www.jped.com.br
ARTIGO
ORIGINAL
Evaluation
of
a
neonatal
screening
program
for
sickle-cell
disease
夽
,
夽夽
Rodrigo
Eller
a,∗e
Denise
Bousfield
da
Silva
baFaculdadedeMedicina,UniversidadeFederaldeSantaCatarina(UFSC),Florianópolis,SC,Brasil bDepartamentodePediatria,UniversidadeFederaldeSantaCatarina(UFSC),Florianópolis,SC,Brasil
Recebidoem14dejunhode2015;aceitoem21deoutubrode2015
KEYWORDS
Sicklecelldisease; Neonatalscreening; SantaCatarinaState
Abstract
Objective: EvaluatetheNeonatalScreeningProgramoftheHealthSecretariatoftheStateof
SantaCatarinaforsickle-celldisease,fromJanuary2003toDecember2012,regardingprogram
coverageanddiseasefrequency.
Methods: Descriptive,observational,cross-sectionalstudywithretrospectivedatacollection.
Thevariablesanalyzedwere:numberoflivebirthsintheStateofSantaCatarina;numberof
screenedchildren;numberofchildrendiagnosedwithsickle-celltraitandsickle-celldisease;
typeofsickle-celldiseasediagnosed;ageatthetimeofsamplecollection,ethnicity/skincolor,
gender, andorigin ofchildren with sickle-cell disease. Descriptivemeasures andfrequency
tableswereusedfordataanalysis.
Results: Duringthestudy period,therewere 848,833livebirthsand730,412sampleswere
screenedbytheprogram,resultinginacoverageof86.0%.Therewere6173samplespositive
forsickle-celltraitand39forsickle-celldisease.Amongchildrenwithsickle-celldisease,the
medianageatthetimeofsamplecollectionwas6days.Regardingtheethnicity/skincolor,
25(64.1%)children werewhite,sevenwereblack,andsevenotherswerenotspecified.The
MidwestandtheHighland(PlanaltoSerrano)ofSantaCatarinaweretheregionswiththehighest
incidenceofsickle-celldisease.
Conclusion: CoveragebytheNeonatalScreeningProgramofSantaCatarinaisgood,butdidnot
demonstrateanimprovementtrendovertheyears.Thefrequencyofsickle-celldiseaseislow
andlowerthanintheNorth,Northeast,andMidwestregions.Themedianageindaysatthe
timeofcollectionisolderthantheagerecommendedbytheMinistryofHealth.
©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen
accessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/
4.0/).
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.10.002
夽 Comocitaresteartigo:EllerR,SilvaDB.Evaluationofaneonatalscreeningprogramforsickle-celldisease.JPediatr(RioJ).2016;92:
409---13.
夽夽ArtigovinculadoaoHospitalInfantilJoanadeGusmão,Florianópolis,SC,Brasil.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:rodrigoellersrl@gmail.com(R.Eller).
PALAVRAS-CHAVE
Doenc¸afalciforme; Triagemneonatal; EstadodeSanta Catarina
Avaliac¸ãodeumprogramadetriagemneonatalparadoenc¸afalciforme
Resumo
Objetivo: AvaliaroProgramadeTriagemNeonataldaSecretariadeSaúdedoEstadodeSanta
Catarina(PTN-SES/SC) paradoenc¸afalciformedejaneirode2003adezembro de2012, em
relac¸ãoàsuacoberturaeàfrequênciadadoenc¸a.
Métodos: Estudodescritivo,observacionaletransversal comcoletaretrospectivadosdados.
Asvariáveisanalisadasforam:númerodenascidos-vivosnoEstadodeSantaCatarina;número
decrianc¸astriadas;númerodecrianc¸asdiagnosticadascomtrac¸oedoenc¸afalciforme(DF);
tipodeDFdiagnosticada;idadedacoleta,cor/etnia,sexoeprocedênciadascrianc¸ascomDF.
Foramusadasasmedidasdescritivaseastabelasdefrequênciaparaanálisedosdados.
Resultados: No períodoestudado, houve 848.833nascidosvivos e730.412amostras triadas
pelo programa, que geraram cobertura de 86%. Das amostras triadas, foram encontradas
6.173 crianc¸as comtrac¸ofalciforme e39 comDF. Entreascrianc¸ascom DF,amediana da
idadeemdiasnadatadacoletafoide6.Das39crianc¸asdoentes,25(64,1%)eramdacor/etnia
branca,setedanegraesetedeoutracor/etnia.AsregiõesdoPlanaltoSerranoedoMeio-Oeste
deSantaCatarinaforamasregiõescommaiorincidênciadeDF.
Conclusões: AcoberturadoPTN-SES/SCéboa,contudonãoapresentoutendênciademelhoria
aolongodosanos.AfrequênciadaDFébaixaemenordoquenasregiõesNorte,Nordestee
Centro-Oeste.Amedianadaidadeemdiasnomomentodacoletaestáacimadopreconizado
peloMinistériodaSaúde.
©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigo
OpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.
0/).
Introduc
¸ão
Adoenc¸afalciforme(DF)representaumgrupode enfermida-deshematológicashereditáriasautossômico-recessivas,que incluidiversosgenótipos,nosquaishápredomínioda hemo-globinaS(HbS).1---3Apresenc¸adessahemoglobinaanormal é responsável pelas principais manifestac¸ões clínicas da doenc¸a,asquaisdecorremdosfenômenosvaso-oclusivose dasdisfunc¸õesisquêmicascrônicas.4
A distribuic¸ão da doenc¸a falciforme é heterogênea, é maisfrequenteentrenegrosepardos.Segundodadosdo Ins-titutoBrasileirodeGeografiaeEstatística(IBGE)de2009, noBrasil negros e pardos representaram 6,9% e 44,2% da populac¸ão,respectivamente,o que refletea heterogenei-dadedadoenc¸afalciformenopaís.5
Em junho de2001, por meioda Portaria doMinistério da Saúde n◦ 822, ocorreu ampliac¸ão das doenc¸as triadas
peloPrograma Nacionalde TriagemNeonatal jáexistente (fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito), incluindo a detecc¸ãodedoenc¸as falciformeseoutras hemoglobinopa-tias,alémdafibrosecística.6 Odiagnóstico daDF é feito laboratorialmentepeladetecc¸ãodaHbSedesuaassociac¸ão comfrac¸õesquantitativasdeoutrashemoglobinas.
O programa de triagem neonatal, aliado aos cuida-dos multiprofissionais, permitiureduzir significativamente amorbidadeeamortalidadedecorrentesdadoenc¸a,como mostramestudosemoutrospaíses.6
O objetivodesse trabalhoé avaliaro Programade Tri-agemNeonataldaSecretariadaSaúdedoEstadodeSanta Catarina(PTN-SES/SC)paraDFeoutrashemoglobinopatias emrelac¸ãoàsuacoberturaeàsincidênciasdadoenc¸aedo trac¸ofalciformesdejaneirode2003adezembrode2012.
Métodos
Estudodescritivo,observacionaletransversalaprovadopelo ComitêdeÉticadoHospitalInfantilJoanadeGusmãosobo parecer029/2013.
Asvariáveisanalisadasforamobtidasretrospectivamente de umbanco dedados noLaboratórioCentral (Lacen) da SecretariadeEstadodaSaúdeedoSistemadeInformac¸ões sobre Nascidos Vivos (Sinasc). Os dados coletados foram referentesajaneirode2003adezembrode2012.
As variáveis analisadas incluíram: número de crianc¸as nascidas vivas no Estado de Santa Catarina; número de crianc¸as triadas pelo PTN-SES/SC paraDF e outras hemo-globinopatias;númerodecrianc¸asdiagnosticadascomtrac¸o edoenc¸afalciformespeloPTN-SES/SC;tipodedoenc¸a fal-ciformediagnosticadapeloreferidoprograma;diagnóstico finaldascrianc¸ascujasprimeirasamostrasforam inconclu-sivas; idade na coleta,cor/etnia, sexoe procedência das crianc¸ascomDF,deacordocomasmacrorregiõesdeSanta Catarina.7
Emrelac¸ão àvariávelcor dapele, foiusadoo critério definidopeloInstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística (IBGE).5Ainformac¸ãodessavariávelfoiobtidadaficha pre-enchidapelaenfermagemnomomentodacoletadaamostra sanguínea.
Acoletadaamostradesanguefoifeitapelaequipede enfermagememhospitais,maternidadesoupostosdesaúde dosmunicípiosdeSantaCatarina.Essaamostra,obtidado calcanhardacrianc¸aedepositadaempapel-filtro,foi pos-teriormenteenviadaaoLacenparaanálise.
Tabela1 Númerodenascidos-vivos,crianc¸astriadase
per-centuaisdecoberturadoPTN-SES/SCdejaneirode2003a
dezembrode2012
Ano Nascidosvivosa Crianc¸astriadasb Cobertura
2003 83.177 67.993 81,7%
2004 85.475 80.243 93,9%
2005 84.584 80.333 95,8%
2006 84.133 68.063 80,9%
2007 81.903 69.925 85,4%
2008 85.262 80.172 94,0%
2009 83.489 73.437 88,0%
2010 84.611 61.997 73,3%
2011 87.481 78.127 89,3%
2012 88.772 70.122 78,0%
Total 848.833 730.412 86,0%
Nãoforamencontradasjustificativasparaabaixacoberturaem 2010.
a SistemadeInformac¸õessobreNascidosVivos(Sinasc).7
b LaboratórioCentral(Lacen)daSecretariadaSaúdedoEstado
deSantaCatarina.
cromatografiadetroca catiônica,feitaspeloequipamento VariantII(Bio-Rad®,CA,EUA).
As amostras com resultados diferentes do padrão FA foramsubmetidasaumoutrotestedistintoda cromatogra-fia.Afocalizac¸ão isoelétricafoio testegeralmenteusado paraessa avaliac¸ão.Quandoos resultadosdos doistestes eramdistintoseconfiguraramumresultadoinconclusivo,a crianc¸aeraconvocadaparaumanovacoleta.
As crianc¸as cujas amostras tiveram um resultado indeterminado, ou seja, uma hemoglobina distinta das hemoglobinasque podemseridentificadaspelostestes de triagempadrão, foramencaminhadas paraesclarecimento diagnóstico no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), centro dereferência noEstadodeSanta Catarina paraos testesdetriagemneonatal.
Medidasdescritivasetabelasdefrequênciaforamusadas paraanálisedosresultadosobtidos.
Resultados
Dejaneirode2003adezembrode2012,730.412amostras foramsubmetidasaotestedetriagemdoPTN-SES/SC.Nesse período,nasceram 848.833 crianc¸as noestado,segundoo Sinasc,oque geraumacoberturade86%doreferido pro-grama(tabela1).
A DFfoiidentificada em 39crianc¸as dasamostras tria-das.Dessas,26casosapresentaramopadrãoFS(emordem decrescente de quantidade, presenc¸a de hemoglobinas F e S, na ausênciadehemoglobina A);12FSC(presenc¸a de hemoglobinas F,S e C, na ausência dehemoglobina A);e umaFSA (presenc¸a dehemoglobinas F,S e A) (tabela 2). Cadaumadessasamostrasfoisubmetidaaosdoistestesde rastreamento --- cromatografia líquida dealta resoluc¸ão e focalizac¸ãoisoelétrica---etiveramresultadosequivalentes. Nãofoiavaliadosehouveposteriorconfirmac¸ãodoresultado comoutrostestesdiagnósticos.
Em 302 amostras, o resultado foi indeterminado, isto é, a Hb eradistinta dashemoglobinas possíveis deserem
Tabela 2 Número decrianc¸ascomtrac¸oedoenc¸a
falci-formediagnosticadaspeloPTN-SES/SCdejaneirode2003a
dezembrode2012
Ano PadrãoFAS PadrãoFS PadrãoFSC PadrãoFSA
2003 491 3 2 0
2004 666 5 1 0
2005 655 3 2 1
2006 550 3 2 0
2007 607 0 0 0
2008 692 2 3 0
2009 659 6 1 0
2010 509 1 0 0
2011 683 1 0 0
2012 661 2 1 0
Total 6.173 26 12 1
Fonte:LaboratórioCentral(Lacen)daSecretariadaSaúdedo EstadodeSantaCatarina.
diagnosticadas pelos métodos de triagem neonatal. Essas crianc¸as foramreferenciadasaoHIJGparaesclarecimento diagnóstico.
Das amostras analisadas pelo PTN-SES/SC, 41 apre-sentaram resultados inconclusivos, 25 das crianc¸as com
esses resultados não fizeram nova coleta, apesar da
recomendac¸ãodoprograma.Das16crianc¸asrestantesque
coletaram nova amostra, seis apresentaram novamente
padrão inconclusivo, sete padrão normal e três padrão detrac¸o falciforme.Assim,31 crianc¸as queapresentaram padrãoinconclusivonãotiveramesclarecimentodiagnóstico (fig.1).
Emrelac¸ãoàprocedência,asmacrorregiõesdesaúdedo PlanaltoSerranoedoMeio-Oesteapresentaramasmaiores percentagensdecasosdeDF(tabela3).
Emrelac¸ãoàcor/etniadascrianc¸ascomDF(padrõesFS, FSCe FSA),25 (64,1%) erambrancas; sete eramnegras e sete eram deoutra rac¸a/etnia,não especificada na ficha decoletada amostra. Quanto ao sexo, 24pertenciam ao masculinoe15aofeminino.
Amédiadaidadenodia dacoletafoide9,08 diasea medianafoideseisdias.
Discussão
Oprincipal resultado deste trabalhofoi aconfirmac¸ão da frequênciadadoenc¸afalciforme(1:18.728)edotrac¸o fal-ciforme(1:118)emSantaCatarina,bemcomoacobertura doprogramadetriagemneonatalnoestado(86%).
A incidência da doenc¸a falciforme foi baixa possivel-mentepelapequenaproporc¸ãodenegrosnoEstadodeSanta Catarina.Osnegros,segundooIBGE,representavamapenas 2,2%eospardos,11,7%dapopulac¸ãodoestadoem2009.5 AsmaioresincidênciasdeDFocorreramnasmacrorregiões desaúdedoPlanaltoSerranoeMeio-Oeste.
Nascidos vivos n = 848.833
Amostras rastreadas n = 730.412
Indeterminado n = 302
Inconclusivo n = 41
Inconclusivo n = 6 Não
recoletou n = 25
Nova coleta n = 16 Doença
falciforme n = 39
Traço falciforme n = 6.173
Traço falciforme
n = 3
Sem doença ou
traço falciforme
n = 7
Figura1 Númerodenascidosvivos,amostrastriadaserespectivosdiagnósticosdoPTN-SES/SCdejaneirode2003adezembro
de2012.
feitonoParaná,entre2002 e2004,revelou incidênciade 1:20.320.11
Acoberturaencontradapodenãorefletiracoberturareal derastreamento de todos nascidosvivos. Pois, apesarde todosos municípios do estado terem aderido a esse pro-grama, algumas crianc¸as podem ter sido triadas na rede privada,oquenãogeraregistroparaoPTN-SES/SCe refle-tiriaumafalhanomonitoramentodoprogramaestadual.
EmestudosconduzidosnoBrasilobservou-sequea cober-tura dos programas no Distrito Federal foi de 83,4% em 2006;12 naBahia,de88,9%entre2007e2009;13 enoMato Grossodo Sul, de 91,8% entre 2006 e 2010.14 O objetivo de100% decoberturados programasdetriagem neonatal aindarepresentaumgrandedesafio,mesmoempaísesmais desenvolvidos.9OCanadáe aBélgica,em 2006,atingiram coberturasde76%15e87%,16respectivamente.
Dentre ascrianc¸as com DF noperíodo analisado neste estudo,amédiadaidade nodia dacoletadaamostrafoi de8,58 diase amediana foi de 6dias, o que demonstra necessidadedemelhoraressasvariáveis,pois oMinistério daSaúderecomenda que a coletaseja feitaentre três e cincodiasdevida.Apesar deotestepoderserfeitomais
tardiamente,paraalgumasdasdoenc¸astriadasédeextrema importânciaacoletadaamostranoperíodoideal,demodo aevitarqueascrianc¸aspercamodiagnósticoetratamento precocesenãosebeneficiemdaprevenc¸ãodesequelas.
Dos39casosdeDF,observou-semaiornúmerodedoentes emindivíduosdecor/etniabranca(64,1%).Amaior incidên-cia dadoenc¸a em brancos podeser explicadapelo maior número desses indivíduos na populac¸ão catarinense, que, segundo dadosdo IBGEde 2009, representavam85,7% da populac¸ãodoestado,5alémdadenominac¸ão‘‘branca’’ atri-buídaerroneamenteàpopulac¸ãomiscigenada.Alimitac¸ão dos dadosreferentes àcor/etnia decorre do fatodeesse camposer determinadopelapessoaque preencheu o for-mulário da amostra de sangue e não ser baseado num questionáriodetalhadodeorigemfamiliar,hajavistaa dis-cordânciainterpretativa entrecor e origemétnicadeum indivíduoem particular. É fundamental,noentanto,estar ciente que nenhuma dessas limitac¸õesafeta os principais aspectosestudadosnestetrabalho.
Noque serefere àscrianc¸as com resultados inconclu-sivos e indeterminados, é importante criar mecanismos paraintensificarabuscadesses indivíduos,paraampliara
Tabela3 Distribuic¸ãodadoenc¸afalciformepormacrorregiõesdesaúdedoEstadodeSantaCatarinadejaneirode2003a
dezembrode2012
Macrorregiãodesaúde Númerodecasosde
doenc¸afalciformea
Númerodenascidos vivosporregião
Incidênciapor região
Grande-Oeste 0 97.705 0
Meio-Oeste 8 86.921 1:10.865
PlanaltoNorte 1 56.624 1:56.624
Nordeste 8 122.663 1:15.333
ValedoItajaí 1 120.420 1:120.420
FozdoRioItajaí 5 76.502 1:15.300
PlanaltoSerrano 4 42.259 1:10.565
GrandeFlorianópolis 10 129.362 1:12.932
Sul 2 116.427 1:58.213
Total 39 848.883 1:18.728
Fonte:SistemadeInformac¸õessobreNascidosVivos(Sinasc)7eLaboratórioCentral(Lacen)daSecretariadaSaúdedoEstadodeSanta
Catarina.
abrangênciadoprograma,bemcomoidentificaretratar pre-cocemente eventuaisportadores daDF--- quenopresente estudofoi debaixafrequênciaconsiderandoaquantidade deamostrastriadas.
Alimitac¸ãodestetrabalhosedeveànãomonitorac¸ãodos doentesapósodiagnósticopelatriagemneonatal,demodoa analisaraadesãodospacientesaoseguimentoambulatorial interdisciplinareàsmedidasdesaúdepropostaspelo pro-grama.Recentemente,numestudofeitoemMinas Gerais, constatou-sequeatriagemneonatalnaqueleestado,mesmo feitadeformaabrangenteeeficaz,nãofoisuficientepara reduziramortalidadedaDF,quefoide7,4%nosprimeiros 14anos,poucomaisdametadedosóbitosocorreramantes dosdoisanosdeidade.17
Areduc¸ãodrásticadamortalidaderelacionadaàdoenc¸a falciformenosprimeirosanosdevida,de26%%para1-2%, ocorreupelaatenc¸ãointegraloferecidaaessapopulac¸ãoem centrosdereferênciapediátrica.Portanto,odiagnósticoe otratamentoprecoces daDFcontribuemparaaumentara sobrevidaemelhorarexpressivamenteaqualidadedevida dessaspessoas.6,18
Assim, conclui-se que o PTN tem uma boa cobertura em Santa Catarina e que a incidência da doenc¸a falci-formenoestadoé consideravelmentebaixa.Apesardisso, é imprescindível que se avalie a adesão dos doentes às medidas de saúde que o PTN preconiza, pois sem esse seguimentoodiagnósticoem sisetornasemsentido.Com as informac¸ões deste trabalho, pretende-se buscar todas as crianc¸as doentes e analisar a adesão ao seguimento médicoambulatorial,bemcomoosuportedesaúde ofere-cidoaosdoentes,afimdeanalisar,realmente,aeficáciado programa.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Referências
1.LoboCL,BallasSK, DomingosAC,Moura PG, doNascimento EM,CardosoGP,etal.Newbornscreeningprogramfor hemo-globinopathiesinRiodeJaneiro,Brazil.PediatrBloodCancer. 2014;61:34---9.
2.CamposJúnior D,BurnsDA, LopezFA. Tratadode pediatria: SociedadeBrasileiradePediatria.3a
ed.RiodeJaneiro:Manole; 2014.
3.Kliegman RM. Nelson tratado de pediatria. 14a
ed. Rio de Janeiro:Elsevier;2014.
4.GoldmanL,AusielloD.Cecilmedicina.23a
ed.RiodeJaneiro: Elsevier;2009.
5.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condic¸ões de vida da populac¸ãobrasileira 2010. Availablefrom: http://biblioteca. ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv45700.pdf[cited01.09.14]. 6.HasselKL.PopulationestimatesofsicklecelldiseaseintheU.S.
AmJPrevMed.2010;38:S512---21.
7.Tabnet. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Available from: http://tabnet.datasus. gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvsc.def[cited01.09.14]. 8.AlmeidaA,GodinhoTM,TelesMS,RehemAPP,JalilHM,Fukuda TG,etal.Avaliac¸ãodoprogramadetriagemneonatalnaBahia noanode2003.RevBrasSaúdeMaternInfant.2006;6:85---91. 9.BotlerJ,Camacho LA, CruzMM.Phenylketonuria,congenital
hypothyroidismandhaemoglobinopathies:publichealthissues foraBraziliannewbornscreeningprogram.CadSaudePublica. 2012;28:1623---31.
10.Sommer CK, Goldbeck AS, Wagner SC, Castro SM. Triagem neonatalparahemoglobinopatias: experiênciade um anona redepúblicadoRioGrandedoSul,Brasil.CadSaudePublica. 2006;22:1709---14.
11.Watanabe AM, Pianovski MA, Zanis Neto J, Lichtvan LC, Chautard-Freire-MaiaEA,DomingosMT, etal.Prevalênciada hemoglobinaSnoestadodoParaná,Brasil,obtidapelatriagem neonatal.CadSaudePublica.2008;24:993---1000.
12.DinizD,GuedesC,BarbosaL,TauilPL,MagalhãesI.Prevalência dotrac¸ofalciformeedaanemiafalciformeemrecém-nascidos do DistritoFederal,Brasil,2004 a 2006. Cad SaudePublica. 2009;25:188---94.
13.Amorim T, Pimentel H, Fontes MIMM, Purificac¸ãoA, LessaP. Avaliac¸ão do Programa de Triagem Neonatal na Bahia entre 2007e2009---Aslic¸õesdadoenc¸afalciforme.GazMedBahia. 2010;80:10---3.
14.IvoML,AraujoOM,BarbieriAR,CorrêaFilhoRA,PontesER,de OliveiraBotelhoCA.Scopeandefficiencyofthenewborn scre-eningprograminidentifyinghemoglobinaS.RevBrasHematol Hemoter.2014;36:14---8.
15.TherrellBL,AdamsJ.NewbornscreeninginNorthAmerica.J InheritMetabDis.2007;30:447---65.
16.LoeberG.NeonatalscreeninginEurope:thesituationin2004. JInheritMetabDis.2007;30:430---8.
17.Sabarense AP, Lima GO, Silva LM, Viana MB. Characteriza-tionofmortalityinchildrenwithsicklecelldiseasediagnosed through the Newborn Screening Program. J Pediatr (Rio J). 2015;91:242---7.