UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
CAMPUS DE BOTUCATU
TESE DE DOUTORADO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ZOOLOGIA
José Carlos da Silva
TÍTULO: BIOLOGIA E ECOLOGIA DOS CAMARÕES DE ÁGUA
DOCE
Macrobrachium amazonicum
(Heller 1862) E
Macrobrachium jelskii
(Miers 1778) (CRUSTACEA: CARIDEA: PALAEMONOIDEA) NO RIO
GRANDE, REGIÃO DE PLANURA, MG
Orientador: Prof. Dr. Adilson Fransozo
BOTUCATU
ESTADO DE SÃO PAULO
-2010-TÍTULO: BIOLOGIA E ECOLOGIA DOS CAMARÕES DE ÁGUA
DOCE
Macrobrachium amazonicum
(Heller 1862) E
Macrobrachium jelskii
(Miers 1778) (CRUSTACEA: CARIDEA: PALAEMONOIDEA) NO RIO
GRANDE, REGIÃO DE PLANURA, MG
José Carlos da Silva
Orientador: Prof. Dr. Adilson Fransozo
BOTUCATU
ESTADO DE SÃO PAULO
-2010-Tese apresentada ao Instituto de
Biociências
da
Universidade
Estadual
Paulista
(UNESP) –
Campus de Botucatu, como parte
dos requisitos para obtenção do
título
de
DOUTOR
em
SI LVA, da JOSÉ CARLOS
BI OLOGI A E ECOLOGI A DOS CAMARÕES DE ÁGUA DOCE
Macr obr achium
am azonicum
(Heller
1862)
E
Macr obr achium
j elskii
(Miers
1778)
(CRUSTACEA:
CARI DEA: PALAEMONOI DEA) NO RI O GRANDE, REGI ÃO
DE PLANURA, MG
Crustáceos Decápodos de Água doce do Brasil:
Fam ília Palaem onidae.
Bot ucat u, 2010.
Tese. Universidade Estadual Paulista.
Curso de Pós- Graduação em Zoologia. (Dout orado)
Orient ador – Dr. Adilson Fransozo
Dedicatória
À m inha esposa, Carla Mirian, pelo com panheirism o e
apoio dedicado para que est e t rabalho fosse realizado.
Aos m eus filhos, kaíque e karoline, por serem os m eus
m aiores incent ivos de viver, para os quais pret endo est ender
m eus ideais de aperfeiçoam ent o.
Aos m eus pais, Saulo Messias e Lazara Marques, que com
gest os sim ples e cert eir os, incent ivou a educação a t odos os
seus filhos.
AGRADECI M ENTOS
A Deus, por ser a m inha font e de energia, ilum inando o m eu cam inho e de m inha fam ília em m eus m om ent os m ais difíceis.
Ao m eu orient ador, Professor Dout or Adilson Fransozo, por t odo o apoio, por abrir as port as de sua casa e as dependências do laborat ório para a realização de et apas im port ant es deste t rabalho; pela infra-est rut ura, equipam ent os, m at eriais e ensinam ent os; pela com preensão diant e de m inhas out ras t arefas profissionais. Agradeço t am bém pelo profissionalism o, orient ação, dedicação e com preensão dem onst rado durant e est e período de convivência e, sobret udo pela am izade sincera.
À Professora, Dout ora Maria Lúcia Megreiros- Fransozo, pelas orient ações, sugest ões e sobret udo pela am izade sincera que dispensou a m im e a m inha fam ília, durant e est e período de convivência.
Ao program a de Pós–graduação da Universidade Est adual Paulist a, Cam pus “ Júlio de Mesquit a Filho” , por oport unizar-m e conhecim ent os.
Ao Cent ro Universit ário do Planalt o de Araxá ( UNI ARAXÁ) , pela confiança prest ada na liberação de recursos e t am bém por disponibilizar os laborat órios, equipam ent os, est agiários e funcionários.
À Professora, Maria Auxiliadora Ribeiro, pela confiança, e incentivo dedicado a m inha pessoa, para realização dest e t rabalho, quando ainda Reit ora do referido Cent ro Universit ário.
Aos m eus alunos e alunas: Ariadne, Bruna e Bruna Oliveira, Daniela, Gilson, Julinho, Pedro Paulo, e t am bém ao am igo Fernando Noli, pelas colet as no Rio Grande, durant e 2 anos.
Em especial, à Daniela e Julinho que estiveram com igo durant e t odo período de sua graduação, fazendo t rabalho de laborat ório.
Ao aluno, Gleidson pelo t rabalho dedicado no laborat ório.
vezes, ele foi prot agonist a dest a aventura, ent rando no rio para aj udar a colet ar os cam arões, em noit e escura.
Não poderia deixar de agradecer t am bém , à Sim one, que sem pre nos recebeu m uit o bem em sua casa, j unt am ent e com seus filhos, m inhas queridas sobrinhas, Giovanna e Laís e m eu afilhado, Paulo Vict or.
Aos m eus am igos Aleixo, Júnior e Diego, pelo apoio logístico no t ransport e do equipam ent o, colet as e out ras peripécias.
Ao propriet ário do port o de pesca, Sr. Jair, em Planura, que gentilm ent e perm itiu nossa ent rada em sua propriedade para realização dest e t rabalho.
À em presa Araxá Am bient al, na pessoa do m eu am igo, Aires, pelas analises.
À COPASA, na pessoa do m eu am igo, Ant ônio I van e do t écnico, Donizet e, na liberação dos dados fornecidos para realização dest e t rabalho.
Aos funcionários da Seção de Pós- Graduação, Sérgio, Lú e Maria Helena, pela com preensão, pront o at endim ent o e auxílio na solução das dúvidas.
Ao am igo, Gust avo Mont eiro Teixeira ( Guga) , que sem m edir esforços ou pergunt ar porquê, cont ribuiu enorm em ente para realização dest e t rabalho. Muit o obrigado.
Em especial à Ariádine Cristine de Alm eida, e dizer que sua cont ribuição foi m uit o im port ant e para a realização dest e t rabalho, desde as prim eiras colet as. E pensar que aquela aluna do curso de Ciências Biológicas, com seu esforço e dedicação, conquist aria sua m onografia com cam arões de água doce e chegaria ao t ít ulo de m est re, com cam arões m arinhos e quando m enos se espera, salt a para o dout orado em busca de m ais um a vit ória. Eu m e sint o m uit o honrado em fazer part e dest a hist ória e acom panhar o seu sucesso.
cont a pelo pouco cont at o est abelecido, m as, apenas por pequenos gest os e poucas falas, foram suficient es para t ranqüilizar- m e e m ost rar o cam inho cert o.
Ao am igo Professor, Dr. Rogério Caet ano da Cost a, pelos ensinam ent os, dicas, apoio em m eu t rabalho e m uit o obrigado pela agradável convivência, durante este período.
Ao am igo, Dr. Valt er José Cobo, pela convivência agradável nos cursos de Biologia Marinha, em Ubat uba e incentivo para realização dest e t rabalho.
Aos colegas do laborat ório: Douglas, Eduardo, Gabriela e Rafael, m uit o obrigado por fazer part e deste espaço que m uit o m e enriqueceu.
Ao colega do laborat ório Bruno ( Pessoa) , por m e hospedar em sua casa.
À colega Bruna, pelo convívio no laborat ório e disciplinas, em Ubat uba.
Ao am igo Tony agradeço pela am izade e convívio em várias visit as, em Ubat uba e por m uit as dúvidas tiradas durant e o curso, quando sem pre est eve pront o a aj udar nas horas m ais difíceis.
À am iga Juliana, que sem pre m e at endeu com m uit o carinho na secret aria do depart am ent o.
Às am igas, Lílian e Vivian pela convivência am ável, durant e est e período de est udo.
Aos m eus verdadeiros am igos, que não fizeram part e diret am ent e dest e t rabalho, m as, que cont ribuíram com seu apoio, incentivo e m otivação para que eu concluísse est e proj et o.
SUMÁRIO
Lista de tabelas...I
Lista de figuras...II
Resumo...VI
1-INTRODUÇÃO
1.1 Abundância...01
1.2 Estrutura populacional...05
1.3 Razão sexual...08
1.4 Período reprodutivo...10
1.5 Fecundidade...12
2-OBJETIVO...14
3-MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Caracterização da área de estudo...14
3.2 Coleta...18
4-RESULTADOS
4.1 Dados abióticos...27
4.2 Variação t em poral da abundância e biom assa ( g) ...28
4.3 Estrutura populacional...31
4.4 Razão sexual...40
4.5 Período reprodutivo...41
4.6 Fecundidade...44
5- DISCUSSÃO
5.1 Fatores abióticos...49
5.2 Variação temporal da abundância e biomassa(g)...51
5.3 Estrutura populacional...54
5.4 Razão sexual...57
5.5 Período reprodutivo e recrutamento...60
5.6 Fecundidade...62
6- BIBLIOGRAFIA...64
List a de t abela
T
Taabbeellaa II:: MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm ee MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii..
A
Abbuunnddâânncciiaa aabbssoolluuttaa ddooss eessppéécciimmeess...9900
T
Taabbeellaa IIII:: MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. NNúúmmeerroo mmééddiioo ddee oovvooss ppoorr
c
cllaasssseess ddee ttaammaannhhoo ((NN == nnúúmmeerroo ddee iinnddiivvíídduuooss;; DDPP == ddeessvviioo
p
paaddrrããoo))...4466
T
Taabbeellaa IIIIII:: MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. CCaarraacctteerriizzaaççããoo ddooss eessttáággiiooss ddooss
o
ovvooss ((NN == nnúúmmeerroo ddee iinnddiivvíídduuooss;; ddpp == ddeessvviioo ppaaddrrããoo;; FFOO == ffêêmmeeaa
o
ovvííggeerraa)).. DDiiââmmeettrroo eemm ((mmmm))...4477
T
Taabbeellaa IIVV:: MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii.. NNúúmmeerroo mmééddiioo ddee oovvooss ppoorr ccllaasssseess ddee
t
taammaannhhoo ((NN == nnúúmmeerroo ddee iinnddiivvíídduuooss;; DDPP== ddeessvviioo ppaaddrrããoo...4477
T
Taabbeellaa VV:: MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii.. CCaarraacctteerriizzaaççããoo ddooss eessttáággiiooss ddooss oovvooss
(
(NN==nnúúmmeerroo ddee iinnddiivvíídduuooss;; ddpp==ddeessvviioo ppaaddrrããoo;; FFOO==ffêêmmeeaa oovvííggeerraa))..
D
List a de figuras
F
Fiigguurraa 11 –– VViissttaa ppaannoorrââmmiiccaa ddoo llooccaall ddee ccoolleettaa.. FFoottoo ddoo CCoonnddoommíínniioo
E
Ellddoorraaddoo...1177
F
Fiigguurraa 22 –– BBaacciiaa HHiiddrrooggrrááffiiccaa ddoo EEssttaaddoo ddee MMiinnaass ggeerraaiiss,, ccoomm êênnffaassee nnaa
b
baacciiaa ddoo RRiioo GGrraannddee.. IIGGAAMM ((IInnssttiittuuttoo MMiinneeiirroo ddee GGeessttããoo ddaass
Á
Ágguuaass))...1177
F
Fiigguurraa 33 –– AAbbuunnddâânncciiaa ddee ccaammaarrõõeess ccoolleettaaddooss nnoo RRiioo GGrraannddee ccaappttuurraaddooss
e
ennttrree aass mmaaccrróóffiittaass aaqquuááttiiccaass ((EEggeerriiaa ddeennssaa)).. FFoottoo ddee SSiillvvaa,, JJ..
C
C...1188
F
Fiigguurraa 44 –– PPoonnttoo ddee ccoolleettaa ccoomm nníívveell ddoo rriioo bbaaiixxoo ((ccuurrssoo nnoorrmmaall)) ((LLóóttiiccoo)),,
p
peerrííooddoo cchhuuvvoossoo ccoomm pprreesseennççaa ddee mmaaccrróóffiittaass aaqquuááttiiccaa ((EEggeerriiaa ddeennssaa))..
F
Foottoo ddee SSiillvvaa,, JJ.. CC...2200
Figura 5 – Pont o de colet a com nível do rio alt o ( Lêntico) , período de
estiagem , com presença de gram íneas nas m argens. Fot o de Silva, J.
C...20
F
Fiigguurraa 66 –– CCoolleettoorr ddee ccaammaarrõõeess ccoomm aarrmmaaççããoo ddee mmeettaalloonn ee tteellaa ddee nnyylloonn,,
a
arrrraassttaaddoo nnaass mmaarrggeennss...2211
F
Fiigguurraa 77 –– SSeegguunnddoo ppaarr ddee PPlleeóóppooddoo ddee ccaammaarrããoo ddoo ggêênneerroo
M
Maaccrroobbrraacchhiiuumm.. EEssccaallaa ddee ttaammaannhhoo ((mmmm)).. FFoottoo ddee SSiillvvaa,, JJ..CC...2244
F
Fiigguurraa 88 –– DDeesseennhhoo eessqquueemmááttiiccoo ddaa ccaarraacctteerrííssttiiccaa ddee ddiiffeerreenncciiaaççããoo sseexxuuaall
n
noo sseegguunnddoo ppaarr ddee pplleeóóppooddooss ddee mmaacchhooss ee ffêêmmeeaass nnoo ccaammaarrããoo ddoo ggêênneerroo
M
F
Fiigguurraa 99 –– CCaarraacctteerrííssttiiccaass bbiioommééttrriiccaass eexxtteerrnnaass aannaalliissaaddaass nnoo ccaammaarrããoo
M
Maaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. EEssccaallaa ((mmmm)).. FFoottoo ddee SSiillvvaa,, J
J..CC...2255
F
Fiigguurraa 1100 –– SSeegguunnddoo ppaarr ddee pplleeóóppooddoo ddee MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii ccoomm oovvooss
a
addeerriiddooss aaoo pprroottooppooddiittoo,, ccoomm aappêênnddiiccee iinntteerrnnoo,, eennddooppooddiittoo ee eexxooppooddiittoo..
E
Essccaallaa ((mmmm)).. FFoottoo SSiillvvaa,, JJ..CC...2266
F
Fiigguurraa 1111 -- VVaarriiaaççããoo mmeennssaall ddaa tteemmppeerraattuurraa ddaa áágguuaa dduurraannttee oo ppeerrííooddoo ddee
e
essttuuddoo...2277
F
Fiigguurraa 1122 -- VVaarriiaaççããoo mmeennssaall ddaa ttuurrbbiiddeezz ddaa áágguuaa dduurraannttee oo ppeerrííooddoo ddee
e
essttuuddoo...2277
F
Fiigguurraa 1133 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm ee MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii..
A
Abbuunnddâânncciiaa aabbssoolluuttaa ddooss iinnddiivvíídduuooss ppoorr nníívveell ddoo
r
reesseerrvvaattóórriioo...2299
F
Fiigguurraa 1144 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. VVaarriiaaççããoo mmeennssaall nnaa aabbuunnddâânncciiaa
e
e bbiioommaassssaa ((gg)) ddooss ccaammaarrõõeess...3300
F
Fiigguurraa 1155 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii.. VVaarriiaaççããoo mmeennssaall nnaa aabbuunnddâânncciiaa ee
b
biioommaassssaa ((gg)) ddooss ccaammaarrõõeess...3300
F
Fiigguurraa 1166 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm ee MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii..
V
Vaarriiaaççõõeess mmeennssaaiiss nnaa aabbuunnddâânncciiaa ddooss iinnddiivvíídduuooss ee nnaa tteemmppeerraattuurraa ddaa
á
ágguuaa dduurraannttee oo ppeerrííooddoo aammoossttrraaddoo...3311
F
Fiigguurraa 1177 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. DDiissttrriibbuuiiççããoo ddee ffrreeqquuêênncciiaa ddooss
i
innddiivvíídduuooss ((JJ == jjoovveemm;; MMAA == mmaacchhoo aadduullttoo;; FFAA == ffêêmmeeaa aadduullttaa;; FFOO ==
f
F
Fiigguurraa 1188 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii.. DDiissttrriibbuuiiççããoo ddee ffrreeqqüüêênncciiaa ddooss
i
innddiivvíídduuooss ((JJ == jjoovveemm;; MMAA == mmaacchhoo aadduullttoo;; FFAA == ffêêmmeeaa aadduullttaa;;
F
FOO==ffêêmmeeaaoovvííggeerraa))...3344
F
Fiigguurraa 1199 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. DDiissttrriibbuuiiççããoo mmeennssaall ddee
f
frreeqqüüêênncciiaa ddooss iinnddiivvíídduuooss eemm ccllaasssseess ddee ttaammaannhhoo,, eennttrree jjuullhhoo//22000055 aa
j
juunnhhoo//22000066 ((JJ == jjoovveemm;; MMAA == mmaacchhoo aadduullttoo,, FFAA == ffêêmmeeaa aadduullttaa;; FFOO ==
f
fêêmmeeaa oovvííggeerraa))...3366
F
Fiigguurraa 2200 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. DDiissttrriibbuuiiççããoo mmeennssaall ddee
f
frreeqqüüêênncciiaa ddooss iinnddiivvíídduuooss eemm ccllaasssseess ddee ttaammaannhhoo,, eennttrree jjuullhhoo//22000066 aa
j
juunnhhoo//22000077 ((JJ == jjoovveemm;; MMAA == mmaacchhoo aadduullttoo,, FFAA == ffêêmmeeaa aadduullttaa;; FFOO ==
f
fêêmmeeaa oovvííggeerraa))...3377
F
Fiigguurraa 2211 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii.. DDiissttrriibbuuiiççããoo mmeennssaall ddee ffrreeqqüüêênncciiaa ddooss
i
innddiivvíídduuooss eemm ccllaasssseess ddee ttaammaannhhoo,, eennttrree jjuullhhoo//22000055 aa jjuunnhhoo//22000066 ((JJ ==
j
joovveemm;; MMAA == mmaacchhoo aadduullttoo,, FFAA == ffêêmmeeaa aadduullttaa;; FFOO == ffêêmmeeaa
o
ovvííggeerraa))...3388
F
Fiigguurraa 2222:: MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii.. DDiissttrriibbuuiiççããoo mmeennssaall ddee ffrreeqqüüêênncciiaa ddooss
i
innddiivvíídduuooss eemm ccllaasssseess ddee ttaammaannhhoo,, eennttrree jjuullhhoo//22000066 aa jjuunnhhoo//22000077 ((JJ ==
j
joovveemm;; MMAA == mmaacchhoo aadduullttoo,, FFAA == ffêêmmeeaa aadduullttaa;; FFOO == ffêêmmeeaa
o
ovvííggeerraa))...3399
F
Fiigguurraa 2233 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. VVaarriiaaççããoo nnaa pprrooppoorrççããoo sseexxuuaall
e
ennttrree ooss iinnddiivvíídduuooss aadduullttooss ((** == pp<<00,,0055;; MM == mmaacchhoo;; FF ==
f
fêêmmeeaa))...4400
F
Fiigguurraa 2244 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii.. VVaarriiaaççããoo nnaa pprrooppoorrççããoo sseexxuuaall eennttrree ooss
i
F
Fiigguurraa 2255 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. VVaarriiaaççããoo mmeennssaall nnaa
p
poorrcceennttaaggeemm ddee ffêêmmeeaass oovvííggeerraass eemm rreellaaççããoo ààss ffêêmmeeaass aadduullttaass ee nnaa
p
poorrcceennttaaggeemm ddee iinnddiivvíídduuooss jjoovveennss eemm rreellaaççããoo àà ppooppuullaaççããoo aammoossttrraaddaa,,
e
ennttrree jjuullhhoo//22000055 ee jjuunnhhoo//22000077 ((FFOO == ffêêmmeeaa oovvííggeerraa;; FFAA == ffêêmmeeaa aadduullttaa;;
J
J == jjoovveemm))...4422
F
Fiigguurraa 2266 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii.. VVaarriiaaççããoo mmeennssaall nnaa ppoorrcceennttaaggeemm ddee
f
fêêmmeeaass oovvííggeerraass eemm rreellaaççããoo ààss ffêêmmeeaass aadduullttaass ee nnaa ppoorrcceennttaaggeemm ddee
i
innddiivvíídduuooss jjoovveennss eemm rreellaaççããoo àà ppooppuullaaççããoo aammoossttrraaddaa,, eennttrree jjuullhhoo//22000055 ee
j
juunnhhoo//22000077 ((FFOO == ffêêmmeeaa oovvííggeerraa;; FFAA == ffêêmmeeaa aadduullttaa;; JJ ==
j
joovveemm))...4433
F
Fiigguurraa 2277 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. VVaarriiaaççããoo mmeennssaall ddaa ppoorrcceennttaaggeemm
d
dee ffêêmmeeaass oovvííggeerraass ee vvaalloorreess ddee ttuurrbbiiddeezz ddaa áágguuaa,, oobbsseerrvvaaddooss nnaa rreeggiiããoo
d
dee eessttuuddoo,, eennttrree jjuullhhoo//22000055 aa jjuunnhhoo//22000077 ((FFOO == ffêêmmeeaass
o
ovvííggeerraass))...4444
F
Fiigguurraa 2288 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm aammaazzoonniiccuumm.. RReellaaççããoo eennttrree oo nnúúmmeerroo ddee oovvooss
p
peelloo ccoommpprriimmeennttoo ddaa ccaarraappaaççaa ((CCCC
m
mmm))...4455
F
Fiigguurraa 2299 -- MMaaccrroobbrraacchhiiuumm jjeellsskkiiii.. RReellaaççããoo eennttrree oo nnúúmmeerroo ddee oovvooss ppeelloo
c
RESUMO
Os cam arões carídeos t êm grande im port ância nos ecossist em as aquáticos, desem penhando um papel fundam ent al nos processos ecológicos. O conhecim ent o biológico das espécies de cam arões dulcícolas, do gênero Macrobrachium, const it ui um a ferram ent a im port ante na
criação de est rat égias de m anej o, vist o que possibilit am um m elhor aproveit am ent o desse recurso natural, e com oport unidade de conhecer sua biologia, suas relações ecológicas nest e novo am bient e. Port ant o, est e t rabalho t eve com o obj etivo estudar a biologia e ecologia dos cam arões de água doce Macrobrachium am azonicum ( Heller 1862) e Macrobrachium j elskii ( Miers 1778) , no Rio Grande, localizado na região de Planura,
est ado de Minas Gerais, com ênfase na dist ribuição e abundância das espécies, est rut ura populacional, razão sexual, período reprodut ivo e fecundidade. O present e est udo foi desenvolvido no Rio Grande, no m unicípio de Planura, MG, à m ont ant e da Usina Hidroelét rica Marim bondo e à j usant e da Usina Port o Colôm bia, na região do t riângulo Mineiro ent re a Lat it ude: 20° 09' 94'' S e Longitude: 48° 40' 53'' O, durant e o período de j ulho de 2005 a j unho de 2007. No t ot al foram capt urados 29.632 exem plares durant e 24 m eses no período not urno. No laborat ório, os cam arões foram descongelados em tem perat ura am bient e e separados as espécies M. am azonicum e M. j eslkii, com base nas caract erísticas
período am ost rado. Os result ados da análise de regressão m últipla ent re a abundância de M. am azonicum e de M. j elskii e os fat ores am bient ais
analisados no present e est udo, não dem onst raram nenhum a relação significativa ( p> 0,05) . Conform e a m et odologia descrit a para a classificação dos indivíduos, MJ, t odos os espécim es de com CC ≤ 6,2 m m
e CC ≤ 4,8 m m foram considerados indivíduos jovens para M.
am azonicum e M. j elskii, respectivam ent e. Em relação às fêm eas
ovígeras, o m enor t am anho const at ado para M. am azonicum foi de 6,0
m m de CC, j á, para M. j elskii, a m enor fêm ea ovígera possuiu 6,5 m m de
CC. Assim , os exem plares analisados foram represent ados por 1077 j ovens, 453 m achos adult os, 1393 fêm eas adult as e 190 fêm eas ovígeras para M. am azonicum e, 1298 j ovens, 822 m achos adult os, 522 fêm eas
adult as e 147 fêm eas ovígeras para M. j elskii. Um t ot al de 13 classes, com
1,0 m m de am plitude, foi est abelecido para M. am azonicum, as quais
diferiram est atisticam ente ent re m achos e fêm eas ( Kolm ogorov- Sm irnov, p< 0,00) . Para M. j elskii, um t ot al de 9 classes de t am anho, com 1,0 m m
de am plitude, foi est abelecido, as quais t am bém diferiram est atisticam ent e ent re m achos e fêm eas ( Kolm ogorov- Sm irnov, p< 0,00) . Em relação à dist ribuição m ensal dos indivíduos em relação à biom assa de
M. am azonicum e M. j elskii, foi possível observar est es organism os o ano
t odo. A proporção sexual ent re os indivíduos adult os de M. am azonicum,
diferiu em algum as classes de t am anho (χ2, p= 0,00) , sendo a favor das
fêm eas em quase t odas as classes, excet o para a classe 13[ - - 14 m m . Para M. j elskii, a proporção sexual ent re os indivíduos adult os t am bém
diferiu em algum as classes de t am anho (χ2, p= 0,00) , sendo a favor dos
m achos nas classes de 4[ -- 5 m m a 6[ - -7 m m de CC e a favor das fêm eas nas cinco últim as classes de t am anho. Em relação à reprodução, as espécies M. am azonicum e M.j elskii apresent aram período reprodut ivo
ent ret ant o, foi const at ado um a correlação negativa com a variação m ensal da t urbidez da água som ent e para a variação m ensal de fêm eas ovígeras de M. am azonicum ( Spearm an: rs= - 0,44; t = - 2,32 e p = 0,03) . Am bas
as espécies, M. am azonicum e M. j elskii apresent aram relação positiva
ent re núm ero de ovos pelo com prim ent o da carapaça. Tant o para M. am azonicum quant o para M. j elskii, foi possível dest acar um crescent e
1
1--IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
1 .1 - Abundância
A im port ância dos crust áceos nos processos ecológicos de am bient es
lím nicos é m anifest ada em diferent es níveis da cadeia t rófica com o:
herbívoros, predadores, necrófagos ou presas de out ros grupos. Est a
grande variabilidade de caract erísticas biológicas est á ligada à diversidade
dos habit at s colonizados pelos Cam arões, os quais são encont rados em
águas corrent es dos grandes rios, lagos de várzea, planícies inundadas,
açudes e represas ( Junk & Nunes de Mello, 1987; Magalhães, 2000) .
Os cam arões carídeos dent ro dos ecossist em as aquáticos
desem penham um papel fundam ent al nos processos ecológicos
( Magalhães, 1999) . Esses cam arões atuam com o predadores de out ros
invert ebrados ( Kensley & Walker, 1982), são epibent ônicos e det ritívoros,
constit uindo- se em presas para peixes ( Bauer, 2004) . O conhecim ent o
biológico desses cam arões const it ui um a ferram ent a básica para o
desenho de est rat égias de m anej o, vist o que possibilit a um m elhor
aproveit am ent o desse recurso nat ural, evit ando um est ado de sobrepesca,
e por consequência, um a produtividade decrescent e. Um a exploração
adequada dos recursos pesqueiros beneficia a população de pescadores
art esanais, garantindo renda e t rabalho e, dest a form a, prom ovem o
desenvolvim ent o socioeconôm ico da região. Ressalt a- se ainda, que, a
carcinocult ura pode ser considerada um a alt ernativa im port ant e para a
nat urais, dest a form a estim ulada em larga escala em diversos países
( Valenti, 1989 e 2008) .
O Macrobrachium am azonicum ( Heller, 1862) apresent a grande
pot encial para aqüicultura ( Kutt y, 2005; New, 2005) , pois é um cam arão
que pode alcançar at é 16 cm e 30 g ( Valenti et al., 2003) ; sua carne
apresent a t ext ura m ais firm e e sabor m ais acentuado em relação à carne
de Macrobrachium rosenbergii e, por isso, é m ais bem aceit a nos
m ercados consum idores ( Moraes- Riodades et al., 1999) .
O gênero Macrobrachium , cont ém m ais de 120 espécies e ocorre nas
regiões t ropicais e subt ropicais de t odo o m undo ( Valenti, 1987). Sua
localidade típica é a bacia cent ral do Rio Am azonas na região de Manaus,
onde é m uit o abundant e nas águas brancas, ricas em sedim ent os e sais
dissolvidos ( Odinet z-Collart , 1993) . Estes decápodos são explorados para
pesca art esanal no nort e e nordest e do Brasil, e é am plam ent e consum ida
por povos brasileiros, inclusive os indígenas, e t am bém out ros grupos
econôm icos ( Moraes- Riodades e Valenti, 2001) . Apesar do alt o valor
biológico e im port ância econôm ica da espécie M. am azonicum, m uit o de
seu com port am ent o ainda não foi com preendido. Além disso, a m aioria
das inform ações disponíveis é obscura, incluindo artigos publicados nas
línguas locais ( principalm ent e Port uguês e Espanhol) , e t rabalhos
apresent ados em reuniões locais, m estrado e t eses de dout orado ( Maciel
& Valenti 2009) .
A espécie Macrobrachium j elskii ( Miers, 1778) no est ado de Minas
Represa de Três Marias e no Rio São Francisco ( Soares, 2008) . Os
cam arões am azonicum e j elskii, têm sido encont rados com m uit a
frequência nos t ribut ários m enores e grandes do Rio Grande e sua bacia
hidrográfica. Em relat os pessoais, de pescadores e m oradores das
m argens do rio, t ais cam arões foram observados com m aior freqüência há
aproxim adam ente 15 anos, onde eram vist os aderidos aos barcos de
m adeira que ficavam dent ro da água, subm ersos para evit ar desgast e
pelo sol. A presença desses cam arões no Rio Grande m udou o
com port am ent o dos pescadores e m elhorou a dem anda de isca para a
pesca esport iva, um a vez que t ais organism os são m uit o apreciados por
peixes carnívoros, e, t am bém , para alim ent ação dos t urist as que vão
àquela região, hábit o que j á com eça a ser explorado por m oradores.
A abundância de cam arões, est a relacionado aos aspect os bióticos
( ecológicos) e abióticos ( t extura do sedim ent o, salinidade e t em perat ura) ,
que são os fat ores am bient ais m ais relevantes que influenciam a
dist ribuição espacial e sazonal de espécies m arinhas ( Cost a et al., 2007) .
Com a abundância de cam arões do gênero Macrobrachium na região,
variações nas populações, regularidade nos ciclos reprodut ivos e
dist ribuição de organism os j ovens e adult os no ecossist em a, são evident es
que, inform ações com o est as são de grande pot encial para o est udo dest e
grupo nas águas do Rio Grande. Apesar dest e cenário prom issor para
novas pesquisas a respeit o da biologia dest es cam arões nos ecossist em as
lacust res de Minas Gerais, são escassos os t rabalhos desenvolvidos para
assim , ressalt am os os t rabalhos de Sam paio, ( 2007) e Soares, ( 2008)
realizado no Rio São Francisco.
A variação na abundância do est oque depende basicam ente dos
fat ores que cont ribuem para o ganho de biom assa ( crescim ent o e
recrut am ent o) , e para a perda de biom assa a ( m ort alidade) . No m om ent o
em que se form a um a classe et ária, sua abundância passa a sofrer
redução, sendo est a at ribuída por fatores nat urais, e pela exploração
hum ana ( Font eles- Filho, 1979) .
Com o crescent e aum ent o da degradação dos am bient es,
part icularm ent e os aquáticos, é, im port ant e que est udos m ais det alhados
sej am desenvolvidos e aplicados. Além disso, a conservação das espécies
exige conhecim ent os m ais profundos e específicos sobre a biologia das
populações, um a vez que são organism os que colonizaram recent em ent e
t ais am bientes.
1 .2 – Est rutura populacional
Com o conhecim ent o da est rutura populacional de um grupo de
crust áceos, é possível obt er dados im port ant es para o ent endim ent o de
vários out ros est udos. Conhecer o t am anho m áxim o at ingido por m achos
e fêm eas de det erm inada espécie em seu am bient e, são utilizados para
est udos sobre crescim ent o individual de várias espécies de crust áceos
( Fransozo & Mant elatt o, 1998) . A caract erização est rut ural das populações
conhecim ent o da est abilidade ecológica das populações ( Hut chinson,
1981) .
Est udos sobre est rutura populacional de crust áceos decápodos,
foram precursores em proj et os de cultivo, cont ribuindo para a
preservação de espécies e a exploração de seus recursos ( Sm aldon,
1972) . Dest aca- se ainda, o ent endim ent o da variabilidade das populações
em am bient es diferent es, fornecendo inform ações dos seus hábit os e
caract erísticas dos ciclos de vida dest as espécies (Gray, 1987) . Aspect os
da est rut ura populacional com o a razão sexual, e a est rut ura et ária,
influenciam a dinâm ica populacional devido às variações relacionadas ao
sexo e à idade, sendo t ais aspect os de sum a im port ância para a
com preensão da ocorrência de m udanças populacionais ao longo do
t em po, ( Ricklefs, 1996) .
Avaliações sobre a est rut ura populacional, cont ribuem para o
conhecim ent o da biologia e ecologia da espécie no seu am bient e natural,
represent ando um a im port ant e ferram ent a no est udo de diferent es
grupos, o que possibilit a o conhecim ent o da am plitude de t am anho
alcançado pelos indivíduos de um a população ( Hart noll & Bryant 1990 &
Begon et al., 1996) . As populações possuem um a est rut ura com
caract erísticas próprias, relacionadas à densidade populacional, ao tipo de
m igração durant e o ciclo de vida, à proporção de indivíduos em diferent es
faixas et árias, e a variação genética dent ro de um habit at , sendo que
t odas est as caract erísticas podem variar em espaço e t em po (Ricklefs e
Com relação ao t am anho, dest acam os os cam arões da espécie
am azonicum , que apresent a diferença ent re os sexos, devido ao fat o das
fêm eas realizarem ecdises pré e pós- desova. Em decorrência da t roca do
exoesquelet o nas fêm eas os m achos atingem com prim ent o m aior, sendo
que o crescim ent o nos crust áceos de água doce, geralm ent e, é sim ilar
ent re os sexos at é a m at uridade ( Valenti, 1987 e Flexa et al., 2005) . A
espécie M. am azonicum despert ou um int eresse crescente para o cultivo
com ercial, devido ao rápido crescim ento, fácil m anut enção em cativeiro e
rusticidade (Guest , 1979; Barret o & Soares, 1982; Valenti, 1985) .
As populações biológicas são vist as com o um conj unt o de indivíduos
da m esm a espécie, biologicam ent e sem elhant es e que se reproduzem
ent re si, m as os fat ores am bient ais e genéticos represent am um carát er
de grande variabilidade ent re elas. O tam anho e a est rutura populacional
variam const ant em ente, por m eio de relações inter e int raespecíficas,
m ant endo o equilíbrio da com unidade.
Conhecer a variabilidade das populações em habit at s sim ilares ou
diferentes, quando em regiões geográficas distint as, pode fornecer
inform ações dos efeit os dest e habit at sobre as caract erísticas do ciclo de
vida das espécies (Gray, 1991) . Além disso, com preender as variações
populacionais ao longo do t em po, na quantidade e dist ribuição dos seus
indivíduos, obj et ivando int erpret ar as variações na abundância
relacionadas com o nascim ent o, crescim ent o e m ort e em nível coletivo é
A est rut ura populacional represent a um a im port ante ferram ent a no
est udo de diferentes grupos, pois perm it e conhecer a am plit ude de
t am anho alcançado pelos indivíduos de um a população, suas freqüências e
flutuações ao longo dos diferentes t am anhos, o que represent a um a font e
de t axas contínuas de m ort alidade e nat alidade ( Díaz & Conde, 1989;
Hart noll & Bryant , 1990 e Begon et al., 1996) . Deve- se considerar, ainda,
que os fat ores am bient ais aos quais as populações est ão suj eit as, podem
influenciar de m aneira diversa a proporção sexual ( Wenner, 1972;
Margalef, 1977; Gherardi, 1991) . Segundo Giesel ( 1972) , desvios da t axa
esperada de 1: 1 podem , t am bém , regular internam ent e o t am anho da
população, afet ando seu pot encial reprodut ivo. No ent ant o, out ros
aut ores, com o ( Medinikov, 1961; Darnell, 1962; Conover, 1965)
enfatizaram a existência de not áveis desvios nest a proporção.
1 .3 - Razão sexual
A razão sexual é um processo evolutivo que favorece adapt ações,
aum ent ando assim o sucesso do acasalam ent o dos indivíduos ( Barros,
1995) . Nos organism os dióicos, verifica- se um núm ero aproxim ado de
m achos e fêm eas, e est a proporção sexual é definida com o sendo a
proporção de m achos em um a det erm inada população ( Wilson & Pianka,
1963) . No ent ant o, para Fut uym a ( 1997) , a seleção sexual é m ais int ensa
ent re os organism os m achos, e aparece quando as fêm eas apresent am
um est oque lim it ado pelo qual eles precisam com petir, chegam a copular
A proporção sexual de várias espécies do gênero Macr obrachium,
indica um a t endência favorável às fêm eas devido à predação dos m achos
( Rom án- Cont reras, Cam pos- Lince 1993; Silva 2002; Borges 2003;
Mont oya 2003; Fransozo et al., 2004, Mant elatt o & Barbosa, 2005; Mant el
e Dudgeon, 2005; Sam paio, 2007 e Silva 2007) . A obt enção de um a
m enor proporção de fêm eas, durant e o início do período reprodut ivo est á
possivelm ent e associada ao fat o de que as form as ovígeras refugiam - se
em det erm inados locais, na t ent ativa de t ornarem - se m enos susceptíveis
aos predadores.
A razão sexual é observada para t odas as populações, obedecendo à
probabilidade na proporção sexual de 1: 1. A est abilidade populacional
conferida pela ausência de desvios ent re os sexos foi observada por Müller
& Carpes ( 1991); Souza & Font oura ( 1996) e Lim a & Oshiro (2000) .
Segundo esses aut ores, t ais result ados podem refletir diferent es condições
am bient ais e de predação, que at uam de form a distint a na m ort alidade de
cada sexo. Não som ent e as condições am bient ais e bióticas ( m uda,
m igração, predação, et c.) podem levar a ocorrência de desvios a favor de
um dos sexos, com o t am bém os processos de seleção.
Para os Art rópodes a predições baseadas na análise da razão sexual
operacional, dem onst raram que desvios na igualdade da razão sexual
predizem um a com petição m ais int ensa pela cópula sendo que o sexo
m ais abundant e t ende a t ornar- se o com petidor predom inante no acesso a
parceiros reprodut ivos ( Kvarnem o & Ahnesj ö, 1996) . As teorias de
que as fêm eas, com pet em por acesso a parceiros para reprodução. Assim ,
est udos de biologia reprodut iva de populações t ornam - se im port ant es
para fut uros planos de m anej o e est rat égias de conservação.
1
1..44 -- PPeerrííooddoo rreepprroodduuttiivvoo
P
Poorr mmeeiio do conhecim ent o da reprodução de um organism o, éo
possível avaliar o pot encial de cultivo dest a espécie, ou auxiliar na
m anutenção dos est oques nat urais. Nos cam arões do gênero
Macrobrachium am azonicum ( Heller, 1862) é possível identificar duas
épocas de reprodução por ano e, t am bém , encont rar fêm eas ovadas o ano
t odo ( Odinet z & Collart , 1987) . Magalhães & Walker ( 1988) dividiram
cam arões cont inent ais em dois grupos: as espécies de am pla dist ribuição
geográfica com desenvolvim ent o larval com plet o e m uit os est ágios
larvais; e os cam arões tipicam ent e continent ais com desenvolvim ent o
larval abreviado. Est a est rat égia reprodutiva se t orna im port ante quando
o período de recrut am ent o ocorre j unt am ent e com a época de m aior
ofert a de alim ent o, favorecendo o desenvolvim ent o dos j ovens ( Est eves,
1998) . Um a população pode apresent ar reprodução cont ínua, se ela
ocorre num a m esm a intensidade durant e o ano t odo, ou periódica, se a
reprodução se der exclusivam ent e em det erm inada época do ano. A
exist ência de um a est ação reprodutiva longa, é com um para as espécies
do gênero Macrobrachium, existindo m eses onde ocorre um a
int ensificação da desova ( Sant o 1978; Carvalho 1978; Lobão et al., 1978
Ent re os carídeos a fam ília Palaem onidae apresent a algum as
espécies com est rat égias reprodut ivas bem distint as, e o seu est udo
favorece o ent endim ent o de aspect os reprodut ivos essenciais para o
cultivo, preservação e m anej o dos estoques nat urais ( Goes & Fransozo,
2000 e Nazari et al., 2002) . Mecanism os de est rat égia reprodut iva em
crust áceos est ão relacionados com a riqueza de m aterial nut ritivo, pois os
ovos, e o que viabiliza o desenvolvim ent o em brionário m ais lent o e
prolongado e um a eclosão num a form a m ais elaborada ( Bond & Buckp,
1982) .
Várias são as pesquisas realizadas sobre a biologia reprodutiva de
decápodos, ent re as quais dest acam : o período reprodut ivo, a m aturidade
sexual, análise da fecundidade, est udo da fecundidade, o t am anho dos
ovos, volum e da m assa de ovos, ciclo reprodut ivo e suas relações com a
t em perat ura e out ros fat ores am bient ais ( Souza & Font oura 1996, Lim a &
Oshiro 2000; Nazari et al., 2003) , (Muller & Carpes 1991) . A fam ília
Palaem onidae, apresent a incubação dos ovos j unt o a um a câm ara de
incubação, form ada pela dilat ação da segunda placa t ergo est ernal
( pleura) . Os ovos são unidos por m eio de secreção produzida pelas
glândulas de cim ent o localizadas na base dos pleópodos. Est e
com port am ent o das fêm eas de carregar os ovos pode ser um a das razões
do sucesso dest e grupo, garantindo prot eção à prole da ação dos
1 .5 - Fecundidade
Fecundidade para os crust áceos é definida com base no núm ero de
ovos post os por desova ( Sant os 1978) , e que são encont rados fixos aos
pleópodos ( Valenti 1984) , podendo est ar ou não fecundados ( Bond &
Buckup, 1982) . Para algum as espécies de Carídeos típicos de águas
continent ais, a fase de desenvolvim ent o larval ocorre dent ro do ovo,
caract erizando processos de m orfogênese e organogênese ( Lizardo- Daudt
& Bond Buckup, 2000) originando j uvenis.
A fam ília Palaem onidae possui espécies que apresent am um a grande
variação na fecundidade, sendo possível encont rar cam arões com poucos
ovos e grandes, e out ros com ovos pequenos e num erosos ( Bueno &
Rodrigues, 1995) . É im port ant e ressalt ar, que nem t odos os ovos
incubados por um a fêm ea são viáveis, e por vezes, o núm ero de larvas
pode ser inferior ao núm ero de ovos produzidos. Por esse m ot ivo, é
im port ant e avaliar a fertilidade, ist o é, o núm ero de larvas produzidas a
part ir de um a m esm a post ura ( Lobão et al., 1986) .
O conhecim ent o da fertilidade das espécies de Macrobrachium é
im port ant e para avaliar seu pot encial na aquicult ura com ercial, bem
com o, um a est im ativa do pot encial reprodut ivo e o t am anho da unidade
populacional da população nat ural. Além disso, pode t am bém ser ut ilizado
para det erm inar o núm ero m ínim o de adult os necessários, para m ant er o
recrut am ent o e t axas de sobrevivência at é idade adult a ( Vazzoler 1982;
Lobão et al., 1985, Valenti et al., 1989) . O início da m at uridade sexual
pode variar, segundo as cit adas pressões, ent re populações de um a
det erm inada espécie, ou m esm o ent re indivíduos de um a m esm a
população (Font eles- Filho, 1989) .
O est udo da fecundidade das populações é de grande im port ância
para o reconhecim ent o da biologia reprodut iva, um a vez que pode ser
considerada um a form a de avaliar os est oques naturais, para subsidiar
proj et os fut uros no cultivo de espécies de cam arões dulcícolas ( Font
eles-Filho, 1989; Valenti, 1989 e Bauer, 1992) . De acordo com Pandin & Kat re
( 1972); Shakunt ala ( 1977) e Truesdale & Merm illiod ( 1979) o núm ero de
ovos produzidos são dependent es do t am anho das fêm eas.
A identificação dos períodos de m at uração gonadal, bem com o o
núm ero de vezes e época em que ocorre a oviposição, são denom inados
com o período reprodutivo da espécie e est as são inform ações que
cont ribuirão para a com preensão da biologia dos Palaem onídeos ( Port o,
1988) . A m at uridade sexual dos cam arões do gênero Macr obrachium é
bem variável, podendo ocorrer em int ervalos de classe de t am anho para
diferentes espécies, variando o com prim ent o t ot al ( Silveira, 2002;
Ant unes, 2004 e Silva, 2007) . A m aturidade sexual est á relacionada com
a fecundidade dest es Palaem onídeos, com a hipót ese de que o gênero
Macrobrachium apresent a est rat égias reprodut ivas bem distint as ent re
elas, com o a variação no núm ero de ovos. O núm ero e o t am anho dos
ovos e das larvas variam em função das caract erísticas ecológicas do m eio
2 – OBJETI VO
Port ant o, est e t rabalho t eve com o obj etivo est udar a biologia e
ecologia dos cam arões de água doce Macrobrachium am azonicum (Heller
1862) e Macrobrachium j elskii ( Miers 1778) , no Rio Grande, localizado na
região de Planura, est ado de Minas Gerais, com ênfase na dist ribuição e
abundância das espécies, est rut ura populacional, razão sexual, período
reprodut ivo e fecundidade.
3 – MATERI AL E MÉTOD OS
3 .1 - caract erização da área de est udo
O present e est udo foi desenvolvido no Rio Grande, no m unicípio de
Planura, MG, à m ont ant e da Usina Hidroelét rica Marim bondo e à j usant e
da Usina Port o Colôm bia, na região do Triângulo Mineiro ent re a Latitude:
20° 09' 94'' S e Longit ude: 48° 40' 53'' O, durant e o período de j ulho de
2005 a j unho de 2007 ( Figura 1) .
A usina de Port o Colôm bia est a localizada no rio Grande, ent re os
m unicípios de Planura ( MG) e Guaíra (SP) . A hidroelét rica foi const ruída
para aproveit ar o alt o grau de regularização de descargas, prom ovido pelo
reservat ório da usina de Furnas. A usina de Marim bondo est á localizada
no Rio Grande, ent re as cidades de I cém ( SP) e Front eira ( MG) . A
hidroelét rica possui oit o unidades geradoras, cada um a com pot ência
inst alada de 180 MW. O fecham ento das com port as no período de
estiagem faz o nível do rio subir o que ocasiona a form ação de um
O Rio Grande nasce na Serra da Mantiqueira, em Bocaina de Minas e
percorre 1.300 km at é encont rar o rio Paranaíba, form ando o Rio Paraná.
A part ir do m unicípio de Claraval, o rio form a a divisa nat ural do est ado de
Minas Gerais com São Paulo. Os principais afluent es do Rio Grande são os
rios Aiuruoca, cuj a nascent e fica em I t am ont e; rio das Mort es, que nasce
ent re Barbacena e Senhora dos Rem édios; rio Jacaré, com a nascent e na
Serra do Galba em São Tiago; rio Sapucaí, cuj a nascente fica na Serra da
Mantiqueira, em São Paulo; e o Rio Pardo, que nasce em I puiúna e
deságua a poucos m et ros acim a do local de colet a, abaixo da usina de
Port o Colôm bia. Em seu curso at é o pont al do Triângulo Mineiro,
encont ram - se onze barragens para usinas hidroelét ricas, o que alt era
consideravelm ent e a fisionom ia da região, com a nova paisagem de lagos
e áreas de alagam ent os ( Sant os & Form agio, 2000) . A sua bacia ocupa
143.000 km 2, nos quais se encont ra grande núm ero de espécies nativas e
algum as exóticas, com o a carpa e a tilápia ( Vaz, 2000) .
As caract erísticas hidrológicas e ecológicas do Rio Grande na região
de Planura são fort em ent e influenciadas pela condição t opográfica plana,
fat o est e, com provado pelos aspect os de interferência das atividades
ant rópicas ao longo do rio. Ent re elas dest aca- se, a atividade agrícola
próxim as à área de preservação perm anent e, degradando a m at a ciliar e o
solo, sem o uso de t écnicas de m anej o adequado ( Sena, 2005) . No
ecossist em a aquático a veget ação é evident e no período de baixa do rio,
com a presença principalm ent e de m acrófit as enraizadas subm ersas, que
m argens do rio, no período de cheia do lago, at uando com o um berçário
para os anim ais ( Figura 3) .
O clim a dest a região é quent e, com t em perat ura m édia da água em
t orno de 26,5 Graus Celsius e nas estações de prim avera/ verão ficando
em t orno de 28º C. Já, a precipit ação pluvial anual em t orno de 1800 m m
anuais, com t em perat ura am bient e chegando a 32º C.
O Rio Grande possui várias espécies de peixes, m uit o deles são
ót im os para a pesca profissional com o o t ucunaré (Cichla acellaris) e
curvina (Plagioscion squam osissim us) , os quais foram int roduzidos pela
Com panhia de Energia de Minas Gerais ( CEMI G) . Nos últim os anos a
pesca esport iva e am adora vem ganhando m ais at enção pelo aum ent o na
população de cam arões. Baseado em relat os de pescadores da região, o
m otivo do aum ent o dos pescados e a abundância de cam arões que
habit am o rio e lagoas adj acent es no período de estiagem , é o fecham ent o
das com port as das usinas. Est e fat o é com provado no at o da lim peza dos
peixes, onde se observa a presença de fragm ent os corporais dos
crust áceos no t rat o digest ório. O fragm ent o corporal encont rado em
m aiores proporções, são as carapaças, um a vez que est as constituem de
Figura 1 – Vist a panorâm ica do local de colet a. Fot o do condom ínio Eldorado.
Figura 2 - Bacia Hidrográfica do Est ado de Minas gerais, com ênfase na bacia do Rio Grande. I GAM ( I nstitut o Mineiro de Gest ão das Águas) .
Lagoas
MG
SP Rio Grande
Figura 3 – Abundância de cam arões colet ados no Rio Grande capt urados ent re as m acrófit as aquáticas ( Egeria densa) . Fot o de Silva, J. C.
3 .2 - Colet a
O pont o de colet a dem arcado se alt era, acom panhando a
m ovim ent o da água do rio em subir e descer, de acordo com a est ação
das chuvas na região. A m ovim ent ação do nível da água, em subir e
abaixar revela sem pre, um subst rat o diferent e até que o nível da água se
norm alize ( Figuras 4 e 5) . As coletas foram feit as às m argens do
reservat ório, no período not urno, um a vez que se sabe que os cam arões
do gênero Macr obrachium são anim ais de hábit os not urnos e onívoros
( Carvalho, 1973) .
Os cam arões foram colet ados m ensalm ent e desde j ulho/ 2005 até
j unho/ 2007, com um colet or de m et alon, com 2 m et ros de com prim ent o
O equipam ent o foi arrast ado nas m argens do rio por um percurso de 100
m et ros de dist ância, com esforço de capt ura de 2 pessoas ( figura 6) .
Ainda em cam po, sobre um pano branco, com perfurações de diâm et ro
pequeno, iniciou- se um a t riagem do m at erial que foi colet ado j unt am ent e
com os cam arões, no m om ent o do arrast o. O m at erial foi retirado com
cuidado para não correr o risco de descart ar cam arões, de pequeno
t am anho. Em seguida, os cam arões livres de m at eriais m aiores, foram
acondicionados em sacos plásticos, j á secos e levados para um
congelador. Os cam arões foram t ransport ados caixa t érm ico at é o
Laborat ório de Zoologia Geral do UNI ARAXÁ. A t em perat ura da água foi
regist rada no m om ent o da colet a.
Out ros dados abióticos com o t urbidez, pH e t em peratura da água
foram obt idos j unt o à Com panhia de Água de Minas Gerais ( COPASA) , que
Figura 4 – Pont o de colet a com nível do rio baixo ( Lótico) , período chuvoso, com presença de m acrófit as aquática (Egeria densa) . Fot o de Silva, J. C.
Figura 6 - Colet or de cam arões com arm ação de m et alon e t ela de nylon, arrast ado nas m argens.
3 .3 - Preparo das am ost ras
No laborat ório, os cam arões foram descongelados em t em perat ura
am biente e separadas as espécies M. am azonicum e M. j eslkii, com base
nas caract erísticas m orfológicas m ais m arcant es. Post eriorm ent e, o
m at erial foi acondicionado em álcool 70 % , previam ent e etiquet ado, at é
seu próxim o m anuseio. No t ot al foram capt urados 29.632 cam arões,
durant e o período de 24 m eses.
Após a identificação e separação de cada espécie, foi est abelecido um a
sub- am ost ragem de 100 gram as. O sexo de cada indivíduo foi
det erm inado sob m icroscópio estereoscópico, m icroscópio óptico e um a
pinça, para ret irada do segundo par de pleópodos. Para det erm inação do
sexo dos cam arões, adot ou- se o crit ério de presença/ ausência de
2 metros comprimento
50 cm altura
apêndice m asculino nos pleópodos, que são caract eres sexuais
secundários ( Carvalho, 1973 e Valenti, 1996) ( figuras 7 e 8) . As fêm eas
ovígeras capturadas foram individualizadas em sacos plásticos a fim de
evit ar a perda dos ovos, sendo post eriorm ent e congeladas. A m ensuração
do com prim ent o do cefalot órax ou carapaça ( CC) , que corresponde à
dist ância ent re a órbit a ocular até o bordo post erior do cefalot órax foi
realizado sob m icroscópio est ereoscópico ( 0,1 m m ) , com ocular
m icrom ét rica.
Os indivíduos, m achos j ovens, foram classificados segundo
m et odologia adapt ada de Bauer ( 1989), que det erm inou com o indivíduos
j ovens, os m enores espécim es correspondent es a 25% do t ot al das
classes de t am anho observadas, as quais correspondem às prim eiras. Os
indivíduos, fêm eas j ovens, foram classificados de acordo com o t am anho
da m enor fêm ea ovígera, obtida durant e t odo o período am ost rado.
A dist ribuição m ensal dos indivíduos em relação à biom assa ( g) e à
abundância t ot al a dist ribuição de freqüência, por classes de t am anho,
durant e o período am ost rado foram avaliadas ( I M = im aturo; MA = m acho
adult o; FANO = fêm ea adult a não ovígera; FO = fêm ea ovígera.
A dist ribuição dos grupos dem ográficos para cada nível do
reservat ório foi avaliada, para t est ar se os períodos de alt a e baixa do rio
t eriam influência na abundância dos cam arões.
As variações m ensais na abundância dos indivíduos em relação aos
fat ores am bient ais (t em peratura) foram analisadas com o intuit o de
espécies em est udos. Para as am ost ras não- param ét ricas foi utilizado
regressão linear m últipla, e os dados t ransform ados em log.
A Razão Sexual foi analisada, com base na variação na porcent agem
de m achos adult os e fêm eas adult as, por classes de t am anho, sendo o
t est e do Qui- quadrado ( x2) utilizado para verificar diferenças significativas
( 5% ) ent re est as proporções.
Com relação à reprodução, foi avaliada a variação m ensal na
porcent agem de fêm eas ovígeras, em relação às fêm eas adult as obtidas
desde j ulho/ 2005 at é j unho/ 2007 ( FO = fêm eas ovígeras; FANO = fêm eas
adult as não ovígeras) .
Para a m at uridade sexual, foi est abelecida com o padrão, a m enor
fêm ea ovígera, e para os m achos a presença do apêndice m asculino no
m enor individuo (Figura 7 e 8) . O est udo da fecundidade de M. am azonicum , foi baseado na análise de 142 exem plares de fêm eas
ovígeras, colet adas ao longo dos 24 m eses. Para M. j elskii, o núm ero de
fêm eas foram 116 indivíduos, t am bém colet ados ao longo do m esm o
período. Para a relação ent re o com prim ent o carapaça e núm ero de ovos,
a regressão foi do tipo função pot ência Y = a. X b.
A variação m ensal na porcent agem , de fêm eas ovígeras e de
indivíduos im at uros obt idos desde j ulho/ 2005 at é j unho/ 2007 ( FO =
fêm eas ovígeras; I M = im at uros) foi aplicado correlação de Spearm an.
Os ovos foram ret irados dos pleópodos das fêm eas ovígeras, com
um a pinça e colocados em placa de Petri, para a cont agem e m ensuração
t am anho e no núm ero dos ovos aderidos aos pleópodos, port ant o, a
cont agem dos ovos da espécie M. am azonicum exigiu o uso de um
Microscópio est ereoscópio. Já, a espécie M. j elskii, apresent a ovos
m aiores, e a cont agem foi feit a sem o equipam ent o.
Figura 7 – Segundo par de Pleópodos de cam arão do gênero
Macrobrachium. Escala de t am anho (m m ) . Fot o de Silva, J. C.
Apêndice masculino Protopodito
Exopodito
Endopodito
Figura 7 – Desenho esquem ático da caract erística de diferenciação sexual no segundo par de pleópodos de m achos e fêm eas no cam arão do gênero Macrobrachium. Font e: Valenti (1996) .
Figura 8 – Caract erísticas biom ét ricas ext ernas analisadas no cam arão
Macrobrachium am azonicum. ( PL–Pleura) ; ( com prim ent o da carapaça) .
Escala de t am anho (m m ) . Fot o de Silva, J. C.
PL
CC Pleópodos
O diâm et ro dos ovos das duas espécies M. am azonicum e M. j elskii
foi m ensurado, com o auxílio de m icroscópio est ereoscópico ( 0,1m m ) e as
dim ensões aferidas, foram diâm et ro m áxim o e m ínim o dos ovos. Os ovos
foram escolhidos, aleat oriam ent e, para cada fêm ea ovígera ( Figuras 10) .
A hom ocedast icidade e a norm alidade dos dados foram verificadas
e, quando necessário, foram t ransform ados em logarit m o para satisfazer
as prem issas da análise ( Zar, 1999) .
Figura 9 – Segundo par de pleópodos de Macrobrachium j elskii com ovos
aderidos ao prot opodit o, com apêndice int erno, endopodit o e exopodit o. Escala de t am anho (m m ) . Fot o Silva, J.C.
Apêndice interno Endopodito Exopodito
Ovos Protopodito
4 – RESULTADOS
4 .1 – Fat ores abiót icos
A variação dos fat ores abióticos analisados no present e estudo pode
ser observada nas figuras 11 e 12.
20 22 24 26 28 30 ju l/0 5 ago/ 05 se t/0 5 ou t/0 5 nov /0 5 dez /05 jan/ 06 fe v/ 06 ma r/ 06 abr /06 mai /06 jun/ 06 ju l/0 6 ago/ 06 se t/0 6 ou t/0 6 nov /0 6 dez /06 jan/ 07 fe v/ 07 ma r/ 07 abr /07 mai /07 jun/ 07
Alto Baixo Alto Baixo Alto
Meses - Nível do Reservatório
T emper at ur a da água (° C )
Figura 10 - Variação m ensal da t em perat ura da água durant e o período de est udo. 4 6 8 10 12 14 16 18 ju l/0 5 ago/ 05 se t/0 5 out /0 5 nov /05 dez /0 5 jan/ 06 fe v/0 6 mar /0 6 abr /0 6 mai /0 6 jun/ 06 ju l/0 6 ago/ 06 se t/0 6 out /0 6 nov /06 dez /0 6 jan/ 07 fe v/0 7 mar /0 7 abr /0 7 mai /0 7 jun/ 07
Alto Baixo Alto Baixo Alto
Meses - Nível do Reservatório
T ur bi dez da água
4 .2 – Variação t em poral da abundân cia e biom assa ( g)
No present e est udo, os m eses referentes aos níveis do reservat ório
alt o e baixo foram : j ulho/ 2005 a set em bro/ 2005 = alt o; out ubro/ 2005 a
m arço/ 2006 = baixo; abril/ 2006 a set em bro/ 2006 = alt o; out ubro/ 2006 a
m arço/ 2007 = baixo; abril/ 07 a j unho/ 07 = alt o.
De acordo com a m et odologia descrit a de subam ost ragem , um t ot al
de 29632 espécim es foi obtido, com 16113 exem plares de M. am azonicum
e 13519 exem plares de M. j elskii ( Tabela I do apêndice) .
Const at ou- se a presença de am bas as espécies, t ant o nos períodos
em que o nível do reservat ório est ava alt o, quant o baixo (M. am azonicum:
10144 indivíduos no nível alt o e 5969 indivíduos no nível baixo; M. j elskii:
6543 indivíduos no nível alt o e 6976 indivíduos no nível baixo) ( Figura
13) , porém a abundância de M. am azonicum e de M. j elskii não diferiu
ent re os distint os níveis do reservat ório ( Test e “ t ” de St udent, p> 0,05) .
Diferenciações na com posição veget al dos locais am ost rados, foram
observadas em função dos diferent es níveis do reservat ório. Quando est e
foi alt o, os cam arões foram capt urados às m argens m ais dist ant es do leit o
do rio, banhadas por gram íneas terrest res. E quando o nível foi baixo, os
cam arões foram am ost rados, j unt am ent e com m acrófit as aquáticas,
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Alto Baixo
Nível do reservatório
Nú
m
er
o
de
ind
iv
íd
uos
M. amazonicum M. jelsk ii
Figura 12 - Macrobrachium am azonicum e Macrobrachium j elskii.
Abundância absolut a dos indivíduos por nível do reservat ório.
Quant o às variações m ensais na abundância e biom assa dos
indivíduos, am bas as espécies ocorreram durant e t odo o período
am ost rado. Os m aiores valores de abundância absolut a para M.
am azonicum foram regist rados nos m eses de j ulho/ 2005, agost o/ 2005,
out ubro/ 2005 e m aio/ 2007. E para M. j elskii, os m eses de julho/ 2005,
j aneiro/ 2006 e m arço/ 2007 apresent aram os m aiores valores de
M. amazonicum 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 jul/ 05 ago /05 se t/ 05 out /05 no v/ 05 dez /05 ja n/ 06 fe v/0 6 ma r/ 06 abr /06 m ai/ 06 ju n/ 06 jul/ 06 ago /06 se t/ 06 out /06 no v/ 06 dez /06 ja n/ 07 fe v/0 7 ma r/ 07 abr /07 m ai/ 07 ju n/ 07
Alto Baixo Alto Baixo Alto
Meses - Nível do Reservatório
N úm er od ei nd iv íd uo s 0,0 250,0 500,0 750,0 1000,0 1250,0 1500,0 B iom as sa (g )
Figura 13 - Macrobrachium am azonicum. Variação m ensal na abundância
e biom assa ( g) dos cam arões.
M. jelsk ii
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 jul/ 05 ago /05 se t/ 05 out /05 no v/ 05 dez /05 ja n/ 06 fe v/0 6 ma r/ 06 abr /06 m ai/ 06 ju n/ 06 jul/ 06 ago /06 se t/ 06 out /06 no v/ 06 dez /06 ja n/ 07 fe v/0 7 ma r/ 07 abr /07 m ai/ 07 ju n/ 07
Alto Baixo Alto Baixo Alto
Meses - Nível do Reservatório
N úm er od ei nd iv íd uo s 0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 700,0 800,0 900,0 1000,0 Bi om assa (g )
Figura 14 - Macrobrachium j elskii. Variação m ensal na abundância e
biom assa ( g) dos cam arões.
Os result ados da análise de regressão m últipla ent re a abundância
de M. am azonicum e de M. j elskii e os fat ores am bient ais analisados no
( p> 0,05) . Porém , devido à variação m ensal da t em perat ura da água,
ent re os distint os níveis do reservat ório, um a análise gráfica, ent re est e
m esm o fat or e a abundância das espécies pode ser verificada na figura
16. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 ju l/0 5 ag o/ 05 se t/0 5 out /05 nov /0 5 de z/ 05 ja n/ 06 fe v/0 6 ma r/ 06 abr/ 06 ma i/0 6 ju n/ 06 ju l/0 6 ag o/ 06 se t/0 6 out /06 nov /0 6 de z/ 06 ja n/ 07 fe v/0 7 ma r/ 07 abr/ 07 ma i/0 7 ju n/ 07
Alto Baixo Alto Baixo Alto
Meses - Nível do Reservatório
N úm ero de I ndi ví duo s 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 Te m pe ra tu ra (° C )
M. amazonicum M. jelskii Temperatura
Figura 15 - Macrobrachium am azonicum e Macrobrachium j elskii.
Variações m ensais na abundância dos indivíduos e na tem perat ura da água durant e o período am ost rado.
4 .3 – Est rutura populacional
De acordo com a m et odologia descrit a de subam ost ragem , um t ot al
de 5902 espécim es foi analisado, sendo 3113 exem plares de M.
am azonicum e 2789 exem plares de M. j elskii.
Os m enores indivíduos com presença ( m acho) , e ausência ( fêm ea)
am azonicum: am bos os sexos com 3,8 m m de CC; M. j elskii: m acho com
3,2 m m de CC e fêm ea com 4,0 m m de CC.
Conform e a m et odologia descrit a para a classificação dos indivíduos
MJ, t odos os espécim es de com CC ≤ 6,2 m m e CC ≤ 4,8 m m foram considerados indivíduos j ovens para M. am azonicum e M. j elskii,
respect ivam ent e. Em relação às fêm eas ovígeras, o m enor t am anho
const at ado para M. am azonicum foi de 6,0 m m de CC, j á para M. j elskii, a
m enor fêm ea ovígera possuiu 6,5 m m de CC. Assim , os exem plares
analisados foram represent ados por 1077 j ovens, 453 m achos adult os,
1393 fêm eas adult as e 190 fêm eas ovígeras para M. am azonicum e, 1298
j ovens, 822 m achos adult os, 522 fêm eas adult as e 147 fêm eas ovígeras
para M. j elskii.
Um t ot al de 13 classes, com 1,0 m m de am plit ude, foi est abelecido
para M. am azonicum, as quais diferiram est atisticam ente ent re m achos e
fêm eas (Kolm ogorov- Sm irnov, p< 0,00) . Os indivíduos j ovens
corresponderam às quat ro prim eiras classes, enquant o que os m achos
adult os, as fêm eas adult as e as fêm eas ovígeras foram encont rados a
part ir da quart a classe. Os m achos adult os foram m ais abundantes na
classe 6[ - - 7 m m , enquant o que na classe 7[ - - 9 foi observado a m aior
abundância de fêm eas adult as e nas classes 7[ - - 10 fêm eas ovígeras
M. amazonicum
0 100 200 300 400 500 600 700
3[
--4
4[
--5
5[
--6
6[
--7
7[
--8
8[
--9
9[
--10
10[
--11
11[
--12
12[
--13
13[
--14
14[
--15
15[
--16
Classes de tamanho (mm)
N
úm
er
o
de
indi
ví
duos
J MA FA FO
Figura 16 - Macrobrachium am azonicum. Dist ribuição de frequência dos
indivíduos ( J = j ovem ; MA = m acho adult o; FA = fêm ea adult a; FO = fêm ea ovígera) .
Para M. j elskii, um t ot al de 9 classes de t am anho, com 1,0 m m de
am plit ude, foi est abelecido, as quais, tam bém diferiram est atisticam ente
ent re m achos e fêm eas ( Kolm ogorov- Sm irnov, p< 0,00) . Os indivíduos
j ovens corresponderam às quat ro prim eiras classes, os m achos adult os
foram encont rados, a partir da segunda classe, as fêm eas adult as após a
t erceira classe, e as fêm eas ovígeras, a part ir da quint a classe de
t am anho. Os m achos adult os foram m ais abundant es na classe 6[ - -7 m m .
Já a classe 9[ - -10 apresent ou a m aior abundância de fêm eas ovígeras
M. jelsk ii
0 100 200 300 400 500 600
3[
--4
4[
--5
5[
--6
6[
--7
7[
--8
8[
--9
9[
--10
10[
--11
11[
--12
Classes de tamanho (mm)
N
úm
er
o
de
indi
ví
duo
s
J MA FA FO
Figura 17 - Macrobrachium j elskii. Dist ribuição de freqüência dos
indivíduos ( J = j ovem ; MA = m acho adult o; FA = fêm ea adult a; FO = fêm ea ovígera) .
A dist ribuição m ensal de frequência dos indivíduos em classes de
t am anho para M. am azonicum est á apresent ada na figura 19 e 20. Os
indivíduos jovens estiveram presentes em quase t odos os m eses
am ost rados, excet o em j ulho/ 2006. Os m achos adult os ocorreram em
t odos os m eses, com m aior abundância em dezem bro/ 2006 e m aio/ 2007.
As fêm eas adult as foram am ost radas em t odos os m eses, porém em
agost o/ 2005, j aneiro/ 2006, j ulho/ 2006, set em bro/ 2006, j aneiro/ 2007 e
abril/ 2007 ocorreram em baixa abundância. As fêm eas ovígeras foram
m ais frequentes em set em bro/ 2005, agost o/ 2006 e setem bro/ 2006.
Já para M. j elskii, a dist ribuição m ensal de frequência dos indivíduos
pode ser observada nas figuras 21e 22. Em t odos os m eses am ost rados
fêm eas adult as foram encont radas em quase t odos os m eses am ost rados,
apenas no m ês de abril/ 2007 não se regist rou a presença das m esm as. As
fêm eas ovígeras foram m ais frequentes nos m eses de j aneiro/ 2006, m aio/