• Nenhum resultado encontrado

Fatores que influenciam a neofobia alimentar em fêmeas e filhotes de sagüis (Callithrix jacchus)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Fatores que influenciam a neofobia alimentar em fêmeas e filhotes de sagüis (Callithrix jacchus)"

Copied!
55
0
0

Texto

(1)

CRISTIANA ENGELMANN

FATORES QUE INFLUENCIAM A NEOFOBIA

ALIMENTAR EM FÊMEAS E FILHOTES DE SAGUIS

(

Callithrix jacchus

)

Natal 2010

(2)

CRISTIANA ENGELMANN

FATORES QUE INFLUENCIAM A NEOFOBIA ALIMENTAR EM FÊMEAS E FILHOTES DE SAGUIS (Callithrix jacchus).

Natal 2010

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte para obtenção do título de Mestre em Psicobiologia.

(3)

iii Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Centro de Biociências

Engelmann, Cristiana.

Fatores que influenciam a neofobia alimentar em fêmeas e filhotes de sagüis (Callithrix jacchus) / Cristiana Engelmann. – Natal, RN, 2010.

42 f. : Il.

Orientadora: .Profa. Fívia de Araújo Lopes.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia.

1. Callithrix jacchus – Dissertação 2. Sagui – Dissertação. 3. Neofobia alimentar – Dissertação. I. Lopes, Fívia de Araújo. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

(4)

Título: “Fatores que influenciam a neofobia alimentar em fêmeas e filhotes de

saguis (Callithrix jacchus).”

Autor: Cristiana Engelmann

Data da defesa: 08-10-2010

Banca Examinadora:

______________________________________________________________________ Prof. Francisco Dyonisio C. Mendes (UnB)

______________________________________________________________________ Profª Maria de Fátima Arruda (UFRN)

(5)

v

A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais. [...] A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca pela última vez e morre.

- E depois que morre? - perguntou o Visconde. - Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para esta minha conquista

e em especial:

Ao meu pai Lotário pelo apoio constante e, particularmente, pelo investimento e

cuidado que sempre teve com a minha dedicação ao estudo, e por ser o grande

responsável pelo amor que tenho à leitura e aos conhecimentos. A minha mãe, Ursula,

que além de ser uma grande amiga, sempre foi meu exemplo de perseverança, de

dedicação e por ter me ensinado sobre a importância em conduzir tudo que se faz com

amor. Agradeço a ambos por toda ajuda, compreensão e apoio sempre.

A minha irmã Juliana e ao meu cunhado Gilberto, fontes de constante inspiração, pelo

incentivo, por todo o auxilio prestado durante meus estudos e pela confiança depositada

em mim, com certeza sem eles o caminho teria sido muito mais difícil.

Aos meus sobrinhos, Tomas e Alice, motivo constante de alegrias em todos os

momentos, amo demais!!

A minha irmã Daniela, e meu sobrinho Gabriel, que apesar da saudade que sinto,

sempre estiveram presentes em pensamento.

A todos os meus familiares e amigos distantes pelo carinho prestado, mesmo que via

Embratel.

A minha orientadora, Fívia Lopes, por quem tenho grande admiração e carinho,

agradeço pela paciência, por suas valiosas orientações, e pelo exemplo, que espero

seguir por toda minha vida profissional.

Aos meus amigos, pelos momentos de descontração, por me aturarem nos meus

períodos de “nada vai dar certo”, e que apesar das minhas aporrinhações estiveram

(7)

vii Ao meu amigo Bruno por ter me estimulado tantas vezes a continuar, e pelos valiosos

conselhos.

Ao meu colega Ricardo pelos puxões de orelha que me estimularam inclusive a

conseguir minha primeira bolsa de mestrado.

Ao Felipe pela paciência e pela grande e valiosa ajuda na analise dos dados.

A todos os meus colegas de mestrado.

A todos os professores do departamento de fisiologia, em especial Maria Emília

Yamammoto, Arrilton Araújo e Fátima Arruda pelas ótimas aulas e pelo exemplo

enquanto profissionais.

Aos funcionários do Núcleo de Primatologia, Edinólia, Zé Rubens, Geniberto, Tota,

Luís Veríssimo, Francisco, Márcio André e ao veterinário José Flavio, pelo apoio

técnico, por serem tão prestativos, enfim, por terem me auxiliado muito na execução

desse trabalho.

A funcionária Rose pelos cafés, tão importantes nas manhãs de coleta.

Ao CNPQ pela bolsa concedida, que me permitiu que esta pesquisa fosse realizada.

A Darwin (não seria eu se não houvesse esse agradecimento).

(8)

SUMÁRIO

Pág. RELAÇÃO DE ILUSTRAÇÕES...

RESUMO... ABSTRACT...

viii

x

xi

1. INTRODUÇÃO... 1

2. OBJETIVO GERAL... 9

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 9

3. HIPÓTESES E PREDIÇÕES... 10

4. MATERIAL E MÉTODOS... 13

4.1 Animais e Alojamento... 13

4.2 Dieta dos Animais... 14

4.3 Escolha dos Alimentos... 14

4.4 Procedimento... 15

4.4.1 Fêmea Gestante... 16

4.4.2 Filhotes... 16

4.5 Comportamentos Registrados... 17

4.6 Análise dos dados coletados... 18

5. RESULTADOS... 19

5.1 Fêmea ... 19

5.2 Filhotes... 23

6. DISCUSSÃO... 28

7. CONCLUSÃO... 33

(9)

ix

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Pág.

Figura 1: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de itens consumidos em

relação a gestação...

Figura 2: Mediana e desvio interquartílico da latência para o consumo do primeiro

item, independente da qualidade gustativa, em relação a gestação...

Figura 3: Mediana e desvio interquartílico da latência para o consumo do primeiro item

apresentado em relação a qualidade gustativa deste item (doce ou não doce)...

Figura 4: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de itens consumidos por

fêmeas em relação à qualidade gustativa do alimento. ...

Figura 5:. Média e intervalo de confiança (95%) para os itens consumidos doces e não

doces em relação a gestação...

Figura 6: : Média e intervalo de confiança (95%) para a latência em segundos para o

consumo do primeiro item...

Figura 7: Mediana e desvio interquartílico da latência para o consumo do primeiro item

em relação à experiência intra-uterina (consumo do item pela mãe durante o período

gestacional)...

Figura 8: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de itens consumidos por

filhotes em relação ao consumo prévio da mãe destes mesmos itens durante o período

gestacional...

Figura 9: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de aproximações do filhote

em relação ao consumo prévio do item pela mãe durante o período

gestacional...

Figura 10: Mediana e desvio interquartílico da latência para o consumo do primeiro

(10)

item relacionado ao sexo do filhote...

Figura 11: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de itens consumidos em

relação ao sexo do filhote...

Figura 12: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de aproximações do

alimento apresentado em relação ao sexo do filhote...

Tabela I: Caracterização dos animais experimentais de acordo com as condições de

alojamentos, presença de gestação, tipo de alimento oferecido às fêmeas e aos filhotes,

bem como o sexo destes últimos. ...

Tabela II: Tabela nutricional dos alimentos selecionados para o experimento, para 100g,

conforme a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos- TACO, UNICAMP (Lima et al.

2006)...

26

26

27

13

(11)

xi

RESUMO

Considerando as constantes mudanças ambientais, a capacidade de introduzir

alimentos novos na dieta é essencial para a sobrevivência de animais onívoros. Para a

otimização do forrageio e diminuição dos riscos de intoxicação, é necessário ao animal

detectar sinais que indiquem quais itens são adequados ou não para o consumo.

Investigamos alguns fatores que interferem na resposta aos alimentos não familiares,

modulando comportamentos neofóbicos em sagüis Callithrix jacchus, primatas nativos

do nordeste brasileiro, animais onívoros e generalistas, porém cautelosos na ingestão

de itens desconhecidos. Foi analisada a influência da qualidade gustativa dos alimentos

(doce e salgado), da gestação, e do sexo no comportamento alimentar e na resposta

neofóbica desses animais. Selecionamos inicialmente 10 fêmeas de origem cativa,

sendo cinco grávidas e cinco não. As fêmeas apresentadas aos itens doces ingeriram

maior quantidade do que aquelas apresentadas ao item salgado, estando ou não

gestantes. Contudo, fêmeas grávidas se mostraram menos neofóbicas para ambos os

alimentos, embora demonstrassem forte neofilia para os doces. Verificamos então a

influência da alimentação das grávidas no comportamento alimentar pós-natal de seus

filhotes fêmeas e machos. Observamos 10 filhotes: um grupo cuja mãe teve contato

com o alimento na gestação e um cuja mãe não tivera esse contato. No primeiro grupo

o alimento foi mais facilmente aceito pelos filhotes, sugerindo que a neofobia e a

preferência alimentar possuam influência pré-natal. Além disso, filhotes fêmeas

ingeriram mais alimentos e mostraram-se menos neofóbicas que filhotes machos,

diferença já observada em adultos da mesma espécie. Nossos resultados sugerem que

o comportamento de baixa neofobia aos alimentos doces apresentado pelas fêmeas

possa ser adaptativo, e tenha conferido uma maior aptidão àquelas que o

(12)

ABSTRACT

Considering the constant environmental changes, the ability to introduce new

food items in the diet is crucial to omnivore animal survival. For optimal nourishment

and lessening of intoxication risks, the animals must detect signs that indicate which

items are adequate for their intake. We investigate some factors that interfere in the

responses to non familiar food, modulating their neophobic behavior, of marmosets

Callithrix jacchus, an omnivore and generalist primate, native to Northeast Brazil,

known for being cautious in ingesting not known food. We analyzed the influence of

food taste (sweet or salty), pregnancy and sex in feeding behavior and neophobic

responses in these animals. 10 captive females were first selected, 5 of them being then

pregnant. The females, pregnant or not, ate more when presented to the sweet items

than to the salty ones. Pregnant females, however, themselves were less neophobic to

both tastes, being also strongly neophilic to the sweets. We verified then the influence

of nourishment during pregnancy on young males and females post natal feeding

behavior. We observed 10 young divided in two groups, one whose mother ate that

food item during pregnancy and one whose mother had no contact to it. In the first

group that food was more easily accepted by the young, suggesting that neofobia and

feeding behavior had a pre natal influence. Female young also ingested more food and

were less neophobic than males, a difference already observed in behavior of adults of

these specie. These results suggest that the low neophobic behavior to sweet food

showed by females can be adaptive, and might have bestowed more fitness to those

(13)

1

1. INTRODUÇÃO

A introdução de novos itens alimentares na dieta de animais onívoros é um fator de

grande importância na estratégia alimentar. Considerando que o ambiente natural está

em constantes mudanças, a capacidade de inovar e de aceitar alimentos novos e

diversificados desempenha um papel essencial para a sobrevivência de um animal em

vida livre, pois a flexibilidade dos comportamentos permite aos animais lidarem com as

mudanças ambientais (Day et al. 2003, Fragazy & Mason 1978). Entretanto, a ingestão

de itens desconhecidos também apresenta riscos potenciais como o envenenamento. Este

dilema quanto a ingestão de alimentos foi denominado por Rozin (1966, citado por

Wise, 2009) de “Dilema do Onívoro”. Com a finalidade de otimizar a eficiência de

forrageamento e também de evitar a intoxicação, os animais devem estar, portanto, aptos

para detectar, discriminar e aprender sobre os sinais que indicam o que poderia se

apresentar como um alimento em potencial (Laska & Freist 2006).

A resposta aos alimentos não familiares pode ser classificada como neofilia ou

neofobia, sendo a neofilia caracterizada como uma espontânea atração ao novo (Voelk et

al. 2006), enquanto a neofobia alimentar é caracterizada pela evitação de alimentos

novos (Visalberghi 1994). A neofobia é uma forma eficiente de reduzir os riscos de

ingestão de itens tóxicos (Galef 1996, Johnson 2007, Visalberghi 1994, Yamamoto &

Lopes 2004). De uma forma geral, a maior parte das espécies é neofóbica perante

alimentos desconhecidos evitando-os completamente ou alimentando-se inicialmente

apenas com pequenas porções (Day et al. 2003, Visalberghi & Fragazy 1995, Voelk et

(14)

São frequentes os estudos referentes ao tema da neofobia alimentar. Entretanto,

artigos nessa área costumam prestar pouca atenção na origem dos alimentos utilizados,

uma vez que algumas características como textura e consistência poderiam afetar a

resposta neofóbica (Johnson 2007). Muitas das informações obtidas nesses estudos se

baseiam unicamente na qualidade nutricional dos itens utilizados ignorando o lado

sensorial do indivíduo. Porém essas qualidades nutricionais são abstratas demais para o

entendimento não humano. Sendo assim, para entender o motivo da preferência de um

item específico seria favorável criar associações entre a qualidade nutricional e o sistema

sensorial, considerando, por exemplo, o tato, o olfato e a sensação da textura dos

alimentos (Dominy et al. 2001).

A qualidade gustativa caracterizada pelo sabor de um alimento pode ser também

um forte fator de influência na hora da escolha dos alimentos pelos animais. A maior

parte dos vertebrados possui sistema gustativo que responde às quatro qualidades

gustativas (Carlson 2001) e diferenciam o sabor doce do salgado, por exemplo. Os

receptores para doce são, claramente, detectores de alimento e a maior parte dos

alimentos doces, tais como frutas, podem, em geral, ser ingeridos com segurança

(Carlson 2001, Ramirez 1990). Ainda segundo Carlson (2001), a maioria das espécies

animais prontamente comerá substâncias que contenham gosto doce ou salgado;

contudo, evitará substâncias mais ácidas ou amargas. Portanto, podemos esperar que

diferentes características dos alimentos realmente despertem mais ou menos

comportamentos qualificados como neofóbicos.

Quando nos referimos especificamente a primatas, podemos observar que o seu

comportamento de seleção de alimentos de fato sugere que estes utilizam receptores de

(15)

3 prováveis itens alimentares (Laska 2001, Laska et al. 2003). De acordo com testes

realizados por Visalberghi (2003) utilizando macacos-prego (Cebus apella), ao

receberem a oportunidade de escolha entre sete alimentos desconhecidos, a preferência

foi positivamente correlacionada aos alimentos contendo maiores quantidades tanto de

glicose quanto de frutose. Johnson (2007) prevê ainda que exista uma preferência inata

para doces e que isso poderia alterar as respostas neofóbicas de um animal. Porém essa

afirmação se mostra contrária à definição proposta por Wise (2006), que sugere que

unicamente as manifestações cognitivas e comportamentais de fome sejam inatas, mas a

preferência por tipos específicos de alimento não.

Dentro do grupo dos primatas, podemos considerar o sagui comum, Callithrix

jacchus como uma espécie perfeitamente adequada ao estudo de neofobia alimentar,

pois apesar de serem onívoros e terem a capacidade de utilizar uma grande variedade de

itens na sua alimentação, apresentam comportamentos de cautela frente a itens

desconhecidos. Além disso, essa espécie tem se destacado como sujeito experimental

nas mais diversas áreas da ciência. Possivelmente esse fato se deve a algumas

características particulares, como o fácil manejo e a fácil manutenção em cativeiro, além

da alta taxa de fecundidade.

O sagui comum é um pequeno primata nativo do nordeste brasileiro que vive em

grupos sociais normalmente formados de 3 a 15 animais, contendo indivíduos adultos

reprodutores e adultos não reprodutores, subadultos, juvenis e infantes (Stevenson &

Rylands 1988). De acordo com estudos em cativeiro e também em condição natural, os

saguis do gênero Callithrix podem viver em famílias, agrupamento de indivíduos

aparentados e prole, ou em grupos, consistindo de animais aparentados e mais um ou

(16)

1978). Koening e Rothe (1991) discutem que assim como os micos, estes animais se

distinguem de outros grupos de primatas por serem bem descritos pelo cuidado

cooperativo, podendo esse comportamento ser realizado inclusive por indivíduos não

aparentados; esse auxílio é frequente inclusive na provisão de itens alimentares para os

infantes (Ferrari 1988, Koening & Rothe 1991, Rylands 1996). Tal provisão pode

representar em alguns casos mais de 17,5% da comida ingerida pelos filhotes (Voelk et

al. 2006).

Assim como outros Calitriquídeos, os saguis são animais onívoros e possuem um

amplo repertório alimentar (Ahlborn & Rothe 1999, Castro 2003). Boa parte de sua

alimentação é obtida a partir de exsudados extraídos de troncos e galhos de árvores, mas

também se alimentam de frutas e insetos (Caldwell & Whiten 2004, Rylands & Faria

1993) e até mesmo de pequenos vertebrados. Segundo Ferrari (1996), a alimentação por

exsudado provê uma fonte estável de recurso e é conseguida por esses animais devido a

uma especialização que consiste na habilidade de provocar a produção de goma em

vegetais. Porém a obtenção desta forma de recurso pode ser muito dispendiosa do ponto

de vista energético; sendo assim, há preferência por outros alimentos, como frutas e

vegetais, quando estes se encontram disponíveis (Rylands & Farias 1993).

As fêmeas dessa espécie apresentam várias peculiaridades no que se refere ao

período gestacional. Primeiramente é importante considerar que o sistema de

acasalamento pode se mostrar flexível. Contudo, normalmente há apenas uma fêmea

reprodutora, sendo esta a dominante do grupo. As demais fêmeas, subordinadas, tendem

a ter sua reprodução suprimida e costumam atuar auxiliando no cuidado dos infantes ou

não (Abbott et al. 1993, Yamamoto et al. 2009). As fêmeas dominantes apresentam

(17)

5 ano, com nascimento normalmente de gêmeos a cada gestação (Torri et al. 1996),

embora casos de nascimento de trigêmeos e quadrigêmeos já tenham sido observados,

especialmente em cativeiro (Rutherford & Tardif 2009). O período gestacional é de

aproximadamente 148 dias e as fêmeas apresentam receptividade sexual ao longo de

todo o ciclo ovariano, mesmo durante esse período, diminuindo essa frequência apenas

após as primeiras 6-8 semanas de gestação (Hearn et al. 1978, Hearn 1983). Esse fato

pode ser em decorrência do desenvolvimento fetal tardio, ou seja, o feto apresenta pouco

crescimento no decorrer dos primeiros meses, havendo uma intensificação (boom) desse

crescimento nos últimos dois meses (Chambers & Hearn 1985). Durante o período de

baixo desenvolvimento fetal a fêmea costuma estar, inclusive, amamentando a prole

anterior.

No que se refere à introdução de novos itens alimentares à dieta, os saguis têm sido

descritos como cautelosos. No entanto, alguns fatores parecem exercer forte influência na

neofobia de C. jacchus, como o sexo do animal, a sua faixa etária ou a sua posição

hierárquica dentro do grupo. De acordo com Yamamoto et al. 2004, existem diferenças

entre os sexos no que diz respeito à resposta dirigida aos alimentos desconhecidos. As

fêmeas apresentam uma maior prontidão na interação com estes itens. Isso sugere que

machos sejam mais cautelosos perante a possibilidade de inserção de alimentos novos, ou

seja, apresentem maior neofobia. Além disso, fêmeas aparentemente apresentam maior

motivação para encontrar potenciais recursos alimentares do que machos (Michels 1998).

Essa prontidão das fêmeas na aquisição de alimentos parece se justificar pelo elevado

investimento que sua reprodução demanda (Lacerda 2004).

A interação social tem se mostrado crucial para o aprendizado alimentar do infante

(18)

resposta neofóbica, tal como proposto por Vitale e Queyras (1997). Isso pôde ser

evidenciado nos estudos realizados por Voelk et al. (2006) que demonstraram que na

ausência de adultos os indivíduos infantes se recusavam mais a comer itens

desconhecidos, ou apresentavam uma latência maior para a ingestão, investigando mais do

que quando o alimento era previamente conhecido. Porém na presença de membros do

grupo essa latência se apresentou diminuída, e os itens não familiares foram mais

prontamente aceitos, sugerindo que a facilitação social atua na diminuição da neofobia em

infantes. Experimentos realizados por Yamamoto e Lopes (2004) com adultos, subadultos

e indivíduos juvenis em C. jacchus, parecem estar de acordo com essa afirmação,

sugerindo ainda que haja diferenças no comportamento alimentar correspondente a faixa

etária. Estas autoras evidenciaram que, quando isolados, os adultos de saguis ingerem

mais alimentos novos, e iniciam a alimentação mais rapidamente do que os indivíduos

jovens em isolamento. Porém, quando em seu grupo familiar, a ingestão de alimentos

novos em indivíduos jovens aumenta, sugerindo que a neofobia para estes é maior quando

se encontram sozinhos e que a facilitação social exerce uma forte influência no que se

refere ao sucesso da introdução de novos itens alimentares na dieta.

A familiarização com o alimento, parece também influenciar a neofobia

alimentar, visto que animais podem “aprender” sobre a palatabilidade de um alimento

novo por meio da experiência direta (Galef 1996, Vitale & Queyras 1997). É provável

que, assim como a influência social, a experiência individual possibilite ao indivíduo o

aprendizado do que comer, ou seja, a neofobia é atenuada pelo contato constante com o

alimento, desde que a ingestão deste não cause nenhuma forma de desconforto

(Visalberghi & Adessi 2006). Esse aspecto foi testado em C. jacchus por Lacerda

(19)

7 animais tendem a detectar pistas confiáveis sobre a palatabilidade e a não toxidade,

passando a reduzir a cautela em relação ao alimento apresentado.

Outro mecanismo que pode atuar na compreensão e na redução da neofobia

alimentar sugerido a partir de pesquisas, sobretudo com primatas, é a influência do

ambiente intra-uterino. Como é característico entre os mamíferos, nos primatas os

embriões se desenvolvem no interior do útero materno, estabelecendo dessa forma uma

comunicação materno-fetal direta através tanto de hormônios quanto de nutrientes

(Rosenblatt 1967). Os saguis, da mesma forma que outros primatas antropóides,

possuem placenta hemomonocorial, o que significa que existe uma única camada

coriônica separando a circulação materna da circulação do feto (Luckett 1974). Por esse

motivo o tecido fetal é constantemente nutrido, de forma direta e intensa, pelos gases e

nutrientes contidos no sangue materno (Goehl & Tardif, 2009). Em várias outras

espécies de mamíferos, incluindo os seres humanos, muito já fora descrito sobre a

aprendizagem fetal a partir da dieta materna na gravidez. Schaal et al. 2000,

demonstraram que bebês humanos aparentemente são capazes de reconhecer odores

após o nascimento, quando esses foram previamente inseridos na alimentação materna

durante o período de gestação. Dessa forma, podemos supor que a alimentação da fêmea

durante esse período deve influenciar fortemente a alimentação da futura prole, podendo

inclusive aumentar ou diminuir a neofobia. Logo, poderíamos questionar até que ponto a

neofilia aos alimentos doces é de fato inata ou se ela se desenvolve como um resultado

do comportamento alimentar materno, durante o período da gestação.

Diferentes fatores podem influenciar, portanto, o comportamento alimentar em

filhotes de C. jacchus. A forte influência exercida pela presença do grupo social na

(20)

bastante evidente. Porém fazem-se necessários mais estudos sobre a origem dessa

preferência, assim como a respeito dos aspectos neofóbicos e neofílicos, sem a

(21)

9

2. OBJETIVO GERAL

Caracterizar o comportamento de neofobia alimentar em fêmeas de Callithrix

jacchus e investigar a influência do comportamento alimentar da fêmea durante o

período da gestação na aceitação de alimentos novos pela sua prole após o nascimento.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I. Investigar a reação da fêmea grávida a alimentos novos em comparação a fêmeas

não grávidas;

II. Investigar se a neofobia apresenta-se reduzida para alimentos com alto teor de

açúcar em comparação a alimentos com baixo teor de açúcar, e verificar se esta

diminuição apresenta-se tanto para a fêmea grávida quanto para a não grávida;

III. Investigar a frequência de comportamentos neofóbicos em filhotes, considerando a

alimentação materna durante a gravidez;

IV. Verificar se ocorre diferença no que se refere aos comportamentos neofóbicos dos

(22)

3. HIPÓTESES E PREDIÇÕES

Esperamos verificar as seguintes hipóteses:

Hipótese 01

O período de gestação influencia o comportamento neofóbico das fêmeas de Callithrix jacchus.

Predição

Fêmeas gestantes apresentam menos comportamentos neofóbicos do que as fêmeas fora

do período de gestação, tanto para alimentos doces quanto para não doces.

Justificativa

Ao apresentar alimentos não familiares aos indivíduos, fêmeas em gestação devem

responder mais prontamente a estes itens. Isso pode ser esperado, pois a gestação é um

período muito dispendioso energeticamente e a não aceitação de um recurso alimentar

pode acarretar em mais danos do que benefícios.

Hipótese 02

A qualidade gustativa do alimento influencia o comportamento de neofobia alimentar em fêmeas de Callithrix jacchus.

Predição

A fêmea de sagui comum é menos neofóbica a alimentos com maior teor de açúcar do

que a alimentos salgados.

(23)

11 Esse fato pode ser esperado devido à maior aceitabilidade de alimentos doces de uma

forma geral, visto que em vida livre, alimentos doces, como frutos, são em sua maioria

palatáveis.

Hipótese 03

A experiência intra-uterina influencia a neofobia/neofilia de filhotes após o nascimento.

Predição

Filhotes cuja mãe recebera um determinado item alimentar, independente da qualidade

gustativa deste item, durante a gravidez devem apresentar menos comportamentos

neofóbicos a este alimento.

Justificativa

Ao inserir um alimento novo na alimentação da fêmea durante os últimos momentos da

gravidez, este mesmo alimento será, posteriormente, aceito mais facilmente pelos

filhotes em decorrência da transmissão de informações sobre os alimentos ainda no

ambiente intra-uterino. De maneira geral, os comportamentos que caracterizam a

neofobia quanto a alimentos novos serão menos frequentes em filhotes cujas mães

tiveram contato com esse mesmo alimento, o oposto sendo verdadeiro (filhotes cujas

mães não receberam determinados alimentos durante o período de gestação serão mais

neofóbicos).

Hipótese 04

(24)

Predição

Os filhotes cujas mães tiveram acesso a uma dieta com maior teor de açúcar terão maior

facilidade para aceitar alimentos doces do que aqueles cujas mães receberam uma dieta

com restrição desse alimento.

Justificativa

Como é nossa expectativa que fêmeas grávidas apresentem neofobia diminuída para

itens doces em relação as não grávidas, e consumam grande quantidade desses itens

quando oferecido, acreditamos que tal comportamento terá um efeito sobre o filhote.

Esta diminuição do comportamento neofóbico no filhote deve ser esperada, pois durante

a gestação há troca de substâncias entre mãe e feto, o que forneceria pistas ao filhote

quanto a propriedades dos alimentos oferecidos. Considerando que a neofobia para itens

doces é menor durante a gravidez, há um alto consumo desses itens quando disponíveis.

Se durante a gravidez o consumo de doce é aumentado espera-se que o filhote aceite

com facilidade o item doce, tornando essa baixa neofobia a doces uma característica não

inata, mas sim de aprendizado intra-uterino. Dessa forma a preferência por alimentos de

qualidade gustativa doce poderia ser favorecida por essas pistas.

Hipótese 05

Os comportamentos de neofobia se apresentam diferentes para cada sexo já na infância.

Predição

Desde infantes as fêmeas de sagui comum já apresentam menos comportamentos

(25)

13 Justificativa

Ao serem isolados do grupo, os filhotes do sexo feminino apresentariam menos

comportamentos neofóbicos aos itens novos apresentados, ingerindo uma maior

quantidade e apresentando uma latência de ingestão menor do que os filhotes do sexo

masculino. Em adultos isso já foi demonstrado e essa característica possivelmente é

(26)

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Animais e Alojamento

Para a realização deste experimento selecionamos 10 fêmeas adultas reprodutoras

de sagui comum, C. jacchus, estando cinco destas em grupos familiares e cinco apenas em

casais (Tabela I). Dentre as fêmeas, cinco foram analisadas durante a gestação e cinco fora

deste período. Os animais eram de origem cativa, nascidos e mantidos até a idade adulta em

cativeiro, e pertencentes ao Núcleo de Primatologia da UFRN, sob condições naturais de

temperatura, ciclo claro-escuro e umidade.

Tabela I: Caracterização dos animais experimentais de acordo com as condições de alojamentos, presença de gestação, tipo de alimento oferecido às fêmeas e aos filhotes, bem como o sexo destes últimos.

Fêmea

Condição de alojamento/ nº de

animais Condição da fêmea Alimento oferecido à fêmea Filhote testado*

Sexo do filhote

1 Casal/ 2 indivíduos Grávida Queijo Sim Macho e fêmea

2 Família/ 6 indivíduos Grávida Queijo Sim Macho e fêmea

3 Casal/ 2 indivíduos Não grávida Queijo Não -

4 Família/ 4 indivíduos Não grávida Queijo Não

-5 Família/ 6 indivíduos Grávida Pêssego Sim Macho e fêmea

6 Casal/ 2 indivíduos Grávida Pêssego Sim Macho e fêmea

7 Casal/ 2 indivíduos Não grávida Pêssego Não -

8 Família/ 6 indivíduos Não grávida Pêssego Não

-9 Casal/ 2 indivíduos Não grávida Pêssego Não -

10 Família/ 8 indivíduos Grávida Pêssego Sim 2 machos

(27)

15 A seleção dos animais foi realizada com base na probabilidade de gestação, sendo

escolhidas fêmeas reprodutoras que se encontravam juntamente com machos reprodutores.

Os filhotes de algumas fêmeas reprodutoras também foram objeto de estudo, ao

completarem dois meses e meio, período no qual inicia a alimentação do infante com itens

sólidos (Yamamoto 1993). No total foram observados 10 filhotes de 5 fêmeas.

Os grupos foram acompanhados nas próprias gaiolas-viveiro, compostas por dois

espaços adjacentes interligados por uma comunicação (janela) que permite a separação dos

animais para a realização do procedimento com os filhotes. As fêmeas que se encontravam

em casais ou em grupos também foram mantidas em suas gaiolas-viveiro originais, sem a

necessidade do uso de um espaço adjacente visto que não foram isoladas.

4.2 Dieta dos animais

Os animais utilizados eram mantidos com uma dieta balanceada incluindo

suplementação vitamínica e protéica diária. A alimentação era oferecida duas vezes por dia,

pela manhã e à tarde. Pela manhã, a alimentação era composta basicamente por um mingau,

feito com banana, pão, ovo, suplemento vitamínico e água. No período da tarde, os animais

receberam frutas e um item protéico (ovo, frango ou tenébrio).

4.3 Escolha dos Alimentos

Para a realização do experimento foram selecionados dois itens alimentares não

conhecidos pelos animais. O primeiro era um item alimentar doce, sendo esse pêssego em

(28)

alimento fora previamente observada em animais, machos e fêmeas adultos, isolados com a

finalidade de verificar a palatabilidade e aceitação dos itens, e assim a possibilidade de

execução do experimento. Consideramos a tabela nutricional dos alimentos escolhidos

(Tabela II), a fim de verificar a quantidade de calorias, carboidratos, proteínas e sódio

presente em cada um deles. Cada alimento oferecido foi cortado em formato de cubo de

aproximadamente 1cm3, e apresentado aos animais em pratos de coloração prata, próprios

para a alimentação. Foram oferecidos três cubos por animal, sendo que para animais que se

encontravam juntos com a família, contabilizamos três cubos para cada indivíduo do grupo

com o objetivo de reduzir a competição pelo alimento nos grupos.

Tabela II – Tabela nutricional dos alimentos selecionados para o experimento, para 100g, conforme a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos- TACO, UNICAMP (Lima et al. 2006).

4.4 Procedimento

Iniciamos o experimento com a habituação dos animais ao observador, realizada por

meio de visitas diárias ao cativeiro, no período de um mês, onde se encontravam os animais

previamente selecionados. As visitas de adaptação foram realizadas pela manhã, entre 7h e

10h. Os animais permaneceram em suas próprias gaiolas-viveiro ao longo do período de

Tabela nutricional

Pêssego em calda Queijo mussarela

Valor energético Carboidratos Proteínas Lipídio Sódio

(29)

17 estudo. As observações para coleta de dados foram realizadas no período da manhã, entre

7h e 9h30min, horário correspondente ao período em que normalmente recebem

alimentação no cativeiro. As observações foram realizadas em dias consecutivos, cinco

vezes durante a semana durante duas semanas consecutivas.

4.4.1 Fêmea gestante

Cada fêmea foi mantida em sua gaiola-viveiro de origem, sem haver necessidade de

isolamento no período da execução do experimento. No final da gestação, mais

especificamente em torno de duas semanas antes do nascimento dos filhotes, oferecemos

um item alimentar dentre os previamente selecionados, e acompanhamos o comportamento

da fêmea, frente a este alimento. As observações foram baseadas período gestacional da

fêmea, sendo realizadas 15 sessões para cada, terminando juntamente ou próximo da data

do nascimento dos filhotes(+/- 2 dias). O tempo para cada observação foi estabelecido em

15 minutos, ou até o término do alimento oferecido. Cada uma das fêmeas se encontrava

em uma gaiola-viveiro juntamente com o seu respectivo grupo familiar ou parceiro (casais).

O procedimento para as fêmeas fora do período gestacional foi idêntico ao realizado com as

fêmeas grávidas.

4.4.2 Filhotes

Iniciamos as observações com os filhotes assim que estes atingiram a idade de 10

semanas, período referente ao início da ingestão de sólidos e também a parcial

(30)

do grupo, para que não houvesse influência destes na aceitação dos alimentos. Com a

finalidade de diminuir o estresse, esta separação foi realizada sem que houvesse o manejo

dos filhotes, utilizando a divisão existente entre os dois compartimentos da própria

gaiola-viveiro. Seguido da separação, aguardávamos um período de aproximadamente cinco

minutos antes da apresentação do alimento aos filhotes, também numa quantidade de três

cubos por indivíduo, e registramos os comportamentos realizados. O período estabelecido

para a observação foi de 15 minutos por experimento, sendo realizadas 10 sessões por par

de filhotes. Apresentamos para os filhotes exclusivamente o item doce. Os filhotes foram

subdivididos em dois grupos, o primeiro cuja mãe teve contato com o alimento durante a

gestação e o segundo cujas mães não tiveram esse contato.

4.5Comportamentos registrados

a. Exploração do alimento: caracterizada pela frequência que o animal tocou,

cheirou, mordeu ou lambeu o alimento.

b. Latência para a primeira mordida no alimento: tempo transcorrido desde o

início da observação à primeira mordida do animal no alimento oferecido.

c. Consumo do alimento: ao final da observação era contabilizado o número

total de itens consumidos completamente pelos animais.

d. Aproximações ao comedouro: quando os filhotes se dirigiam ao comedouro,

sendo consideradas efetivas quando o animal atingia uma distância de

menos de 15 cm do comedouro.

e. Afastamento do comedouro: quando os filhotes saíram do comedouro a uma

(31)
(32)

4.6 Análise dos dados coletados

Utilizamos o teste não-paramétrico de Mann-Whitney para todas as comparações com

um nível de significância de 5%. As comparações realizadas foram:

(1) Para as fêmeas adultas:

a. Comparamos a quantidade de itens consumidos bem como a latência para o

consumo do primeiro item em função da gestação;

b. Comparamos a quantidade de itens consumidos bem como a latência para o

consumo do primeiro item de acordo com a qualidade gustativa dos

alimentos (doce ou não doce);

c. Comparamos a quantidade de itens consumidos bem como a latência para o

consumo do primeiro item de acordo com a gestação e a qualidade gustativa

dos alimentos (doce ou não doce).

(2) Para os filhotes:

a. Comparamos a quantidade de itens consumidos, a latência para o consumo

do primeiro item, bem como a quantidade de aproximações considerando os

filhotes cujas mães receberam o alimento e cujas mães não receberam o

alimento;

b. Comparamos a quantidade de itens consumidos, a latência para o consumo

do primeiro item, bem como a quantidade de aproximações em função do

(33)

21

5. RESULTADOS

5.1 Fêmeas

A influência da gestação no comportamento neofóbico das fêmeas

De uma forma geral, pudemos observar que as fêmeas no período gestacional se

mostraram mais receptivas aos itens alimentares não familiares, independente da qualidade

gustativa dos mesmos. Houve diferença significativa tanto no consumo de itens (U = 468,5;

Z = -5,473; P < 0,001) (Figura 1), quanto na latência para o consumo do primeiro item (U =

376,5; Z = -6,145; P < 0,001) (Figura 2).

Figura 1: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de itens consumidos em relação à gestação.

(34)

Figura 2: Mediana e desvio interquartílico da latência para o consumo do primeiro item, independente da qualidade gustativa, em relação à gestação.

A qualidade gustativa e o comportamento de neofobia em fêmeas de C. jacchus

As fêmeas, independentemente de estarem ou não em período gestacional

responderam melhor aos alimentos doces, apresentando uma latência menor para o

consumo do primeiro item (U = 549,000; Z = -4,653; P < 0,001) (Figura 3), e consumindo

uma maior quantidade de itens doces do que de itens salgados (U = 689,500; Z = -3,665; P

< 0,001) (Figura 4).

(35)

23

Figura 3: Mediana e desvio interquartílico da latência para o consumo do primeiro item apresentado em relação à qualidade gustativa deste item (doce ou não doce).

Figura 4: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de itens consumidos por fêmeas em relação à qualidade gustativa do alimento.

(36)

Gestação x qualidade gustativa

Com o objetivo de verificar se a qualidade gustativa poderia influenciar

diferencialmente fêmeas grávidas e não grávidas, analisamos mais detalhadamente o

comportamento das fêmeas, e foi possível observar que para cada alimento especificamente

(doce ou não doce) a média dos itens consumidos foi maior para as fêmeas no período de

gestação para ambos respectivamente (alimento doce: U = 102,00; Z = -5,246; P < 0,001;

alimento não doce: U = 60,00; Z = -3,939; P < 0,001) (Figura 5), bem como a latência para

o consumo do primeiro item foi menor do que a apresentada pelas fêmeas não grávidas

(alimento doce: U = 108,00; Z = 5,109; P < 0,001; alimento não doce: U = 74,500; Z =

-3,509; P<0,001) (Figura 6).

Figura 5: Média e intervalo de confiança (95%) para os itens consumidos doces e não doces em relação à gestação.

*

(37)

25

Figura 6: Média e intervalo de confiança (95%) para a latência em segundos para o consumo do primeiro item.

5.2 Filhotes

A experiência intra-uterina e a neofobia alimentar de filhotes após o nascimento

Houve diferença significativa entre os comportamentos referentes à latência para o

consumo do primeiro item (U = 876,000; Z = -2,427; P = 0,015) (Figura 7), quantidade de

itens consumidos (U = 895,500; Z = -2,302; P = 0,021) (Figura 8) e também nas

aproximações em relação ao comedouro (U = 862,000; Z = -2,530; P = 0,011) (Figura 9),

para filhotes cuja mãe tivera contato com o item apresentado em relação aos cuja mãe não

teve este contato. Os comportamentos exploratórios não apresentaram diferenças

significativas.

*

(38)

Figura 7: Mediana e desvio interquartílico da latência para o consumo do primeiro item em relação à experiência intra-uterina (consumo do item pela mãe durante o período gestacional).

Figura 8: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de itens consumidos por filhotes em relação ao consumo prévio da mãe destes mesmos itens durante o período gestacional.

*

(39)

27

Figura 9: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de aproximações do filhote em relação ao consumo prévio do item pela mãe durante o período gestacional.

Neofobia alimentar e o sexo dos filhotes

Verificamos que os filhotes do sexo feminino expressam menos comportamentos

neofóbicos do que os do sexo masculino, apresentando uma latência menor para o consumo

do primeiro item apresentado (U = 1346,500; Z = -2,230; P = 0,02) (Figura 10),

consumindo mais itens (U = 895,500; Z = -3,127; P = 0,002) (Figura 11) e se aproximando

(40)

Figura 10: Mediana e desvio interquartílico da latência para o consumo do primeiro item relacionado ao sexo do filhote.

Figura 11: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de itens consumidos em relação ao sexo do filhote.

*

(41)

29

Figura 12: Mediana e desvio interquartílico da quantidade de aproximações do alimento apresentado em relação ao sexo do filhote.

(42)

6. DISCUSSÃO

Vários estudos sugerem que animais onívoros, em especial primatas, apresentam

preferência para alimentos doces, não demonstrando neofobia àqueles que contenham alto

teor de açúcar (Johnson 2007, Laska 2000, 2001). Em macaco aranha, por exemplo, Laska

(2000) verificou que quando oferecidos itens alimentares variados, houve preferência aos

de alto valor energético, em especial aos que contenham maior quantidade de carboidratos.

Além disso, outros primatas também parecem utilizar a qualidade gustativa doce como

critério para a seleção de sua dieta (Laska 1999). Nossos resultados parecem apoiar essa

hipótese. A partir das categorias comportamentais observadas, o alimento doce, parece

realmente não despertar tantos comportamentos neofóbicos nas fêmeas quanto o alimento

salgado, sendo mais rapidamente aceito. As fêmeas apresentadas aos itens doces tiveram

um tempo de latência menor para o consumo do primeiro item, e também ingeriram uma

maior quantidade de itens do que as expostas ao item salgado. Esse fato parece estar de

acordo com a teoria de que a qualidade gustativa doce seria uma pista confiável de

palatabilidade e de menores riscos, já que grande parte dos itens que possuem essa

característica podem ser considerados alimentos em potencial. Além disso, a aceitação de

itens não familiares mais energéticos pode ser benéfica ao diminuir a chance do risco de

inanição (Krebs & Davies 1996).

Nossa pesquisa sugere que, além disso, o período de gestação exerce influência no

comportamento de neofobia alimentar, tanto para os itens doces quanto para os itens

salgados. Fêmeas grávidas se mostraram mais receptivas para as duas categorias

alimentares quando comparadas às fora deste período, porém o alimento doce foi mais

(43)

31 comportamentos neofóbicos a estes itens, aceitando-os desde a primeira exposição, não

realizando, inclusive, comportamentos exploratórios antes da ingestão e consumindo uma

maior quantidade de itens do que a pré-estabelecida para cada indivíduo. Qual seria o

motivo para esses alimentos despertarem respostas menos neofóbicas em gestantes?

É preciso observar que para fêmeas de C. jacchus, um aporte alimentar adequado é

um fator de grande importância, especialmente na gestação (Box 1997, Lacerda 2004,

Power 1999), pois, assim como a maioria dos primatas do Novo Mundo, o custo energético

envolvido nesse período é extremamente alto (Nievergelt & Martin 1999). Ainda segundo

estes autores, as mudanças que ocorrem no corpo da fêmea grávida (aumento do peso

corporal em aproximadamente 20%) certamente acarretam um aumento no consumo

energético, que deve ser suprido com enriquecimento da dieta. Além disso, em

calitriquídeos, fêmeas normalmente dão luz a gêmeos dizigotos que pesam em torno de

15% do seu próprio peso, e que o tamanho do filhote aumenta ainda mais os gastos

energéticos e parece estar relacionado com o melhoramento da alimentação da fêmea no

período gestacional (Sanches et al. 1999). Devido a todos esses custos, há de se esperar que

fêmeas grávidas sejam pouco neofóbicas a itens que possam representar alimentos em

potencial, especialmente aos mais energéticos.

Em relação aos filhotes, verificamos a maior receptividade dos mesmos aos

alimentos quando estes foram previamente apresentados às suas mães durante o período de

gestação. Esse resultado corrobora com a nossa hipótese de que há influência intra-uterina

no comportamento alimentar pós-natal, ou seja, o consumo de determinados alimentos pela

fêmea grávida influencia diretamente o comportamento alimentar de sua prole. Esse fato

era esperado, pois, durante o seu desenvolvimento o feto é exposto a nutrientes, sabores e

(44)

absorvidos pelo feto, entrando em contato com o seu aparato olfato-gustatório. Alguns

estudos mostraram que, em humanos e em animais de laboratório (ratos, camundongos e

suínos), mudanças no comportamento alimentar da mãe durante o período gestacional

podem gerar um “imprinting” pré-natal afetando o apetite durante a vida futura da prole, ou

seja, preferências para sabores específicos podem ter origem na exposição ao sabor da dieta

materna (Stylianos 2008). Outros trabalhos demonstraram o aumento da palatabilidade na

infância e na vida adulta de roedores, após a experiência pré-natal, ao álcool (Chotro et al.

1990, Youngentob et al. 2007, Eade et al. 2009) e ao sal (Leshen 1999).

Poderíamos, dessa forma, considerar que a baixa neofobia aos alimentos doces na

infância e ao longo da vida, podem ter origem intra-uterina, visto que observamos que a

fêmea se mostra altamente neofílica a estes itens quando grávida. Esse fato pode ter

evoluído por ser adaptativamente vantajoso. Se considerarmos que fêmeas que aceitam

facilmente alimentos doces e altamente energéticos influenciam sua prole para a aceitação

de itens alimentares da mesma categoria, esta fêmea estará ampliando a chance de

sobrevivência de seus filhotes e consequentemente atuando no aumento de sua própria

aptidão.

Observamos também que ocorre diferença na resposta aos alimentos quando

comparamos o sexo dos filhotes. Em nossos dados, os filhotes do sexo masculino se

mostraram mais prudentes, apresentando maior latência para o consumo dos itens

oferecidos e também ingerindo uma menor quantidade, demonstrando o que poderíamos

considerar como um comportamento mais neofóbico. Esses dados estão de acordo com a

nossa hipótese, uma vez que diferenças semelhantes já foram observadas em saguis, C.

jacchus, adultos. Michels (1998) ao realizar estudos sobre fêmeas de C. jacchus, observou

(45)

33 acordo com Petto e Devin (1988), observações realizadas imediatamente após a introdução

de um alimento na condição de cativeiro mostraram forte diferença entre os sexos tanto na

aceitação quanto no tempo gasto com o consumo. Fêmeas se mostraram mais receptivas e

também permaneceram mais tempo se alimentando, além de ingerirem uma maior

variedade de alimentos, quando estes foram oferecidos. Além disso, estudos realizados por

Yamamoto et al. (2004) também verificaram essa diferença comportamental entre os sexos.

Segundo esses autores, ao apresentar uma tarefa de desempenho para a aquisição de um

alimento, os saguis do sexo feminino (reprodutoras ou não) obtiveram um melhor resultado

que os do sexo masculino, apresentando uma latência menor para a obtenção do alimento,

utilizando mais estratégias para tal, e com isso consumindo mais itens.

Testes análogos foram realizados em calitriquídeos do gênero Saguinus (S. labiatus,

S. fuscicollis e S. oedipus). Apesar dos autores terem encontrado algumas variações entre as

três espécies, os resultados se mantiveram semelhantes na diferença do desempenho e

aquisição de alimento entre os sexos, com as fêmeas apresentando melhores resultados,

menor neofobia ao aparato experimental, obtendo assim uma maior quantidade de

alimentos (Box et al. 1995). É importante ressaltar que os primatas utilizados nesses testes

não apresentam diferenças morfológicas que poderiam justificar a diferença de

desempenho, e sendo assim, esses resultados poderiam também ser explicados pela maior

necessidade energética da fêmea devido aos custos envolvidos posteriormente na

reprodução.

Os comportamentos que atuam na melhoria do desempenho para a obtenção do

alimento, assim como as características menos neofóbicas, podem ter sido evolutivamente

importantes para a fêmea, pois a aptidão da fêmea é altamente influenciada pelo acesso aos

(46)

fêmeas receptivas (Silk 2002). Em várias condições o sucesso reprodutivo da fêmea tem

sido ligado a sua condição nutricional, pois fêmeas melhor alimentadas iniciam a

reprodução mais cedo, produzem proles mais saudáveis e se reproduzem por mais tempo

(47)

35

7. CONCLUSÕES

Os resultados obtidos em nosso trabalho nos permitem chegar às seguintes

conclusões:

1. Tanto fêmeas em período gestacional quanto as fora desse período são menos

neofóbicas a alimentos com alto teor de açúcar do que a alimentos salgados;

2. Fêmeas em período gestacional são menos neofóbicas do que fêmeas fora deste

período tanto para itens doces quanto para salgados;

3. Filhotes que tiveram contato intra-uterino com um item alimentar respondem

mais prontamente a esse alimento do que os filhotes que não passaram por essa

experiência;

4. Desde a infância as fêmeas já demonstram menos comportamentos neofóbicos

do que os machos de sagui (Callithrix jacchus).

Apesar da consistência dos nossos resultados, mais dados necessitam ser coletados a

fim de esclarecer outros mecanismos envolvidos na neofobia alimentar bem como na

(48)

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abbott, D. H, Barrett, J., & George, L. M. (1993). Comparative aspects os the social

suppression of reproduction in female marmosets and tamarins. In: A. B. Rylands (Org.),

Marmosets and Tamarins: Systematics, Behaviour and Ecology (pp. 152-163). Oxford: Oxford Science Publications.

Ahlborn, S., & Rothe, H. (1999). Food selection of Semi free Common Marmosets

(Callithrix jacchus): Indications for Optimal Foraging. Primates, 40(3), 479-486. Box, H. O. (1997). Forranging strategies among male and female marmosets and tamarins

(Callitrichidae): New perpectives in an underexplored area. Folia Primatology, 68, 296-306.

Box, H. O, Röhrhuber, B., & Smith, P. (1995). Female tamarins (Saguinus-Callitrichidae)

feed more successfully than males in unfamiliar foraging tasks. Behavioral Processes, 34, 3-12.

Caldwell, C. A., & Whithen A. (2004). Testing for social learning and imitation in common

marmosets, Callitrhix jacchus, using an artificial fruit. Animal Cognition, 7, 77-85. Carlson, N. R. (2001). Comportamento Alimentar. In: P. J. C. Nogueira (Org.), Fisiologia

do comportamento (pp. 392-423). São Paulo: Manole

Castro, C. S. S. (2003). Tamanho da área de vida e padrão de uso do espaço em grupos de

(49)

37 Chambers, P. L., & Hearn, J. P. (1985). Embryonic, foetal and placental development in the

Common marmoset monkey (Callithrix jacchus). Journal of Zoology, 207(4), 545-561. Chotro, M. G., & Molina, J. C. (1990). Acute ethanol contamination of the amniotic fluid

during gestational day 21: postnatal changes in alcohol responsiveness in rats.

Developmental Psychobiology, 6, 535-47.

Day, R. L., Coe, R. L., Kendal, J. R., & Laland, K. N. (2003). Neophilia, innovation and

learning: a study of intergeneric differences in callitrhichid monkeys. Animal Behavior, 65, 559-571.

Dominy, N. J., Lucas, P. W., Osorio, D.,Yamashita, N. (2001). The Sensory Ecology of

Primates Food Perception. Evolutionary Anthropology,10, 171-186.

Eade, A. M., Scheehe, P. R., Molina, J. C., Spear, N. E., Youngentob, L. M.,

&Youngentob, S. L. (2009). The consequence of fetal ethanol exposure and adolescent

odor re-exposure on the response to ethanol odor in adolescent and adult rats.

Behavioural and Brain Function, 5 (3).doi:10.1186/1744-9081-5-3.

Ferrari, S. F. (1987). Food transfer in a wild marmoset group. Folia Primatologica, 48, 203-206.

Ferrari, S. F. (1996). A vida secreta dos saguis. Ciência Hoje, 20(119), 18-26.

Ferrari, S. F., & Lopes Ferrari, M. A. (1989). A re-evaluation of the social organization of

the Callitrichidae, with reference to the ecological differences between genera. Folia Primatologica, 52, 132-147.

Fragaszy, D., Mason, W. A. (1978). Response to novelty in Saimiri and Callicebus:

(50)

Fragaszy, D., Visalberghi, E., & Galloway, A. (1997). Infant tuffed capuchin monkeys´

behavior with novel foods: opportunism, not selecitivity. Animal Behavior, 53, 1337-1343.

Galef Jr., B. G. (1996). Food selection: Problems in understanding how choose foods to eat.

Neuroscience Biobehavioral Review, 20(1), 67-73.

Goehl, J. R., & Tardif, S. (2009). Mother´s little helper? The placenta and its role in

intrauterine maternal investment in the common marmoset (Callithrix jacchus). In: S. M.

Ford, L. M. Porter & L. C. Davis (Orgs.), The smallest anthropoids the marmoset/callimico radiation (pp.301-330). New York: Springer

Hauser, M. D. (1988). How infant vervet monkeys learn to recognize starling alarm calls

-The role of experience. Behaviour, 105, 187-201.

Haydon, J. L. (1984). Infant-caregiver Interactions in Common Marmosets (Callithrix

jacchus): Consequences of Rejections and Rub-offs of Infants by Caregivers. Primates, 25(4), 450-461.

Hearn, J. P. (1983). The common marmoset (Callithrix jacchus). In: J. H. Hearn (Org.)

Reproduction in New World Primates: New Models in Medical Science (pp. 183-216). Boston (USA): MTP Press Limited.

Hearn, J. P., Abbott, D. H., Chambers, P. D., Hodges, J. K., & Lunn, S. F. (1978). Use of

(51)

39 Johnson, E. C. (2007). Rhesus Macaques (Macaca mulatta) Are Not Neophobic Toward

Novel Food With a High Sugar Content. American Journal of Primatology, 69, 591-596.

Koenig, A., & Rothe, H. (1991). Social Relationships and Individual Contribution to

Cooperative Behaviour in Captive Common Marmosets (Callithrix jacchus). Primates, 32(2), 183-195.

Krebs, J. R., & Davies, N.B (1996). Introdução à Ecologia Comportamental. São Paulo:

Atheneu Editora.

Lacerda, D. F. (2004). Fatores que influenciam a escolha alimentar em sagüis comuns (Callithrix jacchus) cativos. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.

Laska, M. (2001). A comparison of food preferences and nutrient composition in captive

squirrel monkeys, Saimiri sciureus, and pigtail macaques, Macaca nemestrina.

Physiology & Behavior,73, 111-120.

Laska, M., Schull, E., & Scheuber, H. P. (1999). Taste Preference Thresholds for

Food-Associated Sugars in Baboons (Papio hamadryas anubis). International Journal of Primatology, 20, 25-34.

Laska, M., Salazar, L. T. H., & Luna, E. R. (2000). Food Preferences and Nutrient

Composition in Captive Spider Monkeys, Ateles geoffroyi. International Journal of Primatology, 21, 671-683.

Laska, M., Scheuber, H. P., Salazar, L. T. H., & Luna, E. R. (2003). Sour-taste tolerance in

(52)

Leshem M., (1998). Salt preference in adolescence is predicted by common prenatal and

infantile mineralofluid loss. Physiology Behaviour, 63, 699-704.

Lima, D. M., Colugnati, F. A. B.,Padovani, R. M., Rodriguez-Amaya, D. B., Salay, E., &

Galeazzi, M. A. M. (2006). Tabela Brasileira de Composição de Alimentos-TACO. Campinas-SP: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação-NEPA.

Luckett, W. P. (1974). Comparative Development and Evolution of the Placenta in

Primates. American Journal of Primatology, 3, 142-234.

Michels, A. M. (1998). Sex Differences in Food Acquisition and Aggression in Captive

Common Marmosets (Callithrix jacchus). Primates, 39(4), 549-556.

Nievergelt, A. M., & Martin, R. D. (1999). Energy intake during the reproduction in

Captive Common Marmosets (Callitrhix jacchus). Physiology & Behavior, 65, 849-854.

Petto, A. J., & Devin, M. (1988). Food Choice in Captive Common Marmosets (Callithrix

jacchus).Laboratory Primates Newsletter, 27, 7-9.

Power, M. L. (1999). Aspects of energy expenditure of callitrichid primate: physiology and

behaviour. In: P. Dolhinow & A. Fuentes (Orgs.) The Nonhuman Primates (pp. 225-230). California: Mayfield Publishing.

(53)

41 Rothe, H. (1978) Sub-grouping behaviour in captive Callitrhix jacchus families: A

preliminary investigation. In: H. Rothe, H. J. Wolters & J. P. Hearn (Orgs.), Biology and Behaviour of Marmosets (pp. 233-257). Gottingen (Germany): Eigenverlag. Rutherford, J. N., & Tardif, S. (2009). Developmental Plasticity of the Microscopic

Placental Architecture in Relation to Litter Size Variation in the Common Marmoset

Monkey (Callithrix jacchus). Placenta, 30, 105-110.

Rylands, A. B. (1996). Habitat and evolution of social and reproductive behavior in

Callitrichidae. American Journal of Primatology, 38, 5-18.

Rylands, A. B., & Faria, D. S. (1993). Habitats, feeding ecology, and home range size in

the genus Callithrix. In: A. B. Rylands (Org.) Marmosets and Tamarins: Systematics, Behaviour, and Ecology (pp. 262-272). London: Oxford University Press.

Sanchez, S., Pelaez, F., Burmann, C. G., & Kaumanns, W. (1999). Costs of Infant-Carrying

in the Cotton-Top Tamarin (Saguinus oedipus). American Journal of Primatology, 48,

99–111.

Silk, J. B. (2002). Female, Food, Family and Friendship. Evolutionary Antropology, 11,

85-87.

Stevenson, M. F. (1977). The common marmoset (Callitrhix jacchus) as a model for

ethological research. American Association for Laboratory Animal Science, 27, 895-900.

Stevenson, M. F., & Rylands, A.B. (1988). The marmosets, genus Callithrix. Ecology and Behavior of Neotropical Primates, 2, 131- 222.

(54)

Stylianos, N. (2008). Prenatal imprinting of postnatal specific appetites and feeding

behavior.Metabolism Clinical and Experimental, 57(2), 22-26.

Torri, R., Abbott, D. H., & Nigi, H. (1996). Morphological Changes of the Ovary and

Hormonal Changes Through the Ovarian Cycle of the Common Marmoset (Callithrix

jacchus). Primates, 37(1), 49-56.

Visalberghi, E. (1994). Learning processes and feeding behaviour in monkeys. In B. G.

Galef, M. Marnardi & P. Valsecchi (Orgs.), Behavioral Aspects of feeding: basic and applied research on mammals (pp. 257-270). Chur (Switzerland): Harwood Academic Publ.

Visalberghi, E., Sabbatini, G., Stammati, M., & Adessi, E. (2003). Preferences toward

novel food in Cebus apella: the role of nutrients and social influences. Physiology & Behavior, 80, 341-349.

Visalberghi, E., & Fragaszy, D. (1995). The behaviour of capuchin monkeys, Cebus apella,

with novel food: the role of social context. Animal Behavior, 49, 1089-1095.

Visalberghi, E., & Adessi, E.(2006). Comer com Inteligência. Viver Mente e Cérebro,

158, 73-78.

Vitale. A., & Queyras, A. (1997). The response to novel foods in common marmoset

(Callithrix jacchus): the effects of different social contexts. Ethology, 103, 395-403. Voelk B., Scrauf, C., & Huber, L. (2006). Social contact infuences the response of infant

marmosets towards novel food. Animal Behavior, 72, 356-372.

Wiens, F., & Zitzmann (2003). Social Dependence of Infant Slow Lorise to Learn Diet.

(55)

43 Wise, R. A. (2009). Role of brain dopamine in food reward and reinforcement.

Philosophical Transactions of the Royal Society B, 361, 1149-1158.

Yamamoto, M. E. (1993). From dependence to sexual maturity: the behavioural ontogeny

of Callitrichidae. In: A. B. Rylands (Org.) Marmosets and Tamarins: Systematics, Behaviour, and Ecology (pp.235-254). London: Oxford University Press.

Yamamoto, M. E., Domeniconi, C., & Box, H. O. (2004). Sex differences in common

Marmosets (Callitrhix jacchus) in response to an unfamiliar food task. Primates, 45, 249-254.

Yamamoto, M. E., & Lopes, F. A. (2004). Effect of Removal from the Family Group on

Feeding Behavior by Captive Callithrix jacchus. International Journal of Primatology, 25(2), 489-500.

Yamamoto, M. E., Arruda, M. F., Alencar, A. I., Sousa, M. B. C., & Araújo, A. (2009).

Matting System and Female-Female Competition in the Common Marmoset, Callithrix

jacchus In: S. M. Ford, L. M. Porter & L. C. Davis (Orgs.) The smallest anthropoids the marmoset/callimico radiation (119-134). New York: Springer

Youngentob, S. L., Molina, J. C., Spear, N. E., & Youngentob, L. M. (2007) The effect of

gestational ethanol exposure on voluntary ethanol intake in early postnatal and adult rats.

Imagem

Tabela  I:  Caracterização  dos  animais  experimentais  de  acordo  com  as  condições  de  alojamentos,  presença de gestação, tipo de alimento oferecido às fêmeas e aos filhotes, bem como o sexo destes  últimos
Tabela II  – Tabela nutricional dos alimentos selecionados para o experimento, para 100g,   conforme a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos- TACO, UNICAMP (Lima et
Figura  1:  Mediana  e  desvio  interquartílico  da  quantidade  de  itens  consumidos  em  relação  à  gestação
Figura  2:  Mediana  e  desvio  interquartílico  da  latência  para  o  consumo  do  primeiro  item,  independente da qualidade gustativa, em relação à gestação
+7

Referências

Outline

Documentos relacionados

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

favorecida), para um n´ umero grande de poss´ıveis lan¸ camentos, esperamos que a frequˆ encia de cada face seja parecida. • Em outras palavras, esperamos que a frequˆ encia

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

Este trabalho tem como objetivo descrever e mostrar a importância de um banco de dados espaço-temporal para a disponibilização de dados sobre a cultura de Milho e o sistema de apoio

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o

The purpose of this study is to recognize and describe anatomical variations of the sphenoid sinus and the parasellar region, mainly describing the anatomy of

Cheliped carpus with 12–18 simple dorsal setae; propodus bearing a large, with brown-bordered dorsal crest (V. glandurus), or a distal margin curved and pointed

Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador. Para que todos possam acompanhar e entender o orgulho desta escrita, faz-se necessário elucidar alguns conceitos para melhor compreensão