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Ação de um regulador de crescimento no enraizamento de estacas de quatro plantas ornamentais.

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Academic year: 2017

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A Ç Ã O D E U M R E G U L A D O R D E C R E S C I M E N T O N O E N R A I Z A M E N T O D E E S T A C A S D E Q U A T R O

P L A N T A S O R N A M E N T A I S *

PEDRO D. FERNANDES** PAULO R. C. C A S T R O * * * SÉRGIO N . K R O N K A * * * IVOR Β. A G U I A R * *

RESUMO

Estudou­se o efeito da aplicaçγo, pelo mιtodo lento, de um regu­ lador de crescimento, sob trκs diferentes concentraçυes, na induçγo  de raνzes em estacas de Rhododendron Simsii, Cupressus sempervi-rens, Bougainvillea spectabilis e Thuya occidentalis

Pela anαlise do n٥mero de estacas enraizadas verificou­se, que,  pela ordem, os melhores resultados foram obtidos com Cupressus, Rho-dodendron, e finalmente Bougainvillea ou Thuya.  P a r a R. Simsii a  dosagem de 10 ml do regulador de crescimento por litro de αgua,  mostrou ser mais adequada; sendo que para C. sempervirens revelou  ser de 20 ml/l a dose mais indicada. No caso de R. spectabilis, a  dosagem de 10 ml/l foi a mais favorαvel; sendo que a de 20  m l / l  foi mais promissora no enraizamento de T. occidentalis

Na anαlise do peso fresco mιdio das raνzes, revelaram­se, pela  ordem, resultados mais favorαveis para Cupressus, Rhododendron ou  Bougainvillea e finalmente Thuya. A dosagem de 20 ml/l mostrou­se  mais adequada para R. Simsii, C. sempervirens e T. occidentalis;  sendo que para B. spectabilis as doses de 10 ou 20 ml/l mais favo­ rαveis, revelaram­se significativamente distintas do controle (0 ml/l). 

INTRODUÇÃO

A formação de raízes em estacas depende das condições internas da planta de origem e das condições ambientais em que são colocadas. Estacas oriundas de muitas espécies vegetais apresentam fácil enraizamento sob condições adequadas, outras porém necessitam de tratamento com substân-cias indutoras de raízes para sua propagação vegetativa (THIMANN & BEHNKE, 1950).

* Entregue para publicaçγo em 13/11/1973. 

** Departamento de Fitotecnia.  F . Μ. V. A. Jaboticabal — CESESP.  *** Departamento de Botβnica. E. S. A. "Luiz de Queiroz" — U. S.  P . 

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ZIMMERMAN et al. (1933) verificaram pela primeira vez que o monσxi­ do de carbono possuνa uma capacidade marcante e especνfica de promover o  enraizamento de estacas.  FISCHNICH (1935) verificou que o αcido indolacιtico, quando aplicado  corretamente, podia estimular a produçγo de raizes em plantas intactas.  COOPER (1935) demonstrou que a aplicaçγo do αcido indolacιtico em pasta  de lanolina podia ser utilizada com sucesso no enraizamento de estacas.  Novas tιcnicas de propagaçγo vegetativa foram desenvolvidas com a  descoberta de diversos reguladores de crescimento sintιticos (ZIMMERMAN  & WILCOXON, 1935) com capacidade de promover a formaçγo de raizes. Sais  potαssicos e ιsteres do αcido indolbutνrico, αcido naftalenacιtico e αcido in­ dolacιtico sγo utilizados rotineiramente no tratamento de estacas para pro­ mover enraizamento. Algumas espιcies responderam melhor para um ou mais  destes compostos do que para outros, sendo que a utilizaçγo de dosagens corre­ tas do regulador de crescimento ι importante, pois as concentraçυes σtimas va­ riam com as espιcies estudadas (KRAMER & KOZLOWSKI, 1960). A concen­ traçγo ideal de reguladores de crescimento para aplicaçγo em soluçγo tem  sido determinada para o enraizamento de muitas plantas, sendo que diver­ sos produtos comerciais sγo hoje disponνveis.  Apσs a base da estaca ser tratada com o regulador de crescimento in­ dutor de raνzes, os carboidratos sγo translocados para a αrea tratada, au­ menta a taxa de respiraçγo e ocorrem transformaçυes nos carboidratos e nos  compostos nitrogenados orgβnicos. O regulador de crescimento pode acelerar  o metabolismo normal e aumentar o n٥mero de primσrdios radiculares (SNY­ DER, 1954).  R٠BIA et al. (1965) obtiveram maior porcentagem de estacas enraiza­ das de amoreira (Morus alba cv. 'Catania' 1), com aplicaçγo do αcido beta­

indolacιtico na concentraçγo de 100 ppm; sendo que BRANDI & BARROS  (1971) verificaram uma tendκncia no aumento do n٥mero de estacas enrai­ zadas de Pinus caribaea var. hondurensis, devido ΰ aplicaçγo dos αcidos in­

dolpropiτnico e indolbutνrico, apesar de nγo terem sido constatadas diferen­ ças significativas. 

ARENS & ARENS (1971) consideram que nγo se obtiveram resultados  promissores no enraizamento de estacas de Eucalyptus, pela aplicaçγo de 

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MATERIAIS Ε MÉTODOS

Neste experimento utilizaram­se estacas uniformes de quatro espιcies  ornamentais, Rhododendron Simsii, Cupressus sempervirens, Bougainvillea spectabilis e Thuya occidentalis. Coletaram­se essas estacas, com 15 cm de 

comprimento, para plantio, em 14 de outubro de 1972. Durante o perνodo de  tempo que antecedeu ao plantio, conservou­se a extremidade basal das esta­ cas imersa em αgua, com a finalidade de manter o processo de absorçγo,  prevenindo o dessecamento das mesmas. 

Posteriormente tratou­se as estacas com soluçυes de Exubιrone, nas do­ sagens de 0, 10 e 20 ml/litro de αgua. 

Efetuou­se o tratamento lento das estacas, mantendo­se uma altura de 2,5  cm da base das mesmas imersa por 24 horas nas soluçυes aquosas do com­ posto lνquido promotor de enraizamento. Antes do plantio em recipientes de  polietileno (15 χ 28 cm), tendo como substrato solo arenoso, realizou­se a  lavagem da extremidade basal das estacas em αgua corrente. 

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados (SNE­ DECOR, 1966; GOMES, 1970) no esquema fatorial 4x3, com 4 espιcies vege­ tais de diferentes gκneros e 3 dosagens distintas do produto regulador de  crescimento. 

O n٥mero total de parcelas foi de 48; sendo que cada uma possuνa 15 es­ tacas, perfazendo um total de 720 estacas. 

As espιcies vegetais utilizadas foram, Rhododendron Simsii (El), Cupres-sus sempervirens (E2), Bougainvillea spectabilis (E3) e Thuya occidentalis

(E4). As dosagens de Exubιrone aplicadas foram de 0 ml/l (Dl), 10 ml/l (D2)  e 20 ml/l (D3). 

A retirada das amostras para a determinaçγo do n٥mero de estacas en­ raizadas e do peso fresco mιdio das raνzes, efetuou­se 80 dias apσs o plantio,  em 2 de janeiro de 1973. 

Para a anαlise de variβncia dos dados da porcentagem de pegamento das  estacas, os resultados foram transformados para arc sen V p/100. De acordo  com STEEL & TORRIE (1960), nas parcelas em que as porcentagens foram  de 0% ou 100%, utilizaram­se respectivamente das expressυes l/4n e 100­l/4n,  sendo η o n٥mero de estacas iniciais. 

RESULTADOS Ε DISCUSSÃO

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Como a interação Espécies χ Doses foi significativa, efetuou­se um des-dobramento dos graus de liberdade, estudando­se o comportamento das trκs doses dentro de cada espécie. O resultado encontra­se no quadro 3 .

Quadro 3 ­ Anαlise de variβncia do n٥mero de estacas enraizadas por parcela, com  desdobramento dos graus de liberdade. 

As mιdias de cada espιcie foram:  niEl = 31,26 a 

mE2 = 47,36 b  mE3 = 18.76 c  mE4 = 18,66 c 

Duas médias com a mesma letra não diferem entre si. Tukey Δ 5% = 6,53, para comparar as médias de duas espécies.

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Dentro de cada espιcie, duas mιdias com a mesma letra nγo diferem  entre si. Tukey Δ  5% = 10,27, para comparar duas mιdias de doses dentro  de uma espιcie. 

O coeficiente de variaçγo do experimento referente ao n٥mero de estacas  enraizadas foi da ordem de 20,34%. 

Houve uma diferença significativa ao nνvel de 1% de probabilidade para as  espιcies e para as doses; sendo que ocorreu ainda interaçγo significativa  entre espιcies e doses. 

A comparaçγo das mιdias de espιcies pelo teste de Tukey mostrou que  somente nγo existe diferença significativa entre as espιcies Bougainvillea spectabilis e Thuya occidentalis. Pela ordem, os melhores resultados foram 

obtidos com as espιcies, Cupressus sempervirens, Rhododendron Simsii e 

finalmente Bougainvillea spectabilis ou Thuya occidentalis, indiferentemente. 

Para Rhododendron, a melhor dosagem do regulador de crescimento foi de 

10 ml/l, que diferiu das doses O e 20 ml/l, sendo que estas nγo diferiram  entre si. Para Cupressus, Bougainvillea e Thuya, as trκs dosagens diferiram 

entre si; para Cupressus a melhor dosagem foi de 20 ml/l; para Bougain-villea a melhor foi de 10 ml/l; e no caso de Thuya a melhor dosagem reve­

lou ser de 20 ml/L 

No que se refere ao peso fresco mιdio das raizes (em gramas) por par­ cela, os resultados obtidos encontram­se no quadro 4. 

Quadro 4 — Peso fresco mιdio das raizes (g) por parcela. 

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As mιdias de cada espιcie foram: 

mEl = 2,97 b  mE2 = 3,52 a  ΛΕ3 = 2,65 b  mE4 = 1,70 c 

Duas mιdias com a mesma letra nγo diferem entre si. Tukey Δ  5%=0,40,  para comparar as mιdias de duas espιcies. 

As mιdias das doses dentro de cada espιcie foram: 

Dentro de cada espιcie, duas mιdias com a mesma letra nγo diferem  entre si. Tukey Δ  5% ·= 0,63, para comparar duas mιdias de doses dentro  de uma mesma espιcie. 

O coeficiente de variaçγo do experimento referente ao peso fresco mιdio  das raνzes foi da ordem de 13,28%. 

Houve uma diferença significativa ao nνvel de 1% de probabilidade para  as espιcies e para as doses; sendo que verificou­se ainda interaçγo signifi­ cativa entre espιcies e doses. 

A comparaçγo das mιdias de espιcies pelo teste de Tukey mostrou que so­ mente nγo existe diferença significativa entre as espιcies ornamentais Rodhc-dendron Simsii e Bougainvillea espectabilis. Pela ordem, os melhores resulta­

dos foram obtidos com as espιcies, Cupressus sempervirens, Rhododendron Simsii ou Bougainvillea spectabilis e finalmente Thuya occídentalis. Para  Rhododendron, Cupressus e Thuya, as trκs doses diferiram entre si; sendo que 

a melhor dosagem para estas espιcies revelou ser a de 20 ml/l de Exubιrone.  Para Bougainvillea mostraram­se melhores as doses 10 ou 20 ml/l, que nγo 

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CONCLUSÕES

Os resultados obtidos neste ensaio permitem as seguintes conclusões: 1. Pela análise do número de estacas enraizadas e do peso fresco mé-dio das raizes, verificou­se que, pela ordem, os melhores resultados da apli-cação do regulador de crescimento, foram obtidos com Cupressus sempervi-rens, Rhododendron Simsii, Bougainvillea spectabilis, e finalmente Thuya oc-cidental'^.

2. Para Cupressus sempervirens e Thuya occidentalis constatou­se que a dosagem de 20 ml de Exubérone por litro de água, é a mais adequada para o método de tratamento lento das estacas.

3. Para Rhododendron Simsii e Bougainvillea spectabilis observou­se que as dosagens de 10 ou 20 ml de Exubérone por litro de água revelaram­se adequadas para o método lento de tratamento das estacas a serem enraizadas.

SUMMARY

ACTION OF A GROWTH REGULATOR ON ROOTING OF CUTTINGS OF FOUR ORNAMENTAL PLANTS.

Cuttings from secondary branches of Rhododendron Simsii, Cupressus sempervirens, Bougainvillea spectabilis and Thuya occidentalis were collec­ ted in October in Jaboticabal, Sγo Paulo. Following treatment with the root­ promoting compound, Exubιrone, at 0, 10, and 20 ml/1, the cuttings were  planted and observed in order to determine the number of stems rooted and  the average fresh weight of the roots. The results obtained after 80 days  permit the conclusion that the different ornamental species responded diffe­ rently to a given concentration of Exubιrone. The rooting response, in order  of decreasing effectiveness, was as fallows: Cupressus sempervirens (20  ml/1), Rhododendron Simsii (10 or 20 ml/1), Bougainvillea spectabilis (10 or  20 ml/1), and finaly Thuya occidentalis (20 ml/1). 

LITERATURA CITADA

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GOMES,  F . P. 1970 — Curso de Estatνstica Experimental. Livraria Nobel S. A.  Sγo Paulo, Brasil. 284  p p . 

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Referências

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