SUPRIMENTOS:EVIDÊNCIASDEESTUDOSSOBREA
INDÚSTRIAAUTOMOBILÍSTICA
AlceuGomesAlvesFilho AlineLamonCerra JonasLucioMaia MarioSacomanoNeto PatriciaVieraGrizolaBonadio DepartamentodeEngenhariadeProdução,UniversidadeFederaldeSãoCarlos,
C.P.676,CEP13565-905,SãoCarlos,SP e-mail:alceu@power.ufscar.br
Recebidoem30/6/2004
Aceitoem23/11/2004
Resumo
O desenvolvimento de abordagens para estudo de cadeias de suprimentos é relativamente recente e vem sendo tratadoemperiódicoscientíficos,demodosistemático,apenasapartirdofinaldosanos80.Nesteartigo,sãoapre-sentados, inicialmente, os principais pressupostos da abordagem que ficou conhecida como Gestão da Cadeia de Suprimentos(GCS).Emseguida,procura-seilustrar,apartirdeumarevisãoparcialdetrabalhosrealizadossobrea indústriaautomobilística,emquemedidataispressupostospodem,ounão,serverificados.Constatandoqueapenas emalgunscasosoconjuntodepressupostostendeasetornarrealidade,sugere-sequesejadesenvolvidaumaetapa metodológicainicialparaaverificaçãodetaispressupostosouparaaavaliaçãodascaracterísticasestruturaiserela-cionaisdacadeiadesuprimentosaserestudada.Procurandocontribuirparaodesenvolvimentodessaprimeiraetapa metodológica,faz-seumabrevesíntesedealgumascorrentesteóricasquepodemoferecersubsídiosparaaanálisedas característicasestruturaiserelacionaisprincipaisdacadeiadesuprimentos.Talanáliseauxiliaaavaliarocontexto emqueprincípiosetécnicasdaGCSpoderãoserpropostoseimplementadose,também,pelomenosparcialmente,os resultadosquepoderãoseralcançados.
Palavras-chave:cadeiasdesuprimentos,pressupostosdagestãodacadeiadesuprimentos,indústriaautomobilística.
v.11,n.3,p.275-288,set.-dez.2004
1.Introdução
Sãorelativamenterecentesosesforçosparadesenvol- vimentodeabordagensparaoestudodecadeiasdesupri-mentos.Apenasnofinaldadécadade80,lastreadopelo amplo desenvolvimento da logística, o assunto começa asersistematicamentetratadoemperiódicoscientíficos nasáreasdeAdministraçãoeEngenhariadeProduçãono ocidente,concomitantementeàdifusãodonovopadrão derelacionamentoentreempresas,oriundodaindústria automobilísticajaponesa.
Apartirdeentão,cresceramexponencialmentetantoa literaturamaisprescritivaquantoaquelaqueanalisaassi-tuaçõeseaspráticasimplementadasparaacoordenação
ou gestão de cadeias de suprimentos, tendo sido abor-dada uma variedade de temas cuja amplitude vai além doslimitesdefinidospelosfluxosdebensepeloscorres-pondentesfluxosdeinformações.Étambémevidentea difusãoaceleradadoconjuntodeferramentaseamulti-plicaçãodeaplicações,emdiversossetoresdaeconomia, doqueseconvencionoudenominar“GestãodaCadeiade Suprimentos”(GCS),umcorpodeconhecimentosainda emconstruçãoquepodeseraplicadocomafinalidadede coordenarasações/atividadesdasdiversasempresasou unidadesprodutivasqueconstituemoseloseacadeiade elosparaaproduçãodeumconjuntodebenseserviços.
dascadeiasanalisadas,desetoresemqueestãoinseridas, delocalizaçãodeseuselos,deextensãodasparcelasdas cadeias (subconjunto de elos) que são examinadas nos trabalhose,principalmente,deobjetosdeanáliseesco-lhidos, a literatura contempla propostas metodológicas heterogêneas,ouaindanãoconsolidadas,mesmoquando estesobjetosestãobemdelimitados.Naraizdaheteroge- neidademetodológica,situam-seospressupostosprinci-paissobreoobjetodeestudo:ascadeiasdesuprimentos. Especialmente a literatura de cunho mais prescritivo, e mesmo a literatura empírica, assume um conjunto de pressupostosenãopropõeumaetapametodológicaini-cialquepoderiacontemplaraavaliação(verificaçãoou não)detaispressupostosouaidentificaçãodascaracte-rísticasestruturaiserelacionaisprincipaisdascadeiasde suprimentosexaminadas.
Em muitos casos, esses pressupostos não são expli- citadosou,então,sãoenunciadoscomoprincípiosnor-teadoresdepráticasdegestãomaiseficazes,comoseo conjuntodestespudesseseradotadoeseromaiseficaze eficienteemquaisquercircunstâncias.Admite-sequeos pressupostosfornecemumabasesólidaparaumconjunto deprincípios.Admite-seque,sejaqualforasituaçãoda cadeia de suprimentos, a implementação do modelo de produção enxuta ou de cadeia enxuta (lean supply) irá tornaracadeiamaiseficaz/eficientee,portanto,pode-se passar,rapidamente,àavaliaçãodequãoeficienteouefi-cazcadacadeiaé,conformesãoadotadososelementos queconstituiriamacadeiaenxutaeacorrespondenteges-tãodacadeiaenxutaouGCS.
Como uma avaliação do conjunto de pressupostos da GCS não foi até o momento sugerida pela literatu-ra,emboratenhasidoiniciadaporalgunspoucosautores (New,1996,porexemplo),retoma-seaquiumadiscussão sobreospressupostosprincipaisefreqüentementemen-cionados. Essa discussão justifica a proposição de uma etapametodológicainicialparaosestudossobrecadeias de suprimentos e sobre GCS. Partindo desse objetivo, estetextoestáorganizadodaseguinteforma.Inicialmen-te,sãoapresentadososprincipaispressupostosdaGCS encontradosnaliteratura,eépropostoumdeterminado agrupamento,deacordocomcaracterísticascomunsque estes contemplem. Indicações de características de al-gumascadeiasdesuprimentosdosetorautomobilístico edeautopeças,apartirdeumarevisãodaliteratura,são apresentadas na seção seguinte e constituem evidências dequeospressupostospodemserverificadosemcertos casos,masnãoemoutros.Apresentam-se,então,trêscor-rentesdepensamentoquetambémfocalizamcadeiasde suprimentoserelaçõesentreempresas:aAnálisedeRe-des,aDependênciadeRecursoseaEconomiadeCustos deTransação,procurando-sedestacarcomoestaspodem contribuirparaaverificaçãoediscussãodospressupostos previamenteapresentados.Naúltimaseção,considerações
finais são traçadas, propondo-se que as pesquisas sobre cadeiasdesuprimentosincluamumaetapametodológica inicialdeidentificaçãoeavaliaçãodascaracterísticases-truturaiserelacionaisdascadeiasaseremanalisadasou, emoutraspalavras,deidentificaçãoeavaliaçãodasconfi-guraçõesdascadeiasdesuprimentos.
2.Agestãodacadeiadesuprimentose
seuspressupostos
Otermo“GestãodaCadeiadeSuprimentos”(GCS)é relativamentenovo,tendosidopropostopelaprimeiravez na literatura na década de 80 (Cooper, Lambert e Pagh, 1997).Apesardisto,apenasnosanos90aparecemospri-meiros relatos de empresas que envidaram esforços, já consoantescomessaabordagem,superandoavisãotradi- cional,orientadaexcessivamenteparaosproblemasinter-nos,efocalizandoagestãodesuasrelaçõescomasdemais empresasquecompõemascadeiasdesuprimentos.
SegundoPires(1998),essanovaabordagem(ounovo conjuntodepráticas)temtrazidocontribuiçõesparaem-presas de diversos setores, sobretudo para a automobi-lística – que neste estudo é utilizada para constituir o conjuntodasilustrações.Aindústriaautomobilísticatem servidocomosetorparadigmáticonasquestõesrelacio-nadasàAdministraçãodaProduçãoeàGestãodaCadeia deSuprimentos,especialmentecomoadventodaProdu-çãoEnxuta(ouProduçãoFlexível,ouToyotismo).
Despertadoointeressenoscamposempresarialeaca- dêmicoaolongodadécadade90,observa-se,então,sig-nificativaexpansãodaliteraturaarespeitodaabordagem de Gestão da Cadeia de Suprimentos e do conjunto de técnicasqueapóiamsuaimplementação.Nestaliteratura, pode-severificarqueosistemadegestão(daCadeiade Suprimentos)propostoimplicaumasériedepressupos- tos,masraramenteosprópriospressupostossãodiscuti-dos.Estesteriamdeserverificadosouassumidospelas organizações na “prática”, para que se pudesse afirmar queaspráticasdegestão,derivadasdestespressupostos, seriamaplicáveiseproduziriamosresultadosesperados.
A seguir, encontram-se descritos os principais pres-supostos de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos mencionados na literatura. Opta-se aqui por agrupá-los emquatrosubconjuntos,relacionados,respectivamente, (1) ao ambiente competitivo, (2) ao alinhamento estra-tégicodasorganizaçõeseàrepartiçãodeganhos,(3)à estrutura da cadeia e (4) às relações entre as empresas nacadeia.
Lam-bertePagh(1997),oSupplyChainManagement(oua GCS)éaintegraçãodosprocessosdenegóciodesdeo usuário final até os fornecedores originais, que propor-cionam produtos, serviços e informações que agregam valorparaocliente.Dessemodo,admite-sequeasca-racterísticas das cadeias podem ser transformadas pela prática da GCS, com benefícios para as empresas que compõemacadeiadesuprimentos.
O primeiro subconjunto de pressupostos refere-se a como empresas e pesquisadores percebem o ambiente competitivo.Osdemaissubconjuntosreferem-seacomo empresasepesquisadorespercebemoscomportamentos dasempresasnascadeiasdesuprimentos,incluindoele-mentosdesuasestratégias,dadivisãodetrabalhoentreos elosedopadrãoderelacionamentoexistenteentreestes.
2.1Ambientecompetitivo
Oprimeirodospressupostos,eomaisimportante,em-basatodososoutrosaquiapresentados.Deacordocom Christopher(1997),temocorridoumareconfiguraçãodo ambientecompetitivo,deformaqueacompetiçãopassou aocorrerentrecadeiasinteiras,enãomaisentreempre-sas isoladamente. Deste modo, tem-se o seguinte pres-suposto:
•Acompetiçãodeveocorrerentrecadeiasenãomaisen-treempresasisoladas.
2.2Alinhamentoestratégicoerepartição
deganhos
Umsegundogrupodepressupostosdecorreimediata-mentedoprimeiro.Seacompetiçãoagoraocorreentre cadeiasdesuprimentos,seguequeasempresasdevemter suasestratégiasalinhadas,demodoqueasaçõesindivi- duaisproduzamganhosparatodaacadeia.Acontrapar- tidadoalinhamentoestratégicoseria,então,umarepar-tiçãodosganhosequânimeentreasempresas,conforme oesforçoeoinvestimentodecadauma.Internamenteà cadeia,haveriaentãoumjogodesomapositivaenãoum jogodesomazero,emqueumaempresaganhaapenas quandoaoutraperde.AteoriasobreGCSpropõe,então, queasempresasintegrantesdacadeiadevemrepartiros ganhosdemodoequilibradoeequânime,semassimetrias (Cooper,1997apudTrienekens,1999):
•Osbenefíciosdevemserdistribuídosatodososin-tegrantesdacadeia.Nãodevehaver,nacadeia,empresas “vencedoras”eempresas“perdedoras”.
BaumeDutton(1996)discutemoenredamento (em-beddedness) dasestratégiasnocontextodasrelaçõesen-tre firmas. Mencionam a possibilidade de alinhamento e o condicionamento das estratégias competitivas, pelo fatodasempresasfazerempartedecadeiasdesuprimen- tos.Destemodo,opróximopressupostopodeserenun-ciadocomo:
•Asestratégiascompetitivasdasempresasparticipantes dacadeiadevemestaralinhadas.
2.3Estruturadacadeia
Namesmalinhadeargumentaçãoeaindasustentado pelo primeiro pressuposto, um terceiro grupo pode ser divisado, focalizando aspectos importantes das estrutu-ras das cadeias. Neste terceiro grupo, podem-se incluir aspectosrelacionadosacomoospapéisdasempresasou unidades produtivas estão distribuídos nas cadeias, ou, emoutraspalavras,comootrabalhoestádivididoentre asempresasouunidadesprodutivas,entreoselosdaca-deiadesuprimentos,ecomoatividadeseprocessossão realizados.
Aliteraturapropõeinicialmentequehajaumaorgani-zaçãohierárquica,compapéisbemdefinidos,emqueos fornecedoresestãoorganizadosemníveis,estabelecendo relaçõescooperativas–comfornecedoresnomesmoní- velecomfornecedoresnosdemaisníveis–,esãocoor-denados(empartepelomenos)pelosfornecedoresnos níveis superiores (mais próximos dos clientes ou mais importantes,nadefiniçãodosnegóciosnacadeia).
Comaintroduçãodasmodernaspráticasdegerencia-mento,comooJustInTimeeoTQM– TotalQualityMa-nagement–,passouaserfundamentaloestabelecimento derelaçõesmaisestreitascomosfornecedores,paraque osprodutospudessemserentreguescomqualidadeasse-guradaenasquantidadeseprazoscorretos.Parapermitir taisrelações,aperspectivadaGCSpromovearedução donúmerodefornecedores(Lummus,VokurkaeAlber, 1998).Talreduçãodevepermitireestimularumacoope-raçãoque,segundoMchug,HumphreyseMclvor(2003), serátãomaisintensaquantomaiorforaparticipaçãodo custodoprodutofornecidonoprodutofinal.Destemodo opróximopressupostoé:
• Os fornecedores devem estar organizados hierarquica- mente,comumnúmerorelativamentepequenodefor-necedoresemcadaníveldacadeia.
Cooper,LambertePagh(1997)eTrienekens(1999) afirmam que oSupply Chain Management lida com a integraçãodosprocessosdenegóciosatravésdetodaa cadeia de suprimento, envolvendo a integração de fun-çõeseprocessosnointeriordecadaempresaeentreas empresas.Assim:
•Asatividadeseosprocessos,mesmoaquelesdistribuí- dosporváriasempresas,devemestarintegradosnaca-deiadesuprimentos.
inter-firmas.Destaforma,aGestãodaCadeiadeSupri-mentos visa maximizar a sinergia existente entre todas aspartesdacadeia,deformaaatenderoclientefinalda maneiramaiseficazeeficientepossível.Aidéiadeinte-graçãonocontextointraeinter-empresarialéreforçada porTan(2002),namedidaemqueoautorafirmaquea filosofiasubjacenteàGCSfocalizaamaneirapelaqual asfirmasimplementamosseusprocessosdefornecimen-to, a tecnologia, a capacidade de aumentar a vantagem competitiva e a coordenação das funções de produção, logísticaemateriais,tantodentrodecadafirmacomoen-treasfirmas(intra-firmacomointer-firmas).
Comodecorrênciadaintegraçãodasváriasáreasfun-cionaisdentroeforadaempresa,tem-seopressuposto dequeasempresasdevemestartodasdispostasacoope-rar,paraquehajaumfluxodeprodutosedeinformações eficiente (Pires, 2004; Cooper, Lambert e Pagh, 1997). ParaLambert,EmmelhainzeGardner(1996),devehaver umfluxobidirecionaldeprodutos(materiaiseserviços) edeinformação,entretodasasempresasconstituintesda cadeia.Assim,opressupostoé:
• Os fluxos de materiais, serviços e informações devem ser bidirecionais, ocorrendo entre todas as empresas pertencentesàcadeia.
SegundoSlack,ChamberseJohnston(2002),aefici- ênciaoperacionalserelacionaaosesforçosquecadaope- raçãonacadeiapodefazer,parareduzirsuaprópriacom-plexidade. Deve-se ressaltar o efeito cumulativo destas atividadesindividuais,asquaissimplificamasoperações detodaacadeia.Destemodo,tem-se:
•Cadaempresa,emcadaelodacadeia,devebuscarefi-ciência operacional, tendo em vista a otimização das atividadesdacadeiacomoumtodo.
2.4Relaçõesentreempresas
Porfim,ecomojáindicado,paraquehajaalinhamen- toestratégico,integraçãodeprocessosefunçõeséneces-sáriohaverrelaçõescooperativasentreasempresasque constituemascadeiasdesuprimentos.
Com as mudanças no ambiente competitivo global, verifica-seocrescimentodointeressepelosváriostipos dealiançasouparceriasestratégicasentreasempresas. SegundoPires(1998);BowersoxeCloss(1996),asem- presasdevemabandonaraformatradicionalderelacio-namento – em que havia a simples relação de compra evenda,semqualquercarátercolaborativo–epassara adotarrelacionamentosmaisestáveisecooperativoscom seusfornecedores.
SegundoBallou(2001);EuláliaapudAbdala(2002); BowersoxeCloss(1996);Mchug,HumphreyseMclvor (2003)eEllranapud Miranda(2002),abuscaporrela-cionamentos mais estáveis tem ocorrido em função da impossibilidadedeumaúnicaempresaexercercontrole
sobreofluxoprodutivo,desdeafontedematéria-prima atéopontodeconsumofinal.Destaforma,énecessário quetaisrelacionamentosdelongoprazosejampautados pelacooperaçãoepelaparceria,enãopelacompetição ou por relacionamentos conflituosos, para que todas as empresas pertencentes à cadeia possam alcançar van- tagenscompetitivas.Paraexemplificarumtipoderela-cionamento cooperativo, pode-se citar a realização de investimentosconjuntosemP&Deoenvolvimentodos fornecedoresnosprocessosdedesenvolvimentoefabri-caçãodosprodutos.Destemodo,tem-se:
•Asrelaçõesentreempresasdevemsercooperativasede longoprazo.
AFigura1mostraoconjuntodosprincipaispressu-postos associados à teoria de Gestão da Cadeia de Su-primentos.Comoindicado,ascaracterísticasdascadeias referentes aos grupos de pressupostos condicionam-se mutuamentee,ainda,condicionamesãocondicionadas pelaspráticasdaGCS.Quandoascaracterísticasdaca-deiacorresponderemaoestipuladonospressupostos,as práticasdaGCSserãomaisfacilmenteimplementadas, reforçandoascaracterísticasindicadasnospressupostos. Quando não corresponderem, será provavelmente mais difíciledemoradaaimplementaçãodaGCS.Emconjun-to, como já mencionado, os pressupostos sustentam os princípiosqueorientamaGCS,eesta,porsuavez,pro-põeautilizaçãodediversastécnicasquevisampromover oalinhamento,aintegraçãoeagestãoeficazdosproces- sosdenegóciosqueatravessamasfronteirasdasorgani-zaçõesconstituintesdecadacadeiadesuprimentos.
Essespressupostos,osprincípioseaspráticasdaGCS constituem o que se poderia denominar a “abordagem única de GCS”. Dois conjuntos de questões são então cruciais: (1)A gestão individual em cada empresa e a gestão coletiva na cadeia são contingentes das caracte-rísticas contempladas nos pressupostos mencionados e, eventualmente,deoutrascaracterísticasaquinãoconsi-deradas?Serianecessário,então,abandonaralógicada abordagemúnicaparaquealternativasdeGCSpudessem serdesenvolvidasconformefossemascaracterísticasdas cadeias? e (2) O alinhamento, a integração, a coopera-çãoeagestãoindividual,conformeasnecessidadesdo conjuntodasempresas,constituirãosempreamelhoral-ternativa para todas as empresas (e para cada uma das empresas)nacadeia?
sãoadotados,àcadeiaéatribuídaumaavaliaçãopositiva; quandonãosãoadotados,aavaliaçãoénegativa.
3.Evidênciasempíricasnaindústriaau-tomobilística
Estaseçãovisailustrar,partindodeevidênciasempí-ricas,emquemedidaospressupostosdaGCSpodemser verificadosnaprática.Paratal,procurou-seidentificarna literaturaestudosqueapresentassemcasossobrecadeias desuprimentosdasindústriasautomobilísticaseuropéia, americanaebrasileira.Preferiu-seabordaraindústriaja- ponesaapenasquandohouvesseartigoscomparandoca-racterísticasdestaindústriacomasdaindústriaocidental. Talopçãofoifeitademodoarespeitaroespaçodelimi-tadoparaesteartigoeporque,commaiorprobabilidade, pesquisadores brasileiros irão analisar casos de cadeias comandadasporempresasautomobilísticasinstaladasno ocidente.
Osartigosaquianalisadosrelatampesquisasempíri- casquepodemilustrarcaracterísticasdecadeiasdesu- primentosrelacionadasaospressupostosdaGCSprevia-mente abordados. Esta breve revisão mostra, conforme apresentadoaseguir,queospressupostosdaGCSpodem serconfirmadosempiricamenteapenasparcialmentenas cadeiasdesuprimentos.
3.1Indústriaeuropéia
Zirpoli e Caputo (2002) apresentam o processo de reestruturação de fornecedores da FIAT Italiana, que decorreudeumapolíticadeoutsourcingpraticadapela montadora durante a década de 90. Diferentemente do
pressupostodequedevehaversomentecompetiçãoentre cadeias e não mais entre empresas isoladas, o referido artigo apresenta a necessidade da FIAT estimular certa competiçãoentrefornecedores,deformaaevitarpossí- veisriscoseineficiênciasquepoderiamadvirderelacio-namentosestritamentecooperativos.
O estudo empírico de Zirpoli e Caputo (2002) indi-ca que uma configuração de relacionamento cooperati-voentreempresasocorredemodolimitadonacadeia.A ocorrênciadebenefíciosparatodososintegrantesdarede tambémnãopôdeserverificada,pois,segundoosauto-res, a falta de técnicas de compartilhamento de lucros consistentescomosriscosassumidospelosfornecedores ameaçasuamotivação,suaatitudecooperativaesuavon-tadedecontinuarainvestireassumirriscos.
PérezeSánchez(2001)desenvolveramumapesquisa abrangendo28fornecedoresnaregiãodeAragão–Espa-nha–,comafinalidadedeverificar,qualitativamente,o níveldedifusãodascaracterísticasquemarcamasparce-riasestratégicas.Osresultadosapontamqueapenasuma minoria das empresas estudadas envolveu-se no desen-volvimentodecomponentesdeseusclientesenenhuma envolveuseusfornecedoresnodesenvolvimentodepro-dutos.Segundoosautores,istodenotaumgraulimitado deintegraçãotecnológica,poisempaísescomoEUAe Japãocercade25a50%dasempresasestariamenvolvi-dasnodesenvolvimentodecomponentes.
Towill, Childerhouse e Disney (2002) analisaram 20 cadeias automotivas européias e concluíram que 11 dessascadeiasteriamatingidoumestágiodeintegração funcional e, portanto, poderiam ser consideradas como cadeias que possuem processos enxutos, que serviriam
Relações Ganhos e Alinhamento
Alinhamento Estratégico
Benefícios Distribuídos
Competição entre cadeias
Cooperação e Parceria
Relações de Longo Prazo Estrutura
Número Reduzido de Fornecedores
Hierarquizados Atividades e
Processos Integrados Fluxo Bidirecional
de Materiais e Informações
Eficiência Cumulativa
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Figura 01
comobaseparasuaevoluçãoaoestágiomaisavançado de integração interna. Cerca de 20% estariam exibindo umconjuntodeboaspráticas,mascercade70%estariam emestágiosdetransição,aindadistantesdoqueosauto-resconstruíramcomomodelodereferência.
Doran (2001) analisou o caso do fornecimento sin-crônicodebancosporumfornecedordeassentosauma montadora, ambos instalados no Reino Unido. Conclui queosucessodetalpráticadependedaexistênciadere-laçõesestreitasentrefornecedoremontadora,masque, dadasasdificuldadesenvolvidasemtaldesenvolvimento, estesistemadefornecimentoteriadeestarrestritoaum pequenonúmerodecomponenteschave.
Estudos empíricos na indústria automobilística da Suéciaindicamquealtosousatisfatóriosníveisdecon-fiança, entre compradores e fornecedores, resultam em cadeias de suprimentos “lean” (enxutas), “responsive” (queatendemrapidamentenovasnecessidades)e“agile” (ágeis)(Svensson,2001).Osurvey envolveu229empre-sase458executivosforamentrevistados.
Doran(2004)aindaacrescentaqueamodularizaçãofor-taleceatendênciadeorganizaçãoemníveis(camadas)ede diminuiçãodonúmerodefornecedoresemcadacadeia.
3.2Indústriaamericana
OtrabalhodeBrunnermeiereMartin(2002)analisaos custosoriginadosporproblemaseincompatibilidadesno fluxodedadosrelativosaprodutos,chamadoscustosde interoperabilidade.Comoreflexodofluxoineficientede dadosnacadeia,estima-sequeoscustosdeinteroperabi-lidadenaautomobilísticaamericanasejamde1bilhãode dólaresaoano,dosquais90%sãoparacorrigirproble-mas,enãoparaevitá-los.Osautoresressaltamaindaos diferentesimpactosqueestescustospodemteraolongo dacadeia,dadoqueparafornecedoresmenores,emní- veismaisafastadosdacadeia,taiscustospodemrepre-sentar12%dareceitaanual.
Aexistênciadebenefíciosparatodasasempresasda redeparecenãohaversidoverificadaemLauer(2000). Em seu artigo, o autor analisou os efeitos colaterais da adoção forçada deEDI, que as“Big 3” americanas (Chrysler,FordeGM )impuseramsobreseusfornecedo-res.Segundooautor,aadoçãoobrigatóriadoEDIrefletiu a enorme diferença de poder existente entre os elos da cadeia,equealógicaadotadafoiade“oqueébompara acadeiadesuprimentosébomparaosetorindustrial,e issosignificabomparaasBig3”.
Dyer, Cho e Chu (1998) mostram que as empresas podem utilizar simultaneamente dois modelos de ges-tão de suprimentos,arms-lenght (modelo tradicional) e parcerias, em uma pesquisa empírica comparando as relaçõesentremontadoraefornecedoresdaindústriaau-tomobilística dos Estados Unidos, Japão e Coréia. Nos EUAasrelaçõesestãoseaproximandodosmodelosde
parcerias.NaCoréia,predominamasrelaçõesdomode-lotradicional.JánoJapãoobservam-seosbenefíciosde ambos,comfornecedoressegmentadosemdoisgrupos: 1)fornecedoresdeinputsestratégicos(gerenciadospor parcerias);e2)fornecedoresdeinputsnãoestratégicos
(arms-lenght).
Bensaou(1999),comoresultadodesuapesquisaem-píricaenvolvendogerentesdastrêsempresasamericanas eonzejaponesas,observouqueasparceriasestratégicas sãomenosevidentesentrefirmasjaponesasdoqueen-treasamericanas.Naindústriaautomobilísticajaponesa predominamoscasosdos“fornecedorescativos”,emque os fornecedores fazem investimentos em ativos especí-ficos (para a relação com cada montadora) maiores do que os investimentos correspondentes realizados pelas montadoras.
Tan(2002)investigounosEUAaviabilidadedasprá-ticasdeGCSpormeiodeumsurvey .Osresultadosindi-camquedoisterçosdasempresaspraticamalgumaforma deGCS.AconclusãoéadequeaGCStemimpactopo-sitivonodesempenhoempresarial.
3.3Indústriabrasileira
Lima(2004)ressaltaqueaT.I.(TecnologiadeInfor-mação)éumaferramentaimportanteparaoaumentoe paraamelhoriadofluxodeinformaçõesemateriais.Seu artigo procura embasar um dos pressupostos contidos nestetrabalho:aexistênciadefluxobidirecionaldepro-dutos(materiaiseserviços)edeinformaçãoentretodas asempresaspertencentesàcadeia.
Emrelaçãoàexistênciadefluxobidirecionaldepro-dutos(materiaiseserviços)edeinformaçãoentretodas as empresas nas cadeias, a pesquisa de Salerno et al. (2001)constataqueestapráticaédifundidanosetor,via-bilizadapelacomunicaçãopormeioeletrônico.Mostra tambémqueofornecimentodemódulos,sistemasesub-conjuntoséumarealidadenosetor,poiscercade39% das empresas pesquisadas adotam tais práticas. Quanto aoscompromissosdelongoprazo,apesquisaapontaque asempresasmantêmcompromissosporperíodosrelati- vamentelongos,apoiadosporcontratosformaisestabe-lecidosporprazomaiordoque1ano.Cercade69%das empresasdaamostraadotamtaispráticas.Apesquisade Salernoetal.(2001)mostraqueasestruturasdascadeias easrelaçõesentreempresasevoluíramnosentidopro-pugnadopelaGCS.
AlvesFilhoetal.(2001)eSacomanoNeto(2004)for-necem indícios de que as estruturas das cadeias condi-cionamasrelaçõesentreempresasedequeestruturase relaçõescondicionamaspráticasnacadeia.Osestudos tambémindicamqueasrelaçõesentremontadorasefor- necedoresvariamedependemdascaracterísticasdiferen-ciadasdosfornecedores.
montadorasdecaminhõeseônibusedoisfornecedores de autopeças, mostra que o sistema modular estimulou areduçãoeahierarquizaçãodosfornecedoresdeauto-peças participantes da cadeia. Revela que as trocas de informações, de produtos, e as interações para coorde-naçãoecontroleestimularamadifusãodeconhecimento namontadoraenosfornecedoresenvolvidosnosistema modular.Apesquisamostra,ainda,quenoscasosestu- dadosnemsempreosbenefíciossãocompartilhadosen-tre os atores participantes, em função da assimetria de poderentreasmontadoraseasautopeças.Aassimetria depoderémitigadanocasodasrelaçõesentremontado-rasefornecedoresdesistemasemódulos,queocupam posiçõesprivilegiadasnaestruturadaredeequeassim ampliamsuacapacidadedenegociação.Masosmodulis-tastambémestãosujeitosadiversasformasdecontrole altamenteinstitucionalizadas.
Noarranjomodularestudado,amontadoraestabeleceu comprecisãoospapéisdosmodulistasquantoàsativida-des manufatureiras, quanto ao aperfeiçoamento dessas atividadesedasatividadesdedesigndoscomponentes,e quantoàsatividadesdeacompanhamentodasentregase daqualidadedosfornecedoresdonível2,0.Amontadora mantém a administração das compras de componentes provenientesdonível2,0(AlvesFilhoetal.,2003).
Ocasodacadeiademotores(AlvesFilhoetal.,2003) evidenciaqueospapéisdosfornecedoreseasrelações quemantêmcomamontadorademotoressãomuitodi-ferentes em função de características tais como porte, origemdocapital,capacidadetecnológica,dentreoutros. Ocasomostrou,também,queiniciativasdedesenvolvi-mento e apoio tecnológico e de qualidade por parte da montadora podem estar perfeitamente de acordo com seusinteressesestratégicos(deterceirizaçãoedecontro-ledacadeia)aovisarretornosmaioresemaiorpoderde barganha.Dopontodevistadosfornecedoresdepeque-noporteecontroladospelamontadora,aalternativade fornecimentosubordinadoàmontadorapodesignificar, eventualmente, a melhor alternativa de posicionamento estratégico no setor automobilístico e abrir oportunida-desdefornecimentoaoutrasmontadorasnofuturo.
Resumindo,osestudosempíricosnaEuropa,EUAe Brasilindicamqueaspossibilidadesdealinhamentoes- tratégicoedepropensãoaposturasderepartiçãoequâni-medosganhos(quecaracterizariamrelaçõessimétricas depoder)sãolimitadas,mesmonoscasosdosfornece-dores principais (multinacionais), pois estes, em geral, atendem, simultaneamente, vários clientes-montadoras e,excetonocasodasunidadesdedicadas(namanufatura celularounoscondomíniosindustriais)edosrelaciona-mentosdemaislongoprazo,nãopossuemasmotivações queàsvezessãodeduzidasnaliteraturasobreGCS.Jáos fornecedoresnacionaisedemenorporteficam,emgeral, sob controle das montadoras, mas não se pode afirmar
queasrelaçõesaísejamcooperativasesimétricas.Aas-simetriadepoderéoquemarcaessasrelações.
Pode-seafirmarqueasmontadorasprocuramexercer umpapeldecoordenaçãonacadeia–eomesmopodeser ditosobrealgunsdeseusprincipaisfornecedoresmulti- nacionais–eissotendeaserparaelasvantajoso.Acoor-denaçãodiretadamontadorasobresuacadeia,emborase estendaemalgunscasosatéosfornecedoresnonível2,0 esejareforçadapormecanismosdecoordenaçãoindireta comonocasodacertificaçãodenormasdequalidade,é limitadaemrazãodetrêsfatores.Primeiro,pelaestrutu-radacadeia,poislogononível1,0estarãofornecedores fortes (multinacionais proprietárias de tecnologia) que atendem diversas montadoras e exercem certo controle sobreseusprópriosfornecedores.Alémdisso,emestru-turascomfornecedoresnoprimeironívelnãoexclusivos, ocompartilhamentodeatividadestecnológicasétambém (estrategicamente)limitado.Segundo,porquemuitosdos fornecedores no segundo nível produzem componentes paraoutrossetoreseconômicos,emquepeseaimportân-ciaeconômicadosetorautomobilístico.Terceiro,porque nosníveis3,0ou4,0estãoposicionadasempresasmul-tinacionaisfornecedorasdematérias-primasemsetores oligopolizados,comgrandepoderdebarganhaajusante emenospropensasàadoçãodepráticasorientadaspelo modelodaproduçãoenxuta.
Naseçãoaseguir,sãoapresentadasalgumascorrentes teóricasquepodemcontribuirparaodesenvolvimentoe sistematizaçãodeumaetapametodológicainicial,paraa análisedascadeiasdesuprimentos.
4.Outrascorrentesdepensamentosobre
cadeiasdesuprimento
Diversosaspectosincluídosnospressupostosapresen-tadossãoabordadosporoutrascorrentesdepensamento elinhasdepesquisanasáreasdeOrganizaçãoIndustrial, Economia Institucional e Sociologia Econômica. Sem pretenderconsiderartodasasalternativas,trêsdessascor- rentesforamescolhidasparailustrarcomopoderiamsub-sidiaradiscussãoeeventualverificaçãodospressupostos apresentados.Sãoelas:aAnálisedasRedes,aDependên-ciadeRecursoseaEconomiadosCustosdeTransação. Estasperspectivasteóricas,segundoTrienekens(1999), pertencemàlinhainstitucional.
4.1Análisedasredes
Como mencionado por Lambert, Cooper e Pagh (1997),umadasquestõeschaveparaaGCSéoenten-dimentodecomoaestruturadaredeéconfigurada.Para isto,osautoresdefinemtrêsaspectoschave:1)mapear quemsãoosmembrosdacadeia;2)asdimensõesestru-turaisdarede;e3)osdiferentestiposdeprocessoque atravessamacadeia.Aanálisedasredesauxiliaacom-preensãoda“força”relativadecadamembro,oudeum conjuntodemembros,emumaestruturaderelaçõesde troca.ComomencionadoporPires(2004:52),“alógica da rede remete-nos a uma estrutura mais complexa em que,raramente,existeumalinearidadenaexecuçãodos processose/ouatividades”.
Arede,comoinstrumentodeanálise,apóia-senaes-truturadasrelaçõesparacompreenderumaamplagama deaspectos.Nessaperspectiva,oambientesocialpode serexpressocomoestruturasourelaçõesregularesentre asunidades(WassermaneFaust,1994).
Conforme mencionado por Britto (2002), existem quatroelementosmorfológicosqueconstituemaestrutu-radasredes:nós,posições,ligaçõesefluxos.
Osnós podem ser descritos como um conjunto de agentes,objetosoueventospresentesnaredeemques-tão. Existem duas perspectivas para o estabelecimento dosnósdarede:aprimeiratemasempresascomounida-debásicadeanáliseeasegundaconsideraasatividades comoospontosfocaisdoarranjo.
Asposiçõesdefinemaslocalizaçõesdasempresasou atividades(osnós)nointeriordaestrutura.SegundoGra-novetter(1985),existemdoistiposdeposicionamentos na rede (embeddedness): o estrutural e o relacional. O primeiroenfatizacomoaposiçãoestruturaldeumator naredeafetaoseucomportamento,eosegundoenfatiza adependênciadocomportamentodosatorescomaestru-turademútuasexpectativas.Naestruturaestãopresentes arelaçãodepoder,aconfiança,ooportunismo,ocontrole social,ossistemasdealinhamentodeinteresses,asfor- masdenegociaçãoeasformasdeseleçãodefornecedo-res,dentreoutrosaspectos.
Asligações,conexõesoulinkages,determinamograu de interconexão dos atores de uma rede. Britto (2002) destacaqueénecessárioumdetalhamentodosrelaciona-mentosorganizacionais,produtivosetecnológicosentre osmembrosdarede.Paraoentendimentodaestruturade umarede,aindaénecessáriaaanálisedosfluxostangíveis (insumoseprodutos)edosintangíveis(informações).A estruturacontémcanaispormeiodosquaisosatorestro-cambenseserviços,transferemrecursoseinformações. Essastrocasqualificamarelaçãoentreosatores.
Amorfologiadasredesajudaaampliaracompreen-sãoarespeitodaestruturaedasrelações,entreosatores produtivos participantes de uma determinada cadeia.A compreensãodecomoasempresasseposicionamnaes-truturadaredeecomoestabelecemosdiversosvínculos
sãoaspectosessenciaisparaoentendimentodadinâmica daGestãodaCadeiadeSuprimentos.
PressupostosdaGCSpodemganharnovasinterpreta-çõescomaAnálisedasRedes.Tantoamorfologiacomo osdiversosposicionamentosnaestruturaauxiliamaex-plicarasvantagenscompetitivasdemembrosqueocupam posiçõesprivilegiadasnaestruturadeumarede.Posições privilegiadas na estrutura da rede podem implicar em acesso a recursos, informações, matérias-primas, entre outrosaspectos.Nessesentido,aanálisedasredesajuda aexplicarcomoacompetiçãoconfigura-seentrecadeias enãomaisentreempresasisoladas.Acompetiçãoentre cadeiaspodelevaraumaconcentraçãoou,atémesmo,a uma hierarquização dos fornecedores, como vem ocor-rendonaindústriadeautopeçasnoBrasil.
OutrospressupostosdaGCS,comoacoordenaçãoe oplanejamentodasatividadeseprocessos,aconfigura-ção de relacionamentos cooperativos e a existência de compromissosdelongoprazosãoaspectosqueestãono centrodaspreocupaçõesdaAnálisedasRedes,poissão fundamentais para qualificar uma relação colaborativa. Esteníveldeanáliseestárelacionadoàpresençadecon-fiança,reputaçãoereciprocidade,osquaisinterferemnos mecanismosdaGCS.
4.2Dependênciaderecursos
ADependênciadeRecursosconsideraqueoambiente exerceumaforteinfluêncianasorganizaçõeseconcentra aanálisenofluxoderecursoscríticoseescassos.Possui fortes laços com a economia política das organizações (Hall,1990)ecomasociologia(NohriaeGulati,1994), tendoemsuaraizotrabalhodePfeffereSalancik(1982). Nessetrabalho,osautoresdestacamqueaDependência de Recursos tem recebido maior atenção desde que se percebeuqueasorganizaçõescontrolamealteramasati- vidadesumasdasoutrasequepodemdesenvolvermeca- nismosparaminimizarsuavulnerabilidadeedependên-ciaambiental.
ADependênciadeRecursosconsideraativooproces- sodeinteraçãocomoambiente(Hall,1990).Asorgani-zaçõestentammanipularoambienteemqueatuamem seuprópriobeneficio,tomandodecisõesestratégicaspara melhor se adaptarem a ele. Sendo variados os tipos de recursos–novastecnologias,matérias-primas,recursos financeiros,políticos,entreoutros–écomplexoopro- cessodetomadadedecisãosobreasaçõesquevisamam-pliarocontroleousobreaquelas,decaráterpreventivo, que antecipam decisões ligadas aos recursos escassos, denominadas,porHatch(1997),comoaçõesdecontra-dependência.
deredependênciaexistentesnaredederelaçõesinter-or- ganizacionais(Hatch,1997).Asorganizaçõesusamain-teraçãoambientalcomoumrecursocapazdeminimizar osproblemasligadosàinterdependênciaeàsincertezas doambiente(Pfeffer,1972).Tentamabsorverainterde- pendênciaeasincertezas,sejapormeiodefusõeseaqui-sições,sejapormeiodacooperaçãoentreorganizações e da troca de recursos ou, até mesmo, pela troca entre profissionais da organização.As unidades organizacio-naisquetêmcapacidadeparainteragircomasrestrições, incertezas e contingências do ambiente também obtêm maiorpoderdentrodasorganizações(Hall,1990).
Adependênciaentreorganizaçõesrefleteadiferença depoderentreelas,poisumaorganizaçãotemmaisou menospoder,emrelaçãoàsoutras,àmedidaquecontrola osrecursosnecessáriospelasoutrasoureduzsuaprópria dependência,pormeiodocontroledosrecursos(Nohria eGulati,1994).
ADependênciadeRecursospodeser,assim,útilpara compreender como as organizações tentam minimizar sua dependência em relação a outras organizações, na cadeia de fornecimento. Uma organização pode alterar ou se adaptar aos relacionamentos interdependentes ao adotar estratégias de recursos (Daft, 1999) que podem resultar na aquisição da propriedade dos fornecedores, naelaboraçãodecontratoseparceriasparaassegurarre-cursos,etc.Asassociaçõesdenegócios,acordos,fusões, cooperação,açõespolíticaselobbiessãoformasdeações paralidarcomasdiversasdependênciasderecursosaque osatoresprodutivosestãosujeitos.
A Dependência de Recursos também ajuda a com-preender as assimetrias de poder presentes nas cadeias de suprimento. Quando uma empresa tem poder sobre outra,podeexigirdosfornecedoresaabsorçãodemais custos,aexpediçãodesuprimentoscommaioreficiência eofornecimentodemaisserviçosdoqueantes,muitas vezessemaumentarospreços(Daft,1999).Istonãoéo mesmoqueadmitirqueasrelaçõessãosimétricas,como pressupõeaGCS.DiversosestudosnoâmbitodaAnáli-sedasRedesedaDependênciadeRecursostratamdas questõesrelativasaopoder.Asrelaçõesassimétricasde poderpodemlevarumatormaispoderosoadeterminar diversascondiçõesaoutrosatoresdesfavorecidosnaes-truturadeumacadeia.Poressefato,AmatoNeto(2000) denominaosetorautomobilísticodeuma“redevertical deprodução”.
Aocorrênciadenúmeroreduzidodefornecedores,hie-rarquizadosdeacordocomonívelqueocupamnacadeia, entendidocomopressupostodaGCS,podesercompre-endidacommaisprofundidadeapartirdaperspectivada DependênciadeRecursos,poisquantomaiorainterde-pendênciadosatores,maioresserãosuasdependênciase trocaderecursos.OsmecanismosdecoordenaçãodaCa-deiadeSuprimentossãoinfluenciadospelosrecursosde
poderquepodemsereconômicos,tecnológicos,conheci-mento,confiançaereciprocidade(Trienekens,1999). A perspectiva da dependência de recursos também possibilitamelhorcompreensãosobreasformasealter-nativas, para o alinhamento de estratégias competitivas das empresas participantes da cadeia e a existência, ou não,decompromissosdelongoprazoentrefornecedores eclientes,constituindoumaabordagemquepodecom-plementaraanálisedecadeiasdesuprimentos.
4.3Economiadoscustosdetransação
A ECT, uma ramificação da Economia Institucional, consideraastransaçõescomoaunidadebásicadeanálise (Trienekens,1999)eestuda,emlinhasgerais,comopar- ceirosemumatransaçãoprotegem-sedosriscosassocia-dosàsrelaçõesdetrocas.
Fatores ambientais (especificidade dos ativos, incer-teza e a freqüência com que as transações ocorrem) e comportamentais(racionalidadelimitadaeoportunismo) afetamoscustosdetransação(Williamson,1985).Mais especificamente:a)ativosespecíficos:sãoativosquenão sãoreempregáveisanãosercomperdasdevalor;b)in-certeza:opapelqueaincertezarepresentaéoderevelar oslimitesdaracionalidade,sendoresultantedaassime- triainformacional;c)freqüênciadasrelações:arepeti-çãodeumamesmaespéciedetransaçãopossibilitaque as partes envolvidas adquiram conhecimento umas das outras (reduzindo incerteza); d) racionalidade limitada: considera-sequeosindivíduosagemracionalmente,mas de modo limitado; e e) oportunismo: considera-se que nãohárestriçõesaocomportamentoegoístadosagentes econômicos, o que implica dizer que as partes podem se aproveitar de uma negociação, impondo perdas à(s) sua(s)contraparte(s)natransação.
AECTexploraoscustoseconômicosassociadosàses- truturasdegovernançarequeridasparacompletaratran- sação,prevendoqueaformaorganizacionalqueminimi-zacustosdetransaçãoseráescolhida(Mcnally,2002).
Umaestruturadegovernançaconsisteemummeca-nismousadopelasfirmascomafinalidadedeatenuara ameaçadeoportunismo.Economistasvêmconceituando estruturasdegovernançaconsiderandotrêstiposprinci-pais, sendo que o método para determinar a eficiência de cada uma delas consiste em examinar os custos de transação envolvidos (Barney, 1999): a) mercado: tran-saçõesnasquaisocorreumainstantâneatransferênciade produtosouserviçosequeospreçossãodeterminados pelomercado;b)integraçãovertical(hierarquia):meca-nismoutilizadoparagerenciartrocaseconômicasdentro dasprópriasfronteirasdafirma;ec)híbrida:franchisese aliançasestratégicassãoexemplosquecombinamaspec-tosdetransaçõesdemercadoeintegraçãovertical.
(diferentesemseusatributos)comestruturasdegover- nança(diferentesemseuscustosecompetências).Con-sidera-se, por exemplo, que, conforme a especificidade dosativosaumenta,maiscomplexassãoasestruturasde governança, ou seja, contratos mais complexos são re-queridos para atenuar barganhas sobre lucros de ativos específicos(Williamson,1985)e,portanto,maioressão oscustosdetransação.
A ECT tem como ponto de partida, segundo Stern
apudTrienekens (1999), a análise de decisões do tipo
makeorbuy ,ouseja,adecisãoentreproduzirinterna- menteouterceirizar.Aextensãoemqueserealizaater-ceirização(outsourcing)dependedoscustosdetransação envolvidos.
ApeculiaridadedaanálisedeWilliamson(1996)está empromoveracentralidadedoscustosdetransaçãoem lugardoscustosdeprodução.ComoressaltadoporScott
apud Hall(1990),aperspectivadocustodetransaçãoas-sumequeoqueécríticonãoéaprodução,mas,sim,o intercâmbiodebenseserviçoseasestruturasquegover-namestesintercâmbios.
AabordagemdaECTpodeserutilizadaparaavaliar aqualidadeeariquezadasrelaçõesentrecompradores evendedoreseovalordodesenvolvimentodeparcerias econfiançaentreeles.AECTconsideraasimplicações dasescolhasorganizacionaisemdesenvolverumatran-saçãoouatividadeinternamenteounomercadoeauxilia aavaliarcomováriostiposdeinvestimentoscomoutras firmaspodemcontribuirparaaformaçãodecapacidades delongoprazo.
Assim,aECT,enquantoperspectivateóricaquepode auxiliarpesquisasemcadeiasdesuprimentos,considera queeconomiasdecustosdetransaçãopodemseralcan- çadasnasrelaçõesentreempresas,comparandooscus-tosdesemanterrelacionamentoscontínuoscomaqueles custosrelacionadosaoprocurement,avaliação,seleçãoe desenvolvimentodehabilidadesdenovosfornecedores.
Aconfiguraçãoderelacionamentocooperativooude colaboração entre as empresas, sugerida pela teoria de GCS, pode ser estudada sob a ótica dos elementos de ECT:quandoosparceirosenvolvidosemumatransação investememativosespecíficos,eorelacionamentopassa asebasearemumadependênciamútua,reduzem-seos incentivosdecadaparteaooportunismoetem-seaefi-ciência em custos de transação como motivação para a cooperação(Ojode,2000).GranteBaden-Fuller(2000) sugerem outro benefício da cooperação, além da mini-mizaçãodoscustosdetransação,comoacriaçãodeum contexto organizacional capaz de suportar mecanismos deintegraçãodeconhecimento.
Outro pressuposto da GCS, como já mencionado, é a existência de compromisso de longo prazo entre for-necedores e clientes. Os estudos de ECT indicam que a repetição de uma mesma espécie de transação leva à
construçãodereputaçãoporpartedosagentesenvolvi-dos,possibilitandoqueaspartesadquiramconhecimento umasdasoutras,reduzindoasincertezasenvolvidas(Fa-rina,AzevedoeSaes,1999).Osbenefíciosdasrelações delongoprazosurgem,segundoSwaminathan,Hoetcker eMitchel(2002),detrêsfatoresrelacionados:odesen- volvimentodoconhecimentodecadaparceiro,odesen-volvimentodeconfiançaerelaçõesbaseadasemrotinas específicas.
Estabelecimentodecontratosformaisentreempresas dacadeia,outropressupostodeGCS,éumtemabastan-te explorado em ECT. Pela racionalidade limitada dos tomadores de decisão, a distribuição assimétrica de in-formação e a inabilidade de especificar completamente ocomportamentodosagentesnapresençademúltiplas contingências, a ECT considera que todos os contratos sãoincompletose,portanto,sujeitosarenegociaçõesea ocorrênciaeventualdecomportamentooportunista(Lei-bleineMiller,2003).
Quando duas partes ou mais realizam investimentos específicosesurgeumasituaçãodedependênciamútua, haveráincentivosparaqueocontratonãosejarompidoe continueindefinidamenteouporumtempopré-determi-nado(Scramin,2003).
Aoabordarasrelaçõesentreempresas,aECTenfati-zaaimportânciadaconfiançanosrelacionamentos,tema quenãotemsidotratadopelaGCS.Confiançaemrela-çõesentrecompradorefornecedorpodeserimportante fontedevantagemcompetitivaporque(GrovereMalho-tra,2003):a)proporcionamenorescustosdetransação; b)facilitainvestimentosemrelaçõesqueenvolvemativos específicos;ec)levaarotinasdetrocadeinformações. Confiançapodesubstituircontrolesformaisecontratos.
ATabela1resumeascorrentesalternativasdepensa- mentocitadasnestaseção,apresentandooníveldeanáli-se,asprincipaisvariáveiseascontribuiçõesdecadauma àGCS.
As perspectivas apresentadas sugerem a necessidade deobservaraspectoscríticosdacadeiadesuprimentos, comoaestruturaeasrelaçõesentreosatores,adepen- dênciaeofluxoderecursoscríticoseastransaçõesesta-belecidasentreosatores.Essasperspectivas,combinadas àGCS,podemcontribuirparamelhorcompreensãodos comportamentosexistentesedosresultadosobtidospor empresas e unidades produtivas envolvidas em cadeias desuprimentos.
5.Consideraçõesfinais
nestetrabalho,mostraqueaGCSvemsendoamplamente difundidaequeháumatendênciadasorganizaçõesedas cadeiasdeorganizaçõesaadotaremdiversasdaspráticas daGCS,explorandoosespaçosdeaumentodaeficáciae eficiênciadascadeiasdesuprimentos.Indica,entretanto, queospressupostos,quantoàscadeias,podemserape-nas parcialmente verificados, ou verificados em apequeospressupostos,quantoàscadeias,podemserape-nas algunssegmentosdascadeiasnosetorautomobilístico. Faz-senecessário,então,quenovaspesquisasvenhama fornecersubsídiosquepossamelucidarasquestõesaqui mencionadas.
Nossadiscussãonoslevaasugerirqueasabordagens deGCSdevemincluirumaetapainicialde“verificação dos pressupostos”, ou de identificação da configuração dacadeiadesuprimentos,pois,pormeiodesta,poderiam serdesvendadosostiposdecontextosemqueasrelações entreasempresaseaGCSpoderiamsedesenvolver.Se- riaevitada,assim,a“armadilha”daaceitaçãoincondicio-naldospressupostosedasdecorrentespráticasdeGCS, refutando-se, conseqüentemente, a existência de uma abordagemúnica,adequadaaqualquersituação.
Oconjuntodospressupostos,segundonossaanálise, podesersubdivididoemquatrocategorias:(1)competi-çãoentrecadeias(2)alinhamentoestratégicoerepartição deganhos,(3)estruturahierarquizadaeintegrada,e(4) relaçõescooperativasedelongoprazo.
Quantoàcompetiçãoentrecadeias,aliteraturamostra quenosetorautomobilísticotallógicanãopodeserinte-gralmenteutilizada,emboraasmontadorasexerçamum papel(limitado)decoordenaçãoeprocuremobtervanta-genscompetitivasdesuascadeiasdesuprimentos.
Quantoaoalinhamentoestratégico,nossarevisãoin-dicaqueumaempresapodefazerpartesimultaneamente dediferentescadeias,atendendoclientessituadosemdi-ferentessetoresou,atémesmo,clientesconcorrentesde ummesmosetor.Osganhosserãodistribuídosconforme forem a distribuição do poder entre os participantes, a estrutura da cadeia e as relações estabelecidas entre as empresas.
Apossibilidadedealinhamentodosnegóciosdasem-presasenvolvidasemumacadeiaeoexercíciodeseus papéisnacadeia,tantoparaaproduçãoedistribuiçãode benseserviçosquantoparaacoordenaçãoedistribuição dosganhos,dependedaestruturadacadeiaedaavaliação dospossíveisbenefíciosedasdificuldadesdesuamodifi-cação.Ospapéisnascadeiaspoderão,ounão,sermelhor distribuídoseexercidos,dependendotambémdopoder decoordenaçãodosparticipantes,especialmentedaque-lesquecomandamoprojetoeaproduçãodosprodutos finais,edasrelaçõesentreosatorescommaiorpoder.
Estritamentevinculadaàscondiçõesacima,aestrutu-radacadeiacontemplaospapéis,portes,capacidadesde produção,produtoseserviçosfornecidos,direcionamen- tosetorialeempresarialdessesprodutoseserviços,com-petênciatecnológica,etc.,abarcandoalgunsdosfatores que condicionam (e também são condicionados por) o alinhamentodasestratégias,acoordenaçãodasaçõese asrelaçõesentreasorganizações.
Finalmente,poderáhavermaioroumenorintegração funcional(entreorganizações)eintegraçãodosproces-sosnacadeiae,ainda,maioroumenorpossibilidadede
coordenação(centralizadaounão)conformesecaracte-Tabela1.Síntesedascorrentesalternativasdepensamentoapresentadas.
Foco Principaisvariáveis ContribuiçõesaGCS
Análisedas redes
Estruturaerela-çõesdosatores darede
Posiçãoestruturalerelacional narede,naturezadasrelações, nós,fluxoderecursoserela-çõesdepoder.
Identificarposiçõesprivilegiadasdosatoresnaestru-turadacadeiaprodutiva;posiçõesprivilegiadaspodem repercutiremacessoarecursos,informações,matérias primas;configuraçãoounãoderelacionamentoscoope-rativos(qualificarumarelaçãocooperativa);aexistência decompromissosdelongoprazoedinâmicaouestabili-dadedacadeiaprodutiva.
Dependênciade recursos
Dependênciade recursosentre organizações
Fluxoderecursoscríticose escassos,interdependência, estratégiasderecursoserela-çõesdepoder.
Estratégiasderecursospodemgerarcolaboraçãoe/ou competiçãoentreosatores;compreensãodeassimetrias depodernacadeiaprodutiva;graudeinterdependência dosatoresnacadeia,alinhamentodeestratégiaserecur-sosentreosatores.
Economiados custosdetran-sação
Transações Racionalidadelimitadae comportamentooportunista paraexplicaraexistênciade custosdetransação.Deacor-docomaimportânciadecada elemento,ummecanismoé escolhidodentreasformas decoordenarumatransação –mercadospot,hierarquiaou formashíbridas.
AvaliaraQualidadeeriquezadasrelaçõesentrecompra-dorevendedor–considerandoafreqüênciadasrelações, asincertezasenvolvidas,especificidadedosativose assimetriadeinformações;
Escolhasorganizacionaisemdesenvolverumatransação (ouatividade)internamente,pormeiodealiançasouno mercado;