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Avaliação da união zircônia-cimento resinoso-dentina com diferentes estratégias de cimentação e de envelhecimento

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(1)

AVALIAÇÃO DA UNIÃO ZIRCÔNIA-CIMENTO

RESINOSO-DENTINA COM DIFERENTES

ESTRATÉGIAS DE CIMENTAÇÃO E DE

ENVELHECIMENTO

(2)

AVALIAÇÃO DA UNIÃO ZIRCÔNIA-CIMENTO RESINOSO-DENTINA COM DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE

CIMENTAÇÃO E DE ENVELHECIMENTO

Tese apresentada ao curso de Odontologia do Instituto de Ciência e Tecnologia, UNESP - Univ Estadual Paulista, Campus de São José dos Campos, como parte dos requisitos para a obtenção do título de DOUTOR, pelo Programa de Pós-Graduação em ODONTOLOGIA RESTAURADORA, Especialidade Prótese Dentária.

Orientador: Prof. Adj. Alvaro Della Bona Co-orientador: Prof. Tit. Estevão Tomomitsu Kimpara

(3)

Apresentação gráfica e normalização de acordo com:

Alvarez S, Coelho DCAG, Couto RAO, Durante APM. Guia prático para Normalização de Trabalhos Acadêmicos do ICT. Rev. São José dos Campos: ICT/UNESP; 2013.

Ficha catalográfica elaborada pelo Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação do Instituto de Ciência e Tecnologiade São José dos Campos – UNESP

AUTORIZAÇÃO

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.

São José dos Campos, 22 de Abril de 2013 . E-mail: lagodecastro@yahoo.com.br

Assinatura: ____________________________________

C279 Castro, Humberto Lago de

Avaliação da união zircônia-cimento resinoso-dentina com diferentes estratégias de cimentação e de envelhecimento / Humberto Lago de Castro. - São José dos Campos: [s.n.], 2013.

127 f. : il.

Tese (Doutorado em Odontologia Restauradora) – Instituto de Ciência e Tecnologia de São José dos Campos, UNESP - Univ Estadual Paulista, 2013. Orientador: Alvaro Della Bona

Co-orientador: Estevão Tomomitsu Kimpara.

1. Cimentos dentários. 2. Resistência à tração. 3. Cerâmica. I. Bona, Alvaro Della. II. Instituto de Ciência e Tecnologia de São José dos Campos, UNESP - Univ Estadual Paulista. III. Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”. IV. UNESP – Univ Estadual Paulista. V. Título

(4)

BANCA EXAMINADORA

Prof. Adj. Alvaro Della Bona (Orientador) Faculdade de Odontologia UPF – Univ de Passo Fundo

Prof. Dr. Tarcísio de Arruda Paes Júnior Faculdade de Odontologia de São José dos Campos UNESP - Univ Estadual Paulista

Prof. Dr. Alberto Noriyuki Kojima Faculdade de Odontologia de São José dos Campos

UNESP - Univ Estadual Paulista

Prof. Dr. Lucas Villaça Zogheib

Prof. Dra. Vanessa Cruz Macedo Faculdade de Odontologia UBC - Univ Braz Cubas

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Dedicatória

À DEUS, por tudo que Ele me proporciona, pela

família que tenho, pelos amigos verdadeiros, pelas oportunidades

da vida e por poder dizer: “sou muito feliz”.

Aos meus pais, Umberto Segundo de Castro Jr. e

Maira Maria Lago de Castro, que sempre me apoiaram nos

momentos decisivos da minha formação, acompanhando cada

conquista de perto com entusiasmo e orgulho. Vocês são a minha

base e a minha referência, meu maior exemplo de vida.

Às minhas avós Nilde e Maria (in memoriam), que

com um sorriso no rosto sempre conseguiram acabar com qualquer

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Aos meus pais, Umberto e Maira, por sempre terem me apoiado, por abrirem meus olhos para as coisas da vida e por terem abdicado de suas próprias vontades para me prover estudo. À minha irmã, Bibiane, por fazer parte da minha vida! Vocês são meu porto seguro, amo vocês!

A minha namorada, colega, amiga e companheira Marina Amaral, por sempre ter acreditado no meu trabalho e me incentivado na busca dos meus objetivos. Nos momentos felizes e difíceis, nas idas e vindas à Alemanha, nos intermináveis finais de semana no laboratório e no trabalho árduo do dia a dia e dessa tese sempre esteve comigo. Sem você esse trabalho não seria o mesmo.

Ao meu orientador, Prof. Alvaro Della Bona, pela confiança depositada ao acolher-me como seu orientado desde a iniciação científica, na Universidade de Passo Fundo, passando pelo mestrado e agora doutorado na UNESP. Pela oportunidade de compartilhar seus conhecimentos, sendo um exemplo de competência e dedicação na pesquisa. Seu conforto e apoio nas horas de angústia e aflição, sua dedicação, seu esforço e sua atenção foram imprescindíveis para a conclusão de mais esta etapa de vida. Espero tê-lo sempre ao meu lado, como mestre e, principalmente, amigo.

(7)

e pela pessoa humilde e especial que demonstrou ser nesses anos de convivência. Nos momentos mais difíceis esteve ao meu lado, junto comigo e me guiando nos caminhos tortuosos que enfrentei. Muito obrigado pelas oportunidades e pela convivência fácil e agradável que o senhor me proporciona.

Aos Professores do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese da UNESP, Estevão, Tarcísio, Tango, Alexandre, Guilherme, Paula, Sigmar e Fernando Eidi Takahashi, pela amizade construída nesses anos e por permitirem o contato com a graduação, tanto na clínica quanto no laboratório, oportunizando a vivencia de professor.

Ao Prof. Titular Marco Antonio Bottino pela oportunidade de conhecimento e crescimento profissional junto ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia Restauradora.

Às minhas amigas Priscila, Mayra e Marina, queridas colegas de turma do doutorado, pela amizade, comprometimento e companhia. Tive muita sorte em ter vocês como minhas companheiras, bem como todos os alunos da Pós-Graduação em Odontologia Restauradora – Especialidade de Prótese Dentária, em especial aos colegas Ronaldinho e Carolina Martinelli.

Aos meus colegas de Departamento, na Universidade Braz Cubas, em Mogi das Cruzes, Dra. Vanessa Macedo, Dr. Guilherme Saavedra e Dra. Elvira, professores e pessoas muito especiais, as quais tenho grande admiração.

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Rodrigo e, recentemente, César Bergoli pelo convívio, amizade e companheirismo, principalmente nas horas mais difíceis. Meus irmãos: podem contar sempre comigo, onde estiverem!

Ao meu amigo, Dr. Anderson Almeida Castilho, habilidoso cirurgião que abriu as portas e me incentivou a seguir no caminho da Implantodontia e Cirurgia, áreas que sempre gostei muito. Companheiro de discussão de casos, congressos e cirurgias, meu afilhado de casamento, muito obrigado por sempre me ajudar e estar ao meu lado nesta etapa.

Aos meus “amigos irmãos”, Vinícius Carvalho, Luis Felipe Carvalho, Vinícius Fabris, Cristian Nunes, Guilherme Mendonça, Gustavo, Rodrigo Portela, Tiago Davoglio, Guilherme Comim, Carlo Ferronato, Fernando Frandalozo, Luis Fernando e Vinícius Mohr, por terem me entendido e me apoiado nesse importante passo da minha caminhada na busca do conhecimento.

Ao meu amigo, Mauro Tavares Rozendo e a suas irmãs Dora e Luíza, pelo apoio e confiança depositados em mim. Às minhas colaboradoras Wanderléia, Bruna, Maria José, Dora e Simone, que sempre estão caminhando juntas comigo, facilitando os meus afazeres. Além de colaboradoras são amigas, vocês moram no meu coração! Obrigado!

(9)

AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, através do seu Diretor Prof. Dr. Carlos Augusto Pavaneli.

Ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia Restauradora, coordenado pela Prof. Tit. Marcia Carneiro Valera, pela oportunidade concedida.

À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior), pela concessão de bolsa parcial de Doutorado.

Ao chefe do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese da faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP, Prof. Assist. Dr. Tarcísio José de Arruda Paes-Jr e demais docentes do Programa de Pós Graduação em Odontologia Restauradora, pela contribuição na minha formação acadêmica, profissional e científica.

Aos Funcionários do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, Fernando, Inês, Lilian, Marco Alfredo e Jú, bem como do Laboratório de Pesquisa, Marcão e Thaís, o auxílio, a companhia e os momentos de descontração foram fundamentais para a correta execução dos experimentos laboratoriais.

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segundo momento da direção, pelo carinho, amizade e companheirismo durante esses anos de convivência.

Aos meus grandes amigos da Pós-Graduação: Lucas Hian, Luis Gustavo Oliveira de Vasconcellos, Luis Guilherme Macedo, pelo companheirismo, amizade e os bons momentos compartilhados nesse período, continuaremos sempre amigos.

Aos meus colegas de pós-graduação e especialização, que buscam o crescimento profissional e científico sem deixar de lado a amizade, que se estabeleceu durante nosso curso.

Às secretárias da seção de Pós-Graduação, Erena Michie Hasegawa, Rosemary de Freitas Salgado Pereira, Ivan de Oliveira Damasceno e Bruno Shiguemitsu Marques Tanaka pelas informações e atenção dispensada.

A todos os colegas de Pós-Graduação do Departamento de Odontologia Restauradora (Dentística e Endodontia) pelos conhecimentos compartilhados e pelos momentos de descontração que passamos juntos.

À todas as pessoas que de forma direta e indiretamente me apoiaram para a conclusão desta etapa.

(11)

“Escolhes um trabalho de que gostes, e não terás que

trabalhar nem um dia na tua vida.”

(12)

SUMÁRIO

RESUMO ... 11

ABSTRACT ... 13

1 INTRODUÇÃO ... 14

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 21

2.1 Adesão à dentina ... 21

2.2 Adesão à zircônia ... 37

3 PROPOSIÇÃO ... 72

4 MATERIAL E MÉTODO ... 73

4.1 Preparo dos dentes ... 74

4.2 Obtenção dos blocos cerâmicos ... 76

4.3 Estratégias de cimentação: blocos cerâmicos ... 76

4.4 Estratégias de cimentação: cimentos resinosos ... 76

4.5 Obtenção dos corpos de prova ... 80

4.6 Estratégias de envelhecimento das amostras ... 83

4.7 Ensaio de microtração ... 85

4.8 Avaliação do modo de falha ... 86

4.9 Análise estatística ... 87

5 RESULTADOS ... 88

6 DISCUSSÃO ... 100

7 CONCLUSÃO ... 112

8 REFERÊNCIAS ... 113

(13)

Castro HL. Avaliação da união zircônia-cimento resinoso-dentina com diferentes estratégias de cimentação e de envelhecimento [tese]. São José dos Campos: Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, UNESP - Univ Estadual Paulista; 2013.

RESUMO

(14)

reduziu significativamente os valores de  nos grupos RXU-SC e PF-PA.

(15)

Castro HL. Tensile bond strength of dentin-bonding system-zircônia using different strategies of cementation and aging [thesis]. São José dos Campos (SP): Institute of Science and Technology, UNESP - Univ Estadual Paulista; 2013.

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the bond strength () of resin-cement systems (RXA- RelyX ARC; RXU- RelyX U100; and PF- Panavia F) to dentin and yttria-stabilized zirconia-based ceramic (YZ- In-Ceram YZ) after different surface treatments and aging. The occlusal dentin of 72 sound human molars was exposed and conditioned according to the manufacturers’ instructions. Ceramic blocks (72) were cut, flattened, sintered, and divided into two groups according to the type of surface treatment: PA- airborne particle abrasion (≤ 45μm alumina particles), and SC- tribochemical silica coating (Rocatec Soft, 3M ESPE). The cementation procedure followed the instructions of each manufacturer, resulting in 6 groups of tooth-cement-ceramic blocks that were stored in 37°C distilled water for 24 h before cutting into non-trimmed bar-shaped specimens (A- adhesive area= 0.9 ± 0.1 mm²). Approximately 9 specimens per block were obtained and they were randomly assigned to one of the 4 aging conditions: 120 or 180 days stored in 37oC distilled water; and thermocycling (5ºC-55ºC) with 30,000 or 60,000 cycles. The experimental design resulted in 24 groups (n>12). The specimens were loaded in tension (F) until failure using a universal testing machine (crosshead speed: 1 mm/min). The σ (F/A) was calculated and data was statistically analyzed using ANOVA and Tukey tests (=0.05). Groups RXA-SC 180 d and PF-PA 120 d showed the highest σ values (32.9 and 29.6 MPa, respectively). Groups RXA-PA 30,000x (8.9 MPa) and RXU-SC 180 d (8.1 MPa) presented the lowest σ values. Thermocycling did not reduce the σ values of any experimental group, but water storage decreased the σ values for RXU-SC and PF-PA groups.

(16)

Restaurações totalmente cerâmicas se tornaram uma alternativa atraente para a confecção de próteses fixas devido a estética, inércia e biocompatibilidade superiores em relação as próteses metalo-cerâmicas (Rosenblum, Schulman, 1997; Kelly et al., 1996; Della Bona, 2009).

Entretanto, as cerâmicas dentais são inerentemente friáveis e a tensão de tração causada por uma carga externa pode levar a propagação de trincas iniciadas por falhas ou outros defeitos, ocasionando a falha da restauração (Seghi et al., 1995; Borba et al., 2011a). No intuito de melhorar as propriedades mecânicas desses materiais a indústria desenvolveu materiais cerâmicos que evoluíram a passos largos, na tentativa de melhorar essas características deficientes (Della Bona, 2009).

(17)

de suportar as altas tensões oclusais quando em função (Guazzato et al., 2004).

As cerâmicas à base de Y-TZP estão disponíveis no mercado para uso com a tecnologia de CAD-CAM (CAD- Computer

Aided Design: projeto assistido por computador; CAM- Computer

Aided Manufacturing: fabricação assistida por computador), o que

acelera o processo de confecção e minimizam os defeitos originários do processamento das cerâmicas (Denry, Kelly, 2008; Della Bona, 2009) além de apresentarem adequada adaptação interna e marginal (Borba et al. 2011b, Colpani et al., 2013).

A zircônia é um material polimórfico que existe em três fases cristalinas: a fase monoclínica, estável até 1170oC, a fase tetragonal, que é estável acima de 1170°C até 2370oC, e a fase cúbica, existente em temperaturas acima de 2370°C, até o ponto de fusão do material à 2680oC (Subbarao, 1981; Goff et al., 1999), sendo que esses valores podem variar dependendo da composição química da zircônia (Della Bona, 2009).

(18)

fase tetragonal em temperatura e pressão ambiente (Della Bona, 2009).

A aplicação de tensões na superfície cerâmica (desgaste, impacto, trincas, variações de temperatura, etc.) também leva à transformação de fase (tetragonal → monoclínica), o que resulta no aumento da tenacidade a fratura do material (Garvie, Nicholson, 1972; Heuer et al., 1986), pelo aumento de volume, e a criação de uma camada de compressão ao redor do defeito, que tem a capacidade de impedir a propagação de trincas (Ardlin, 2002; Della Bona et al., 2003; Kisi, Howard, 1998; Della Bona, 2009).

O desempenho clínico das restaurações totalmente cerâmicas depende das propriedades mecânicas dos materiais utilizados, mas também está relacionado a adesão gerada aos substratos envolvidos (cerâmica e estrutura dental) (Hayashi et al., 2000; Spohr et al., 2003). Embora as restaurações à base de zircônia sejam passíveis de cimentação convencional (cimento de fosfato de zinco, ionômero de vidro ou ionômero de vidro modificado por resina), a cimentação adesiva é preferível para garantir uma melhor conservação e adaptação marginal (Derand et al., 2005; Atsu et al., 2006; Burke et al., 2002; Della Bona, 2009; Al-Amleh et al., 2010).

(19)

comparados a outros sistemas adesivos (Zhao et al., 2010; Kahvei, Belli, 2011). Porém, esta técnica é mais crítica, visto que o excesso de água ou o ressecamento dentinário podem afetar o mecanismo de adesão (De Munck et al., 2003; Hashimoto et al., 2004).

Neste sentido, existe uma tendência de simplificação nas técnicas adesivas pela redução dos passos a serem executados clinicamente. É o que acontece com a utilização de adesivos auto-condicionantes, como no caso do Panavia F (Kuraray). Uma opção mais simplificada ainda é o uso de cimentos resinosos auto-adesivos, que dispensam a aplicação de sistema adesivo previamente a aplicação do cimento. Uma das alternativas mais citadas para esta situação é o cimento RelyX U100 (3M ESPE), o qual apresenta baixos valores iniciais de pH, o que levaria a uma desmineralização dentinária no inicio da reação de cura. Durante o processo de polimerização, a interação entre hidroxiapatita dentinária e monômeros ácidos do cimento levaria a um aumento do pH, resultando no comportamento básico e hidrofóbico do cimento. Essa cadeia de eventos promove grande contato e adesão química entre cimento e estrutura dental (Radvic et al., 2008; Saskalauskaite et al., 2008; Bitter et al., 2009).

(20)

2009; Akyil et al., 2010; May et al., 2010; Monaco et al., 2011; Moon et al., 2011).

A fim de possibilitar um ganho de adesão nas superfícies cerâmicas, tratamentos como o jateamento e a silicatização têm sido propostos. O jateamento da superfície cerâmica com óxido de alumínio promove aumento da rugosidade superficial (Akyil et al., 2010; Subasi, Inan, 2011; Aboushelib et al., 2011; Monaco et al., 2011), aumentando a área de superfície disponível (Subasi, Inan, 2011) e gerando retenção mecânica com o agente cimentante, o que aumenta os valores de resistência de união (Kern, Thompson, 1995; Kumbuloglu et al., 2006; Della Bona, 2009; Akyil et al., 2010; Moon et al., 2011; Monaco et al., 2011).

Já a silicatização (jateamento com partículas de óxido de alumínio revestidas por sílica e posterior aplicação de silano) associada ao agente cimentante resinoso tem se mostrado um tratamento efetivo (Della Bona, 2009; Akyil et al., 2010; Castro et al., 2012; May et al., 2010; Miragaya 2011; Monaco et al., 2011). A utilização de partículas modificadas por sílica além de alterarem a rugosidade superficial (Akyil et al., 2010) geram uma camada reativa quimicamente ao agente silano e aos cimentos resinosos (Aboushelib, 2011; Della Bona, 2009), proporcionando uma união mais estável entre o agente cimentante e a cerâmica (Castro et al., 2012).

(21)

(Karakoca, Yilmaz, 2009), além de não demonstrar danos em suas propriedades de fadiga (Scherrer et al., 2011).

Outro aspecto importante quando se deseja garantir uma resistência adesiva efetiva à zircônia é a seleção do cimento. Cimentos resinosos à base de bisfenol A-glicidil (Bis-GMA), 4-metacriloxietil trimelitato anidro (4-META) ou monômeros ácidos fosfatados (MDP) têm sido propostos (Kern, Thompson, 1995; Chevalier, 2006; Yoshida et al., 2006; Palacios et al., 2006; Wolfart et al., 2007; Della Bona, 2009; May et al., 2010; Castro et al., 2012; Lorenzoni et al., 2012), podendo apresentar valores iniciais de resistência de união melhores que outros cimentos, principalmente quando não é realizado silicatização da superfície cerâmica (Oyague et al., 2009a; Castro et al., 2012).

Cimentos auto-adesivos de passo único, foram igualmente propostos para cimentação de restaurações à base de zircônia (Kumbuloglu et al., 2006; Ernst et al., 2005; Castro et al., 2012; Miragaya et al., 2011), visto que sua matriz resinosa consiste de um ácido metacrilato multifuncional que reage com o substrato e contribui para o mecanismo de adesão (de Munk et al., 2004).

O ímpeto em divulgar resultados a curto prazo tem inundado a literatura com avaliações iniciais (24 h) ou com breves períodos de envelhecimento (conforme revisão de literatura). Porém, curtos períodos de envelhecimento in vitro podem mascarar um comportamento clínico a longo prazo.

(22)

estão sendo reportados na literatura (Amaral et al., 2013; Hooshmand et al., 2013). É de pleno conhecimento que resultados in vitro devem ser interpretados com cautela, mas mostram uma tendência clínica.

Nesse sentido, simulações de envelhecimento in vitro, compatíveis ao uso clínico de 3 e 6 anos foi aplicado nesse estudo. Essas simulações se baseiam em detalhada revisão de literatura, reportando que 10.000 termociclos é um número compatível a 1 ano de uso clínico (Gale, Darvell, 1999).

(23)

2.1 Adesão à dentina

O condicionamento do esmalte dentário com ácido fosfórico foi relatado primeiramente por Buonocore em 1955, que verificou a alteração da morfologia superficial do esmalte com a criação de microporosidades que melhoraram a união entre a resina e o esmalte dental. Nesse sentido, a adesão aos tecidos dentários evoluiu a passos largos, principalmente com a incorporação de partículas de carga às resinas (Bowen, 1963) e com a adição de novas técnicas e materiais para o condicionamento do órgão dental (Fusayama et al., 1979; Nakabayashi et al.,1982).

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agentes condicionadores e primers, reduzindo a concentração ácida, o tempo de aplicação, bem como minimizando a microinfiltração.

Watanabe e Nakabayashi, em 1993, desenvolveram um

primer auto-condicionante para adesão em esmalte e dentina

simultaneamente, o qual reduziu o tempo de trabalho, eliminando o passo de lavagem do ácido, além de evitar o risco de colapso das fibras de colágeno dentinário. Em 1994, os mesmos autores descreveram métodos utilizados para mensurar a união de compósitos sobre a dentina. Os métodos mais utilizados foram o teste de tração, o de cisalhamento e o de “push-out”. Os autores relataram que o teste de tração deve ser o de eleição, apesar de ser crítica a sua execução, visto que a interface a ser testada deve estar perpendicular a força de tração. Já nos testes de cisalhamento, a fratura parece sempre começar em uma área próxima ao ponto de aplicação da carga, no material formador da base da amostra, não avaliando a interface adesiva, mas a resistência coesiva do material (Della Bona, van Noort, 1995).

A efetividade clínica de sistemas adesivos foi avaliada,

in vivo, por Van Meerbeek et al. (1994). Foram avaliados dez sistemas

(25)

A relação entre a área de superfície e a resistência de união foi estudada por Sano et al. (1994), que compararam in vitro essa relação entre dentina e dois materiais restauradores, por meio do teste de tração. Foram utilizados dentes humanos extraídos, onde o tecido dentinário foi exposto e polido com lixa de carbeto de silício de granulação 600 e tratado com um dos 3 tipos de materiais utilizados no teste (Scotchbond Multi Purpose, Clearfil Liner Bond 2 e Vitremer). Após construído um bloco de material restaurador (resina ou ionômero de vidro), fatias de 0,5 mm a 3 mm de espessura foram obtidas através de cortes realizados ao longo eixo do dente e, com o uso de uma ponta diamantada superfina, foi realizado um desgaste (“estrangulamento”) na região da união, com aproximadamente 0,5 mm x 0,5 mm a 3 mm x 3 mm de área seccional, deixando os corpos-de-prova (cp) com a forma de ampulheta. Cada cp foi posicionado e unido com cola à base de cianoacrilato a um dispositivo de teste (Bencor Multi-T) acoplado a máquina de ensaios universal. O teste foi realizado com uma velocidade de 1 mm/min. Os resultados demonstraram que houve relação inversa entre a resistência de união e área de adesão, além de permitir várias medições em um mesmo dente. Os autores concluíram que o teste de tração com menor área de adesão produziu resultados mais confiáveis, sendo denominado de teste de microtração.

(26)
(27)

para se avaliar a resistência de união da interface cerâmica/resina composta.

Em 1998, van Meerbeek et al. realizaram uma revisão de literatura sobre o desempenho clínico dos adesivos dentinários. Os sistemas adesivos foram classificados em relação à smear

layer. O

primeiro grupo remove completamente a smear

layer e são

apresentados em um ou dois frascos, dependendo, respectivamente, da aplicação combinada ou separada do primer e do agente adesivo. O segundo grupo modifica a smear

layer ao invés de removê-la,

denominados de sistemas auto-condicionantes. Este contém um monômero acídico Phenyl-P e HEMA para, simultaneamente, condicionar e tratar tanto o esmalte quanto a dentina. De acordo com os autores, além da simplicidade, o segundo grupo promove a desmineralização superficial da dentina, a penetração simultânea de monômeros.

(28)

na união às estruturas dentárias. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar a eficiência desses sistemas.

Em 2004, Behr et al. compararam in vitro a adaptação marginal de um cimento resinoso auto-adesivo de apenas um passo clínico (RelyX Unicem), com cimentos já estabelecidos e seus correspondentes sistemas adesivos. Coroas totalmente cerâmicas foram cimentadas a molares humanos com o cimento auto-adesivo (sem e com a etapa de tratamento da superfície dentinária), um cimento resinoso que remove a camada de smear layer (convencional) e um cimento resinoso com sistema adesivo que dissolve a smear

layer (sistema adesivo auto-condicionante). Os resultados indicaram

que o cimento auto-adesivo sem pré-tratamento proporcionou adaptação marginal em dentina similar aos demais agentes de cimentação.

(29)

demais cimentos (fosfato de zinco, ionômeros de vidro e ionômeros de vidro modificados resina) apresentaram os menores valores de resistência de união.

Van Meerbeek et al. (2005) preocupados com a técnica dos adesivos auto-condicionantes de um passo clínico, discutiram os principais pontos negativos inerentes a estes sistemas. Assim, consideraram que, além da formação da camada híbrida, os adesivos auto-condicionantes poderiam oferecer a vantagem adicional de formar uma interação química entre os monômeros funcionais e a hidroxiapatita residual. Contudo, os adesivos auto-condicionantes de um passo técnico são comumente associados a uma baixa resistência de adesão, a qual poderia ser atribuída, em parte, à dissolução de monômeros hidrofílicos e hidrofóbicos em uma relativamente alta concentração de solventes. Dentro desta mistura instável, a presença da água também é essencial como um meio de ionização para desencadear a atividade auto-condicionante do adesivo. Por serem altamente hidrofílicos, os adesivos auto-condicionantes de um único passo têm sido reportados como uma membrana semipermeável, permitindo a passagem de fluidos e comprometendo seriamente a durabilidade de união. Entretanto, empregando-se uma técnica apropriada de secagem ou de evaporação do solvente a efetividade de união seria aumentada, por remover substancialmente a quantidade de água destes adesivos.

Schulze et al. (2005) estudaram o sistema adesivo com

primer auto-condicionante (Clearfil SE Bond, Kuraray) em

(30)

ácido prévio (Single Bond, 3M ESPE), no que se refere à umidade da superfície dentária. Os resultados demonstraram que o Clearfil SE Bond não demonstrou alterações entre os grupos, enquanto que o Single Bond apresentou diferenças significantes entre os grupos, especialmente após a secagem da superfície, confirmando a sensibilidade da técnica operatória.

Abo-Hamar et al. (2005) avaliaram, in vitro, a resistência ao cisalhamento de um cimento auto-adesivo em esmalte e dentina, comparando-o a quatro agentes cimentantes (três resinosos e um de ionômero de vidro). As amostras foram submetidas à termociclagem, sendo que a resistência adesiva do cimento auto-adesivo após a termociclaglem, em esmalte, diminui significativamente, mas ainda permaneceu estatisticamente superior ao grupo do cimento de ionômero de vidro. Em dentina, a resistência adesiva do cimento auto-adesivo foi estatisticamente semelhante aos outros cimentos resinosos, porém significativamente superior ao cimento de ionômero de vidro. Os autores afirmaram que o tipo de substrato afeta a resistência adesiva dos cimentos testados, sendo que o cimento auto-adesivo não é o ideal para cimentação de inlays e coroas parciais, onde uma considerável área de esmalte está presente. Porém, concluíram que o cimento auto-adesivo, que tem o processo de cimentação simplificado, pode ser considerado uma alternativa aos sistemas utilizados para cerâmicas e restaurações de bases metálicas, nos casos em que pouco ou nenhum esmalte é encontrado.

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(32)

coeficiente de expansão térmico linear mais alto do material restaurador em relação aos tecidos dentais. Os repetitivos estresses de contração/expansão que são gerados na interface podem levar a formação de trincas que propagam nas interfaces adesivas, e, quando uma falha ou lacuna (gap) é criada a sua evolução de tamanho pode levar a penetração de fluídos orais, processo conhecido como “percolação”. Os autores concluíram que a termociclagem é fortemente dependente do tamanho da interface adesiva, sendo que para palitos de microtração a termociclagem diminuiu significantemente a resistência adesiva, suportando a hipótese que a termociclagem acelera a degradação química da interface. Gale e Darvell (1999) sugeriram, após uma detalhada revisão de literatura, que 10.000 termociclos pode ser considerado como o uso clínico durante um ano.

Em 2008, Holderegger et al. avaliaram, in vitro, a resistência adesiva (teste de cisalhamento) de um cimento auto-adesivo (RelyX Unicem), em dentina humana, comparado a três cimentos resinosos (RelyX ARC, Multilink e Panavia 21). Testaram a influência da termociclagem e do operador na capacidade e qualidade da adesão. Os autores constataram que o cimento auto-adesivo exibiu os menores valores de resistência adesiva, porém foi o que menos alterou com relação a variação de operador e à termociclagem.

(33)

como o teste de microtração (Della Bona, van Noort, 1995). Lee et al., em 2011, avaliaram a superfície de cimentação de uma cerâmica Y-TZP (ZS Blank, Kavo, Alemanha) jateada com óxido de alumínio (50

μm) a uma distância de 10 mm e pressão de 55 psi por 15 s. Os blocos cerâmicos foram cimentados à dentina humana utilizando-se 2 cimentos resinosos (RelyX Unicem ou Panavia F 2.0) com duas espessuras de cimento (40 μm e 160 μm), sendo que estes conjuntos foram cortados, após 24 h, em corpos-de-prova retangulares para o teste de resistência à microtração. Metade das amostras de cada grupo experimental foi testada imediatamente e o restante passou pelo envelhecimento de 18.000 ciclos de termo-ciclagem (5 – 55oC). Os autores concluíram que a espessura do cimento não gerou diferença estatística significante, independente do cimento estudado. O cimento resinoso contendo MDP (Panavia F 2.0) apresentou valores de resistência à microtração significativamente superiores (p<0,05) aos respectivos grupos do cimento autoadesivo (RelyX Unicem). Qualitativamente este cimento (Panavia F 2.0) apresentou maior número de falhas mistas, tipo de falha que comprova esta superioridade adesiva; já o cimento autoadesivo (RelyX Unicem) apresentou um número maior de falhas adesivas, que aumentou após a termociclagem. A termociclagem influenciou negativamente os grupos testados, para ambos os cimentos.

(34)

anti-bacterianos e soluções quelantes para tratamento dentinário previamente a cimentação com cimentos auto-condicionantes (Clearfil SA e RelyX Unicem). Os autores verificaram que após o tratamento de superfície com esses condicionantes ocorre uma diminuição dos valores de adesão (teste de micro-push-out), porém sem diferença estatística, exceto para o grupo controle (sem tratamento prévio) do cimento RelyX Unicem com o uso prévio de uma solução de hidroxietilideno e bifosfonato, contra-indicando a utilização da solução com este cimento.

(35)

cimento com 100% de falhas coesivas em dentina sem tratamento prévio. Já os cimentos Variolink II e Panavia 21 apresentaram quase que a totalidade de falhas adesivas (cimento/dentina), independentemente do uso de dessensibilizante/selante e contaminação ou não com cimento temporário.

Fuentes et al. (2013) avaliaram a influência do tipo do cimento e do tratamento de superfície de uma overlay de resina composta (Filtek Z250) cimentado à dentina, através do teste de microtração. Foram comparados cimentos autoadesivos (RelyX Unicem, Maxcem Elite e G-Cem) e um cimento resinoso convencional (RelyX ARC). Os autores concluíram que os diferentes tratamentos da superfície da restauração de resina composta não aumentaram os valores de resistência do complexo dentina/cimento/overlay. O cimento convencional exibiu valores de resistência adesiva significativamente superiores aos cimentos autoadesivos, também exibindo um percentual maior de falhas coesivas. Já os cimentos autoadesivos apresentaram um número maior de falhas adesivas entre cimento e dentina, sendo essa provavelmente a interface mais crítica da região de adesão.

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grupos condicionados, para ambos os cimentos. O cimento RelyX U100 apresentou médias de resistência adesiva maiores do que o outro cimento, com exceção para o grupo que utilizou solução de clorexedina à 2% que não apresentou diferença estatística significante. A análise fractográfica mostrou um maior número de falhas coesivas do cimento nos grupos controle; os grupos com uso de solução apresentaram um maior número de falhas adesivas. Os autores concluíram que o uso desse tipo de solução em dentina com os cimentos autoadesivos estudados apresentou efeitos adversos na durabilidade de união do conjunto.

(37)

resistência à microtração semelhantes após a ciclagem mecânica, sendo que todos os cimentos diminuíram significantemente do seu respectivo grupo não ciclado. Os autores não consideraram, para a análise de resistência adesiva, o condicionamento prévio com ácido fosfórico, e os grupos com e sem condicionamento foram unificados dentro de um único grupo (correspondente ao cimento resinoso). Esses valores não revelados seriam interessantes, visto que o potencial adesivo dos cimentos autoadesivos em esmalte não é tão bom quanto em dentina quando comparados à cimentos resinosos convencionais. Uma análise fractográfica apropriada teria apresentado resultados qualitativos significantes, pois a maioria das falhas foi classificada, simplesmente, como falha na interface cimento-dentina.

(38)
(39)

2.2 Adesão à zircônia

A adesão entre cerâmicas com alto conteúdo vítreo e cimentos resinosos utilizando-se ácido fluorídrico e agente de união silano parece estar bem estabelecida, porém conforme a quantidade de fase cristalina aumenta e a fase vítrea da cerâmica diminui, mais resistente é a cerâmica e mais desafiador é o mecanismo de adesão (Della Bona, 2009).

Próteses com infra-estrutura cerâmica à base de Y-TZP estão sendo utilizadas devido as suas excelentes propriedades mecânicas (Della Bona, 2009; Deville et al., 2006; Guazzato et al., 2004; Kosmac et al., 1999; Lawn et al., 2002). Porém, como já é sabido, com o aumento das propriedades mecânicas há um aumento considerável da fase cristalina, impedindo o condicionamento com ácido hidrofluorídrico, necessitando, assim, tratamentos diferenciados dessa superfície para garantir uma união clinicamente satisfatória.

Assim, várias técnicas de tratamento de superfície e diferentes materiais tem sido propostos para o aumento da durabilidade de união entre cerâmicas à base de Y-TZP e sistemas de cimentação resinoso, implicando na necessidade de avaliação dessa relação (Della Bona, 2009). Alguns estudos se dedicaram a investigar esses aspectos e são apresentados a seguir.

(40)

Y-TZP. Os autores concluíram que o jateamento aumentou a resistência à flexão da zircônia, já o polimento promoveu diminuição da resistência e redução da confiabilidade.

Em 2000, Tinschert et al., usando teste de flexão em quatro pontos, avaliaram a resistência flexural e a confiabilidade de algumas cerâmicas odontológicas, considerando a fresagem mecânica (CAD-CAM) e o processamento tradicional em laboratório. Foi verificado que as cerâmicas fresadas por CAD-CAM (Cerec Mark II e Zirconia-TZP, Vita Zanhfabrik, Alemanha) atingiram valores de m maiores que 18 (análise de Weibull), sendo consideradas mais confiáveis.

Zhang et al., em 2004, verificaram o efeito do jateamento em uma cerâmica Y-TZP e em uma cerâmica densamente sinterizada de alumina. As superfícies foram polidas ou jateadas (partículas de óxido de alumínio de 50 µm, por 5 s a uma distância de 10 mm, com uma pressão de 40 psi) e submetidas aos testes de fadiga cíclica e dinâmica. As cerâmicas polidas apresentaram, predominantemente, desenvolvimento subcrítico de trincas. Já as jateadas apresentaram uma diminuição da resistência em ambos os testes (dinâmico e cíclico), proveniente dos defeitos iniciais causados pelo jateamento. Porém, os resultados ainda são os mais altos em comparação às outras cerâmicas de infra-estrutura, sugerindo um desempenho superior mesmo após esses tratamentos.

(41)

concluíram que apesar do tratamento térmico e da aplicação de uma cerâmica de cobertura terem diminuído os valores de resistência, os resultados ainda indicam que esse material apresenta propriedades potenciais para restaurações totalmente cerâmicas.

(42)

jateamento e o desgaste podem ser recomendados para aumentar a resistência da cerâmica Y-TZP, desde que não sejam seguidas por tratamento térmico. Fino polimento pode remover a camada de compressão e, portanto, diminuir a resistência à flexão.

Curtis et al. (2006a), avaliaram a influência do jateamento (partículas de alumina de 25, 50 e 110 µm) e do desgaste com ponta diamantadas (fina: cristais de 20-40 µm; grossa: cristais de 125-150 µm) na resistência à flexão biaxial (análise de Weibull), rugosidade, dureza e na composição de fase. Nos grupos controle, tanto a seco quanto armazenado em água por 24 h, os discos cerâmicos não sofreram tratamento após a sinterização. Não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) na resistência à flexão dos grupos jateados com relação aos grupos controle seco e armazenado em água por 24 h. Entretanto, um aumento significante da confiabilidade (m), através do módulo de Weibull, foi identificado para os grupos jateados e armazenados a seco e em água destilada com relação ao grupo controle. O desgaste com ponta diamantada de granulação grossa diminuiu significantemente os valores na resistência biaxial comparado com o grupo controle e aumentaram a rugosidade da superfície. Já com as pontas diamantadas de granulação mais fina não houve diferença estatística. A combinação da redução da rugosidade e a formação de uma área de tensão compressiva devido ao jateamento aumentaram o m na resistência à flexão da cerâmica.

(43)

cerâmicas que estão sujeitas a esses esforços. Discos da cerâmica Y-TZP (Lava, 3M ESPE) foram confeccionados para os testes de resistência à flexão biaxial. O teste de dureza também foi aplicado em vários pontos próximos à aplicação da carga cíclica. Os autores notaram um aumento da dureza em áreas localizadas próximas a aplicação de carga, sugestivas do mecanismo de transformação de fase (T-M) da cerâmica, devido a geração de áreas de compressão onde ocorreram forças de tensão no momento da carga.

Papanagiotou et al., em 2006, avaliaram a possível degradação, ao envelhecimento a baixa temperatura e a diferentes tratamentos de superfície, de uma cerâmica de Y-TZP (Vita in-Ceram YZ, Vita Zahnfabrik). As superfícies cerâmicas receberam os seguintes tratamentos: sem tratamento (controle); fervura em água por 24 h ou por 7 dias; armazenagem em ambiente umidificado à 250ºC por 6 h, por 24 h, ou por 7 dias; polimento; jateamento (partículas de

(44)

Studart et al., em 2007, avaliaram a resistência a carga cíclica de três cerâmicas de infra-estrutura indicadas para próteses fixas de 3, 4 e 5 elementos. Uma à base de dissilicato de lítio (Empress 2, Ivoclar Vivadent), uma cerâmica de zirconia infiltrada por vidro (InCeram-Zirconia, Vita Zahnfabrik) e uma cerâmica Y-TZP (Cercon, Degudent). Os testes de fadiga mecânica e de fratura rápida foram realizados para determinar a distribuição de Weibull e o tempo de vida e resistência inicial de cada infra-estrutura. Os autores concluíram que apesar da notável susceptibilidade à fadiga em água, a Y-TZP foi o material que apresentou maiores condições para a confecção de pontes fixas posteriores livres de metal, devido a sua alta resistência mecânica inicial. Segundo os autores, se seguidas as normas para seleção dos materiais e design das pontes livres de metal, esse material tem um tempo de vida estimado, sobre condições de severa umidade e carga cíclica, de mais de 20 anos.

Atsu et al. (2006) estudaram o efeito do tratamento de superfície na resistência adesiva entre cimentos resinosos e uma cerâmica à base de zircônia com alto conteúdo cristalino (Cercon, Degussa Dental, Alemanha) tratada com diferentes métodos. As superfícies de cimentação da cerâmica foram jateadas com partículas

de 125 m de óxido de alumínio (Al2O3) e divididas em 6 grupos (n=10):

a) Grupo C, sem tratamento (controle);

(45)

c) Grupo BSIL, aplicação de um adesivo contendo

10-methacryloyloxidecyl dihydrogen

phosphate monomer (MDP) e agente silano

misturado (Clearfil Liner Bond 2V / Porcelain Bond Activator);

d) Grupo SC, silicatização (partículas de Al2O3

modificadas por sílica de 30 m - Cojet); e) Grupo SCSIL, silicatização e silanização; e f) Grupo SCBSIL, silicatização e aplicação da

(46)

Della Bona et al., em 2007, avaliaram a resistência adesiva à tração e ao cisalhamento de uma cerâmica infiltrada por vidro e reforçada com zircônia (Vita In-Ceram Zircônia - IZ) à resina composta, testando a hipótese de que a silicatização (Cojet, 3M-ESPE) produz valores maiores de resistência adesiva do que os outros tratamentos de superfície utilizados, tais como: HF- ácido hidrofluorídrico a 9,5% (Ultradent) por 2 min; SB- jateamento com óxido de alumínio 50 µm por 10 s; SC- silicatização (jateamento com partículas de óxido de alumínio modificadas por sílica) por 10 s. Após as superfícies receberam uma camada de agente silano. O adesivo (Single Bond, 3M-ESPE) foi aplicado na área de adesão (3,5 mm de diâmetro) e fotopolimerizado por 10 s. Um cilindro resinoso (Z100, 3M) foi construído em incrementos e fotopolimerizado. Metade dos espécimes de cada grupo (n=10) foram testados para resistência adesiva à tração (σt) e a outra metade para resistência adesiva ao cisalhamento (σs). Ambos os testes foram realizados utilizando o aparato Bencor Multi-T em uma máquina de ensaios universal (EMIC DL 2000) com uma velocidade de 1 mm/min. Os resultados foram analisados estatisticamente por ANOVA e Tukey (α=0,05). Os valores

médios e desvio padrão (MPa) para σt foram: HF-3,51,0a;

SB-7,61,2b; SC-10,41,8c; e para σs foram: HF-10,43,1A;

(47)

Aboushelib et al., em 2007, propuseram um novo método de preparo da superfície das cerâmicas Y-TZP. O objetivo do estudo foi avaliar a resistência à microtração e a durabilidade de união entre cerâmica e cimento resinoso. O método de preparo consiste no jateamento da superfície (partículas de 110 µm de óxido de alumínio) e na aplicação de uma fina camada de um vidro de infiltração de baixa fusão composto por óxidos inorgânicos (sílica 30%; titânio 13%; alumina 8%; potássio 3%; rubídio 1%; magnésio 1%). Após a queima em forno na presença de ar à 750ºC, a camada de vidro de infiltração foi condicionada com uma solução de 5% de ácido hidrofluorídrico por 15 min. Os cimentos Panavia F 2.0 (Kuraray Co Ltd, Japão), RelyX ARC (3M ESPE, EUA) e Bistite II DC (J Morita USA, EUA) foram utilizados para a cimentação, sendo que para o grupo do novo método foi utilizado o cimento Panavia F 2.0. As amostras foram testadas inicialmente (24 h), uma, duas, três semanas e em um mês. Os valores obtidos demonstraram que o método de condicionamento cerâmico aliado à um agente cimentante com monômero MDP (Panavia) produziu uma união forte e durável.

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jateadas, não submetidas a banho sônico). A resistência ao cisalhamento do grupo revestido por sílica, sem limpeza, foi significativamente superior aos outros grupos, mas não houve influência da variação dos protocolos de jateamento. A análise em EDS revelou que a limpeza ultra-sônica diminuiu o teor de sílica sobre a superfície tratada. Os resultados mostraram que é necessário haver presença de sílica na superfície da zircônia, para que valores mais altos de adesão sejam alcançados.

Özcan et al. (2008a) avaliaram o efeito do jateamento de consultório e laboratorial no condicionamento da superfície de uma cerâmica Y-TZP (Lava, 3M ESPE) cimentados à um cimento resinoso (Panavia F 2.0, Kuraray). Os espécimes foram divididos em 4 grupos:

1- jateamento com dispositivo de consultório com partículas de óxido de alumínio de 50 µm + aplicação do Alloy Primer (Kuraray, Japão); 2- jateamento com dispositivo de consultório com

partículas de óxido de alumínio de 50 µm + Cesead II Opaque Primer (Kuraray, Japão); 3- jateamento com dispositivo de consultório com

partículas de óxido de alumínio de 50 µm + Silano-Pen + agente silano (Bredent);

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As superfícies tratadas receberam um cimento resinoso (Panavia F 2.0). Após a cimentação, os corpos-de-prova foram termociclados (6.000 ciclos de 5ºC – 55ºC) e o teste de cisalhamento foi realizado. Os resultados não indicaram diferença estatística entre os grupos. Entretanto, o desempenho do jateamento com dispositivo de consultório usado para a zircônia é uma alternativa para o tratamento da superfície.

Özcan et al. (2008b) compararam a adesão entre uma cerâmica Y-TZP (LAVA, 3M ESPE, Alemanha) cimentada a quatro tipos de cimentos resinosos, segundo as instruções dos fabricantes (Panavia F 2.0, Multilink, SuperBond e Quadrant Posterior Dense). O teste de resistência ao cisalhamento foi realizado, sendo que metade das amostras foi testada imediatamente e as demais foram termocicladas (6.000 ciclos / 5ºC - 55ºC) previamente ao teste. A resistência de união foi afetada significativamente após a termociclagem (p<0,001). O cimento Panavia F 2.0 demonstrou os maiores resultados na condição seca. Após a termociclagem, todas as amostras falharam antes do teste. Sendo assim, os autores concluíram que o uso de zircônia associada a esses tratamentos não pode ser recomendado para próteses fixas quando a retenção adesiva for necessária.

Tanaka et al., em 2008, investigaram a eficiência da silicatização sobre uma cerâmica à base de zircônia (Katana, Noritake Dental Supply Co. Ltd., Japão). Os corpos-de-prova foram jateados

com partículas de 30 m de óxido de alumínio modificadas por sílica

(50)
(51)

silicatização com um adesivo contendo monômero MDP associado a um agente silano.

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ocorrência de fratura; enfatizando que, para testes in-vitro, a dependência da resistência à taxa de tensão aplicada está relacionada ao crescimento subcrítico de trincas. Os autores concluíram que a resistência à flexão, o tamanho considerado crítico para falhas, e os padrões de fratura dos materiais testados sofre pela ação do meio em que o teste foi conduzido, e a taxa de tensão aplicada, porém a tenacidade à fratura é uma propriedade característica de cada material, independentemente dos fatores avaliados no estudo.

Diante da dificuldade em se estabelecer uma união confiável à zircônia, e sendo esta a limitação para a confecção de restaurações adesivas em zircônia, Aboushelib et al. (2008) avaliaram a resistência de união entre cimento resinoso (Panavia F 2.0) e uma cerâmica à base de zircônia (Procera Zircônia, NobelBiocare) em função de um condicionamento por infiltração seletiva associado a diferentes tipos de primers. Para isso, os autores utilizaram discos de zircônia (19,5 mm x 3 mm) em duas condições experimentais: (1) controle – apenas sinterizados; (2) superfície da cerâmica recoberta com vidro de baixa fusão, sinterização (750°C), condicionamento com ácido hidrofluorídrico 5% por 15 min. As amostras foram cobertas com um dos cinco primers experimentais, compostos por etanol (95%) e água deionizada (5%), onde foram misturados, após 24 h, 1% de uma dos seguintes monômeros de silano:

a) 3-acryloyloxypropyltrimethoxysilane; b) 3-isocyanatopropyltriethoxysilane; c) styrylethyltrimethoxysilane;

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e) 3-(N-allylamino) propyltrimethoxysilane. Após, discos de resina composta foram cimentados na superfície cerâmica tratada utilizando cimento resinoso contendo MDP (Panavia F 2,0), e após 24 h, o conjunto foi submetido ao corte para ensaio de resistência adesiva à microtração. A combinação entre condicionamento por infiltração seletiva de vidro, condicionamento ácido e primers experimentais promoveu aumento significativo nos resultados de resistência de união, em comparação aos grupos controle com aplicação dos mesmos primers. Análises em MEV revelaram que os tratamentos de cobertura com vidro / condicionamento ácido apresentaram nano-retenções na superfície onde o primer experimental para zircônia pode penetrar, explicando os maiores valores de resistência de união, e salientando a importância da morfologia superficial, além da união química promovida nessa interface.

Kitayama et al. (2009) avaliaram a aplicação de uma camada de 100 μm de cerâmica à base de sílica na resistência a tração de uma zircônia unida a cimento resinoso. Discos de zircônia (Cercon Base, Degudent) tiveram suas superfícies tratadas com:

1) jateamento com óxido de alumínio 70 μm (pressão de 0,5 MPa, 5 s, 10 mm de distância); 2) jateamento + aplicação de uma camada de

cerâmica à base de sílica (Cercon Ceram Kiss, Degudent) + sinterização;

(54)

As superfícies foram unidas a dois cimentos resinosos: Panavia F (Kuraray) e Superbond C & B (Sun Medical) e o conjunto foi testado quanto à resistência à tração da interface formada. O recobrimento da superfície de Y-TZP com uma camada de porcelana promoveu aumento de resistência adesiva para os dois cimentos testados. Quando o cimento Panavia F foi utilizado, os maiores valores de resistência adesiva foram apresentados após os tratamentos de superfície (2) e (3), enquanto que para o cimento Superbond C & B, os maiores valores foram atingidos com o tratamento de superfície (1). Os autores concluíram que a aplicação de uma camada de cerâmica vítrea na superfície da zircônia parece promover melhores resultados de adesão.

Oyagüe et al. (2009a) avaliaram o efeito do condicionamento da superfície na resistência à tração de uma cerâmica à base de óxido de zircônio cimentada a cimentos resinosos duais, com os seguintes tratamentos:

1) jateamento com partículas de óxido de alumí-nio de 125 µm (Supradental, Espanha) a uma distância de 5 mm, por 10 s à uma pressão de 60-100 psi (4,1-6,9 bar);

2) silicatização com partículas de óxido de alumí-nio (50 µm) modificadas por sílica (Supradental, Espanha);

3) sem tratamento de superfície.

(55)
(56)

superfície cerâmica após o tratamento (p<0,001), sendo que o jateamento apresentou a maior rugosidade (45,77 nm) seguido de silicatização (22,10 nm) e sem tratamento (9,39 nm). A resistência de união do cimento Clearfil foi significantemente maior que o RelyX Unicem e Calibra, independentemente do tipo de superfície (p<0,001). Fraturas prematuras ocorreram com o cimento Calibra quando cimentado à superfície silicatizada e não tratada. Este estudo recomendou para a cimentação de cerâmicas à base de zircônia a utilização de cimentos com monômero-fosfato (Clearfil), sendo que o tratamento de superfície não é necessário.

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do pré-tratamento da superfície cerâmica. Clearfil e RelyX Unicem foram adequados para a cimentação de zircônia.

Cattell et al. (2009) pesquisaram o desenvolvimento de um “overglaze” para aplicação na superfície de cerâmicas à base de zircônia, que poderia ser condicionado e favorecer o processo adesivo, além de aumentar a resistência a flexão do substrato cerâmico. Os materiais experimentais foram desenvolvidos a partir de pós comerciais (P25 e P54, Pemco) em diferentes proporções: (P25 90% + P54 10%), (P54 90% + P25 10%), e (P25 90% + 10% de um vidro experimental). Cilindros de resina composta (Marathon v, Dent-Mat) foram construídos sobre as superfícies experimentais após jateamento ou condicionamento com ácido fluorídrico 9,5%, e a união destes materiais foi testada através de cisalhamento. Além disso, amostras em forma de disco, jateadas ou com cobertura (P25 90% + 10% de um vidro experimental), foram testadas em flexão biaxial para determinar a resistência do material após estas alterações. Para a resistência de união, o grupo que recebeu aplicação de (P25 90% + 10% de um vidro experimental) apresentou maiores valores de resistência adesiva; e também apresentou resistência estatisticamente superior ao grupo jateado.

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citados. O jateamento apresentou os maiores valores de rugosidade (Ra), em relação ao controle e ao grupo que sofreu desgaste por broca diamantada, para as cerâmicas Cercon e DentaCad, porém diminui para a cerâmica Zirconzahn, provavelmente por promover uma superfície mais regular. A quantidade de fase monoclínica para os grupos jateados também foi maior, em todos os casos. Quanto à resistência a flexão biaxial, o jateamento promoveu valores mais elevados, e o desgaste levou à diminuição da resistência. Apesar de elevar os valores de resistência, o jateamento diminuiu o valor do módulo de Weibull (m), o que, segundo os autores, pode-se supor que, sob condições clínicas, os defeitos causados pelo impacto do jateamento podem agir como intensificadores de tensões, diminuindo a resistência do material ao longo do tempo.

Em 2009, Souza avaliou o efeito de diferentes protocolos de jateamento na resistência à flexão biaxial e na estabilidade estrutural de uma cerâmica de Y-TZP. Os grupos experimentais foram formados dependendo dos fatores do estudo, que

foram: jateamento (óxido de alumínio de 110 m ou 50 m; óxido de

sílica: 30 m ou 50 m); pressão (2,5 bar ou 3,5 bar) e ciclagem mecânica (com e sem). Concluiu que o jateamento com partículas

modificadas por sílica (Cojet) de 30 m a uma distância de 10 mm, por 20 s a uma pressão de 2,5 bar e 3,5 bar, parecem ser os tratamentos de superfície mais indicados para aumentar a resistência mecânica da cerâmica Y-TZP, já que não foi observado diminuição da resistência após fadiga mecânica. Porém, o tipo de partícula [óxido de

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ou 30 m)], a pressão (2,5 bar ou 3,5 bar) e a ciclagem mecânica

(100.000 ciclos, 50 N e 4 Hz) não influenciaram os valores de resistência entre os grupos experimentais.

Kern et al. (2009) avaliaram a resistência à tração entre uma cerâmica Y-TZP (Cercon, DeguDent) com três diferentes tipos de tratamento (polimento com lixa d’água de 600; jateamento com

partículas de óxido de alumínio de 50 m com pressão de 0,05 ou 0,25 MPa) cimentados a um cimento resinoso (Multilink Automix, Ivoclar-Vivadent) utilizando 4 condições experimentais de primer: sem aplicação de primer, Metal/Zirconia Primer (Ivoclar-Vivadent), Alloy Primer (Kuraray) ou com Clearfil Ceramic Primer (Kuraray). Os corpos-de-prova foram divididos em duas condições de armazenagem: 3 dias em água ou 150 dias em água mais 37.500 termociclos (5ºC-55ºC). O não jateamento da superfície cerâmica resultou no descolamento durante o envelhecimento artificial de 150 dias, independentemente do uso dos primers. A combinação entre jateamento e a utilização de primer melhorou a resistência de união significantemente (p<0,05). O jateamento com baixa pressão (0,05 MPa) reduziu a rugosidade quando comparado ao jateamento com pressão de 0,25 MPa sem afetar a durabilidade de união, promovendo adesividade adequada quando os primers foram aplicados.

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combinação com baixa pressão (0,05 MPa) e a utilização de primers contendo monômero éster fosfato parecem ser úteis para se obter uma união durável a longo prazo entre RelyX Unicem e uma cerâmica Y-TZP.

Kitayama et al. (2010) avaliaram a resistência à tração da combinação de primers e cimentos resinosos (Bistite II/Tokuso Ceramic Primer; Linkmax/GC Ceramic Primer; RelyX ARC/RelyX Ceramic Primer; Panavia F 2.0/Clearfil Ceramic Primer; Resicem/Shofu Porcelain Primer e Resicem/AZ Primer) à cerâmica feldspática (GN-1 Ceramic Block, GC) e a uma cerâmica à base de Y-TZP (Cercon Base, Degudent). As superfícies cerâmicas foram

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primer contendo um monômero ácido fosfônico ou um monômero

éster fosfato aumentam a resistência de união da resina à uma cerâmica Y-TZP.

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jateamento foi atribuída a sua capacidade de selar e modificar os defeitos de superfície, e provavelmente devido à contração de polimerização, que poderia ter criado forças compressivas nas extremidades da trinca. Raciocínio semelhante se aplica aos processos adesivos com sistemas resinosos.

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Com a intenção de criar uma união micromecânica e química mais favorável entre zircônia e cimento resinoso, Ntala et al, (2010) desenvolveram 4 diferentes glazes. As amostras (16 mm x 1 mm) de cerâmica à base de Y-TZP (ZS-Blanks, Kavo) foram confeccionadas e jateadas com partículas de óxido de alumínio de 50

μm (durante 13 s, a 10 mm de distância). Os espécimes foram divididos em 5 grupos de acordo com o tratamento de superfície: 1- Controle (jateado); 2- Hidroxiapatita (10%) + glaze (P25 - 90%); 3- IPS Empress 2 glass–ceramic (20%) + IPS e-max Ceram glaze (80%); 4- IPS Empress 2 glass (20%) + IPS e-max Ceram glaze (80%); 5- IPS Empress 2 glass (30%) + IPS e.max Ceram glaze (70%). A espessura do glaze foi verificada com auxílio de um micrômetro. Após a sinterização, foi aplicada uma camada de Monobond-S (Ivoclar-Vivadent) e realizada a cimentação utilizando cimento resinoso (Variolink II, Ivoclar-Vivadent) de acordo com as instruções do fabricante. Após armazenagem em água por 7 dias, as amostras foram testadas através do teste de cisalhamento. Fibras de dissilicato de lítio foram encontradas (MEV) nos grupos 3, 4 e 5, e fibras de menor escala foram observadas penetrando o glaze após um ciclo de queima da porcelana, nos grupos 4 e 5. Os autores concluíram que a aplicação de um novo material, contendo cerâmica vítrea associada a um glaze, com maior parte em dissilicato de lítio, pode ser um passo importante no avanço da pesquisa para melhorar a adesão entre zircônia e cimento resinoso.

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efeito do tratamento de superfície na adesão entre zircônia e cimento resinoso e na resistência a flexão do material. Para o teste de resistência a flexão de 3 pontos, barras de zircônia (IPS e.max ZirCAD B40 Blocks; Ivoclar Vivadent) foram confeccionadas e receberam:

1) nenhum tratamento de superfície;

2) jateamento com Al2O3 50 μm, a 3 bar de pres-são, a 10 mm de distância;

3) jateamento com Al2O3 30 μm modificado por sílica, a 3 bar de pressão;

4) desgaste com broca diamantada (granulação de 30 μm).

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O resultado do teste de resistência adesiva foi o seguinte (em ordem decrescente): jateamento com Al2O3 modificado por sílica + silano > desgaste com broca diamantada + zircônia primer > jateamento com Al2O3 + silanização > zircônia primer > jateamento com Al2O3 + zircônia primer. Também foi executado envelhecimento artificial (armazenagem em água 37°C por 90 dias), que resultou em diminuição dos valores de resistência adesiva para os grupos que receberam jateamento com Al2O3 modificado por sílica + silano e zircônia primer. O que importa salientar deste estudo, é que duas das alterações superficiais tiveram a capacidade de aumentar a resistência a flexão imediata do material, e que a combinação de tratamentos mecânicos e químicos para a superfície da zircônia foram essenciais para a obtenção de uma adesão durável entre zircônia – cimento resinoso – dentina.

(66)

o grupo jateado apresentou valores mais altos de adesão que e o seu grupo controle que não sobreviveu à ciclagem térmica. Primers contendo VBATDT (Alloy Primer e V Primer) não foram efetivos em promover adesão à zirconia quando utilizados isoladamente, contrariando relatos anteriores. Segundo os autores, esse monômero é adicionado para promover adesão com ligas metálicas nobres, logo, não sendo efetivo para ligas metálicas básicas. Porém, o Alloy Primer demonstrou ainda melhores resultados, provavelmente devido a sua combinação entre MDP e VBATDT. Os autores concluíram que a adesão química promovida pelos primers testados ainda não é efetiva a ponto de garantir uma adesão durável a superfície cerâmica, já o jateamento seguido da aplicação de primer se mostrou a melhor

opção, especialmente no caso do cimento Panavia F.

(67)

grupo com o primer MDP/VBATDT e cimento resinoso RelyX Unicem. Os autores especularam sobre uma adesão efetiva entre a formulação do primer e a camada de zircônia, que pode ter sido otimizada pelos monômeros fosfatados epolyacidicos presentes no cimento RelyX Unicem. Além disso, as ligações duplas de carbono presentes nos dois componentes do primer, que tendem a unir-se a monômeros resinosos, podem ter apresentado maior afinidade com este cimento.

Aboushelib et al. (2011) avaliaram a resistência adesiva e a durabilidade da união entre uma cerâmica à base de zircônia (Procera Zircônia, NobelBiocare) e um cimento resinoso. Esse estudo utilizou uma técnica de condicionamento por infiltração seletiva (SIE) a fim de tornar a superfície densa e sem retenções da zircônia em uma superfície porosa capaz de se unir mecanicamente a adesivos resinosos. Nessa técnica, a superfície da zircônia é coberta por uma camada de vidro e é aquecida acima do ponto de transição (750°C), onde o vidro fundido começa a difundir na região do limite dos grãos. Após a remoção deste material, a superfície fica porosa e permite o embricamento micro mecânico com adesivos e cimentos resinosos. Discos de zircônia (19,4 mm x 3 mm) foram confeccionados e divididos em três grupos (n = 12) de acordo com o tratamento de superfície:

1) sem tratamento;

2) abrasão com partículas de alumina (50 μm, 2 bar, 10 mm de distância, durante 15 s);

(68)

Após, os espécimes foram condicionados com ácido hidrofluorídrico a 5% e cimentados a discos de resina composta (Filtek Z 250, 3M ESPE) com o sistema Panavia F 2.0. A resistência de união foi avaliada através do teste de microtração (MTBS), que foi realizado depois de cada um dos seguintes protocolos de envelhecimento: termociclagem (10.000 ciclos entre 5 e 550C), 4 semanas, 26 semanas, 52 semanas e 104 semanas de armazenamento de água (37°C). Foram encontradas diferenças significativas nos valores de microtração entre os três grupos estudados e em cada um dos intervalos de envelhecimento (p < 0,001). Após dois anos de envelhecimento artificial, todas as amostras do grupo controle sofreram falha espontânea, enquanto que houve uma redução significativa na resistência de união do grupo jateado com partículas de óxido de alumínio (21,3 MPa). A resistência de união do grupo tratado com recobrimento de vidro foi relativamente estável (44,1 MPa), após a conclusão do envelhecimento. Dentro das limitações do estudo, as retenções micro mecânicas e a presença de sílica foram consideradas pré-requisitos para o estabelecimento de uma união forte e durável para materiais à base de zircônia.

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indicava o jateamento com partículas de Al2O3, as outras estratégias incluíam a silicatização da superfície cerâmica. O grupo que seguiu a indicação do fabricante para utilização do cimento Panavia F não sobreviveu aos 90 dias de armazenagem em água; o grupo que seguia a indicação do fabricante para utilização do cimento SuperBond e o grupo que combinou silicatização + silano MPS/4-META + Panavia F apresentaram resultados inferiores aos demais grupos silicatizados. Os autores concluíram que a silicatização seguida de silanização mostrou a melhor alternativa para utilização dos cimentos testados, e embora o cimento SuperBond tenha se mostrado compatível com os dois

primers testados, o cimento Panavia F se mostrou menos compatível

ao primer que contém MPS/4-META.

(70)

Lorenzoni et al. (2012) avaliaram o efeito de dois

primers à base de monômeros ácidos fosfatados (MDP) e de uma

solução de hidróxido de sódio (NaOH) na resistência adesiva ao cisalhamento entre zircônia e cimento resinoso auto-adesivo. A intensão da aplicação de NaOH foi aumentar a disponibilidade de grupos hidroxílicos na superfície da cerâmica, favorecendo a adesão a compósitos. Porém, apenas a aplicação de Alloy-Primer (Kuraray) apresentou melhora nos valores de adesão, independente da aplicação prévia de NaOH, a qual não apresentou melhora da adesão frente ao uso de primers, mas aumentou os valores quando comparado ao grupo controle (sem nenhum tratamento de superfície). Segundo os autores, a aplicação da solução alcalina pode ter realmente aumentado a disponibilidade de grupos hidroxílicos, o que pode ter favorecido a reação ácido-base entre os óxidos metálicos presentes na superfície cerâmica, com agentes presentes tanto no cimento resinoso quanto nos

primers utilizados. O grupo controle apresentou os menores valores de

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Associando a utilização de agentes de união e cimentos resinosos, Koizumi et al., em 2012, avaliaram a aplicação de diferentes agentes de união e cimentos resinosos na durabilidade de união ao cisalhamento à uma cerâmica à base de Y-TZP (Katana, Noritake Dental Suply, Japão) após jateamento com óxido de alumínio (50 à 70 μm). As amostras foram testadas 24 h após a cimentação ou após 20.000 ciclos térmicos (5oC-55oC). Os autores concluíram que a aplicação de cimentos resinosos e agentes contendo monômero fosfatados promovem melhores resultados de resistência de união à zircônia que os demais sistemas estudados.

Lung et al., em 2012, estudaram o comportamento de agentes aplicados sobre uma superfície de Y-TZP silicatizada (Rocatec Plus, partículas de 110 μm). Foram utilizados o ácido oleico, o ácido itacônico e o 2-hidroxietil metacrilato; além de dois agentes silanos: um experimental à base de 3-acriloxipropiltrimetoxisilano e o 3M Espe Sil (3M Espe, Alemanha). As amostras foram preparadas para o teste de cisalhamento e foram testadas após: 24 h, 30 dias de armazenagem em água ou termociclagem (6.000x; 5oC-55oC). Os grupos que utilizaram o agente silano experimental apresentaram uma tendência a maiores valores de resistência ao cisalhamento seguido do 3M ESPE Sil. O silano experimental manteve-se estável independente da condição de envelhecimento, sendo estatisticamente superior aos outros grupos após termociclagem.

(72)

superfície cerâmica Y-TZP jateada (partículas de óxido de alumío de 50 μm; 15 s; 2,5 bar) e à outras superfícies (cerâmica ácido sensível e duas ligas metálicas nobres, com agentes condicionantes específicos). Concluíram que o Monobond Plus parece ser uma alternativa confiável para o condicionamento de cerâmicas Y-TZP, bem como cerâmicas à base de dissilicato de lítio e ligas nobres, visto que apresentou resultados semelhantes aos métodos bem estabelecidos na literatura atual.

(73)

(10.000x, 5ºC-55ºC) (n≥12). Nos grupos imediatos RelyX ARC-silicatização e Panavia F-jateamento apresentaram as médias mais

altas de  (13,9 e 13,0 MPa, respectivamente), seguido do RelyX U100-jateamento (10,2 MPa). Após a termociclagem, o cimento Panavia F-jateamento foi melhor (14,8 MPa) seguido pelo RelyX ARC-silicatização e RelyX U100-jateamento (12,9 e 9,9 MPa, respectivamente). Após a armazenagem por 60 dias, os cimentos se comportaram de forma semelhante, contudo os grupos que foram silicatizados demonstraram uma tendência a valores mais elevados de

 (MPa). O presente estudo teve como base a metodologia descrita na

(74)

O objetivo neste estudo foi avaliar a adesão entre

cimentos resinosos duais à dentina e a uma cerâmica à base de

zircônia tetragonal parcialmente estabilizada por óxido de ítrio

(Y-TZP) que recebeu diferentes estratégias de cimentação e

envelhecimento (armazenagem em água e ciclagem térmica) a médio e

longo prazos.

As hipóteses deste estudo são:

- O cimento contendo monômero fosfato (Panavia F)

apresenta maior resistência de união em relação ao cimento

auto-adesivo (RelyX U100) e ao cimento resinoso convencional (RelyX

ARC), independente do tratamento de superfície cerâmico ou da

estratégia de envelhecimento;

- O envelhecimento, simulando longo tempo em

serviço (por armazenagem em água ou ciclagem térmica), reduz a

resistência adesiva do conjunto dentina – cimento resinoso – cerâmica,

independentemente do agente cimentante utilizado (RelyX ARC,

(75)

4.1 Preparo dos dentes

Imagem

Figura 1 -  A) exposição dentinária por meio de corte com disco em baixa rotação;
Figura 2 - Representação gráfica das dimensões do bloco cerâmico após  sinterização.
Figura 3 -   Imagens representativas do corte dos conjuntos cerâmica-cimento- cerâmica-cimento-dente para obtenção dos corpos-de-prova em forma de barra
Figura 4 – A) preenchimento dos cortes com alginato. B, C, D) finalização dos  corets no eixo Y; E) corte final da base dos corpos-de-prova soltando os mesmos  da dentina; F) corpos de prova prontos para  as condições de envelhecimento/teste  de microtraçã
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Referências

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