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Valor preditivo dos testes pré-operatórios para estimar a intubação difícil em pacientes submetidos à laringoscopia direta para cirurgia de ouvido, nariz e garganta.

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

Publicação Oficial da Sociedade Brasileira de Anestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Valor

preditivo

dos

testes

pré-operatórios

para

estimar

a

intubac

¸ão

difícil

em

pacientes

submetidos

à

laringoscopia

direta

para

cirurgia

de

ouvido,

nariz

e

garganta

Osman

Karakus

a

,

Cengiz

Kaya

b,∗

,

Faik

Emre

Ustun

b

,

Ersin

Koksal

b

e

Yasemin

Burcu

Ustun

b

aDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,HospitalEscolaedePesquisaCorum,UniversidadeHitit,Corum,Turquia bDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,FaculdadedeMedicina,UniversidadeOndokuzMayis,Samsun,Turquia

Recebidoem19defevereirode2014;aceitoem13demaiode2014 DisponívelnaInternetem28denovembrode2014

PALAVRAS-CHAVE

Intubac¸ão; Endotraqueal; Laringoscopia; Otorrinolaringologia

Resumo

Justificativaeobjetivos: Ovalorpreditivodostestespré-operatóriosparaestimaraintubac¸ão difícilpodediferirempatologiaslaríngeas.Foramfeitasumarevisãodosprontuáriosde paci-entessubmetidosàlaringoscopiadireta(LD)eumainvestigac¸ãodovalorpreditivodeexames pré-operatóriosparaestimaraintubac¸ãodifícil.

Métodos: Triagemdeprontuáriosdosperíodospré-operatório eintraoperatórioedosistema informatizadodohospital.

Resultados: Foramavaliados2.611pacientes.Em7,4%,intubac¸õesdifíceisforamdetectadas. Intubac¸õesdifíceisforamconstatadasempacientescomescoredeMallampati(EM),classe4 (50%);classificac¸ãodeCormack-Lehane(CCL),grau4(95,7%);conhecimentopréviodeviaaérea difícil(86,2%);restric¸ãodaamplitudedemovimentos(ADM)dopescoc¸o(ADMcervical)(75,8%); distânciatireomentoniana(DTM)curta(81,6%);emassanaspregasvocais(849,5%)(p<0,0001). OEMapresentouumasensibilidadebaixa,enquantoADMcervical,presenc¸ademassanas pre-gasvocais,DTMcurtaeEMapresentaramumvalorpreditivopositivorelativamentemaior.A incidênciadeintubac¸ões difíceisaumentou6.159 e1.736 vezescomcadanível deaumento dosgrausdaCCLedaclassedoEM,respectivamente.Quandotodosostestesforam conside-radosemconjunto,aintubac¸ãodifícilpôdeserclassificadacomprecisãoem96,3%doscasos.

Autorparacorrespondência.

E-mail:raufemre@yahoo.com(C.Kaya). http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2014.05.011

(2)

Conclusão:Osresultadosdostestesquepreveemintubac¸õesdifíceisemcasoscomLD coincidi-ramclaramentecomosresultadosprevistosnaliteraturaparaaspopulac¸õesdepacientesem geral.Asdiferenc¸asemalgunsresultadosdostestes,quandocomparadoscomosdapopulac¸ão emgeral,podemserporcausadascondic¸õespatológicassubjacentesdalaringeempopulac¸ões depacientescomintubac¸ãodifícil.

©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

KEYWORDS

Intubation; Endotracheal; Laryngoscopy; Otolaryngology

Predictivevalueofpreoperativetestsinestimatingdifficultintubationinpatients

whounderwentdirectlaryngoscopyinear,nose,andthroatsurgery

Abstract

Backgroundandobjectives: Predictivevalueofpreoperativetestsinestimatingdifficult intu-bationmaydifferinthelaryngealpathologies.Patientswhohadundergonedirectlaryngoscopy (DL)werereviewed,andpredictivevalueofpreoperativetestsinestimatingdifficultintubation wasinvestigated.

Methods:Preoperative,andintraoperativeanesthesiarecordforms,andcomputerizedsystem ofthehospitalwerescreened.

Results:Atotalof2611patientswereassessed.In7.4%ofthepatients,difficultintubations weredetected.DifficultintubationswereencounteredinsomeofthepatientswithMallampati scoring(MS)systemClass4(50%),Cormack---Lehaneclassification(CLS)Grade4(95.7%), previ-ousknowledgeofdifficultairway(86.2%),restrictedneckmovements(cervicalROM)(75.8%), shortthyromentaldistance(TMD)(81.6%),vocalcordmass(49.5%)asindicatedinparentheses (p<0.0001).MShadalowsensitivity,whilerestrictedcervicalROM,presenceofavocalcord mass,shortthyromentaldistance,andMSeachhadarelativelyhigherpositivepredictivevalue. Incidenceofdifficultintubationsincreased6.159and1.736-foldwitheachlevelofincreasein CLSgradeandMSclass,respectively.Whenalltestswereconsideredincombinationdifficult intubationcouldbeclassifiedaccuratelyin96.3%ofthecases.

Conclusion:TestresultspredictingdifficultintubationsincaseswithDLhadobservedly overlap-pedwiththeresultsprovidedintheliteratureforthepatientpopulationsingeneral.Differences insometestresultswhencomparedwiththoseofthegeneralpopulationmightstemfromthe concomitantunderlyinglaryngealpathologicalconditionsinpatientpopulationswithdifficult intubation.

©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevier EditoraLtda.Allrights reserved.

Introduc

¸ão

Muitos estudos e metanálises pesquisaram o valor predi-tivodostestespré-operatóriosparadeterminarintubac¸ões difíceis.Comoanormalidadeslaríngeas sãoobservadas em intervenc¸ões laringoscópicas diretas de ouvido, nariz e garganta,osvalorespreditivosdessestestespodemser dife-rentes. Não parece haver estudo relevante na literatura sobreapopulac¸ãodepacientessubmetidosàlaringoscopia direta.

A laringoscopia direta (LD) é feita para avaliar, por inspec¸ãodireta,asestruturasdalaringe,incluindoaglotee aspregasvocais.Asanormalidadesdaregiãosão diagnosti-cadaspormeiodebiópsiasdasamostrasantesdesefazerem intervenc¸õesterapêuticas,casonecessário.

Duranteo procedimento,a func¸ãoprincipal do aneste-siologistaéfornecer ventilac¸ão adequada.Opré-requisito de ventilac¸ão adequada é garantir uma via aérea segura e pérvia. A previsão pré-operatória de uma intubac¸ão potencialmente difícil é importante para que se possam

fazerospreparativosadequadoseplanejarumatécnicade intubac¸ão apropriada. Em uma avaliac¸ão pré-operatória deintubac¸ãodifícil,aaberturadaboca,oestadodalínguae dopalato, adistância tireomentoniana(DTM), a distância mentoesternal,aamplitudedemovimentos(ADM)cervical e a mobilidade damandíbula são avaliadose a evidência de intubac¸ão difícil, se houver, é investigada. Em LD, os achados durante o exame de laringoscopia indireta feito habitualmentenoperíodopré-operatóriotambémfornecem informac¸õesimportantes.1,2

Neste estudo retrospectivo, avaliamos os registros dos pacientes que receberam anestesia para LD, entre 2000 e 2012, para pesquisar o valor preditivo dos testes pré--operatóriosemintubac¸ãodifícil.

Materiais

e

métodos

(3)

noDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ãoda Facul-dade de Medicina da Universidade Ondokuz Mayis entre 2000 e 2012. Publicamos anteriormente os resultados de um estudo epidemiológico das aplicac¸ões anestésicas em pacientessubmetidosàLDdurante2000-2010.Nopresente estudo,osdadosrelativosa2010-2012tambémforam avali-adoseosresultadosdostestespreditivosdeprocedimentos paraintubac¸ãodifícilfeitosnopré-operatórioforam esta-tisticamenteanalisados em detalhe.Osdadosobtidosdos prontuáriosdepacientesinseridosnosistemainformatizado dohospitalforamselecionados.

Osseguintesparâmetrosforamavaliados:

1. Distribuic¸ãoporfaixaetáriadospacientessubmetidos àLD:0-1,1-5,5-15,15-45e>65anos;

2. Distribuic¸ãoporsexodospacientessubmetidosàLD; 3. Indicac¸õesparaLD.Comodadosanterioresa2005não

estavamdisponíveisemprontuários,asindicac¸õespara LDfeitasentre2005e2012foramincluídas;

4. Número decasos de LD avaliados separadamenteem cenárioscirúrgicoseletivosedeemergência;

5. Classificac¸ãodospacientessubmetidosàLD,deacordo comaSociedadeAmericanadeAnestesiologistas(ASA); 6. Taxasdedoenc¸assistêmicasadicionais;

7. Médiadostemposdeanestesia;

8. Número de pacientes submetidos à LD que apre-sentaram quaisquer das seguintes complicac¸ões no pós-operatório: cardiovascular,pulmonar, reintubac¸ão edespertartardiodaanestesia;

9. Taxasdeintubac¸ãodifícil;

10. Distribuic¸ãodoscasosdeintubac¸ãodifícilporsexo; 11. Distribuic¸ãodoscasosdeintubac¸ãodifícilporfaixa

etá-ria;

12. NúmerosdosescoresdeMallampati(EM)dospacientes intubados;

13. Taxasdecasosdeintubac¸ãodifícil,combasenos crité-riosdeclassificac¸ãodoEM;

14. Taxas de casos de intubac¸ão difícil, com base na classificac¸ãodeCormack-Lehane(CCL);

15. Taxas de casos intubados com intubac¸ão difícil, com basenoscritériosdaCCL;

16. Taxasdepacientesintubadoscomumahistóriadevia aéreadifícil;

17. Taxas de casos intubados com intubac¸ão difícil, com basenahistóriadeviaaéreadifícil;

18. Taxasdepacientesintubados,combasenarestric¸ãoda ADMcervical;

19. Taxas decasos deintubac¸ãodifícil, deacordo com a restric¸ãodaADMcervical;

20. Taxas de pacientes intubados, de acordo com as mensurac¸õesdaADM;

21. Taxas de casos intubados com intubac¸ão difícil, com basenasmensurac¸õesdaDTM;

22. Taxasdepacientesintubados,combasenapresenc¸ade massanaspregasvocais;

23. Taxasdecasosdeintubac¸ãodifícilcommassanaspregas vocais;

24. Análise de regressão logística dos indicadores pré--operatóriosdeintubac¸ãodifícil;

25. Valor preditivodos testes detriagemna avaliac¸ão de intubac¸ãodifícil.

Sensibilidade,especificidade,valorespreditivospositivos (VPP)evalorespreditivosnegativos(VPN)foramcalculados deacordocomaseguintefórmula:

Sensibilidade=Número de intubac¸ões difíceis previstas comprecisão/Númerodeintubac¸õesdifíceisencontrado; Especificidade=Númerodeintubac¸õesfáceisprevistascom precisão/Númerodeintubac¸õesfáceisencontrado; VPP=Númerodeintubac¸õesdifíceis previstascom preci-são/Totaldeintubac¸õesdifíceisprevistas;

VPN=Número de intubac¸ões fáceis previstas com preci-são/Númerototaldepacientescomintubac¸õesdifíceisnão previstas.

Análiseestatística

Oprograma estatísticoSPSS 21.0foi usadopara aanálise dedados.Osdadossãoexpressoscomomédia±DP(desvio padrão),frequênciaseporcentagens.Paraascomparac¸ões intergrupos,ostestesdoqui-quadradoeUdeMann-Whitney foramusados.Umvalorp<0,05foiconsideradosignificativo. Paradeterminarosfatoresenvolvidosna intubac¸ãodifícil, aanálisederegressãologísticafoifeita.

Resultados

Duranteo períodode estudo, 2.611 pacientes (mulheres, n=333 [12,8%];homens,n=2.278 [87,3%];p<0,05) foram submetidos à LD nas salas cirúrgicas da clínica de otor-rinolaringologia. A faixa dos pacientes era de 45-65 anos (n=1.417;54,3%)oumaisde65(n=559;21,4%)(p<0,05). A tabela 1 mostra as indicac¸ões para aqueles que foram submetidos à LD entre 2005 e 2012. Os pacientes foram operadosemcarátereletivo(n=2.557[97,9%])oude emer-gência(n=54[2,1%];p<0,05).OsescoresASAdospacientes submetidosàDLforamosseguintes:I(38,3%),II(46,9%),III

(13,9%)eIV(0,9%)(fig.1).

Doenc¸assistêmicasconcomitantesforamencontradasem 50,4%dospacientes(cardiovasculares[11,6%]edosistema respiratório[11,5%]).Amédiadetempodeanestesiafoide

Tabela1 Indicac¸õesdelaringoscopiasdiretasfeitasentre 2005e2012(n,%)

Indicac¸õesdelaringoscopias diretas

N %

Doenc¸asbenignasdalaringe 427 23%

Doenc¸asmalignasdalaringe 659 35,6% Defeitoscongênitosdalaringe 14 0,7%

Infecc¸õesdelaringe 85 4,5%

Doenc¸asdatraqueia,dos brônquiosepulmonares

32 1,7%

Doenc¸asesofágicas 119 6,4%

Doenc¸ashipofaríngeas 86 4,6%

Aspirac¸ãodecorpoestranho 20 1%

Rouquidão 195 11%

Dispneia 78 4,2%

Outros 136 7,3%

(4)

50

45

40

35

30

25

20

15

10

5

0

ASA I ASA II ASA III

Paciente, (%)

ASA IV

Figura1 EscoresASAdospacientes(%).

35,6±13,6minutos.Dospacientes,268(10,3%) desenvolve-ramcomplicac¸õespós-operatóriasqueenvolveramosistema respiratório(19,2%)oucardiovascular(72,4%).

Intubac¸ão difícilfoi detectadaem 194(7,4%) dos paci-entes.Nãopuderamserintubados26mulheres(7,7%)e168 homens(7,4%).Não houvediferenc¸a estatisticamente sig-nificativaentreasfaixas etárias dos grupos em relac¸ão à intubac¸ão difícil (p>0,05). Fibrobroncoscopia (n=5), tra-queostomia cirúrgicacomventilac¸ãovia máscara (n=5) e máscaralaríngeafast-track(n=1) foramusadas nos paci-entes com intubac¸ão difícil. Os demais pacientes foram intubadosporanestesiologistas experientes,comousode fios-guia, laringoscópio McCoy, lâminas de tamanhos dife-rentese técnicasassistidas,como manobrasBurp(pressão paratrás,paracimaeparaadireita).

Em nosso estudo, 2.045 pacientes foram avaliados de acordo com os critérios do EM e classificados como I (65,8%), II (29,9%), III (3,7%) e IV (0,4%) (fig. 2). O uso de

procedimentos para intubac¸ão difícil foi identificado em

70

60

50

40

30

20

10

0

MS I MS II MS III

Pacientes , (%)

MS IV

Figura2 EscoredeMallampatidospacientes(escorede Mal-lampati;EM,%).

Tabela2 Análisederegressãologísticadostestesde tria-gempré-operatóriosfeitosparaintubac¸ãodifícil

Intubac¸ãodifícil Valorp Razãode chance

EscoredeMallampati 0,003 1,736

EscoredeCormack-Lehane 0,0001 6,159 Históriadeviaaéreadifícil 0,011 2,887 Restric¸ãodaADMcervical 0,0001 6,518 Massanaspregasvocais 0,0001 2,968

pacientesclassificadoscomo EMI(2,6%),EMII(13,2%),EM III(60,5%)eEMIV(50%)(p<0,0001).

Dogrupodeestudo,1.910pacientesforamperguntados sobre alguma experiência de via aérea difícil. Intubac¸ões difíceis ocorreram em 25 (86,2%) dos 29 (1,5%) pacientes com história de via aérea difícil (p<0,0001). Restric¸ão da ADM cervical foi investigada em 1.913 pacientes e detectada em 3,2% (n=62) dos casos. Desses 62 pacien-tes, 47 (75,8%) foram submetidos a procedimentos para intubac¸ão difícil(p<0,0001). A DTMfoi medida em 1.913 pacientes. Desses, 49 (2,6%) apresentaram DTM curta e 40 (81,6%) apresentaram história de procedimentos de intubac¸ão difícil (p<0,0001). A presenc¸a de massa nas pregasvocaisfoiavaliadaem2.588pacientes.Desses,279 (10,8%)apresentarammassanaspregasvocaise138(49,5%) apresentaramevidênciasdeintubac¸ãodifícil(p<0,0001).

Aanálisederegressãologísticadostestespré-operatórios paratriagemdeintubac¸ãodifícilmostrouqueoaumentode umnívelnograudaCCLenoEMinduzaumentosde6.159e 1.736vezes,respectivamente,nataxadeintubac¸ãodifícil (tabela2).Quandotodosostestesnatabela2são considera-doscomoumtodo,aintubac¸ãodifícilpodeserclassificada comprecisão(presenteouausente)em96,3%doscasos.Os valorespreditivosdostestespré-operatóriosdetriagem usa-dos paradetectarintubac¸õesdifíceis em nossospacientes sãoapresentadosnatabela3.

Discussão

Aarmazenagemdeformaorganizadadosprontuários médi-cos dos pacientes é necessária para análises dos dados e preparac¸ão de estudos clínicos mensais e anuais para melhoraraqualidadeeaprestac¸ãodosservic¸osdesaúde. Arelac¸ãohomem/mulherdenossapopulac¸ãodeestudofoi deaproximadamente1/7(p<0,05).Umarelac¸ãoentre1/5 e1/20foirelatadaemestudosdeLD,3,4assimcomoafeitura deLDemtodasasfaixasetárias,mascommaiorfrequência empessoascomidadeavanc¸ada(>45).Nopresenteestudo, LDtambémfoimaiscomumempacientesentre45-65anos emaisvelhos(p<0,05).

Os cânceres de laringe constituem 45% dos casos de câncer de cabec¸a e pescoc¸o e 1-2% de todos os tipos decânceres.5Emnossoestudo,asindicac¸õesmais frequen-tesparaLDforamdoenc¸as benignasemalignasdalaringe (58,6%).

(5)

Tabela3 Valorpreditivodostestesdetriagempré-operatóriosparaintubac¸ãodifícil

Testesdetriagem Testesdetriagem(%)

Sensibilidade Especificidade VPP VPN

EscoredeMallampati 30,5 97,9 59,3 93,6

EscoredeCormack-Lehane 75,3 98 78,6 97,6

Históriadeviaaéreadifícil 21,5 99,7 86,2 92,5

Restric¸ãodaADMcervical 28,1 99,1 75,8 92

DTMcurta 23,9 99,4 81,6 93,1

Massanaspregasvocais 71,1 94,1 49,4 97,5

no presente estudo. Atribuímos esse achado à feitura maisfrequentedeLDem gruposdefaixaetáriaavanc¸ada e ao aumento da frequência de doenc¸as concomitantes com o envelhecimento. A média de tempo de anestesia foi de 35,6±13,6minutos. Esse tempo foi afetado por vários fatores,como o procedimentocirúrgico aplicado,a habilidadeeotalentodoanestesiologistae docirurgiãoe oestadogeraldopaciente.

Ascomplicac¸õescardíacasgeralmentesãoosproblemas mais frequentes no pós-operatório (16-62%).8,9 Esse tam-bémfoiocasonoestudoatual,comcomplicac¸õescardíacas observadascommaisfrequência(7,3%)doqueoutrostipos deproblemas.

De acordocom umrelato publicadopelaASA em 2013 sobreomanejodeviaaéreadifícil,intubac¸ãodifícilé defi-nidacomoanecessidadedeintervenc¸õesrecorrentespara intubac¸ão,napresenc¸aouausênciadepatologiatraqueal.10 A incidência global deintubac¸ão difícilfoi relatadacomo entre1-3% na populac¸ão geral.11,12 No presenteestudo, a incidência foi de 7,4%. Essa taxa mais elevada pode ter resultadodapresenc¸adepatologiasdalaringenessescasos. De acordo com a literatura, intubac¸ões difíceis são mais frequentes em pacientes do sexo masculino.13,14 No pre-senteestudo,osprocedimentosparaintubac¸ãodifícilforam de 7,4% nos homens e 7,7% nas mulheres e não mostra-ramdiferenc¸aestatisticamentesignificativaentreossexos (p>0,05).

A maioria dosfatoresetiológicos paraintubac¸ão difícil pode ser determinada com uma avaliac¸ão pré-anestésica cuidadosaemeiosdisponíveisparaevitaraintubac¸ãodifícil. Parapreveraintubac¸ãodifícilantecipadamente,aDTM,a distânciamentoesternaleaextensãodopescoc¸osãousadas, bemcomooEMeaCCL.15-17

Para obter os benefícios esperados, os testes usados devemtermaiorsensibilidade,especificidadee VPP.18,19 A aplicac¸ãodessestestespermitirátempoparaos preparati-vosnecessáriosparaasintubac¸õespotencialmentedifíceis e evitará preparac¸ões desnecessárias para intubac¸ões fáceis.

Semelhantemente ao nosso, um estudo retrospectivo que analisou 2.733 pacientes revelou que a maioria dos casos com intubac¸ão difícil foi classificada como EM III e IV.20 Outro estudo pesquisou 1.200 pacientes e detectou

sensibilidadede78%,especificidadede85%,VPPde19%e VPNde99%paraoEM.Nopresenteestudo,sensibilidade, especificidade,VPPeVPNdoEMforam30,5%,97%,59,3%e 93,6%,respectivamente.AmenorsensibilidadedoEM,com umaumentodoEMencontradoemapenas30,5%doscasos

de intubac¸ão difícil, pode ser por causa da presenc¸a de patologiaslaríngeasna populac¸ão estudada. Osresultados demonstramqueEMIIIeIVsãomenoseficazesparaprever

intubac¸ãodifícilemumapopulac¸ãogeraldepacientes. Frerk et al. relataram sensibilidade de 81,2% e espe-cificidade de 81,5% para a CCL.21 Determinamos valores correspondentesde75,3%e98%paraaCCL.Osmaiores valo-resdesensibilidadeeespecificidadeencontradosemnosso estudoindicamqueaCCLpodepreverintubac¸ãodifícil.

DTMinferiora 6cmpodelevarà intubac¸ãodifícilpara anestesia.22Jimsonetal.relataramquesensibilidade, espe-cificidade,VPPeVPNdeumaDTMcurtaforam32%,80%,20% e89%,respectivamente.23Nossosvaloresparasensibilidade, especificidade,VPPeVPNdeumaDTMcurtaforam23,9%, 99,4%,81,6%e93,1%,respectivamente.Nossoestudoindica queumaDTMcurtaéumimportantepreditivodeintubac¸ão difícil.UmVPPmaiorpodeestarrelacionadocompatologia dalaringeassociadaàDTMcurta.

Muitosautoresavaliaramarestric¸ãodaADMcervicalem pacientessubmetidosaintervenc¸õescirúrgicas.Arneetal. detectaram restric¸ão da ADM cervical em 4,2% dos paci-enteseintubac¸ão difícilem54% desses casos.24 Emnosso estudo,detectamosrestric¸ãodaADMcervicalem3,2%dos pacientese intubac¸ão difícil em 75,8% desses casos. Cat-tanoetal.relataramquesensibilidade,especificidade,VPP eVPNdarestric¸ãodaADMcervicalforamde17%,91,8%,5%e 98%,respectivamente.19Jimsonetal.descobriram percen-tuaisde sensibilidade,especificidade,VPP e VPN de10%, 93%,18%e87%,respectivamente.23 Emnossoestudo, sen-sibilidade,especificidade,VPPe VPNdarestric¸ão daADM cervicalforam28,1%,99,1%,75,8%e92%,respectivamente. Essesresultados indicam umacorrelac¸ão acentuada entre restric¸ãodaADMcervicaleintubac¸ãodifícil.OVPPmaiorem nossoestudopodeserporcausadapresenc¸adepatologias dalaringe,alémderestric¸ãodaADMcervical.

(6)

clara entre história de via aérea difícil e procedimentos paraintubac¸ãodifícil.

Outro estudo relatou a presenc¸a de massa nas pre-gasvocaisem 3%dospacientessubmetidosaintervenc¸ões cirúrgicase19,2%dessescomintubac¸õesdifíceis.24 Detec-tamos massa nas pregas vocais em 10,8% dos pacientes, dosquais49,5%experimentaramdificuldadesnaintubac¸ão. Sensibilidade, especificidade, VPP e VPN da presenc¸a de massa nas pregas vocais foram 70%, 87%, 19% e 99%, respectivamente.24 Asestimativascorrespondentesde sen-sibilidade, especificidade,VPP e VPN no presente estudo foram 71,1%, 94,1%, 49,4% e 97,5%, respectivamente. A diferenc¸a no VPP pode ser por causa de variac¸ões nos tamanhos de massas nas pregas vocais e diferentes patologias laríngeas. Tanto os dados daliteratura quanto osresultados denossoestudoenfatizam aimportânciade massanaspregasvocaisnaprevisãodeintubac¸ãodifícil.

Arneetal.conduziramumaanáliselogísticados indica-doresdeintubac¸ãodifícilecalcularamasrazõesdechance eosvaloresp,respectivamente,paraEM(2,52ep<0,0001), DTM curta (1,36 e p<0,0001), restric¸ão da ADM cervical (1,46ep<0,0149)equalquerevidênciapréviadeintubac¸ão difícil(3,28ep<0,0084).24 Noentanto,Sheffetal. relata-ram razão dechance para EM de2,75 e valor p<0,035 e razãodechanceparahistória deintubac¸ãodifícilde0,17 evalor p <0,002.14 Nossas razõesdechances evalores p paraessespreditivos foramosseguintes: EM(1,736e p < 0,003),CCL(6,159ep<0,0001),restric¸ãodaADMcervical (6,518ep<0,0001),históriadeintubac¸ãodifícil(2,887ep< 0,011) e presenc¸a de massa nas pregas vocais (2,968 e p<0,0001),respectivamente.Deacordocomessaanálise, EM,CCL, restric¸ão daADMcervical, história de via aérea difícil,DTM curtae presenc¸ade massa nas pregas vocais sãopreditivosestatisticamentesignificativos deintubac¸ão difícil.Noentanto,quandocomparadocomaavaliac¸ão com-binadadetodosospreditivos,ovalorpreditivodeumaDTM curtanãopareceuserumpreditivoestatisticamente signifi-cativodeintubac¸ãodifícil.

Como a maioria dos pacientes não era de risco para intubac¸ãodifícil,taxasanormalmenteelevadasdeVPPnão podemserencontradas.AúnicamaneiradeaumentaroVPP éusar umacombinac¸ão detestes diagnósticos.23,25 Muitos autoresrelataram aumentodo VPPcom o uso combinado doEMemensurac¸õesdaDTM.24 Umtesteidealdeve pre-vertodosospossíveiscasosdeintubac¸ãodifíciledetectar todosasfáceis.Contudo,atéomomento,nenhuma metaná-liseouclassificac¸ãoASAdefiniuumtestepreditivoideal.26 Metanálises revelaram grandes diferenc¸as entre os dados obtidos de vários centros médicos e indicaram que, indi-vidualmente,essestestesapresentaramvalorespreditivos baixosourazoáveisparaosprocedimentosparaintubac¸ão potencialmentedifíceis.Estudosquecompararampacientes otorrinolaringológicoscomapopulac¸ãoemgeralrelataram queosvalorespreditivosempacientes otorrinolaringológi-cos foramcomparáveis com os encontradosna populac¸ão de pacientes em geral, com 1-2% de diferenc¸a no VPN intergrupos.18,27

Mesmo que os pacientes sejam avaliados com anam-nese,examefísicoetestesnopré-operatório,aintubac¸ão difícilnãopode serprevista com precisão. No entanto,a aplicac¸ão pré-operatória dos testes mencionados acima é útilenecessáriaparaopreparopré-intubac¸ãoeaprevisão

deprocedimentosparaintubac¸ão potencialmentedifíceis. Critérios de selec¸ão precisos não estão disponíveis para o grande númerodetestes pré-operatórios.Osdiferentes níveis deconhecimentodosanestesiologistas easdiversas técnicasdeintubac¸ãocomplicamaindamaisoprocessode selec¸ão.Porém,ousocombinado deváriostestes feitosà beiradoleito,comoaDTMeoEM,podeserrecomendado.28 Noscasosemqueaavaliac¸ãopreliminarrevelaumaligeira suspeita, o preparo pré-intubac¸ão será benéfico para o manejobem-sucedidodeintubac¸ãodifícil.

Emconclusãoostestespreditivosdeprocedimentospara intubac¸ãodifícilfeitosnoperíodopré-operatórioemcasos deLDparacirurgiaotorrinolaringológicacoincidirammuito comaquelesrelatadosparaapopulac¸ãogeraldepacientes. Aspatologiaslaríngeasexplicamasdiferenc¸asentreos paci-entesdopresenteestudoeaquelesdapopulac¸ãoemgeral, alémdeexplicara sensibilidademenorparaosresultados doEM.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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