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Inovação social e empreendedorismo institucional: a ação da Ong "Ação Educativa" no campo educacional da cidade de São Paulo.

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Academic year: 2017

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Ja n e t t e Br u n st e i n * An d r e a Le i t e R o d r i g u e s* *

Ch a r l e s Ki r sch b a u m * * *

R

ESUMO

st e est udo caract er iza a ONG “ Ação Educat iva” com o um em pr eendedor inst it ucional por in t r odu zir in ov ações sociais n o cam po edu cacion al. A “ Ação Edu cat iva” desen -v ol-v e pr oj et os educat i-v os em conj unt o com escolas públicas na cidade de São Pau-lo, com o p r op ósit o d e m elh or á- las e con ect á- las em p r oj et os colab or at iv os. No pr ocesso de m udança inst it ucional, ident ificam os pr oblem as e r esist ências à ação da ONG, b e m co m o a p o ssi b i l i d a d e d a e x p e r i ê n ci a t e r g e r a d o i n o v a çã o so ci a l . A e st r a t é g i a m et odológica foi o est udo de caso, com abor dagem int er pr et at iv ist a. Os r esult ados m os-t r am , de um lado, os lim ios-t es da exper iência, e de ouos-t r o, explica com o for am desencadeadas m u d an ças n os m od elos or g an izacion ais t r ad icion ais d as u n id ad es escolar es em est u d o. Pr et endeu- se, assim , cont r ibuir par a os est udos sobr e ONGs e sua capacidade de ger ação de inov ação social no âm bit o inst it ucional, or ganizacional e indiv idual.

A

BSTRACT

h i s st u d y ch a r a ct e r i ze s n o n g o v e r n m e n t a l o r g a n i za t i o n “ Açã o Ed u ca t i v a ” a s a n inst it ut ional ent r epr eneur, once it int r oduces social innovat ions in educat ion fields. The NGO dev elops pr oj ect s w it h public schools in São Paulo, Br asil, r egar ding best in t eg r at ion an d social d ev elop m en t . I n t h e p r ocess of in st it u t ion al ch an g es, w e id en t if ied social in n ov at ion ex p er ien ces an d r esist an ces. Th is is an in t er p r et at iv ist case st udy paper. The result s show how or ganizat ional changes w er e m ade in t he public schools. We int end t o cont r ibut e t o NGO st udies and t heir abilit y t o generat e social innovat ion.

* Janet t e Br unst ein - Pr ofª . Univer sidade Pr esbit er iana Mackenzie * * Andr ea Leit e Rodr igues - Pr ofª . UNI NOVE

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A

Introdução

edu cação pode ser r econ h ecida com o u m cam po in st it u cion al qu e passou por t r ansfor m ações de gr ande m ont a a par t ir de 1990, no Br asil e no m un-d o. Um un-d os p on t os p r in cip ais a n ot ar n as m u un-d an ças f oi a em er g ên cia un-d e um a nova concepção do que const it ui a educação do individuo e qual o pa-pel do sist em a escolar nisso. As gr andes Confer ências de Educação que acont ece-r am em Jom t ien, Dak aece-r e Nov a Delhi, dissem inaece-r am a idéia de “ Educação paece-r a t odos e por t oda v ida”, pr opondo novos sent idos par a o espaço escolar e dando im por t ân cia às ch am adas at iv idades ex t r a- escolar es e ex t r a- cu r r icu lar es, n u m esfor ço par a int egr ar o que se apr ende na escola com as out r as esfer as da vida hum ana e, assim , pot encializar ex per iências de apr endizagem dent r o e for a da sala de aula.

Nesse pr ocesso de m udança, novos at or es em er gir am com legit im idade su-ficient es par a pr opor e conduzir m udanças. Esse foi o caso de or ganizações não gover nam ent ais ( ONGs) envolvidas com educação escolar e não- escolar, as quais passar am a ser r econhecidas com o possuidor as de car act er íst icas dist int ivas par a pr om ov er m udanças t ant o na pr est ação dos ser v iços educacionais em si, quant o na t r ansfor m ação da r elação das pessoas com apr endizagem e conhecim ent o.

O que se pode aprender sobre m udanças em um cam po inst it ucional envol-v en d o ONGs com o p r ot ag on ist as? Est e ar t ig o p r et en d e ex p lor ar a d im en são int eracionist a da m udança inst it ucional no cam po da educação, ou sej a, ent ender m udanças que acont ecer am do pont o de vist a de pr ofessor es, alunos e dir et or es de escolas públicas que se envolveram em proj et os prom ovidos e geridos por ONGs. O propósit o de t ais proj et os era desenvolver novos arranj os inst it ucionais que au-m ent asseau-m o eau-m poder aau-m ent o dos pr ópr ios alunos e pr ofessor es e, dessa for au-m a, m udasse a sit uação de isolam ent o e at raso que a escola pública ainda enfrent a.

Pod e- se af ir m ar q u e as ONGs assu m ir am u m p ap el d e em p r een d ed or es inst it ucionais ( DI MAGGI O, 1988; MAGUI RE, HARDY e LAWRENCE, 2004, p. 657) , pois pr om ov er am inov ações no cam po, m odificando ar r anj os inst it ucionais ar r ai-gados, int r oduzindo nov as pr át icas e nov os sent idos par a a educação, for m al e infor m al, escolar e não- escolar. Por isso, consideram os que sua at uação poder ia ser v ist a com o ger ador a de inov ação social, conceit o que t om am os de Lév esque ( 2002) : novas for m as de fazer as coisas com o fim explícit o de r ear r anj ar os pa-péis sociais ou de dar ou t r as r espost as par a sit u ações sociais in sat isfat ór ias e pr oblem át icas.

Assim sendo, o obj et iv o dest e ar t igo é inv est igar os im pact os do t r abalho de ONGs na Educação em t er m os de ger ação ou não de inovação social, conside-r ando a peconside-r spect iv a dos at oconside-r es sociais que const it uíconside-r am o público pconside-r incipal a seconside-r at ingido pelos pr oj et os e int er v enções desenv olv idos: alunos, pr ofessor es e dir e-t or es escolar es.

Localizam os a an álise n o sist em a escolar pú blico, dada a qu an t idade de ex per iências que env olv er am ONGs com escolas dessa nat ur eza. As quest ões de par t ida for am : da per spect iv a do público dest inat ár io, pode- se classificar com o inov ação social o que acont eceu no espaço escolar público quando or ganizações não gover nam ent ais passar am a int er vir na for m a com o os ser viços educacionais são t r adicionalm ent e conduzidos? Quais as im pr essões dos at or es sociais env ol-v idos? Os r esult ados pr et endem ser um a cont r ibuição aos est udos sobr e fat or es que aceler am ou dificult am a ocor r ência de m udanças sociais.

Mudanças no Campo Institucional da Educação no

Brasil

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su-per ior. Além disso, a pr ecar iedade da qualidade do sist em a de ensino pr ecipit ou a cr ise e m obilizou vár ios at or es sociais em t or no de m udanças. Dest acam os, nesse p r ocesso:

⇒ a dissem inação de um a nova concepção sobr e o papel da educação for m al na vida do cidadão e sobr e as r elações ent r e a escola e as out r as esfer as da vida social

⇒ a for m ação de par cer ias ent r e or ganizações públicas, pr iv adas e sem fins lu-cr at iv os que, nesse caso, for am m aj or it ar iam ent e r epr esent adas por ONGs; ⇒ a e m e r g ê n c i a d e f o r m a s d e g e s t ã o d o s i s t e m a e s c o l a r b a s e a d a s n a

descent r alização das decisões sobr e o pr oj et o pedagógico de cada escola. ⇒ a at uação de lider anças sensíveis à necessidade de m udança e que t r abalham

n o sen t ido de m obilizar alu n os, pr ofessor es, fam iliar es e a com u n idade em t or no da escola, par a at iv idades v olt adas à cr iação de um am bient e escolar com out r o sent ido, no qual a escola não sej a m ais apenas um espaço de t r ans-fer ência de conhecim ent o for m al ent r e pr ofessor es e alunos.

Ao est udar m os as m udanças no cam po inst it ucional da Educação no Br asil, opt am os por defini- lo com o “ aquelas or ganizações que, no agr egado, const it uem um a ár ea r econhecível da vida inst it ucional” ( DiMAGGI O e POWELL 1983, p.148) . Por t ant o, quando nos per gunt am os se ONGs r ealizar am m udanças no cam po da educação, quer em os saber se houve m udanças na for m a com o os ser viços educa-cionais são r ealizados após a ent r ada de or ganizações da sociedade civ il com o at or es r elev ant es na pr est ação dest es ser v iços.

Au t o r e s l i g a d o s a o i n st i t u ci o n a l i sm o i d e n t i f i ca m o s e m p r e e n d e d o r e s inst it ucionais com o at or es que cr iam , difundem e consolidam as r egr as e pr át icas que t or nam os at or es sociais legít im os e r econhecidos no cam po ( DiMAGGI O, 1988; DANCI N et . al., 2002) . Suger im os que as ONGs são em pr eendedor es inst it ucionais com base em t r ês const at ações:

Pr im eira const at ação: A sit uação pr ecár ia do sist em a escolar, pr incipalm en-t e o público, anen-t es das m udanças no sisen-t em a de educação br asileir o, ger ou colap-so na ofer t a de ser viços escolar es e descr édit o no m odelo de gest ão do sist em a de ensino.

Ao com eçar m os a análise do cam po inst it ucional no qual o sist em a escolar público est a inser ido, encont r am os as seguint es car act er íst icas:

a) or ganizações escolar es se consolidar am com o m or osas e ineficient es, basea-das num m odelo or ganizacional com est r ut ur a bur ocr át ica t r adicional;

b) sist em a escolar or ganizado em t or no de agências gov er nam ent ais ( cham adas delegacias de ensino) , com núm er o fixo de escolas sob sua r esponsabilidade, par a at ender e cont r olar ;

c) elevados índices de evasão e r epet ência, oner ando o sist em a escolar e pr ej u-dicando ainda m ais a capacidade de aum ent ar a ofer t a par a novos ent r ant es. Esse cenár io lev ou a um a sit uação ex t r em a de necessidade da r ealização de r efor m as no que se r efer e à condução das polít icas públicas em educação, o que deu for ça às pr opost as de descent r alização adm inist r at iva e incent ivo a par -cer ias com or ganizações não dir et am ent e ligadas ao Est ado.

Segunda const at ação: a pr om ulgação da Const it uição de 1988 e o advent o do novo m ar co legal br asileir o na educação est abelecer am bases legais par a no-v os ar r an j os or gan izacion ais e t r an sf or m ação do qu e se con sider ano-v a r eleno-v an t e nas polít icas públicas sobr e educação da população br asileir a.

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dos Conselhos Municipais de Educação, em sua m aior ia com post os por r epr esen-t anesen-t es da sociedade civil local.

Além da pr om ulgação de nova Const it uição, a r efor m a na Educação r ecebeu gr ande im pulso a par t ir da apr ovação da nova Lei de Dir et r izes e Bases da Educa-ção Br asileir a de 1996, que apr ovou o dir eit o à am pliaEduca-ção da car ga hor ár ia escolar em t em po int egr al, valor izou as exper iências ext r a- escolar es e vinculou educação escolar, t rabalho e pr át icas sociais.

Em bor a a legislação pr evisse o aum ent o do t em po de per m anência dos alu-nos na escola, poucas escolas t êm , at é hoj e, condições de ofer ecer at iv idades o dia int eir o. Foi nest a br echa de at uação que a ação das ONGs passou a se t or nar r elev an t e

Ter ceir a Con st at ação: a d issem in ação d e n ov as id éias sob r e o p ap el d a educação na vida do individuo pelas gr andes Confer ências Mundiais da Educação. I n t er n aci o n al m en t e, as g r an d es Co n f er ên ci as Mu n d i ai s d a Ed u cação -Jom t ien, 1990; Nova Delhi, 1993 e Dakar, 2000 - deram ênfase à valor ização de ex per iências ex t r a- escolar es, à am pliação da j or nada escolar e à par t icipação da sociedade civil. As ONGs m er ecer am posição de dest aque nos docum ent os pr odu-zidos em Jom t ien e em Nova Delhi, sendo cit adas com o im por t ant es at or es par a a concr et ização do obj et ivo pr opost o: “ Educação para t odos”.

No Br asil, essas iniciat ivas configur ar am o Plano Decenal de Educação par a Todos e a Confer ência Nacional de Educação Para Todos, 1993 2003. ( BRASI L MI -NI STÉRI O DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, 1993, 1994) .

Com esses t r ês m ot ivador es par a a m udança – ( 1) colapso do sist em a esco-lar, ( 2) novo m ar co legal; ( 3) influências das idéias dissem inadas após gr andes Confer ências de Educação – as ONGs passar am a ser v ist as com o at or es sociais par t icular m ent e apt os par a at uar t ant o na gest ão do sist em a, com o na dissem i-nação de nov as idéias e de sent idos par a a escola e a educação. Conseqüent e-m ent e, par eceu- nos adequado consider á- las coe-m o ee-m pr eendedor es inst it ucionais, post o que em er gir am com o at or es pr ivilegiados par a pr om over m udanças no cam -po, legit im adas com o hábeis e com pet ent es em gr andes fór uns de discussão in-t er n acion al.

Ant es de passar m os à apr esent ação do est udo de caso, cabe desenv olv er -m os as idéias que nos levara-m a r elacionar, nest e t rabalho de pesquisa, os con-ceit os de inovação social e em pr eendedor ism o inst it ucional; afinal, a r elação não é óbv ia e m er ece at enção r edobr ada.

Inovação Social, Institucionalismo e Agência Inserida

As inovações sociais são pensadas com o event os nos quais novas soluções são im plem ent adas com a finalidade de r esolv er um a sit uação de pr ecar iedade social ( LÉVESQUE, 2 0 0 2 ) . Desse pont o de v ist a, poder íam os especular sobr e a possív el oper acionalização de t al conceit o a par t ir de cr it ér ios pr é- est abelecidos pela sociedade, com o, por exem plo, incr em ent o de r enda per - capit a m édia, m obi-lidade social, índices de alfabet ização ent r e out r os. Um pr oblem a que nos defr on-t am os, por on-t anon-t o, diz r espeion-t o à escolha desses cr ion-t ér ios. Não podem os esquecer que, dependendo dos cr it ér ios escolhidos, j ust ifica- se um pr oj et o ou out r o com o m ais “ socialm ent e inovador ”.

Out r o pr oblem a que nos depar am os se r efer e ao est abelecim ent o de at o-r es legít im os que sej am poo-r t adoo-r es da m udança social ( SCOTT, 2008, p. 76) . O pr ocesso de inovação social não pode ser separ ado da legit im ação do at or social qu e o pr om ov e ou in icia a m u dan ça. No caso dest e est u do, a legit im ação das ONGs par a pr om over m udanças faz par t e da pr oblem át ica da inovação social.

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en-são inst it ucional da v ida or ganizacional ex ige que as or ganizações sust ent em a legit im idade de suas ações no cam po or ganizacional nos quais est ão inser idas.

Sob essa per spect iva, inovações sociais incor r em ou se alavancam em m u-danças inst it ucionais que per m it em a avaliação de pr oj et os sociais sob novos cr i-t ér ios ou envolvendo ai-t or es sociais r ecém esi-t abelecidos ou legii-t im ados. Assim , o desafio analít ico t or na- se ent ender com o os at or es sociais inser idos em um a es-t r ues-t ur a inses-t ies-t ucional eses-t abelecida ganham o poder agênes-t ico par a pr om over a m u-dança ( GARUD, HARDY, MAGUI RE, 2007) . Longe de ser um a cr iação ex - nihil, os em pr eendedor es inst it ucionais r ealizam m udanças dent r o de um m ar co inst it ucional est abelecido, r ecuper ando, t r ansfor m ando e r eagr upando elem ent os pr é- ex ist en-t es em novos m odelos ( CLEMENS, 1993) .

Cor r em os o r isco de posicionar, em nosso quadr o analít ico, o em pr eendedor inst it ucional com o um at or her óico “ desinser ido” das est r ut ur as sociais ( SCOTT, 2008, p. 95) : ao obt er um a per spect iva “ dist anciada” das est r ut ur as, ser ia capaz de m udá- las por não est ar incluído nelas ou por det er um a visão dist anciada das est r ut ur as sociais, de t al for m a que sua ação pudesse levar em cont a a t ot alidade das est r u t u r as sociais e o u n iv er so de desdobr am en t os possív eis de su a ação. Essa idéia nos t r az dois pr oblem as im ediat os. Em pr im eir o lugar, ao conceber o em pr eendedor ism o inst it ucional com o “ desinser ido”, cor r em os o r isco de conceber a agência com o sub- socializada, apr ox im ando nossa análise dos m odelos de es-colha racional ( GRANOVETTER, 1985; NEE, 2005) . Em cont rast e, os at or es pr om o-t or es de m udança dev em ser pensados com o inser idos no m eio social que são m odificados ( HOLM, 1995) . O segundo pr oblem a que se apr esent a é a fact ibilidade: em que m edida at or es “ desinser idos” das est r ut ur as sociais, incluindo laços soci-ais e com par t ilham ent o de esquem as int er pr et at iv os, são capazes de pr om ov er m udança? A m udança inst it ucional t or na- se efet iva quando exist em at or es inser i-dos capazes de pr om over a t r adução das novas for m as inst it ucionais à r ealidade dos out r os at or es envolvidos no pr ocesso ( CZARNI AWSKA, SEVON, 1996) .

Seguindo a m esm a linha de r aciocínio, DiMaggio ( 1997) suger e que concen-t r em os nossos esfor ços nos esquem as inconcen-t er pr econcen-t aconcen-t iv os dos aconcen-t or es env olv idos em r elação à at iv idade de r ealizar an alogias: a at iv idade de an alogia ou t r adu ção pr om ove a “ r einser ção” de for m as sociais de um cont ext o em out r o cont ext o, per -m it indo que os at or es sociais envolvidos apr esent e-m -m enor gr au de r esist ência e i n st i t u ci o n a l i za n d o p r á t i ca s co n d i ze n t e s co m a e st r u t u r a i n st i t u ci o n a l l o ca l ( THEVENÓT, 2001) .

A seguir, apr esent am os os est udos de caso com a ONG Ação Educat iva e o

Pr oj et o Cir cuit o Cult ur al Escolar com o exem plos de esfor ços inst it ucionais que per

-m it ir a-m a t r adução de pr át icas r ealizadas, int er nacional-m ent e, no cont ext o nacio-nal de m udanças na Educação e no sist em a escolar br asileir o.

Abordagem Metodológica e Estratégias de Investigação

Dent r e a m ult iciplicidade de ONGs que at uam com educação na cidade de São Paulo, opt am os pelo est udo da ONG Ação Educat iv a por t r ês r azões funda-m ent ais: ofer ecia pr ogr afunda-m as de educação efunda-m conj unt o cofunda-m inst it uições escolar es públicas; for m ulav a pr opost as dent r o do nov o conceit o de educação ( t endo em v i st a as i n f l u ên ci as d as i d éi as d as g r an d es co n f er ên ci as) e p r o p u n h a açõ es int er v encionist as no espaço escolar com a int enção de t r ansfor m á- lo. O pr oj et o que acom panham os est ava em funcionam ent o há quat r o anos, t em po que consi-der am os suficient e par a qualificá- lo com o m adur o.

O obj et o de est udo foi um pr oj et o de int er venção da ONG Ação Educat iva e seus im pact os no m odelo or ganizacional t ípico do sist em a escolar br asileir o se-gundo a v isão dos dir et or es, pr ofessor es e alunos das escolas públicas par t ici-pant es. Dent r e t odos os pr oj et os desenvolvidos por essa ONG, escolhem os o Pr

oj et o Cir cuit o Cult ur al Escolar por se t r at ar de um a iniciat iva que oboj et iva t r ansfor

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A abor dagem da pesqu isa é qu alit at iv a. Con sider an do as clássicas abor -d ag en s p ar a-d ig m át icas -d e p esq u isa q u alit at iv a p r op ost as p or Gu b a e Lin coln ( 2 0 0 0 ) e por Geph ar t ( 2 0 0 4 ) , pode- se af ir m ar qu e est e est u do é in t er pr et at iv ist a. Sign if ica dizer qu e su a n at u r eza é r elat iv ist a, o qu e pr essu põe ser a r ealidade com post a de sign if icados obj et iv os e su bj et iv os de cada at or en v olv ido n o con -t ex -t o social qu e com põe a ação es-t u dada. O obj e-t iv o do es-t u do in -t er pr e-t a-t iv is-t a é descr ev er sign if icados e en t en dim en t os; con seqü en t em en t e, a pr in cipal t ar e-f a do pesqu isador é pr odu zir descr ições dos sign ie-f icados qu e os at or es sociais at r ibu em a u m m esm o f en ôm en o. Bu sca se en t en der os sign if icados n o con t ex -t o em qu e o f en ôm en o ocor r e e as div er gên cias sis-t em á-t icas en -t r e sign if icados ( GEPHART, 2 0 0 4 )

O m ét odo que efet iv ou a pesquisa or a apr esent ada foi o est udo de caso ( MERRI AM, 1998; YI N, 2001) . Becker ( 1999) apont a que as pesquisas est r ut ur adas em t or no do est udo de caso ut ilizam est r at égias div er sificadas de colet a de da-dos, j á que se t r at a de um a análise det alhada e apr ofundada de um a unidade par t icular. Esse conj unt o de ev idências ( YI N, 2001) , caract er íst ica dest e t ipo de est udo, ir á per m it ir que se confr ont em infor m ações ( EI SENHARDT, 1989) . Para t an-t o, buscou- se aliar obser vação dir ean-t a com a r ealização de enan-t r evisan-t as em pr ofun-didade e a análise de docum ent os.

A observação foi orient ada por um rot eiro prévio, definido a part ir dos obj et i-v os e das per gunt as de ini-v est igação. Acom panham os, por oit o m eses, sem anal-m ent e: reuniões de avaliação do Proj et o Circuit o Cult ural Escolar, visit as de avalia-dor es ex t er nos, oficinas de for m ação de pr ofessor es e de alunos e as pr ópr ias apresent ações art íst icas dos alunos. Além de observação, os dados foram colet ados por m eio de ent revist as ( CHAMBON, 1995; BRYMAN, 2004) . Os ent revist ados foram :

z o Coor denador Ger al da ONG Ação Educat iva. z o Assessor do Pr oj et o Cir cuit o Cult ural Escolar. z a r esponsável pelo ór gão público par ceir o ( NAE) .

z a anim ador a cult ur al da em pr esa de dir eit o pr ivado, par ceir a do Pr oj et o ( SESC) . z os dir et or es de t r ês escolas públicas par t icipant es do Pr oj et o Cir cuit o Cult ur al

Escolar.

z 15 pr ofessor es ligados a, pelo m enos, um a das t r ês escolas. z 40 alunos par t icipant es das at iv idades.

A análise docum ent al abr angeu os t ex t os pr oduzidos pela ONG, nos quais se descr evem o hist ór ico da inst it uição e do pr ogr am a obj et o de est udo, os obj e-t iv os do Pr oj ee-t o, sua m ee-t odologia e ese-t r ae-t égias de ação.

Os dados const r uídos na inv est igação for am int er pr et ados a par t ir da t éc-nica de análise da infor m ação t ex t ual de Flor es ( 1994) . Assim , separ am os o m a-t er ial sobr e os pr opósia-t os da ONG Ação Educaa-t iva com o Pr oj ea-t o Cir cuia-t o Escolar. For am id en t if icad os cin co p r op ósit os. De ou t r o lad o, sep ar am os as v isões d e dir et or es, pr ofessor es e alunos em r elação à ex per iência de par t icipar do Pr oj e-t o Cir cuie-t o Escolar. Tal classificação levou- nos a confr one-t ar os pr opósie-t os da ONG com a v isão dos par t icipant es. Dessa for m a, pode- se analisar cada depoim ent o, com par á- los u m em r elação ao ou t r o e con f r on t á- los com o qu e iden t if icam os com o sendo os pr opósit os da ONG ao cr iar o Pr oj et o Cir cuit o Cult ural Escolar, o que per m it iu r eflet ir sobr e os pr oblem as, lim it es e inov ações sociais que acont e-cer am ao longo do Pr oj et o.

Estudo de Caso: a ONG Ação Educativa

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es-su post o a n oção de qu e a edu cação escolar f or m al com eçou a per der sen t ido com o conseqüência da incapacidade do sist em a em r esponder, adequadam ent e, às necessidades econôm icas, polít icas e cult ur ais da população.

A ed u cação escolar v em p er d en d o sen t id o. . . Por q u e d izem os isso? Por q u e a nossa educação escolar não consegue r esponder adequadam ent e às necessida-des econôm icas, polít icas e cult ur ais. Econôm icas, por que em bor a o m er cado de t r abalho sej a cada vez m ais exigent e em r elação a anos de est udo, com o r equi-sit o a n ossa ed u cação escolar é m u it o d esv in cu lad a d o m u n d o d a econ om ia. Polít icas, p or q u e a n ossa ed u cação escolar n ão t em p r op or cion ad o m elh or es con dições par a a popu lação in flu ir n os cen t r os de poder e, cu lt u r ais, por qu e a n ossa edu cação escolar con st it u iu u m a cu lt u r a escolar pr ópr ia, m u it o alh eia à cu lt u r a com u m . Ela n ão t r aça d iálog os en t r e a ch am ad a cu lt u r a escolar e a cu lt u r a d o p ov o. Ela est r an h a essa cu lt u r a em m u it os asp ect os ( Coor d en ad or ger al da ONG Ação Educat iv a)

A ONG at ua em quat r o fr ent es de t r abalho, com a m issão de ger ar nov os sent idos para a educação escolar. São elas: am pliar a influência dos alunos e dos fam iliar es na escola; r efazer r elações int er gr upais; pr om over apr oxim ação com os m eios de com unicação em m assa e, finalm ent e, for t alecer os fór uns locais de dis-cussão e par t icipação cidadã. Nesse est udo, nos concent r am os no Pr oj et o Cir cui-t o Culcui-t ur al Escolar que escui-t ava r elacionado à segunda fr encui-t e de acui-t uação da ONG: r efazer r elações int er gr upais.

A pr opost a da Ação Educat iva é par t e, por t ant o, de um a cr ít ica ao Sist em a Escolar e t em a int enção de int er fer ir nele, ger ando novas pr át icas e concepções de Educação. A ação da ONG em conj unt o com as escolas públicas acont eceu com vist as a t r ansfor m á- las; est e m odo de ação t em por t r ás a idéia de que m odifica-ções no Sist em a Escolar não podem se viabilizar sem o auxílio de um agent e ex-t er no. A pr incipal, e ousada, idéia é que a escola, por si só, dificilm enex-t e sofr er ia gr an des t r an sf or m ações.

O que se per cebe é que na escola sequer cham am os seus pr ofissionais de equi-pe t écnica...o que significa que ela não é um a equiequi-pe nem se v ê com o t écnica. I sso que ser ia um a equipe t écnica na v er dade é um bando de indiv íduos. Nossa pr opost a é t r ansfor m ar est e bando de pr ofessor es num a equipe, chegar a pr o-fessor es qu e elabor em at iv idades edu cacion ais baseadas n as n ecessidades das popu lações ( Coor den ador ger al da ONG Ação Edu cat iv a) .

O Pr oj et o Cir cuit o Cult ur al Escolar foi cr iado em 1998, por um conv it e da fundação pr iv ada nor t e- am er icana Kellogg. Um a das ex igências dessa inst it uição é que os pr oj et os dev em par t ir de pr ocessos j á em andam ent o, na t ent at iv a de ar t icu lar pr oj et os edu cacion ais qu e j á est iv essem de cer t a for m a m adu r os n as pr ópr ias escolas ou com unidades.

Circuito Cultural Escolar: os objetivos do projeto

O Pr oj et o Cir cuit o Cult ur al Escolar funcionou a par t ir do est abelecim ent o de par cer ias ent r e escolas públicas, pr efeit ur a do m unicípio de São Paulo e um a em -pr esa de dir eit o -pr ivado, o SESC. O -pr opósit o do Pr oj et o foi ger ar m odificações no espaço escolar por m eio de at ividades ar t íst icas que im plicassem na for m ação de par cer ias ent r e gr upos de um a m esm a escola e dest as ent r e si.

Segundo um t écnico da Ação Educat iv a, r esponsáv el pela coor denação do Pr oj et o, nas escolas públicas os gr upos que at uam são ar t ificialm ent e for m ados, as figur as do educador e do educando são m uit o cr ist alizadas e não se exer cit a o pr incípio da liber dade de escolha, j á que os alunos não podem escolher que disci-plinas cur sar e t odos t êm de seguir o m esm o cur r ículo. Nessa lógica, o Pr oj et o foi concebido a par t ir de t r ês eixos de ação: for m ação, com unicação e vivência.

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poder á ilust r ar o funcionam ent o da pr opost a. Em um a det er m inada escola pública j á exist e um t r abalho de gr upos de t eat r o; t al gr upo m ont ava, ent ão, um a pr ogr a-m ação de apr esent ações par a out r as escolas. Ant es da apr esent ação, visit ava- se a escola em que a at ividade ser ia apr esent ada, est abelecendo- se um diálogo com algum as pr ofessor as, no qual se explicar ia o hist ór ico do gr upo, que t ipos de at i-vidades desenvolver am , que linguagem ut ilizar am e que t em as t r at ar am par a pr o-duzir a peça de t eat r o. Adicionalm ent e, pr opunha- se aos pr ofessor es algum a bi-bliogr afia ou film es de cinem a par a que pudessem t r abalhar ant ecipadam ent e com a sua t ur m a de alunos algo sobr e o t em a que o gr upo de t eat r o visit ant e expor ia. No eix o For m ação, buscav a- se for m ar pr ofessor es e alunos em at iv idades ar t íst icas por m eio de oficinas que desenvolvessem linguagens ar t íst icas específi-cas, lider adas por pr ofissionais qualificados e r econhecidos. Pr ofessor es e alunos par t icipar am de cur sos de ar t es cênicas, oficina de br inquedos, de br incadeir as, de bonecos, de t am bor es, ent r e out r as. O pr opósit o das oficinas er a incr em ent ar a for m ação ger al de docent es e discent es.

O eix o Viv ên cia ocu pav a- se em lev ar pr of essor es e alu n os da per if er ia de São Pau lo p ar a assist ir sh ow s e p eças p r of ission ais d e t eat r o. Essas at iv id a-des t in h am com o obj et iv o dar con dições par a qu e alu n os e pr of essor es par t ici-pan t es do Pr oj et o Cir cu it o Cu lt u r al Escolar con h ecessem o t r abalh o de ar t ist as p r o f i ssi o n ai s.

As at iv idades do Pr oj et o Cir cuit o Cult ur al Escolar env olv er am v int e e um a escolas, além de t r ês gr upos com unit ár ios, t ot alizando vint e e quat r o gr upos par -t icipan-t es. Todas as escolas par -t icipan-t es es-t ão localizadas na m esm a r egião da per ifer ia lest e da cidade de São Paulo e sob a j ur isdição do m esm o ór gão gover -nam ent al local que as ger encia, ou sej a, a m esm a delegacia de ensino. Em 2002, o Pr oj et o chegou a at ingir um a m édia de 752 pessoas par t icipant es ao m ês, ent r e alunos, pr ofessor es e ar t ist as.

Par a com pr een der m elh or os t r ês eix os de at u ação do Pr oj et o da ONG, or ganizam os as infor m ações colet adas sobr e o Pr oj et o em cinco pr opósit os r ele-v a n t es:

Pr opósit o 1 - Pr opor cion a r u m a e x pe r iê n cia com for m a s or ga n iza cion a is a lt e r n a t iva s à e st r u t u r a bu r ocr á t ica t r a dicion a l da e scola pú blica

Pa r a a t i n g i r e s s e p r o p ó s i t o , a e x p e r i ê n c i a c o m n o v o s f o r m a t o s or ganizacionais dever ia acont ecer em dois m om ent os: na gest ão do Pr oj et o e nas at iv idades ar t íst icas. Qu an t o à gest ão do Pr oj et o, t odos os su j eit os r elev an t es dever iam par t icipar das r euniões de planej am ent o e avaliação. Pr ofessor es, coor -den ador es, dir et or es, alu n os e r epr esen t an t es de par ceir os dev er iam est abele-cer debat es e t om ar decisões, a despeit o das suas posições hier ár quicas.

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Pr opósit o 2 - Re du z ir o isola m e n t o da s e scola s e in se r i- la s e m r e de s de r e la ciona m e nt os r e le va nt e s com out r os a t or e s socia is, indivíduos ou or ga niza -çõe s pú blica s, pr iva da s ou se m fin s lu cr a t ivos.

As at ividades do Pr oj et o Cir cuit o Cult ur al Escolar dever iam cr iar opor t unida-des par a que as escolas conver sassem ent r e si, se com unicassem , se visit assem , ensinando e apr endendo um as com as out r as. Além disso, o Pr oj et o pr opor ciona-r ia opociona-r t unidades paciona-r a ciona-r ealização de paciona-r ceciona-r ias com at ociona-r es ext eciona-r nos; pociona-r exem plo, ór gãos gov er nam ent ais, em pr esas e agent es com unit ár ios. Duas par cer ias m er e-cer am dest aque no est udo: com o Núcleo de Ação Educat iva ( NAE) , ór gão público m unicipal, e com o SESC, um a inst it uição de dir eit o pr ivado que at ua no cam po do lazer, cult ura, saúde e educação.

O NAE assum iu os cust os dos t r anspor t es, um dos pont os pr incipais par a a r ealização do Pr oj et o. Vale lem brar que as escolas públicas envolvidas est ão loca-lizadas em r egiões bem afast adas do Cent r o e das v ias públicas de t r anspor t e. Não há acesso por linhas de t r anspor t e por m et r ô ou por ônibus suficient es par a deslocam ent o de gr andes quant idades de cr ianças e adolescent es; sem cont ar as pr eocupações com segur ança, um a vez que nessas r egiões há, em ger al, ocor r ên-cias fr eqüent es de violência ur bana. Além disso, o NAE financiou algum as oficinas e disponibilizou dois de seus pr ofissionais t écnicos, que or ganizar am e coor dena-r am as ações nas escolas, dena-r esolv endo os ev ent uais pdena-r oblem as dudena-r ant es as at iv i-dades e encont r os.

I dent ificam os duas r azões que levar am o NAE a financiar um pr oj et o da ONG Ação Educat iva. Pr im eir o, os indivíduos r esponsáveis pelo pr oj et o no NAE r esidem na m esm a r egião da per ifer ia de São Paulo em que o Pr oj et o ocor r e e j á haviam at uado com o professores nas escolas públicas envolvidas. Dessa form a, possuíam fam iliar idade com as dificuldades e necessidades da r egião. Em segundo lugar, o p r oj et o t al q u al d esen h ad o p ela ONG, p r op or cion ou ao NAE u m p ar ceir o q u e com plem ent av a suas com pet ências.

Out r o aspect o im por t ant e a se dest acar ao est udar m os a r elação de par ce-r ia ent ce-r e NAE e escolas públicas, com a int ece-r venção de um a ONG, é que acont eceu a apr ox im ação do ór gão público com as escolas, à m edida que as r euniões de planej am ent o, ex ecução e av aliação do Pr oj et o Cir cuit o Cult ur al Escolar ex igiu a pr esença de r epr esent ant es de t odas as or ganizações envolvidas. A ONG exer ceu o papel de ar t iculador a ent r e poder público e escolas, em iniciat ivas que favor ece-r am o diálogo e apece-r ox im aece-r am escolas do podeece-r público; est as passaece-r am a fazeece-r r eivindicações e expor seus m ot ivos dir et am ent e ao NAE.

As escolas t êm de apr ender t am bém a cobr ar do poder público o at endim ent o às su as n ecessidades. Por ém , o m ov im en t o n ão t em sido est e h ist or icam en t e. O m ovim ent o t em de ser cont r ár io ao com um , em que o poder público pr opõe um a sér ie de coisas par a a in st it u ição escolar : a escola t em qu e pr opor, se pen sar, dem andar polít icas, não o cont r ár io ( Assessor a Técnica do NAE) .

Quant o ao SESC, sua par t icipação no Pr oj et o Cir cuit o Cult ur al Escolar envol-v eu a cont r at ação de at or es e ar t ist as pr ofissionais de envol-v ár ias m odalidades que m inist r ar am oficinas cult ur ais de t eat r o, dança et c. Os alunos e pr ofessor es das escolas par t icipant es do Cir cuit o deslocavam - se das escolas par a um a das unida-des do SESC a fim de par t icipar em das oficinas. Er am , por t ant o, opor t unidaunida-des de desenvolver em at ividades ext r acur r icular es, fazer em r euniões em um espaço não só bonit o, m as est r ut ur ado par a event os ar t íst icos. Acont eciam event os cult ur ais, nos quais um grande público poder ia par t icipar, e não apenas os suj eit os dir et a-m ent e envolvidos coa-m o Pr oj et o.

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Pr opósit o 3 - Est a be le ce r e los e n t r e o con t e ú do t r a t a do n a e scola e a s inquie t a çõe s do a m bie nt e e x t e r no

Os pr ofessor es for am incent iv ados a t r abalhar com didát icas alt er nat iv as, pr ovocando os alunos a encar ar em at ividades lúdicas com o m eio par a r eflexão de t em as r elacionados a sua pr ópr ia hist ór ia e ident idade. Nas at iv idades ar t íst icas, t r abalhou- se com t em as r elev ant es à com unidade, com o r acism o, v iolência do-m ést ica, ex clusão social, pr econceit o, ent r e out r os, que sedo-m pr e for ado-m bast ant e sensív eis aos par t icipant es, t ant o pr ofessor es quant o alunos. Dest a for m a, pr e-t endia- se que o cone-t eúdo dado nas aulas fosse enr iquecido pelas v iv ências nas at iv idades ar t íst icas pr opor cionadas pelo Pr oj et o Cir cuit o Cult ural Escolar.

As at ividades do Pr oj et o acont eciam , pr efer encialm ent e, em hor ár ios e dias r egular es de aula. Com isso, pr et endia- se que fossem consider adas por docent es e discent es com o r elev ant es em t er m os de for m ação. Ev ident em ent e, par a que assim ocor r esse, sur giu a necessidade de r ealizar adapt ações no cur r ículo r egular, flex ibilizando hor ár ios e r elacionando os t em as dos cont eúdos das aulas com as at ividades cult urais que acont eciam durant e o Cir cuit o. Ver em os, post er ior m ent e, com o esse fat o pr ov ocou r esist ências e dificuldades aos pr opósit os de m udança do Pr oj et o.

Fazer acon t ecer est as at iv id ad es d en t r o d a escola n u m p er íod o d e au la t em t am bém a idéia de colocar um pont o de int er r ogação na escola: que é que est á acont ecendo? É um a for m a de cut ucar out r os pr ofessor es, alunos: Olha! É pos-sív el t er u m a escola d if er en t e, m ais ag r ad áv el, e p er ceb er q u e ap r en d er n ão sign ifica só sen t ar n a sala de au la. . . ( Coor den ador do Pr oj et o Cir cu it o Cu lt u r al Escolar ) .

Pr opósit o 4 - Pot e n cia liz a r a v oca çã o a r t íst ica da e scola , v a lor iz a n do o qu e e la t e m e m r e cu r sos h u m a n os e físicos.

Par a at ingir t al pr opósit o, a int er venção da ONG acont eceu da seguint e for -m a: pr opor cionava supor t e t écnico e for -m ação a pr ofessor es e alunos nas -m oda-lidades ar t íst ico- cult ur ais que j á est av am pr esent es na escola. A Ação Educat iv a ar t iculav a r ecur sos par a que as at iv idades que j á acont ecessem dent r o de cada escola fossem ainda m ais desenvolvidas. I sso se viabilizou por m eio de encont r os de pr ofessor es e alu n os com pr ofission ais do m eio ar t íst ico e da r ealização de oficinas. Adicionalm ent e, cabe r essalt ar a im por t ância do encont r o de gr upos de difer ent es escolas, visit ando- se ent r e si. Enquant o pr opósit o, t al pr át ica m elhor a-r ia e daa-r ia visibilidade ao t a-r abalho cult ua-r al que j á se a-r ealizava em cada escola.

Pr opósit o 5 : Possibilit a r a ce sso a be n s cu lt u r a is

Ret om ando a idéia do que ex plicam os com o sendo o eix o de t r abalho em vivência, um dos pr opósit os do Pr oj et o foi viabilizar o cont at o de um a população car ent e em r ecur sos com um a pr odução ar t íst ico- cult ur al de alt o nível. A exper iên-cia com ar t e, sej a com o expect ador, sej a com o aut or ou at or, enr iquecer ia a leit ura que cada indivíduo far ia do m undo, am pliar ia a capacidade de im aginação, cr iação e ent r osam ent o das idéias. A int enção dos coor denador es do Cir cuit o foi for m ar público, qualificar um expect ador cuj o pr incipal m eio de acesso à pr odução ar t íst i-ca é r est r it a à t elevisão.

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A visão dos participantes: diretores, professores e alunos

Os cinco pr opósit os do Pr oj et o est avam em har m onia com a idéia de que a in t er v en ção de ONGs n o cam po da Edu cação dev er ia acon t ecer n o sen t ido de t r azer t r ansfor m ações na for m a de pr est ar os ser viços escolar es em si e nos sig-nificados que os indivíduos at r ibuir iam à Educação e à r elação com o espaço esco-lar. Dent r o da pr opost a de um est udo int er pr et at ivist a, pusem o- nos, ent ão, a in-vest igar quais er am as im pr essões dos suj eit os que par t icipar am do Pr oj et o Ação Educat iva e quais os im pact os para sua r elação com o espaço escolar.

A par t ir dos docum ent os e dos depoim ent os dos at or es r elev ant es, t r aba-lham os com o m at er ial que classificam os com o sendo as int er pr et ações que dir e-t or es d as escolas p ar e-t icip an e-t es, p r of essor es e alu n os d er am à ex p er iên cia d e en gaj ar - se n o Pr oj et o Cir cu it o Cu lt u r al Escolar. Um a v ez qu e par t icipam os das at ividades ar t íst icas, um conj unt o de obser vações in loco t am bém com pôs o m at e-r ial de pesquisa pae-r a int ee-r pe-r et ação das visões de cada um dos t e-r ês suj eit os. Esco-lhem os t r abalhar com a int er pr et ação desses t r ês suj eit os por que eles com põem o público alvo m ais im por t ant e do t r abalho da ONG Ação Educat iva. O pr opósit o pr incipal do Pr oj et o er a r efazer r elações int er gr upais e int er pessoais no espaço escolar público. Sendo assim , som ent e com a v isão e os sen t idos de cada um desses at or es, foi possível discut ir os pr oblem as, as r esist ências e as t r ansfor m a-ções no cam po da Educação. Ut ilizam os, par a isso, o conceit o de inovação social, ou sej a, invest igam os se houve inovação social na per spect iva dos at or es na par -t icipação em um Pr oj e-t o envolvendo um a ONG.

A pe r spe ct iv a dos dir e t or e s e scola r e s

A análise dos depoim ent os e as obser vações em cam po quant o à par t icipa-ção dos dir et or es nas at iv idades do Cir cuit o nos fez concluir que int er pr et ar am posit ivam ent e o t r abalho com a ONG Ação Educat iva, pois pr opor cionou a quebr a da r ot ina de t r abalho na escola.

A par cer ia est abelecida com a ONG no Pr oj et o Cir cuit o par t iu da cr ença de qu e a escola se m odif ica em seu m odo r ot in eir o de f u n cion am en t o. Qu an do o pr ofessor de por t uguês pár a de pensar só na língua por t uguesa, o de m at em át ica em m at em át ica, r om pe- se a fr agm ent ação do conhecim ent o e m uda- se, m esm o que por um cur t o per íodo de t em po, o cot idiano escolar.

Out r a consider ação im por t ant e pr esent e nos depoim ent os dos dir et or es é que ao t r abalhar com as escolas em r ede, a ação da ONG se t or nava m ais efet iva, j á que é pouco eficaz at uar em um a única escola, isoladam ent e. As opor t unidades de apr endizado são m aior es se a escola se abr ir a r elacionam ent os com out r as escolas.

Um t er ceir o pont o im por t ant e dest acado foi o cont at o do pr ofessor com o alu n o for a da sala de au la, o qu al per m it e t r an sfor m ar e h u m an izar a r elação pr ofessor - aluno. Os encont r os acont ecer am for a dos espaços e for m at os conven-cion ais da sala de au la, f ossem n o SESC, f ossem n as v isit as a ou t r as escolas públicas. I sso per m it iu um cont at o difer enciado com o aluno, não m ais a figur a do pr ofessor, m as, sim , a pessoa, com suas vont ades e desej os.

Pr ofessor e aluno se desv inculam da função est abelecida pela escola, pelo sist e-m a escolar, e coe-m eçae-m a t r abalhar e-m ais ee-m t er e-m os de educação ( Dir et or a da Escola 1 ) .

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Tudo que vem de um a for m a hier ár quica, per de um pouco do sent ido. O Cir cuit o com eçou d e u m a f or m a, com u m ob j et iv o, com o d esej o d as p essoas d e se int egrar, se agr egar. O NAE coor denando isso, fez com que m uit as pessoas não ent r assem na pr opost a, por que não v iam m uit o sent ido, ou se ent r ar am é por im posição, ou por m edo de ficar de for a. É posit ivo quando o NAE apóia, por que ele t r az acor dos, o aspect o dos t r anspor t es ou dispensar o pr ofessor do hor ár io par a fazer cu r so, de est ar r ealm en t e am par an do. Ao m esm o t em po, ele t ir a a configur ação inicial, as pessoas par t icipav am por que acr edit av am naquilo ( Dir e-t or a da Escola 2) .

Analogam ent e, alguns depoim ent os de dir et or es das escolas par t icipant es dest acam que a ONG passou a ex er cer sobr e a escola um papel de cont r ole e cobr ança de r esult ados. Pr est ar cont as par a a ONG com eçou a ser algo m andat ór io, que as escolas t iveram que absor ver.

Out r o pont o im por t ant e, dest acado por um a das dir et or as, é que o Pr oj et o aum ent av a a com plex idade na gest ão de pessoas. Os pr ofessor es que par t icipa-vam do Cir cuit o er am vist os com o pr ivilegiados. Cit a o exem plo de um a pr ofessor a de por t uguês de pr im eir a sér ie que t oda quint a- feir a deixava a escola no m eio do per íodo par a ir à oficina ar t íst ica do Cir cuit o. Out r os pr ofessor es viam isso com o um pr ivilégio, com o se a par t icipação daquela pr ofessor a fosse um pr êm io, o que dificult av a a adesão da m aior ia dos pr ofessor es ao pr oj et o.

A pe r spe ct iva dos pr ofe ssor e s

Ent r e os depoim ent os dos pr ofessor es, dest acam - se duas quest ões pr inci-pais. A pr im eir a é o r om pim ent o da pr át ica do aluno de som ent e “ ouvir ” o pr ofes-sor, sem se m anifest ar. A segunda é que a par t icipação at iva dos alunos fez com que os pr ofessor es per cebessem m udanças de com por t am ent o nos est udant es, especialm ent e naqueles que se m ost r avam desint er essados e que pouco se r ela-cionav am . Os pr ofessor es acabav am por conhecer m elhor os alunos, da m esm a for m a que os alunos se descobr iam nos pr oj et os, desenvolvendo t alent os e com -pet ências, chegando ao pont o, por v ezes, de subst it uír em o pr ofessor das ofici-nas num a event ual ausência. Par a os pr ofessor es, ver os alunos desem penhando bem e par t icipando at ivam ent e de um a pr opost a educat iva, pr ovocava um a visão difer enciada sobr e o educando, o que o levava a pensar nas r azões das dificulda-des do aluno ou na sua apat ia no cont ext o da sala de aula.

Quando no pát io da escola há um a apr esent ação do pr oj et o, os pr ofessor es se espant am ao ver em o bom desem penho de alguns alunos que são m uit o pouco at u an t es n o con t ex t o d e su as au las, e r econ h ecem q u e t alv ez os alu n os n ão fossem t ão passiv os se as aulas fossem difer ent es, m ais dinâm icas ( Pr ofessor a de um a das escolas públicas par t icipant es)

Por ém , obser vam os fat or es de r esist ência por par t e dos pr ofessor es. A com -plex idade da dinâm ica escolar fazia com que m uit os docent es sequer conheces-sem a pr opost a do Pr oj et o Cir cuit o na escola. Além disso, a alt a r ot at iv idade de pr ofessor es im pedia que os pr oj et os v ingassem . O planej am ent o das at iv idades do Cir cuit o foi definido com um a equipe, que m udou ao longo do pr ocesso, fazen-do com que m uit os fazen-dos novos pr ofessor es sequer soubessem quais er am os pr o-j et os da escola, sim plesm ent e por que ent r ar am naquela unidade após as r euni-ões de planej am ent o.

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. . . o papel da ONG n ão est á clar o. Em bor a a pr opost a sej a in t er essan t e, deix a ain da n o ar algu m as per gu n t as, pr in cipalm en t e por qu e é f ácil, par a as ONGs, ar t icu lar g r u p os e escolas. Os ev en t os acon t ecem e é o n om e d a ONG q u e sobr essai ( Pr ofessor a de um a das escolas) .

Nem t odos os pr ofessor es apoiar am o Pr oj et o e, por v ezes, ch egav am a pr ej udicar os alunos, não abonando falt as ou aplicando pr ov as no m om ent o que t inham de deixar a classe par a par t icipar dos ensaios. Um a obser vação r ecor r ent e dos pr ofessor es foi que os alunos par t icipant es do Pr oj et o se t or navam m ais cr ít i-cos, o que incom odava os m ais conser vador es.

Os alu n os qu e par t icipam dessas at iv idades n a sala de au la t êm u m a post u r a difer en t e, qu e n em sem pr e é com pr een dida. Ele é m ais qu est ion ador, t em ou -t r as r ef er ên cias, acab am -t en d o u m a p os-t u r a d if er en -t e d os ou -t r os alu n os q u e n ão p ar t icip am . . . q u est ion am , b r ig am , saem d a sala, r eclam am q u e a escola não cede o espaço ( Pr ofessor de um a das escolas públicas par t icipant es) .

A pe r spe ct iva dos a lu n os

Os depoim ent os dos alunos expr essar am um a sér ie de m ot ivações par a se en gaj ar em n o Pr oj et o, desde apr en der u m a dan ça, t eat r o ou u m a m odalidade ar t íst ica qu alqu er, por cu r iosidade, at é a cr en ça de qu e é im por t an t e at u ar n a m obilização da com unidade e t r at ar t em as r elev ant es com o r acism o, v iolência, en t r e ou t r os. As at iv idades escolar es t or n ar am - se pr azer osas e r elacion adas a um t r abalho que r ecebia um r et or no da plat éia. Além disso, os alunos salient ar am que puder am par t icipar de oficinas e cur sos par a os quais não t er iam r ecur sos de out r a m aneir a. Afir m ar am que passar am a ganhar r espeit o na escola e j ulgar am t er adquir ido a disciplina necessár ia à apr endizagem . Desinibir am - se e apr ende-ram a se expr essar m elhor. Cit aende-ram , t am bém , a apr endizagem da r esponsabilida-de, j á que m uit as vezes t iver am de assum ir o papel de pr ofessor es.

Nosso gr upo dav a m icr o oficinas de pr odução de v ídeo nas out r as escolas. Pas-sam os n ossa ex p er iên cia d e com o con seg u im os r ealizar o p r oj et o d en t r o d a escola, com o t r abalh am os, com o com pou cos r ecu r sos é possív el desen v olv er um a at iv idade com o est a e colocar suas idéias, j á que o v ídeo é cada v ez m ais acessív el par a as pessoas. Nosso int er esse na pr opost a er a m ult iplicar o que a gent e fazia. Eu sonhav a que as escolas que par t icipav am do Cir cuit o for m assem u m a r ed e em q u e p u d éssem os d iv u lg ar n osso v íd eo, e en sin á- los a p r od u zir t am bém ( Aluno do t er ceir o ano do ensino m édio do Colégio 2) .

Adicionalm ent e, afir m ar am os alunos que, depois que com eçar am a par t ici-par do Pr oj et o, passaram a dar um novo significado ici-para o am bient e escolar.

Hist ór ia m esm o eu odiav a, aí o pr of essor com eçou a f alar sobr e Z u m bi, e eu disse: Ah! Eu conheço...! ( Aluna da oit av a sér ie do Colégio 3)

Finalm ent e, t r abalham os com quest ões que envolver am dir et am ent e a r elação dos alunos com os pr ofessor es e dir et or es. Per gunt am os se foi possível per -ceber algum a m udança de at it ude nos pr ofessor es ou na escola, desde que ade-r iade-r am ao Pade-r oj et o. Respondeade-r am que, no t ocant e ao desenv olv im ent o das aulas, não houve m udança apar ent e. No início do Pr oj et o, m uit os pr ofessor es não apoi-av am a in iciat iv a e sequ er per m it iam qu e os alu n os saíssem par a os en saios, com o j á m encionam os ant es. Com o t em po, alguns pr ofessor es r esist ent es per ce-beram que o Pr oj et o aj udava no desem penho escolar, por que cr iava r esponsabi-lidade e disciplina. Os alunos at r ibuem ao Pr oj et o o fat o dos pr ofessor es com eça-r em a se com unicaeça-r com eles, est abelecendo um diálogo, ant es inex ist ent e, co-nhecendo- os m elhor, valor izando e confiando m ais em suas capacidades.

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para est udar, que o pr ofessor é chat o e t em que ensinar, m as na ver dade não é isso ( Aluna da sét im a sér ie de que Colégio 1) .

A par t ir da int er pr et ação dos sent idos que dir et or es, pr ofessor es e alunos deram à par t icipação no Pr oj et o Cir cuit o Escolar, pudem os est abelecer um a dis-cussão confr ont ando t ais sent idos com os pr opósit os do Pr oj et o. Na seqüência, discut im os as ex per iências em t er m os de av anços, r esist ências e inov ações.

Discussão: possibilidades e limites da inovação social

I novação social pode ser obser vada em vár ios níveis de análise: inovações sociais cent r adas em indiv íduos, em or ganizações, em cam pos or ganizacionais e no nível polít ico- societ al ( TOURAI NE, 1985; SCOTT, 2002; ZALD, MORRI LL, RAO, 2005) . Os nív eis, cont udo, são int er dependent es. Se ent ender m os inov ações so-ciais com o m udanças no sist em a polít ico- legal, a int er v enção de um a ONG par a ar t icular r ecur sos e desenvolver ações par a t r ansfor m ar a escola t r adicional pode ser consider ada um a inovação social no nível inst it ucional. A exper iência analisada confir m a a t endência m undial de se t r abalhar com o conceit o de educação am plia-da, que ext r apola os lim it es do univer so escolar e que inclui m últ iplos at or es soci-ais no planej am ent o e na ex ecução de pr át icas educacionsoci-ais que se pr et endem inclusiv as e pr om ot or as de equidade social.

As m u dan ças n as leis qu e su por t am essas alt er ações n o sist em a escolar br asileir o r epr esent am a inst it ucionalização de idéias que for am consolidadas nas confer ências m undiais que cit am os no início do ar t igo. O apar at o legal r efor ça um a nova m ent alidade sobr e a noção do que é a escola e de com o acont ece o pr oces-so educacional na vida do cidadão.

No nív el or ganizacional, o t r abalho da int er v enção da ONG influenciou os pr ocessos or gan izacion ais, ger an do ex per iên cias de gest ão par t icipat iv a e au -m ent o do poder agênt ico das escolas, independent e-m ent e de suas posições hie-r áhie-r quicas na est hie-r ut uhie-ra ohie-r ganizacional fohie-r m al do sist em a escolahie-r. Dessa fohie-r m a, vá-r ios at ová-r es ganhavá-r am um podevá-r agênt ico em um a est vá-r ut uvá-r a pavá-r alela ao sist em a educacional consolidado. O Pr oj et o Cir cuit o Cult ur al Escolar se or ganizou, pr epon-der ant em ent e, em par alelo e j ust apost o ao m odelo de est r ut ur a bur ocr át ica t r a-dicional.

No ent ant o, obser v am os que as inov ações sociais no nív el or ganizacional for am lim it adas. As escolas não adquir ir am com pet ências par a, no caso da ausên-cia da ONG, r ealizar sozinhas ações de par cer ia. A saída da ONG im plica, no caso do Pr oj et o Cir cuit o Cult ural Escolar, na volt a à condição de isolam ent o. De m odo ger al, os pr opósit os for am at ingidos, e alguns at é avançar am par a além do que se pr opunha inicialm ent e. Cont udo, não se pode afir m ar que há um a m udança de fat o na est r ut ura do sist em a escolar.

Não houve um pr ocesso de “ enr aizam ent o” do Pr oj et o, que ocor r esse inde-pen dent em en t e da con t inuidade das par cer ias. Tr at ou- se de u m Pr oj et o car o e t r abalh oso, qu e en v olv eu con st an t e m obilização de alu n os e pr of essor es par a out r os espaços além da escola, o que im plicou em um t r abalho de logíst ica, acom -panham ent o e ger enciam ent o int enso. Quem r ealizou a ar t iculação foi a ONG, o que de cer t a for m a lhe confer e cont r ole sobr e o pr ocesso e, conseqüent em ent e, m ais poder. Ret om an do a n oção de “ est r u t u r ação em cam pos or gan izacion ais” t om ada de em pr ést im o de DiMaggio e Pow ell ( 1983) , a ONG foi capaz de est abe-lecer nov os laços int er - or ganizacionais, int ensificando o flux o de infor m ações no cam po. Ao aum ent ar a int er - conect ividade ent r e escolas, ela possibilit ou um nível m aior de est r ut ur ação do cam po, colocando- se com o at or legít im o. Seu pot encial ex er cício de poder e de dom inação pr ov ocou as insinuações e desconfor t os r ela-t ados nas falas dos pr ofessor es, pr incipalm enela-t e.

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negociações com a dir eção da escola. I sso faz lem br ar o que Fent on e Pet t igr ew ( 2 0 0 2 ) colocam com o sen d o o p r in cip al d esaf io n as m u d an ças em est r u t u r as or gan izacion ais: à m edida qu e au m en t a a au t on om ia, h á qu e se au m en t ar as com pet ências par a gest ão da com plex idade dos r ecur sos.

As at ividades do Cir cuit o Cult ur al Escolar aum ent ar am em quant idade e em diver sidade os espaços físicos que alunos e pr ofessor es puder am usufr uir. Dei-x ou- se de oper ar som ent e na escola em que se at ua, e passou- se a pr om ov er oficinas, at ividades e vivências em out r as escolas e espaços. Ocor r eu, assim , um a n ov a r elação com espaços pú blicos, j á qu e os alu n os com eçar am a fr eqü en t ar out r a escola que lhes pr opor cionou um a at ividade que par t icular m ent e lhes int e-r essav a.

No nív el indiv idual, obser v am os inov ações sociais ao longo das int er pr et a-ções dadas por dir et or es, pr of essor es e alu n os. Os depoim en t os são, em su a gr ande par t e, posit ivos em r elação aos pr opósit os do Pr oj et o da ONG. A ent idade foi feliz ao desenvolver um pr oj et o que dá visibilidade ao t r abalho dos pr ofessor es e à capacidade dos alunos. A ONG m ont ou um pr oj et o sust ent ado em um m odelo educacional alt er nat ivo e que t r ouxe, t am bém , cont eúdos sensíveis às r aízes cul-t ur ais e hiscul-t ór icas da população alvo do pr oj ecul-t o.

No caso específico dos pr ofessor es, v ale r essalt ar que a par t icipação nas r e u n i õ e s d e p l a n e j a m e n t o d o Ci r cu i t o e d e m a i s a t i v i d a d e s i m p l i ca r a m n a disponibilização de t em po adicional ao hor ár io r egular de t r abalho na escola. Boa par t e do t em po dedicado ao t r abalho com ONGs significou hor as não r em uner a-das de t r abalho.

Em sín t ese, iden t ificam os in ov ações sociais n os t r ês n ív eis: in st it u cion al, or gan izacion al e in div idu al. Mas est as apr esen t ar am clar os lim it es. Os r esu lt ados do Pr oj et o Cir cuit o Cult ur al Escolar per m it em concluir que acont ecer am ex -per iências env olv endo m udança em papéis sociais cr ist alizados, v iv ências de pr o-cessos d ecisór ios p ar t icip at iv os, at iv id ad es q u e d em an d ar am em p od er am en t o d os v ár ios su j eit os en v olv id os, eq u ilíb r io e alt er ação n as r elações d e p od er e qu ebr a da sit u ação de isolam en t o qu e as escolas pú blicas en f r en t am n or m al-m ent e. No ent ant o, não se pode desconsider ar que o Pr oj et o não al-m ex eu coal-m a est r ut ur a conv encional do sist em a escolar br asileir o; pouco int er fer iu na defini-ção das pr át icas pedagógicas dent r o de sala de aula e não capacit ou os par cei-r os env olv idos a adquicei-r icei-r com pet ências pacei-r a se acei-r t iculacei-r em independent em ent e da at uação da ONG. Têm - se, por t ant o, lim it ações im por t ant es par a consider ar a per en idade das in ov ações sociais.

Conclusão

Apont am os nest e t ext o os ant ecendent es ao em pr eendedor ism o inst it ucional, os esfor ços inst it ucionais e seus possíveis im pact os na est r ut ur a educacional br a-sileir a. O consenso social angar iado em t or no dos pr oblem as est r ut ur ais do sist e-m a educacional forae-m salient ados coe-m o ant ecedent es ( OLI VER, 1992; SEO, CREED, 2002) . Essa const at ação levou o legislador a possibilit ar a ação de ONGs no sist e-m a educacional.

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Obser vam os um esfor ço de t em po e r ecur sos financeir os das ONGs em pr o-m over at ividades ext r as par a pr ofessor es e est udant es. Esse esfor ço foi, fr equen-t em enequen-t e, r ecebido com r esisequen-t ência por par equen-t e de pr ofessor es e dir igenequen-t es das es-colas. Em cont r ast e com cam pos em r ecém - for m ação ( LAWRENCE, PHI LLI PS, 2004; KI RSCHBAUM, 2 0 0 6 ) , cam p o s m ad u r o s t en d em a ap r esen t ar r esi st ên ci a ao em pr eendedor ism o inst it ucional ( GREENWOOD, SUDDABY, 2006) . Nesses casos, é com um obser v ar que em pr eendedor es inst it ucionais são lev ados a cr iar sist em as par alelos, fr acam ent e acoplados ( loosely coupled) par a que suas iniciat iv as pos-sam vicej ar com um grau de r esist ência dim inuido ( PADGETT, ANSELL, 1993) . Um a out r a solução inclui a cr iação de novas inst it uições que ut ilizem alguns elem ent os pr é- ex ist ent es, com o obj et iv o de aum ent ar a legit im idade das nov as est r ut ur as e, assim , m odificar o sist em a com o um t odo ( HARGADON, DOUGLAS, 2001) . Nos casos expost os, obser vam os que as ONGs escolher am a pr im eir a solução ( cr iação de sist em as par alelos) em det r im ent o da r efor m a do sist em a, ainda que ut ilizando elem ent os inst it ucionais pr é- exist ent es. I nfer im os dessa escolha que as ONGs em q u est ão n ão d isp u n h am d e r ecu r sos su f icien t es p ar a au m en t ar su a ex p osição aos at or es est abelecidos e dom inant es.

Est udos fut ur os poder ão explor ar ONGs que se engaj ar am em alicer çar pr o-j et os educacionais que pr opunham int er venções no cor ação do sist em a educacio-nal: ou sej a, não se lim it avam às at ividades ext r a- cur r icular es. O sucesso dessas ONGs e seu s r espect iv os pr oj et os poder ão acr escen t ar ao est u do de in ov ação social e em pr eendedor ism o inst it ucional pr át icas que sobr ev iv er am à r esist ência de at or es est abelecidos.

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