensinomédioincompleto Cozinheira Sotleira

7 60anos Ensininocofumnpdlaemtoental Dona-de-casaAmasiada

8 55anos Ensininocofumnpdalemtoental Dona-de-casa Casada

9 49anos Ensinofundamental o t e l p m o c n

i Passadeira Casada

0

1 57anos Ensincoomfunpdleatomental Dona-de-casa Sotleira

1

1 64anos Ensinomédioincompleto Costureira Casada

2

1 69anos Ensininocofumnpdalemtoental Dona-de-casa Viúva

3

1 72anos Ensinomédiocompleto eAnfuexrimilaargdeem Casada

4

1 51anos Ensinomédiocompleto Provmeontdoarsade Sotleira

5

(4)

I nst rum ent o e m at eriais

Para a coleta dos dados utilizou- se de roteiro sem i- est rut urado de ent revist a, um gravador e fit as cassete. O roteiro em questão enfatizava os aspectos subj et ivos relacionados à apreciação que a pacient e f az d a p r óp r ia con d ição d e saú d e e d as r eações em ocionais desencadeadas pela doença. A opção por esse t ipo de inst rum ent o part iu do princípio de que um rot eiro sem i- est rut urado seria capaz de viabilizar o ex am e d as r eações em ocion ais su scit ad as p elo câncer de m am a, direcionando a investigação segundo d e t e r m i n a d o s a sp e ct o s co n si d e r a d o s d e m a i o r relevância pelos pesquisadores e, ao m esm o t em po, poderia oferecer às part icipant es a oport unidade de con f ig u r ar o cam p o d a en t r ev ist a con f or m e su as car act er íst icas in div idu ais, au x ilian do- as, assim , a apresentar, frente às questões que lhes eram dirigidas, respostas representativas de suas concepções, valores e crenças( 9).

Procedim ent o de colet a de dados

As e n t r e v i st a s f o r a m r e a l i za d a s individualm ent e em sit uação face a face e gravadas em áudio m ediante o consentim ento das participantes As co n d u t as ét i cas p r eco n i zad as p ar a p esq u i sas en v olv en d o ser es h u m an os, f or am in t eg r alm en t e observadas. A propósit o, o present e est udo é part e d e u m p r oj et o m ais am p lo, o q u al con t ou com a a p r o v a çã o d o Co m i t ê d e Ét i ca e m Pe sq u i sa d a Faculdade de Filosofia, Ciências e Let ras de Ribeirão Pr e t o , Un i v e r si d a d e d e Sã o Pa u l o . To d a s a s p a r t i ci p a n t es f o r m a l i za r a m su a a n u ên ci a co m a i n v e st i g a çã o m e d i a n t e a ssi n a t u r a d e t e r m o d e consentim ento livre e esclarecido, que explicitava seus d ir eit os e en f at izav a o car át er v olu n t ár io d e su a par t icipação no est udo. Cum pr e assinalar t am bém que os pesquisadores arcaram com as despesas de t r an sp or t e d as m u lh er es at é a sed e d a en t id ad e assistencial, local onde se realizou a coleta de dados.

Procedim ent o de análise de dados

As gravações em áudio foram t ranscrit as de m odo int egr al e lit er al. Post er ior m ent e, as r eações e m o ci o n a i s a o câ n ce r d e m a m a r e f e r i d a s p e l a s pacient es for am classificadas em quat r o cat egor ias m u t u am en t e ex cl u d en t es - n eg ação, est oi ci sm o, aflição e enfrentam ento - a partir do em prego de um

sist em a j á m encionado( 8). Com o int uit o de se evit ar

ev ent ual cont am inação dos r esult ados, a aplicação d o p r o ce d i m e n t o d e a n á l i se d a s e n t r e v i st a s f o i e x e cu t a d a i n d e p e n d e n t e m e n t e p o r d o i s j u íze s e sp e ci a l i za d o s ( p si có l o g o s p ó s- g r a d u a d o s) . As r eações classif icad as d e m od o con sen su al f or am au t om at icam en t e aceit as. As d iscor d ân cias f or am discut idas caso a caso pelos pesquisador es com os j uízes at é que se alcançasse acordo consensuado.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

Os result ados obt idos indicam que oit o das quinze pacientes ( Participantes 1, 2, 3, 4, 6, 11, 12 e 1 5 ) e n ca r a r a m o câ n ce r d e m a m a co m o u m a fatalidade diante da qual a única atitude possível seria a aceit ação passiv a. Nesses casos, at é m esm o as p e r d a s a n a t ô m i ca s d e co r r e n t e s d a t e r a p ê u t i ca cir ú r g ica d esp er t ar am con f or m ism o. Esse t ip o d e r e a çã o e m o ci o n a l , su st e n t a d o p o r u m a cr e n ça com port am ent al específica, adot ada com o at it ude de resignação, m uit as vezes se afigura com o um m odo de sufocar em oções pot encialm ent e desest rut urant es, dentre as quais a indignação, a revolta e a raiva por se v er am eaçada por um a doença que pode ceifar sua vida. Observa- se, port ant o, que o est oicism o foi a r eação em ocional m ais fr eqüent e na am ost r a em quest ão.

A n e ce ssi d a d e d e su f o ca r e m o çõ e s p r e ci p i t a d a s p e l o a d o e ci m e n t o se t o r n a com preensível t endo- se em vist a que a confirm ação d o d i a g n ó st i co d e câ n ce r d e m a m a r e p r e se n t a im port ant e t raum a psicológico na m aioria dos casos p o r q u e , co m o su st e n t a a l i t e r a t u r a ci e n t íf i ca especializada, a enferm idade incide sobre o principal su p or t e sim b ólico cor p ór eo d a sen su alid ad e e d a se x u a l i d a d e d a m u l h e r( 1 0 ). Al é m d i sso , a s

conseqüências físicas e as r eper cussões em ocionais do tratam ento geralm ente afetam a im agem corporal, co n d u zi n d o , n ã o r a r o , a r u p t u r a s n a i d en t i d a d e fem inina. Despr ov idas da m am a, m uit as pacient es se sent em t olhidas daquilo que define sua nat ureza. Por t an t o, de acor do com o qu e af ir m am div er sos est u dos, o cân cer de m am a pode ser con sider ado u m a d as d o en ças m ai s t em i d as p el as m u l h er es, independent em ent e da classe social( 6).

(5)

Na hora eu fiquei m uit o assust ada. Só que logo passou [ ...] . Porque nossa vida j á t á escrit a, né? Eu acredit o que t udo é dest ino. Ent ão, o que é que a gent e pode fazer ?Nada, né? ( Part icipant e 6) .

A noção de “ dest ino” - que t am bém sur giu nas entrevistas com o a expressão da “ vontade divina” - foi invocada nesses casos para j ustificar que, diante do que supost am ent e lhe est ava designado ( “ escrit o” n o se u ca r m a ) , n a d a ca b e r i a f a ze r se n ã o se co n f o r m a r p a ssi v a m e n t e . Al g u m a s p a ci e n t e s ex p r essa v a m esse co n f o r m i sm o d i zen d o q u e se entregaram às m ãos de um a entidade superior ou às m ãos dos m édicos, as quais poderiam supost am ent e operar em conform idade com a “ vont ade divina”.

Reações em ocionais dessa nat ureza t endem a co n d u zi r à a d e sã o h e si t a n t e a o t r a t a m e n t o pr econizado, pois, por m ais que a m ulher consint a e m se g u i r a s co n d u t a s r e co m e n d a d a s, se m p r e haverá em seu ínt im o um espaço para a dúvida e a descrença. Será que vale a pena se subm eter a tantas provações? Será que esse t rat am ent o é realm ent e a m elhor solução? Será que tudo vai dar certo no final? Qu est ion am en t os an álog os a esses p od em su r g ir, d ad o q u e, se t u d o est á p r ed ef in id o p elo d est in o t r a ça d o p a r a ca d a u m a , a e x i st ê n ci a d e m e i o s ef icazes p ar a in f lu en ciar o cu r so ap ar en t em en t e i r r e m e d i á v e l d o s a co n t e ci m e n t o s se r i a p o u co pr ov áv el.

Essa incredulidade t am bém se m anifest a de um out ro m odo. Três pacient es ( Part icipant es 5, 9 e 13) dem onst r ar am que, quando da confir m ação do diagnóst ico, desconsideraram a gravidade da doença e, em função disso, protelaram o início do tratam ento. Ou sej a, a doença conduziu, nesses casos, à negação. Va l e d e st a ca r i n cl u si v e q u e , t a l co m o i l u st r a a afirm ação apresentada a seguir, um a das exam inadas m en cion ou qu e, m esm o depois de t er con clu ído o t rat am ent o, duvida da m alignidade de seu t um or.

Eu fiz a quim io e o caroço sum iu. Aí eu achava que não era câncer. Tant o é que eu não volt ei no m édico quando t ava agendada a cirurgia. Eu só fiz a cirurgia depois porque eu percebi que o caroço t ava volt ando. Só que, pra t e falar a verdade, at é hoj e eu t enho m inhas dúvidas ( Part icipant e 5) .

No t a - se , a ssi m , o d e scr é d i t o d o sa b e r cient ífico e da aut oridade m édica.

A ocorrência desse fenôm eno possivelm ent e se encontra associada à condição de pobreza em que vivem as part icipant es do present e est udo, um a vez q u e, p ar a p essoas d e b aix a r en d a, est ar d oen t e significa per der o único r ecur so do qual se dispõe

par a sobr ev iv er : a capacidade par a o t r abalh o( 1 1 ).

Neg ar a d oen ça p od e, assim , ser u m a f or m a d e m anter a rotina de afazeres dom ésticos ou atividades profissionais e favorecer a satisfação de necessidades b á si ca s co m o a l i m en t a çã o e m o r a d i a . Ad em a i s, f r eqü en t em en t e se cr ê, n o con t ex t o das cam adas populares, que “ m ulher não pode se dar ao luxo de ficar doent e”, dado que cabe à figura fem inina papel f u n d a m e n t a l p a r a a m a n u t e n çã o d o b e m - e st a r fam iliar, o qual, m uit as vezes, inviabiliza seu próprio bem - est ar.

Apenas duas pacientes ( Participantes 8 e 10) r eagir am ao câncer de m am a com en f r en t am en t o, pois buscar am at iv am ent e obt er infor m ações sobr e o pr ópr io pr ognóst ico, não se r ender am diant e das dificuldades inerentes ao tratam ento, não se sentiram e st i g m a t i za d a s p e l a d o e n ça e n ã o a l i m e n t a r a m r e sse n t i m e n t o p e l a m u t i l a çã o o u o p r e ssã o p o r sen t im en t os de v er gon h a. O r elat o apr esen t ado a seg u ir d em on st r a com o, n o d iscu r so d e u m a d as m ulheres, essa reação pôde ser ident ificada.

Eu pergunt ei pro m édico com o ia ser. Foi a prim eira coisa que eu fiz. Ele m e explicou direit inho. Aí eu fiz t udo o que eu t inha que fazer. [ ...] Sabe que no hospit al eu conheci um a m ulher que não aceit ou fazer o t rat am ent o? E ela não fez m esm o! Tant o é que ela m orreu. Nossa, isso nunca passou pela m inha cabeça! ( Part icipant e 8) .

A b u sca a t i v a d e i n f o r m a çõ es j u n t o a o s p r o f i ssi o n ai s d e saú d e f r eq ü en t em en t e t r ad u z o d esej o d e se sen t i r n o v a m en t e n o co n t r o l e d o s acont ecim ent os de sua vida. Esse sent im ent o básico é parcialm ente subtraído pela irrupção de um a doença grave com o o câncer de m am a. Assim , adotar atitude com bat iv a e r ealist a fr ent e à doença pode t er um carát er reparat ório, ist o é, represent ar um a t ent at iva de repor o aut odom ínio sobre aquilo que lhe sucede. Assu m i r e sse t i p o d e p o st u r a f r e n t e à p r ó p r i a enfer m idade pode fazer a difer ença, det er m inando pr ov av elm en t e aqu elas qu e sobr ev iv em e aqu elas que m or r em por desconsider ação do per igo, com o r e f e r i d o a n t e r i o r m e n t e n a a v a l i a çã o d a r e a çã o em ocional apresent ada pela Part icipant e 8.

Ressalt e- se, porém , que para que se possa enfrent ar a doença, se faz necessário envolvim ent o subj et ivo com o próprio corpo. A lit erat ura cient ífica apont a que, de m odo ger al, nas classes popular es, os recursos físicos pessoais são utilizados em dem asia no t r abalho( 11). Em cont r apar t ida, pouca at enção é

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p ar ece ser i n co m p at ív el co m su a ex p l o r ação n o desem penho de atividades produtivas. Esse raciocínio e x p l i ca r i a , a o m e n o s p a r ci a l m e n t e , o f a t o d o

en f r en t am en t o t er se dest acado com o um a r eação e m o ci o n a l a o a d o e ci m e n t o i n co m u m e n t r e a s part icipant es do present e est udo.

Em d o i s ca so s ( Pa r t i ci p a n t e s 7 e 1 4 ) observou- se m obilização em ocional acentuada durante a ent revist a, o que j ust ifica a classificação da aflição

com o reação em ocional predom inant e. Possivelm ent e isso ocor r eu por qu e a per spect iv a da r ecidiv a er a vivenciada com o am eaça im inente, análoga, do ponto d e v i st a m et a f ó r i co , à q u el a q u e r ep r esen t a , n a m i t o l o g i a , a e sp a d a d e D â m o cl e s. An g ú st i a e p e r se cu t o r i e d a d e p e r m e a r a m o d i scu r so d e ssa s part icipant es, m onopolizando suas preocupações com possív el r ecor r ência do câncer de m am a, t al com o se pôde apreciar no relat o apresent ado a seguir

Olha, ninguém sabe o que eu t ô passando. Eu t ô apavorada, desesperada! O m édico falou que a cirurgia não é cert eza. Eu achava que era só t irar o t um or e pront o. Só que ele falou que pode volt ar em out ro lugar. Tem um risco m uit o grande ( Part icipant e 14) .

Alguns dos m ot ivos associados à prevalência d o est oicism o n o p r esen t e est u d o são f acilm en t e presum idos, tendo- se em vista que diversas pesquisas apont am o quão per t ur bador pode ser o câncer de m am a. Em um a delas se const at ou que m ais de um quar t o das m ulher es diagnost icadas hav ia um ano p r e e n ch i a m o s cr i t é r i o s p a r a a l g u m t r a n st o r n o p si q u i át r i co - sob r et u d o an si ed ad e, d ep r essão e disfunção sexual - ainda que em sua form a branda( 12).

Outra pesquisa revelou que quatro em cinco pacientes ex p er im en t am r eações d e sof r im en t o p sicológ ico diante do diagnóstico e m etade delas com intensidade su f icien t e par a ser em con sider adas por t ador as de t ranst orno psiquiát rico( 13).

Os result ados do present e est udo, cont udo, su g e r e m q u e e m p a ci e n t e s d e b a i x a r e n d a a con st r u ção d a ex p er iên cia p op u lar d o ad oecer é influenciada de m odo específico por um a associação aut om át ica ent re o câncer de m am a e um doloroso p r o cesso d e d et er i o r ação f ísi ca sem p ar al el o n a e x i st ê n ci a h u m a n a . Ta l a sso ci a çã o p a r e ce se r especialm ent e acent uada nessa população e, com o j á m encionado, decor r e essencialm ent e da falt a de i n f o r m a çã o e d e a p r o x i m a çã o e m o ci o n a l co m o câncer de um m odo ger al. Além disso, ger alm ent e fom ent a cr enças com por t am ent ais que dificult am a a d e sã o à p r e v e n çã o se cu n d á r i a e , co m o

conseqüência, inv iabilizam o diagnóst ico pr ecoce( 4).

É j ustam ente por esse m otivo que a classe social das pacient es é considerada im port ant e fat or prognóst ico no câncer de m am a( 14).

Pesq u isas in d icam t am b ém q u e a r eação em ocion al ao cân cer de m am a m ais f r eqü en t e n a am ost r a do pr esent e est udo t ende a pr om ov er em pacient es com t um ores em diferent es localizações a cont enção de esforços, cuj o em prego nas t ransações ent re o indivíduo e o cont ext o seria pot encialm ent e op or t u n o p ar a a p r om oção d e su a saú d e f ísica e m ent al. Em bora cont ribua para a redução t em porária do est resse, esse processo conduz gradat ivam ent e a u m i n v a l i d i s m o, q u e se e st e n d e p a r a a l é m d a s lim it ações obj et ivas im post as pela doença e, assim , p o d e co m p r o m e t e r o a j u st a m e n t o d i n â m i co à s dem andas inerent es a cada um a das et apas que se sucedem , do diagnóst ico ao t rat am ent o( 15- 16).

As reais im plicações desse in v alidism o para a saúde m ent al de pacient es de cam adas populares ainda são desconhecidas, dado que as pesquisas que sust ent am suas associações com o est oicism o não for am desen v olv idas especificam en t e j u n t o a essa população. Todav ia, par ece r azoáv el cogit ar que o f e n ô m e n o e m q u e st ã o , p r o m o v e n d o d é f i ci t n o desem penho da capacidade produtiva e intensificando a privação m at erial, afet aria drast icam ent e o senso d e a u t o - e f i cá ci a - o u se j a , a p e r ce p çã o d e se r com pet ent e par a a ex ecução de at iv idades diár ias diversificadas - em m ulheres que vivem em sit uação de pobreza. Afinal, ensej aria um processo cont ínuo e pr ogr essiv o de d esf iliação em r elação ao m odo de produção capit alist a vigent e no m undo globalizado.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

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cert os t raços de personalidade, com o a t endência a suprim ir em oções, sobret udo a raiva, e de responder ao est r esse u san d o u m est i l o d e en f r en t am en t o r e p r e ssi v o( 1 2 ). Ce r t a m e n t e n o v a s p e sq u i sa s sã o

necessár ias, m as os r esult ados r efor çam a not ór ia

n ecessi d a d e d e p r o g r a m a s m u l t i d i sci p l i n a r es d e ed u cação em saú d e com p at ív eis com o u n iv er so cognit ivo e afet ivo de m ulheres de baixa renda para a popularização da prevenção secundária do câncer de m am a.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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