Cont role epidemiológico da t uberculose
na cidade de Pelot as, Rio Grande do Sul, Brasil:
adesão ao t rat ament o
Ep id e mio lo g ical co ntro l o f tub e rculo sis in Pe lo tas,
Rio Grand e d o Sul, Brazil: tre atme nt co mp liance
1 Dep artam en to d e Med icin a Socia l, Fa cu ld a d e d e M ed icin a , Un iv ersid a d e Fed era l d e Pelot a s. Av. Du q u e d e Ca x ia s 250, Pelot a s, RS, 96030- 002, Bra sil. 2 Dep artam en to d e An t rop ologia Socia l, Un iv ersid a d e Fed era l d o Rio Gra n d e d o Su l. Av. Ben t o Gon ça lv es 9500, Port o Alegre, RS 90509- 900, Bra sil. 3 Dep artam en to d e Clín ica M éd ica , Fa cu ld a d e d e M ed icin a , Un iv ersid a d e Fed era l d e Pelot a s. Av. Du q u e d e Ca x ia s 250, Pelot a s, RS, 96030- 002, Bra sil. 4 Facu ld ad e d e Med icin a, Un iv ersid a d e Fed era l d e Pelot a s.
Av. Du q u e d e Ca x ia s 250, Pelot a s, RS, 96030- 002, Bra sil.
Ju v en a l Soa res Dia s d a Cost a 1 Helen Gon ça lv es 2
An a M a ria B. M en ez es 3 Ed u a rd o Dev en s 4 M a rcelo Piv a 4 M a u rício Gom es 4 M á rcia Va z 4
Abst ract T h is st u d y a ssesses risk fa ct ors for t rea t m en t n on com p lia n ce b y p a t ien t s regist ered w it h t h e Tu b ercu losis Con t rol Progra m w h o liv e in t h e u rb a n a rea of Pelot a s, Rio Gra n d e d o Su l St a t e. Th e st u d y la st ed from Ju n e 1994 t o Decem b er 1995. All n ew ca ses d ia gn osed a s p u lm on a ry t u b ercu losis in t h e 20- 80- yea r a ge b ra ck et w ere m on it ored b y t h e Tu b ercu losis Un it , h u b of t h e t u b ercu lo si s co n t ro l p ro gra m i n Pelo t a s. All p a t i en t s w a s m o n i t o red f ro m t i m e o f d i a gn o si s t h rou gh en d of t rea t m en t , six m on t h s la t er. Pa t ien t s a n sw ered a st a n d a rd q u est ion n a ire. From Ju n e 1994 t o Ju n e 1995, 152 ca ses w ere record ed , w it h som e 20% t rea t m en t n on com p lia n ce. W e ob serv ed n o sign ifica n t a ssocia t ion b et w een n on com p lia n ce a n d em p loym en t st a t u s for h ea d of fa m ily, a ge, gen d er, a lcoh olism , or p resen ce of sym p t om s, w h ile t h e on ly risk fa ct or sign ifi -ca n t ly a sso ci a t ed w i t h n o n co m p li a n ce w a s n o n - w h i t e sk i n co lo r, p ro b a b ly d u e t o t h e st u d y’s w eak p ow er as a fu n ct ion of sam p le siz e.
Key words Tu bercu losis; Tu bercu losis Con t rol Program ; Ep id em iology
Resumo O ob jet iv o d est e est u d o foi v erifica r fa t ores d e risco p a ra n ã o- a d esã o a o t ra t a m en t o p a ra t u b ercu lose n os p a cien t es in scrit os n o Progra m a d e Con t role d a Tu b ercu lose, resid en t es n a z on a u rb a n a d a cid a d e d e Pelot a s. O est u d o est en d eu - se d e ju lh o d e 1994 a d ez em b ro d e 1995. Um a coort e d e p a cien t es com d ia gn óst ico in cid en t e d e t u b ercu lose, en t re v in t e e oit en t a a n os d e id a d e, foi a com p a n h a d a n o Cen t ro d e Sa ú d e d a cid a d e, on d e sã o cen t ra liz a d os t od os os p a cien -t es com -t u bercu lose. Cad a p acien -t e foi acom p an h ad o d esd e o d iagn ós-t ico d a d oen ça a-t é o -t érm i-n o d o t rat am ei-n t o, seis m eses ap ós. Um qu est ioi-n ário p ad roi-n iz ad o e p ré-cod ificad o foi ap licad o a t od os os p acien t es. Foi d iagn ost icad o u m t ot al d e 152 casos n ovos d e t u bercu lose n o an o em est u -d o; -d est es, ap rox im a-d am en t e 20% -d os m esm os aban -d on aram o t rat am en t o. Em relação aos fat o-res d e risco est u d a d os p a ra n ã o- a d esã o a o t ra t a m en t o n ã o se en con t rou sign ificâ n cia est a t íst ica p a ra fa t ores sócio- econ ôm icos, t ra b a lh o d o ch efe d a fa m ília , id a d e, sex o, a lcoolism o e p resen ça d e si n t om a s. O ú n i co fa t or d e ri sco q u e est ev e est a t i st i ca m en t e a ssoci a d o com n ã o- a d esã o a o t ra t a m en t o foi cor n ã o b ra n ca . Ist o p rov a v elm en t e ocorreu p ela fa lt a d e p od er d o est u d o em ra -z ão d o t am an h o d a am ost ra.
Introdução
Segu n d o a Orga n iza çã o Mu n d ia l d a Sa ú d e (Crofton et al., 1992), em 1990, ocorreram oito m ilh õ es d e n ovo s ca so s d e tu b ercu lo se n o m u n d o, sen d o 95% em p a íses em d esen vo lvi-m en to e 5% n os p aíses in d u strializad os. O lvi-m ais p reocu p an te é qu e ocorrem ap roxim ad am en te três m ilh ões d e m ortes, n o m u n d o, p or tu b ercu lo se em u m a n o. Estes n ú m ero s p o d em a u m en tar com a in terrelação d a Aid s e tu b ercu lose. An tes d a ep id em ia d a Aid s, n os p aíses in -d u stria liza -d o s, a tu b ercu lo se era co n si-d era -d a com o u m a d oen ça con trola d a e p ra tica m en te in existen te. É estim a d o, p o r exem p lo, q u e, n a p róxim a d écad a, trezen tos m ilh ões d e p essoas serão in fectad as, n oven ta m ilh ões d esen volverão a d oen ça e trin ta m ilh ões m orrevolverão p or tu -b ercu lose (WHO, 1996).
No Bra sil, a n u a lm en te, n oven ta m il d o en -tes su rgem e, d es-tes, m orrem cin co m il, n ú m e-ro q u e n ã o tem se a ltera d o n o d eco rrer d o s a n o s. O Pa ís é o sexto co m m a io r n ú m ero d e casos com tu b ercu lose d o m u n d o.
No Rio Gra n d e d o Su l, fo ra m n o tifica d o s 4.698 ca so s em 1994 (MS, 1995) e 4.893, em 1995 (SSMA, 1996). Em Pelotas, n o p eríod o d e ju lh o d e 1994 a ju lh o d e 1995, o setor d e tisio-logia d o Cen tro d e Saú d e n otificou cerca d e 249 p acien tes com tu b ercu lose, ab arcan d o a zon a ru ral e cid ad es vizin h as d e tod as as id ad es. Se-gu n d o in fo rm a n tes d a u n id a d e lo ca l, Pelo ta s fo i in clu íd a en tre o s 250 m u n icíp io s d o Pa ís q u e d eve in ten sifica r o com b a te à d oen ça p or ap resen tar u m alto ín d ice d e in cid ên cia d a tu -b ercu lose.
O Pro gra m a d e Co n tro le d a Tu b ercu lo se (PCT) p recon iza com o u m a d as estratégias d e errad icação d a d oen ça in terrom p er a cad eia d e tra n sm issã o m ed ia n te a d esco b erta e o tra ta -m en to d o s ca so s d e tu b ercu lo se b a cilífero s (Ott et a l., 1993). Pa ra se a tin gir este o b jetivo, torn a-se essen cial qu e se d iagn ostiqu e o m aior n ú m ero p ossível d e casos e qu e estes p acien tes con clu am o tratam en to.
Um d o s p rin cip a is p ro b lem a s en co n tra d o p elo PCT referese à ch a m a d a a d esã o d o s p a -cien tes com tu b ercu lose à terap êu tica ofereci-d a , o u seja , a o n ã o co n clu írem o tra ta m en to (p o r u m a o u vá ria s vezes), to rn a m se p a cien -tes crôn icos, tan to d a d oen ça, qu an to d o servi-ço. A n ão-ad esão ao tratam en to é ap on tad a co-m o u co-m a d a s gra ves fa lh a s n o p ro gra co-m a p a ra com b ater a d oen ça.
A revisã o d a b ib liogra fia a resp eito d a p re-visib ilid ad e d e ad esão ao tratam en to é con tro-versa (Bayer & Wilkin son , 1995). Au tores am e-rican os, com o Cu rry (1964), já ap on tavam p ara
m en or ad esão em p acien tes d e b aixo n ível só-cio-econ ôm ico; ou tros, com o Sb arb aro (1980), referia m q u e “in feliz m en t e, o com p ort a m en t o san itário d a m aioria d as p essoas é im p revisível e n ão con firm am as n ossas ex p ectativas d e qu e sigam as recom en d ações m éd icas”.
O ob jetivo d este estu d o foi verificar a ad e-sã o a o tra ta m en to p a ra tu b ercu lo se e a va lia r fa to res d e risco p a ra n ã o -a d esã o a o p ro cesso tera p êu tico, em p a cien tes resid en tes n a zo n a u rb an a d a cid ad e d e Pelotas, n o p eríod o d e ju -lh o d e 1994 a d ezem b ro d e 1995.
M et odologia
O Pro jeto Co n tro le Ep id em io ló gico d a Tu b er-cu lose n a cid ad e d e Pelotas – RS in clu iu d iver-sos su b estu d os. O p resen te su b estu d o teve co-m o o b jetivo q u a n tifica r a n ã o -a d erên cia a o tratam en to e id en tificar fatores d e risco p ara a falta d e ad esão ao ele, p or m eio d e u m a an álise qu an titativa. Este trab alh o está sen d o com p le-m en tad o p or estu d o cole-m le-m étod o etn ográfico, cu jo s resu lta d o s e a n á lise n ã o serã o co n tem -p lad os n este artigo.
Em Pelotas, tod o p acien te com su sp eita d e tu b ercu lose é en cam in h ad o ao Cen tro d e Saú -d e -d a ci-d a-d e e, h aven -d o con firm ação -d iagn óstica, o en ferm o é in scrito n o Program a d e Con -tro le d a Tu b e rcu lo se d o Rio Gra n d e d o Su l (PCT/ RS), vin cu lad o à Secretaria d a Saú d e e d o Meio Am b ien te. A p a rtir d e n o rm a tiza çã o, a d istrib u ição d os m ed icam en tos tu b ercu lostáti-cos são cen tralizad os n o Cen tro d e Saú d e d a ci-d a ci-d e. O tra ta m en to é p a ci-d ro n iza ci-d o, ci-d u ra n ci-d o, n a m aioria d as vezes, seis m eses (Palom b in i et al., 1996), e os p acien tes receb em u m a q u an ti-d ati-d e ti-d e m eti-d icação su ficien te p ara u m m ês.
-m en to d a ad esão, o estu d o esten d eu -se até d e-zem b ro d e 1995.
As va riá veis só cio -eco n ô m ica s u tiliza d a s foram : classe social (segu n d o a Associação Bra-sileira d e In stitu to s d e Pesq u isa d e Merca d o, Abip em e), escolaridade e ren da fam iliar. A clas-sifica çã o d a Ab ip em e (Ru tter, 1988) b a seia -se n a acu m u lação d e b en s m ateriais e n a escola -rid ad e.
Po r fim , n a a n á lise b iva ria d a , verifico u -se qu e d iversas célu las, p rin cip alm en te referen tes às categorias d e b ase qu e sign ificavam p ad rões sócioecon ôm icos m ais elevados, ou m aior ren -d a e escolari-d a-d e, ficavam com valores in feriores a cin co, razão p ela qu al agru p aram se algu -m a s ca tego ria s. Os in d ivíd u o s d a s cla sses sociais A, B e C, qu e totalizaram 16%, foram agru -p ad os -p ara fin s estatísticos. A variável escolari-d aescolari-d e foi escolari-d icotom izaescolari-d a em alfab etizaescolari-d os e an al-fab etos. Da m esm a form a, a ren d a fam iliar foi d ivid id a em d o is gru p o s: fa m ília s receb en d o até três salários m ín im os e as com ren d a su p e-rior a três salários m ín im os.
Além d esta s va riá veis, co leta ra m -se in fo r-m a çõ es so b re o tra b a lh o d o s p a cien tes e su a p osição fam iliar (se era o ch efe d a fam ília).
As variáveis d em ográficas estu d ad as foram sexo, id a d e e co r d a p ele (ca tego r iza d a co m o b ran cos e n ão b ran cos).
Verifico u -se o h á b ito d e in ger ir á lco o l p o r in term éd io d o qu estion ário Mich igan Alcoh olic Screen in g Test– MAST (Ba iley et a l., 1978). De a co rd o co m o MAST o s p a cien tes fo ra m ca te-gorizad os com o escore alto ou escore b aixo p a-ra alcoolism o.
En tre os sin ais e sin tom as p esq u isad os, levou se em con sid eração a p resen ça ou au sên cia d e tosse, escarro, h em op tise, em agrecim en -to, a n o rexia , su d o rese n o tu rn a e feb re. Po steriorm en te, estes sin ais ou sin tom as foram agru -p a d o s n a fo rm a d e so m a tó rio ( Ta b ela 1). Pre-sen ça d e h em op tise foi an alisad a isolad am en te p o r co n sid era r-se u m sin a l rep resen ta tivo d a gravid ad e d a d oen ça.
A variável d ep en d en te foi d icotom izad a em p acien tes cu rad os (aqu eles qu e com p letaram o tra ta m e n to e re ce b e ra m a lta p o r cu ra ) e p a -cie n te s q u e n ã o a d e rira m o u in te rro m p e ra m tem p orariam en te o tratam en to. O n ão-com p a-recim en to à u n id a d e d e sa ú d e p a ra retira d a d o s m ed ica m en to s p o r m a is d e trin ta d ia s fo i categorizad o com o n ão-ad esão.
En co n tra ra m -se 152 ca so s e sete p erd a s, atin gin d o 4,6% en tre p acien tes n ovos, tu b ercu losos en tre vin te e oiten ta an os de idade, acom -p an h ad os n o -p eríod o en tre ju lh o d e 1994 a d e-zem b ro d e 1995, resid en tes n a zon a u rb an a d e Pelotas.
Tab e la 1
Caracte rísticas d a p o p ulação d o e stud o e m Pe lo tas, RS, 1994-1995.
Variável n %
Classe social
Classe s A+ B+ C 25 16,4
Classe D 47 30,9
Classe E 80 52,6
Escolaridade
Alfab e tizad o s 132 86,8
Analfab e to s 20 13,2
Renda familiar
Mais d e 3 salário s mínimo s 56 36,8
Até 3 salário s mínimo s 96 63,2
Trabalha
Sim 60 39,5
Não 92 60,5
Chefe da família
Sim 86 56,6
Não 66 43,4
Cor da pele
Branca 101 66,4
Não b ranca 51 33,6
Idade
De 20 a 29 ano s 37 24,3
De 30 a 39 ano s 51 33,6
De 40 a 49 ano s 33 21,7
De 50 o u mais ano s 31 20,4
Sexo
Fe minino 47 30,9
Masculino 105 69,1
Alcoolismo (M AST)
Esco re b aixo 119 78,3
Esco re alto 33 21,7
N úmero de sinais ou sint omas
Ne nhum sinal o u sinto ma 6 3,9
1 sinal o u sinto ma 2 1,3
2 sinais o u sinto mas 5 3,3
3 sinais o u sinto mas 15 9,9
4 sinais o u sinto mas 24 15,8
5 sinais o u sinto mas 33 21,7
6 sinais o u sinto mas 52 34,2
7 sinais o u sinto mas 15 9,9
Hemopt ise
Não 110 72,4
Sim 42 27,6
Trat ament o complet o
Sim 122 80,1
A en trad a d os d ad os foi realizad a p or m eio d o Pro gra m a Ep iIn fo, d u a s vezes p a ra se d e tecta rem p ro b lem a s d e co n sistên cia . Pro ce d eu se a n á lise u n iva ria d a e b iva ria d a n o Pro -gram a SPSS. Utilizou -se com o m ed id a d e efei-to o risco relativo e verificou -se a p recisão d as m ed id a s p elo s in terva lo s d e co n fia n ça a 95%. O teste d e d iferen ça s en tre p ro p o rçõ es fo i o Qu i-Qu ad rad o (Kirkwood , 1988).
O som atório d os sin ais e sin tom as foi an a -lisa d o d e a co rd o co m a d ife re n ça d e m é d ia s en tre o s p a cien tes q u e co m p leta ra m e o s q u e ab an d on aram o tratam en to.
Result ados
Du ran te o estu d o, trin ta p acien tes ab an d on a ram o tratam en to, d ois (6,7%) d os q u ais ab an -d o n a ra m n o p rim eiro m ês. Verifico u -se q u e, em cad a u m d os três m eses su b seqü en tes, oito (26,7%) p acien tes ab an d on aram o tratam en to e n os ú ltim os d ois m eses d e tratam en to ob ser-varam -se p ara cad a u m d eles d ois ab an d on os. A Ta b ela 1 m o stra q u e a p roxim a d a m en te 20% d o s p a cien tes in scr ito s n o Pro gra m a d e Tu b ercu lo se d a cid a d e d e Pelo ta s a b a n d o n a -ra m o t-ra ta m en to n o p erío d o d o estu d o. Esta m esm a ta b ela revela a lgu m a s ca ra cterística s d a p o p u la çã o d o estu d o. Ma is d a m eta d e d o s casos p erten ciam à classe E d a Ab ip em e, ou ga-n h a va m a té três sa lá rio s m íga-n im o s. Qu a ga-n to a o gra u d e e sco la rid a d e, a p roxim a d a m e n te 87% d os in d ivíd u os in clu íd os n o estu d o eram alfa-b etizad os.
Co n fo rm e a Ta b ela 1, q u a n to à s va riá veis q u e in vestiga va m a sp ectos d e tra b a lh o, con s-tatou -se q u e 60% d os p acien tes com a d oen ça n ã o exercia m a tivid a d es, verifica n d o se ta m -b ém q u e 60% ocu p avam a p osição d e ch efe n a fam ília.
Qu an to à d istrib u ição d as variáveis d em o-grá fica s, en co n tro u -se m a is d o q u e o d o b ro d os p acien tes d o sexo m ascu lin o. Em relação à id a d e, o m a ior con tin gen te situ ou -se en tre os trin ta e 39 an os (33,6%) e foi su ced id o p elo gru -p o en tre vin te e 29 a n o s (24,3%). Verifico u -se qu e 66% d os p acien tes eram d e cor b ran ca.
A Ta b ela 1 a in d a revela q u e m a is d e 20% d os casos atin giram u m escore alto n o qu estion á rio MAST p a ra a lco o lism o. Qu a estion to à a p re sen ta çã o d a d oen ça , m a is d e 70% d os p a cien tes ap resen tavam qu atro ou m ais sin ais ou sin tom as d e tu b ercu lose, e cerca d e 30% ap resen -taram h em op tise.
Na Tab ela 2 estão ap resen tad os os resu lta-d o s lta-d a a n á lise b iva ria lta-d a . Co m exceçã o lta-d a co r n ão b ran ca, q u e m ostrou associação sign ifica
-tiva com n ã o-a d esã o a o tra ta m en to, a s ou tra s variáveis estu d ad as n ão m ostraram associação sign ificativa com n ão-ad esão ao tratam en to.
Ob ser va -se, en treta n to, u m a u m en to d o s riscos relativos em relação às resp ectivas catego ria s d e b a se (risco rela tivo = 1,0) n a s va riá -veis classe social e escolarid ad e. Qu an to p ior a in serção d e classe, m aior o risco relativo p ara a n ã o -a d esã o a o tra ta m en to. Da m esm a fo rm a , ob servou -se u m risco m aior en tre os casos n ão a lfa b etiza d o s. Po rém , esta ten d ên cia n ã o fo i con statad a en tre as p essoas qu e ap resen tavam ren d a fam iliar até três salários m ín im os, en tre o s q u e tra b a lh a va m o u q u e n ã o o cu p a va m a ch efia n as fam ílias.
As variáveis d em ográficas revelaram qu e as p essoas acim a d e cin q ü en ta an os e os h om en s a p resen ta va m u m risco m a io r d e n ã o -a d esã o ao tratam en to.
A va riá vel q u e in vestigou cor d a p ele m os-tro u q u e a s p e sso a s cla ssifica d a s co m o n ã o b ran cas ap resen tavam u m risco relativo d ob rd o p ara n ão-ard esão ao tratam en to. Este ach ad o foi con firm aad o p elos in tervalos ad e con fian -ça e m ostrou d iferen -ça estatisticam en te sign i-ficativa.
Os ca so s co m esco re a lto n o q u estio n á rio MAST e q u e a p resen ta va m h em op tise tin h a m u m m aior risco d e ab an d on ar o tratam en to.
Realizou se an álise d e variân cia p ara estu -d a r p o ssíveis -d iferen ça s q u a n to à va riá vel so-m atório d os sin ais e sin toso-m as. Não se con sta-taram d iferen ças n as m éd ias d e sin ais e sin to-m as en tre os in d ivíd u os qu e ab an d on arato-m e os qu e com p letaram o tratam en to.
Discussão
En tre o s ca so s in scrito s n o Pro gra m a d e Co n trole d a Tu b ercu lose n a cid ad e d e Pelotas, en -con traram -se 19,9% d e p essoas q u e n ão ad eri-ra m a o teri-ra ta m en to. Pa eri-ra fin s d e co m p a eri-ra çã o, en con trou -se n a revisão b ib liográfica u m a taxa d e 12,9% d e n ão-ad esão ao tratam en to n o Bra-sil, d u ran te o p eríod o d e 1981 e 1990 (Fiu za d e Melo et al., 1993). Por su a vez, foram en con tra-d as taxas tra-d e 11,9% n o Estatra-d o tra-d o Rio Gran tra-d e tra-d o Su l, em 1988 (Gu tierrez et a l., 1993), e d e 25% n a cid a d e d e Po rto Alegre, em 1995 (SMS, 1996).
qu an d o se alcan çarem 70% d e b u sca d e casos e a taxa d e cu ra seja, n o m ín im o, d e 85% (Styb lo, 1991) ou 90% (ACTE, 1993). Dian te d os resu lta-d os lta-d este estu lta-d o e lta-d estes p arâm etros p olta-d e-se qu estion ar a efetivid ad e e a lógica qu e regem o Program a d e Con trole d a Tu b ercu lose n a cid a-d e a-d e Pelotas. Os p róp rios p arâm etros qu e ava-lia m o s resu lta d o s d o p ro gra m a esta b elecem q u e taxas d e n ão-ad esão acim a d e 15% seriam con sid erad as in aceitáveis (Ott, 1993).
As estra tégia s d e co n tro le d a Tu b ercu lo se têm sid o elab orad as com o in tu ito d e im p ed ir a tra n sm issã o d a d o en ça em vez d e p ro cu ra r
evita r o a d o ecim en to (Pen n a , 1988). Assim , o Program a d e Con trole d a Tu b ercu lose foi d ese-n h a d o segu iese-n d o u m m o d elo ceese-n tra liza d o r, p ossível e n ecessário, em u m a ép oca d e m ú lti-p las in stitu ições agin d o n a assistên cia à saú d e (Ott et a l., 1993). In ega velm en te este d elin ea m en to foi im p ortan te com o estratégia d e con -trole p ara a d oen ça. A in trod u ção d e u m trata-m en to d e cu rta d u ra çã o ju n ta trata-m en te co trata-m o co n tro le esta b elecid o p elo p ro gra m a p a rece n ão ab arcar ou tros fatores im p ortan tes qu e são d e cu n h o social e, d e m od o geral, d eterm in an -tes p ara u m m aior risco d e ad oecim en to (Gu i-Tab e la 2
Fato re s d e risco p ara não -ad e rê ncia ao tratame nto p ara tub e rculo se . Pe lo tas, RS, 1994-1995.
Variável N ão-adesão (%) R.R. Int ervalo de confiança P-valor
Classe social
Classe s A+ B+ C 3 (12,0) 1,0
Classe D 9 (19,1) 1,60 (0,47-5,37) NS
Classe E 18 (22,8) 1,90 (0,61-5,92) NS
Escolaridade
Alfab e tizad o s 25 (19,1) 1,0
Analfab e to s 5 (25,0) 1,31 (0,57-3,03) NS
Renda familiar
Mais d e 3 salário s mínimo s 12 (21,4) 1,0
Até 3 salário s mínimo s 18 (18,9) 0,88 (0,46-1,70) NS
Trabalha
Sim 14 (23,7) 1,0
Não 16 (17,4) 0,73 (0,39-1,39) NS
Chefe da família
Sim 17 (20,0) 1,0
Não 13 (19,7) 0,98 (0,52-1,88) NS
Cor da pele
Branca 15 (14,9) 1,0
Não b ranca 15 (30,0) 2,02 (1,08-3,79) < 0,05
Idade
De 20 a 29 ano s 8 (22,2) 1,0
De 30 a 39 ano s 8 (15,7) 0,71 (0,29-1,71) NS
De 40 a 49 ano s 5 (15,2) 0,68 (0,25-1,88) NS
De 50 o u mais ano s 9 (29,0) 1,31 (0,57-2,97) NS
Sexo
Fe minino 7 (15,2) 1,0
Masculino 23 (21,9) 1,44 (0,67-3,11) NS
Alcoolismo (M AST)
Esco re b aixo 22 (18,6) 1,0
Esco re alto 8 (24,2) 1,30 (0,64-2,65) NS
Hemopt ise
Não 21 (19,3) 1,0
m arães, 1990), visto qu e a d oen ça tem su as ca-ra cterística s a gca-ra va d a s em co n d içõ es d e vid a m a is fra giliza d a s. Na cid a d e d e Pelota s, a in d a h o je, se gu e -se u m m o d e lo ve rt ica l, ce n t ra d o e m u m ú n ico lo ca l p a ra ca d a st ro, a co m p a -n h a m e-n to e co-n trole d o a te-n d im e-n to a os p a-cien tes. Se ap roxim ad am en te trin ta p aa-cien tes ab an d on aram o Program a n o an o em estu d o e n ã o h a via recu rso s d isp o n íveis p a ra seu ra s-tream en to e rein gresso, p arece óbvio qu e, p ara efetivar o trab alh o, im p õe-se a n ecessid ad e d e n ova estratégia d e b u sca d e faltosos e rein gres-so n o tra ta m en to. Na fo rm u la çã o d esta n ova estra tégia , d eve-se p ro cu ra r m o b iliza r n ovo s recu rsos d en tro d o sistem a d e saú d e existen te e d a p róp ria com u n id ad e, ou seja, a d escen tra-liza çã o d o Pro gra m a , co m o a liá s fo i rea tra-liza d o co m êxito em o u tro s p a íses em d esen vo lvi-m en to ( Wilkin so n , 1994; Wilkin so n &alvi-mp; Gilks, 1996). A p róp ria d istrib u ição qu an to aos m eses d e ab an d on o p arece con trib u ir p ara essa n ova estratégia. As m an ifestações clín icas ten d em a d im in u ir n os p rim eiros q u atro m eses d e trata-m en to, p eríod o n o qu al se con cen trou trata-m ais d e 80% d e n ão-ad esão ao tratam en to.
Em relação às características qu e p od eriam p rever os p acien tes com risco d e ab an d on ar o p rogram a, verificou -se q u e n a gran d e m aioria d a s va riá veis o s in ter va lo s d e co n fia n ça e o s testes estatísticos n ão con firm aram as ten d ên -cia s a p o n ta d a s p elo s r isco s rela tivo s. Co m o o d elin eam en to d o estu d o foi d e coorte, p ois u m d os ob jetivos era m ed ir a in cid ên cia n otificad a d a d o en ça (p a cien tes in clu íd o s n o p ro gra m a em u m a n o ), n ã o se en co n tra ra m ca so s su fi-cien tes q u e p u d essem co n sta ta r p o ssíveis a s-sociações. A falta d e p od er p ara caracterizar d i-feren ças n as variáveis estu d ad as está d em on s-tra d a n a Ta b e la 3. No p ro gra m a Ep i-In fo, ca
l-cu lo u -se o ta m a n h o d e a m o stra segu n d o m o-d elo p ara estu o-d os o-d e coorte p ara cao-d a variável in clu íd a n a p esq u isa . As estim a tiva s d e ra zã o exp ostos:n ão exp ostos e p revalên cias d a d oen -ça n os n ã o exp ostos fora m esta b elecid a s com b ase n os resu ltad os d a an álise b ivariad a d este estu d o. Verificou se q u e tod a s a s va riá veis in vestiga d a s exigia m u m a a m o stra d e m a io r ta -m an h o, o qu e p rovavel-m en te ju stifica a falta d e sign ificâ n cia esta tística . Sen d o a ssim , n ã o fo i p o ssível id en tifica r a s ca ra cterística s d o s p a cien tes q u e n ã o a d erira m a o Progra m a d e Tu -b ercu lose n a cid ad e d e Pelotas, d u ran te o an o d o estu d o.
In d ep en d en tem en te d esta fa lta d e p o d er, p u b lica ra m -se o s resu lta d o s n a ten ta tiva d e ap on tar su b síd ios p ara fu tu ros trab alh os.
De q u a lq u e r fo r m a , d e ve -se re ssa lt a r q u e as d iferen ças en con trad as n as p essoas cu ja cor d a p ele era n ão b ran ca foram con statad as n e-cessariam en te com m u ita cau tela, p ois o d im i-n u to tam ai-n h o d e am ostra im p ed iu o coi-n trole d e fa t o re s d e co n fu sã o. Ce r t a m e n t e, e m u m m o d e lo d e a n á lise h ie ra rq u iza d a p a ra d e t e r-m in ação d e tu b ercu lose, as variáveis sob red e-term in an tes seriam d e n atu reza sócio-econ ôm ica. As características d a aôm ostra d este estu d o con firm am q u e a tu b ercu lose é u m a d oen -ça a sso cia d a à b a ixa s co n d içõ e s d e vid a . No e st u d o d e n ã o -a d e sã o d o p ro gra m a , d e ve -se ta m b ém leva r em con sid era çã o q u e a s con d i-çõ e s d e vid a d a so cie d a d e b ra sile ira e xclu e m a s p e sso a s in se r id a s n a s cla sse s so cia is m a is b a ixa s. Assim , o s p a cien tes m a is p o b res, p o s-sive lm e n t e n ã o b ra n co s, m a is p ro p e n so s a con traírem a d oen ça, talvez sejam su b m etid os às con d ições m ais ad versas, d ificu ltan d o u m a a d a p t a çã o p e sso a l e fa m ilia r a o p e río d o d o tratam en to.
Tab e la 3
Tamanho d e amo stra ne ce ssário p ara d e mo nstrar d ife re nças e ntre p acie nte s curad o s e q ue ab and o naram o PCT, Pe lo tas, RS, 1994-1995.
Variável N ível de confiança Poder est at íst ico Razão expost os/ Doent es não Risco relat ivo Tamanho não expost os expost os da amost ra
Classe so cial 0,95 0,8 2,0:8,0 0,12 2,0 575
Esco larid ad e 0,95 0,8 8,5:1,5 0,25 2,0 360
Re nd a familiar 0,95 0,8 4,0:6,0 0,21 2,0 178
Trab alha 0,95 0,8 3,5:8,5 0,24 2,0 155
Che fe d a família 0,95 0,8 5,6:4,4 0,2 2,0 184
Co r d a p e le 0,95 0,8 6,0:4,0 0,15 2,0 273
Id ad e 0,95 0,8 2,0:8,0 0,22 2,0 254
Se xo 0,95 0,8 6,0:3,0 0,22 2,0 174
Alco o lismo 0,95 0,8 8,0:2,0 0,18 2,0 310
Referências
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