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Freqüência das infecções oculares por clamídia nos portadores de conjuntivite, em clínica particular de Uberaba, MG.

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R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 ( 1 ) : 3 3 - 3 6 , j a n - m a r , 1 9 9 0

FREQÜÊNCIA DAS INFECÇÕES OCULARES PORCLAMÍDIA

NOS PORTADORES DE CONJUNTIVITE,

EM CLÍNICA PARTICULAR DE UBERABA, MG

Abelardo Couto-Junior, Sér gio Murilo Corrêa, Walt her Cam pos Filho,

Cleide Ozimo Bottari, Fahim Miguel Sawan,

José Tavares-Neto e Hélia Soar e s Angot ti

S e te c e n to s e o ite n t a p a c i e n t e s c o m r e c i d i v a s c l í n i c a s d e in fe c ç õ e s c o n ju n t iv a is o u q u e i x a s p e r s i s t e n t e s d e p r u r i d o , a r d o r , d o r, la c r i m e j a m e n t o e h ip e r e m ia , f o r a m s u b m e t i d o s a o r a s p a d o c o n j u n t i v a l c o m c i t o l o g i a e p e s q u i s a d e in c lu s õ e s . D e s t e s 2 4 7 ( 3 1 , 7 % ) a p r e s e n t a r a m in c lu s õ e s c i t o p l a s m á t i c a s ; 2 3 5 p a c i e n t e s f o r a m , ta m b é m , s u b m e t i d o s a c o l o r a ç ã o c o m a n tic o r p o m o n o c l o n a l f l u o r e s c e n t e ( im u n o f lu o r e s c ê n c ia d i r e t a - D F A ) c o m 9 0 ( 3 8 , 3 % ) c a s o s p o s i t i v o s . D i s c u t e - s e ta m b é m , a i m p o r t â n c i a d o q u a d r o c l in i c o e d o s m é t o d o s la b o r a t o r i a i s ( c o l o r a ç ã o c o m a n tic o r p o m o n o c l o n a l f l u o r e s c e n t e e p e s q u i s a d e i n c lu s õ e s c i t o p l a s m á t i c a s ) n o d ia g n ó s tic o . O s p a c i e n t e s f a z e m p a r t e d e c l ie n te la d e c l ín i c a p a r t i c u l a r e te m n í v e l s ó c io - e c o n ô m ic o d e m é d io a

a lto .

Palavras-chaves: Conjuntivite. Pesquisa de inclusões por clamídia. Clamidia. Raspado conjuntival. Imunofluorescência direta.

Observa-se, comumente, na clínica oftalmológica número razoável de pacientes com conjuntivite de repetição e que, freqüentemente, é interpretada como reinfecção. N o entanto, muitas vezes, é recidiva do mesmo processo infeccioso, que, quando devidamente investigado, revela, em percentagens significativas a presença de C l a m y d i a tr a c h o m a tis . Este agente etio-

lógico associa-se com algumas doenças sexualmente transmissiveis e doenças oculares já estabelecidas como a conjuntivite de inclusão e o tracoma^.

Atualmente, nos países desenvolvidos, a C. tr a c h o m a t i s é o agente mais comum das infecções

sexualmente transmitidas, relacionando-se não so­ mente às conjuntivites neonatais e de adultos, se­ xualmente ativos, mas, também, com cervicite, ure- trite, salpingite, epididimite, artrite, endometrite, pneumonite e otite média5.

A investigação etiológica de 4260 pacientes ambulatoriais, com hiperemia conjuntival, na

Ale-Trabalho realizado na Clinica Oftalmológica Dra. Helia

A n g o t t i, L b e r a b a , A.G.

Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG.

E n d e r e ç o p a r a c o r r e s p o n d ê n c ia : Dra. Hélia Soares Angotti.

Disciplina de oftalmologia. Hospital Escola/FMTM. 38025 Uberaba. MG.

Recebido para publicação em 11/10/89.

manha Ocidental, demonstrou prevalência de infecção clamidiana de 7%, com maior freqüência no grupo etário de 20 a 25 anos1.

N o México, em estudo de 380 pacientes, detec­ taram 114 (30,0% ) com infecção oculogenital por C. tr a c h o m a tis . Os autores ainda referem que grande

número de médicos mexicanos considera a C. tr a ­ c h o m a t i s inexistente em seu meio, e que, seus dados

preliminares mostram o contrário^.

Em nosso meio, levantamento semelhante ainda não foi realizado. Deste modo, nosso objetivo será determinar a freqüência destas infecções oculares.

M A TERIA L E M ÉTODOS

N o período de 1985 a 1989 foram atendidos em uma clínica particular (Dra. Hélia Angotti) 780 pacientes com queixas de irritação conjuntival (pru­ rido, ardor) conjuntivite de repetição ou conjuntivite resistente ao tratamento convencional. A idade variou de 15 dias a 83 anos. O grupo pesquisado tem condição sócio-econômica situada entre as classes definidas, como média e alta, vez que tem acesso à clínica privada.

A metodologia teve a seguinte ordem de exames:

1. E x a m e c l ín i c o o f ta lm o l ó g ic o :

• história clínica;

• biomicroscopia, os sinais e sintomas

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C o u t o - J u n i o r A , C o r r ê a S M , C a m p o s F i lh o W , B o t t a r i C O , S a w a n F M , T a v a r e s - N e t o J , A n g o t t i H S . t r e q ü ê n c i a d a s in f e c ç õ e s o c u l a r e s p o r c l a m í d i a n o s p o r t a d o r e s d e c o n ju n tiv ite , e m C l ín ic a P a r t i c u l a r d e U b e r a b a , M G . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 : 3 3 - 3 6 , j a n - m a r , 1 9 9 0 .

vados e relacionados foram: hipertrofia de papilas e folículos, lacrimejamento, linfoadenomegalia (pré- auricular uni ou bilateral), hiperemia, ardor, prurido, dor e secreção.

2 . E x a m e s l a b o r a t o r i a i s :

• exame citológico do raspado conjuntival com

pesquisa de inclusão citoplasmática e determinação da

celularidade3 9

• coloração com anticorpo monoclonal fluores­ cente (exame de imunofluorescência direta - DFA)3

Dos 780 pacientes foram realizados ambos os exames em 235, visto que, somente a partir de uma determinada época passou-se a realizar o exame de coloração com anticorpo monoclonal fluorescente nos laboratórios de patologia clínica em Uberaba-M G.

Foram realizados em todos os pacientes raspados das conjuntivas tarsais superiores e inferiores de ambos os olhos utilizando-se “ swab” de fio ortodôn- tico com algodão embebido em solução de NaCl a 0,9% , após uso de colírio anestésico (cloridrato de proximetacaína - 0,5%). Confeccionaram-se espé­ cimes para citologia, do tipo “ rabo de cometa” com 6 (seis) esfregaços por lâmina, sendo uma lâmina para cada olho com fixação à seco, corada pelo May- Grunwalds-Giemsa*. As lâminas para imunofluo­ rescência foram fixadas em acetona (solução con­ centrada) e coradas com anticorpo monoclonal mar­ cado com fluoresceína, (“ M ICROTRAK” )**; o en­ contro de 5 ou mais corpos elementares fluorescentes, por esfregaço, foi considerado como positivo^.

RESULTADOS

A média de idade dos 780 pacientes foi de 27 anos. Não foi considerado o sexo no presente levan­ tamento.

Dos 780 exames citológicos realizados, encon­ trou-se 247 (31,7% ) com presença de inclusões citoplasmáticas. Quanto ao exame de coloração com anticorpo monoclonal fluorescente (imunofluores­ cência direta) realizado em 235 pacientes, 90 (38,3%) tiveram exame positivo.

Dos 235 pacientes que realizaram exame de coloração com anticorpo monoclonal, todos fizeram exame citológico, com pesquisa de inclusões; 61 (26,0%) pacientes tinham ambos os exames positivos e 145 (62,0%) ambos negativos. Em contrapartida, de 27 (11,5) pacientes com ausência de inclusões, a coloração com anticorpo monoclonal foi positiva; com

* Controle de qualidade para exames laboratoriais da Sociedade Brasileira de Patologia Clmica, 1985. , f * Microtrak - Syva Company, Paio Alto, Califórnia.

34

dois outros pacientes ocorreu o inverso. Deste modo verificamos que a co-positividade dos testes foi de 69,3%, a co-negatividade de 98,6%, a concordância de 87,7% e a discordância de 12,3%, como pode ser verificado na Tabela 1.

Tabela 1 - Relação dos 235 pacientes com pesquisa de inclusões e anticorpo monoclonal fluorescente para clamídia, em Uberaba, MG.

Coloração com anticorpo monoclonal fluorescente

+ - Total

Pesquisa de

+ 61a 63

inclusões - 27c 145d 172

Total 88 147 235"

co-positividade: (a/a+c) 69,3; co-negatividade: (d/b+d) 98,6; concordância: (a+d/n) 87,7%; discordância: (b+c/n)

12,3%.

N a Tabela 2 os pacientes foram distribuídos conforme a faixa etária, nos grupos co-positivos (n=61) e co-negativos (n=145) - entre eles as faixas etárias tiveram distribuições diferentes, estatistica­ mente (X j = 16,96 p < 0,005). Por isto, cada faixa etária foi comparada com as demais, sendo na faixa etária de 0 a 10 anos a proporção de negativos significativamente maior (X 2i = 8,78 p < 0,005) e na de 30 a 40 anos a dos positivos (X^ = 5,39 < 0.02).

Tabela 2 - Distribuição dos pacientes positivos e co-negativos para pesquisa de inclusões e coloração com anticorpo monoclonal fluorescente para clamídia, segundo a faixa etária, em Uberaba. MG.

n (%)

Faixa etária ! anos)

co-positivos

co-negativos

X 21 P

0 - 1 0 6(12,5) 42(87,5) 8.78 < 0,005*

1 0 - 20 8(34,8) 15(65,2) 0.33 > 0 ,5 0 20 - -30 24(36,9) 41(63,1) 2,43 > 0 ,1 0 3 0 - 40 12(50,0) 12(50,0) 5,39 < 0,02* 4 0 - 50 6(40,0) 9(60,0) 0,74** > 0 ,3 0

50 e + 5(16,1) 26(83.9) 3,18 > 0 .0 5

Total 61(29,6) 145(70,4) 16,96*** < 0.005*

(3)

C o u t o - J u n i o r A , C o r r ê a S M , C a m p o s F i lh o W , B o t t a r i C O , S a w a n F M , T a v a r e s - N e t o J , A n g o t t i H S . F r e q ü ê n c i a d a s in f e c ç õ e s o c u l a r e s p o r c l a m í d i a n o s p o r t a d o r e s d e c o n ju n tiv ite , e m C l ín ic a P a r t i c u l a r d e U b e r a b a , M G . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 : 3 3 - 3 6 , j a n - m a r , 1 9 9 0 .

A presença de sinais e sintomas sugestivos de conjuntivite foi observada em todos os pacientes estudados. No entanto, nos 61 pacientes co-positivos e 145 co-negativos a distribuição dos principais sinais e sintomas foi disposta na Tabela 3. A hipertrofia de papilas e folículos, lacrimejamento, linfoadenomea- glia e o ardor tiveram maior freqüência, estatisti­ camente significante, nos indivíduos co-positivos. Ao contrário, ahiperem ia ocorreu mais significantamente no grupo dos co-negativos. Entretanto, o prurido, a dor e a secreção muco-purulenta tiveram distribuição semelhante nos dois grupos.

Tabela 3 - Distribuição dos pacientes co-positivos (n = 6 1) e co-negativos ( n -145) para pesquisa de inclusões e coloração com anticorpo monoclonal fluores­ cente para clamídia, segundo ao quadro clínico.

Sinais/sintomas

Pacientes

co-positivos

n ( %)

co-negativos

x ; P

Hipertrofia de

papilas e folículos 45(73.8) 3 ( 2 . 1 ) 123.56 < 0.0 0 0 1*

Lacrimejamento 34(55,7) 28(19,3) 27,08 < 0,0 0 0 1*

Linfoadenomegalia 32(52,5) - 90.00 < 0.0 0 0 1*

Hiperemia 30(49,2) 94(6 4,8) 4,39 < 0,0 5*

Ardor 25(41,0) 12( 8,3) 31.15 < 0,00 0 1*

Prurido 19(31,2) 46(31,7) 0,01 > 0,80

Dor 10(16,4) 1 9 ( 1 3 , 1 ) ',38 > 0,50

Secreção 7(11,5) 30(2 0,7) 2,48 > 0,10

(*) Significante

DISCU SSÃ O

A escassez de trabalhos de levantamentos rela­ cionados a infecções oculares causadas por C. tr a ­ c h o m a t i s no Brasil, e principalmente em nossa região

(Uberaba-M G) motivou-nos à análise da casuística na clinica oftalmológica. Assim como a observação de que, curiosamente, grande número de pacientes com queixas de irritação ocular ou mesmo pacientes sem queixas específicas apresentaram quadro clínico semelhante entre si, além de resistência à medicação rotineira para conjuntivites e reincidência do quadro. Estes, quando submetidos, inicialmente, a raspado conjuntival, com análise citológica, mostraram-se, em grande número, positivos para conjuntivite de inclu­ são. A freqüência de 12,5% de positivos na faixa etária de 0 a 10 anos é sugestiva da importância deste agente.

N essa região,os dados permitem supor relevância das clamidoses oculares, uma vez que, atingem po­

pulações sem história aparente de contágio sexual, de faixa etária ampla (neonatos e idosos) e com caracte­ rísticas de reincidência. Assim, mostrando a impor­ tância de estudos continuados no diagnóstico etioló- gico das conjuntivites e sua epidemiologia.

A pesquisa destas inclusões, quando positiva, sugeriu tratar-se de clamídia; a confirmação por coloração com anticorpos monoclonais fluorescentes (imunofluorescência direta) se deu tão logo este exame passou a ser realizado em nosso meio. Diante desses métodos, foi possível diagnosticar, com maior pre­ cisão, número significativo de pacientes analisados de uma clinica privada, à qual os indivíduos economi­ camente menos favorecidos têm acesso difícil.

Por sua vez, Schachter, em 1978, afirmou que, embora a conjuntivite de inclusão e o tracoma sejam duas formas de doença ocular causadas pelo mesmo microorganismo, as duas apresentações têm diferentes padrões epidemiológicos e apresentam muitas dife­ renças reais, em termos de relevância em saúde pública e métodos de controle^.

O diagnóstico através de um teste mais específico e sensível, como a coloração pelo anticorpo mono­ clonal fluorescente, foi progresso deciviso, porquanto as inclusões não são de tão fácil identificação. Con­ tudo, Scarpi6, cjta que a análise do teste de imuno­ fluorescência depende, fundamentalmente, da expe­ riência do examinador e do número mínimo de corpos fluorescentes que torna o exame positivo.

Ao analisar-se os resultados obtidos em 780 pacientes, vê-se que, aproximadamente um terço (n=247; 31,7%) dos exames realizados mostrou inclusões citoplasmáticas. Por outro lado, dos 235 pacientes submetidos ao exame de coloração com anticorpo monoclonal fluorescente 90 (38,3% ) apre­ sentaram positividade para infecção clamidiana: Esta diferença de positividade entre os dois tipos de exames sugere ser significativa; traduzida pelo baixo per­ centual de co-positivos (69,3%).

Quando se analisa os 235 pacientes que reali­ zaram ambós os exames, encontrou-se 27 (11,5% ) com anticorpo monoclonal fluorescente positivo e não se constatou a presença de inclusões na coloração para May-Graunwalds-Giemsa, toma-se sugestivo, assim, a maior acurácia da primeira técnica, devido a maior sensibilidade e especificidade^. Por sua vez, nos dois pacientes em que se observou coloração com anti­ corpo monoclonal fluorescente negativa e presença de inclusões, pode-se explicar pelo fato de que a pesquisa de inclusões não é específica para clamídia, como o è a coloração pelo anticorpo monoclonal, podendo as inclusões detectadas serem, por exemplo, devido a adenovírus^. Outra possibilidade, mesmo que infre- qüente, é a de falso-negativo no exame de coloração com anticorpo monoclonal fluorescente. Esta possi|

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C o u t o - J u n i o r A , C o r r ê a S M , C a m p o s F i lh o W , B o t t a r i C O , S a w a n F M , T a v a r e s - N e t o J , A n g o t í i H S . f r e q ü ê n c i a d a s in f e c ç õ e s o c u l a r e s p o r c l a m í d i a n o s p o r t a d o r e s d e c o n ju n tiv ite , e m C l i n i c a P a r t i c u l a r d e U b e r a b a , M G . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e í i . e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 : 3 3 - 3 6 , j a n - m a r , 1 9 9 0 .

bilidade ocorre, principalmente, nos casos em que há infecçào caracterizada por baixo número de orga­ nismos7.

Portanto, sempre que houver suspeita clínica e ausência de inclusões, deve-se fazer a pesquisa pela coloração com anticorpo monoclonal. O ideal seria

fazê-la em todos os pacientes, com clínica sugestiva de conjuntivite clamidiana, pois este método, alem de ser mais rápido, tem sensibilidade e especificidade com­ paráveis à cultura em células de McCoy7.

N a amostra considerada, a faixa etária de maior positividade de infecções clamidianas foi de 30 a 40 anos. A análise das faixas etárias permite supor maior freqüência da doença, em questão, na população sexualmente ativa, sugerindo portanto, transmissão sexual. Também é importante reenfatizar a fre­ qüência, relativamente alta em crianças de até 10 anos, o que contribui para considerar a endemicidade da doença, além de outros fatores que podem ser considerados vinculados à transmissão.

Quanto ao quadro clínico, observou-se que todos os pacientes considerados apresentavam sinais e sintomas relacionados às conjuntivites. Os sinais mais relevantes nos casos positivos foram a hipertrofia de papilas e folículos e linfoadenomegalia (pré-auricular uni ou bilateral) e as queixas ardor e lacrimejamento. Enquanto a hiperemia parece estar mâis relacionada aos indivíduos negativos.

Portanto, deve-se ressaltar, aqui, a devida impor­ tância do quadro clínico, e não apenas dos métodos laboratoriais para o diagnóstico da doença. Visto que em alguns pacientes, mesmo que poucos, foi a forte suspeita clínica que permitiu com que casos negativos, inicialmente, para ambos os exames, em uma segunda investigação laboratorial, fossem diagnosticados pela coloração com anticorpo monoclonal.

Tem-se a impressão de que já não é mais possível separar em terminologias específicas o tracoma en­ dêmico e as conjuntivites de inclusão, ou paratra- comas, sem considerar que fazem parte de uma mesma doença que, uma vez instalada, de acordo com fatores ambientais e individuais, modifica seu comporta­ mento.

SUMMARY

7 8 0 p a t i e n t s w ith r e c u r r e n t c o n j u n c t i v a l in fe c ­ ti o n s o r p e r s i s t e n t c o m p l a i n t s o f itc h in g , b u r n in g p a i n , la c r i m a t i o n a n d c o n j u n c t i v a l h y p e r e m i a w e re

s u b je c t to c o n ju n c tiv a l s m e a r e x a m in a t io n f o r c y to lo g y a n d th e p r e s e n c e o f in c lu s io n b o d ie s . T w o h u n d r e d a n d f o r t y s e v e n ( 3 1 . 7 % ) s h o w e d c y t o p l a m i c in­ c lu s io n s ; 2 3 5 o f th e m w e re s u b j e c t to a d i r e c t s p e c if ic i m m u n o f l u o r e s c e n c y t e s t w ith 9 0 ( 3 8 . 3 % ) p o s i t i v e re su lts . 'I h e i m p o r t a n c e o j th e c l i n i c a l m a n if e s ta t io n s a n d la b o r a t o r y m e t h o d s ( d i r e c t im m u n o f lu o r e s c e n c e

a n d r e s e a r c h c y t o p l a s m i c in c lu s io n s ) w e re c o n s i­ d e r e d . T h e p a t i e n t s a r e c l i e n t s o f a p r i v a t e c l in i c a n d h a v e a m o d e r a t e to h i g h t o r s o c io e c o n o m i c le v e l.

K e y - w o r d s : c o n j u n c t i v a l in fe c tio n . R e s e a r c h f o r c l a m y d i a l i n c l u s i o n s . C h l a m y d i a . C o n j u n c t i v a l s u c o r

D i r e c t im m u n o flu o r e s c e n c e .

R E F E R E N C IA S B IB L IO G R A F IC A S

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