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Estudos em sempre-vivas: importância econômica do extrativismo em Minas Gerais, Brasil.

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Academic year: 2017

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Acta bOt. bras. 1(2):179-193 (1988) sup!.

ESTUDOS EM SEMPRE-VIVAS: IMPORTANCIA ECONOMICA DO EXTRATIVISMO EM MINAS GERAIS, BRASIL. (1)

Nelson Giulietti (2) Ana Maria Giulietti (3) Jose Rubens Pirani (3) Nanuza Luiza de Menezes (3)

RESUMO - Neste trabalho foram estudadas as sempre-vivas como sendo um produto natural de importincia para deco~iio de interiores. Como sempre- vivas siio considerados escapos e inflores-cancias que conservam a apareocia de estruturas vivas, mesmo depois de destacados das plantas. 0 presente trabalho objetivou estudar as atividades econ6micas relacionadas com esse grupo de plan-tas, mostrando sua importincia como geradora de renda e de emprego, nos arredores de Diamantina (Minas Gerais) e de divisas para 0 Pars, pois a maior parte da produ~iio 6 exportada para os Estados Unidos e Europa. Atrav6s do levantamento de quantidades comercializadas, pr~os pagos aos cole-tores e p~os de atacado das principais esp6cies comercializadas na regilio (18 de Enocaulaceae, 10 de Gramineae, 3 de Xyridaceae e 2 de Cyperaceae), calculou-se 0 valor da produ~lio e da

comercia-liza~iio, tendo-se id6ia da gera~iio de renda e volume comercializado. Procurou-se mostrar tamMm, atrav6s da expo~lio, a impon.ancia na ger~iio de di visas. Infere-se, da amilise dos dados, um de-cr6seimo na exporta~iio, que pode estar relacionado A queda da produ~iio devido a fatores como so-bresfo~o na coleta, dificultando a recupera~lio das popula~6es, ou concorrl!ncia de outros parses no mercado. Sugere-se pois incremento das pesquisas no sentido de tornar vi<\vel a cultura sistemMica de esp6cies cultiv<\veis, como fator econ6mico importante para as regi6es de campos rupestres.

ABSTRACT - The present work is a study of "everlasting flowers" as a natural product of im-portance for interior decoration. The term "everlasting flowers" is used for scapes and inflorescen-ces which, even after being detached from the plant, still maintain the appearance of living structu-res. The economic activities related to this group of plants are considered; their imi><>rtance is de-monstrated, as a source of income and employment in the region of Diamantina (State of Minas Gerais, Brazil), and also as a source of revenue for the country: production is largely exported to Europe and the U.S.A. A survey was made of the quantity of such flowers marketed, of prices paid to collectors, and of the wholesale prices of the species most extensively commercialized in the re-gion (18 Eriocaulaceae, 10 Gramineae, 3 Xyridaceae and 2 Cyperaceae); from these figures were calculated the values involved in production and CQIDmercialization, thus providing some idea of the income created and the quantity of plants concerned. The impqrtance of exportation of everlas-ting flowers as a source of revenue was also considered. Analysis Of data permits inference of a de-cline in export; this may be due to a fall in production as a result of over-collection and subsequent difficulty in recuperation of populations, or of market competition from other countries. It is sug-gested that research should be increased with a view to inaking viable the systematic cultivation of those species which can be cultivated, as an important contribution to the economy of regions of

campo rupestre.

Key-words - "Everlasting flowers", Eriocaulaceae, Xyridaceae, Gramineae, Cyperaceae, eco-nomic botany.

(1) Parte do Projeto Sempre- Vivas, sob coordena~lio de N.L. Menezes.

(2) lnstituto de Economia Agrfcola da Secretaria de Agricultura do Estado de Slio Paulo, CP 8114 - 01000 - Slio Paulo, SP, Brasil.

(2)
(3)

Importiincia econ6mica de sempre-vivas 181

Introduc;ao

Ocorrentes nos campos rupestres dos altos da Cadeia do Espinhac;o, em Minas Ge-rais e Bahia, nas Serras de GoiAs e ainda nos cerrados do Planalto Central,

sobressaem-se as "sobressaem-sempre-vivas" (escapos e infloresc~ncias que ap6s terem sido removidos das

plantas conservam a aparemcia de estruturas vivas), por sua beleza e durabilidade. Sao usadas como ornamentais, especialmente na decorac;ao de interiores (Figura 1). Isto con-fere as sempre-vivas alto valor cornercial, principalmente no mercado internacional, e seu extrativismo constitui-se · em importante atividade econOmica nas regioos onde ocorrem,

destacando-se como um centro importante de comercializac;oo 0 municipio de Diamantina,

em Minas Gerais, onde se constituem na segunda fonte de renda da populac;ao local, se-guindo-se a minerac;ao de diamantes.

Entre as sempre-vivas comercializadas, predominam especies das seguintes fami-lias de monocotiled6neas: Eriocaulaceae, Xyridaceae e Gramineae, com maior importfm-cia, e Cyperaceae, de importfmcia secundflria.

A col he ita costuma ser feita por pessoas das pr6prias regi6es (Figura 2). Na Serra do Cip6, planalto de Diamantina, Serra do Cabral, em Minas Gerais, e Mucuge, na Bahia, entre outras areas, e muito comum encontrar famnias inteiras no campo, colhendo sempre-vivas na epoca de florac;ao. Nas serras de aces so mais ditrcil, distantes de Areas

habita-das, como por exemplo na Chapada do Couto, em Felrcio dos Santos, MG, ocorre 0

deslo-camento de grupos de coletores que acampam durante todo 0 perrodo de florac;ao das

es-pecies comercializadas, com uma permanemcia de ate tres meses no alto da serra, cons-tituindo verdadeiros nucleos populacionais temporarios.

o

material coletado costuma ser reunido em pequenos feixes para serem secos ao

sol. Posteriormente, esse material e vendido a intermediArios, que fazem a ligac;ao entre 0

coletor e 0 revendedor e/ou exportador (Figuras 3 e 4). Estes ultimos possuem,

geralmen-te, grandes dep6sitos, onde e feita a manipulagao final do produto, incluindo secagem

completa das plantas, classificagao de acordo com 0 tipo e qualidade, montagem em

ra-malhetes, pesagem e embalagem (Figuras 5 e 6). Muitas vezes, as inflorescencias sao

tingidas em cores diversas, com 0 usa de corantes artificiais.

A utilizac;ao das sempre-vivas com fins ornamentais vem de longa data, porem um maior impulso na sua comercializagao e exportac;ao ocorreu a partir dos anos 70. A pre-senc;a desse produto na Europa e Estados Unidos jA foi constatada por Forstner (1972) na

Alemanha, e Hyypio (1974) em Nova York, ambos fazendo refer€mcia a Syngorumthus

ele-gans (Bong.) Ruhl. (Eriocaulaceae). No Brasil, as primeiras referencias ao uso das

sem-pre-vivas em arranjos florais sao de Ferreira e Saturnino (1977) que se referem

a

compo-sic;ao desses arranjos, confeccionados com plantas secas, apresentando uma lista bem

ampla do material utilizado, eo de Saturnino et al. (1977) que faz algumas considerag6es

sobre a exportac;ao de plantas ornamentais.

(4)

182 Giulietti doL

A partir de 1984, passou-se a desenvolver um projeto envolvendo esse grupo de plantas, onde varios aspectos sao analisados. Relacionados com esse projeto, alguns da-dos ja foram apresentada-dos por Menezes e Giulietti (1986).

Nas guias de exportac;:ao expedidas pela Carteira do Com~rcio Exterior (CACEX),

as sempre-vivas aparecem como um produto usado para fins ornamentais. Entretanto, em algumas regiOes onde ess.as plantas ocorrem, ha uma crenc;:a popular de que elas possam ser utilizadas como repelentes, principalmente porque nos dep6sitos onde sao armazena-das nao se encontra qualquer tipo de insetos. Para a detecc;:ao da existencia ou nao de principios dessa natureza, grupos das Universidades Federal de Minas Gerais e de Sao

Paulo t~ desenvolvido, estudos, com alguns resultados preliminares jll divulgados

(Perei-ra 1987; Salatin.o et aI. 1987; Teixeira 1987; Teixeira et al. 1984, 1985).

o

presente trabalh.o tem por objetivo estudar diferentes aspectos econ6micos da

ex-pl.orac;:80 das sempre:.vivas, visand.o m.ostrar a sua importAncia como gerad.ora de. renda e

de empreg.o nas regiOes onde .oc.orrem e de divisas para 0 pars. Inf.ormac;:Oes botAnicas

s.obre es~cies de comercio mais restrito sera.o apresentadas por Giulietti et al. (1988).

Material e Metodos

As plantas comercializadas com.o sempre-vivas pertencem a cinc.o famnias de

An-giospermae - M.onocotyled.oneae: Eri.ocaulaceae, Xyridaceae, Gramineae, Cyperaceae e

Rapateaceae, potOOl

sO

das quatro primeiras existem dados de produc;:8.o e prec;:os.

o

levantamento d.o material comercializado f.oi feit.o, inicialmente, em dep6sit.os

ins-talad.os nas cidades de Diamantina e Datas (Minas Gerais). De cada planta f.oram .obtidos os nomes populares e locais de oc.orrencia na natureza.

Para todas as regiOes onde as plantas eram coletadas, foram feitas expedic;:Oes, vi-sando a .obtenc;:a.o de plantas inteiras que possibilitassem a correta identificac;:ao cientifica, alem de permitir um c.ontato c.om as pess.oas env.olvidas nesse tipo de comercio.

As principais regioes visitadas foram: Ouro Preto; Serra do Cip6 (municipio de San-tana d.o Riach.o); G.ouveia, Diamantina, Serra d.o Ambr6sio (Municipio de Ri.o Vermelh.o); Chapada do C.out.o (Municipi.o de Felici.o dos Santos); Serra d.o Cabral (Municipi.o de J.oa-quim Felicio) e Grao-M.og.oI, em Minas Gerais. Mai.ores detalhes s.obre tais expedic;:Oes

se-ra.o f.ornecid.os por Giulietti et al. (1988).

AI~m de inflorescencias, sa.o c.omercializadas tamb~m .outras partes das plantas

como frutos, sementes .ou at~ f.olhas, porem, nesses cas.os, taismateriais recebem a

de-n.ominac;:a.o geral de "plantas secas" a.o inves de "sempre-vivas". Neste trabalh.o, sa.o ana-lisadas apenas as sempre-vivas sobre as quais existem dad.os de c.omercializac;:a.o.

Os dad.os de prec;:.os c.obrad.os pel.o cole tor , prec;:os n.o atacad.o e quantidades

c.o-mercializadas durante 0 an.o de 1984, f.oram .obtid.os junt.o aos c.olet.ores e dep6sit.os

exis-tentes n.os municipi.os de Diamantina e Datas, n.o Estad.o de Minas Gerais.

Para .0 an.o de 1984, estimou-se a produc;:a.o, os prec;:.os c.orrentes e reais,.o val.or da

pr.oduc;:a.o e .0 val.or da comercializac;:a.o de 33 es~cies de sempre-vivas, importantes

co-mercialmente, na regia.o de Diamantina.

o

val.or da pr.oduc;:a.o f.oi calculado multiplicand.o-se .os prec;:.os recebidos pel.o c.olet.or

pelas respectivas quantidades, e .0 val.or da c.omercializac;:a.o, d.o mesrno modo,

c.onside-rand.o .os prec;:.os n.o atacad.o. Os prec;:.os c.orrentes de 1984 foram c.onvertid.os em cruzado,

e .os prec;:.os reais corrigid.os pelo "rndice

2"

(Disp.onibilidade Interna) da Fundac;:a.o GetUli.o

Vargas (publicad.o na revista Conjuntura Ec.on.omica).

Os dad.os de exportac;:a.o sa.o os publicados pela Carteira de C.om~rcio Exteri.or

(CACEX) d.o Banc.o d.o Brasil S.A., c.ompreendid.os na Sec;:ao \I - Produt.os do reino

ve-getal - Capltul.o 06: plantas vivas e pr.odut.os da fl.oricultura. P.osic;a.o 06.03.: fI.ores, e

(5)

Importancia ecooomica de sempre-vivas 183

tintos, impregnados ou de outro modo preparado. item 06.03.01.: flores e bot6es de flores,

secos, para ornamentar;:ao. N.B.M. (Nomenclatura Brasileira de Mercadorias),

06.03.01.01 - nao montadas e 06.03.01.02 - montadas em cestas, cordas, ramalhetes e semelhantes.

Resultados

Das especies de sempre-vivas levantadas na regiao de Diamantina, foram detecta-das 33 especies importantes comercialmente em termos de quantidade e de valor. Des-sas, 18 especies pertencem a famnia Eriocaulaceae, 10 sao Gramineae, 3 sao Xyridaceae e 2 Cyperaceae, as quais estao relacionadas na Tabela 1, com seus respectivos nomes cientfficos e populares, assim como as suas regioes de ocorrencia, epoca de reprodur;:ao e

quantidades comercializadas durante 0 ana de 1984.

o

resultado econ6mico da atividade extrativa das sempre-vivas

e

mostrado na

Ta-bela 2. As 33 especies estudadas proporcionaram, em 1984, uma produr;:ao aproximada de 257 toneladas. Entre as especies que mais contribuiram para esse montante, destacam-se: Syngonanthus elegans (sempre-viva-pe-de-ouro); Aristida jubata (barba-de-bode);

Syngonanthus venustus (brejeira); Aristida riparia (rabo-de-raposa) e Rhynchospora

specio-sa (espeta-nariz). Deve-se ressaltar que Gynerillm sagitta tum (cana-brava), uma das

es-pecies mais importantes como sempre-viva em todo 0 pais, na regiao de Diamantina

al-canr;:a normalmente 1.000.000 de infloresc€mcias comercializadas.

Existe certa perda de peso das inflorescencias, desde a sua coleta ate a

comerciali-zar;:ao; tal fato e mais significativo para algumas especies como Eriocaulon kllnthii

(botao-dourado) que chega a perder ate 90% de seu peso na secagem.

A produr;:ao de 1984 alcanr;:ou quase um milhao de cruzados em valores correntes e

cerca de 10,5 milh6es de cruzados em valores reais, a prer;:os de novembro de 1986, sen-do que a nivel de atacasen-do esses valores atingiram perto de 1,5 milhao e 15,7 milhOes, res-pectivamente. Dentre as especies que alcanr;:am maiores valores unMrios, destacam-se:

Syngonanthus magnificus (sempre-viva gigante), S. suberosus (margarida), S. brasiliana

(brasiliana), S. laricifolius var. longifolius (margarida-roxa), S. laricifolius (saia-dourada), S.

venustus (brejeira) e S. elegans (sempre-viva pe-de-ouro). Todas essas especies tem como caracterfsticas comuns as inflorescencias vistosas com bracteas bem desenvolvidas e de

cores alvas a douradas, algumas vezes com brilho nacarado, 0 que confere as mesmas,

um destaque em relar;:ao a todas as outras especies.

Deve-se ressaltar que, alem das especies analisadas nesse trabalho, um grande

numero de outras especies tambem sao comercializadas (Giulietti et at. 1988), mas que

nao foram consideradas, devido a falta de dados, ja que sua produr;:ao, comercializar;:ao e frequencia sao pequenas.

Na Tabela 3 e apresentada a evolur;:ao dos prer;:os medios recebidos pelo coletor e prer;:os medios a nfvel de comercializar;:ao, entre 1984-1986, a nfveis correntes e reais, on-de, tem-se uma ideia da variar;:ao dos prer;:os no perfodo.

Em valores correntes, a evolur;:ao foi significativa, principalmente para algumas

es-pecies, tais como: Syngonanthus elegans (sempre-viva pe-de-ouro), Eriocaulon kunthii

(botao dourado), Syngonanthus magnificus (sempre-viva-gigante), Paepalanthus

macroce-phalus (botao-branco), Leiothrix jlavescens (botao-bOlinha) e Setaria scande'?S

(rabo-de-ga-to). Em termos reais, no en tanto, considerando 0 processo inflacionario, notadamente

du-rante 0 ana de 1985 e infcio de 1986, tem-se uma evolur;:ao negativa para a maioria das

especies, com excer;:ao de Eriocaulon kunthii (botao-dourado) e Syngonanthus eiegalls

(6)

...

Tabela 1 - Esp6cies de sempre-vivas comerclalizadas na regUlo de Dlamanlina (MG) em 1984

Z

Nome cienlrfico Familia Nome popular Area de ocorrAncia Perlodo de Quanlldade

co-comerciallza"Ao merciallzada

Kg/Ano

1. Synfonanthus elegans (Bong.) Eriocaulaceae sempre-vlva - p6-de-ouro Dlamanllna, Serra do ClpO abril - malo 40.000

Ruh sempre-vlva-maxl

2. ?':fe0nanthus venustus S i Iv. + Eriocaulaceae brejeira Diamanllna, Serra do Cabral abril - malo 20.000

. ealbatus Silv.

3. Syngonanthus xeranthemoides Erlocaulaceae jazlda Dlamanllna, Serra do Cabral agoslo 12.000

(Bong.) Ruhl.

4. Paepalanhtus macrocephalus Eriocaulaceae bolAo-branco Diamanllna, Serra do CipO janeiro - agoslo 10.000

(Bong.) Koern.

5. Syngonanthus bisulcatus Eriocaulaceae sempre-vlva chapadeira Dlamanllna, Chapada do Coulo abril 6.000

(Koern.)Ruhl.

6. Syngonanthus magnijicus Giul. Eriocaulaceae sempre-vlva glganle Serra do AmbrOsio junho - agoslo 4.000

7. Syngonanthus suberosus Giul. Eriocaulaceae margarlda Serra do AmbrOsio maio - julho 4.000

8. LeiothrixfTavescens (Bong.) Eriocaulaceae bollo - bolinha Diamanlina, GrAo Mogol, janeiro - fevereiro 4.000

Ruhl Serra do Cabral

9. Syngonanthus laricifolius Eriocaulaceae sal a - roxa; saia - lIamarandlba, Chapada julho - agoslo 3.000

(Gardn.)Ruhl. dourada do Coulo

10. Syngonanthus vemonioides Eriocaulaceae jazlda - roxa

(Kunlh) Ruhl. var melanolepis Chapada do Coulo agoslo 2.500

Silv.

11. Sl.ngonanthus laricifolius

( ardn.) Ruhl. var. longifolius Eriocaulaceae margarida - roxa Ilamarandiba agoslo

2.000

Silv.

12. Syngonanthus nitens (Bong.) Eriocaulaceae sedlnha Dlamanllna, Serra do ClpO, abrll 2.000

Ruhl. GolAs e Bahia

13. Syngonanthus arthrostrichus Eriocaulaceae minl-saia Dlamanllna abril 2.000

c:'l Silv.

E:

14. "H,ngonanthus sp. (Secl. Eriocaulaceae congonha-roxa Congonhas do Norle junho 1.500

~

hysanocephalus)

(7)

...

a

16. SyngolUJnthus cf. itambeensis Eriocaulaceae saia .. roxa Serra do Couto abril 300 ."

e

Silv. :l

DO'

17. S yngolUJnthus brasiooIUJ Giui. Eriocaulaceae brasiliana Serra do AmbrOsio maio - junho 200

=

r>

E'

1 s . Eriocaulon kunthii Koern Eriocaulaceae botAo·dourado Diamantina agosto - setembro 50

..

r> e

19. Aristidajubata (Arech.) Herter Gramlneae barba·de·bode Monies Claros maio - junho 40 .0nO

=

e,

20. Aristida riparia Trinius et Gramineae rapo-de-raposa Dlamantina at~ GoiAs abri I - agosto 20.000

a

"

.

Ruprecht

..

Co

21. Aulomenia cf. effusa (Hack.) Gramineae andrequic6, capim chorAo Dlamantlna, Mascarenhas janeiro - abril 12.000

..

til

McClure

..

a

22. Axonopus brasiliensis (Spreng. ) Gramineae pi ngo- de- neve Montes Claros, Diamanlina, setembro - novembro 12.000 ." ~

Kuhlm. serra do ClpO. ~

23. Diandrostacilya chysothrix Gramineae brinco de outro; brinco Diamantlna fevereiro - abril 8.000 <!'

..

(Nees) Jacques-Felix de prlncesa til

24. Axonopus aureus Beauv. Gramineae capim-ourinho Diamantina julho - outubro 8.000

25. Setaria scandens Schrad. ex Gramlneae rabo'de- gato Diamantina abril 5.000

Scull.

26. Andropogon leucostachyus Gramlneae pingo-d .... neve Montes Claros - RegiAo de abrll - maio 3.000

H.B. K Galilela; Dlamantlna

27. Schizachyrium cOlldensatum Gramlneae rabo-d .... burro Presldente Joazeiro janeiro - abrll 3.000

(Kunth) Nees

28. Gynerium sagiltatum (Aubl.) Gramineae can .... brava; uvA Baldim, ao longo do Rio janeiro - mar~o 1.000.000(p6s)

Beauv. das Velhas

29. Xyris nigricans Alb. Nilson Xyridaceae coroinha. coroa Serra do ClpO, Dlamantina janeiro - fevereiro 5.000

30. Xyris cipoensis Smith & Downs Xyridaceae abacaxi - dourado Serra do CipO janeiro - fevereiro 1.000

31. Xyris contensis Wand . & Cerali Xyridaceae cacau, coroat cacau Chap ada do Couto junho - julho 400

32. Rhynchospora globosa (H.B.K) Cyperaceae espeta-nariz Diamantina, Serra do Cip6, setembro - outubro 20.000

Roem. & Schult. GoiAs

33. Rhynchospora speciasa (Kunth) Cyperaceae capim-estrela, estrelinha Diamantlna, Serra do Clp6 setembro - outubro 5.000

Boeck

....

QCI

(8)

...

Ta bela. 2 - Es timativa de Produ9ao , Pre90, Va lor da Produ9110 e Valor da Comercial iz89ao de Sempre-Vivas, Regiao de Diamantina, Estado de Minas Gera is, 1984

8l

Valor da comercializa9ao

Nome popular Quantidade Pre90 recebido pelo coletor(Cz$/Kg) Pre90 de Atacado(Cz$/Kg) Valo r da produ9ao(Cz$) no atacado(Cz$)

(Kg) Corrente Real(l) Corrente Real(l) Corrente Real(l) Corrente Real(l)

1 Sempre· v i v a·p~·de·our o 40. 000 6,00 64,76 10,00 107 ,94 240.000 2.590.400 400 . 000 4.317.600

2 Breje ira 20.000 6,50 70,16 10,00 107 ,94 130.000 1.403 . 200 200.000 2.158.800

3 Jazida 12. 000 1,60 12,43 2,50 19,42 19 . 200 149. 160 30.000 233.040

. 4 Batao-Branco 10.000 1,00 10.56 1,50 15,85 10.000 105. 600 15.000 158. 500

5 Sempre-viva chapadeira 6.000 5,80 65,39 9,00 101,47 34.800 392. 340 54.000 608.820

6 Sempre-viva gigante 4.000 10,00 85,59 15,00 128,39 40.000 342.360 60.000 513.560

7 Margarida 4.000 9,00 84,81 14,00 131 ,92 36.000 339.240 56.000 527.680

8 Bot8o-bolinha 4. 000 1,00 7,14 1,50 10,71 4.000 28.560 6.000 42.840

9 Saia-dourada 3.000 6,50 53,05 10,00 81,61 19.500 159.150 30 . 000 244.830

10 Jazida-roxa 2.500 1,60 12,43 2,50 19,42 4.000 31.075 6.250 48.550

11 Margarida-roxa 2.000 7,80 60,59 12,00 93,22 15.600 121.180 24.000 186. 440

12 Sedinha 2.000 1,60 18,04 2,50 28,19 3.200 36. 080 5.000 56.380

13 Mini-saia 2.000 3,90 43,97 6,00 67,65 7.800 87.940 12.000 135.300

14 Congonha-roxa 1.500 2,00 18,97 3,00 28,45 3.000 28.455 4.500 42.675

15 Mini-saia (cap. meno r) 600 3,90 43,97 6,00 67,65 2.340 26.382 3.600 40. 590

16 Saia- roxa 300 5, 20 58,63 8,00 90,20 1.560 17.589 2. 400 27.060

17 Brasiliana 200 8,00 79,20 12,00 118,79 1.600 15.840 2.400 23. 758

18 Botao-dourado 50 0,40 2,95 0,60 4,43 20 148 30 222

19 Barba-de·bode 40.000 1,60 15,84 2,50 24 ,75 64.000 633.600 100.000 990.000

20 Rabo-de- rapos a 20.000 1,30 12,13 2,10 18,66 26.000 242.600 40.000 373.200

21 Andr ~quic e 12 .000 1,60 20,64 2,50 32,25 19 .200 247.680 30 .000 387.000

22 Pingo-de-neve 12.000 1,30 8,15 2,00 12,54 15.200 97.800 24 . 000 150.480

23 Brinco-de· ouro 8.000 1,30 15,97 2,00 24,58 10.400 127.760 16.000 196.640

24 Capim ourinho 8.000 1,30 9,50 2,00 14,61 10.400 76. 000 16 .000 116.880

25 Ra bo-de-gato 5.000 1,00 11,27 1,50 16,91 5. 000 56.350 7.500 84.550

26 Pingo-de- ne ve 3.000 1,30 14,03 2,00 21,59 3.900 42.090 6.000 64.770

27 Rabo-de- burro 3.000 1,60 20,64 2 ,50 32,25 4.800 61.920 7.500 96.750

28 Cana- brava (2) 1.000.000 0,20 2,71 0,25 3,39 200. 000 2.710 .000 250.000 3.390.000

29 Coroinha 5.000 2,00 14,29 3,00 21,43 10.000 71 . 450 15. 000 107.150

30 A ba cax ~dour ado 1.000 2,00 14,29 3,00 21,43 2.000 14.290 3.000 21.430

31 Coroa-caca u 400 2,00 18,04 3,00 27,05 800 7.216 1.200 10.820

32 Espeta-nariz 20 . 000 1,30 8,60 2,00 13,23 26. 000 172.000 40. 000 264.600

33 Es tre linha 5.000 1,00 6,61 1,50 9,92 5.000 33.050 7.500 49.600

Total 256.550 3,02(3) 30,24(3) 4.77(3) 47.87(3) 975.720 10 .468 .505 1.474.880 15.670.515 C)

(1) Em cruzado de novem bro de 1986, co rrig ido pelo "[ndice 2" (Disponibilidade Interna) da Funda980 Getulio Vargas.

§:

(2 ) Em un idade.

~

Il

(9)

3'

Tabela.3 - Pre90s Recebidos pelo Coletor e no Atacado de Sempre-Vivas, Regillo de Diamantina, Estado de Minas Gerais, 1984 e 1986 'tj

c

(em Cz$/Kg) :l c>.

:l

Pre90 recebido pelo coletor Pre90 de atacado n &i'

...

Nome popular 1984 1986 Evolu9110: 86/84(%) 1984 1986 E volu9110: 86/84(%) n

C

:l

Corrente Real(l) Corrente Real(l) Corrente Real(l) Correnle Real(l) Corrente Real(l) Corrente Real(1) C·

a

ri'

1 Sempre·viva· pe-de-ouro 6,00 );4.76 65,00 70 ,08 983 8 10,00 107,94 80,00 86.25 700 -20 10 Q,

2 Brejeira 6,50 70.16 25,00 26,95 285 -{l2 10,00 107.94 50,00 53,90 400 -50

...

~ Jazida 1,60 12,43 6,00 6.30 275 -49 2,50 19,42 10,00 10,50 300 -46 fI>

...

4 Botao-branco hOO 10 ;56 6,00 6.56 500 -;38 1.50 15,85 9,00 9,84 500 -;38

a

5 Sempre-viva chapadeira 5.80 ,65,39 25,00 27. 00 331 -59 9.00 101,47 50.00 54.00 456 -47 'tj

.,

6 Sempre-viva gigante 10,00 85,5,9 80.00 84,93 700 - 1 ,15.00 128,39 1.50,00 159,24 900 24

...

7 Margarida ' 9.00 84,81 50,00 53.52 456 -;37 14,00 13,1,92 120,00 128,45 757 - 3

.:,

8 Botao-bolinha ' ,1.00 ' 7,14 6,00' 7,03 500 - 2 1,50 10,71 9,00 10,54 500 - 2 :;;-C>

9 Saia-dourada 6,50 53,05 25,00 26.42 285 -50 10.00 81,61 40,00 42,28 300 -48 fI>

10 Jazida-roxa 1,60 12,43 9,00 9,45 , 462 -24 2,50 19,42 13,00 13,65 420 -;30

11 Margarida- roxa 7,80 , 60,59 25,00 26,25 220 -57 12,00 93,22 40,00 42,00 233 -55

12 Sedinha 1.60 18,04 5.00 5,40 212 -70 2.50 28,19 8,00 8,64 220 -{l9

13 Mini-saia 3.90 43,97 20,00 21.60 413 -51 6.00 67,65 30,00 32,40 400 -52

14 Congonha- roxa ' ', 2.00 18,97 10,00 10. 71 400 -44 3,00 28,45 15,00 16,06 400 -44

15 Mini-saia (cap. menor) 3,90 43,97 20,0,0 21,60 413 -51 6.00 67,65 30,00 32,40 400 -52

16 Saia- roxa 5,20 58,63 25,00 27,00 381 -54 8,00 90,20 40,00 43,20 400 -52

17 Brasiliana 8,00 79,20 ' 12,00 118,79

18 Botao-dourado 0,40 2,95 4,00 4,18 900 42 0,60 4,43 25,00 26,11 4.066 489

19 Barba-de-raposa 1,60 15,84 6,00 6,44 275 -59 2,50 24,75 12,00 12,88 380 -48

20 Rabo-de- raposa " 1,30 12,13 ' 6.00 6,41 362 -47 2,00 18,66 12,00 12,82 500 -;31

21 Andrequice 1,60 20.64 6,00 6,73 275 -{l7 2,50 32,25 12,00 13,46 380 -58

22 Pingo-de-neve 1,30 8,15 6,00 6,12 362 -25 2,00 12,54 10,00 10,21 400 -19

23 Brinco-de-o.uro , 1,30 15,9.7 4,00 4,29 208 -73 2,00 24,58 6,00 6,44 200 -74

24 Capim-ourinho 1,30, 9,50 6,00 6,26 362 -34 2,00 14,61 10,00 10,44 400 -29

25 Rabo-de,gato .I ,a!> ll,2} ,, 6,00 6,48 500 -42 1,50 16,91 12,00 12,96 700 -23

26 Pingo-de-neve 1,30 14,03 6,00 6,47 362 -54 2,00 21,59 12,00 12,94 500 -40

27 Rabo-de-burro 1',60 20; 64 ' 6,00 6,73 275 -{l7 2,50 32,25 10,00 11,22 300 -{l5

28 Cana-brava (2) 0,20 '; 2,71 0,70 0,80 250 -70 0,25 3,39 1,30 1,48 420 -56

29 Coroinha 2,00' , 111',29 6,00 7,03 200 -51 3,00 21,43 10,00 11,71 233 -45

30 Abacaxi-dourado 2,00 14',29 6;00 7,03 200 -51 3,00 21,43 10,00 11,71 233 -45

31 Coroa-cacau 2,00 18,04 8 ,00 8,54 300 -53 3,00 27,05 12,00 12.81 300 -53

32 Espeta-nariz 1,30 8,60 5,00 5, 16 285 -40 2,00 13,23 9,00 9,28 350 -;30

33 Estrelinha 1,00 6.61 5,00 5,16 400 -22 1,50 9,92 8,00 8,25 433 -17

(1) Em cruzado de novembro de 1986, corrigido pelo -[ndice 2" (Disponibilidade Interna) da Funda9110 Getulio Vargas.

(2) Os pre90s referem-se A unidade do produto.

~

(10)

Tabela.4 - EvoluOAo das ExportaoOes Brasllelras de Sempre-Vlvas, 1974-86

NAo Montadas

Ano QuanUdade Preoo m6dlo Valor FOB

Kg Indlce US$lKg Indlce US$I.000 Indlce

1974 74:p37 100 3,019 100 2.241,3 100

1975 564.270 76 2,914 96 1.644,4 73

1976 579.089 78 2,938 97 1.701,3 76

1977 739.911 99 3,234 107 2.392,9 107

1978 885.868 119 3,266 108 2.893,4 129

1979 842.284 113 3,522 117 2.966,2 132

1980 603.349 ' 81 3,656 121 2.206,1 98

1981 371.895 50 3,989 132 1.483,6 66

1982 253.333 34 3,483 115 882,3 39

1983 284.843 38 3,369 112 959,6 43

1984 306.420 41 3,477 115 1.065,5 48

1985 315. 262 42 3,891 129 1.226,7 55

1986 264.352 36 3,799 126 1.004,2 45

(1) Em castas, cordas, ramalhetes e sernelhantes.

Fonte: Cartelra do Com6rclo Exterior (CACEX) - Banco do Brasil s/A ••

Montadas(1 )

QuanUdade Preoo m6dlo

Kg Indice US$/Kg Indice

97.376 100 6,391 100

105.923 109 6,171 96

106.087 109 5,557 87

124.821 128 6,013 94

121.581 125 6,287 98

64.062 66 6,234 98

203.527 209 3,789 59

129.161 133 3,754 59

103.778 106 2,230 35

36.552 38 2,691 42

71.610 74 3,058 48

57.367 59 4,325 68

55.751 57 6,152 96

Valor FOB

US$I.000 Indice

622,3 100

653,6 105

589,6 95

750,5 121

764,3 123

399,4 64

771,1 124

484,8 78

231 ,3 37

98,4 16

219,0 35

248,1 40

343,0 55

Valor total FOB

US$I .000

2.863,6 2.298,0 2. 290,9 3. 143,4 3.657,7 3,365,6 2.977,2 1.968,4 1.113,6 1.058,0 1.284,5 1.474,8 1.347,2

Indice

100 80 80 110 128 118 104 69

39 37 45 52 47

....

II

c;'l

[

~

II

(11)

Tabela. 5.A - Exporla~Oes brasileiras de sempre·vivas. principais paises de destino. 1974·1979

1974 1975 1976 1977 1978 t979

Destino Quantidade Participa~~o Quantidade Participa~30 Quantidade Participa ~ao Quantidade Participa~ao Quantidade Participa930 Quantidade Partici pa9ao

(Kg) (%) (Kg) (%) (Kg) (%) (Kg) (%) (Kg) (%) (Kg) (%)

E.U.A ItAlia Japllo AlemanM Ocidental CanadA Sur9a Holanda Espanha Fran~a

B~lgicaA.uxembu rgo Outros Total 572.158 69.555 24.174 25.591 41.321 631 30.076 18.226 27.631 7.013 23.337 839.713 68 8 3 4 2 1 3 100 386.005 117.882 36.972 23.305 22 .431 3.010 32.686 11.273 13.515 6.271 16.843 670.193 58 18 6 3 3 5 2 2 100

Fonte: Carteira do Com~rcio Exterior (CACEX) - Banco do Brasil S/A.

396.240 68.599 68.537 24.992 23.164 6.128

20 . 579

22.445 17.566

9.667 27.259

685.176

Tabela. 5.B - Exporta~oes brasileiras de sempre·viva,. prmcipais parses de destino. 1980·1986

1980 1981 1982

58 10 10 4 3 3 3 4 100 1983 606.156 76.674 55.579 26.373 34.953 1. 254 8.534 24.343 7.081 2.997 20.788 864.732 70 9 6 3 4 1 2 100 1984 751.199 52.808 37.130 55.168 15.689 7.201 26.406 22.468 6.245 11.581 21.554 1.007.449 74 5 4 5 2 1 3 100 1985 609. 021 28.970 27.128 38.900 16.673 112.494 25.126 15.033 5.597 10.728 16.656 906.326 67 3 3 4 2 12 3 2 100 1986

Destino Quantidade Participa9ao Quantidade Participa9ao Quantidade Participa~ao Quantidade Participa930 Quantidade Participa9~0 Quantidade Participa9~0 Quantidade Participa9ao

(Kg) (%) (Kg) (%) (Kg) (%) (Kg) (%) (Kg) (%) (Kg) (%) (Kg) ("!o)

E.U.A ItAlia Japao AlemanM Ocidental Canad~ SUr9a Holanda Espanha Fran~a B61gica/Luxemburgo Outros Total

534 . 362 38.081 34.130 21.685 26.631 86,730 6.687 18.638 800 18.813 20.319 806.816 66 4 3 3 11 2 3 100 355.040 30.316 20.513 15.452 39.723 187 7.490 3.280 6?9 1.975 26.451 501.056 71 4 3 8 6 100

Font e: Carteira do Com~rcio Exterior (CACEX) - Banco do Brasil S/A.

206.042 62.916 16.783 14.491 8.140 250 11.767 5.965 522 4.406 25.829 357.111 58 18 5 4 2 100 168.761 41.315 30.345 14.818 11.390 784 9.918 7.800 300 2.881 33.083 321.395 53 13 9 5 3 10 100 205.912 65.461 18.127 25.498 4.501 19.227 5.941 1.150 32.213 378.030 55 17 5 7 2 100 189.862 95.186 24.921 10.492 6.418 1.415 10.031 7.240 3.083 3.605 20.376 372.629 51 25 7 3 100 154.973 54.123 20.385 23.189 5.150 421 13.120 12.532 9. 769 26.441 320.103 49 17 6 7 2 4 4 3 8 100

3'

'tl

=

.,

OJ. :I ,..,

.;-,.

,..,

=

:I

(12)

190 Giulietti dol.

A maior parte da produgao de sempre-vivas destina-se a exportagao, ja que no

mercado interne seu comercio e ainda bastante restrito e de pouca expressao.

0

crescimento da exportagao desse produto natural, no inicio da decada de 70 foi

pro-vavelmente um dos fatores que determinaram que 0 6rgao competente (CACEX)

passassem a publicar sistematicamente dados espedficos sobre essas exportagoes. A evolugao das exportagoes brasileiras no perfodo de 1974-1986, e apresentada na Tabela 4, onde se po de observar que ap6s uma evolugao ascendente ate 1978 e 1979, para as plantas nao montadas, e ate 1981, para as montadas, esta havendo um

decrescimo, ana a ano, em termos de quantidade e valor. Por outr~ lado, 0 prego

medio das plantas nao montadas, tem-se mantido praticamente estavel, enquanto para as montadas houve uma queda, colocando-se, em alguns anos, abaixo das nao

montadas, quando deveria ser exatamente 0 contrario, pois as montadas possuem

maior valor agregado (Figuras 7 e 8).

Os maiores importadores tem side os Estados Unidos da America, detendo mais de 50% todos os anos, chegando ate a mais de 70% em alguns deles, vi ndo de-pois a Italia, Japao e Alemanha Oddental (Tabelas 5A, 5B).

Observa-se tambem que 0 total das exportagoes, depois de consideravel

au-mento (tendo atingido por exemplo em 1978, mais de 1000 toneladas), tem caido nos

ultimos anos, sendo que em 1985, atingiu apenas 37% do volume alcangado em 1978 e em 1986 apenas 31% daquele valor.

Discussao

Como ja loi relerido anteriormente, as sempre-vivas ocorrem principalmente nas

Ser-ras de Minas Gerais e Bahia, areas ligadas no passado e, ainda, no presente

a

mineragao

de aura e diamantes.

Atualmente essas duas atividades extrativas coexistem e as mesmas estao as-sodados gran des contingentes populacionais locais. Nessas areas, devido ao tipo de solo, arenoso e pedregoso, a pratica de agricul tura e praticamente i nexistente. Assi m, a coleta de sem pre-vivas consti tui -se em fonte de renda para grande n umero de pes-soas, constituindo-se tambem, em atividade geradora de empregos, tanto a nivel de coleta como a nrvel de comercializagao, pOis os intermediarios e dep6sitos que co-mercializam as plantas, empregam consideravel numero de pessoas.

Tal atividade e de grande importancia para a regiao pois, de Diamantina, sem

maio-res dispendios, como tratos culturais, fertilizantes, defensiv~s, mas apenas

aprovei-tando um recurso da natureza, tem gerado emprego, renda, e divisas para 0 pars.

Durante os anos de 1985 e 1986, existiam 25 lirmas trabalhando com a exportagao de sem pre-vivas.

Por outro lado, a exploragao desordenada, vem prejudicar a recuperagao das popu-lagOes naturais e, em alguns casos, colocando em risco de extingao algumas das

espe-cies estudadas. Assim, enquanto existem espeespe-cies como Aristidajubata (barba-de-bode),

A. riparia (rabo-de-raposa), Axonopus aureus (capim-ourinho) e Gynerium sagittatum (ca-na-brava) que, devido as grandes populagoes e ampla area de distribuigao geografica, conseguem ainda se manter, a maioria das especies ja apresentam uma redugao na area

atual de ocorrencia como por exemplo Syngonanthus elegans (sempre-viva-pe-de-ouro) que

se distribu(a de Diamantina ate a Serra do Cip6 e hoje nao e mais encontrada nessa ultima regiao. Porem, casos mais graves podem ser observados em especies que sao endOO1i-cas de determinadas areas e cujas populagoes estao sendo reduzidas drasticamente,

co-mo por exemplo, Syngonanthus magnificus (sempre-viva-gigante), S. suberosus (margarida)

e S. brasiliana, que sao restritas a regiao de Pedra Menina no Municipio de Rio Vermelho

(13)

Importancia econ6mica de sempre-vlvas

140

130

120

110

100

90

80

70

60

50

30

QUANTIDADE PRECO MEDIO

VALOR

of~~

__

~~

__

L-~~

_ _

~~~~~~

_ _

~~

_ _

191

Figura 7 - indices de quantidade, prec;:o medio e valor das exportac;:6es de sempre-vivas nao montadas, 1974-86.

1984 as duas primeiras tiveram uma produ~ao de 4000 Kg, havendo um decrescimo para

cerca de 200 Kg em 1986_ Quanto

a

ultima especie, atualmente nao

e

mais comercializada.

Fato similar esta ocorrendo com Xyris coutensis (cacau), uma das mais belas Xyridaceae,

que esta hoje, restrita a uma pequena popula~ao nos altos da Chapada do Couto,

Munici-pio de Couto MagalMes, MG.

Como foi mostrado no item Resultados, esta havendo uma grande redu~ao no

volu-me das exporta~6es, 0 que pode estar relacionado

a

diversos fatores, entre os quais:

so-bresfor~o na coleta, dificultando a recupera~ao das popula~oes; invasao das areas de ocorrencia das especies por atividades agropecuarias e concorrencia de parses alricanos com plantas simi lares. Desse modo, tornam-se imprescindrveis novas medidas, que, de

um lado venham a ajudar a manuten~ao dessa lonte de renda dos habitantes da regiao, e

de outro, mantenham as especies a salvo do perigo de extin~ao.

Assim, sugere-se que seja iniciado, imediatamente, um manejo racional, atraves de

coleta planejada, daquelas especies que ocupam grandes areas e cuja manuten~ao esta

atualmente garantida. Para as outras especies, sugere-se 0 inrcio imediato de sistemas de

cultivo, nas' areas onde as mesmas ocorrem naturalmente, pois s6

ar

elas conseguem

so-breviver. Alem disso, pesquisas visando a resolu~ao dos problemas que envolvem a

ger-mina~ao, crescimento e biologia dessas especies, devem ser intensificadas, e

especial-mente, serem transmitidas para a popula~ao envolvida nessa atividade. Embora cultivos

incipientes com Syngonanthus e/egans (sempre-viva-pe-de-ouro) estejam sendo realizados

em areas de ocorrencia natural, em Diamantina, esse trabalho tem sido leito sem um em-basamento cientffico adequado. Por outro lado, os resultados positivos ja obtidos, devem

estimular a continuidade des sa atividade e principalmente despertar a aten~ao dos 6rgaos

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Giulietti et oJ.

Figura 8 - Indices de quantidade, pre<;:o m~dio e valor das exporta<;:oes de sempre-vivas montaaas, 1974-86.

Agradecimentos

Os autores expressam agradecimentos aos irmaos Sakurai, da firma Miraflor em Diamantina, e ao Sr. Gilmar Edison de Sousa, da firma Silva Flores, em Datas, pela pres-timosa colaboragao, fornecendo dados ligados aos montantes comercializados, e indica-goes de areas com populaindica-goes naturais de sempre-vivas. Agradecem tamMm especial-mente as pequisadoras Hilda Maria Longhi-Wagner pela identificagao das especies de Gramineae e Maria das Grac;as L. Wanderley pela identificac;ao das Xyridaceae.

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Importiincia economica de sempre-vivas 193

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Tabela 1  - Esp6cies de sempre-vivas comerclalizadas na  regUlo  de  Dlamanlina (MG)  em  1984  Z
Figura 7  - indices de quantidade,  prec;:o  medio e  valor das exportac;:6es  de sempre-vivas nao montadas,  1974-86
Figura  8  - Indices  de  quantidade,  pre&lt;;:o  m~dio  e  valor  das  exporta&lt;;:oes  de  sempre-vivas  montaaas,  1974-86

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