Determinação Cromatográfica e Degradação
Fotoeletrocatalítica do corante Disperso
Dispersol Black CVS
PATRICIA ALVES CARNEIRO
PATRICIA ALVES CARNEIRO
Determinação Cromatográfica e Degradação Fotoeletrocatalítica do
Corante Disperso Dispersol Black CVS
Tese apresentada ao Instituto de Química, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Química.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Valnice Boldrin Zanoni Co-orientadora: Profa. Dra. Gisela de Aragão Umbuzeiro
FICHA CATALOGRÁFICA
Carneiro, Patricia Alves
C289d Determinação cromatográfica e degradação fotoeletrocatalítica do corante disperso Dispersol Black CVS / Patricia Alves Carneiro. – Araraquara : [s.n], 2007
179 f. : il.
Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Química Orientador: Maria Valnice Boldrin Zanoni
1. Cromatografia. 2. Corantes. 3. Fotocatálise. I. Título.
Elaboração: Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação do Instituto de Química de Araraquara
DEDICATÓRIA
A Deus
...que deu a necessária
coragem para atingir o meu objetivo
e que me fez forte para vencer os obstáculos.
Aos Meus Pais e Minha Família
Dedico este trabalho aos meus pais Álvaro (in memorian) e
Emilia por absolutamente tudo... Pelo imensurável amor,
pela compreensão, pela paciência, pelo apoio e pelo grande
incentivo que sempre a mim transmitiram. A você meu pai,
obrigada pelos valores que levarei comigo por toda a vida...
E a você minha mãe, obrigada pelo exemplo de coragem e
determinação.
Dedico também a minha querida irmã, Mara, pela
amizade, pelo carinho, companheirismo, apoio, paciência e
incentivo.
Obrigada minha irmã por estar sempre ao meu lado,
especialmente quando eu mais precisei. Você é meu
exemplo de fé.
E finalmente a você Jr. por simplesmente fazer-me feliz.
Sem a ajuda e presença constante de vocês eu jamais
teria conseguido chegar até aqui.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ainda...
A Profa. Dra. Maria Valnice Boldrin Zanoni por sua orientação, confiança, pelos ensinamentos, pela dedicação, pelo convívio, pela cumplicidade e pela liberdade que sempre me foi dada durante a realização deste trabalho. Agradeço especialmente pelo carinho, paciência, alegria e principalmente pelo constante incentivo para a conquista desta nova etapa da minha vida. Sem você seria impossível!
A Profa. Dra. Gisela de Aragão Umbuzeiro pela oportunidade de participar deste trabalho, pela valiosa orientação e também pela amizade e colaboração.
Ao Prof. Dr. Nelson Ramos Stradiotto e a Profa. Dra. Hideko Yamanaka pelos ensinamentos, incentivo, mas principalmente pela amizade destes anos todos.
Ao Prof. Dr. Nivaldo Boralle pela obtenção e interpretação dos dados de RMN, pela ajuda e amizade. A Irene, pela atenção e dedicação na obtenção das análises de infravermelho. Ao senhor Laércio Ferragina, da indústria DyStar, pela amostra do corante Dianix CC3R, gentilmente concedida.
A amiga Danielle de Oliveira pela amizade e colaboração neste trabalho. Aos amigos da CETESB-SP pela colaboração.
Ao Prof. Dr. Wagner Villegas e ao aluno Daniel Rinaldo pela ajuda na extração do corante.
A toda minha família, em especial as minhas tias que rezaram muito para essa minha conquista.
As meninas da pós-graduação Sandra, Patrícia e Célia e as “ex- meninas” Izolina e Vilma, muitíssimo obrigada por toda ajuda, paciência e amizade. Com a ajuda de vocês foi mais fácil.
As bibliotecárias e em especial a Valéria e Priscila por todo esforço no meu auxílio. A todos do Instituto de Química da Unesp de Araraquara que são responsáveis pela manutenção da Instituição e a todos que direta ou indiretamente colaboraram na realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos.
A todos os professores do Instituto de Química que contribuíram para a minha formação profissional.
Ao Prof. Dr. Marc A. Anderson pela orientação e amizade durante o período do meu estágio no Water Chemistry Program, em Madison. Muito obrigada pela valiosa contribuição no meu trabalho e na minha formação profissional e pessoal, especialmente obrigada pela paciência, dedicação e alegria que sempre foram constantes durante a nossa convivência. Certamente foi um dos melhores períodos da minha vida, no qual eu tive a oportunidade de conhecer um brilhante cientista e certamente um grande amigo. Meu agradecimento especial a Profa. Dra. Isabel Tejedor pelo carinho, paciência, amizade e pelas valiosas sugestões e discussões sobre o meu trabalho.
A todos amigos do Water Chemistry Program, Dr. Walt Zeltner, Louise, Troy, Kevin, Greg, Ken, Paco, Rhong, Phill, Josh, Andrew, Jen e Jess, Rodolfo, Phoebe, Megan, Mary Possin, Eillen, Terry, Dean e Dr. Armstrong, meu muito obrigada pela receptividade e adorável convivência. Meu agradecimento especial também aos meus amigos Florence, Ben e Alouise, que me ensinaram que acima de tudo é preciso amar ao próximo, e são exemplos de pessoas que superaram as diferenças e os obstáculos sem perder a alegria de viver. Ao Jeo por me ajudar mesmo antes de chegar em Madison.
"Quais as lições do abismo?
O abismo causa medo,
a planície é tranqüila. Mas os caminhos da planície
não nos testam, nada exigem e passam... Já o abismo nos dá as lições
do Amor e da Morte."
"... e a vida não é um caminho tão conhecido como pensamos... Há lições que ainda não aprendemos, porque nos acostumamos à
alegre despreocupação. É preciso saber enfrentar as durezas dos abismos da vida".
Resumo
Na primeira etapa deste trabalho, o comportamento cromatográfico do corante
Disperso Dispersol Black CVS, e seus componentes isolados, foi investigado através do uso
da técnica de cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de diodos. A
análise do cromatograma evidenciou a presença de 3 corantes dispersos distintos presentes na
amostra comercial de CVS e identificados como sendo Laranja CVS, Violeta CVS e Azul
CVS. A separação das espécies foi otimizada através do estudo da composição e da proporção
da fase-móvel, da temperatura da coluna e da vazão da fase móvel. As melhores condições
foram estabelecidas como sendo a fase móvel acetonitrila/água na proporção de 85:15, a
temperatura da coluna de 40 °C e vazão de 1,0 mL min1. Nestas condições, os corantes
Laranja CVS, Violeta CVS e Azul CVS, presentes na formulação comercial do corante
Disperso Dispersol Black CVS, foram identificados pelos tempos de retenção e pelas bandas
de máxima absorção e são caracterizados em 5,7 minutos e 430 nm, 7,3 minutos e 562 nm e
9,3 minutos e 592 nm, respectivamente. Com intuito de desenvolver uma metodologia
analítica para detecção destes corantes em amostras ambientais, curvas analíticas das espécies
foram traçadas e o método caracterizou-se como adequado para a análise de traços dessas
substâncias em amostras reais. O perfil eletroquímico das espécies foi também investigado e
em meio de acetonitrila foi possível estabelecer possíveis rotas metabólicas de oxidação e
redução para estes corantes. A degradação fotoeletrocatalítica do corante CVS em meio
aquoso foi investigada em eletrodos de filmes finos de Ti/TiO2 e os parâmetros inerentes à
técnica foram estudados. Os resultados apresentaram-se satisfatórios para a remoção de cor e
degradação destas espécies. O produto da fotoeletrocatálise foi comparado aos resultados
obtidos por cloração convencional e os resultados de mutagênese apontaram uma diminuição
Abstract
In the first step of this work the chromatographic behavior of the Dispersol Black CVS
Disperse dye and their isolated species were investigated by High Performance Liquid
Chromatography with diode array detection. The chromatogram showed 3 Disperse dyes that
are unlike and are present in the CVS commercial sample. The dyes were identified as
Laranja CVS, Violeta CVS and Azul CVS. The species were separated and the
chromatographic conditions were optimized to the mobile-phase, column temperature and
mobile phase flow rate. The best conditions were established as acetonitrile/water 85:15, the
oven temperature was 40 °C and flow rate was 1.0 mL min-1. In these conditions the Laranja
CVS, Violeta CVS and Azul CVS present in the commercial sample of Dispersol dye were
identified by the retention time and wavelength and are characterized in 5.7 minutes and 430
nm to Laranja CVS, 7.3 minutes and 562 nm to Violeta CVS and finally 9.3 minutes and 592
nm to Azul CVS. The aim of this work was develop a sensible and selective method to
identify and quantify these species in environmental samples by analytical curves and was
possible to conclude that the chromatographic method was satisfactory for this purpose. The
electrochemical behavior of these dyes was investigated in acetonitrile and water media and
was possible to establish the oxidative and reductive metabolic routes as model for this kind
of dye. The photoelectrocatalysis of CVS dye in aqueous media was studied by using Ti/TiO2
thin films photoanodes. The results showed total color removal and 61% of mineralization. In
addition, The effluent treated by the photoelectrocatalytic method showed a much lower
mutagenicity compared to the effluent treated by the conventional chemical chlorination
Sumário
CAPÍTULO I ...14
I – INTRODUÇÃO ...14
I – 1 - Corantes têxteis...14
I – 1.2 – Riscos toxicológicos...16
I – 2 – Teste de Ames ...23
I – 3 – Métodos de monitoramento para corantes ...26
I – 4 – Métodos de remediação de corantes têxteis ...27
I – 4.1 – Oxidação fotoeletrocatalítica ...32
I – 4.1.1 – Fotoeletrocatálise sobre TiO2...41
I – 4.1.2 – Preparação do TiO2...50
I – 5 – Justificativa ...57
I – 6 – Corantes Dispersos portadores de grupo azo como cromóforo...61
I – 6.1 – Corante Disperso Dispersol Black CVS ...64
CAPÍTULO II...65
II – OBJETIVOS ...65
CAPÍTULO III ...66
III – PARTE EXPERIMENTAL...66
III - 1 – Soluções ...66
III - 2 – Cromatografia em camada delgada e separação dos corantes...66
III - 3 – Análise cromatográfica – Metodologia para separação e quantificação ...67
III - 4 – Análise espectrofotométrica na região do UV-Visível ...68
III - 5 – Análise eletroquímica...68
III - 6 – Análise toxicológica...71
III - 7 – Experimentos de fotoeletrocatálise. ...72
III - 7.1 – Preparação do fotoânodo de TiO2. ...72
III - 7.2 – Célula de fotoeletrocatálise. ...73
III - 7.3 – Fotoeletrocatálises...74
III - 7.4 – Análise química dos produtos da fotoeletrocatálise...74
III - 8 – Análise de cloro fotogerado. ...75
III - 9 – Cloração química. ...76
CAPÍTULO IV ...77
IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO ...77
IV - 1 – Análise Cromatográfica ...77
IV – 1.1 – Otimização dos parâmetros cromatográficos ...77
IV – 1.1.1 – Otimização da fase móvel ...77
IV – 1.1.2 – Otimização do vazão ...81
IV – 1.1.3 – Otimização da temperatura da coluna ...83
IV – 1.2 – Análise dos componentes isolados dos corantes ...86
IV – 1.3 – Análise espectrofotométrica dos picos dos corantes CVS e Dianix...90
IV – 1.4 – Metodologia analítica para determinação de corantes Dispersos através da técnica de Cromatografia líquida de alta eficiência com arranjo de diodos ...94
IV – 1.4.1 – Curvas Analíticas para os corantes Laranja Dianix, Laranja CVS, Violeta CVS e Azul CVS...94
IV – 1.4.2 – Investigação da presença dos corantes dispersos Laranja CVS, Violeta CVS e Azul CVS em amostras ambientais. ...100
IV - 2 – Comportamento eletroquímico dos corantes...111
IV – 2.1 – Redução eletroquímica do corante CVS em meio aquoso ...111
IV – 2.3 – Comportamento eletroquímica do corante CVS em meio não aquoso ...118
IV – 2.4 – Redução eletroquímica dos corantes dispersos em meio não aquoso ...119
IV - 3 – Fotoeletrocatálise do corante Disperso Dispersol Black CVS...132
IV – 3.1 – Caracterização dos eletrodos nanoporosos de Ti/TiO2...132
IV – 3.1.1 – Efeito da luz incidente...132
IV – 3.2 – Degradação dos corantes Laranja CVS, Violeta CVS e Azul CVS ...137
IV – 3.2.1 – Influência do potencial aplicado ...138
IV – 3.2.2 – Influência da concentração do eletrólito suporte...144
IV – 3.2.3 – Influência do pH na fotoeletrocatálise do corante CVS ...150
IV - 4 – Degradação fotoeletrocatalítica do Corante Disperso CVS em condições semelhantes ao efluente industrial ...154
IV - 5 – CONCLUSÕES ...162
Lista de Esquemas
Esquema 1: C-Hidroxilação (hidroxilação do anel aromático)18...18
Esquema 2: N-Hidroxilação e formação do composto Nitrenium18...19
Esquema 3: Reação do composto Nitrenium com o DNA (guanosina)18...19
Esquema 4: Desmetilação (metabolismo oxidativo)18...20
Esquema 5: Mecanismo de redução do grupo azo18...21
Esquema 6: Reação de hidrólise do alcóxi-percursor de titânio. O termo OR refere-se aos grupos alcóxi ligados no átomo de titânio...52
Esquema 7: Reações de condensação do alcóxi-percursor de titânio. O termo () significa que o átomo de titânio pode estar ligado a mais três grupos OH ou grupos OR...53
Esquema 8: Reações de policondensação do alcóxi-precursor de titânio. ...53
Esquema 9: Secagem do gel para a obtenção do xerogel...53
Esquema 10: Calcinação do gel ou do xerogel para a obtenção do óxido desejado...54
Esquema 11: Mecanismo de reação catódica de compostos nitroaromáticos em acetonitrila150. ...122
Esquema 12: Mecanismo de reação catódica de compostos halonitroaromáticos em acetonitrila150. ...125
Esquema 13: Mecanismo de reação catódica de compostos azo aromáticos em acetonitrila150. ...126
Lista de Figuras
Figura 1: Esquema representativo do modelo de bandas para o semicondutor TiO2...33
Figura 2: Representação esquemática da localização do nível de Fermi (Ef) em um (A) semicondutor intrínseco, (B) em um semicondutor do tipo-n e (C) em um semicondutor do tipo-p...42 Figura 3: Representação esquemática do equilíbrio termodinâmico estabelecido para um condutor do tipo-n (A) antes e (B) após a junção com a solução contendo o eletrólito ...44 Figura 4: Diagrama esquemático de um semicondutor do tipo-n/interface líquida após a junção no equilíbrio. A espessura das camadas não estão desenhadas na escala correta. EBCS é
a energia da banda de condução na interface e EBVS a energia da banda de valência na
interface. ...46 Figura 5: Representação esquemática do diagrama de uma reação fotoeletrocatalítica...48 Figura 6: Esquema das cinco etapas envolvidas na formação das camadas delgadas pelo processo de dip-coating128. ...55 Figura 7: Esquema ilustrando a retração devido a secagem e reações de policondensação durante a formação das camadas delgadas128. ...55 Figura 8: Diagrama dos pontos de coleta da região do Ribeirão dos Cristais...58 Figura 9: Estruturas moleculares dos componentes do corante Dispersol Black CVS: (A) Azul CVS, (B) Violeta CVS e (C) Laranja CVS. ...60 Figura 10: Esquema do conjunto de eletrodos e da célula empregada nos experimentos de Voltametria Cíclica. 1) Eletrodo de trabalho; 2) Eletrodo de referência Ag/Ag+; 3) Fio de platina; 4) eletrodo auxiliar; 5) Capilar de Lüggin; 6) Capacitor de 10PF...70 Figura 11: Célula fotoeletroquímica utilizada no processo de degradação do corante disperso. 1) eletrodo de trabalho Ti/TiO2 , 2) eletrodo auxiliar de Platina, 3) eletrodo de referência
(ECS), 4) borbulhador, 5) janela de quartzo e 6) fonte de irradiação. ...74 Figura 12: Ilustração do Aparelho de Kipp utilizado para a geração de cloro através da reação entre ácido clorídrico e permanganato de potássio...76 Figura 13: Cromatograma da solução mista (50:50 ACN/H2O) do corante Dianix Preto CC3R
1,00 g L-1 eluída com a fase móvel ACN/H2O 80:20. O inicial = 200 nm e O final = 800 nm. T
= 30 °C, f = 1,0 ml min-1. ...78 Figura 14: Cromatogramas da solução mista do corante Dianix Preto CC3R 1,00 g L-1 eluida com diferentes proporções da fase móvel Acetonitrila/H2O. O inicial = 200 nm e O final = 800
nm. T = 30 °C, f = 1,0 ml min-1. (A) 85:15 ACN/H2O, (B) 80:20 ACN/H2O e (C) 75:25
ACN/H2O. ...79
Figura 15: Cromatogramas da solução mista do corante Dianix Preto CC3R 1,00 g L-1 eluida ACN/H2O 85:15 em diferentes temperaturas da coluna. f = 1,0 ml min-1. O inicial = 200 nm e
O final = 800 nm. (A) T = 25 ºC, (B) T = 30 ºC, (C) T = 35 ºC e (D) T = 40 ºC. ...85 Figura 16: Perfil cromatográfico da amostra comercial do corante CVS (curva A), do corante disperso Laranja CVS (pico I) obtido em 430 nm (curva B), do corante disperso Violeta CVS (pico II) obtido em 562 nm (curva C) e do corante disperso Azul CVS (pico III) obtido em 592 nm (curva D). Condições cromatográficas: acetonitrila/água 85:15 como fase móvel, coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1...87 Figura 17: Perfil cromatográfico da amostra comercial do corante Dianix (curva A), do
corante disperso Laranja CVS, pico III: corante disperso Violeta CVS e pico IV: corante disperso Azul CVS. Condições cromatográficas: acetonitrila/água 85:15 como fase móvel, coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1...89
Figura 19: Espectros hidrodinâmicos de absorbância na região do UV-VIS obtidos por detecção de arranjo de diodos para os picos do corante Dianix Preto CC3R: (A) Laranja Dianix, (B) Violeta e (C) Azul; Fase móvel ACN/H2O 85:15, T = 40 °C, f = 1,0 mL min-1. O
inicial = 200 nm e O final = 800 nm. ...91 Figura 20: Espectros hidrodinâmicos de absorbância na região do UV-VIS obtidos por
detecção de arranjo de diodos para os picos dos componentes isolados do corante Dispersol Black CVS: (A) Laranja CVS; (B), Violeta CVS e (C) Azul CVS; Fase móvel ACN/H2O
85:15, T = 40 °C, f = 1,0 mL min-1. O inicial = 200 nm e O final = 800 nm...92 Figura 21: Curva Analítica obtida a partir das soluções do corante disperso Laranja CVS. Acetonitrila/Água 85:15, 40 °C, f = 1,0 mL min-1. O = 433 nm...96 Figura 22: Curva Analítica obtida a partir das soluções do corante disperso Violeta CVS. Acetonitrila/Água 85:15, 40 °C, f = 1,0 mL min-1. O = 562 nm...96 Figura 23: Curva Analítica obtida a partir das soluções do corante disperso Azul CVS.
Acetonitrila/Água 85:15, 40 °C, f = 1,0 mL min-1. O = 595 nm...97 Figura 24: Curva Analítica obtida a partir das soluções do corante disperso Laranja Dianix. Acetonitrila/Água 85:15, 40 °C, f = 1,0 mL min-1. O = 443 nm...97 Figura 25: Cromatogramas do corante disperso Laranja CVS presente (1) efluente bruto da indústria de tingimento e (2) no efluente tratado. Cromatogramas obtidos em 430 nm,
ACN/H2O 85:15, 40 °C e f = 1,0 mL min-1. Espectro UV-Vis. obtido em tr = 5,3 minutos. .104
Figura 26: Cromatogramas do corante disperso Violeta CVS presente (1) efluente bruto da indústria de tingimento e (2) no efluente tratado. Cromatogramas obtidos em 562 nm,
ACN/H2O 85:15, 40 °C e f = 1,0 mL min-1. Espectro UV-Vis. obtido em tr = 7,1 minutos ..104
Figura 27: Cromatogramas do corante disperso Azul CVS presente (1) efluente bruto da indústria de tingimento e (2) no efluente tratado. Cromatogramas obtidos em 592 nm,
ACN/H2O 85:15, 40 °C e f = 1,0 mL min-1. Espectro UV-Vis. obtido em tr = 9,1 minutos ..105
Figura 28: Cromatogramas dos corantes dispersos (A) Laranja CVS (430 nm), (B) Violeta CVS (562 nm) e (C) Azul CVS (592 nm) presentes no (1) lodo da ETA/Cajamar e (2)
Sedimento na entrada da ETA. Condições: ACN/H2O 85:15, 40 °C e f = 1,0 mL min-1...106
Figura 29: Cromatogramas dos corantes dispersos (A) Laranja CVS (430 nm), (B) Violeta CVS (562 nm) e (C) Azul CVS (592 nm) presentes no (1) água na entrada da ETA/Cajamar, (2) água pré-clorada na entrada da ETA e (3) água na saída da ETA para abastecimento. Condições: ACN/H2O 85:15, 40 °C e f = 1,0 mL min-1...107
Figura 30: Resultados de mutagenicidade para as amostras de efluentes descartados no Rio Cristais, utilizando-se as linhagens YG 1041 com e sem S9. ...109 Figura 31: Resultados de mutagenicidade para as amostras de águas superficiais coletadas no Rio Cristais, utilizando-se as linhagens YG 1041 com e sem S9...109 Figura 32: Resultados de mutagenicidade para as amostras de sedimentos coletados no Rio Cristais, utilizando-se as linhagens YG 1041 com e sem S9. ...110 Figura 33: Voltamograma cíclico da redução do (A) eletrólito suporte e de (B) 0,50 g L-1 do
Figura 36: Efeito da variação do pH sobre o potencial e corrente do pico catódica do corante CVS 0,50 g L-1, obtido de voltamogramas cíclicos a 0,05 V s-1 em carbono vítreo vs.
Ag/AgCl em tampão B-R 4,0x10-2 mol L-1 pH 2,0 a 8,0 para o pico II. () Ipc (PA) e () Epc (V) ...114 Figura 37: Voltamograma cíclico da oxidação do (A) eletrólito suporte e de (B) 0,50 g L-1 do
corante CVS em tampão B-R 4,0x10-2 mol L-1 pH 2,0 sobre eletrodo de carbono vítreo vs. Ag/AgCl, Q = 0,05 V s-1. ...115 Figura 38: Voltamograma cíclico da oxidação do (A) eletrólito suporte e de (B) 0,50 g L-1 do corante CVS em tampão B-R 4,0x10-2 mol L-1 pH 12,o sobre eletrodo de carbono vítreo vs. Ag/AgCl, Q = 0,05 V s-1. ...116 Figura 39: Efeito da variação do pH sobre o potencial e corrente do pico anódica do corante CVS 0,50 g L-1, obtido de voltamogramas cíclicos a 0,05 V s-1 em carbono vítreo vs.
Ag/AgCl em tampão B-R pH 2,0 a 10,0. () Ipa (PA) e () Epa (V). ...117 Figura 40: Voltamogramas cíclicos da redução do corante Azul CVS 5,00 g L-1 em
acetonitrila + NaClO4 0,2 mol L-1 sobre eletrodo de carbono vítreo vs. Ag/Ag+, Q = 0,05 V s-1.
...120 Figura 41: Voltamogramas cíclicos da redução do corante Violeta 5,00 g L-1 em acetonitrila + NaClO4 0,2 mol L-1 sobre eletrodo de carbono vítreo vs. Ag/Ag+, Q = 0,05 V s-1. ...120
Figura 42: Voltamogramas cíclicos da redução do corante Laranja CVS 0,10 g L-1 em Acetonitrila + NaClO4 0,2 mol L-1 sobre eletrodo de carbono vítreo vs. Ag/Ag+, Q = 0,05 V s -1...121
Figura 43: Estruturas moleculares em 3 dimensões dos corantes (A) Azul CVS, (B) Violeta CVS e (C) Laranja CVS. ...123 Figura 44: Voltamogramas cíclicos da oxidação do corante Azul 5,00 g L-1 em Acetonitrila + NaClO4 0,2 mol L-1 sobre eletrodo de carbono vítreo vs. Ag/Ag+, Q = 0,05 V s-1...127
Figura 45: Voltamogramas cíclicos da oxidação do corante Violeta 5,00 g L-1 em Acetonitrila
+ NaClO4 0,2 mol L-1 sobre eletrodo de carbono vítreo vs. Ag/Ag+, Q = 0,05 V s-1...128
Figura 46: Voltamogramas cíclicos da oxidação do corante Laranja CVS 0,10 g L-1 em Acetonitrila + NaClO4 0,2 mol L-1 sobre eletrodo de carbono vítreo vs. Ag/Ag+, Q = 0,05 V s -1...128
Figura 47: Curvas de fotocorrente-potencial obtidas para o eletrodo de Ti/TiO2 em NaCl
1,0x10-3 mol L-1 pH 7,0 sem irradiação (curva A) e sob irradiação a 305 nm (curva B).
Velocidade de varredura de 10 mV s-1. ...133 Figura 48: Curva de fotocorrente em função do comprimento de onda obtida para o eletrodo de Ti/TiO2 em NaCl 1,0x10-3 mol L-1, pH 7,0, E = +1,0 V na região de 200 a 500 nm. ...135
Figura 49: Curvas de fotocorrente em função do potencial obtidas para o eletrodo de Ti/TiO2
em NaCl 1,0x10-3 mol L-1, pH 7,0, sem irradiação (curva A) e irradiado com luz nos comprimentos de onda de 365 nm (curva B), em 290 nm (curva C), em 305 nm (curva D). Velocidade de varredura de 10 mV s-1. ...136 Figura 500: Remoção dos corantes Dispersos: () Laranja CVS (tr = 5,7 min.), ( ) Violeta CVS (tr = 7,3 min.) e () Azul CVS (tr = 9,3 min.). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,2 mol L-1, pH 3,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +0,8 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1. 139 Figura 511: Fotodescoloração dos corantes dispersos: () Laranja CVS (430 nm),
( ) Violeta CVS (562 nm) e () Azul CVS (592 nm). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,2 mol L-1, pH 3,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +0,8 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
Figura 522: Remoção dos corantes dispersos: () Laranja CVS (tr = 5,7 min.), ( ) Violeta CVS (tr = 7,3 min.) e () Azul CVS (tr = 9,3 min.). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,2 mol L-1, pH 3,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,0 V,
O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1. 140 Figura 533: Fotodescoloração dos corantes dispersos: () Laranja CVS (430 nm),
( ) Violeta CVS (562 nm) e () Azul CVS (592 nm). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,2 mol L-1, pH 3,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,0 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1. 140 Figura 544: Remoção dos corantes dispersos: () Laranja CVS (tr = 5,7 min.), ( ) Violeta CVS (tr = 7,3 min.) e () Azul CVS (tr = 9,3 min.). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,2 mol L-1, pH 3,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,2 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1. 141 Figura 555: Fotodescoloração dos corantes dispersos: () Laranja CVS (430 nm),
( ) Violeta CVS (562 nm) e () Azul CVS (592 nm). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,2 mol L-1, pH 3,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,2 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1. 141 Figura 566: Remoção dos corantes dispersos: () Laranja CVS (tr = 5,7 min.), ( ) Violeta CVS (tr = 7,3 min.) e () Azul CVS (tr = 9,3 min.). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,2 mol L-1, pH 3,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,4 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1. 142 Figura 577: Fotodescoloração dos corantes dispersos: () Laranja CVS (430 nm),
( ) Violeta CVS (562 nm) e () Azul CVS (592 nm). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,2 mol L-1, pH 3,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,4 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1. 142 Figura 58: Cromatogramas da amostra comercial do corante CVS 0,01 g L-1 (1) antes da fotoeletrocatálise e (2) após a fotoeletrocatálise em NaCl 0,2 mol L-1, pH 3,0 em Ti/TiO2, E =
+0,8 V. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel, coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1. Tempo de análise de 3 horas...144 Figura 59: Espectros de absorção na região do UV-Vis correspondente as soluções padrões de permanganato de potássio equivalentes ao cloro ativo submetidas à reação com DPD em tampão fosfato. Curvas : (1) 0,05 mg L-1,(2) 0,25 mg L-1, (3) 0,50 mg L-1, (4) 1,00 mg L-1, (5) 1,50 mg L-1, (6) 2,00 mg L-1, (7) 2,50 mg L-1,(8) 3,00 mg L-1, (9) 3,50 mg L-1, (10) 4,00 mg L
-1...148
Figura 60: Avaliação da geração fotoeletrocatalítica de Cl2 em função do pH.
Fotoeletrocatálises em Ti/TiO2, NaCl 0,05 mol L-1, E = +1,0 V, O = 305 nm. ...149
Figura 61: Avaliação da geração fotoeletrocatalítica de Cl2 em função do potencial aplicado.
Fotoeletrocatálises em Ti/TiO2, NaCl 0,05 mol L-1, pH 7,0, O = 305 nm. ...149
Figura 62: Remoção dos corantes dispersos: () Laranja CVS (tr = 5,7 min.), ( ) Violeta CVS (tr = 7,3 min.) e () Azul CVS (tr= 9,3 min.). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,05 mol L-1, pH 2,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,0 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
Figura 63: Fotodescoloração dos corantes dispersos: () Laranja CVS (430 nm), ( ) Violeta CVS (562 nm) e () Azul CVS (592 nm). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,05 mol L-1, pH 2,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,0 V,
O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1. 151 Figura 64: Remoção dos corantes dispersos: () Laranja CVS (tr = 5,7 min.), ( ) Violeta CVS (tr = 7,3 min.) e () Azul CVS (tr= 9,3 min.). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,05 mol L-1, pH 7,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,0 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0 mL min-1. 152 Figura 65: Fotodescoloração dos corantes dispersos: () Laranja CVS (430 nm),
( ) Violeta CVS (562 nm) e () Azul CVS (592 nm). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,05 mol L-1, pH 7,0, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,0V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0mL min-1..152 Figura 66: Remoção dos corantes dispersos: () Laranja CVS (tr = 5,7 min.), ( ) Violeta CVS (tr = 7,3 min.) e () Azul CVS (tr= 9,3 min.). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,05 mol L-1, pH 12, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,0 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0mL min-1..153 Figura 67: Fotodescoloração dos corantes dispersos: () Laranja CVS (430 nm),
( ) Violeta CVS (562 nm) e () Azul CVS (592 nm). Fotoeletrocatálise em NaCl 0,05 mol L-1, pH 12, Concentração do corante CVS = 0,01 g L-1, E = +1,0 V, O = 305 nm, fotoânodo de Ti/TiO2. Condições cromatográficas: Acetonitrila/Água 85:15 como fase móvel,
coluna C18 como fase estacionária, temperatura da coluna 40 °C e vazão de 1,0mL min-1..153 Figura 68: Cromatogramas da formulação comercial do corante CVS 0,01 g L-1 (1) antes e (2) após 1h de fotoletrocatálise em Ti/TiO2 em solução NaCl 0,2 mol L-1 pH 4,0, E = +1,0 V.
Condições: ACN/Água 85:15, 40 °C e f = 1,0mL min-1. ...155 Figura 69: Espectros hidrodinâmicos de absorção na região UV-Vis. para os componentes do corante CVS 0,01 g L-1 (1) antes e (2) após 1h de fotoeletrocatálise em Ti/TiO2 em solução
NaCl 0,2 mol L-1 pH 4,0, E = +1,0 V. Condições: ACN/Água 85:15, 40 °C e f = 1,0 mL min-1. ...155 Figura 70: Avaliação da remoção de cor dos corantes dispersos Laranja, Violeta e Azul CVS através da análise das absorbâncias dos espectros de absorção hidrodinâmicos durante 1 h de fotoeletrocatálise em Ti/TiO2 em solução NaCl 0,2 mol L-1 pH 4,0, E = +1,0 V. Condições:
ACN/Água 85:15, 40° C e f = 1,0 mL min-1. ...156 Figura 71: Avaliação da remoção dos corantes dispersos Laranja, Violeta e Azul CVS através da análise das áreas dos picos cromatográficos (concentração das espécies) durante 1 h de fotoeletrocatálise em Ti/TiO2 em solução NaCl 0,2 mol L-1 pH 4,0 , E = +1,0 V. Condições:
ACN/Água 85:15, 40 °C e f = 1,0 mL min-1. ...156 Figura 72: Avaliação da remoção de carbono orgânico total da solução do corante CVS 0,01 g L-1 durante 2 h de fotoeletrocatálise em Ti/TiO
2 em solução NaCl 0,2 mol L-1 pH 4,0, E =
+1,0 V. ...157 Figura 73: Avaliação da mutagênese do corante CVS 0,01 g L-1 antes e após 2 horas de
fotoeletrocatálise em Ti/TiO2 em solução NaCl 0,2 mol L-1 pH 4,0, E = +1,0 V. ...158
presentes na formulação comercial (1) antes e (2) após a cloração. Cloro residual 1,5 ppm. Condições: ACN/Água 85:15, 40 °C e f = 1,0 mL min-1. ...160 Figura 76: Avaliação da mutagênese do corante CVS 0,01 g L-1 (1) após 2 h de
fotoeletrocatálise em Ti/TiO2 em solução NaCl 0,2 mol L-1 pH 4,0, E = +1,0 V (2) CVS
Lista de Tabelas
Tabela 1: Resultados obtidos em alguns testes realizados no diagnóstico do Ribeirão dos Cristais...59 Tabela 2:: Parâmetros cromatográficos obtidos para eluição da solução do corante Dianix Preto CC3R 1,00 g L-1 para a fase móvel ACN/H
2O 85:15. T = 30 °C e f = 1,0 mL min-1...80
Tabela 3: Parâmetros cromatográficos obtidos para eluição da solução do corante Dianix Preto CC3R 1,00g L-1 para a fase móvel ACN/H2O 80:20. T = 30 °C e f = 1,0 mL min-1...80
Tabela 4: Parâmetros cromatográficos obtidos para eluição da solução do corante Dianix Preto CC3R 1,00 g L-1 para a fase móvel ACN/H2O 75:25. T = 30 °C e f = 1,0 mL min-1...80
Tabela 5: Parâmetros cromatográficos obtidos para eluição da solução do corante Dianix Preto CC3R 1,00 g L-1 para a fase móvel ACN/H2O 85:15. T = 30 °C e f = 0,8 mL min-1...82
Tabela 6: Parâmetros cromatográficos obtidos para eluição da solução do corante Dianix Preto CC3R 1,00 g L-1 para a fase móvel ACN/H2O 85:15. T = 30 °C e f = 0,9 mL min-1...82
Tabela 7: Parâmetros cromatográficos obtidos para eluição da solução do corante Dianix Preto CC3R 1,00 g L-1 para a fase móvel ACN/H
2O 85:15. T = 30 °C e f = 1,0 mL min-1...82
Tabela 8: Parâmetros cromatográficos obtidos para eluição da solução do corante Dianix Preto CC3R 1,00 g L-1 para a fase móvel ACN/H2O 85:15. T = 30 °C e f = 1,2 mL min-1...83
Tabela 9: Parâmetros cromatográficos obtidos para eluição da solução do corante Dianix Preto CC3R 1,00 g L-1 para a fase móvel ACN/H2O 85:15. f = 1,0 mL min-1...84
Tabela 10: Parâmetros cromatográficos obtidos para eluição da solução do corante Dianix Preto CC3R 1,00 g L-1 para a fase móvel ACN/H2O 85:15. f = 1,0 mL min-1...84
Tabela 11: Resultados espectrofotométricos e cromatográficos obtidos para a formulação comercial do corante CVS e para a formulação comercial do corante Dianix Preto CC3R. ...89 Tabela 12: Resultados obtidos a partir das curvas analíticas pelo método cromatográfico. ....98 Tabela 13: Resultados obtidos a partir das curvas analíticas dos corantes dispersos presentes na formulação comercial CVS pela técnica de CLAE-DAD, na faixa entre 0,50 ng a 2,00 ng.
...100 Tabela 14: Determinação dos componentes Laranja CVS, Violeta CVS e Azul CVS nas amostras ambientais das águas superficiais do Rio Cristais através da técnica de CLAE-DAD.
...102 Tabela 15: Determinação dos componentes Laranja CVS, Violeta CVS e Azul CVS nas amostras ambientais sólidas do Rio Cristais através da técnica de CLAE-DAD...103 Tabela 16: Determinação dos componentes Laranja CVS, Violeta CVS e Azul CVS nas amostras ambientais dos efluentes industriais através da técnica de CLAE-DAD. ...103 Tabela 17: Potenciais eletroquímicos para a redução dos corantes investigados...125 Tabela 18: Potenciais eletroquímicos para a oxidação dos corantes investigados. ...131 Tabela 19: Análise da remoção do corante CVS 0,01 g L-1 por CLAE-DAD através da
oxidação fotoeletrocatalítica em NaCl pH 3,0 em Ti/TiO2, E = +1,0 V durante 3 horas...145
Tabela 20: Análise da descoloração do corante CVS 0,01 g L-1 através da oxidação
CAPÍTULO I
I – INTRODUÇÃO
I – 1 - Corantes têxteis
A cor tem papel notadamente dominante em nossa vida diária, mas que passa
despercebida na maior parte do tempo. Contudo, desde a criação da civilização o homem tenta
reproduzir as tonalidades da natureza, tanto por questões funcionais como puramente
estéticas. No início os corantes eram quase sempre isolados de fontes naturais, principalmente
de origem animal ou vegetal. Naturalmente, as propriedades de muitas destas substâncias
estavam longe do ideal e somado a indisponibilidade comercial das fontes de suprimento, o
homem sentiu-se encorajado para buscar por corantes sintéticos com propriedades superiores.
Logo, os corantes naturais foram quase que completamente trocados pelos sintéticos no início
do século XX1,2.
Os corantes são denominados de maneira geral como sendo substâncias orgânicas com
alto grau de coloração. A literatura sobre corantes sintéticos é complexa, pois o mesmo tipo
de corante pode possuir diferentes nomenclaturas. Isto ocorre porque os corantes podem ser
classificados de duas maneiras, de acordo com sua estrutura química ou, no caso de corantes
têxteis, pelo modo que o mesmo é fixado a fibra têxtil3-8.
Na primeira classificação os corantes são agrupados de acordo com o grupo funcional
que atua como cromóforo, tais como: azo, antraquinona, sulfonado, polimetino, nitro, nitroso,
arilmetano, xanteno, cumarino e outros6-7. Por outro lado, a classificação pelo modo de
fixação geralmente é a mais utilizada e refere-se à maneira na qual o corante é aplicado à fibra
seguindo 4 tipos de interações químicas: Iônicas, Van der Walls, Pontes de Hidrogênio e
Covalentes. Considerando os diferentes tipos de fibras (naturais e sintéticas) neste tipo de
cuba, corantes de enxofre, corantes dispersos, corantes pré-metalizados e corantes
branqueadores6-7.
Todos os anos centenas de novos compostos coloridos são descritos na literatura para
uma multiplicidade de aplicações seja na indústria têxtil, farmacêutica, de cosméticos, de
plásticos, fotográficas, automobilística, de papel e alimentícia. O Colour Index lista mais de
8.000 corantes orgânicos sintéticos associados à indústria têxtil, sendo as características
básicas destes compostos a fidelidade, a persistência e a alta resistência da cor em relação à
variação de luz, à lavagem, à transpiração e ao tempo, mas acima de tudo os mesmos devem
ser economicamente viáveis9.
Muito embora a indústria têxtil apresente considerável relevância no setor da economia
nacional e mundial esta mesma indústria vem gerando, durante décadas, milhões de toneladas
destes compostos10-11. Mais de 700.000 toneladas de 10.000 tipos de corantes e pigmentos são
produzidos anualmente, dos quais 20 % são descartados nos efluentes durante o processo de
tintura e durante o processo de produção do corante12. Outras estimativas apontam que cerca
de meia tonelada desta classe de compostos é lançada ao dia no meio ambiente3. Muitos
destes resíduos de corantes sintéticos não são tratados com sucesso pelos métodos
convencionais devido a sua estrutura complexa e a diversificação da matriz durante o
processo de tintura, o que pode acarretar problemas ambientais.
O problema da coloração dos efluentes foi identificado particularmente pela baixa
eficiência de agregação do corante a fibra contribuindo para o descarte destas espécies nos
efluentes têxteis3. Como exemplo podem ser citados os corantes ácidos, reativos e dispersos.
O grande problema do corante reativo é que sua reatividade é usualmente favorecida em meio
alcalino (carbonato, pH 10,0) e altas temperaturas (80-100 0C). Estas condições
experimentais, no entanto podem promover reações paralelas indesejáveis como a formação
grupo quimicamente ativo do corante reage com a hidroxila do meio, tornando-o inativo para
reação com a hidroxila ou amina da fibra acarretando em uma baixa fixação que oscila entre
60 a 90 %13-15. Os corantes ácidos requerem grande concentração de sais e meio altamente
ácido para protonação da fibra. No entanto, um grande problema da indústria têxtil é a
aplicação dos corantes dispersos, pois estes apresentam baixa solubilidade em água o que
favorece a perda de 50 % do mesmo durante a etapa de tintura16. Somado a geração de
resíduos altamente coloridos e com grande carga orgânica, o setor têxtil ainda consome uma
grande quantidade de água. Por exemplo, para o processamento de cada quilograma de
algodão consome-se em média 200 L de água e 120 L para o processamento de cada
quilograma de seda17.
Desta forma, a coloração em efluentes de indústrias que utilizam corantes não é apenas
um problema estético como se acreditava há alguns anos atrás. A complexidade da carga
orgânica e a toxicidade dos efluentes têm causado muitas conseqüências ambientais. Portanto,
a busca por soluções não se limita somente à retirada da coloração dos efluentes, mas ao
desenvolvimento de tecnologias que permitam degradação da carga orgânica e o
acompanhamento de traços destas substâncias em efluentes e águas de abastecimento.
I – 1.2 – Riscos toxicológicos
Os riscos toxicológicos e ecológicos destas substâncias são baseados principalmente na
avaliação de sua estrutura química, solubilidade, possíveis interações, rotas metabólicas e
avaliação da relação risco/custo/benefício3. Entretanto, a informação disponível sobre a
toxicidade e risco dos corantes produzidos e empregados é quase inexistente para a sociedade
em geral, apesar da vasta quantidade gerada pela indústria ao redor do mundo. Os riscos
modo e tempo de exposição, ingestão oral, sensibilização da pele, sensibilização das vias
respiratórias3.
As principais rotas de biotransformação envolvendo os corantes são oxidação, redução,
hidrólise e conjugação18. Adicionalmente a subdivisão dos corantes azo em dois grupos: 1)
solúveis em água e os 2) insolúveis em água justifica as diferenças nas rotas metabólicas desta
classe de corantes18.
Todos os processos metabólicos são catalisados por enzimas que direcionam para as
respectivas rotas e para os produtos formados. No caso dos corantes azo, os processos de
oxidação e redução são os mais importantes mecanismos de degradação destes18.
Corantes azo insolúveis em água ou com grande solubilidade lipídica sofrem
preferencialmente reações de oxidação. Estes processos oxidativos são em grande parte
catalisados pelo sistema microssomal monooxygenase representado pelo citocromo P-45018.
O mecanismo geral da oxidação metabólica baseia-se na transferência de 1 elétron da cadeia
principal para o complexo P-450-Fe3+, o qual é reduzido e as etapas finais como a introdução
de oxigênio levam aos produtos oxidados no organismo. Três diferentes rotas de oxidação são
importantes para os corantes azo, e todas são conduzidas sem a quebra da ligação azo18:
1) C-Hidroxilação – ocorre a hidroxilação de um anel do corante azo,
provavelmente precedida pelo mecanismo de epoxidação e subseqüente
rearranjo para fenol (Esquema 1).
2) N-Hidroxilação – ocorre nos grupos amino primários ou secundários ou com
grupos acetilamino no fígado. Esta reação é seguida pela esterificação com
gluconato ou sulfato. Este éster ativado pode levar a excreção de um produto
agora solúvel em água ou a quebra deste grupo esterificado com a formação de
ligar-se a grupos nucleofílicos do DNA, como por exemplo, com o nucleosídeo
guanosina (Esquema 3) levando a formação de aductos de DNA, o que
caracteriza o comportamento mutagênico de uma substância química.
3) Desmetilação – ocorre pela oxidação dos grupos metila dos compostos
dialquilamino. O derivado N-hidroxil pode ser futuramente desmetilado ou
reagir com o composto nitrenium (Esquema 4).
oxid.
H O
H OH
N N N
CH C H 3 3 Oxid. 3 3 H C H C N N N HO NH2 oxid. NH2 OH oxid. H O H OH
N N N
CH C H 3 3 Oxid. 3 3 H C H C N N N HO NH2 oxid. NH2 OH
N N NHR N OH
Oxid.
P-450 R
NR
O Glu O
NR SO_3
excreção ou
excreção ou OSO32
_ _ _ OGlu_ _ UDPGA PAPS
UDPGA transferase sulfotransferase
NR H
.
.
NRíon nitrenium
R = H, CH3, COCH3
N N NHR N
OH
Oxid.
P-450 R
NR
O Glu O
NR SO_3
excreção ou
excreção ou OSO32
_ _ _ OGlu_ _ UDPGA PAPS
UDPGA transferase sulfotransferase
NR H
.
.
NRíon nitrenium
R = H, CH3, COCH3
Esquema 2: N-Hidroxilação e formação do composto Nitrenium18.
N N H N N O N H2 dRib N N H N N O N H2 dRib N R N N H N N O NH dRib N H R + d-Guanosina +
N R N
N H N N O N H2 dRib N N H N N O N H2 dRib N R N N H N N O NH dRib N H R + d-Guanosina + N R
N N N CH3
CH3
Oxid. P-450 N
CH
CHOH2
3 CH3
N
H + HCHO
N CH3
N H H
OH
N-Oxidação segundadesmetilação
N N N
CH3
CH3
Oxid. P-450 N
CH
CHOH2
3 CH3
N
H + HCHO
N CH3
N H H
OH
N-Oxidação segundadesmetilação
Esquema 4: Desmetilação (metabolismo oxidativo)18.
Sem dúvida a reação de redução metabólica mais predominante em corantes azo ocorre
pela clivagem da ligação azo18. Esta redução é preferencial para corantes solúveis em água.
As enzimas responsáveis são as azoredutases representadas pelo sistema microssomal
NADH-citocromo P-450, sendo o NADH doador de elétrons. Este sistema é encontrado no fígado ou
formado por muitas espécies de bactérias anaeróbicas no intestino grosso.
O mecanismo da azoredutase em mamíferos envolve a transferência de 2 elétrons com a
geração de um radical livre como intermediário (Esquema 5)18. A habilidade de redução é
altamente dependente do sistema de enzimas e dos grupos substituintes presentes na molécula
original do corante azo. Em alguns casos grupos mais eletronegativos inibem a reação
N N
[
]
e-]
[
N N-e radical livre -e N N
[
]
2-2 H+ rápido N N H H 2 e 2 H -+ NH2 + H N2
N N
[
]
e-]
[
N N-e radical livre -e N N
[
]
2-2 H+ rápido N N H H 2 e 2 H -+ NH2 + H N2
Esquema 5: Mecanismo de redução do grupo azo18.
É ampla a evidência que corantes azo solúveis em água, se oralmente administrados são
metabolizados pela microflora intestinal. Adicionalmente, corantes sulfonados são excretados
mais rapidamente por serem compostos solúveis. Corantes insolúveis em água são
eficientemente absorvidos no intestino sem redução bacteriana18. A gluconação metabólica
ocasionada no fígado forma conjugados solúveis os quais são subseqüentemente transportados
via bile para dentro do intestino onde a redução da ligação azo ocorre via bacteriana. Os
metabólitos excretados são necessariamente mais polares que o corante original, o que deixa
claro, que neste caso, nem a estrutura inicial do corante nem seus metabólitos tem potencial
de bioacumulação. A maior característica dos metabólitos da redução da ligação azo é a
formação das aminas aromáticas, cujas características estruturais influenciam a potencialidade
mutagênica do corante18.
Os riscos toxicológicos de corantes sintéticos a saúde humana estão intrinsecamente
relacionados ao modo e tempo de exposição, ingestão oral, sensibilização da pele,
compostos com a pele concernem a processos de dermatites causadas por certos corantes não
incorporados totalmente ao tecido, que podem comprometer principalmente os consumidores
que mantém grande proximidade entre o tecido e zonas da pele sujeitas à transpiração. Os
problemas respiratórios mais relatados são sintomas de asma e rinites alérgicas8-9. Contudo,
de um modo geral, o nível de risco à população parece ser pequeno quando comparado aos
estudos envolvendo ingestão oral destes compostos. Alguns órgãos internacionais como a
Comunidade Européia já tem banido a utilização de alguns corantes, dentro os quais a grande
parte são de corantes azo10-11.
Devido à vasta quantidade de corantes e a escassos estudos de toxicidade, pouco se sabe
a respeito dos efeitos mutagênicos e carcinogênicos deste compostos18-23. Apenas um número
reduzido de corantes pode apresentar toxicidade aguda, ou seja, uma quantidade do corante
que ingerido poderia conduzir a morte imediata, mais especificamente os bis-azo e os
catiônicos24. Estudos recentes têm associado alguns corantes com o câncer de bexiga em
humanos, alguns sarcomas, hepatocarcinomas, anomalias nucleares em experimentos com
animais e aberrações cromossômicas em células de mamíferos23. Alguns pesquisadores
também acreditam que certos tipos de câncer em mamíferos podem ser causados devido à
formação de substâncias mais nocivas provenientes da decomposição microbiológicas, via
catálise enzimática, no organismo humano ou até mesmo da formação de radicais livres
provenientes desta degradação19. Alguns estudos comprovam a formação de benzidina,
substância extremamente mutagênica, proveniente de um corante metabolizado na microflora
intestinal humana3,18. Muitos outros corantes como os dispersos são sintetizados a partir da
própria benzidina, de compostos aromáticos e de nitro-compostos e podem ser reduzidos em
sedimentos e no intestino gerando aminas tóxicas. Os corantes dispersos apresentam ainda
I – 2 – Teste de Ames
Vários testes podem ser empregados para a análise da toxicidade de uma substância.
Um ensaio que tem sido muito empregado para análise de mutagênese de compostos
orgânicos é conhecido como teste de mutação reversa ou teste de Ames25. Muitas evidências
indicam que as mutações de ponto causam doenças genéticas humanas. Mutações em células
somáticas e/ou células germinativas estão envolvidas em casos de câncer e doenças
hereditárias e, conforme descoberto mais recentemente, em outras moléstias, como a anemia,
e em distúrbios cardiovasculares, neurocomportamentais e de desenvolvimento, além de
interferirem no processo de envelhecimento. O teste de mutação reversa que utiliza bactérias
(teste de Ames, ensaio Salmonella/microssoma) é eficiente para detectar uma grande
variedade de compostos mutagênicos25. A maioria das linhagens bacteriana utilizadas no teste
apresenta características que as tornam mais sensíveis para detecção de mutações, incluindo
seqüências sítio-específicas no DNA que respondem positivamente para reversão, aumento da
permeabilidade celular a grandes moléculas, ausência do sistema de reparo de DNA livre de
erro e plasmídios contendo genes que causam aumento do processo de reparo sujeito a erro. A
especificidade das linhagens fornece informações sobre os tipos de mutações que são
induzidas por agentes genotóxicos. Existem bancos de dados disponíveis contendo resultados
do teste com Salmonella para uma grande variedade de compostos químicos, medicamentos e
misturas complexas25.
Este teste de mutação gênica utiliza células procarióticas, as quais diferem das células
de mamíferos em fatores tais como permeabilidade, metabolismo, estrutura dos cromossomos
e processo de reparo do DNA. Os testes são realizados in vitro, acrescidos de uma fonte
exógena de metabolização visando mimetizar parcialmente as condições de metabolização de
apesar da boa concordância dos resultados com o teste de Ames e ensaios de
carcinogenicidade com roedores (61 %, de acordo com o último estudo realizado pelo
National Toxicology Program com 446 compostos), que é o mais aceito, embora seja
dispendioso em tempo e em custos, contudo o teste de Ames é rápido e preciso.
O teste emprega linhagens de Salmonella typhimurium derivadas da parental LT2,
auxotróficas para histidina (his-), apresentando diferentes mutações no operon deste
aminoácido. Tais linhagens são construídas para detectar mutações do tipo deslocamento do
quadro de leitura ou substituição de pares de bases no DNA. Essas linhagens não são capazes
de crescer em meio de cultura mínimo, sem histidina, a menos que ocorram mutações que
restaurem sua capacidade de síntese. Suspensões de células bacterianas são expostas à
amostra-teste na presença e na ausência de um sistema de ativação metabólica exógeno, e
plaqueadas em meio de cultura mínimo. O número de revertentes é facilmente medido, pela
contagem de colônias que crescem nesse meio de cultura após a exposição de uma população
de bactérias à amostra a ser testada25.
Vários procedimentos podem ser empregados na realização do teste de mutação gênica
reversa em bactérias. As variações podem se referir à forma de exposição das bactérias ao
agente genotóxico, bem como à utilização de diferentes volumes máximos de amostra por
tratamento25.
As linhagens mais utilizadas são as de Salmonella typhimurium auxotróficas para
histidina, TA1535, TA98, TA100, TA1537, TA97, TA97a, TA102 e de Escherichia coli
auxotróficas para triptofano, WP2 ou WP2 (pKM101).
Os ensaios devem ser realizados tanto na presença (+S9) quanto na ausência (-S9) de
um sistema de ativação metabólica contendo fração microssomal S9 composta por um
homogeneizado de células de fígado de rato pré-tratado com Aroclor-1254. A fração S9 é
metabolização possam ocorrer25. Em cada ensaio devem ser incluídos controles positivos e
negativos (solvente/veículo), tanto na presença como na ausência do sistema de
metabolização. Utilizam-se como controles positivos compostos comprovadamente
mutagênicos, em concentrações já padronizadas para cada linhagem.
As amostras devem ser testadas até o limite de sua solubilidade e citotoxicidade,
dissolvidas em solvente apropriado (água, DMSO ou outro). A solubilidade pode ser medida
visualmente, pela precipitação observada na mistura ou na placa. A citotoxicidade pode ser
verificada através de observação visual da alteração do crescimento de fundo (conhecido
como "background"), pela redução do número de colônias revertentes por placa em relação ao
controle negativo, ou ainda pelo decréscimo de sobrevivência celular, calculando-se a
viabilidade das culturas tratadas e não tratadas com a amostra teste. As amostras devem ser
testadas quanto à sua esterilidade na dose máxima utilizada no ensaio. O ensaio deve incluir
pelo menos 5 (cinco) doses da amostra com três repetições por dose ou 7 (sete) doses com
duas repetições25.
A escolha da metodologia, tanto de preparo da amostra como de teste, deve ser realizada
levando-se em consideração o tipo de amostra bem como os tipos de compostos mutagênicos
que possam estar presentes. O ensaio deverá ser conduzido minimamente com as linhagens
TA98 e TA100 na presença e na ausência de sistema de metabolização exógeno. Outras
linhagens devem ser adicionadas sempre que necessário, acompanhadas das justificativas
pertinentes. Amostras positivas ou que apresentem indícios de mutagenicidade poderão ser
I – 3 – Métodos de monitoramento para corantes
Em geral, as técnicas empregadas para monitoramento e quantificação de corantes e
sub produtos de sua degradação baseiam-se em investigações espectrofotométricas na região
do UV-VIS26, em cromatografia líquida de alta eficiência com detecção espectrofotométrica,
por espectrometria de massas e eletroforese capilar de alta eficiência26-35.
A aplicação dos métodos espectrofotométricos para análise de corantes em amostras
de efluentes pode apresentar problemas de sobreposição espectral ou requerer etapas prévias
de separação dos diversos componentes ou ainda métodos quimiométricos complexos para
discriminação das bandas espectrais. Trabalhos mais recentes têm reportado o emprego de
técnicas de espectrometria de absorção no infravermelho, espectroscopia de ressonância
magnética nuclear e massas, e espectroscopia de Raios X para caracterização e determinação
de corantes de diversas classes e grupos cromóforos30-43. Algumas determinações analíticas de
corantes também têm sido investigadas com a utilização de técnicas como eletroforese capilar
e cromatográficas30-37.
Devido às diferenças nas propriedades fisico-químicas dos corantes e complexidade da
matriz oriunda de efluentes da industria têxtil os métodos cromatográficos tem apresentado
resultados satisfatórios, devido a escolha certa da fase estacionária e móvel que permitem uma
boa separação dos componentes e alta sensibilidade e seletividade advindas dos detectores
empregados.
A utilização da técnica decromatografia líquida de alta eficiência CLAE têm sido uma
das técnicas analíticas mais utilizadas na separação de substâncias orgânicas, operando com
fase móvel líquida sob pressão e com métodos de detecção que podem oferecer seletividade,
sensibilidade, exatidão e rapidez de análise. Com o avanço tecnológico, tem-se ampliado a
disponibilidade dos métodos de detecção acoplados à CLAE, podendo ser utilizados
que permitem uma varredura ampla da faixa espectral, fluorescência, índice de refração,
eletroquímicos e outros. A identificação e separação dos componentes da amostra depende da
seleção apropriada da coluna e do detector e especificamente para a análise de corantes os
estudos têm aplicado fase reversa. Os resultados da análise de corantes alimentícios e têxteis,
incluindo neste último caso análise de intermediários e produtos de degradação dos mesmos,
permitiram aos pesquisadores obterem níveis muito baixos de detecção e excelente
caracterização das espécies formadas27-35.
Os trabalhos encontrados na literatura envolvendo a aplicação das técnicas
eletroquímicas na determinação de corantes, especialmente os empregados no processamento
têxtil são poucos, embora a demanda esteja aumentando gradativamente com o decorrer do
tempo, e estas investigações têm mostrado resultados promissores uma vez que a maioria
destes compostos apresenta estruturas contendo grupos funcionais facilmente redutíveis e/ou
oxidáveis Alguns estudos realizados pelo nosso grupo de pesquisa e com colaboração de
grupos internacionais sobre a redução e oxidação eletroquímica de corantes são reportados na
literatura, envolvendo principalmente corantes com grupos antraquinona e azo como
cromóforos, sobre eletrodo de mercúrio e carbono vítreo através do emprego da polarografia,
voltametria cíclica e voltametria de redissolução foram encontrados44-50.
Desta forma, existe uma alta demanda por novas metodologias analíticas capazes de
determinar de maneira sensível e seletiva corantes têxteis em amostras ambientais.
I – 4 – Métodos de remediação de corantes têxteis
A busca por novos métodos de remoção e destruição de poluentes em águas residuárias
e naturais tem requerido a atenção dos pesquisadores. A seleção destes novos métodos
utilizados durante o processo, no custo, na seletividade e sensibilidade do método e em
especial na compatibilidade destes materiais e do processo com o meio ambiente. Por isso
faz-se necessário defaz-senvolver processos e materiais eficientes e econômicos para destruir estes
poluentes, seus precursores e subprodutos. Foram desenvolvidas tecnologias para minimizar o
impacto causado por estes resíduos.
O tratamento de efluentes provenientes de indústrias têxteis é feito geralmente por
técnicas convencionais como adsorção, floculação, cloração, biodegradação, biomassa e
processos com membrana, as quais na maioria das vezes não oferecem uma solução viável em
termos de remoção da carga orgânica bem como de viabilidade econômica e ambiental3, 50-117.
Em muitos casos, embora o tratamento apresente boa remoção de cor, este ainda resulta em
um resíduo final, através da transferência de fase, mais conhecido como lodo, que em muitos
casos é descartado em aterros, podendo contaminar lençóis freáticos, rios e lagos pelo
carregamento através das chuvas. Em outros casos ao efluente também é adicionado uma série
de contaminantes indesejáveis utilizados para o tratamento, como sulfato de alumínio e
amônia.
Considerando também que a maioria dos corantes comerciais são hoje misturas de
outros corantes e outros aditivos como surfactantes, dispersantes, sais, diluentes inorgânicos e
impurezas provenientes do processo de síntese, estas técnicas podem apresentar-se
ineficientes uma vez que, por exemplo, esses processos de coagulação são mais efetivos para
corantes insolúveis, como os corantes dispersos, do que para corantes solúveis, como os
reativos e ácidos e os processos de adsorção agem de maneira contrária.
Processos de degradação química aplicando as técnicas eletroquímicas, fotoquímicas e
de biodegradação têm sido investigados nos últimos anos como tecnologia destrutiva,
requerendo maiores estudos de tal forma que estes métodos promovam a total degradação do
corante até sua completa mineralização, ou seja, real destruição do resíduo poluente45, 50-100.
Embora a maioria dos corantes não apresente susceptibilidade ao ataque de
microorganismos em tratamento aeróbio e anaeróbio convencional, muitos pesquisadores têm
demonstrado a aplicação de métodos de biodegradação, utilizando sistemas mediados
enzimaticamente, ou por bactérias, ou por fungos, como técnicas com algum êxito na remoção
e/ou degradação de efluentes têxteis, contudo pode ocorrer geração de lodo ao final do
processo e esta técnica pode consumir dias para a obtenção de bons resultados24, 26-28, 55, 68-116.
Os processos de biodegradação esbarram no fato de muitas destas substâncias serem
xenobióticas, ou seja, os sistemas naturais de microrganismos em rios e lagos não contêm
enzimas ou bactérias específicas para degradação. Deste modo, a biodegradação de corantes
sintéticos apenas ocorreria através do desenvolvimento de culturas de microrganismos
específicos. Os processos de biodegradação de corantes em alguns casos são utilizados como
sistemas primários de degradação acoplados a sistemas secundários, como os eletroquímicos,
a ozonização, ou os fotocatalisadores para um aumento da eficiência do processo global de
degradação71, 73, 75.
A aplicação da técnica eletroquímica como tratamento terciário para eliminar a cor de
efluentes têxteis tem aumentado rapidamente nos últimos anos45, 50-51, 101-104. Devido à
facilidade de redução e oxidação de grupos cromóforos e outras insaturações usualmente
presentes nos corantes sintéticos, os métodos eletroquímicos têm sido estudados para
descoloração de seus rejeitos, através da aplicação de corrente ou de potencial controlado, e
modificações estruturais através da aplicação de potencial. Em geral, os corantes são
degradados por oxidação ou redução direta do substrato ou pela geração eletroquímica de
oxidantes in situ (ozônio, peróxido de hidrogênio, hipoclorito de sódio, cloro e etc.) que
novos, e têm sido desenvolvidos a partir dos anos 9050-67, 78-90, 96, 101-117. Alguns autores
costumam classificar o método eletroquímico como o mais “limpo”, pois não há ou há pouco
consumo de reagentes químicos e não é formado um lodo final após o processo, além do
método apresentar um custo de eletricidade comparável ao preço de reagentes químicos
utilizados em outros processos e apresentar alta eficiência para remoção da cor ou degradação
de poluentes recalcitrantes24.
A investigação de novos materiais para a construção de ânodos e cátodos também tem
sido amplamente estudada com o intuito de aumentar a eficiência dos processos de
eletro-oxidação ou de eletro-redução de diversos compostos orgânicos. A técnica eletroquímica
através do processo de eletrólise, embora recente, também apresenta ótimos resultados, com
até 79 % de remoção da carga orgânica e 90 % de remoção da cor50-67, 78-90, 96, 101-117.
As técnicas de tratamento mais recentes para degradação química destes compostos
baseiam-se principalmente na reação oxidativa50-53, 55-67, 78-85, 89, 96, 101-115, 117. A utilização de
cloro muitas vezes pode gerar produtos intermediários ou finais nocivos, como os
organoclorados, e a ozônização pode apresentar alto custo e periculosidade24. Alguns outros
processos oxidativos avançadostêm sido bastante investigados recentemente para acelerar a
degradação destes compostos. São processos que empregam agentes oxidantes, como
peróxido de hidrogênio, ozônio e outros. para descoloração e mineralização de vários corantes
através da geração de radicais oxidantes, como radical hidroxila ou radical superóxido110. Em
alguns estudos há o emprego de agentes oxidantes e fontes de irradiação, como por exemplo,
luz solar ou radiação ultravioleta e peróxido de hidrogênio ou ozônio60, 110-112, 96, radiação
UV/H2O2/ultrasson54, 79, radiação ultravioleta e fotocatalisadores de TiO256-57, 84-85, ZnO57,
CdS58 e etc., radiação ultravioleta e reagente de Fenton (ferro II e peróxido de hidrogênio)59-67,
Os estudos de fotodegradação com catálise heterogênea utilizam normalmente
fotocatalisadores de TiO2, os quais podem estar aderidos sobre placas de vidro ou em
suspensão, e que muitas vezes podem ser acoplados a processos eletroquímicos, cuja
eficiência de degradação da matéria orgânica pode chegar até 90 % e a taxa de descoloração
até 95 %51-53, 56-58, 81-83, 105-110, 117. Alguns métodos fotoassistidos também têm sido empregados
na degradação de corantes têxteis. Contudo, deve-se ressaltar o fato de que os métodos
fotoquímicos, em alguns casos, são ineficientes, pois os corantes sintéticos apresentam em
princípio alta estabilidade quanto à luz visível ou ultravioleta3.
Uma tendência observada é o acoplamento de técnicas com o intuito de aumentar a
eficiência dos processos de tratamento, como por exemplo, a técnica fotoeletroquímica, a
técnica eletroquímica acoplada ao processo foto-Fenton e a utilização de fotosensibilizadores
em conjunto aos métodos fotoquímicos51-53, 56-57, 78, 80-83, 100-108, 117. Alguns desses métodos
podem promover até 90 % de remoção da demanda química de oxigênio e a degradação das
espécies pode alcançar até 100 % de eficiência do processo53-55.
A oxidação sobre superfícies fotocatalíticas tem sido empregada para a remoção de
compostos orgânicos de águas residuais provenientes de indústrias e em especial de efluentes
têxteis com resultados bastante satisfatórios. Dentre os vários semicondutores, o uso de TiO2
como fotocalisador tem oferecido diversas vantagens. O uso de dióxido de titânio tem
merecido destaque por não apresentar problemas ambientais e gerar espécies altamente
oxidantes capazes de decompor substâncias orgânicas52-53, 81-83, 105-110, 117. Os trabalhos
encontrados na literatura para degradação de corantes têxteis por meio da técnica de
fotoeletrocatálise reportam, a maioria, o emprego de fotoânodos de Ti/TiO281-83. Alguns
trabalhos foram desenvolvidos pelo nosso grupo de pesquisa através do emprego da
fotoeletrocatálise em corantes têxteis azo e antraquinona, onde observou-se a total remoção de