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As teorias de criação e desvio de comércio : Brasil e Argentina : um estudo de caso

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(1)

RIO DE JANEIRO - GUANABARA - BRASIL IBRE/EPGE

Li a Tese de Mestrado do sr. ALFREDO LUIZ

BAUMGrARTEN JR., intitulada "As Teorias de Criação e Desvio

de Comércio: Brasil e Argentina - Um Estudo de Caso% a

qual considero perfeitamente aceitável, atribuindo-lhe o

grau dez (10).

Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1968

íle

AUGUSTO JEPFERSON DE OLIVEIRA LEMOS

A-4 Formato Internacional

(2)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

CAIXA POSTAL 4081 ZC - OS

RIO DE JANEIRO - BRASIL

I have examined the Master's Thesis of ALFREDO LUIZ

BAUMGARTEN

JE.,

HAs

Teorias

de

Criação

e Desvio

de

Comércio

:

Brasil e Argentina-Um Estudo de Caso".

I have found the thesis to be of high quality and

recommend

a

grade

of

ten

(10).

November 28, 1968

C.ELTON HINSHAW

Visiting Professor

f

SEPGE/IBRu

8'

A'

A-4 Formato Internacional

(3)

Aceito a Tese de ALFREDO LUIZ BAÜMGARTEN JE.,

"As

Teoria»

de

Criação

e Desvio

de

Comércio:

Brasil

e Argentina

Um Estudo de Caso", para o grau de Mestrado.

% um trabalho que demonstra bom conhecimento teórico

sobre

a Teoria

da

Integração

e ótima

capacidade

de

testar

hipó,

teses emplrioamente.

Recomendo

o grau:

dez

(10).

Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1968

WERHBR BAER

Professor Visitante

A-4 Formato Internacional

(4)

PARTE I - mSOBIAS SOBRE A INÜSiQRACAO ECONÔMICA

O presente MpaperM tem por objetivo dar uma visão global

das principais formulações, elaboradas no campo teórico, a respeito de

uniões aduaneiras*

Conquanto seja bastante extensa a literatura existente, a

cha-se ela espalhada por um sem numero de artigos de revistas e periódi

cos, existindo pouoos compêndios específicos sobre o assunto»

0 trabalho será dividido em duas partest na primeira

o-oupar-nos-emos

dos

aspectos

teórioos

da

integração,

e na

segunda

tentare_

mos

mensurar

os

prinoipais

efeitos

eoonSmicos

da

integração.

A primeira parte deste trabalho consta de sete seções*

Nas

duas

primeiras

nos

ocuparemos

da

apresentação

dos

postulados

da

teo

ria

pura

do

ooméroio

internacional

e dos

efeitos

da

introdução

das

tari

fas.

Estas

seções

objetivam facilitar

a compreensão

do

problema

da

abo-lição

das

barreiras.

A terceira

tratará

das

reduções

tarifárias

em

ba

-ses

discriminatórias

e nao

discriminatórias,

para

em

seguida,

na quarta

seção, analisarmos a estrutura teórica de Viner. As duas seções seguin

tes preooupar-se-ao com problemas que têm recebido grande atenção dos di

versos estudiosos» a complementaridade e similaridade (ou rivalidade),e

0 dimensionamento

da

união.

E finalmente,

a ultima,

apresentará

algumas

conclusões teóricas.

1 - A teoria pura do ooméroio internacional

A teoria pura do comércio internacional parte da análise

do

equilíbrio

geral

em

conoorrênoia

perfeita,

tomando-se

a economia

como

aberta. Os principais pressupostos desta teoria sãot

a)

A economia

se

compõe

de

dois

fatores

de

produção

homo

gêneos,

trabalho

e capital,

de

oferta

inelástioaj

b)

0 sistema

econômico envolverá

a produção

e comerciali

zação

de

dois

produtos.

A produção

utiliza

os

fatores

em

proporções

va

riáveis,

e é realizada

por

grande

número

de

empresas

em

concorrência

per

feita? ""

o) As

dotações

de fatores

são

iguais

para

todos

os

indiví

(5)

,(1)

a relação

entre

o preço

de

trabalho

e oapitalv

í

Supor-se-á

também

a uni,

formidade nos gostos dos indivíduos.

d) Não existem economias ou deseoonomias externas de ordem

técnica}

e) Nao há custos internacionais de transporte;

f)

Os

fatores

de

produção

não

se

podem

deslocar

de

um

país

para o outro*

k figura 1 nos mostra então o equilíbrio desta economia na

ausência

de

coméroio

(pt.

P),

e ao se

abrir

a eoonomia

(pts.

F'

' e P')«

fi«. 1

0 diagrama

acima

responde

a duas

questões fundamentais*

A primeira refere-se à razão de ser do comérciot se a economia estivesse

fechadat

o preço

do

produto

X.

em

relação

a X_

seria

superior

ao

vigente

no meroado internacional, o que explica porque, ao se abrir a eoonomia,X,

passe a ser importado e X- exportado* A segunda prende-se às vantagens

do coméroioi é evidente que pelo pt* P* (equilíbrio oom coméroio) passa

uma curva de indiferença superior a de P. Isto corresponde ao teorema de

Samuelsen que prova que, em oonoorrênoia perfeita, ausênoia de indivisibi.

lidade e eoonomia externa, o comércio livre é superior a nenhum comer

-(1)

Vide

J.

Pei

e O.Ranisi

"Development of

Labor

Surplus

Boonomy"-pg.72

(2)

0 teorema

de

Samuelsen

nao

recorre

ao

traçado

das

curvas

de

i&dlferen

(6)

II - A situação do comércio face às tarifas

A aplioaçao

de

uma

tarifa

sobre

as

importações

de

determi

nado

produto

origem

a duas

situaçõest

a)

A tarifa

afeta

os

preços

do

mercado

internacional

- is

to se dá quando o país em apreço possui algum poder monopolístico. A

im-posição da tarifa representa uma baixa relativa do preço do produto iiper,

tado,

resultando

daí,

uma

melhora

nas

relações

de

trooa

que

pode

oompen

-sar as desvantagens da tarifa sobre o nível de satisfação da economia.

Gràflcamente teríamost

jr

fi«.

2

*'

Ta) A tarifa nao afeta os preços internacionais - isto ocor

re

quando

o país

pesa

muito

pouco

no

mercado internaoional.

A tarifa

des

viária os preço» internos dos preços internacionais, daí a linha de oonsu

mo

interceptaria

ao

invés

de

tangenolar

uma

curva

de

indiferença

coletiva.

Pelo gráfiooi

0 pt.

P"

é inferior

a P1,

o que

signifioa

que

houve

redu

(7)

le respondem com uma análise dinâmica* Assinalam que, em virtude de ecp_

noraias externas, de rendimentos crescentes e de fatores técnicos, as em

presas

e indústrias

melhoram

suas

funções

de

produção.

A longo

prazo

o

bem estar da comunidade tenderia a aumentar.

tig. 4

III

- As

reduções

tarifárias

As reduções ou eliminações de direitos alfandegários podem

ser

realizadas

em

bases

não

discriminatórias

ou

discriminatórias.

A Car

ta de

Havana

e o Acordo

do

GATT

constituem

duas

tentativas

de

remover

as

barreiras

do

comércio

internacional

numa

base

não

discriminatória

e muiti.

lateral,

entre

o maior

numero

de

países

possível.

Estes

dois

instrumen

tos

poderiam

ser

denominados

de

"approach

universal11.

Ao

"approaoh

uni

-versai"

opor-se-ia

o "approaoh

regional",

em

que

a remoção

das

barreiras

far-se-ia

numa

base

discriminatória.

Este

6 o tratamento

oontido

numa

união aduaneira*

Conquanto

a formação

de

uniões

aduaneiras

seja

uma

idéia

bastante

antiga,

e exemplos

de

tentativas

para

sua

efetivação

sejam

encon

t.ados

desde

os

primÓrdios

do

século

passado,

a análise

dos

problemas

teÓ

rioos

suscitados

pela

criação

de

uma

união

aduaneira

é de

origem

recente.

Os primeiros

estudos

efetuados neste

campo

prendem-se

a aspectos

particu

lares

do

assunto,

e primam

pela

ausência

de

sistematização.

Assim,

Augujs

tin

Cournot

fez

a distinção

entre

os

efeitos

da

abolição

das

barreiras

(8)

Wicksell abordou alguns aspectos gerais e uma vasta gama de artigos apare_

oeram na dácada de 1940*

A sistematizaçao surgiu oom o aparecimento de três obras

simultâneas

em

1950*

Foram

os

trabalhos

de

Byê,

Giersch

e Viner.

Griersoh

analisou

os

aspectos

locacionais

de uma

união,

a-plicando a teoria da localização de Weber e Losch a integração econômica*

Byê utilizou o mesmo esquema de Viner, porém sem a mesma precisão. Viner

investigou os efeitos das uniões aduaneiras nas correntes de intercâmbio,

destacando dois efeitosi "trade oreation" e "trade diversion". 0 livro

de Viner constitui o marco inicial do estudo teórico das uniões aduanei

-ras.

A literatura subsequente desenvolve-se sobre a estrutura

teórica

de

Viner

e analisa,

sob

várias

hipóteses,

os

aumentos

e diminui

-çoes do bem estar resultantes da criação de uma união aduaneira»

Os

autores

que

maior

contribuição

deram

foram:

J.E.Heade,

H.Makoirer e O.Morton, B.Q.Lipsey, Tibor Scitovsky e H.O.Johnson.

IV - A estrutura teórica de Viner

0 principal problema discutido por Viner, em seu livro (ca,

pítulo

IV),

ê se a

união

aduaneira

pode

ser

vista

como

um

instrumento

li

mitado em direção ao livre-câmbio, ou se é um tipo de medida protecionis

ta destinada a oriar um mercado preferencial para os estados membros* Ao

longo de sua

análise.

Viner

opõe

a visão

do

livre-oambista

à do

protecio

nista, mostrando suas discordâncias e suas concordâncias.

Em seu estudo, Viner procura responder à seguinte perguntai

o estabelecimento de uma união aduaneira resulta numa alteração na curva

de transformação do país para os produtos importados} a mudança líquida

de posição será no sentido do desvio de compras de fontes de custos mais

baixos para a de custos mais altos» a) para cada país da união separada

mente*

b)

para

o mundo

exterior*

o)

para

o mundo

oomo

um

todo?

Diz

ele,

se

a união

aduaneira

é um

movimento

em

direção

ao

livre-coméroio,

deve

ser

predominantemente

um

movimento

em

direção

às

fontes

de

custos

mais

baixos.

Se a união aduaneira tem o efeito de desviar as compras para as fontes de

custos

mais

altos,

então

ê um

artifício

para

tornar

mais

efetiva

a tarifa

protecionista.

Nenhuma

destas

questões

pode

ser

respondida

"apriori".

A

(9)

Sejam três países A, B, C. Suponhamos que A e B formem uma

união aduaneira, e que C represente o resto do mundo* 0 comércio envolve

um único bem x. Podemos relacionar oinco alternativas»

a)

Ambos

os

países

produziam

o bem

x oom

proteção,

porlm

C

era o produtor de mais baixo custo* A abolição da tarifa levará ao aumen_

to do

comércio,

porém

esta

será

uma

posição

inferior

àquela

que

seria

al

cançada com o comércio livre total, pois neste caso o únioo produtor seria

C.

b)

0 país

B é de

menor

custo

e A não

produz

o bem.

A si

-tuaçao permanecerá inalterada»

o)

Nem

A,

nem

B produziam

x.

Ambos

continuarão

importando

de C.

d)

Ambos

os

países

produziam

o bem

x,

incluindo

a união

o

produtor mais eficiente» Com a união, o produtor ineficiente, digamos A,

deixará de produzir e toda sua procura será satisfeita pela importação de

B (trade

creation).

e)

0 país

B produziria

o bem

com

proteção,

enquanto

A impor,

tava de C que era o produtor mais eficiente. Com a união, A passa a im

-portar de B, sendo seu custo inferior ao de C mais a tarifa (trade

diver-sion)»

Bssa

nova

situação

6 inferior

à vigente

antes

da

união.

Procurando caracterizar bem as teses protecionistas e li

-vre-cambistas, Viner acrescenta que haverá mercadorias que algum dos paí

ses membros passarão a importar dos demais sácios, embora antes da união

nao o fizessem, pois o preço doméstico era inferior ao preço de outras fon.

tes mais a tarifa* Na opinião de Viner, esta mudança na curva de trans

-formação, entre dois países, seria aprovada pelos livre-cambistas, já que

significa a passagem de fontes de custos mais altos para mais baixos, ain_

da que o coméroio livre universal significasse desvio para uma outra re

-giao de custos ainda mais baixos* Sm contrapartida, haverá mercadorias,

que

algum

país

passará

a importar

da área,

quando

anteriormente

o faria

de

um terceiro país, por ser esta uma fonte mais barata, mesmo havendo tari.

fa* A mudança nao é agora entre dois países membros, mas entre um país fo_

ra de custo mais baixo e um da área de custo mais alto. Para Viner, esta

operação seria aprovada pelo protecionista*

Viner então conclui que quando o efeito "trade creation" 6

predominante, um dos membros pelo menos lucra, ou ambos, ou os dois combi.

(10)

a curto prazo, b pode ganhar a longo prazo somente pela difusão da prospe_

ridade

da

união

aduaneira.

Onde

o efeito

"trade

diversion"

â predominan

te, um dos membros fatalmente será prejudicado, ambos podem ser prejudica

dos combinados ou nao, e o mundo exterior ou o mundo como um todo poderá

perder»

Os

efeitos

benéficos

da

união

serão

predominantes

se

o aumento

do

oomércio

for

superior

ao

desvio

do

mesmo)

os

ganhoB

ou

perdas

dependem

das diferenças entre os custos unitários*

Viner, de um modo geral em seu livro, mostra-se bastante cé_

tico

quanto

à viabilidade

e aos

benefícios

de

uma

união

aduaneira,

que

re

presenta para ele apenas um paliativo para a crise do comércio mundial, e

nao uma

solução

definitiva*

R.G.

Lipsey^3;

em artigo

publicado na

"Eoonomia"

de feverei,

ro

de

1957»

contesta

a conclusão

de

Viner

de

que

o efeito

"trade

creation"

é positivo,

e o efeito

"trade

diversion"

é negativo^4'.

Segundo

Lipsey, a

abolição

das

tarifas

quando

da

formação

da

união,

implica

numa

mudança

dos

preços relativos nos meroados domésticos dos países membros, que tem dois

efeitos*

Primeiro,

influenoia

a localização

da

produção

no

mundo

(efeitos

da

união

sobre

a produção).

Segundo,

tem

uma

influência

paralela

sobre

a

looalizaçao

do

consumo

mundial

(efeitos

da

união

sobre

o consumo)*

Viner

analisou

extensamente

os

efeitos

sobre

a produção.

Para

Lipsey

os

efeitos

sobre o consumo podem alterar as conclusões de Viner*

Para provar isto ele utiliza um modelo simplesi o mundo é

dividido

em

três

países,

A,

B e £.

A é um

pequeno

país

consumidor

de

tri

go e roupasj sua economia está especializada na produção de trigo e obtém

roupas

através

do

comércio

internacional»

£ produz

roupas

a custo

mais

baixo

do

que

B,

logo

a corrente

de

comércio

se

estabelece

entre

A e Ç*

(3)

H.O.Lipsey,

"The

Theory

of

Customs Union*

Welfare

and

Trade

Diversion11

Ins Economia, Pev. 1957»

(4)

P.Gehrells,

em

"Customs

Unions

from

a single

country

view

point"

(Review

of

Bconomic

Studies,

vol

XXIV

(l)

- n«

63

- 1956-37),

utilizando

modllo

semelhante ao de Lipsey., chega às mesmas conclusões e conclui otimista qut

a!v^i?es

adua»#ir»B

«ao

sempre

favoráveis".

Todavia

Lipsey

responde

a

...

Oehrells

com

um

artigo

(Mr.Oehrells

on

Customs

Unions

- Bevie* of

Economic

tltt

llfJ°Uf^

(3) V

65 ~ jUMh°

1957)>

2m *»* uti1^*

»» aodêío

com

(11)

efei-Agora A introduz uma tarifa sobre as importações de roupas, não suficien

-te porém para proteger sua indústria doméstica. Os países A e 13, formando

uma união aduaneira, faraó com que 1J substitua C., como supridor de roupas

para A. 3J produz roupas a um custo mais elevado do que £, mas seu preço

sem tarifa ê inferior ao de 0_ oom tarifa. Temos então caracterizado o e

-feito de "trade diversion11. Lipsey demonstra que este resultado não ê ne

cessariamente

negativo,

desde

que

a receita

alfandegária

seja

redistribuí

da aos consumidores de roupas. Para uma melhor compreensão vamos utilizar

um tratamento gráfico

(5)

iz

(5)

Além^da

redistribuiçao

da

reoeita

aduaneira

de

acordo

com os

desejados

padrões de distribuição da renda da comunidade, Lipsey supõe que» pai

ses

B e £ produzem

os

dois

bens,

a preços

não

afetados

pelo

comércio

~~

com Aj todos os indivíduos possuem os mesmos gostos (curvas de indife_

rença

coletivas))

a curva

de

transformação

de

A é uma

reta^

daí

ele

se

especializar num sé produto. As duas primeiras hipóteses sao bastante

plausíveis,

ao

passo

que

as

duas

últimas

são

por

demais

restritivas.

Li

psey, em seu artigo, tenta generalizar abandonando estas duas premissasj

õontudó, sua explioaçao ê confusa e inconvinoente. Esta generalização

está

bem

clara

no

artigo

de

Michael

Michaely

("On

union

and

the

gains

of

trade",

int

Economio

Journal

- set.1965).

Michaely

chega

à*

mesmas

oonolu

soes de Lipsey, admitindo que A produza os dois bens (especialização par

cial),

e substituindo

as

curvas

de

indiferença

coletivas

pelo

conceito

de

(12)

O diagrama acima representa o país A, o qual produz OD uni,

dades de trigo. 0 preço da roupa em termos de trigo, quando do comércio

com £ é dado pela inclinação de BE* Á posição de equilíbrio com comércio

livre é G^_ Suponhamos que A introduza uma tarifa de rr= $ sobre a importa,

çao de roupas. Se a receita alfandegária for destruída (isto ê, não vol

-tar de alguma forma ao consumidor), o novo ponto de equilíbrio ser! H, aos

níveis de preços doméstioos. Se a receita tarifária for redistribuída aos

consumidores

(como

é usual),

então

o ponto

final

de

equilíbrio

deverá

se

localizar sobre DE, no ponto em que uma paralela a DF tangenoiar uma curva

de indiferença coletiva (no caso K) Sele B formarem uma união aduanei

ra,

os termos

de

troca

entre

A e B

deverão

estar

localizados

entre

SE

e

DF. Como nao há tarifa entre A e li, o ponto de equilíbrio estará sobre a

linha de preço-consumo WHGZ. Vejamos o que acontece com o bem-estar de A,

isto é, se a união representa ou nao uma melhora da situação para A_, quan

do ela importava roupa de £ pagando uma tarifa.

Partindo de p_, tracemos a linha DV tangente a III. A in

-clinaçao de DV representa os termos de troca com B_, que deixam A_ no mesmo

nível de satisfação que no comércio com £ Concluímos então que se os ter,

nos de troca com B situarem-se entre DV e DE a união aduaneira ("trade

di-version")

aumenta

o bem-estar

de §*

\

se

os

termos

de

troca

estiverem

en

tre

DP

e DV, a

união

será

prejudicial

a A/7Í

A diferença fundamental entre Viner e Lipsey (ou Gehrells)

está

no

fato

de

que

estes

últimos

admitem

os

efeitos

substituição.

Viner

nao admite efeitos substituição, estabeleowado que os bens são consumidos

em proporções fixas.

v°/Teremos um

caso

limite

quando

a diferença

de

custo

entre

B e C for

infi.

nitesimal. Neste caso a união aduaneira tende para a posição de livre

comercio (* *

(7)Para

uma

generalização

do modelo,

envolvendo

gostos

diferentes

e não

cur

vas

de

indiferença

coletivas,

veja-se

R.a.Lipsey

e Lancaster

Kelvin

Thê"

(13)

0 diagrama

6 representa

a situação

idealizada

por

Viner.

OWGZ é a linha de preço consumo, PE os termos de troca com C, com comércio

livre;

0 ponto

de

equilíbrio»

Se

for

instituída

uma tarifa,

não

protecio

nista, sobre a importação de roupa, o equilíbrio permanecerá em 6, pois ha

verá apenas alteração dos preços relativos» Se A formar união com B, o eus

to em B é maior, reta DV, e o ponto de equilíbrio passará para ¥. A curva

de indiferença II que passa, em ¥ é inferior a I, logo esta união (trade

di-version) é prejudicial.

Bela Belassa, utilizando o conoeito de J.E.Meade de que com

binando os elementos-variaçoes no volume do comércio e diferenças de custos

os

efeitos

&Sbre

a produção

resultantes

da

união

podem ser

medidos

pela

dif

e.

rença

entrei

a)

volume

de

comércio

criado,

multiplicando

cada

rubriaa

pelas

diferenças dos custos unitários! fc) ® volume do comércio desviado, muiti

-plioando-se

cada

componente

pelas

diferenças

de

custo

por

unidade^

j vem

de

encontro

a crítica

de

Idpsey,

concluindo

que

se

as

diferenças

de

õustos

uni,

tários

forem

consideravelmente

maiores

para

os

bens

cujos

comércio

aumentou

do que para os bens cujo comércio se desviou, uma união aduaneira pode ter

efeitos

benéficos

na

eficiência

mundial,

mesmo

que

o desvio

de

comércio,

me

dido

pelas

variações

do

volume

deste,

seja

superior

ao

aumento

de

comércio.

Podemos

oonoluir

que

as

expressões

"trade

creation11

e "trade

diversion"

a

-brangem

apenas

um

dos

efeitos

sobre

a produção

e,

para

sermos

mais

precisos

devemos

distinguir

entre

efeitos

sobre

a produção

positivos

e negativos.

Bela Balassa acrescenta ainda, que, se antes da união adua

neira

com

B a demanda

de

um

produto

x por

A for

satisfeita

por

produção

in

terna

e por

importação

de

C,

é evidente

que

quanto

maior

for

a elasticidade

da

oferta

no

país

A,

tanto

maior

será

a redução

da

produção

no

mesmo

e,

por

tanto,

o efeito

positivo

sobre

a produção.

Por

outro

lado,

quanto

maior

a

elasticidade

da

oferta

no

país

nao

membro,

tanto

maior

a redução

nas

impor

taçoes provenientes deste país e, portanto, os efeitos negativos sobre a

produção

(8)

J.E.Meade,

«The

Theory

of

Customs

Union",

cap.III

- este

conceito

é es

tabelecido

com

base

na

análise

dos

efeitos

da

tarifa

dentro

de

um

esoue

(14)

11.

O esquema preconizado por Meade foi utilizado por Tibor

Scitovsky, para a realização de um trabalho empírico de previsão, no qual

procura medir os efeitos da união sobre o volume de intercâmbio do Mercado

Comum Europeu. A partir da dados estatísticos, verificou ser -l/2 a elas

ticidade de substituição entre bens doméstioos e importados, e -2 a elasti.

cidade

de

substituição

entre

bens

importados.

Então

os

bens

importados

sao

substituíveis entre si, e os domésticos nao o sao pelos importados. Veri

fica

Scitovsky

que

a união

dos

seis,

mais

a Grã-Bretanha

e a Escandinávia,

aumentará

o comércio

intrazonal

em

17$,

Este

resultado

ê,

porém,

insigni

ficante se comparado com os 50$ de acréscimo obtidos com o lenelux.

H.G.Jonhson em "The Qains from free trade with Europe» aa

estimate", calcula em no máximo 1$ os ganhos para a Inglaterra com a sua

entrada para o MCE.

Os resultados destes dois trabalhos, como se vê, não são na

da animadores. Todavia, seria interessante a utilização destes esquemas de

análise

para

a verificação

dos

efeitos

da

união

numa

situação

"ex-post".

A partir

daí,

talvez,

surjam

aperfeiçoamentos

para

os

estudos

"ex-ante".

Para finalizar esta seção, apresentaríamos aqui dois pon

-tos de vista de Lipsey. Este autor, em seu paper "The Theory of Customs

Unionsí

a General

Survey"^9/

acredita

que de toda

esta

discussão

sobre

os

benefícios

das

uniões

aduaneiras,

apenas

duas

generalizações

teóricas

po

-dem

ser

feitasi

a)

quando

apenas

duas

tarifas

são

alteradas,

o bem-estar

da

eoonomia

terá

maior

possibilidade

de

aumentar

se

as

tarifas

forem

mera

mente

reduzidas,

ao invés

de completamente

abolidas'10)

b) as possibilida

des

de

ganho

aumentam

quanto

maior

forem

as

despesas

com

bens

domésticos,

B.O.Lipsey

- "The

Theory

of

Customs

Uniont

A General

suryey"

- Economic

Journal - set. 60, pages 506-508.

(15)

e menores as despesas oom tens de terceiros países. Desta última generali.

zaçao decorrem ainda duas conclusões. A primeira é que dado o volume de

comércio

de

um

país,

a união

aumentará

o bem

estar

quanto

maior

for

o co

-márcio

com

o país associado

e menor

o oom

terceiros.

A

segunda

é que

uma

união aduaneira aumentará o bem estar, quanto menor for o volume total de

seu comércio internacional pois, quanto menor for o comércio com terceiros

menores serão aatas compras em relação às domésticas. Isto significa que d£

vem formar uniões os países que realizam entre si uma alta porcentagem de

seu comércio exterior, e realizam uma alta porcentagem de seus gastos em

bens domésticos. Inversamente, tendem a perder com a união aqueles que pos_

suem

pequeno

comércio

doméstico,

especialmente

se

a união

não

inclui

uma

alta porcentagem de seu comércio.

V - Complementariedade e Similaridade.

Um dos pontos mais controvertidos, entre os teóricos que se

tem ocupado do problema das uniões aduaneiras, é aquele que pretende respon

der

se

é a complementariedade

ou

a rivalidade

entre

as

economias

que

deter

minam

os

benefícios,

a serem

obtidos

com

a remoção

das

barreiras

alfandegá

rias.

Entre os autores que mais se destacaram abordando este tema

contam-set

J.Viner,

H.Makower,

G.JÍorton'11]

P.V.Meyer,

J.B.Meade^12)

e os

protecionistas e livre-cambistas de um modo geral.

Tarefa das mais árduas é o estabelecimento de correspondên

cia entre os escritos de todos estes autores. Os termos de comparação en

-tre os trabalhos sao bastantes fluídos por basearem-se em definições distin

tas dos conceitos de complementariedade e similaridade.

(11)

H.Makower

e G.Morton

- "A

Contribution

towards

a theory of

Customs

Unions", in: Eoonomic Journal - mar. 1953»

(12)

J.E.Meade

- MThe

Eemoval

of

trade

Barriers:

the

Hegional

versus

the

(16)

13.

Os protecionistas, os livre-cambistas e Viner definem uma

complementariedade

similaridade)

em

espécie.

H.Makower

e G.Morton

basei.

am-se em custos comparados. P.V. Meyer define Sstes conceitos dentro da

6-tica

do

consumidor.

E,

finalmente,

Meade

utiliza

os

conceitos

de

Viner,

acrescentando

as

situações

reais

e potenciais.

Podemos

distinguir

uma

oposição

entre

os

protecionistas

e

livre-cambistas

de

um

lado,

e Viner

de

outro.

Contudo,

estabeleoer-se

di

vergência

ou

concordância

entre

Viner

e os demais

autores

citados,

parece--me uma análise inconclusiva»

Os protecionistas argumentam oom o fato de que a complemen

tariedade

entre

os

países

participantes

tornaria

viáveis

as

políticas

eco

nômicas

autocráticas,

com

a formação

da

união.

Os

livre-cambistas,

por

seu

turno,

encaram

a complementariedade,

entre

os

membros

da

união, como

bené

fica

nos

setores

em

que

permitisse

maiores

reduções

de

custos,

uma

vez que

as

diferenças

de

custos

entre

economias

complementares

são

maiores

do

que

entre economias rivais»

Em "The Customs Unions Issue", Viner conclui de forma di

-versa.

Para

ele:

"quanto

menor

for

o grau

de

oomplementariedade

- ou

maior

o grau de rivalidade - dos países membros, em relação às indástrias prote

gidas

anteriormente

à união,

tanto

maior

será

o benefício

resultante

de

uma

união

aduaneira".

A sua

formulação

I,

porém, um

tanto

ambígua,

e suscitou

uma

grande

discussão

sobre

a sua

afirmação

aparentemente

paradoxal.

Além

disto,

os

argumentos

apresentados

ainda

complicaram

mais

o assunto

do

que

o

esclareoeram.

Aparentemente,

Viner

referiu-se

às

semelhanças

e diferenças

entre

as

categorias

de

produtos

manufaturados

ao

definir

complementarieda

de

e rivalidade.

0 poder

concorrencial

é caracterizado

como

"correspondên

oia em

espécie

dos

produtos

de

indústrias

como

altos

custos,

entre

os

dif£

rentes territórios

de

uma

união

aduaneira,

que

eram

protegidos

por

direi

-tos,

em

ambos

os

países

membros,

antes

do

estabelecimento

da

união".

Con

sequentemente,

o poder

conoorrencial

indica

um

elevado

grau

de

sobreposi

ção

entre

as

categorias

de

bens

produzidos

e a complementariedade

significa

(17)

Em escritos recentes, os termos "rival" e "complementar11 re

ferem-se a diferenças nos custos comparados, e as economias são considera

-das como complementares quando os respectivos custos de produção, expressos

numa unidade comum, mostram grandes diferenças para a maior parte dos bens.

Esta

ê,

por

exemplo,

a conceituaçao

adotada

por

H.Makower

e

G.Morton.

files

assim

se

expressam»

"Parece

haver

duas

possibilidades!

os

termos (rival

e complementar)

podem

se

referir

ao

grau

de

similaridade

com

respeito

à demanda

(isto

é,

substituibilidade

no

consumo)

ou

o grau

de

si

milaridade

de

custos

(isto

ê,

substituibilidade

na

produção).

Abandonare

-mos a primeira possibilidade, pressupondo como dado o padrão de demanda? se

rao, portanto, consideradas "rivais" as economias com custos similares, e

complementares as economias com custos dessemelhantes11.

Utilizando-se de uma matriz que envolve três países (A, B e

C)

e três

produtos

((T,

£ e tf ),

com os

respetivos

custos

de

produção

em

ca

da

paísj

estabelecendo

dois

níveis

críticos

de

tarifa»

o primeiro

em

que

a tarifa

nao

representa

proteção

para

nenhum

dos

países,

e o segundo

em

que

a tarifa

ê efetivamente

protecionista

para

as

nove

possibilidades

de

produ

ção» e analisando as diferentes alternativas para formação de união entre

os

níveis

críticos

de

tarifa,

concluem

quei

"Se

duas

uniões

oferecem

um

ga.

nho, a que oferece o maior será aquela entre o par de países em que o grau

de

complementariedade

for

maiorj

e inversamente

se

duas

uniões

apresentam

uma perda, a que apresentará menos perda será aquela entre o par de países

em que o grau de complementariedade for superior".

P.V.Meyer^

\ por

seu

turno,

aborda

o problema

de acordo

com

a primeira

alternativa exposta

por

Makower

e Morton,

isto

ê,

a partir

da

subs.

tituibilidade

no

consumo.

Define

oomplementariedade,

dizendo

que

dois

bens

sao

complementares

quando

a posse

ou

o consumo

de

um

bem aumenta

a utilidade

do

outroi

e dois bens

são

rivais

quando

a posse

ou

oonsumo

de

um

deles

I

substituto

para

o outro,

e portanto,

diminui

a utilidade

deste

último.

(13)

F.V.Meyer,

"Complementarity

and

the

lowering

tariffs",

American

(18)

15.

Meyer conclui dentro de seu esquema de definição de compleraentariedade e si.

milaridade dizendo: "0 comércio entre economias complementares aparece co

mo sendo mais benéfico do que o comércio entre economias competitivas, des

de

que

o comércio

entre

complementares

leve

a importação

de

bens

que

se

com

pletam com os produzidos internamente, e à exportação de *ens que são concor

rentes dos bens domésticos retidos. 0 ganho de tal comércio complementar

aumenta a eficiência marginal do capital doméstico".

Meade, analisando a obra de Viner, procura traduzir para sua

terminologia de complementariedade e rivalidade, potenciais e reai3, a lis

tagem

de

condições

apresentada

por

Viner

na

página

51

de sua obra,

contudo,

acaba

por

discordar

deste

último

dizendo»

"uma

união

aduaneira

provàvelmen

te

conduzirá

a um mais

econômioo

uso

dos

recursos

se se

realizar

entre

eco

nomias que sao potencialmente muito complementares (isto é, produziriam di

ferentes

bens

num

comércio

livre),

mas

são,

no

momento,

muito

similares

ou

rivais

(porque

a proteção

é excessiva,

de

modo

a fazer

com que

a produção

recaia inclusive sobre bens antieconômicos)11*

Do que foi exposto em linhas acima, verifidamos o quão con

trovertido

é o problema

da

complementariedade

ou

da

rivalidade

entre

as

eco

nomias,

do

ponto

de

vista

da

formação

das

uniões

aduaneiras.

As

conclusões

de

cada

autor

devem

ser

examinadas dentro

do

contexto

por

ele

definido,

e

as comparações devem ser bastante cautelosas»

Uma

última

palavra

deve

ser

ainda

dada,

no

que

tange

à com

paração das estruturas de custo. Na verdade, a tese das desigualdades dos

custos comparados nao leva em conta o fato de serem os custos um conceito

multi-dimensional,

nao

havendo

uma

única

medida

do

grau

de

similaridade,

e

além

disto,

a desvantagem

de

não

fazer-se

a distinção

entre

as

várias

tegorias

de

produtos, por

um

lado,

e os

custos

unitários

dos

bens

efetiva

-mente produzidos, por outro.

Contribuições

recentes

para

a teoria

das

uniões

aduaneiras

discutem

o caso-tipo

da

teoria

econômica

em

que

as

possibilidades

de

produ

ção de todos os países abrangem a totalidade dos bens» Tal raciocínio ê

útil

na

teoria

pura,

mas

está

longe

de

ser

realista.

Para

um

grande

número

de

bens,

tais

como

o algodão,

a borracha

e os

frutos

tropioats

e todos

os

produtos

minerais,

as

possibilidades

de

produção

são

determinadas

pelas

con

diçoes

naturais

e a fabricação

destes

bens,

em

países

sem

os

recursos neces

(19)

Além

disto,

no

caso

de um

outro

grupo

de

bens

(equipamentos,

por

exemplo),

a ausência

de

fatores

técnicos,

de

procura

para

o bem

a um

preço

suficiente,

ou o grau de especialização existente, não permitem a sua fabricação.

VI

- Dimensão

da

União

Antes

de

encerrarmos

o presente

trabalho,

seria interessante

dar

também

uma

palavra

sobre

a questão

do

dimensionamento

ótimo

da

união,

Este

S ainda

um

ponto

aberto

ao

debate,

havendo

uma

divergência

no

que

se re

fere aos

efeitos

da

extensão

de

uma

união

na

eficiência

mundial.

Enquanto

Viner,

Meade

e Jan

Tinbergen

afirmam

que

quanto

maior

for sua

área,

tanto

maiores

serão

os

efeitos

positivos

sobre

a produ

ção,

G.A.Dunoan,

R.G.Hawtrey

e Wilhelm

Eopke

mantêm

o ponto

de

vista

contra

rio.

Nao

obstante

as

divergências

dizem

respeito mormente

às

hi

póteses

aoêroa

das

polítioas

a serem

seguidas

após

a união.

Os

componentes

do

primeiro

grupo

não

acreditam

em

mudança

nas

políticas,

ao

passo

que

os

demais

se

baseiam

na

possibilidade

de

tendências

protecionistas

nas

políti

cas comerciais»

Viner

e Meade

usam

o argumento

de

que,

mantendo-se

constan

tes

os

demais

fatores,

o alargamento

da

união

aumenta

as

possibilidades

la

tentes

de

divisão

internacional

do

trabalho.

Para

eles,

uma

união

pequena

pode

conduzir

a desvios

infiteis

nas

linhas

de

produção,

ao

mesmo

tempo

em

que

sucessivos

aumentos

da

área

reduzem

a possibilidade

da

ocorrência

de

efel,

tos

de

"trade

diversion".

0 caso

limite

seria

o de

uma

união aduaneira,

in

cluindo

todos

os

países

do

mundo,

que

não

daria

margem

a desvios

do

comércio.

Tinbergen^

4) tem

um tratamento

mais

rigoroso:

através

de uma

formulação

ma

temática,

considera

países

de

igual

dimensão,

produzindo

cada

um

deles

um

bem,

conclui

que

o alargamento

da

união eleva

o bem-estar

mundial.

(14)

Jan

Tinbergen

- "Customs

Union

Influence

of their

size on

their

Bffeot"

(20)

17.

Duncan e Eopke opoem-se ao alargamento, pois para ele os pai.

ses

pequenos

preocupam-se

com

a divisão

internacional

do

trabalho,

e os

gran,

des estão inclinados para a autarcia, de vez que os interesses protecionis

-tas podem ter um campo mais vasto numa grande nação. Havtrey, por seu turno,

opoe-se às uniões regionais: "quanto maior for a extensão da atividade eco

nômica

abrangida

pelas

barreiras

aduaneiras,

tanto

maior

será

o seu efeito

na exclusão de bens fornecidos por produtores estrangeiros". A posição des

te último é a mais indefesa*

VII - Conclusão

No contexto das teorias sobre comércio internacional, o capí.

tulo referente às uniões aduaneiras é um dos mais fecundos campos para os

e-xercícios

acadêmicos.

Muitos

aspectos

restam

inexplorados,

enquanto

outros

quedam

à espera

de

uma

formulação

mais

precisa.

Para se fazer um balanço poderíamos dividir a teoria nos se

guintes

compartimentos»

l)

especialização

da

produção

de

acordo

com

as

van

tagens comparativas e efeitos sobre o nível de bem estar (efeitos sobre a

produção

e sobre

o consumo)}

2)

economias

de

escala?

3)

alterações

nos

te£

mos

de

trocai

4)

mudanças

na eficiência

devido

ao

aumento

da

concorrência

externa?

5)

efeitos

sobre

a taxa

de

crescimento

do

PNB.

Como se pode depreender do nosso trabalho, o item 1 tem ab

-sorvido praticamente toda a literatura sobre uniões aduaneiras? o item 2

tem

recebido

uma

pequena atenção

(Giersch,

Tinbergen)?

os

itens

3 e

5 não

foram

alvo

até

o momento

de

nenhuma

atenção?

o item

4 exclue-se

de

qualquer

cogitação

pelo

pressuposto

da

teoria

tradicional

(freqüentemente

desmentido

pelos

fatos)

de

que

a produção

é levada

a cabo

por

processos

tecnicamente

e-fioientes.

Na minha opinião, os trabalhos teóricos realizados são de

grande valor como orientadores do pensamento, no que tange a formulações pr£

ticas

de

uniões

aduaneiras.

Todavia,

a vantagem

ou

desvantagem

de

uma

união

aduaneira

não

deve

ser

o objetivo

da

teoria,

mas

deve

pertenoer,

isto

sim

a

prática,

pela

análise

de

cada

caso em

particular.

Assim, certos

aspectos

co.

mo

transportes,

sistema

multilateral

de

pagamentos,

política

de

empregos,

po

(21)

pratica,

para

se

chegar

a viabilidade

e às

vantagens

de

uma

integração

econo.

mica.

Para

se

dar

um

exemplo,

a política

fiscal

gera

dois

problemas.

Se

a

barreira

tarifária

entre

dois países

for

totalmente

removida,

o sistema

de

impostos

indiretos

necessitará

ser

unificado,

de

modo

a impedir

o estímulo

à

concentração

da

produção

de

algum

bem no

país

que

apresenta

menor

tributação,

ao

invés

do

país onde

ela

seja

realmente

mais

econômica.

Grandes

diferenças

na

tributação

direta

geram

incentivos

para

que

trabalho

e capital

desloquem--se

de

áreas

de

altas

taias

para

áreas

de

baixas

taxas,

ainda

que

sua

produtt

vidade fosse maior na primeira.

Concluindo

esta

primeira

parte,

valeria

a pena

ohamar

a aten

çao

para

o fato

de

que

o livro

de

Viner,

bem

como as

contribuições

que

se

lhe

seguiram,

serem

analises

de

estática

comparativa.

Conquanto sejam

de

grande

interesse acadêmico

e constituam

um

bom instrumental

para

o exame

de

casos

práticos

de

uniSes

aduaneiras,

acham-se

limitadas,

por

constituírem

estas

úl

timas

processos

de

caráter

dinâmico.

Isto talvez

explique

porque alguns

tra

balhos

de

previsão

de

efeitos

possíveis

de

uma

integração

econômica

(Scito

-vsky

e H.G.Johnson)

tem

apresentado

resultados

distintos

da

realidade.

Na minha

opinião,

esta

observação

ê de

importância

fundamen

tal,

em

se

tratando

de economias

subdesenvolvidas

onde

o dinamismo

ê o

traço

mais marcante»

Alfredo Luiz Baumgarten Jr.

(22)

Parte II

BRASIL E ARGENTINA» "A Case Study"

Ao analisarmos a estrutura teórica de Viner, verificamos

que a caracterização de uma união aduaneira, como benéfica ou prejudi

cial, acha-se intimamente relacionada com uma mensuraçao e uma poste

rior comparação dos efeitos de criação e de desvio de comércio, entre os

membros da área a ser integrada entre si, e com o restante do mundo»

lio tocante à mensuraçao estatística dos efeitos "trade

diversion" e "trade creation" algumas pesquisas já foram levadas a efei

to, todas referentes ao ECE. Umas tiveram caráter "ex-ante" e outras

"ex-post" integração.

Entre as "ex-ante" podemos arrolar as de: P.J. Verdoorn,

L.H. Jansen, L.B. Krause, T. Scitovsky e J. Waelbroeck. Gomo trabalhos

" fiTT-ex-post", temos os de H.J. Johnson e o de B. Belassa e A. Camu. 1

Nesta segunda parte do "paper", objetivamos mensurar es

tes dois efeitos da integração econômica, tendo em vista as economias

latino-americanas. A idéia ê pois a de medir os efeitos da assinatura

do tratado de Montevidéu sobre os fluxos comerciais da América Latina ,

sendo, portanto, uma análise "ex-post". 0 modelo escolhido como base,

para este fim, será o de B. Balassa e A. Camu.

A utilização de qualquer dos outros estudos apresentava

diferentes inconvenientes. Em primeiro lugar, P.J. Verdoo3m,L.H.Jansen

L.B. Krause e J. Waelbroeck nao chegaram a uma conclusão precisa sobre

qual o efeito predominante; em segundo lugar, utilizaram-se de esquemas

teóricos jíara os quais nao existem séries estatísticas compatíveis, na

maior parte dos países latino-americanos. Por outro lado, Scitovsky e

Johnson usaram uma metodologia destinada a medir antes a expansão do

comércio, do que a criação ou desvio propriamente ditos.

Além disto, outro inconveniente comum a todos estes tra

balhos é o de que só foi possível analisá-los a partir de referencias

de outros autores. Os periódicos, em que foram publicados, nao foram

localizados em nossas bibliotecas.

(23)

I - O Modelo de Balassa-Camu

"Les effets du marche commun 3ur les courants d1êchanges

internationaux" é o título do artigo publicado por B. Balassa e A,

Camu,

no

número

de

março

de

1966,

da

"Eevue

d»Eoonomie

Politique".

No

ano

seguinte,

em

março

de

1967,

na

revista

"Economio

Journal"

3,

Balassa

reproduz o modelo, acrescentando à análise os dados de 1964 e 65, e um

capítulo

sobre

as

repercussões

do

Mercado

Comum

sobre

o resto

do

mundo.

Justificando seu estudo, dizem os autores que "depois de

Viner

a união

aduaneira

ê benéfica

se,

no

total,

a criação

de

intercâm

bio

ultrapassa

o desvio.

Todavia,

não

S possível

determinar

"a

priori"

a direção

deste

efeito

líquido.

Eis

porque

n6s

nos

decidimos

fazer

uma

investigação

dos

efeitos

"ex-post"

do Mercado

Comum

sSbre

as

correntes

de

trocas

internacionais,

baseando-nos

na

experiência

dos

primeiros

a-nos

subsequentes

à assinatura

do

tratado

de

Homa".4

Consideram os autores que, para este tipo de análise, há

necessidade de se elaborar uma metodologia que permite:

a)

eliminar

os

efeitos

do

crescimento

econômico

sobre

as

importações;

b)

obter

dados

comparáveis

para

a criação

e para

o des

vio;

c)

desagregar,

de

forma

bem

acentuada,

os

resultados

por

principais categorias (ou atê mesmo tipos) de produtos.

Para

Balassa

e Camu,

os

estudos

anteriormente

elaborados

sobre

o assunto

pecaram

por

não

atenderem

plenamente

a estes

três

requi.

sitos.

Estes

trabalhos

utilizaram-se

de

uma

"matriz

de

trocas

constantes",

a partir

da

qual

foram

feitos

certos

"cálculos

hipotéticos1.'

0 que

se

pode

dizer

a respeito

deste

método

ê que

o fato

do

volume

de

comércio

intrazonal

ultrapassar

determinado

volume

hipoté

tico,

calculado

sSbre

a base

de

uma

matriz

de

trocas

constante,

ê compa'

tível

tanto

com

a criação

de

comércio,

quanto

com

o desvio.

Na

verdade,

2 - Revue

d»Economie

Politique

- mars/avril

1966-nc2

- 76°

annêe-pág.201

3 - Balassa,

B.

- "Trade

Creation

and

Trade

Diversion

in

the

Huropean

Common

E'a.rcke.*"-

in

Economic

Journal

- Mar.l967-pág.l

(24)

3.

o que ocorre é que as conclusões, baseadas no volume global das importa

çoes, sao precárias, uma vez que os agregados podem esconder os movimen

tos divergentes por tipos de produto.

Com relação aos "cálculos hipotéticos", sem dúvida algu

ma,

à primeira

vista,

nos

pareceria

razoável

comparar

os

resultados

obti

dos com a integração, com aqueles que de fato se verificariam, caso o

tratado de Roma nao houvera sido assinado. Contudo, é difícil separar

o fenômeno estudado do seu contexto real. A margem de segurança

torna-se bastante escassa, quando passamos a trabalhar num contexto em que o

real acha-se bastante simplificado por hipóteses restritivas.

A metodologia proposta por Balassa para suprir estas de

ficiências,

e atender

aos

requisitos,

expostos,

baseia-se

no

estabe

lecimento

de

uma

relação

entre

o PNB

e as

importações.

Diz

B.Balassa5,

"I

earlier

suggested

that

a comparison

of

ex-post

income

elasticities

of import

demand

intra-area

and

extra-area

trade,

for

periodspreceeding

and following integration, may provide a way of dealing with the first

"7

two problems".

Elasticidade "ex-post" da demanda por importações deve

ser definida como a relação entre o crescimento anual mldio das impor

tações e o crescimento anual mldio do PiJB.

Justificando esta metodologia, Balassa realizou um estu

do

das

importações

européias

de

manufaturados

(85

itens

abrangendo

3

categorias).

Verificou

então

que

o crescimento

das

importações,

entre

os

períodos

pré

e pós

integração,

ocorreu

na

sua

quase

totalidade

den

tro das categorias, e nao entre as categorias. A utilização do conced

to de elasticidade "ex-post" constitui-se numa forma eficiente de se

analisar

os

efeitos

da

integração

por

tipos

de

produto,

e não por

da

dos

globais.

Além

disto,

como

um

conceito

"ex-post",

esta

elasticida

de

da

demanda

por

importações

reflete

não

um

efeito

renda, mas

tam

bém um efeito substituição.

Comparando-se estas elasticidades das importações, é de

se esperar que elas permaneçam inalteradas, entre os dois períodos con

siderados,

na ausência

do

processo

de

integração.

Por

conseguinte,

um

aumento das elasticidades "ex-post" da demanda pelo total das

importa-5 - Op. cit. - üiconomic Journal - pág. 5

6 - Balassa,

B.

- "European

Integration:

Problems

and

Issues",

in

Ame-rican Economic Review, Papers and Preeeedinai-a, maio

1963 - pág. 175 a 184.

7 - "The

first

two

problems"

- referem-se

aos

requisitos

a e b que

a me

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