ART I GO D E ATU A L I ZAÇÃO
A RESPON SAB I L IDADE LEG A L DO E N FE RME I RO
Ta ka Ogu isso 1
OGI SSO, T. A responabidade legal do eferme"ro. R ev. Bras. Enf . Brasília , 38( 2) : 1 85 - 1 89 . abr./jun. 1 98 5 .
R ESUMO. O trabalho define o termo responsabil idade no sentido geral, anal isando em seguida a responsabi lidade civ i l , penal e ética do enfermeiro à luz da legislação vigente. I d entifica, a segu ir, problemas que mais comu mente podem advir da prática i ncorreta das ações assistenciais e o envolvimento do enfermeiro e seu grau de responsabi l idade em rel a ção à gravidade dos danos decorrentes. Aconselha este profissional a m anter-se atual izado em rel ação à evolução dos conheci mentos científicos e aos aspectos éticos e l egais da pro fissão.
ABSTRACT. The term reponsib i l iy in a genera l form is i n itia l iy defined in this paper fol l owing of an anal yse to the n u rse's civ i l , penal and eth ics respnsibil ities regard of actual legislation. In a second pat, the a uthor ident ifies the commom problems that ca n occur of an inaccurate practice of the ssistencia l actions and the nurse's impl i cations and thei r levei of responsibil ity i n rel ation to the severity of the deriving risk. At l ast, advise to the nu rses to keep up atual ized concerning to the scientific knowledge evol ution and to the eth ics and legal aspects of p rofission . .
I NTRODUÇÃO
O rápido desenvolvimento tecnolóico, vivido e sentido hoje intensamente por toda a humanida de , traz para todos una necessidade contínua de adaptação nos hábitos cotidianos, desde o ambien te do lr. com seus eletrodomésticos cada vez mais soisticados, até o campo da aividade proissional, invadido também por modenos aparelhos eletrôni cos e pela automação.
Essas modiicações nas atividades proissionis estão igulmente trazendo mudanças no papel do enfermeiro. que passam a exigir dele maior conhe cimento !, conseqüentemente , acarretando aumen to proporcional de responsabiidade .
Em que consistiria, então, responsabilidade? No senido geral, responabilidade tem o sini icado de obrigação, encargo, comproisso ou dever de satisfazer ou executar lguma coisa que se convencionou deva ser satisfeita ou executada ou, ainda, suportar as sanções ou penlidades decor rentes dessa obrigação.
O estudo do · problema da responabiliade traz e mpre em seu bojo os aspectos de dever, de dano ou de preju zo e também de reparação do dano.
O Código de eontoloia da Enfermagem declara : "quando o ser humano se apresenta sob as vestes de um proissionl, os deveres são norms de conduta que o rientam o exerc ício de suas
ativida-Efemera e advogada. Professor Assistente Dou tor da E scola de Enfermagem da USP. Chefe do Seviço de Enfer
magem do Hospial Brigade iro - IN A M PS/SP.
des, ias relações dos proissionais entre si, com seus clientes e com a comunidade".
A responabiade envolve ainda o aspecto do dano ou do prejuízo produzido por alguém que iolou direito de terceiros. Sempre que ocorrerem tis danos ou prejuízos cabe reparação, restaura ção , ou indenização do ml causado.
N
ão haverá res ponsabiidade jurídica se a violação de um dever não produzir dano, seja pessoal, material ou moral.A R ESPONSAB I L I DADE C I V I L , P E NAL E ÉTICA DO E N F E RME I R O
o Código Civil Brasileiro acoheu, no art . 1 59 ,
o pincípio d o dever d e reaar, dispondo : -" . . . a quele que , por ação ou oissão voluntária, nei gência ou imprudência violar direito ou causar pre juzo a outrem, ica lbigado a reparar o dano".
O Cóigo Penal também menciona esses aspec
tos ao deinir o crime culposo (art. 1 8) como sen
do aquele em que o .... . agente deu causa ao resul tado por imprudência, negligência ou imperícia".
O Cóigo de nfrações e Penalidades, promul gado pelo Conseho Federal de Enfemagem , esta belece : ... responde ela infração quem a cometer ou de qulquer modo concorrer para a sua prática, ou dela se beneiciar".
É inda o Cóigo Civil que postula (art. 1 545): ... os méicos, cirurgiões, famacêuticos, parteiras e dentistas são obrigados a satisfazer o dano, sempre que da imprudência, negligência ou imperícia, em atos proissionis, resultar morte, inabilitação de seir ou ferimento".
O enfermeiro não está expressamente incluído entre os proissionis relacionados, porque o Cói go Cil foi aprovado 1 9 1 6 , portanto, antes da ciação da pimeira escola de enfermagem, dentro do sistema modeno.
A esse respeito, é oportuna a citação de �ANASCOll que aima: " ... até bem pouco tempo, o enfermeiro possuía, em relação ao médico, uma posiçao secundia. Atulmente , posicionando-se em n ível universitário semelhante ao do m�dico, sua responsabiidade adquiriu as mesmas caracte rísticas deste ".
Apesar de ser um dos temas mais importantes dentro da teoria e prática da responsabilidade ciil, pois que é um direito cuidar dos danos à saúde, da in teridade física e da vida da pessoa humana. "esse direito , .irma MAGALHÃES9 - não está ainda devidamente proteido pela doutrina e mui to menos pela- juisprudência, onde os julgados,
1 86 -Rev. Bras. Enf , Brasiia. 38(2) , A br. /Mai. /Jun. 1 985
além de erem escasos. nem sempre dão como procedentes as ações que têm como fundamento prejuízos causados por culpa proissional".
Em direito, cabe ao autor do processo o ônus da prova ; em outras palavras, o prejudicado deve demonstrar a culpa do proissional.
A prova eiida é , gerlmente , diic lima por que, além do provável silêncio dos outros eventuais participntes da ocorrência, a perícia judicial, muitas vezes, pronuncia-se contra o paciente . PANASCO l l , baseado em literatura estrangeira, denomina essa situação de "conspiração do silên cio" ou de "confrateidade proiss�onal", que nada tem a ver com sigilo proissional.
Voluntariamente ou não, o pessoal de enfer magem pode estar participando de forma solidária, ativa ou passiva, dessa "conspiração".
Apesar desse quadro desanimador, MAGA LHÃES9 declara que ... nem tudo está perdido; porque continuam a existir ótimos, conscientes e competentes proissionais que nada têm a temer, e que também condenam os irresponsáveis que desonram a proissão". Além do mais, salienta-se o franco declínio da aitude de resinação e confor midade passiva da própria população iante de danos físicos ou pessoais sofridos e na intensa repercussão nos meios de comunicação quando da ocorência de acidentes durante anestesia, ciruria e outros tratamentos.
Existe também o princípio gerl que não pode ser esquecido: é a questão da co-autoria. O Código Penal prevê : (art. 29): " ... quem, de qulquer modo, concorre para o crime , incide nas penas a este co minadas, na medida de sua culpabiidade ".
Seundo NORONHA 10 , na co-autoria ou co -delnqüência " ... há convergência de vontades para um im comum, aderindo uma pessoa à ação de outra, sem que seja necessáio préio ajuste entre els" .
Na enfermagem, o Código de Deontologia, preceitua que é proibido ao " ... enfermeiro ser conivente , ainda que a título de solidariedade , com crime. contravenção penal ou ato praticado por colega que infrinja postulado ético proissional'� (COFEN4 ).
Embora a natureza juríica da responsabilida de proissional constitua ainda matéria controver tida, pode-se airmar que, quando o enfermeiro se vincula à obrigação de prestar algum serviço, são aplicados os princípios da obrigação de .meio.
dili-gência normais na prestação de um serviço para atingir um resultado , sem contudo , se incular a obtê-lo " _
Da mesma forma, quem procura o médico, busca a recuperação de sua saúde ; mas esse resulta do não é objeto de contrato_
A obrigação de resultado é aquela em que o cliente tem o direito de eiir' do proissionl a produção de um resultado, como ocorre no cso de constução de obra por empreitada_
No campo da saúde , a jurisprudência já tem demonstrado a exigência de obrigação de resultado nos casos de ciruria plástica.
I MP L I CAÇÕES L EGAIS NO EXE RCIC I O P R O F ISS IONAL D E E N F E RMAGEM
A Constituição assegura o "livre exerc ício de qualquer trabalho , ofício ou proissão, observadas as condições de capacidade que a lei estabelecer", Essa condição de capacidade não se refere , eidentemente , à capacidade o u aptidão física ou me1tal e nem mesmo técnica, mas a uma capacida de estabelecida por lei .
No caso do enfermeiro, a liberdade de exercer a proissão que a Consituição garnte é iitada pelas condições de capacidade estabelecida na ei nQ 2,604/55,
Essa e i prescreve que . . . . _só poderão exercer. a enfermagem, em qulquer parte do território nacional , os proissionais cujos títulos tem sido reistrados ...
A titularidade constitui condição de capacida de técnica para o exercício proissional, não ape nas na enfermagem, s também em qualquer outra proissão. Daí a importância que a leislação confere à qualidade ou ao título proissionl, de acordo com o grau de preparo e formação. Portan to , na divisão do trabalho, as atividades mais com plexas e de mior responsablidade deve
:
ser atri buídas a proissionis de mior p reparo acadêico .En tretn to, a leislação do exerc ício proissio
nl de enfermagem, anda em igor, permite que todas as atividades asistenciais sejam relizadas por qulquer categoria , indistintamente , sem deli mi tação lguma por todas as categorias que com põem a equipe de enfermagem, embora com a res salva de que deve ser "sempre sob orientação de médico ou de enfermeiro", excluídas as atividades administraivas e de ensino_
lém da capacidade técica, adquirida pela formação curricular, o enfermeiro deve apresentar
também capacidade legal exiida ela Constitui ção.
Essa capacidade legal é confe rida ao proissio nl somente qundo seu título de enfermeiro te nha sido reistrado no Conselho Reional de En fermagem, conforme previsto no t, 1 5 da Lei 5,905, de 1 2 de julho de 1 973 .
A P RÁTICA DA E N F E RMAG E M À L U Z DA L E G S LAÇÃO C I V I L, P E N A L E ÉTICA
A peculiaridade das atibuições do pessoal que lida com vidas humans obriga que sua atuação se coadune com os preceitos dos Códigos Civl e Penal, lém do respecivo Código de Ética Prois sional,
Inúmeros . isposiivos poderiam ser estudados e discutidos; p orém, a exigüidade do espaço e a especiicidade do tea oicial do I Encontro Re ionl de Enfermagem da Reião Sudeste sugerem a escolha de matérias que se relacionem mis com os atos lesivos contra a vida, lesões corporais e lguns tópicos sobre periclitação da ida e da saúde .
O enfermeiro e o pessol de enfermagem podem ser envolvidos em crime de hoicídio no exercício de suas funções?
Além dos aspectos inda polêmicos da eutná sia, provocada através de ações deiberadas ou ntencionis de desligamento de aprelhos e equi pmentos, ou provocada por oissões na prestação de assistência, surgem anda inúmers opotunida des de formas culposas de homicíio, como autor ou co-autor. As formas culposas de crime são aque ls em que não há ntenção ou vontade deiberada, mas esse fato culposo é decorrente de neligência, imprudência ou imperícia.
njeção de substâncias estrnhas. como dietas e sucos no inracatch; uilização de substâncias tóxicas ou cáu�icas em enteroclisma, clister e curativos ; introdução inadverida de ar por ia
venosa ; falta de controle quanto ao correto funcio
nmento de equipamentos ligados, ou a serem ligados, em pacientes; falta de viilância permanen te dos pacientes submeidos a tratamentos com certos equipamentos ou aparelhos, mesmo que ele trônicos ou automáicos, esses são alguns dos inú meros exemplos de situações desagradáveis que podem ocorrer durante a execução de atividades de enfermagem no hospital, em ambulatório, em serviço de emergência ou mesmo em eviço a domiclio.
o Có!igo Penal dispõe que no .... .homicídio
culposo, a pena é aumentada de um terço, se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de pro i são , arte ou ofício , ou se o agente deixa de socorrer a vítima ou não procura diminuir as con seqüências do seu ato .. . ".
Como se vê, não é tão difícil ser envolvido num crime de homicídio culposo em pleno exer c ício da enfermagem, se não houver diligência, atenção é correta obseVância das regras técnicas da proissão .
A leislação penal estabelece ainda penalida des a quem " .. .induzir ou ilstigar alguém a suici dar-se , ou prestar-he aUXIlio para que o aça".
Circunstâncias especiais podem comprometer o pessoal de enfermagem, quando, por exemplo, acontece tecerem comentários inadvertidos em corredores ou mesmo em enfermaias sobre casos de pronóstico fechado ou moléstias de forte co notação emocional, como era a tuberculose e a lepra no passado, e a síndrome de imun'o-deiciên 'cia adquirida (IDS) atualmente. Tais comentá ios, chegando ao cohecimento do paciente, podem desesperançá-lo, levando-o à prática de suicídio. Evidentemente , não houve indução deli berada ou instigação consciente , mas sim, impru dência e leviandade que podem levar o paciente a uma atitude mais drástica e desesperada, suscitada pelos comentáios ouvidos.
"Todo e qualquer dano ocasionado à normi dade funcional do corpo humano, quer do ponto de vista anatômico, quer do ponto de vista isioló ico ou mental" constitui uma lesão corporal. Por tanto, a lei prevê dno à saúde que não precisa ser propriamente uma lesão ao corpo. E essa lesão pode ser comeida por ação ou omissão.
s lesões corporais são classiicadas em : leves, raves, gravíssimas e seguidas de morte .
Na lesão leve , o dano ao corpo ou à saúde não deixa seqüela e nem incapacidade para as ocupa ções habituais por mais de 30 dias ; exemplos: hematomas, provocação de náuseas e vôitos, não dr imentação à boca de pessoa incapacitada de fazê-lo por si . escara de decúbito, etc .
São consideradas graves as lesões que produ zem incapacidade para as ocupções habituais por
mis de 30 dias , provocam perigo de vida e debili
dade permanente de algum membro, sentido ou função e aceleração de parto .
No campo de enfermagem, o seu essoal ·pode ser envolvido em situações que produzam: luxa ções, fraturas, escaras ou feridas por falta de
vigi-1 88 -Rev. Bas. Enf , Brasi/a. J8 (2}. A br. /Mai. /Jun. 1 985
lância; enfraquecimento, redução ou diinuição de capacidade; ferimentos e contusões por queda do leito , da maca, da cadeira, etc. queimaduras por bolsa de água quente , berço excessivamente aque cido, incubadoras desreguladas, pé equino, etc. Evidentemente , o proissional que opera um desses equipamentos ou aparelhos só poderá responder pela lesão ao paciente se icar estabelecida sua
culpa. e a lesão aconteceu em decorrência de
defeito do aparelho , a responsabilidade deve ser assuida por quem reaiza os seriços de sua manutenção.
São lesões gravíssimas as que geram incapaci dade permanente para o trabalho , enfeidade in curável, perda ou inutiiação de algum membro, sentido ou função e defoidade pemanente . Exemplos : amputação de membros, ou parte deles, por ganrena causada por restrição ml feita e não viiada ou por inltração extravenosa de soluções ipenônicas ou tóicas durante injeção endoveno sa ou adinistração gota-a-gota, paresias ou parali sis por lesão de nervo em infecções, etc.
esões corporis seguidas de morte são aque las que evoluem para a morte como conseqüência da ofensa corporal. Exemplos : fratura de base de crâio por queda de maca ou mesa cirúrica.
A título de sugestão, nos seviços de emergên cia com quadro insuiciente de pessol , esse isco pode ser reduzido bastando que se solicite à fmí ia eanecer junto ao paciente para viiá-lo.
Algumas lesões dependem da evolução e seqüelas para suas classiicação numa das catego ils iadas . Uma escara, por exemplo, se tratada em tempo, pode ser curada em menos de 30 dias.:
nesse aso, será uma lesão leve . Da mesma foma, a aiistração de me dicação trocada, ou medica ção correta mas aplicada de forma erada em sua dosagem ou via, ou ainda em pacientes trocados as
conse qüências podem ser nulas e , numa escala cres cente , variar para náuseas. vôitos, choque anailá tico e até morte . O tipo de conseqüência acarreta do é que irá deinir se se trata de lesão leve , grave , ravísima ou seguida de morte . E, de acordo com essa raduação , também a graduação da penida de .
foram por mais de 30 dias ou não.
En tre os crimes considerados como de peici tação da vida e da saúde , apresentam maior relação com o tema "infecção hospitalar" os seguinte�: perigo de contágio de moléstia grave , perigo para a vida ou saúde de outrem, e maus tratos .
Constitui , pois, crime praticar ato capaz de produzir contáio. com o im de transitir a ou trem moléstia grave de que está contaminado .
Atulmente . o portador de síndrome de
imuno-deiciência adquirida (AIDS), que reage não acei tando a doença, precisa ser irmemente orien
tado para não trnsmitir a dença a outros.
Também expor a vida ou a saúde de outrem a
peigo direto e iminente é uma situação que, com
freqüência, pode ocorrer em ambulatórios, com problemas de esteriização de material. Por exem plo, a utilização de espéculos não esteilizados, em inecoloia, podem transitir doenças venéreas, infecções e outros males de uma paciente para outra. �os hospitais, igualmente podem ocorrer situações semelhantes ligadas a problema de' desin fecção terminal de unidade após lta ou óbito de pacientes .
O pessoal médico e de enfermagem tem possi bilidade de transformar-se num veículo importante na transissão de moléstias graves. A execução de cuidados elementares , tais como lavar as mãos após terminar os cuidados de um paciente , utiizar cor retamente as técnicas de aventl, gorro, etc., espe cialmente nos casos de isolamento reverso, podem reduzir os riscos de infecção .
Pelo Código Penal, constitui crime de maus tratos (art. 1 3 5) " .. . expor a perigo a vida ou a
saúde de pessoa sob sua autoridade , guarda ou vii lância, pra im de educação, ensino, �tratamento ou custóia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis ... "
Na si tuação hospitalar, o pessoal de enferma gem pode incorrer nesse crime não auxiliando, por exemplo, a criança ou o paciente debilitado a se
alimen tar . ou não Únistrando os cuidados inis
pensáveis de iiene e tratamentos, não assistindo
às necessidades de eliÚnações acarre tando com isso não apenas mal-estar e desconforto, mas, por vezes. infecções, sofrimento intenso ou agravamen to de sua moléstia.
Conforme as circunstncias, essas has po dem ser cracterizadas também como lesões corpo r;üs leves ou graves.
NORONHA 10 refere que o crime de maus
tratos constitui delito especial praticável peios
pais, professores e enfermeiros, entre outros, seja privando a pessoa de alimentos, seja pivando de cuidados indispensáveis à saúde causando dano à incoluÚdade do ofendido.
CONC LUSÕES
A continuar a escala ascendente de queixas -crime , denúncias e demandas judiciais com pedido de ressarimento por danos sofridos pelos pacien tes cada vez mais esclarecidos, os proissionis da saúde terão que constituir, como sugere STREN GER 12 " • • • um fundo de garania e adotar um
sistema automático de indenizações por danos resultantes de acidentes corporais causados pela atividade proissional".
Os enfermeiros precisam estudar e acompa nhar a evolução dos conhecimentos cientíicos, mantendo-se aulizados, especialmente quanto às responsabilidades legais da proissão.
O Professor F A VER06 denominava "charla tães inconscientes os médicos estacionáios que continuavam a exercer a proissão, escudados apenas na própria expeiência... sem acompahar a evolução da medicina, sem estudar, aferrados aos conhecimentos ntigos, irmes em idéias atrasa das" .
Quantos enfermeiros estarão nessa conição? Sem assumir efeivamente a responsabiidade inerente à titularidade de enfermeiro, será muito difícil, se não impossível, que o púbico recoheça e valorize a proissão do enfermeiro.
OGISSO, T . Nurse's legal respo nsabii ty . Rev. Bras. Enf . 38( 2) : 1 8 5 -1 8 9 , abro J u n . 1 9 85 .
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