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Anticoncepção de emergência no Brasil: facilitadores e barreiras.

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Cad . Saúde Pública, Rio d e Janeiro , 17(4):1031-1035, jul-ag o , 2001

Ant iconcepção de emergência no Brasil:

f a c i l i t a d o res e barre i r a s

E m e rg e nc y c o ntrac e ptio n in Brazil:

facilitato rs and barr i e r s

1 De p a rt am en to d e To c o g i n e c o l o g i a , Facu ld a d e d e Ci ê n c i a s M é d i c a s , U n i ve r s i d a d e Est ad u al d e Ca m p i n a s . C . P. 6 1 8 1 , Ca m p i n a s ,S P 1 3 0 8 1 - 9 7 0 , Bra s i l . h a rd y @ u n i c a m p . b r 2 De p a rt am en to de Pe s q u i s a s M é d i c o - S o c i a i s , Ce n t ro d e Pesqu isas d as Do e n ç a s M a t e r n o - In fan t is d e Ca m p i n a s . C . P. 6 1 8 1 , Ca m p i n a s ,S P 1 3 0 8 1 - 9 7 0 , Bra s i l .

Ellen Ha rd y 1 , 2

Gra cia n a Al v es Du a rt e 2

M a ri a José Du a rt e Osis 2

Xim en a Esp ejo Arce 1

M a ga li Possa n 2

Abstract A m u lt i-cen t ered q u a lit a t i ve st u d y w a s con d u ct ed in Bra z i l , C h i l e , a n d M ex i co t o a s-sess t h e a cce p t a b i li t y of em ergen cy co n t ra cep t i o n b ot h a m o n g p o t en t i a l u sers a n d p o ssi b le p rov i d e r s , a u t h o r i t i e s , a n d op i n ion m a k ers, a n d t o id e n t ify (a ccord in g t o p a rt i c i p a n t s’ p e rc e p -t i on s) fa c-t ors f a cili -t a -t i n g or h i n d erin g -t h e m e-t h od ’s u se a n d -t h e m o s-t a p p rop ria -t e s-t ra -t egi es -t o d issem in a t e in form a t ion a n d p rov id e t h e m et h od . Da t a w ere co llect ed t h ro u gh sem i-st ru ct u re d i n t e rv i ew s ,g rou p in t erv i ew s , a n d d i scu ssion gro u p s , w h ich w ere t ap e- re c o rd ed a n d t ra n s c r i b e d . A t h em a t i c a n a lysi s of t h i s m a t eri a l w a s con d u ct ed . A ccep t a bilit y of em ergen cy co n t ra c e p t i o n w a s h igh a m on g p a rt i c i p a n t s , w h o a lso felt t h a t t h ere w ere n o ba rriers t ow a rd s it s accep t a n ce b y t h e p op u la t io n . Pa rt ici p a n t s f elt t h a t t h e m et h od ’s a ccep t a bi lit y w ou ld be grea t er if it w ere in -clu d ed in re p ro d u c t i ve h ea lt h p ro g ra m s , em p h a si z in g it s p rescrip t ion for em ergen cy sit u a t ion s. Pa rt icip a n t s h i gh ligh t ed t h a t st ra t egic com p on en t s in Bra zil w ou ld be t ra i n in g of p rov iders a n d in clu sion of t h e m et h od in fa m ily p la n n in g serv i c e s .

Key words C o n t ra c e p t i o n ; Ab o rt i o n ; Re p ro d u c t i ve Me d i c i n e

Resumo Re al izou -se u m est u d o m u lt icên trico (Bra s i l , Ch ile e M éx ico), q u a l i t a t i vo, p a ra a va l i a r a a ceit ab i lid a d e d a a n t icon cep çã o de em ergên cia en t re p ot en cia is u su á ri a s, p o s s í v eis p rov e d o-re s , a u torid a d es e ou t ras p essoa s in flu en t es, e id en t ifica r, d e a cord o com a p ercep çã o d os p a rt i c i-p a n t e s ,f a c i l i t a d o res e ba rre i ra s i-p a ra a u t iliza çã o do m ét od o n o Bra s i l . Re a l i z a ra m -se en t re v i s t a s s e m i - e s t r u t u ra d a s , gru p a is e gru p os de d iscu ssã o, qu e fora m gra va d os e t ra n scrit os p a ra re a l i z açã o d e a n á li se t em á t ica . Os p a rt icip an t es m a n ifest a ra m se fra n ca m en t e fav o r á veis à di ssem in a -çã o d a in fo rm a -çã o, p rov isão e u so da an t icon cep -çã o d e em ergên cia n o Bra s i l .C o n s i d e ra ram qu e n ão ex ist em b arre i ra s sign i fica t iv as a su a a ceit a ção p ela soci ed a de b ra s i l e i ra em gera l , e qu e se-ria m a is a p rop se-ria d o a d ot a r-se a est rat égi a d e in seri- la em p ro g ra m a s a bra n gen t es d e sa ú d e re-p ro d u t i va . O m ét o d o d ev eri a ser ofe reci d o co m o m a is u m a a lt ern a t iv a co n t ra c e re-p t i va , em m eio à s d em a is, en fat i z a n d o a su a i n d ica çã o em sit u a ções d e em ergên cia . Além d isso , a p on t ou - se co-m o essen ci a l qu e os p rof issi o n a i s d e sa ú d e sej a co-m ca p a ci t a d os p a ra p rov e reco-m a i n fo rco-m a çã o e o m é t o d o.

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Cad. Saúd e Pública, Rio d e Jane iro , 17(4):1031-1035, jul-ag o , 2001

I n t ro d u ç ã o

A An t ic on cep ção d e Em e r gê n cia (AE) é um a f o rm a de con tracep ção q ue p od e ser usad a p e-las m u lh eres ap ós u m a rela ção sexu al d esp ro-tegid a. Qualq uer m ulher com risco d e gra v i d ez p od e p re cisar d est e rec u rso fren te ao u so in c o r reto o u in co n sisten te d e u m m ét od o c on -t ra c e p -t i vo (p or exem p lo: esq u ecim en -to d e - to-m ar a p ílu la, ou d e coloc ar o d iafra gto-m a), à fa-lh a d e m étodos (com o rom p im en to d o con d o m ou expulsão d o DIU ) e/ ou n o caso d e um a re l a-ção sexu al im p revista ou violen ta (MS, 1996).

No Br asil, o u so d e p ílu las an ticon cep cio-n ais com o AE já vem ocorrecio-n do há m uitos a cio-n o s, p oré m em am b ien te s re s t ri t o s, n u n c a c om o p rática sistem atizada. De form a que a sua p re s-c riçã o p elos p rofission a is d e saú d e, n o set or p ú b lic o e p r i va d o, ain d a vem se n d o b asta n te re s t rita (FEBRASGO, 1996). Em m arço d e 1996, foi realizada em Brasília, um a oficin a sobre an -t icon cep ção d e e m e rgên cia , p ro m ovid a p e lo e s c ri t ó rio do Pop u l at ion Cou n ciln o Brasil e p e-la Co o rd en a ção d e Sa ú d e Ma t e rn o - In fan til d o Mi n i s t é rio d a Saú d e (MS). Pa rt i c i p a r am d essa reu n ião 28 p rofission ais bra s i l e i ros e estra n g e i-r o s, com o p i-rop ósito d e defin ii-r d ii-re t i-ri zes p ai-ra a in tr od uç ão d a AE n a aten çã o à saú d e re p ro-d u t i va n o Brasil (Pop u lation Coun cil, 1996).

Co m o resu ltad o d essa ofic in a , o MS in cor-p o rou a AE às n or m as n acion ais, in clu in do es-se m étod o n o Ma n u a l d e Assist ên cia a o Pl a n e-ja m en t o Fa m i l i a r, recom en d an d o a u tilização d o regim e Yu zp e (MS, 1996). Em 1998, o Mi n i s-t é r io p r op ô s a n or m a p ara p re ve n ç ão e s-tr a s-t a-m en to dos agra vos resu ltan tes da violên cia se-xual con tra m ulheres e adolescen tes (MS, 1 9 9 9 ) , p recon iza n d o a oferta d e AE às m u lh eres víti-m as d e violên cia sexual. Essa n orvíti-m a en trou evíti-m vigo r ap en as em 1999, d ep ois d e b a stan te p o-lê m ica n o Co n g resso Nacion a l, suscitad a p or a lgu n s p ar la m en tares q u e a classifica va m c o-m o legitio-m adora d o abort o.

Em vista d o c on texto ju ríd ico e p olítico fa-vo r á vel, já está sen d o com ercia lizad o n as fa rm ácias u rm p rod uto esp ecífico p ara AE, disp en -san do a u tilização im p rovisada dos an ticon cep-cion ais orais que estão n o m erc a d o. Porém , ainda n ão se sabe m uito acerca da aceitabilidade desse m étodo na sociedade bra s i l e i ra em geral e, espe-c i f i espe-c a m e n t e, entre poten espe-ciais usuárias e p rove d o-re s. Um estud o sob o-re con h ecim en to, atitu des e p rática da p re s c rição da AE pelos ginecologistas e obstetras brasileiros ap on tou que, em geral, eles tin ham um a atitude favorável fren te à utilização d a AE, seu con hecim en to acerca do m étodo era m o d e rado e poucos deles já haviam p re s c rito cor-retam en te o regim e de Yuzpe (Galvão et al., 1999).

P rocedimentos met odológicos

En t re 1996 e 1999, o Ce n t r o d e Pesq u isas d a s Do en ça s Ma t e rn o - In fan tis d e Cam p in as (CE-MICAM P) p a r tic ip ou , ju n ta m en te co m u m c e n t ro d e p esq uisa do Chile e outro do México, d o estu d o m u ltic ên tric o Aceit abilid a d e d a AE n a Am érica La t i n a. O objetivo d esse estu do foi a valiar o co n h e cim en to e a in fo r m a ção sob re AE, b em com o a su a a ce ita b ilid ad e en t re p o ten ciais usuárias (m ulheres em idade re p ro d u -t i va, a d ole sc en -tes m ães, a d ole sc en -tes sem filhos e m ães cujos filh os estavam n a ad olescên -cia) d o s estra tos só cio -ec on ô m ico s m éd io e b a i xo ; p o ssíve is p rove d o res d a AE (m éd ico s, e n f e rm e i ra s, p ro f e s s o res d e ad olescen tes, ati-vista s d e m ovim en to s d e m u lh eres); fo rm u l a-d o res a-d e p olítica s p úb licas e au to r ia-d a a-d e s a-d a á rea da saú d e, em n ível m un icip al (Ca m p i n a s, São Pau lo), estadu al (Estad o d e São Paulo) e fe-d e ral (Mi n i s t é r io fe-d a Saú fe-d e); e ou tr as p essoa s (c om o p ad re s, jorn a l i s t a s, fa rm a cêu ticos) ca-p a zes de in flu ir (in fluen tes) n o ca-p rocesso de dis-sem in ação da in form ação e p rovisão d a AE.

Tratou -se d e u m estu d o exp lora t ó ri o, c om m etodologia qu alitativa. A in form ação foi cole-tad a através d e gr up os d e d iscu ssão (Kru e g e r, 1994), en trevistas gr u p ais e sem i-estru t u ra d a s ( Fo n ta n a & Fre y, 1994). No tota l h ou ve 38 e n -t re vis-tas c om p ossíveis p rove d o res d a AE, for-m u l a d o re s d e p o lít ic as p ú b licas, a ut or i d a d e s d a á rea d a sa úd e e ou tr as p essoa s in flu en tes; oito en trevistas gru p ais e cin co gru p os d e dis-cu ssão com p oten ciais u suári a s. A p art i c i p a ç ã o n o estud o fo i vo l u n t á r ia, m ed ia n te assin a tu ra de u m Te r m o d e Con sen tim en to Livre e Escla-re c i d o.

As en trevistas e gru p os de discu ssão fora m t ra n s c ri t o s, p roc ed en d o-se à an álise tem át ica dos m esm os (Mi n a yo, 1993). Neste trabalh o se-rá en fo ca d a a a c eit ab ilid ad e d a AE en t re os p a rticip an tes da p esqu isa. O con ceito d e acei-ta bilida de ad oacei-tad o p elo estud o foi a aceiacei-tação ou n ão d a AE n as re p resen taç ões socia is (p er-ce p çõe s e im agen s in te rn aliza d as) e n a aç ão (decisão e com p ortam en to) d os p art i c i p a n t e s, en ten den d o-se qu e a aceitabilid ad e resulta d a i n t e ração de três n íveis: m acro/ social, in stitu -cion al e m icro / p e s s o a l .

Resultados

O pinião geral

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Cad . Saúde Pública, Rio d e Janeiro , 17(4):1031-1035, jul-ag o , 2001 i n a d e q u a d a m e n t e, n o lugar d e um m étod o an

tic on cep c ion al (MAC) d e uso c otid ian o, re g u -l a r. Pa ra ju stificar essa p re o c u p a ç ã o, os p ar t i c i-p an tes en fatizar am i-p rin cii-p alm en te seu m ed o d e qu e o s ad olescen tes p a sse m a u tiliza r a AE ro t i n e i ra m e n t e , p or co n sid erá -la m a is fá c il, u m a vez q u e eles já a p resen tam u m a cer ta re-sistên cia ao uso c on sisten te de an ticon cep ção e de p re ven ção d e doen ças sexualm en te tra n sm i s s í veis (DST) e Sín drosm e da Ism u n o d e f i c i ê n -cia Ad q u i rid a (AIDS). As p oten -ciais usu á rias e os p rove d o res foram in sisten tes em m an ifestar sua p reocu p ação de que a AE p ossa ser in devi-dam en te utilizad a, p rovocan do pre j u í zos à s a ú-d e ú-d as m u lh e re s, c o m o c on seq ü ên c ia ú-d o u so rep etido d e altas doses de h orm ô n i o s.

De m od o geral, os p articip an tes con sid era-ram qu e tod as as m ulhere s, de qu alqu er idade, são p oten ciais u su árias d a AE, exc l u s i va m e n t e n as situ aç õ es d e em ergên c ia, en te n d id as en -quan to p ossíveis aciden tes. No caso de re l aç õ e s sexu ais ocasion ais, a AE n ão deve ria ser in dica-da p orqu e as p essoas que já m an têm u m a vidica-da sexu al d eve r iam estar sem p re p re p a rad a s p a -ra um a eve n t u a l i d a d e. Pa r a essa s p essoas, são id ea is os m ét od o s d e b ar re i ra . As p ot en c ia is u s u á ri a s, p or ém , re s s a l va ra m qu e a exc eção a essa re g r a são os a d ole sc en te s, d a d a s a s cir cu n stân cias d e vida em q u e se en con tram , in -c l u s i ve de in í-cio da vida sexu al. Eles teriam jus-t i f i c a jus-t i va p ara u sa r a AE fren jus-te a u m a re l a ç ã o ocasion al, in esp erada. Ou t ro p on to en fatizado ap en a s p elas p o ten c iais u su ár ia s foi q ue as p essoa s casad as n ão deve ria m u sar a AE, u m a vez q ue essa con d içã o p re ssu p õ e q u e elas es-tão su jeitas a p ro c ri a r.

Ant iconcepção de emergência e abort o

De m o d o geral, o s en t revist ad o s em t od as as c a t e g o rias con cord a ram qu e a AE age evitan d o um a gra v i d ez, p or im p edir a ov u l a ç ã o, a fecu n -d a çã o o u a n i-d a ç ão. Ap en a s u m p rofesso r -d e in stitu ição católica de en sin o afirm ou q u e a AE in d u z o abort o, e ou tro, d e in stitu ição eva n g lica , m an ifestou d ú vid as com resp eito a o m é-todo ser ab ort i vo ou n ão, p or n ão estar con vic-to sob re o m ecan ism o de ação. Pa ra ele, se a AE agir so b re a fe cu n d a çã o estar á im p ed in d o a g ra v i d ez, caso con trári o, agin d o ap en as sob re a n i d a ç ã o, in du ziria o abort o.

Em b o ra a ten d ên cia d os en trevistad os fos-se con sid erar qu e a AE n ão in d uz o abor t o, m as im p ede a gra v i d ez, eles en fatizaram qu e o con -ceito d e gr a v i d ez va r ia d e in d ivíd u o p ara in d ivíduo e, em fu n ção d isso, d as p ersp ectivas in -d ivi-d uais e/ ou gr u p a i s, algu m as p essoas e/ ou g ru p os poderão con siderar q ue a AE é ab ort i va.

As p oten ciais u suárias fri s a ram qu e a asso-c iação en tre AE e ab o rto vai d ep en d er do s va-l o res m o rais e reva-ligio sos d e cad a p e sso a e d a i m p o r tân cia d o s m esm os n a vid a d elas. En t re o s m éd ico s n ão gin e colo gistas, m a s p ossíve i s p rove d o res d a AE p o r atu a rem em serviços d e aten ção p ri m á ria e/ ou de urgên cia, houve q u e m m an ifestasse a opin ião de q ue o uso d esse m é-tod o p oderia sign ificar a in d u ção d e u m ab or-t o. Mesm o en or-tre gin ecologisor-ta s foi u or-tiliza d o o q u a l i f i c a t i vo “m i c ro a b o rt i vo”, arg u m e n t a n d o se qu e o m étodo p od e elim in ar o óvu lo fecu n -d a -d o. Ap en a s u m p ro fissio n al -d isse q u e n ão lh e era cla ra a d iferen ça en t re o u so d a AE e a in d u ção d o ab ort o, ap esar d e ter lid o a n o rm a técn ica do MS sobre a an ticon cep ção d e em er-g ê n c i a .

A c e i t a ç ã o

Ho u ve con sen so d e q ue tod a a p op u lação tem d i reito a sa b er q u e exist e o recu rso d a AE. As p essoas in flu en tes re s s a l t a ram qu e isto é u m a q u estão d e cidad an ia, d e se re s p e i t a rem os di-re it os d o s cid a d ã os. Tod o s os p a rt i c i p a n t e s c o n s i d e ra ram qu e n o Brasil as barre i ras p ara a i n t ro d u ç ão e u so d a AE são re l a t i va s, esta n d o a ssoc iad a s m uito m ais a p ersp e ct ivas in d ivi-d u a is ivi-d o q u e a resistê n cias estru t u ra is ivi-d a so-c ied ad e so-com o u m tod o. Por exem p lo, o m e d o d e q ue ela seja u tilizada de form a in ad eq uad a, sen d o en ten d id a c om o m é tod o d e r otin a, p o-d e ria fazer com qu e n ão se o-d ivulgasse o m éto-d o. Isto fo i en fatiza éto-do esp ecialm en te em re l a-ç ã o ao s ad ole scen te s, p ara o s q u ais se acre s-c en tou s-c om o p ossível b arre i ra a op o siçã o d os p a is a q u e eles receb am in form ação e ten h a m acesso à AE.

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Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , 17(4):1031- 1035, jul-ag o , 2001

d evid am en te c ap acitad o p ara in form ar e p ro-ver a AE. Na p ersp ectiva d esses en tre v i s t a d o s, a cap acitação d o p essoal d a área d e sa úd e p a-ra p rover o m étod o deve en focar a p arte técn i-c a m a s ta m b é m o u t ros asp ei-c t os in e ren te s à p re sta çã o d e se rviço s c om b o a q u alid a d e d e a t e n ç ã o.

Fi n a l m e n t e, foi d ito q ue o p rocesso d e dis-sem in ação d e in for m ação e p rovisão d a AE se-rá fac ilitad o se os m eio s d e com u n ica ç ão d e m a ssa forem u tilizad os cu id ad osam en te, p a ra n ã o su sc itar rea ç ões d e p ossíveis op ositor e s. Pa ra os p rove d o res de serviços foi con sidera d o essen c ial qu e a distin ção en tre AE e RU 486 fi-qu e b em clara, e q ue a AE seja apresen tada co-m o co-m a is uco-m a o p ç ã o con t ra c e p t i va , in clu íd a e m u m am p lo p ro g r am a , q u e ab ra n ja ta n to a ed ucação sexu al qu an to a in for m ação e p rov i-são d e con tra c e p ç ã o.

C o m e n t á r i o s

Os resu ltad os ap resen tad os p erm i t i ram ve ri f i-c ar q ue os p artii-cip an tes d o estud o p eri-c e b i a m a AE com o u m recu rso d esejável, d e m od o ge-ral aceitável p or toda a pop u lação, que deve es-t ar ac essível a es-tra vés d e p ro g r am as am p lo s d e saú d e sexu al e re p ro d u t i va. Um elem en to fun -d am en tal p ara essa p ersp ectiva é a legitim i-da- ida-d e so cial at rib uíida-d a à AE com b ase em seu re

s-p aldo n a Lei sobre Plan ejam en to Fam iliar (Bra-sil, 1997) e em sua n orm atização p elo Mi n i s t é-rio da Saúde p ara ap licação n os serviços p ú bli-co s em t od o o p aís (MS, 1996). En f a t i zo u - s e, p orém , a n ecessid ad e de q u e a p r ovisã o d esse m étod o seja con trolad a p elos serviços d e sa ú-d e. Toú-d as as p essoas ú-d eve r iam sab er ú-d a exis-tên cia d a AE, m as n ão d eve ria ser p ossível usála se m u m a avaliaç ã o p r ofission al, p re f e re n -cialm en te realizada p or m éd ico. A m esm a p e r s-p e c t i va fo i o b se rvad a em u m a so cied ad e d is-tin ta, en tre m éd icos in gleses (Zieb lan d , 1999).

É p o ssível p erc eb er p o rt a n t o, a p ar tir d as o b s e r vaç õe s d os p ar t icip a n tes d e ste estu d o, que a dissem in ação de in form ações sob re a AE d e ve ser b astan te cu idadosa p ara n ão com pro-m e te r a su a a ce ita ç ão. De ve-se d issoc iá- la o m á xim o p o ssíve l d a p olêm ic a so b re o ab or t o, re s s a l t a n d o, ao m esm o tem po, seu caráter con -t ra c e p -t i vo e e m er gen cial. N ão se d eve ria p erm itir qu e ela seja ap resen tad a coerm o uerm a solu -ção m ágica para evitar o p rob lem a d a gra v i d ez in d esejad a, c om o se p ud e sse su b stitu ir o u so regu lar d e m étodos an ticon cep cion ais. Em vista d isso, é fácil p erceber p orqu e os p art i c i p a n -tes re c o m e n d a ram qu e os m eios de com un ica-ção sejam u sa d os com cau tela p ara d ivu lgar a AE, e q u e, ao c on trári o, os ser viços d e sa ú d e é que d evem ser as p rin cip ais fon tes de in form a-ç ã o, a través d e p ro g ra m a s volt ad os a a a-çõ es e d u c a t i va s.

A g r a d e c i m e n t o s

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Cad . Saúde Pública, Rio d e Jane iro , 17(4):1031-1035, jul-ag o , 2001

R e f e r ê n c i a s

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Referências

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