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Avaliação e alívio da dor no recém-nascido

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Academic year: 2017

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Avaliação e alívio da dor no recém - nascido1

Assessm ent and pain relief in new borns Evalua ción y alivio del dolor en recién nacido

Erica da Paixão CrescêncioI, Suzana Zanelat oI I, Lucila Coca Levent halI I I

1 Monografia do Curso de Especialização em Enferm agem Pediát rica da Faculdade de Enferm agem do Hospital I sraelit a Albert Einst ein.

I Especialização em enferm agem pediát rica pela Faculdade de Enferm agem do Hospit al I sraelita Albert Einst ein ( HI AE) . Enferm eira da unidade neonat al do HI AE e Enferm eiro da Unidade de Cuidados I nt ensivos Neonat ais do I nst it ut o da Criança/ Hosp. das Clínicas de São Paulo/ SP. Em ail: erica_paixao@hot m ail.com.

I I Especialização em enferm agem pediát rica pela Faculdade de Enferm agem do HI AE. Em ail: suzan_apza@hotm ail.com.

I I I Dout oranda do Program a de Pós- Graduação em Enferm agem na Escola de Enferm agem da Universidade de São Paulo ( USP). Enferm eira. Mestre em enferm agem pela USP. Professora do Departam ento Materno- I nfantil da Faculdade de Enferm agem do HI AE. Em ail:

lucila0308@hotm ail.com.

RESUMO

Est e est udo buscou ident ificar com o os enferm eiros de unidade neonat al avaliam a dor no recém - nascido e quais as m edidas realizadas por eles para alívio da dor. Trata- se de um estudo quant it at ivo, t ransversal, com 32 enferm eiros que trabalhavam na unidade neonatal de um hospital particular do m unicípio de São Paulo, e que responderam a um form ulário sobre a avaliação e condutas realizadas na dor do recém - nascido. Dentre os parâm etros citados pelos enferm eiros para a avaliação da dor, a expressão facial e o choro foram as m ais citadas, seguido de alteração de sinais vitais, agitação e os parâm etros utilizados na escala NI PS ( fisiológicos e com portam entais) . Os m étodos farm acológicos m ais citados pelos profissionais para o alívio da dor do RN foram o uso de analgésicos antiinflam atórios não- esteroidais, os opóides potentes, sedativos, os opiódes fracos e os anestésicos locais. E os t ratam ent os não farm acológicos de alívio da dor foram a m udança de decúbito, seguido de m assagem local, sucção não nut rit iva ( chupet a ou dedo enluvado) e o banho de im ersão. Assim , conclui- se que os enferm eiros avaliam a dor pela expressão facial e o choro. E utilizam analgésico antiinflam atório não- esteroidal, a m udança de decúbito, a m assagem local e a sucção não nutritiva para alívio da dor.

Descrit ores: Enferm agem pediátrica; Enferm eiros; Dor; Recém - nascido.

ABSTRACT

This st udy was t o ident ify how nurses of neonat al unit care evaluat e pain in newborns and how t hey act in the presence of neonat al pain. That is a t ransversal quant it at ive st udy wit h 32 nurses who worked at a neonat al unit in a privat e hospital in São Paulo. They answered a form about assessm ent and conduct s in neonat al pain. Am ong t he param eters cited by nurses for the assessm ent of pain, the crying and facial expression were t he m ost cited, followed by change in vital signs, agitation and param eters used in the scale NI PS ( physiological and behavioral) . Faced with t he diagnosis of pain, m ost professionals have chosen t o use pharm acological m et hods such as non- steroidal ant i-inflam m atory, powerful opóides, sedative, weak opiódes and local anesthetics. And non pharm acologicals m ethods of pain relief were change of decubit or local m assage non- nutritive sucking ( pacifier or finger enluvado) and the bath of im m ersion. Therefore concluded t hat nurses evaluate pain by facial expression and crying. And using non- st eroidal anti- inflam m atory analgesic, the change of decubitus, the m assage and not nutritive sucking for pain relief.

Descript ors: Pediatric Nursing; Nurses; Pain; Newborn.

RESUMEN

Est e est udio fue identificar con los enferm eros de unidad de recién nacidos evalúan el dolor del recién nacido y com o act úan frent e sua presencia. És un estudio cuant it at ivo t ransversal con 32 enferm eros que t rabaj an en la unidade de recién nacidos de un hospital particular del m unicipio de San Pablo y que respondieron a una form a respecto del evaluación y conduct a em dolor del recién nacido. Ent re los parám etros citados por las enferm eras para la evaluación del dolor, el llant o y la expresión facial son los m ás cit ados, seguido por el cam bio en los signos vit ales, agit ación y los parám etros utilizados en la escala NI PS ( fisiológicas y com portam iento) . Frente al diagnostico del dolor, la m ayoría del los profesionales refiere hacer uso de m étodos farm acológicos com o analgésicos, opóides poderosos, sedantes, débiles opiódes y anestésicos locales. Y los t ratam ient os non farm acológicos fueran el cam bio de decúbit os, m asaj e local, succión no nut ritivo ( chupet e o un dedo enluvado) y el baño de inm ersión. Se llegó a conclusión de que los enferm eros evalúan el dolor por la expresión facial y el llant o. Y el uso de ant iinflam at orios no esteroideos-inflam atorio analgésico, el cam bio de decúbito, el m asaje y la succión no nut ritiva para el alivio del dolor.

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I N TRODUÇÃO

“ A dor é um a experiência sensitiva e em ocional desagradável, associada a um a lesão t ecidual real, potencial ou descrita nos term os dessa lesão. A dor é sem pre subj etiva”( 1).

O desenvolvim ento das vias anat ôm icas necessárias para a t ransm issão da dor ocorre principalm ente na vida fetal e nos prim eiros m eses de vida. A term inação nervosa nocicept iva cut ânea do recém - nascido ( RN) , a partir de 20 sem anas de gestação, por exem plo, é igual ou m aior que um adulto( 2- 3).

Há evidências de que os neonatos possuem capacidade neurológica para perceber a dor, m esm o os neonatos pré- term o. Os recém - nascidos podem perceber a dor m ais intensam ente do que as crianças m ais velhas e os adultos porque os m ecanism os de controle inibitório são im aturos, lim itando sua capacidade para m odular a experiência dolorosa( 3).

Entre os sistem as afetados pela dor estão o neuroendócrino e o cardiovascular. Quanto ao sistem a neuroendócrino, observam - se alterações horm onais envolvendo a hipófise, adrenal e o pâncreas, gerando distúrbios no m etabolism o das proteínas e dos carboidratos. Já no sistem a cardiovascular observam - se arritm ias, hipertensão arterial e taquicardia( 2- 3). A avaliação da dor no

período neonatal baseia- se em m odificações de parâm etros fisiológicos ou com portam entais, observados antes ou depois de um estím ulo doloroso. Fisiologicam ente avaliam - se na prática clínica: freqüência cardíaca, freqüência respirat ória, pressão arterial sistólica( 3). Tem sido t am bém docum ent ado

aum ent o nas concent rações de cat ecolam inas, horm ônio do crescim ento, glucagon, cortisol, aldosterona e outros corticosteróides, bem com o a supressão da secreção de insulina( 3- 4).

Dent re os parâm et ros com port am ent ais utilizados na avaliação estão: m udanças na expressão facial, est ado de sono, choro e vigília, e os m ovim entos corporais associados aos parâm et ros fisiológicos( 3).

Os profissionais de saúde reconhecem que os recém - nascidos, principalm ente os prem aturos, est ão expostos a m últiplos eventos estressant es ou dolorosos, incluindo excesso de luz, ruídos fortes e m uit as m anipulações. O que result a em desorganização fisiológica e com port am ent al. Contudo, m edidas para o alívio da dor não são freqüent em ent e em pregadas( 4- 5).

Para que os profissionais de saúde de neonatologia possam atuar terapeuticam ente diante de situações possivelm ente dolorosas é necessário dispor de instrum entos que “ decodifiquem ” a linguagem da dor.

Dentre as escalas conhecidas, podem os cit ar Sistem a de Codificação Facial Neonatal ( Neonatal Facial Coding Syst em – NFCS) , válida e confiável

para quantificar expressões faciais associados à dor. Pode ser utilizada em recém - nascido pré- term o, de term o e até quatro m eses de idade. Seus indicadores são: front e salient e, fenda palpebral est reitada, sulco naso- labial aprofundado, boca abert a, boca estirada ( horizont al ou vert ical) , língua tensa, protusão da língua, trem or de queixo. A NFCS é a escala m ais difundida para uso clínico pela sua facilidade de uso( 3).

A Escala de avaliação da dor Neonat al ( Neonat al I nfant Pain Scale – NI PS) , com posta por cinco indicadores com portam entais e um fisiológico ( expressão facial, choro, respiração, posição dos braços, posição das pernas e estado de consciência) pode ser ut ilizada em RN pré- term o e term o. A pontuação varia de zero a sete, definindo dor para valores m aiores ou iguais a quat ro( 3- 4).

O escore para avaliação da dor pós- operatória do recém - nascido ( Crying Requires O2 for sat urat ion

above 90% I ncreased vit al Signs, Expression and Sleeplessness- CRI ES) é utilizado para recém nascidos de t erm o e possui cinco indicadores: choro, sat uração de oxigênio, freqüência cardíaca, pressão sanguínea, expressão facial e sono. Esses indicadores devem ser aplicados a cada duas horas nas prim eiras 24 horas após o procedim ento doloroso e a cada quatro horas por pelo m enos 48 horas. Quando o escore for superior ou igual a cinco, há que se adm inist rar m edicações para o alívio da dor( 3- 4).

O Perfil de dor do pré- term o ( Prem ature I nfant Pain Profile- PI PP) , utilizado para avaliar a dor em recém - nascidos pré- term o e de term o, possui sete parâm etros: idade gest acional, estado de alerta, freqüência cardíaca, saturação de oxigênio, front e saliente, olhos franzidos e sulco naso- labial. Um escore superior a 12 indica dor m oderado a intensa( 3-4).

A Escala Obj et iva de Dor HANNALLAH é prát ica e possibilita um a avaliação fidedigna através da linguagem corporal, m esm o sem verbalização. Um a pont uação m aior ou igual a seis significa dor( 6).

Há ainda outras escalas para avaliação de dor em pediat ria, com o a Escala de Avaliação da Dor de Faces, que consiste de seis faces desenhadas, variando desde a face sorrindo, para “ sem dor” , at é a face chorosa, para a “ piora da dor” . Para crianças at é 3 anos de idade. Assim com o a Escala Num érica, para crianças a part ir de 5 anos, que consist e de um a linha crescente, em que a criança diz se sua dor tem valor igual a zero ( nenhum a dor) até dez ( dor insuportável)( 7). Essas duas escalas não são

específicas para uso no período neonat al, pois t rat a-se de escalas que dependem da verbalização da criança para corret a aplicação.

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int ervenções para o alívio da dor em neonat os, exist e um conj unto de procedim entos farm acológicos e não-farm acológicos. Entre os procedim entos não farm acológicos, podem os citar: sucção não nutritiva, m udanças de decúbito, suporte postural, dim inuição de estim ulações táteis, aleitam ento m aterno precoce, glicose oral ant es e após aplicação de um est ím ulo doloroso. Tais procedim entos têm sido utilizados para o m anej o da dor durante procedim entos dolorosos para facilitar a organização e auto- regulação dos neonat os pré- t erm o( 3- 4,6).

No entanto sabem os que, ainda há m uitas discussões e controvérsias sobre o m étodo m ais eficaz para o alívio da dor. De m aneira geral, os profissionais de saúde expressam dificuldades em diagnosticar e lidar com a dor no recém - nascido devido à falhas nos conhecim entos básicos sobre a experiência dolorosa nos recém - nascidos( 5,9- 10).

Apesar de todos os avanços acerca da dor e dos recursos terapêuticos disponíveis, observa- se um distanciam ento entre o conhecim ento teórico e a prática na avaliação da dor na m aioria dos serviços neonatais. Os profissionais de saúde não são preparados para aliviar a dor e o sofrim ento do cliente e, sim para curar( 5,10- 11).

Assim , esse trabalho teve com o obj etivo identificar com o os enferm eiros que trabalham em UTI neonatal avaliam a dor no recém - nascido e quais as terapias analgésicas utilizadas para alívio da experiência dolorosa, visando um a assistência m ais hum anizada ao neonat o.

MATERI AL E MÉTODO

Trata- se de um estudo quantitativo descritivo exploratório, realizado na unidade neonatal, de um hospital particular, do m unicípio de São Paulo- SP.

A coleta de dados foi feita por m eio do preenchim ento de um form ulário, com posto de t rês partes, com questões abertas e fechadas. A prim eira relacionada a características pessoais, a segunda parte com os dados sobre o conhecim ento da dor no RN e a t erceira com dados sobre a at uação frente à dor.

O est udo foi realizado na prim eira quinzena de dezem bro de 2006. Em um a prim eira fase, os m esm os foram ent regues aos profissionais e solicit ou- se que fossem respondidos e devolvidos num prazo m áxim o de 72 horas. Com o o ret orno foi pequeno, estendeu- se o prazo para 96 horas.

A população foi com posta por 46 enferm eiros, com idades ent re 23 e 50 anos ( M= 31 anos; Desvio padrão= 6,3) , com tem po de at uação na área neonatal de 9 m eses a 26 anos, com um a m édia de 8,2 anos; DP= 6,1. Todos os participantes ( 100% ) t inham especialização na área neonatal ou pediátrica. Obteve- se um total de 32 form ulários respondidos, 09 profissionais se recusaram a participar do estudo; 02 encontravam - se em licença m aternidade no período e 03 profissionais estavam de folga/ férias.

Os dados foram coletados após aprovação pelo Com itê de Ética em Pesquisa do Hospital I sraelita Albert Einstein ( FR98087) .

A análise dos dados foi realizada por m eio de freqüências sim ples, sendo apresentados em tabelas.

RESULTADOS

Quanto ao conhecim ento da dor no período neonatal, 100% ( 32) dos profissionais de saúde referiram acredit ar que os recém - nascidos sent em dor.

Os parâm etros utilizados pelos enferm eiros para avaliar a dor no neonat o estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 : Distribuição dos parâm etros utilizados pelos enferm eiros para avaliar a dor do recém - nascido. São Paulo, 2006

Parâm et ros com port am ent ais N º %

Expressão facial 20 23,2%

Choro 20 23,2%

Agitação 09 10,5%

Expressão corporal 06 7,0%

Nível de consciência 02 2,3%

Score de dor 02 2,3%

Tônus m uscular 01 1,2%

Alt erações clínicas 01 1,2%

Postura 01 1,2%

Parâm et ros Fisiológicos

Alteração de sinais vitais 10 11,6%

Parâm et ros com port am entais 02 2,3%

Parâm et ros fisiológicos 02 2,3%

Sono 01 1,2%

Escala N I PS 09 10,5%

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Dentre os parâm etros m ais citados pelos enferm eiros para a avaliação da dor estão, a expressão facial e o choro ( 23,2% ) , seguido de alteração de sinais vitais ( 11,6% ) , agitação e os parâm et ros utilizados na Escala NI PS ( 10,5% ) .

As escalas conhecidas pelos enferm eiros para a avaliação da dor no período neonat al foram , a escala

NI PS foi citada por 29 ( 90,6% ) dos participantes, a Escala de Faces, por 5 ( 15,6% ) e a Escala Num érica por 4 ( 12,5% ) profissionais.

Os m étodos farm acológicos e não-farm acológicos usados pelos profissionais para alívio da dor no neonat o est ão referidos na Tabela 2.

Tabela 2 : Dist ribuição de m ét odos realizados para o alívio da dor no período neonat al prat icados pelos profissionais de saúde. São Paulo, 2006.

Mét odos farm acológicos N º %

Antiinflam atório não- esteroidal ( AI NEs) 18 45,0%

Opióde potente 13 32,5%

Sedativo 05 12,5%

Anestésico local 02 5,0%

Opióide fraco 01 2,5%

Anti- espasm ódico 01 2,5%

TOTAL 4 0 1 0 0 ,0 %

Mét odos não- farm acológicos

Mudança de decúbito 12 19,1%

Massagem local 11 17,5%

Sucção não nutritiva ( chupeta ou dedo enluvado) 11 17,5%

Banho de im ersão 09 14,2%

Oferecer confort o 05 7,9%

Oferecer colo ( próprio ou m at erno) 04 6,3%

Calor local 03 4,7%

Musicoterapia 02 3,2%

Método canguru 02 3,2%

Toque terapêutico 01 1,6%

Dim inuição da lum inosidade local 01 1,6%

Conversar com o recém - nascido 01 1,6%

Colocar no “ bebê- conforto” , com vibração 01 1,6%

TOTAL 6 3 1 0 0 %

Os m edicam entos citados para o alívio da dor no RN foram os antiinflam atórios não- esteroidais, com o a dipirona ( 10,25% ) e o paracetam ol ( 8,20% ) ; os opóides pot entes com o o fentanil ( 6,15% ) e a m orfina ( 2,5% ) ; os sedativos, m idazolan ( 4,10% ) e hidrato de cloral ( 1, 2,5% ) ; opióde fraco, o tram al ( 1, 2,5% ) ; e os anestésicos locais com o o “ botão” de xylocaína ( 1, 2,5% ) e aplicação de EMLA ( 1, 2,5% ) . Muitos profissionais citaram os analgésicos e opiódes, porém não os especificaram .

Quanto ao m ét odo não farm acológico de alívio da dor o m ais referido pelos enferm eiros foi à m udança de decúbito ( 12, 19,1% ) , seguido de m assagem local ( 11, 17,5% ) , sucção não nut ritiva ( chupeta ou dedo enluvado) ( 11, 17,5% ) e o banho de im ersão ( 9, 14,2% ) .

DI SCUSSÃO

A totalidade dos enferm eiros deste estudo relatou que o RN sente dor. Em estudo realizado no Maranhão, 100% dos enferm eiros consideraram im port ant e o t rat am ent o da dor no RN, por dim inuir o sofrim ent o, proporcionar confort o, recuperar- se m ais

rapidam ente e evitar problem as psicológicos fut uros( 12).

A presença da dor no recém - nascido foi identificada pelos profissionais de saúde dest e estudo por m eio de alterações nos parâm et ros fisiológicos ( freqüência respirat ória, freqüência cardíaca, t em perat ura corpórea, sat uração de oxigênio) e através de alterações de parâm et ros com port am ent ais ( expressão facial, choro, flexão de m em bros, agitação, irritabilidade) . Parâm etros estes tam bém citados em um estudo( 5) com m em bros da

equipe de saúde de um hospital universitário de Cuiabá- MT. Seu uso isolado não seria suficient e para traduzir o real estado doloroso do recém - nascido. Parâm etros fisiológicos parecem úteis para avaliar a dor na prát ica clínica, m as em geral, não podem ser usados de form a isolada para decidir se o RN apresent a dor e se há necessidade do uso de analgésico( 4). Seria im portante tam bém associá- los

aos parâm etros com portam entais.

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A em issão do choro na dor é t ensa e est rident e, com freqüência fundam ental aguda e variações, com o quebras, bitonalidade e freqüência hiperaguda( 13).

As escalas de dor são instrum entos que facilitam a int eração e com unicação ent re os m em bros da equipe de saúde, perm itindo avaliar a evolução da dor em cada paciente e a verificar a resposta frent e à terapia analgésica. Preferencialm ente, um a única escala de avaliação da intensidade da dor deve ser utilizada em cada serviço para lograr acurácia, porém , pode haver a necessidade de incluir outras escalas considerando a idade, capacidade e até preferência da criança( 7).

Em nosso estudo, realizado num hospit al particular, a NI PS era a escala protocolada para ser utilizada pelos profissionais da unidade neonatal, por isso foi citado por 29/ 32 enferm eiro. Essa escala de fácil aplicação pelos profissionais, considera que a m elhor m aneira de avaliar a dor é por dim ensões m últiplas( 4,14).

Alguns profissionais citaram erroneam ente a Escala de Faces e a Escala Num érica com o instrum ento de avaliação da dor em RN, porém essas escalas não são ut ilizadas em neonat os.

Com o a unidade, do present e est udo, at ende tam bém pacientes pós- cirúrgicos, acreditam os que o uso da Escala CRI ES, tornaria a avaliação da dor m ais válida nestes pacientes, porém , a m esm a não poderia ser aplicada a pacientes entubados. Em nossa prática clínica, o uso desta escala tem m ostrado m aior acurácia no que diz respeito à detecção precoce e posterior m anej o da dor do RN pós- cirúrgico.

Em relação ao controle da dor, constata- se a disponibilidade de um arsenal terapêutico. No entanto, o seu uso é relat ivam ente reduzido em decorrência da inexistência de estudos com probatórios sobre ações farm acológicas específicas nesta faixa etária( 4).

Em um estudo sobre o uso de analgésicos para o alívio da dor desencadeada por procedim entos invasivos realizado na UTI Neonat al com 91 recém -nascidos, observou- se que apenas 25% receberam algum a dose de analgésico por via sistêm ica. Verificou- se que nenhum a dose de m edicam ento foi adm inistrada para o alívio da dor aguda durant e os procedim ent os de ent ubação traqueal, punção arterial, venosa, capilar e lom bar( 15).

Em pesquisa realizada com 104 pediatras, som ente 25 a 30% dos m édicos que atuavam em terapia intensiva e 50% dos pediatras que trabalhavam com neonatos saudáveis relataram em pregar m edidas para o t rat am ent o da dor( 11).

No atual estudo, o uso de fárm acos foi utilizado com freqüência para o alívio da dor dos recém -nascidos, quando diagnosticado um escore alto para dor após a aplicação da escala NI PS e, após com unicação ao m édico responsável. Dado este que

reflete o preparo e a pronta atuação dos profissionais desta instituição quanto ao uso de m étodos farm acológicos frent e à dor do RN.

Os m étodos não- farm acológicos tam bém são eficazes no tratam ento da dor e podem ser utilizados na prática diária, principalm ente por enferm eiros. A m udança de decúbito, a m assagem local e o banho de im ersão foram as condutas que m ereceram m aior destaque no alívio da dor para os profissionais desta pesquisa. A sucção não- nut rit iva foi cit ada por apenas 17,5% , enquanto o uso da glicose oral não foi cit ado por nenhum dos pofissionais.

O uso da sacarose é seguro e efetivo na redução de dor de punção no calcanhar, punção venosa, porém seu uso repetido em neonatos necessita ser investigado, bem com o a com binação com outras intervenções com portam entais e farm acológicas( 16).

Em estudo realizado sobre o efeito da m úsica na dor de 79 pacientes de pós- cirurgia cardíaca pediátrica observou- se um a diferença estatisticam ente significativa após a intervenção, ou sej a, a m úsica t eve um a ação benéfica nessas crianças na redução da dor, avaliada pela escala facial de dor( 17).

A adm inistração de leite ou am am entação deve ser utilizada para o alívio da dor nos neonatos subm etidos a procedim entos dolorosos, ao invés de utilizar placebo, m udança de decúbito ou nenhum a intervenção( 18). A am am entação parece aliviar a dor

nos neonatos que é pot encializado com o contat o pele a pele, o leit e e os est ím ulos sensoriais entre out ros( 19).

Antes de adm inistrar a m edicação analgésica, a enferm agem pode e deve fazer uso de m edidas de confort o para m inim izar a dor, agit ação e ansiedade do RN. Tais m edidas aplicadas isoladam ente não aliviam a dor, m as são capazes de reduzir a agitação e indiretam ente, prom over a organização com port am ent al, confort o e repouso( 5).

Em est udo realizado no Ceará, com 100 crianças com parando a avaliação da dor feita pela criança e pelo acom panhante, observou- se m aiores níveis de dor, na avaliação feit a pela criança( 20).

A sensibilização do profissional que trabalha em unidade neonatal em relação aos sinais dolorosos dem onstrados pela criança, parece m elhorar o diagnóstico e conseqüentem ente o t ratam ento da dor( 8).

CON CLUSÕES

Os achados deste estudo revelam que 100% ( 32) dos profissionais de saúde referiram acreditar que os recém - nascidos sentem dor.

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agitação e os parâm etros utilizados na escala NI PS ( 9 citações, 10,5% ) .

Os m étodos não farm acológico usados pelos enferm eiros para alívio da dor foram analgésico antiinflam atório não- est eroidal ( 18, 45,0% ) , opióde potente ( 13, 32,5% ) e sedativo ( 4, 10,0% ) .

Os m étodos não farm acológicos m ais usados pelos enferm eiros para alívio da dor foram à m udança de decúbito ( 12, 19,1% ) , m assagem local ( 11, 17,5% ) , sucção não nut ritiva/ chupet a ou dedo enluvado ( 11, 17,5% ) e o banho de im ersão ( 9, 14,2% ) .

O diagnóstico de dor no RN deve ser de responsabilidade não só dos enferm eiros, m as tam bém de toda equipe de saúde. É im portante o em penho na im plant ação e ut ilização de escalas de dor adequadas às caract eríst icas da unidade.

Sugerim os um a m aior utilização dos m étodos não- farm acológicos para o m anej o da dor, pelos enferm eiros a fim de prom over um a assistência hum anizada ao cuidado neonat al.

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Artigo recebido em 10.12.07.

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Tabela 1 : Distribuição dos parâm etros utilizados pelos enferm eiros para  avaliar a dor do recém - nascido
Tabela 2 : Dist ribuição de m ét odos realizados para o alívio da dor no período   neonat al prat icados pelos profissionais de saúde

Referências

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