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Mas as inovações são reconhecidas, de fato, como inovações, quando são adotadas e difundidas na sociedade. O modelo conceitual para a difusão de
inovações em serviços de saúde, formulado por Greenhalgh et al. (2004), é
constituído de seis etapas. A terceira etapa do modelo, traduzida como a comunicação e a influência para a adoção de uma dada inovação, por meio da difusão e da disseminação desta, representa um dos desafios da interação entre os gestores/líderes dos hospitais e a coordenação/governança da InovarH-BA. Todavia, comunicar e influenciar são dependentes das duas etapas anteriores, traduzidas como definição dos atributos da inovação e adoção pelos indivíduos e assimilação pelo sistema.
Greenhalgh et al. (2004), quando sugerem um modelo conceitual para a
difusão de inovações em serviços de saúde, esclarecem as distinções entre os termos difusão e disseminação. A disseminação é o resultado de esforços ativos e planejados para persuadir grupos-alvo a adotar uma inovação. A difusão é informal, não planejada, descentralizada, horizontal ou negociada entre os pares.
Adoção e, consequentemente, a difusão de inovações, implicam em um processo de AO. Esses processos estão associados à ampliação do estoque de conhecimentos para melhorar o desempenho da organização e associam-se, também, à IG, desde que exista o aprimoramento permanente destes para gerar inovações e desenvolver competências individuais e organizacionais. Tais processos objetivam a aquisição de diferenciais em relação às demais organizações, concorrentes ou não, e potencializam a capacidade de sustentabilidade dessas organizações (LASTRES; FERRAZ, 1999; TIDD; BESSANT; PAVIT, 2008).
As IG estão relacionadas às mudanças ocorridas na estrutura gerencial, na interação entre as diversas áreas ou setores ou departamentos, no relacionamento
com os stakeholders e nas diversas técnicas de estruturação dos processos. O
processo de inovação se dá a partir do aprendizado e da introdução deste em novas práticas, produtos, desenhos e processos. Em muitas situações, o processo inovador pode ser resumido à introdução de novas tecnologias ou de inovações tecnológicas, no contexto organizacional. Quase sempre, o processo inovativo é fruto de um caráter interativo, na medida em que envolvem agentes, tais como: organizações (i.e. firmas, associações, cooperativas), agências governamentais, universidades, institutos de pesquisas e instituições financeiras (CASSIOLATO, 2004; SBICCA; PELAEZ, 2006; TIGRE, 2006).
A inovação produz impactos econômicos, desde que difundida amplamente entre as organizações, os setores e as regiões, desencadeando novos mecanismos,
processos, empreendimentos ou criando novos loci na sociedade. A difusão pode
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recomendável estabelecer um estilo de liderança organizacional que avalie a pertinência em adotar e difundir inovações na organização do local de trabalho.
De acordo com Souza (2000, p. 25), o exercício da liderança, nesta era, é produzir resultados por meio de “pontes internas e externas”, com o objetivo de liberar a criatividade dos “talentos humanos”. Dessa forma, é pertinente uma mudança de mentalidade dos líderes para gerar resultados “fora das paredes” das organizações. Tal premissa requer desses líderes monitorar e avaliar as interações firmadas entre os sujeitos organizacionais.
Greenhalgh et al. (2004) salientam que as iniciativas de inovação em saúde têm sido relativamente desfavorecidas no que se refere à difusão de inovações nas organizações prestadoras de serviços. Tal fato justifica recomendar o planejamento da difusão de inovações em serviços de saúde, com o fim de maximizar a exposição e o alcance de inovações bem sucedidas no âmbito dos comportamentos e, eventualmente, induzir mudanças desejáveis na gestão administrativa e assistencial dos serviços de saúde.
Essa difusão se processa a partir da aprendizagem que está intrinsecamente associada à capacidade de inovar. Para tanto, a aprendizagem é concebida como algo interativo, não descolada do envolvimento de organizações e do contexto cultural, dependendo da flexibilidade organizacional e da capacidade cognitiva, no sentido de absorção de novos conhecimentos. Tais atributos são elementos essenciais para a difusão de novas tecnologias (ROGERS, 2003; SBICCA; PELAEZ, 2006; TIGRE, 2006).
Estabelecendo uma analogia com o trabalho seminal de Arrow (1992) sobre o conceito de aprendizado, infere-se que o aprendizado é um processo cumulativo, por meio do qual as organizações ampliam os estoques de conhecimento, aperfeiçoam procedimentos de busca e refinam habilidades em desenvolver ou manufaturar tecnologias (i.e. produto, processo, gestão e modelo de negócio).
Os processos de aprendizado no contexto das teorias da firma são explorados por diversos teóricos. A partir dos trabalhos elaborados por Cassiolato (2004) e Queiroz (2006), os principais processos de aprendizagem são mapeados na Figura 1. Ressalta-se que esse mapeamento não abrange a análise exaustiva do fenômeno, mas considera que o conteúdo da aprendizagem é a heurística organizacional, a partir da rotina organizacional, como um guia para aperfeiçoar a experiência (CASSIOLATO, 2004, p. 4).
Cassiolato (2004) sinaliza que a literatura tem classificado a AO em dois âmbitos: o interno e o externo. O aprendizado interno é influenciado pelas idiossincrasias, pela cultura organizacional e, também, pelos custos relacionados às atividades de aprendizado. No entanto, a multidisciplinaridade de conhecimentos, o custo de novas tecnologias, a natureza sistêmica e complexa de inovar exigem que o aprendizado interno se vincule ao aprendizado externo.
O aprendizado externo fundamenta-se a partir do entendimento que inovação é um processo interativo de natureza social, é resultado de diferentes articulações
entre atores, organizações e instituições (LUNDVALL et al., 2001). Esse
aprendizado não pode substituir o interno, mas aumenta a sua velocidade ou modifica a direção e as dimensões necessárias. Observa-se que o aprendizado interno é condição sine qua non para o aprendizado externo. Conclui-se que a AO caracteriza-se por combinações diversas de aprendizado interno e externo, propiciando a criação do conhecimento (NONAKA; TOYAMA; KONNO, 2000).
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