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O papel de uma universidade corporativa no sistema de ensino policial do Brasil: um estudo de caso da Academia Nacional de Polícia

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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E DE PESQUISA

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA COM ÊNFASE EM CRIMINALÍSTICA

O papel de uma Universidade Corporativa no

Sistema de Ensino Policial do Brasil: um estudo de caso da

Academia Nacional de Polícia.

Lúcio Batista Mata

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O papel de uma Universidade Corporativa no

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LÚCIO BATISTA MATA

O papel de uma Universidade Corporativa no

Sistema de Ensino Policial do Brasil: um estudo de caso da

Academia Nacional de Polícia.

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Administração Pública com ênfase em Criminalística, da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro – RJ, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Débora Zouain

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Mata, Lúcio Batista

O papel de uma universidade corporativa no sistema de ensino policial do Brasil: um estudo de caso da Academia Nacional de Polícia / Lúcio Batista Mata. – 2011.

122 f.

Dissertação (mestrado) - Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa.

Orientadora: Deborah Moraes Zouain. Inclui bibliografia.

1. Educação corporativa – Estudo de casos. 2. Policiais – Treinamento – Estudo de casos. 3. Peritos – Treinamento – Estudo de casos. 4.

Aprendizagem organizacional – Estudo de casos. 5. Responsabilidade dos empregadores na educação – Estudo de casos. I. Zouain, Deborah Moraes. II. Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa. III. Título.

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Agradecimentos

Meus sinceros agradecimentos a todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a elaboração do presente trabalho, este que é fruto de uma determinação em não aceitar qualquer acomodação, característica natural de uma personalidade inquieta e curiosa;

Agradecimentos especiais aos colegas Peritos Criminais Federais de todo o Brasil, que atenderam ao chamado para realização da pesquisa de campo;

Aos amigos do programa do mestrado, que tanto contribuíram com seu incentivo e suas idéias;

A todos os professores do programa do mestrado, cujo entusiasmo experiente e sempre presente estimulou sobremaneira a superação das dificuldades, e, em especial, a Professora Dra. Débora Zouain, orientadora competente e tranqüilizadora;

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“Por certo que a só humana condição iguala os homens e não suas aptidões físicas e intelectuais, estas integram natureza das variáveis que se prestam ao aprimoramento do ser.”

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Resumo

A Ciência Policial, ainda que controversa sua real existência, pode ser um importante meio de prova da verdade, destinada a produzir a convicção do julgador na decisão de um crime, sendo uma especialização recente e muito pouco explorada pela literatura técnica nacional.

O presente estudo visa caracterizar a formação e o desenvolvimento profissional dos Peritos Criminais Federais, lotados no Departamento de Polícia Federal. Para isso, foi realizado trabalho de pesquisa envolvendo um embasamento teórico, o levantamento de dados colhidos a partir dos Peritos e suas chefias imediatas nos Setores Técnico-Científicos, além de entrevistas com dirigentes da Academia Nacional de Polícia, localizada em Brasília - DF.

A primeira parte do trabalho apresenta uma introdução e a revisão bibliográfica, com breve histórico do Sistema de Ensino Policial no Brasil, conceitos de Educação Corporativa e desenvolvimento de competências, assim como aspectos da formação e desenvolvimento policial na Academia Nacional de Polícia, do Departamento de Polícia Federal.

A segunda parte trata justamente da forma como essa pesquisa foi organizada e de sua coleta dos dados. A metodologia empregada utiliza uma abordagem transdisciplinar, característica sempre presente na própria formação e desenvolvimento do policial.

A terceira, a análise dos dados, leva às conclusões do estudo realizado e elenca as principais características da formação e desenvolvimento profissional do Perito Criminal Federal.

Finalmente, a conclusão encerra a dissertação, apresentando sugestões para futuras pesquisas a respeito da matéria.

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Abstract

The Science Police, though controversial his existence, may be an important proof of fact, destined to produce a conviction of the judge in deciding a crime, being a recent and very little expertise operated by national technical literature.

This study aims to characterize the training and professional development of federal criminal experts, stationed in the Federal Police Department. For this, research work was carried out involving a theoretical basis, the survey data collected from the Experts and their immediate supervisors in Technical and Scientific Sectors, plus interviews with leaders of the National Police Academy, located in Brasília - DF.

The first part of the paper presents an introduction and literature review, with a brief history of the Police Education System in Brazil, the concepts of Corporate Education and skills development as well as aspects of training and development officer in the National Police Academy, Police Department Federal.

The second part deals specifically with the way this survey was organized and its data collection. The methodology uses a transdisciplinary approach, ever-present feature in their own training and development officer.

The third, the data analysis, leads to the conclusions of the study and lists the main features of the training and professional development of the Federal Criminal Expert.

Finally, the conclusion ends the paper, with suggestions for future research on the matter.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

1.1 Tema e problema da pesquisa ... 10

1.2 Objetivos ... 13

1.2.1 Objetivo geral ... 13

1.2.2 Objetivos específicos ... 13

1.3 Hipótese Básica ... 14

1.4 Delimitação do Estudo ... 14

1.5 Relevâncias do Estudo ... 15

1.6 Justificativa e questões orientadoras ... 18

1.7 Glossário ... 19

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 21

2.1 O sistema de Ensino Policial no Brasil... 21

2.2 Educação Corporativa ... 25

2.3 A formação policial na Academia Nacional de Polícia ... 30

2.3.1 Breve histórico ... 30

2.3.2 Competência legal... 32

2.3.3 Visão Corporativa ... 34

2.3.4 Organograma ... 34

2.3.5 Plataforma de trabalho em Educação ... 37

2.3.5.1 Formação Profissional ... 38

2.3.5.2 Especialização Profissional ... 38

2.3.5.3 Educação à distância ... 39

2.3.5.4 Educação Continuada ... 41

3 A PESQUISA ... 42

3.1 Metodologia da Pesquisa ... 42

3.2 Universo e amostra ... 44

3.3 Coleta de dados ... 48

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 50

4.1 Introdução ... 50

4.2 Respostas ao questionário encaminhado aos Peritos Criminais Federais ... 52

4.2.1 Análise consolidada das respostas ao Questionário ... 75

4.3 Entrevistas realizadas com chefes dos Setores Técnico-Científicos ... 76

4.3.1 Análise consolidada das Entrevistas ... 81

4.4 Depoimentos dos Diretores ... 82

4.4.1 Análise consolidada dos Depoimentos ... 87

4.5 Consolidação dos resultados ... 89

5 CONCLUSÕES ... 90

6 REFERÊNCIAS ... 95

7 APENSOS ... 98

7.1 APENSO I – Comunicação remetida a todas as Superintendências ... 99

Regionais do Departamento de Polícia Federal ... 103

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1 INTRODUÇÃO

Este capítulo se destina a apresentar o problema em Criminalística a ser investigado, o objetivo final e os intermediários da pesquisa. Também será delimitado o estudo a ser desenvolvido e a sua relevância para o campo da Administração Pública, especificamente na área de Segurança Pública, assim como para a comunidade científica e para a sociedade em geral, além da definição de termos e conceitos utilizados no trabalho.

1.1 Tema e problema da pesquisa

A formação profissional policial no Brasil é um tema que envolve múltiplos aspectos. De um lado temos aqueles que defendem uma formação tradicional nas academias de polícia e, de outro, temos pessoas que acreditam que essa formação deva acontecer num ambiente externo às organizações policiais, em geral nas universidades. Essa dicotomia decorre, entre outras razões, do sistema de segurança pública brasileiro ser fragmentário, marcado pelo isolamento das instituições, apesar dos esforços atuais de integração (NASCIMENTO, 2011).

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desenvolvimento das ações policiais e à realização de suas estratégias organizacionais.

Esse é um dos aspectos da Educação Corporativa. Trata-se da gestão do conhecimento pelas organizações, ao se defrontarem com a carência ou inexistência de formação profissional específica dos alunos diplomados pelas universidades. A missão de uma universidade corporativa consiste em formar e desenvolver os talentos humanos na gestão dos negócios, promovendo a gestão do conhecimento organizacional (geração, assimilação, difusão e aplicação), através de um processo de aprendizagem ativa e continua (EBOLI, 1996, p.64).

Entretanto, a formação acadêmica no ambiente da universidade dá oportunidade ao policial de interagir com outros agentes da segurança pública, da justiça criminal e da própria sociedade. Essa interação permite ao policial entender melhor sua atividade inserida num contexto, em que suas ações se refletem na atividade de outras instituições, tanto nos aspectos preventivos, quanto nos repressivos. É inegável a necessidade da produção de conhecimentos específicos de Segurança Pública, mas é preciso mais: profissionais de polícia precisam e devem se dedicar à Ciência (ESPUNY, 2011).

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Inegável é a relação histórico-ontológica do trabalho com a educação. De acordo com o professor Savianni (RBE, v.12, n.34, 2007), deve-se atrelar uma preparação politécnica a centros de excelência na realização de um trabalho. Esta proposição já se sustenta pela demonstração aos alunos do exemplo na articulação das diversas especialidades, quando da realização das atividades diárias e concretas de um trabalho socialmente “correto”. Porém, o mais importante é que esta vinculação deve ser ressaltada pela idéia de que Politecnia envolve a articulação entre trabalho intelectual e manual, principalmente no processo de formação e conhecimento do próprio trabalho: aprender a fazer fazendo.

Na visão do mestre, a origem da educação coincide com a origem do próprio homem, ao se produzir como tal:

“Diríamos, pois, que no ponto de partida a relação entre trabalho e educação é uma relação de identidade. Os homens aprendiam a produzir sua existência no próprio ato de produzi-la. Eles aprendiam a trabalhar trabalhando. Lidando com a natureza, relacionando-se uns com os outros, os homens educavam-se e educavam as novas gerações. A produção da existência implica o desenvolvimento de formas e conteúdos cuja validade é estabelecida pela experiência, o que configura um verdadeiro processo de aprendizagem. Assim, enquanto os elementos não validados pela experiência são afastados, aqueles cuja eficácia a experiência corrobora necessitam ser preservados e transmitidos às novas gerações no interesse da continuidade da espécie.”

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desenvolvidas durante o trabalho policial. A formação acadêmica do Perito é realizada em ambiente universitário e sua preparação policial é desenvolvida pela Academia Nacional de Polícia, em Brasília, no Distrito Federal.

Nesse ponto, chega-se ao problema em que se baseia a presente pesquisa, identificando a presença de uma Universidade Corporativa no Sistema de Ensino Policial do Brasil através do seguinte questionamento: qual a percepção do Perito Criminal Federal, em relação à Academia Nacional de Polícia, sobre sua formação e desenvolvimento profissional e a sua conseqüente valorização como policial?

1.2 Objetivos

1.2 Objetivo Geral

Nessa busca, o objetivo final do trabalho pode ser definido, de forma geral, como sendo a identificação ou não de elementos de uma Universidade Corporativa na Academia Nacional de Polícia, em relação ao Sistema de Ensino Policial do Brasil.

1.2 Objetivos Específicos

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Além disso, buscou-se nesse trabalho identificar características da atuação da Academia Nacional de Polícia que atendam aos requisitos de uma Universidade Corporativa.

1.3 Hipótese Básica

A busca realizada neste trabalho foi em responder ao seguinte questionamento: é possível identificar na Academia Nacional de Polícia elementos de uma Universidade Corporativa, inserida no Sistema de Ensino Policial do Brasil?

Na suposição da Academia Nacional de Polícia representar um modelo de Universidade Corporativa, espera-se que a percepção de um grupo delimitado de alunos, que no presente caso são os Peritos Criminais Federais, possa esclarecer a posição da ANP no contexto educacional policial brasileiro.

Nessa linha será elaborada a pesquisa, na expectativa de se identificar na Academia Nacional de Polícia características de uma Universidade Corporativa, enquanto instituição de educação e treinamento na organização Departamento de Polícia Federal. Deverá ser verificada na ANP a disponibilização de várias alternativas de aprendizagem, alinhadas às estratégias organizacionais, visando promover o desenvolvimento não apenas de seus policiais, mas também de outros agentes da cadeia de valor, na área de segurança pública.

1.4 Delimitações do Estudo

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mesmo campo e análogos, uma vez que parte da informação de que necessita pode, muitas vezes, ser encontrada nesses últimos. Não havendo estudos semelhantes, que é o caso em tela, foi formulado o questionamento com base na experiência deste relator. Saber exatamente aquilo que se pretende pesquisar é o mesmo que definir corretamente o problema (JANNUZZI, 2002).

Este trabalho buscou responder ao questionamento de ser possível identificar o papel de uma Universidade Corporativa no Sistema de Ensino Policial do Brasil, levando em consideração dados obtidos sobre a percepção do Perito Criminal Federal, em relação à Academia Nacional de Polícia, quanto à formação e desenvolvimento do policial e sua valorização.

O passo seguinte, após a definição do problema, compreende a fase de delimitação e planejamento, que consiste em se determinar o procedimento necessário para resolver o problema e, em especial, como levantar informações sobre o assunto objeto do estudo (MALHOTRA, 2001).

O estudo abrangeu as percepções dos Peritos Criminais Federais sobre sua formação policial, ocorrida na Academia Nacional de Polícia, obtida em questionários dirigidos. O trabalho foi realizado à luz dos conceitos de Educação Corporativa e da teoria educacional envolvida numa formação politécnica, com abordagem transdisciplinar. Além disso, foram coletadas informações complementares sobre a formação dos Peritos Criminais Federais, na visão das suas chefias imediatas e dos dirigentes da Academia Nacional de Polícia, mediante entrevistas livres.

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A maioria das organizações, principalmente as mais bem-sucedidas, está se engajando com toda força em programas de mudança e de inovação, procurando acompanhar o que acontece no ambiente ao seu redor. Esse ajustamento ambiental é contínuo e ininterrupto (VIVAS, 2008).

Entretanto, algumas organizações vão mais além, procurando se antecipar e promover as mudanças que acontecerão no mundo exterior. No entanto, para poderem promover essa mudança externa elas precisam antes promover a mudança interna. Isto significa necessariamente alterações estruturais em seus formatos e nas redes de relações internas, nas estruturas de seus órgãos componentes e na maneira como são tocados os processos organizacionais.

Os hábitos, os valores, os comportamentos e as atitudes das pessoas são profundamente afetados, assim como os papéis por elas assumidos e os relacionamentos mútuos. Para BENDALY (1998), torna-se indispensável que as pessoas sejam capazes de aprender constante e incessantemente.

Por esta razão grandes empresas estão, já há algum tempo, utilizando as ferramentas da Tecnologia da Informação para sistematizar, resguardar, gerenciar e difundir seu próprio conhecimento. Essas ferramentas são bancos de dados de diversas naturezas e com muitas facilidades na recuperação das informações. Em alguns casos noticiados, o que era para ser simplesmente uma “base de conhecimentos”, já se transformou em produtos novos e dá lucros para a empresa. É o conhecimento empresarial gerando novos negócios.

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comportamentos e ações, porém, depende diretamente do convívio com a prática profissional e, sobretudo do processo educacional.

Assim, as universidades corporativas apresentam-se como uma tentativa das organizações de envidar esforços para que o processo de desenvolvimento das pessoas tenha caráter contínuo e faça parte do alinhamento estratégico. Elas contribuem para acumulação, difusão e desenvolvimento do conhecimento nas organizações. Por meio dessas universidades as organizações tentam superar o modelo estático e reativo de treinamento e desenvolvimento, adotando amplo sistema educacional corporativo de modo a contribuir para o alcance dos objetivos da organização.

Entretanto, a universidade corporativa em si não gera vantagem competitiva na medida em que se verifica sua rápida proliferação em inúmeras organizações. As vantagens competitivas sustentáveis seriam possíveis através do desenvolvimento de uma cultura de aprendizado e gestão do conhecimento, sendo que a universidade corporativa representa o meio pelo qual se conduz e se reforça esse processo. Por esta razão, poderia ser considerado um fator de qualificação relevante, mesmo em segmentos de monopólio estatal, como é o caso da Segurança Pública.

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Foi escolhida a Academia Nacional de Polícia, como estudo de caso, para confrontar a teoria com a prática, ou seja, mostrar que a UC é uma utopia ou não e se ela contribui, de fato, para que a organização alcance os seus objetivos estratégicos através do desenvolvimento contínuo das pessoas. Para constatar essa veracidade, serão colhidos testemunhos e será realizada uma pesquisa de campo junto aos Peritos Criminais Federais, do Departamento de Polícia Federal, no sentido de saber os benefícios gerados para os policiais e avaliar a imagem da Academia Nacional de Polícia percebida pelos formados.

1.6 Justificativa e questões orientadoras

O presente estudo se justifica pelas ações que são verificadas historicamente, a exemplo do Plano Nacional de Segurança Pública (PNSP), anunciado em junho de 2000, cujo objetivo era articular ações de repressão e prevenção da criminalidade no País (BRASIL, 2012). O plano foi dividido em quatro partes ou conjuntos de medidas e compreendia 15 compromissos, que se desdobravam em 124 ações, envolvendo temas relacionados a crime organizado, controle de armas, capacitação profissional e reaparelhamento das polícias.

Nesse sentido e em relação à capacitação profissional, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), dentro da temática Educação e Valorização, mantém vários subtemas como: Matriz Curricular Nacional, Ensino a Distância, Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (RENAESP), dentre outros.

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participa da discussão e elaboração da Matriz Curricular Nacional e criou a Escola Superior de Polícia (ESP), integrada a RENAESP, sendo um projeto de educação permanente voltado aos profissionais de segurança pública, promovendo cursos de pós-graduação sobre diferentes temas relacionados à Segurança Pública.

Desta forma, as questões que orientam a pesquisa são: 1. O que é e como se encontra estruturada a Academia Nacional de Polícia?

2. Qual é a percepção do aluno (Perito Criminal Federal) formado ou capacitado pela ANP?

3. Na visão da chefia imediata, como a formação afetou o desempenho profissional do recém-egresso da ANP e quais contribuições de melhoria?

4. Quais as consolidações e perspectivas dos dirigentes da ANP?

1.7 Glossário

Para melhor entendimento do conteúdo deste estudo, segue-se um pequeno glossário de termos técnicos.

CRIMINALÍSTICA - Disciplina autônoma, integrada pelos diferentes ramos do conhecimento técnico-científico, auxiliar e informativa das atividades policiais e judiciárias de investigação criminal.

LAUDO PERICIAL - Peça escrita na qual o perito expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, a síntese do objeto da perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências feitas, os critérios adotados e os resultados fundamentados, e as suas conclusões.

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PERÍCIA CRIMINAL - Exame técnico-científico realizado por perito oficial, portador de diploma de graduação em nível superior, devidamente registrado, especialista em determinado ramo do conhecimento humano.

PERITO - Profissional de nível universitário, devidamente inscrito no órgão de classe competente, especialista em determinado ramo do conhecimento humano.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O Sistema de Ensino Policial no Brasil

Atualmente, não existe no Brasil um sistema integrado de ensino para os profissionais de segurança pública. As forças policiais federais, estaduais e municipais são autônomas e independentes, inclusive para formação e treinamento de seus efetivos. Não existe mecanismo de certificação ou validação de currículos, nem mesmo de homologação de diplomas, apesar de existirem iniciativas isoladas de inserção no Sistema Educacional Brasileiro e submissão aos critérios do Ministério da Educação.

Estudos realizados por PIRES (2008) concluíram que o ensino policial no Brasil por muito tempo teve natureza autônoma, vez que os cursos ministrados pelas diversas Academias de Polícia não eram homogêneos e atendiam aos interesses da administração pública local. Não havia a preocupação com a eqüidade no processo de formação policial que garantisse a unidade de pensamento e ações adequadas às necessidades sociais vigente.

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Os currículos dos cursos de formação profissional para os futuros policiais revelam uma ênfase excessiva no controle do crime em uma estratégia exclusivamente reativa da polícia, e dirigida principalmente para o confronto, apontando deficiências na área da atividade preventiva, com enfoque na negociação de conflitos e no relacionamento direto com o cidadão; evidencia-se, igualmente, uma clara negligência no preparo do policial – civil e militar – para o trato de outras demandas e interesses da população que não estejam restritas apenas ao cumprimento de lei, mas que dizem respeito à manutenção de ordem pública pela via da negociação.

Dessa forma, segundo MISSE (2006), as questões tecnológicas e organizacionais da polícia e da formação policial ficaram muito tempo relegadas a segundo plano, pois em um modelo autoritário dominante o crime deveria ser combatido com repressão física e, por outro lado, num modelo paternalista o importante seria resolver as questões relacionadas às desigualdades sociais e distribuição de renda. O desenvolvimento de uma Polícia eficiente e bem aparelhada seria algo secundário.

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possibilitará o diálogo entre instituições, superando disputas e rivalidades, além de fomentar uma formação profissional de qualidade à altura das necessidades e das exigências do país (BRASIL, 2012).

Esse estágio futuro de desenvolvimento da formação policial demanda massa crítica de profissionais especializados e qualificados em educação, que sejam multiplicadores e inovadores na pesquisa e no trabalho policial. Segundo BITTNER (2003), a construção dessa visão de ciência policial deve partir de quem exerce tal papel:

“Isso nos leva ao ponto central de minhas observações. A verdade em relação a este assunto é que todos que falamos acerca da polícia não tivemos mais do que uma observação superficial dela, e todos sabemos que é altamente provisório tudo que foi dito. No que diz respeito à polícia, o principal valor de nosso trabalho é que há nele coisas suficientes para começar a fazer algo. O “começar a fazer algo” se refere à tarefa do que deve ser feito com a polícia de nosso país para que ela enfrente a segunda metade do século XX. Seguindo o exemplo de todos os outros serviços e profissões, esta tarefa requer a construção, dentro e em torno da polícia, de todo um conjunto de atividades que estejam associadas à escolaridade, ao estudo e a pesquisa. Mesmo que, em qualquer empreendimento deste tipo, sempre haja lugar para assessoria técnica externa, a maior parte do trabalho deve ser exercida através da própria polícia. De nenhum outro lugar a não ser das fileiras policiais vão vir as pessoas que vão se empenhar em descobrir, descrever, sistematizar, codificar, inovar, ensinar etc. o conjunto de conhecimentos e habilidades presentes ao se realizar um bom trabalho de policiamento.”

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O trabalho policial na perícia criminal encerra complexidade e diversidade de técnicas, pressupondo uma sólida formação dos profissionais para o bom desempenho de suas funções. A questão da formação torna-se ainda mais crítica quando se considera que o perito criminal transita entre as esferas tecno-científica, jurídica e policial, o que exige desse policial uma ampla gama de conhecimentos e treinamento que possibilitem a qualificação adequada para o exercício de uma função altamente complexa e singular. Além disso, dada a natureza inovadora da ciência e de seus métodos, é necessário que os cursos de atualização tenham continuidade temporal e capacitem o perito no manuseio e utilização das tecnologias disponíveis, inovadas num ritmo crescente a cada ano.

No Brasil, a Perícia Criminal Federal, é atribuição do Departamento de Polícia Federal, que exerce tal atribuição por intermédio da Diretoria Técnica Científica (DITEC), no nível nacional e dos Setores Técnico-Científicos (SETEC), no nível estadual, os quais possuem, em seu corpo funcional, profissionais com formações diversas, distribuídos por área do conhecimento.

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e engenharia mecatrônica (área 15); física (área 16); e engenharia de minas (área 17).

A formação do Perito Criminal Federal ocorre em Brasília, na Academia Nacional de Polícia, em curso presencial com 590 horas de carga horária, podendo ocorrer em regime de externato ou semi-internato. Nessa carreira profissional, dentro do DPF, promoções a classes superiores ocorrem mediante conclusão com aproveitamento em cursos de capacitação à distância ou semipresencial. Atualmente, o último nível de promoção ocorre para a classe especial após 15 anos de serviço e realização de curso em nível de pós-graduação

latu sensu, com exigência de apresentação de monografia.

A Academia Nacional de Polícia oferece cursos de capacitação continuada policial para peritos, em áreas específicas e mediante solicitação da Diretoria Técnica-Científica que é a proponente e responsável técnica pela elaboração do programa e conteúdos. A seleção para os cursos ocorre por indicação das chefias dentre os voluntários subordinados, mediante distribuição de vagas entre as unidades. Não há obrigatoriedade compulsória para realização de cursos.

Os Peritos podem solicitar participação em treinamentos e cursos, mediante atendimento de exigências normatizadas e segundo critérios de enquadramento, definidos pela Diretoria de Gestão de Pessoal. O procedimento é burocrático e de alcance muito limitado devidos aos poucos recursos. São previstas licenças-capacitação a cada cinco anos, conforme legislação vigente, sem ônus para a Administração.

2.2 Educação Corporativa

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formação acadêmica não era suficiente para atender ao perfil de conhecimentos e competências profissionais exigidas para o desempenho das novas e variadas funções técnicas e gerenciais. A solução mais rápida e adequada foi a complementação da capacitação dos empregados, realizada pelas próprias empresas (MONTEIRO, 2009).

No entendimento de GOULART (2005) as ações das empresas para suprir tais carências de formação profissional se justificaram:

“Pressionadas pela concorrência e pela velocidade das mudanças, as empresas alegam que a universidade tradicional não prepara com eficácia os profissionais para o mercado de trabalho. Assim, as empresas passam a exercer a função que a universidade tradicional deveria ter: a formação de um profissional que responda às necessidades diárias de seu negócio de atuação, em áreas específicas de conhecimento.”

Segundo VIVAS (2008), após essa fase inicial da educação corporativa, um número crescente de empresas percebeu a necessidade de transferir o foco de seus esforços de treinamento de eventos únicos em uma sala de aula, cujo objetivo é desenvolver qualificações isoladas, para a criação de uma cultura de aprendizagem contínua, em que os funcionários aprendam uns com os outros e compartilham inovação e melhores práticas, com o objetivo de solucionar problemas empresariais.

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abranger toda a gama de conhecimentos e competências exigidas pelos negócios das empresas.

A designação termo Universidade Coorporativa é atribuído a Jeanne Meister, citada por todos os autores de trabalhos em Educação Corporativa, que define desta forma a universidade corporativa:

“É um guarda-chuva estratégico para o desenvolvimento e a educação de funcionários, clientes e fornecedores, buscando otimizar as estratégias organizacionais, além de um laboratório de aprendizagem para a organização de um pólo permanente (Meister, 1999, p.8).”

Para Meister (op.cit.), o conhecimento e as qualificações das pessoas seriam adequados apenas durante um período, depois do qual precisariam ser renovados para competir na economia global do conhecimento. A autora defendeu, então, a interferência direta das empresas nas instituições educacionais formais, com o intuito de impor conteúdos e práticas mais conectadas às necessidades do mercado que, segundo ela, exigiriam atualização constante dos conhecimentos.

Afirmou, ainda, que as empresas mais bem sucedidas trouxeram a escola para dentro delas, em vez de esperar que essas instituições educativas tornassem seus currículos mais relevantes para as necessidades empresariais. Para ela, “o diferencial decisivo de competitividade reside no nível de capacitação (...) de

seus funcionários, fornecedores principais, clientes, e até mesmo membros das comunidades onde atuam” (p.15).

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acrescentando a visão da universidade acadêmica, que se apóia no tripé ensino-pesquisa-extensão e na referência da sociedade como um todo, para traçar os objetivos e linhas político-pedagógicas que nortearão as ações de uma Universidade Corporativa de Polícia.

OTRANTO (2008) caracteriza bem o significado desta dicotomia em oposição ao significado nas Universidades Públicas:

“Educação permanente para a universidade acadêmica, principalmente a pública, envolve ampliação da cidadania, crescimento do indivíduo na sociedade, novos horizontes individuais e profissionais, é, pois, uma educação que tem por objetivo o crescimento do individual e não se restringe à melhoria da qualificação exigida para uma determinada empresa, de acordo com as exigências do mercado. Em síntese, a educação permanente na universidade acadêmica é vista como uma aprendizagem para a vida toda, enquanto que a da universidade corporativa atende a uma determinada necessidade, em espaço e tempo limitados, ou seja, quando o indivíduo sai (ou é mandado embora) da empresa, ou mudam as diretrizes do mercado, aquele conhecimento tende a cair em desuso.”

Além disso, o objeto constitucional da Segurança Pública é a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, tornando necessária a sua ação eficaz e eficiente para alcançar o bem comum. A competitividade se estabelece pela busca profissional da qualidade, pela manutenção da paz e da ordem e pela satisfação das pessoas.

Nesse sentido, uma Universidade Coorporativa de Polícia teria justificativa e força motriz na inovação tecnológica, geração e disseminação de conhecimento, assim como na integração e nivelamento das demais Academias de Polícia num sistema único.

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como: competitividade, perpetuidade, conectividade, disponibilidade, cidadania, parceria e sustentabilidade. E traz a seguinte definição para um Sistema de Educação Corporativa:

“É um sistema de formação de pessoas pautado pela gestão de pessoas com base em competências, devendo, portanto, instalar e desenvolver nos colaboradores internos e externos as competências consideradas críticas para a viabilização das estratégias de negócio, promovendo um processo de aprendizagem ativo e permanente, vinculado aos propósitos, valores, objetivos e metas empresariais.”

A respeito das Universidades Corporativas, OTRANTO (2008) infere que, conforme revistas especializadas, aquelas que são consideradas como as melhores experiências estão relacionadas às empresas que realizaram parcerias com universidades acadêmicas. Isso significa que apoiar-se na competência formativa da universidade acadêmica passou a ser um fator de sucesso para a universidade corporativa.

São dois os motivos principais para que isso aconteça. Em primeiro lugar, porque as universidades acadêmicas “têm a competência de agregar valor” aos programas das empresas. O segundo motivo é que as universidades corporativas não têm seus cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação e precisam da parceria com as universidades acadêmicas para obterem esse reconhecimento (ÉBOLI, 1999).

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processo e na cultura da organização), têm de haver a participação efetiva das lideranças dos negócios.

Da mesma forma, os principais desafios e tendências das Universidades Corporativas são: instituir programas para desenvolver competências voltadas à inovação, empreendedorismo e à sustentabilidade; e preocupação com a mensuração dos resultados e com o envolvimento das lideranças.

2.3 A formação policial na Academia Nacional de Polícia

Ao discorrer sobre a origem da ANP, estrutura atual, ações na gestão do conhecimento e os meios empregados na formação e desenvolvimento, objetiva-se verificar a inobjetiva-serção da ANP nos critérios de classificação de uma Universidade Corporativa.

2.3.1 Breve histórico

A criação da ANP concretizou-se em 31 de dezembro de 1960, por ato do então chefe de polícia, general Osmar Soares Dutra. Iniciou suas atividades em Brasília, com a denominação Academia de Polícia, instalada em uma sala de madeira de 16 m2, emprestada pelo Colégio Dom Bosco. A primeira equipe diretiva foi composta por: tenente-coronel Welt Durães Ribeiro, diretor; major Gastão Barbosa Fernandes, diretor de ensino; bacharel em Direito Hélio Pinheiro, secretário; e Luiz G. Dutra Filho, responsável pelo Setor Administrativo.

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nacionais e internacionais, promover congressos e seminários policiais ou se fazer representar neles.

Foi também instituído o primeiro Regimento Interno para disciplinar a conduta dos alunos e regulamentar os cursos de detetive, escrivão e comissário, oficializados pela Portaria nº 5, publicada no Boletim Interno nº 4, de 05 de janeiro de 1961. Nas Disposições Transitórias desse documento foram instituídos os primeiros cursos policiais: Curso de Detetive, Curso de Escrivão e Curso de Comissário. Em 14 de janeiro de 1961, o diretor da Academia de Polícia baixava a Instrução nº 1, versando sobre a seleção de candidatos aos cursos instituídos.

A primeira aula inaugural foi proferida pelo chefe de polícia do Departamento Federal de Segurança Pública, general Osmar Soares Dutra, no dia 23 de janeiro de 1961, às 10 horas, no Colégio Dom Bosco, onde passou a funcionar a Academia. Nessa mesma data, foi instituído o Código de Honra para os policiais que passassem pela Academia.

Em 20 de novembro de 1961 foi inaugurada a sede da Academia de Polícia, localizada no Setor Policial Sul, recebendo, inicialmente, 200 alunos oriundos das cidades de Recife, Goiânia, Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte. A partir deste, novos cursos foram ministrados e, em dezembro de 1962, a Academia de Polícia promoveu a Primeira Semana de Estudos Policiais em Brasília.

(33)

Em 1978, a Academia Nacional de Polícia foi transferida para a atual sede, localizada na Rodovia DF-001, Estrada Parque do Contorno, Km 2, Lago Norte, Brasília, Distrito Federal, nas proximidades de Sobradinho, tendo sido inaugurada em 20 de fevereiro de 1979. Em uma área de 600 mil metros quadrados, suas instalações contam com uma construção baixa e moderna, contendo alojamento para 600 alunos, restaurante e salas de aula e auditório com capacidade para até mil pessoas.

A Academia Nacional de Polícia formou mais de 15 mil policiais federais e estaduais do Brasil e do Exterior, em mais de 900 cursos realizados. Além disso, ela oferece apoio e treinamento para servidores de diferentes órgãos públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de desenvolver projetos de atualização e pesquisa em segurança pública, por meio de sua Coordenação de Altos Estudos em Segurança Pública.

2.3.2 Competência legal

Competência extraída da Instrução Normativa nº 013/2005-DG/DPF, de 15 de junho de 2005, suplemento ao Boletim de Serviço nº 113:

“Art. 119. À Academia Nacional de Polícia compete:

I - formar o pessoal selecionado por meio de cursos específicos; II - promover ações de ensino, formação e especialização focadas no desenvolvimento de profissionais de segurança pública, por meio de cursos e eventos similares;

(34)

IV - elaborar planos, estudos e pesquisas, visando ao estabelecimento de doutrina orientadora em alto nível das atividades policiais do País;

V - promover a difusão de matéria doutrinária, legislação, jurisprudência e estudos sobre a evolução dos serviços e técnicas policiais;

VI - propor, articular e implementar intercâmbio de informações com as escolas de polícia do país e organizações congêneres estrangeiras, objetivando ao aperfeiçoamento e à especialização dos servidores policiais;

VII - elaborar estudos de viabilidade e propor contratos, convênios e instrumentos afins com órgãos e entidades congêneres, públicos ou privados, nacionais ou internacionais, tendo em vista o assessoramento, o planejamento e a execução de atividades de ensino, treinamento e desenvolvimento profissional ou as que ofereçam produtos e serviços de interesse do DPF;

VIII - proceder ao recrutamento e à seleção de servidores para cursos de treinamento, especialização, aperfeiçoamento, estágios e outras atividades de ensino no País e no exterior;

IX - promover, por meio dos setores competentes, a investigação social dos candidatos de concursos públicos e o levantamento das habilitações e informações do estado disciplinar dos servidores inscritos em processo seletivo;

X - conferir diplomas ou certificados relativos às ações de ensino e atividades instituídas;

XI - conceder bolsas de estudo e prêmios no interesse de atividades desenvolvidas na área de segurança pública;

(35)

2.3.3 Visão Corporativa

O DPF elaborou seu planejamento estratégico em 2008, lançando a base do plano de metas para 2022. Inserida nesse processo de mudança organizacional, a ANP incorporou novas diretrizes e reavaliou sua posição. Dessas reflexões corporativas redefiniram-se a missão e a sua visão de futuro, definidas a seguir (extraídas da intranet da ANP, em 01/11/2011).

“Missão da ANP: Formar e especializar profissionais de segurança pública para exercerem, com excelência, suas atribuições, bem como formular e difundir a doutrina policial em defesa da sociedade.”

“Visão de futuro: A Academia Nacional de Polícia como centro de excelência no desenvolvimento humano dos profissionais de segurança pública e referencial da doutrina policial em defesa da sociedade.”

2.3.4 Organograma

A Academia Nacional de Polícia se subordina a Diretoria Geral de Pessoal, do Departamento de Polícia Federal, este vinculado ao Ministério da Justiça. A ANP possui um Diretor, cujo gabinete está assessorado por um Setor de Comunicação Social, um Núcleo de Inteligência Policial e três Assistências: de Segurança Institucional, de Planejamento e Jurídica.

Diretamente subordinado ao Diretor da ANP está a Coordenação de Ensino (COEN), a Coordenação de Altos Estudos de Segurança Pública (CAESP) e uma Divisão de Administração (DAD).

(36)

responsabilidade por conduzir todas as atividades didático-pedagógicas realizadas pela Academia Nacional de Polícia, desde os Cursos de Formação Profissional até as ações de qualificação e capacitação policial.

Diretamente subordinado ao Coordenador de Ensino da está a Divisão de Desenvolvimento Humano (DIDH), o Serviço de Apoio ao Ensino (SAE) e o Serviço de Planejamento e Avaliação (SAVAL).

A DIDH inclui um Serviço de Psicologia, um Serviço de Capacitação e Ensino à Distância, um Serviço de Execução de Cursos, um Serviço de Educação Física, um Serviço de Armamento e Tiro, um Setor de Ensino Operacional, um Setor de Formação Policial e um Setor de Especialização Policial. O SAE engloba o Setor de Biblioteca, o Setor de Audiovisual e Impressão, e o Núcleo de Museu Criminal. O SAVAL apresenta apenas uma subdivisão que é o Setor de Registro Escolar.

Dentre o rol de atribuições afetas à Coordenação de Ensino da Academia Nacional de Polícia, encontram-se aquelas fixadas pela Instrução Normativa nº 13/2005 – DG/DPF de 15 de junho de 2005, publicada no Suplemento ao BS nº 113, a saber:

“Art. 130. À Coordenação de Ensino compete:

I - planejar, dirigir, coordenar, controlar, orientar, promover e avaliar os programas de cursos e demais atividades de ensino previstas no Plano de Ensino – PE e as autorizadas pelo Diretor-Geral;

II - fixar as diretrizes básicas das atividades didáticas, visando à solução pedagógica, à formação profissional e ao aperfeiçoamento do policial;

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IV - promover intercâmbio de informações com especialistas nacionais e internacionais, objetivando a troca de conhecimento e experiências policiais;

V - promover pesquisas para diagnosticar e atender as necessidades de formação profissional e especialização do policial federal;

VI - propor a contratação de profissionais que atuarão na área de docência e apoio às atividades educacionais.”

A Coordenação de Altos Estudos de Segurança Pública é um núcleo de pesquisa da ANP, atuando na disseminação, produção e concentração de conhecimentos na área da segurança pública. Apresenta um Serviço de Estudos e Doutrina, especializado na elaboração e difusão da doutrina policial. A CAESP tem sua competência elencada conforme o Art. 128 da Instrução Normativa nº 13/2005 – DG/DPF, a saber:

“Art. 128. À Coordenação de Altos Estudos de Segurança Pública

compete:

I - planejar, dirigir, coordenar, controlar e concentrar os estudos e pesquisas institucionais sobre doutrina policial de segurança pública;

II - promover e acompanhar a gestão do conhecimento e pesquisas sobre temas de segurança pública e outros considerados relevantes e aplicáveis na operacionalização das atividades do DPF e de instituições congêneres;

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IV - promover encontros, seminários e conferências com a participação da comunidade científica, da comunidade interna e demais atores com papéis relevantes na sua área de atuação;

V - informar, mobilizar e sensibilizar a comunidade científica sobre a sua existência, com o intuito de formar uma rede de pesquisadores e núcleos para a realização de pesquisas específicas;

VI - identificar, avaliar e reformular pedidos de pesquisa provenientes do DPF e de outras instituições, definindo as respectivas prioridades de pesquisa;

VII - definir critérios de seleção de projetos de pesquisa a serem financiados pelo DPF;

VIII - sugerir o estabelecimento de parcerias e financiamentos com órgãos do governo e instituições de pesquisa e ensino, selecionando os projetos a serem financiados;

IX - selecionar os membros dos comitês de acompanhamento dos trabalhos de pesquisa;

X - propor a celebração de contratos de avaliação científica dos trabalhos produzidos pelos pesquisadores;

XI - divulgar publicação científica sobre as pesquisas produzidas em seu âmbito.”

2.3.5 Plataforma de trabalho em Educação

(39)

2.3.5.1 Formação Profissional

A Academia Nacional de Polícia é ou foi responsável pela formação policial de várias organizações, no Brasil e no exterior. A ANP formou policiais civis e militares para diversos Estados da Federação e seus antigos Territórios, os quais não dispunham de Academias de Polícia. Do mesmo modo, formou Agentes Penitenciários Federais para o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) e é responsável pelo treinamento dos policiais que atuam na Força Nacional, do Ministério da Justiça. Para o Departamento de Polícia Federal, oferece cursos de formação para os diferentes cargos da carreira policial federal: Delegado de Polícia Federal, Perito Criminal Federal, Agente de Polícia Federal, Escrivão de Polícia Federal e Papiloscopista Policial Federal.

A Divisão de Desenvolvimento Humano, da Coordenação de Ensino da Academia Nacional de Polícia, é a responsável direta pela proposição das diretrizes didático-pedagógicas a serem aplicadas e implementadas durante a realização das atividades de ensino, quer sejam estas de formação ou qualificação profissional. Através do Setor de Formação Policial são disponibilizados, para consulta e pesquisa por meio de intranet, todos os cadernos didáticos utilizados nos cursos de formação profissional realizados na Academia Nacional de Polícia.

2.3.5.2 Especialização Profissional

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Decreto n° 7.014, de 23 de novembro de 2009, que "disciplina os requisitos e condições de promoção na Carreira Policial Federal, de que trata o § 1º do art. 2º da Lei nº 9.266, de 15 de março de 1996".

Em nível de pós-graduação Lato Sensu, o Curso de Especialização em Gestão de Políticas de Segurança Pública destina-se aos integrantes das categorias funcionais de Delegado de Polícia Federal e Perito Criminal Federal, posicionados na primeira classe e aptos à progressão funcional, graduados em instituição de ensino superior credenciada pelo Ministério da Educação. Da mesma forma, o Curso de Especialização em Execução de Políticas de Segurança Pública destina-se aos integrantes das categorias funcionais de Escrivão de Polícia Federal, Agente de Polícia Federal e Papiloscopista Policial Federal.

Já em nível de aperfeiçoamento, o Curso Especial de Polícia destina-se aos integrantes das categorias funcionais de Escrivão de Polícia Federal, Agente de Polícia Federal e Papiloscopista Policial Federal posicionados na primeira classe e aptos à progressão funcional, porém não detentores de diploma de graduação (nível superior).

Através da recém instituída Escola Superior de Polícia, criada em 2011, a ANP passa a incorporar estrutura organizacional que a habilite a desenvolver pesquisa e estudos em nível de pós-graduação Stricto Sensu, como Mestrado e Doutorado.

2.3.5.3 Educação à distância

O portal para a educação a distância da Polícia Federal

(https://ead.dpf.gov.br/) funciona em ambiente virtual, mantido pelo Serviço de

(41)

mesmo ambiente situam-se em separado a Universidade Corporativa Virtual da Polícia Federal - a ANP.net (https://anpnet.dpf.gov.br/login/index.php), o portal ANP cidadã para a comunidade em geral (https://anpcidada.dpf.gov.br/login/index.php) e a rede de ensino do Departamento Penitenciário Federal – DEPEN.net (https://ead.dpf.gov.br/depennet/login/index.php). A rede Pronasci de Ensino a Distância, do Ministério da Justiça, funciona na mesma plataforma, porém em ambiente virtual distinto, mantido também pela ANP (https://ead.senasp.gov.br/).

A ANP.net é um ambiente de ensino virtual corporativo do DPF, que abriga cursos semi-presenciais ou totalmente a distância, à nível de pós-graduação lato sensu, de aperfeiçoamento, de capacitação e especialização, cujos alunos são servidores da Polícia Federal e policiais do Brasil ou exterior. Já estão em andamento cursos de pós-graduação como Ciência Policial e Documentoscopia, Ciência Policial e Inteligência, Ciência Policial e Investigação Criminal, disponibilizados mediante seleção, para vagas limitadas.

O ambiente virtual abriga, também, os cursos de aperfeiçoamento para promoção funcional, os cursos de capacitação contínua, as comunidades temáticas e outras específicas, como as de Gestão, as Internacionais (INTERPOL) e as de Coordenação Acadêmica. Além disso, funcionam no mesmo ambiente os Metaeventos, quais sejam todos os demais cursos, seminários e capacitações ofertados pela ANP e realizados a distância.

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A rede do DEPEN.net existe para atender a demanda por cursos e atualizações dos Agentes Penitenciários Federais e servidores do Departamento Penitenciário Federal. É o mais recente dos portais, criado em 2011.

O ambiente virtual de aprendizagem do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI) abriga cursos e atividades on line, objetivando a capacitação de agentes de segurança pública em todo o país. Os cursos oferecidos são tutorados e apresentam listas e chats de discussão com orientação. A diplomação ocorre mediante avaliação dirigida com pontuação.

2.3.5.4 Educação continuada

A ANP coordena ações de capacitação em tópicos específicos, propostos por qualquer Unidade do DPF ou mesmo por organização externa. Os cursos acontecem ao longo do ano letivo, em várias partes do país ou exterior, conforme disponibilidade de verbas, capacidade formativa (instrutores, professores e meios) e demanda.

No âmbito do DPF podem ser citados, como exemplos, o Curso Tático de Operador de Fuzil, o Curso de Prática de Ensino Policial, o Curso de Boas Práticas em Laboratório de Química Forense, o Curso de Atualização no AFIS, o Curso de Dispositivos de Clonagem de Cartões Bancários etc.

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3 A PESQUISA

Este capítulo tem por finalidade detalhar o caminho a ser seguido na pesquisa, o universo e a amostra a serem estudados, formas de coleta, tratamento de dados, método a ser utilizado e suas limitações. A metodologia para a coleta, organização, descrição, análise e interpretação de dados segue os princípios usuais da Estatística (BABBIE, 1999).

Na individualização da metodologia de pesquisa a ser desenvolvida será utilizada a proposta de VERGARA (2009), explicitada nos itens subseqüentes.

3.1 Metodologia da pesquisa

Gil (2002) classifica as pesquisas exploratórias como aquelas que:

“... têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. (...) Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que “estimulem a compreensão“.

O estudo, portanto, apresenta as características de uma pesquisa exploratória, uma vez que se desenvolverá mediante pesquisa bibliográfica, documental e aplicação de questionário-entrevista com os Peritos Criminais Federais.

(44)

resultados da análise realizada no trabalho. Esse tipo de pesquisa enfoca características pertinentes a determinado assunto ou população, que neste estudo é a Academia Nacional de Polícia, fazendo uma abordagem analítica a respeito da formação policial e a devida valorização profissional para o indivíduo.

Quanto aos meios, essa pesquisa pode ser considerada:

a) Bibliográfica, utilizando material publicado acessível ao público em geral, pois recorrerá ao uso de livros, artigos de revistas, jornais e Internet;

b) Estudo de caso, abordando com profundidade e detalhamento o papel da Academia Nacional de Polícia;

c) De campo, coletando dados junto aos Peritos Criminais Federais, da Polícia Federal, para avaliar o processo ensino/aprendizagem da Academia Nacional de Polícia; além da realização de entrevistas com os dirigentes da Academia Nacional de Polícia e com as chefias imediatas dos peritos, nos Setores Técnico-Científicos do Brasil, para identificar a visão do aluno já formado, de seus formadores e do seu chefe, já no local de trabalho.

A pesquisa adotará também a Netnografia, considerada uma metodologia que utiliza como campo de trabalho a Internet (HINE, 2000). Serve como um método interpretativo e investigativo para o comportamento cultural e de comunidades online, sendo possível contactar e observar, de forma não intrusiva, pessoas e grupos com interesses focados, alcançando assim, melhores resultados (KOZINETS, 1998).

(45)

assunto, esclarecendo melhor a maneira como ele se identifica, comporta e interage em seu meio ambiente.

A escolha deste método se dá, também, pela transparência e facilitação da aquisição de dados que levem a um resultado mais próximo da realidade. O entrevistador pode extrair o real significado do comportamento do entrevistado ao visualizar os dados, resultado da expressão de sua personalidade, valores culturais e simbólicos.

A parte seguinte mostra a forma como a pesquisa foi organizada, como os dados foram coletados e trabalhados, e o perfil dos Peritos Criminais Federais no Brasil.

3.2 Universo e amostra

O atual Departamento de Polícia Federal (DPF) foi instituído por lei, como órgão específico e singular, organizado e mantido pela União, com autonomia administrativa e financeira, diretamente subordinado ao Ministério da Justiça, e tem por finalidade executar, especificamente, em todo o território nacional, as atribuições previstas no § 1°, do artigo 144, da Constituição Federal de 1988 e na legislação complementar:

I. Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; II. Apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em

detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

III. Exercer a função de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV. Exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da

(46)

Dentre as atribuições do Departamento de Polícia Federal, encontra-se, ainda, o exercício de perícias criminais da União, a realização de pesquisas, exames técnico-científicos e perícias relacionadas aos procedimentos pré-processuais e processos judiciais criminais.

A perícia criminal federal é, portanto, atribuição do Departamento de Polícia Federal e tem como órgão central a Diretoria Técnico-Científica – DITEC, à qual estão ligados o Instituto Nacional de Criminalística (INC), na capital federal, e os Setores Técnico-Científicos (SETEC), nas capitais dos estados e no Distrito Federal. Existem, ainda, Unidades Técnico-Científicas (UTEC), localizadas em algumas Delegacias do interior dos Estados, em razão das necessidades de serviço e condições de adequabilidade de instalações e meios.

Para o cumprimento de suas obrigações, no que se refere à perícia criminal, o Departamento de Polícia Federal nomeou até hoje (01/02/2011) 1475 Peritos Criminais Federais, dos quais 260 (17,6%) encontram-se aposentados, 74 (5,0%) falecidos, 19 (1,3%) estão afastados ou cedidos a outros órgãos e 27 (1,8%) foram exonerados ou desligados.

Atualmente, o Departamento de Polícia Federal conta com 1095/1475 (74,3%) peritos na ativa, dentre todas as nomeações já ocorridas. Desse total de ativos, 92/1095 (8,4%) exercem atividades diversas da atribuição pericial criminal, em órgãos da Direção Central do DPF, nas Superintendências, em Setores de Administração e Logística, e mesmo em outros órgãos da Administração.

(47)

257/1095 (23,7%); sendo 30/257 (11,7%) para atender demandas periciais da própria capital federal; 150/257 (58,4%) estão lotados no Instituto Nacional de Criminalística, órgão técnico-científico central de normatização, pesquisa e apoio; 35/257 (13,6%) estão na Diretoria Técnico-Científica; e 42/257 (16,3%) atuam em outros órgãos centrais do DPF.

A formação acadêmica, em ensino superior, exigida para a seleção é distribuída por áreas de graduação. Ao longo dos anos o número de áreas aumentou significativamente, incorporando novas especialidades para atender as demandas específicas do trabalho pericial. Atualmente, a categoria está dividida em 17 áreas do conhecimento, dentro do Departamento de Polícia Federal. Entretanto, convém ressaltar que não há diferenciação do cargo por áreas. Todos os peritos possuem atribuições comuns e recebem a mesma formação específica para desempenho das atribuições policiais e periciais, cujos conhecimentos em ciências forenses não são alvo de nenhum curso superior, no Brasil. Segue abaixo tabela com quantitativo de peritos e respectivas áreas de formação acadêmica.

O presente estudo foi realizado com todos os Peritos Criminais Federais na ativa e aposentados, das diversas formações acadêmicas, que possuíam email institucional, conforme dados coletados em 01/07/2011. Convém ressaltar que o cadastramento do email é obrigatório e foi automatizado quando do ingresso no órgão, a partir de 2002.

(48)

TABELA 1 – Quantitativo e percentual de Peritos Criminais Federais na ativa, por formação acadêmica (extraído do Sistema de Criminalística em 02/02/2012).

Área Formação acadêmica Efetivo %

1 Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Economia 233 22,1

2 Engenharia de Redes de Comunicação, Engenharia Eletrônica, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia Elétrica 96 9,1

3 Informática, Ciências da Computação, Engenharia da Computação, Processamento de Dados, Sistemas de

Informação, Análise de Sistemas 189 17,9

4 Engenharia Agronômica 44 4,2

5 Geologia 34 3,2

6 Bioquímica, Engenharia Química, Química, Química Industrial 132 12,5

7 Engenharia Civil 85 8,1

8 Biomedicina, Ciências Biológicas 36 3,4

9 Engenharia Florestal 39 3,7

10 Medicina Veterinária 26 2,5

11 Engenharia Cartográfica 6 0,6

12 Medicina 6 0,6

13 Odontologia 9 0,9

14 Farmácia, Farmácia Bioquímica, Farmácia Industrial 74 7,0

15 Engenharia Mecânica, Engenharia Mecatrônica 22 2,1

16 Física 9 0,9

17 Engenharia de Minas 8 0,8

Outros Direito, Comunicação, Ciências Naturais, Letras, Ciências Sociais, Filosofia, Jornalismo, Pedagogia, Psicologia,

História, Administração, Arquitetura, Sociologia, Geografia 4 0,4

(49)

3.3 Coleta de dados

Formalmente, a coleta de dados se refere à obtenção, reunião e registro sistemático de dados, com um objetivo determinado. Esse passo é essencialmente operacional, compreendendo a coleta das informações propriamente dita. Neste trabalho a origem dos dados pode ser classificada como primária1 e enumerativa2.

Para o estudo de caso, os dados da Academia Nacional de Polícia foram coletados por meio de fontes como livros, artigos publicados em jornais, revistas, Internet e os diversos sites das Escolas do Sistema de Ensino Policial do Brasil.

O estudo de campo foi embasado em um questionário fechado, aplicado a todos os Peritos Criminais Federais, com perguntas fixas de múltipla escolha e um campo para sugestão. Foram utilizadas três formas de questões estruturadas: perguntas filtro, de opinião e de satisfação. As perguntas foram voltadas para valores e cultura organizacional, para a aquisição de conhecimentos por parte dos servidores, com foco no trabalho profissional, e aquelas relacionadas para a gestão do conhecimento aplicada como vantagem estratégica.

Nesse caso, o mecanismo de coleta de dados foi aplicado por meio do correio eletrônico (e-mail), utilizando ferramenta de consulta similar ao do Google

docs, através de questionário auto-administrado, preenchido por todos os Peritos Criminais Federais. O questionário tipo auto-administrado é o mais comum, porque sua aplicação é bastante prática e barata. No cabeçalho estavam explicados o

1 Os dados são primários quando são publicados ou comunicados pela própria pessoa ou organização que os haja recolhido.

2

(50)

objetivo e a importância da investigação. Foram mantidos o anonimato dos participantes e o sigilo das respostas fornecidas.

Para a coleta das impressões das chefias imediatas dos Peritos Criminais Federais, no exercício de suas atribuições primárias, foram realizadas entrevistas amostrais, via email, após contato telefônico do entrevistador. Optou-se pelo depoimento pessoal aberto, sendo antecedido por orientação verbal dos critérios da pesquisa e dos questionamentos do pesquisador para identificar o grau de satisfação da chefia com a formação dos peritos recém-formados.

(51)

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Introdução

A primeira parte da pesquisa apresenta as informações resultantes da aplicação de questionário on line (Apensos I e II) ao grupo de Peritos Criminais Federais na ativa, através de mala direta utilizando o email institucional do servidor, totalizando 1.163 encaminhamentos. Convém ressaltar que, desse total, 1.031 (88,65%) correspondem a Peritos lotados em Unidades de Criminalística, isto é, atuam ou contribuem para a atividade-fim pericial do DPF, no Brasil. Em relação aos demais, 27 (2,32%) atuam em unidades diversas do DPF no Brasil e 01 (0,09%) no exterior, assessorando ou representando cargos de Direção, sendo que os restantes 104 (8,94%) se referem a aposentados recentes, ou peritos cedidos a outros órgãos da Administração Pública, ou licenciados, que apresentam email institucional, conforme dados retirados do Sistema de Criminalística em 16/10/2011.

Este questionário coletou informações sobre a formação e o desenvolvimento profissional dos Peritos no DPF, áreas de interesse para competências profissionais atuais e futuras, carências de capacitação e gestão de conhecimento, além de sugestões. A finalidade foi avaliar, a partir da visão do ex-aluno, o processo ensino/aprendizagem proporcionado pela Academia Nacional de Polícia para o desenvolvimento contínuo do indivíduo, sua valorização, e a imagem que ele tem a respeito do Departamento de Polícia Federal.

(52)

trabalho desenvolvido pelos Peritos. Nessa etapa foi observada dificuldade na coleta de dados, devido à ausência de participação colaborativa das chefias, resultado este atribuído pelo autor à desmotivação no exercício deste comando. Quatro fatores foram diagnosticados como possíveis causas dessa insatisfação:

- reestruturação organizacional e redistribuição de gratificações no DPF reduziram em muito o nível funcional da chefia dos Setores e Unidades Técnico-Científicos, resultando num acréscimo salarial mínimo ou nenhum;

- recente e veloz processo de descentralização e interiorização da atividade pericial no DPF, do qual surgiram 26 Unidades Técnico-Científicas num período de 03 anos, muitas chefiadas por recém-formados;

- situação de desequilíbrio temporal no efetivo de recursos humanos do DPF, que ficou sem nomeações por período superior a 10 anos, gerando um número grande de aposentadorias dentre os policiais mais experientes;

- desinteresse generalizado da categoria dos Peritos por atividades de gestão.

(53)

4.2 Respostas ao Questionário dos Peritos Criminais Federais

O questionário é composto por 13 perguntas fixas de múltipla escolha e uma pergunta aberta na forma caixa de sugestões. As perguntas se dividem em três blocos, cada bloco tem cinco perguntas: no primeiro bloco, as perguntas são voltadas para a situação individual atual da formação e desenvolvimento profissional e interesses na área; no segundo bloco, as perguntas são referentes às percepções em relação à abordagem institucional pelo DPF do tema desenvolvimento e formação profissional; e, no terceiro bloco, as perguntas estão relacionadas à gestão do conhecimento pelo DPF e sugestões de melhoria.

Vale ressaltar que foram recebidos 23 agradecimentos espontâneos, através de email pessoal do autor, dentre os 297 peritos que responderam ao questionário.

Dos 1163 questionários enviados em 24/07/2011, 343/1163(29,49%) receberam o email sem descarte. Destes recebidos foram obtidas 297/343(86,59%) respostas, sendo que 277/343(80,75) finalizaram o questionário. Tais dados permitem afirmar que a pesquisa foi representativa e apresenta um elevado grau de participação dos respondentes, dentre os peritos em todo o Brasil.

(54)

PÁGINA 1. Participe da nossa pesquisa Pergunta 1:

1. Quais as formações e/ou desenvolvimentos que recebeu na ANP?

Respostas:

Curso Formação Profissional PCF 296/297(100%)

Bombas e Explosivos 77/297(26%)

Tiro 60/297(20%)

Documentoscopia 41/297(14%)

Curso Superior de Polícia 38/297(13%)

Outro Curso de Formação Profissional (DPF, APF, EPF

e PPF) 32/297(11%)

Locais de Crime 33/297(11%)

Química Forense 23/297(8%)

Práticas policiais 25/297(8%)

Perícias contábeis 18/297(6%)

DNA 8/297(6%)

Fiscalização e controle de produtos químicos 6/297(2%)

Outra (Por favor, especifique) 47/297(16%)

Comentários: Verificam-se baixos percentuais de peritos que realizaram cursos de desenvolvimento profissional na ANP. Áreas como Bombas/Explosivos e

Documentoscopia se revelaram como nichos de conhecimentos específicos

Imagem

TABELA 1  – Quantitativo  e  percentual  de  Peritos  Criminais  Federais  na  ativa,  por  formação acadêmica (extraído do Sistema de Criminalística em 02/02/2012)

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