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Sistematização da assistência de Enfermagem em pacientes com AIDS

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

ROMANNINY HÉVILLYN SILVA COSTA

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTES COM AIDS

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ROMANNINY HÉVILLYN SILVA COSTA

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTES COM AIDS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Área de Concentração: Enfermagem na atenção à saúde.

Linha de Pesquisa: Vigilância à Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Richardson Augusto Rosendo da Silva

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Catalogação da Publicação na Fonte

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Costa, Romanniny Hévillyn Silva.

Sistematização da assistência de enfermagem em pacientes com AIDS / Romanniny Hévillyn Silva Costa. – Natal, 2015.

210f.

Orientador: Prof. Dr. Richardson Augusto Rosendo da Silva.

Dissertação (Mestrado em Enfermagem)–Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.

1. Enfermagem – Dissertação. 2. Processos de Enfermagem – Dissertação. 3. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – Dissertação. I. Silva, Richardson Augusto Rosendo. II. Título.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser fortaleza e a quem devo gratidão por todas as bênçãos alcançadas... À minha mãe, Lindóia Maria, a quem devo tudo o que sou hoje...

Ao meu irmão, Ronne Costa, pelo apoio e conselhos... Ao meu namorado, Heulyson Arruda, pela paciência e incentivo...

A toda a minha família, pelas energias positivas emanadas... Aos colegas de trabalho do IFRN e MEJC, pela força e compreensão... Ao meu orientador, Dr. Richardson Augusto, pela amizade e ensinamentos... Às professoras Dra. Ana Luisa Brandão e Dra. Rafaella Pessoa, pelas valiosas contribuições ao trabalho... Aos professores e colegas do mestrado, pelas experiências compartilhadas e conhecimentos adquiridos... Aos colaboradores desta pesquisa, Ana Raquel, Caroline, Eduardo, Fernando, Indira, Kaliane, Natália, Laise... Sem vocês não teria conseguido! Aos pacientes, por representarem o objetivo maior desse trabalho... Ao Hospital Giselda Trigueiro, por ter permitido a realização desta pesquisa... A todos que participaram, direta ou indiretamente, da concretização desse sonho...

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RESUMO

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serviço, usuário de álcool e de drogas ilícitas, comportamento indicativo de falta de aderência, evidências de desenvolvimento de complicações, falha em manter compromissos agendados, esquecimento e habilidade relevante para o comportamento do regime de tratamento; o DE disfunção sexual e situação conjugal, renda familiar, infecção oportunista atual, déficit percebido de desejo sexual, limitações percebidas impostas pela doença e função corporal alterada. Com relação aos fatores preditivos para os DEs mais prevalentes identificou-se: para o DE conhecimento deficiente – seguimento inadequado de instruções e verbalização do problema; para o DE falta de adesão – nível de escolaridade, participação no tratamento, comportamento indicativo de falta de aderência e esquecimento; para o DE disfunção sexual – renda familiar, frequência diminuída da prática sexual, uso de preservativo, déficit percebido de desejo sexual, limitações percebidas impostas pela doença e função corporal alterada. O plano de cuidados de enfermagem construído enfatizou os resultados e intervenções de enfermagem para os DEs mais prevalentes. Conclui-se que o processo de assistir a pessoa com AIDS pode ser realizado utilizando-se os sistemas de classificação de enfermagem, com a finalidade de promover autonomia da profissão, bem como uma assistência de qualidade a essa clientela.

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ABSTRACT

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current opportunistic infection, perceived deficit of sexual desire, perceived limitations imposed by the disease and altered body function. Regarding the predictive factors for the most prevalent EDs was identified: for FROM deficient knowledge - Inadequate follow-up instructions and verbalization of the problem; for FROM lack of adherence - level of education, participation in treatment, behavior indicative of a lack of grip and oblivion; for FROM sexual dysfunction - family income, decreased frequency of sexual activity, condom use, perceived deficit of sexual desire, perceived limitations imposed by the disease and altered body function. The nursing care plan built emphasized the results and nursing interventions for the most prevalent EDs. We conclude that the process of assisting the person with AIDS can be performed using the nursing classification systems, in order to promote autonomy of the profession, as well as quality care to this population.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 OBJETIVOS ... 16

3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 17

3.1 Síndrome da Imunodeficência Adquirida (AIDS) ... 17

3.2 Sistematização da Assistência em Enfermagem ... 20

4 METODOLOGIA ... 24

4.1 Tipo de estudo ... 24

4.2 Local do estudo ... 24

4.3 Sujeitos do estudo ... 25

4.4 Aspectos éticos ... 27

4.5 Instrumento para coleta de dados ... 28

4.6 Procedimentos para coleta de dados ... 30

4.7 Procedimentos para análise dos resultados ... 32

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 36

6 CONCLUSÕES ... 128

REFERÊNCIAS ... 131

APÊNDICES ... APÊNDICE A – Carta de Anuência da Diretoria do Hospital Giselda Trigueiro ... 137 138 APÊNDICE B – Termo de Concessão para manuseio de prontuários ... 139

APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Pacientes 140

APÊNDICE D – Carta-convite para especialistas ... 143

APÊNDICE E – Carta-convite para especialistas ... 144

APÊNDICE F – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Especialistas ... 145

APÊNDICE G – Instrumento de coleta de dados baseado na NANDA Internacional – Anamnese ... 147

APÊNDICE H – Instrumento de coleta de dados com pacientes – Exame físico ... 152

APÊNDICE I –Protocolo operacional para realização de exame físico

ANEXOS ...

155 160

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ANEXO B – Normas de submissão de artigo para a Revista Cuidado é

Fundamental ... 166

ANEXO C – Normas de submissão de artigo para a Revista Acta Paulista

de Enfermagem... 175

ANEXO D – Normas de submissão de artigo para a Revista Brasileira de

Enfermagem ... 182

ANEXO E – Normas de submissão de artigo para Revista Eletrônica em

Enfermagem ... 188

ANEXO F – Normas de submissão de artigo para a Revista Texto e

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1 INTRODUÇÃO

O cuidado é considerado como o resultado da interação entre duas ou mais pessoas com a finalidade de aliviar o sofrimento ou proporcionar o bem-estar ao outro (AYRES, 2004).

O cuidar em saúde durante muito tempo foi entendido apenas como a oferta de procedimentos e técnicas. A forte influência do modelo biomédico baseado no paradigma positivista, que enfoca as ações individuais, curativas, biológicas, a especialização e a gestão do cuidado voltada apenas ao profissional da saúde, se perdurou durante muito tempo e ainda tem a sua forte influência na saúde e na prática da enfermagem atual (AYRES, 2004; MENDES, 1996).

Não obstante, começou a se pensar também o cuidado em saúde como algo que requer desvelo, atenção e responsabilidade para com o outro (BOFF, 2004). Nesse sentido, nos anos de 1970, a prática do enfermeiro passa a ser refletida também como prática social, novo paradigma da saúde, que considera os valores, aspectos sociais, culturais, psicológicos, políticos e econômicos e a gestão do cuidado sendo partilhada com o cliente a fim de realizar uma assistência integral baseada nos quatros níveis de prevenção à saúde (MENDES, 1996).

Destarte, ocorre o olhar sob as necessidades multidimensionais do cliente, passando a ter uma abordagem centrada na pessoa, e o cliente passa a participar das decisões relacionadas à sua saúde, como aborda Campos (2005), na perspectiva da clínica ampliada.

Dentre as várias áreas de atuação do enfermeiro destaca-se a infectologia, mas precisamente, a assistência ao cliente com a Síndrome da Imunodeficiência adquirida (AIDS).

Em 1981, foi descrita pelo Centers for Disease Control and Prevention

(CDC) a ocorrência de diversos casos de Sarcoma de Kaposi e pneumonia por

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linfócitos T, posteriormente denominado de Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) (SINOUSSI et al., 1983).

Embora as taxas de incidência e de mortalidade da AIDS tenham apresentando um declínio nos últimos anos, essa doença ainda é considerada como um problema de saúde pública. Pois demanda uma grande quantidade de gastos ao Sistema Único de Saúde (SUS) no que se refere aos exames diagnósticos, internações, pesquisas e distribuição de antirretrovirais e outros insumos que são essenciais para o seu tratamento ou prevenção da infecção pelo AIDS (BRASIL, 2014).

Os elevados índices de incidência de AIDS em alguns subgrupos populacionais em situação de vulnerabilidade no Brasil justificam a implantação de ações de promoção à saúde, proteção, prevenção, tratamento e recuperação, como também acesso à rede de serviços quantitativa e qualitativamente capaz de suprir essas necessidades em todas as regiões do país (BRASIL, 2014).

Contudo, mesmo decorridos mais de 20 anos de sua descoberta, segundo Caetano e Pagliuca (2006), há lacunas ainda na assistência às pessoas que vivem com AIDS, principalmente no que concerne à convivência do indivíduo com a doença, pois, além de se depararem com os desafios físicos dessa epidemia, enfrentam a dor das perdas sociais, o desespero causado pelo medo da morte e a discriminação.

Muitos profissionais de saúde ainda realizam o cuidado voltado a atender as necessidades do cliente centrado na doença e estabelecendo com ele uma relação hierárquica de poder, isto é, o poder sendo exercido verticalmente de quem trata sobre quem é tratado. Nessa perspectiva, o profissional é quem detém o conhecimento e as decisões sobre o plano terapêutico (MENDES, 1996; FOUCAULT, 1982).

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Há diversas maneiras de se realizar a sistematização da assistência de enfermagem (SAE), seja através da implementação de protocolos ou diretrizes clínicas, plano de cuidados, padronização de procedimentos ou aplicação do processo de enfermagem (PE) (CARVALHO; BACHION, 2009).

Na prática do enfermeiro, comumente, há assistência a esses pacientes. Assim, é preciso ampliar os conceitos sobre cuidado e assistência, incentivando o cliente ao autocuidado, e estimulá-lo a participar das questões relativas à sua saúde. Além disso, esse profissional deve compreender as consequências físicas e psicológicas associadas ao diagnóstico da doença e das metodologias assistenciais necessárias, como o processo de enfermagem, para proporcionar um cuidado de qualidade a pessoas que vivem com AIDS (SILVA et al., 2009).

Desse modo, como os demais agravos à saúde, a situação epidemiológica da AIDS possibilita acessar os saberes de um fazer científico no sentido de viabilizar a sistematização da assistência de enfermagem (SAE), a partir, por exemplo, da aplicação do processo de enfermagem (FARIA, 2012).

Conforme a Resolução 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), a consulta de enfermagem deve ser organizada por método fundamentado no processo de enfermagem, sendo composta pelas cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: coleta de dados (histórico), diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação de enfermagem.

Contudo, autores apontam algumas dificuldades que ainda se fazem presentes para a aplicação do processo de enfermagem na prática assistencial, quais sejam: ausência ou pouca abordagem de metodologias assistenciais durante a formação profissional, sobrecarga de trabalho, maior envolvimento em atividades administrativas, falta de motivação e de valorização por parte da gestão, deficiência de recursos humanos e materiais e falta de capacitação continuada dos enfermeiros (MANGUEIRA et al., 2012; CARVALHO, 2007).

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Nesse sentido, observa-se que ainda há dificuldade de se ter um cuidado sistematizado e integral aos pacientes com AIDS devido à pouca utilização do processo de enfermagem na assistência e na pesquisa a essa clientela.

A partir desta problemática surgiram os seguintes questionamentos: Quais são os diagnósticos de enfermagem presentes nos pacientes com AIDS internados no Hospital Giselda Trigueiro, Município de Natal/RN? Existe associação entre os diagnósticos de enfermagem, características definidoras, fatores relacionados/de risco e as variáveis sociodemográficas e clínicas?

Para tanto, se partiu das seguintes hipóteses:

 Hipótese Nula (H0): existe associação entre os diagnósticos de enfermagem de pacientes com AIDS e os aspectos sociodemográficos e clínicos, características definidoras, fatores relacionados ou de risco;

 Hipótese Alternativa (H1): inexiste associação entre os diagnósticos de enfermagem de pacientes com AIDS e os aspectos sociodemográficos e clínicos, características definidoras, fatores relacionados ou de risco.

Percebendo a importância da sistematização da assistência de enfermagem e do processo de enfermagem como apoio metodológico para melhorar a assistência prestada aos pacientes com AIDS a partir de uma abordagem mais holística, surgiu o interesse pela temática.

A opção pelo presente estudo e o olhar dos pesquisadores sobre o fenômeno do processo de enfermagem em pacientes com AIDS resultou da experiência profissional e de inquietações que foram surgindo ao longo da mesma no que se refere à sistematização da assistência de enfermagem, ao processo de enfermagem e aos estudos dos sistemas de classificações de enfermagem.

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seguintes bases de dados: SCOPUS, PUBMED (National Library of Medicine and National Institutes of Health), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BDENF (Base de Dados de Enfermagem). Os descritores MeSH (Medical Subject Headings) utilizados para a busca foram: Nursing diagnosis, acquired immunodeficiency syndrome, nursing process, empregados nos seguintes cruzamentos: Nursing diagnosis AND Acquired immunodeficiency syndrome, Nursing process AND Acquired immunodeficiency syndrome.

Por conseguinte, o presente estudo permitiu a identificação dos diagnósticos de enfermagem e a elaboração de uma proposta de plano assistencial aos pacientes com AIDS na tentativa de despertar ainda mais o interesse da gestão e dos enfermeiros acerca das vantagens do seu uso na assistência, tanto para a instituição quanto para os profissionais de saúde que assistem esses pacientes e para os próprios clientes. Já que permite uma maior organização e direcionamento dos cuidados a serem prestados. Expandindo, assim, a abordagem do processo de enfermagem do ensino e da pesquisa para a assistência.

Ademais, acredita-se que os achados desta pesquisa subsidiarão novos alicerces para a construção de um conhecimento mais amplo e aplicável deste assunto no contexto do Sistema Único de Saúde no Rio Grande do Norte e nos âmbitos nacional e internacional, colaborando também para o fortalecimento da autonomia dos enfermeiros e proporcionando maior visibilidade profissional e social frente ao seu exercício de trabalho.

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2 OBJETIVOS

 Sintetizar o conhecimento produzido na literatura científica acerca dos diagnósticos de enfermagem encontrados nos pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS);

 verificar a associação entre os diagnósticos de enfermagem e as variáveis sociodemográficas e clínicas e características definidoras, fatores relacionados ou de risco por meio da NANDA Internacional;  identificar fatores preditores para diagnósticos de enfermagem em

pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida;

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)

A infecção aguda pelo HIV é definida pelas primeiras semanas de infecção até o aparecimento dos anticorpos anti-HIV (soroconversão), que costuma ocorrer em torno da quarta semana após a infecção. Como em outras infecções virais agudas, a infecção pelo HIV é acompanhada por um conjunto de manifestações clínicas, denominado Síndrome Retroviral Aguda (SRA). Os principais achados clínicos de SRA incluem febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e cefaleia. A SRA pode cursar com febre alta, sudorese e linfadenomegalia. Sintomas digestivos, como náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras orais podem estar presentes (BRASIL, 2013).

O aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias é definidor da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Entre as infecções oportunistas destacam-se: pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus (BRASIL, 2013).

Desde o início da epidemia até junho de 2013, o Brasil teve 686.478 casos registrados de AIDS. Em 2012, foram notificados 39.185 casos da doença e ataxa de incidênciade AIDS no Brasil foi de 20,2 casos por 100.000 mil habitantes. A taxa de incidência no Nordeste que se apresentou foi de 14,8 por 100.000 mil habitantes (BRASIL, 2013b). No Rio Grande do Norte, nesse intervalo de tempo, foram diagnosticados 3594 casos de AIDS em adultos (SESAP, 2013).

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vulnerabilidade, influenciada pela não inclusão das mulheres, nos primeiros anos da epidemia, entre os chamados ―grupos de risco‖ (PANDO et al., 2011).

Em relação às formas de transmissão entre os maiores de 13 anos de idade prevalece a sexual, sendo os demais casos por via sanguínea e vertical (BRASIL, 2013b).

Sabe-se que a infecção por HIV tem como principais fatores de risco: relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e seringas entre os usuários de drogas injetáveis, acidente com material biológico, transfusão de sangue contaminado, transmissão vertical durante gestação, parto ou amamentação de mulheres com HIV/AIDS e presença de doenças sexualmente transmissíveis (BRASIL, 2010).

Ademais, podem-se considerar os fatores socioeconômicos como fatores determinantes neste processo saúde/doença. Diante disso, considera-se que a vulnerabilidade ao HIV/AIDS está relacionada aos modos de comportamentos, interação e crenças de diferentes grupos populacionais. Além dos fatores individuais, há os sociais, que incluem o nível de renda da população, o respeito aos direitos humanos fundamentais; e os institucionais, que incluem o acesso aos serviços sociais, de saúde e de educação (BRASIL, 2006).

Dessa forma, ressalta-se a necessidade da implementação de ações de prevenção com enfoque no acesso às informações e insumos, como educação sexual e reprodutiva enfatizando aspectos da sexualidade, vulnerabilidade, doenças sexualmente transmissíveis e uso de preservativos (LIU et al., 2014).

Conforme Anjos et al. (2012) o sucesso das ações de prevenção do HIV/AIDS depende do acesso à informação, assistência à saúde e social, bem como do apoio institucional, haja vista contemplar as dimensões individuais, sociais e institucionais que regem a vulnerabilidade ao HIV/AIDS.

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O Ministério da Saúde (MS), em 2005, lançou a Portaria nº 21, de 21 de março de 2005, que trata do acesso e da distribuição gratuita dos medicamentos para AIDS e das infecções oportunistas (BRASIL, 2005).

Ademais, a maior vulnerabilidade desse grupo populacional está relacionada a algumas práticas sexuais que aumentam o risco de contrair o HIV/AIDS, respectivamente: sexo com penetração sem camisinha por via anal, sexo oral sem barreira – boca/ânus, e sexo oral sem camisinha – boca/pênis (CDC, 2009).

Nos últimos anos também se tem observado um maior acometimento de outros grupos populacionais pela infecção do HIV, como heterossexuais, mulheres e jovens (SILVA et al., 2010). Nesse sentido, o MS criou o plano de enfrentamento da epidemia da AIDS em mulheres, em 2007, tendo como público-alvo: gestantes; mulheres vivendo com HIV e AIDS; adolescentes e jovens; lésbicas, bissexuais e outras mulheres que fazem sexo com mulheres; transexuais; negras; indígenas; mulheres em situação de prisão; profissionais do sexo; mulheres em situação de violência sexual e doméstica; portadoras de deficiência; mulheres no climatério e as mulheres idosas (BRASIL, 2007).

Importantes estratégias para a detecção precoce do HIV na gestação e a redução da transmissão vertical do HIV têm sido implementadas, como: a realização de testes rápidos para o diagnóstico de HIV e detecção da sífilis no âmbito da atenção ao pré-natal para as gestantes e seus parceiros sexuais e a oferta da sorologia anti-HIV no pré-natal (SILVA et al., 2010).

Salienta-se ainda que a oferta de exames diagnósticos do HIV deve ser disponibilizada para pessoas vulneráveis a contrair a infecção.

De acordo, com o Programa Nacional HIV/AIDS e outras DSTs, as ações e atividades de promoção da saúde, prevenção e assistência são: diagnóstico e aconselhamento de indivíduos expostos ao HIV; atenção à saúde dos indivíduos HIV positivos; diagnóstico precoce e tratamento das DSTs e das complicações mais comuns em DTS/AIDS; atendimento de intercorrências; vigilância epidemiológica e medidas preventivas (BRASIL, 2002).

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prolongado com o usuário, podendo contribuir para maior relação de empatia e vínculo com o paciente.

Salienta-se também o papel desenvolvido pelo enfermeiro no acompanhamento de pessoas expostas ou diagnosticadas com HIV/AIDS. No caso dos pacientes diagnosticados com HIV ou aqueles que já desenvolveram a AIDS, é salutar a assistência do enfermeiro a fim de verificar e estimular a adesão ao tratamento com antirretroviral ou demais formas terapêuticas, comportamentos para evitar a transmissão para outras pessoas, monitoramento do estado clínico do paciente e aparecimento de reações adversas aos fármacos (BRASIL, 2008).

Finalmente, o enfermeiro torna-se indispensável neste processo na medida em que assiste os clientes, sejam aqueles que não foram expostos ao vírus do HIV, sejam aqueles que já desenvolveram a AIDS, de maneira a oferecer-lhes atendimento pautado pelo respeito, confiança e compreensão, oportunizando, ainda, assistência com apoio emocional (CUNHA; GALVÃO, 2010).

Para tanto, a equipe de enfermagem deve valorizar as queixas do paciente, estar disposta a ouvir, não desvalorizar ou minimizar seus problemas e reconhecer seus direitos a esclarecimentos e informações.

Dessa forma, a atuação do enfermeiro é fundamental para garantir acesso com acolhimento a todos os clientes. Contudo, é essencial que seja imbricada pela assistência sistematizada, a fim de que tenha maior resolutividade e qualidade.

3. 2 Sistematização da Assistência de Enfermagem

No Brasil, Wanda Horta (1979) propôs um modelo para a implantação do processo de enfermagem, o qual continha as seguintes fases: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, plano assistencial, prescrição de enfermagem, evolução de enfermagem e prognóstico de enfermagem.

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estabeleceu que a consulta de enfermagem deveria ser organizada por método fundamentado no processo de enfermagem, sendo composto pelas cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: coleta de dados (histórico), diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação de enfermagem. Salienta-se que ao enfermeiro é de caráter privativo a realização do diagnóstico e prescrição das intervenções de enfermagem.

Neste estudo foram consideradas as três primeiras etapas descritas pela Resolução 358/2009 do COFEN.

A coleta de dados ou histórico tem por finalidade extrair informações sobre a pessoa, a família ou a coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo de saúde e doença na tentativa de identificar os possíveis problemas (COFEN, 2009; HORTA, 1979).

A segunda etapa consiste nos diagnósticos de enfermagem, a qual culmina na tomada de decisão mediante julgamento clínico sobre os conceitos/diagnósticos de enfermagem que representam as necessidades da pessoa, família ou coletividade levantadas previamente e que demandam intervenção (COFEN, 2009; HORTA, 1979).

Existem diferentes classificações de enfermagem dos diagnósticos de enfermagem (DEs). Destaca-se a taxonomia II da NANDA - I, a qual é conhecida internacionalmente e bastante utilizada no Brasil. Nessa, os DEs são constituídos por título, por uma definição conceitual, por características definidoras e fatores relacionados ou de risco (NANDA, 2012).

Em estudo realizado por Faria (2012), em um hospital de ensino de Minas Gerais, os principais diagnósticos de enfermagem identificados em pacientes com HIV/AIDS foram: proteção ineficaz, risco de infecção, risco de trauma vascular, hipertermia, mucosa oral prejudicada, insônia, mobilidade física prejudicada, déficit do autocuidado para o banho, risco de resiliência comprometida, comportamento de saúde propenso a risco, dor aguda e nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais.

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Os diagnósticos de enfermagem risco de infecção e proteção ineficaz apresentaram-se em todos os pacientes dos estudos de Faria (2012), Cunha e Galvão (2010) e Silva et al. (2009).

A identificação dos DEs é importante para esses pacientes, na medida em que permite ao enfermeiro identificar as principais necessidades, sejam físicas ou psicossociais. Faria (2012) destaca ainda que algumas respostas humanas apresentadas pelos clientes requerem assistência imediata a fim de evitar comprometimento no seu estado geral.

A terceira etapa do PE, planejamento de enfermagem, determina por sua vez, os resultados que se esperam alcançar e as intervenções de enfermagem que serão realizadas face aos diagnósticos de enfermagem identificados (COFEN, 2009).

Para o levantamento dos resultados de enfermagem há a classificação de enfermagem denominada Nursing Outcomes Classification – NOC (2010). Nessa etapa, também pode se utilizar a Nursing Interventions Classification – NIC (2010) para o planejamento das intervenções de enfermagem.

Embora a quarta e quinta etapas do PE não tenham sido trabalhadas neste estudo, é importante descrevê-las. A quarta etapa é a implementação das ações ou intervenções de enfermagem determinadas na etapa anterior. O plano assistencial ou prescrição de enfermagem coordena a ação da equipe de enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas do indivíduo (COFEN, 2009; HORTA, 1979).

A última etapa, a avaliação, tem como objetivo verificar se as intervenções de enfermagem alcançaram os resultados esperados e se foram assim capazes de modificar as respostas no processo saúde/doença apresentadas anteriormente pelo cliente ou familiar (COFEN, 2009; HORTA, 1979). Os resultados podem ser descritos e mensurados pela NOC pela segunda vez no PE.

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tomada de decisão, reconhecimento e autonomia dos enfermeiros (RIVAS et al., 2012; KRAEMER, DUARTE, KAISER; 2011; EGRY, 2009).

Vale salientar que essas classificações de enfermagem possuem um enfoque biopsicossocial, fortalecendo, assim, a prática do enfermeiro como prática social.

Em estudo realizado por Ramos, Carvalho e Canini (2010), verificou-se que auxiliares e técnicos de enfermagem não reconheciam suas possíveis contribuições na realização da sistematização da assistência de enfermagem, embora participassem da coleta de dados e da realização das intervenções de enfermagem.

O desconhecimento por parte dos auxiliares e técnicos de enfermagem quanto às suas possíveis colaborações no tocante à SAE, além de outros fatores, dificulta ao enfermeiro priorizar as atividades que lhe são privativas, como o levantamento dos diagnósticos de enfermagem e a elaboração dos planos de intervenção e dos resultados esperados, apesar de estas poderem ser auxiliadas pelos demais membros da equipe de enfermagem.

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4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal. Para Polit e Beck (2011), é uma pesquisa que visa principalmente documentar aspectos da situação, além de retratar os relacionamentos entre variáveis, não se preocupando com relações de causa e efeito.

Esses autores descrevem ainda que os estudos transversais envolvem a coleta de dados em um ponto do tempo. Os fenômenos sob estudo são obtidos durante um único período de coleta de dados, não sendo possível identificar nesse momento quais indivíduos foram expostos e quais apresentaram o desfecho (POLIT;BECK, 2011).

A pesquisa quantitativa é recomendada, por exemplo, para definir atitudes em relação a um determinado assunto, para avaliar a opinião de um grupo em relação a algum tema (SOARES, 2002 apud QUADROS, 2009).

4.2 Local do estudo

A pesquisa foi realizada no Hospital Giselda Trigueiro (HGT), no Município de Natal/RN.

O Hospital Giselda Trigueiro, instituição de caráter público, caracteriza-se por caracteriza-ser um caracteriza-serviço de assistência especializada de nível terciário, caracteriza-sendo referência para o Estado do Rio Grande do Norte em: doenças infecciosas e imunobiológicos especiais. Tem a missão de promover a atenção integral à saúde em infectologia de forma humanizada, respeitando os princípios do SUS – Sistema Único de Saúde, com ética e responsabilidade social (SESAP, 2014).

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Presta atendimento de urgência e atendimento ambulatorial especializado em: Infectologia, Doenças de Chagas, Tuberculose, Hepatites, Hanseníase e HIV/AIDS, realizando em média 1.300 atendimentos/mês. Realiza internação em regime de hospital-dia para pessoas que convivem com HIV/AIDS, bem como serviços de Apoio ao Diagnóstico e Tratamento – SADT, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Farmácia, Psicologia, Serviço Social e Programa de Internação Domiciliar (PID) (SESAP, 2014).

Existem atualmente 127 leitos funcionando no Giselda Trigueiro. Sendo sete leitos em UTI, três leitos DIA, 25 em pediatria, 29 no Misto I, 20 no Misto II, 28 em Tisiopneumologia e 15 para Serviço de Atendimento de Urgência (SAU). O hospital possui uma sala para pequenas cirurgias.

Conta também com serviços de apoio, tais como: serviço de análises clínicas e microbiológicas; comissão de controle de infecção hospitalar; serviço de suporte nutricional e dietético; serviço de assistência farmacêutica; serviço de diagnóstico por imagens; serviço de assistência social; residência médica em infectologia; serviço de enfermagem; serviço de fisioterapia; Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais – CRIE (SESAP, 2014).

.

4.3 População e amostra

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Fórmula do tamanho da amostra (FONTELLES et al., 2010):

� = . .�. �/2 2

�2 � −1 + �2/2. .

, �� = (1− )

n: tamanho da amostra; nível de confiança, e: erro amostral; p: proporção; N: tamanho da população.

Quadro 01 – Distribuição da quantidade de pacientes internados por ano, no período de 2009 a 2013. Hospital Giselda Trigueiro (HGT), Natal/RN, 2015

ANO QUANTIDADE DE PACIENTES INTERNADOS

2009 123

2010 144

2011 167

2012 176

2013 180

TOTAL 790

Fonte: SAME- HGT, 2014.

Figura 01 – Representação gráfica de seleção da amostra da pesquisa. Natal/RN, 2014

Média aritmética dos últimos 5 anos:

790:5 = 158 pacientes (população)

Tamanho da amostra: 113 paciente

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A amostra do estudo correspondeu aos pacientes que se enquadraram nos critérios de seleção, a saber:

- critérios de inclusão: ter sido diagnosticado clinicamente com AIDS, apresentar idade acima de 18 anos, estar internado no hospital no período de coleta de dados e possuir tempo mínimo de internação de 12 horas;

- critérios de exclusão: desconhecer o diagnóstico da doença e não estar em condições psíquicas e emocionais.

Considerou-se um tempo mínimo de internação de 12 horas para efeito de acomodação do paciente ao ambiente de internação, assim como para uma melhor aproximação e avaliação da equipe de enfermagem acerca do seu estado de saúde e para obtenção dos resultados dos exames laboratoriais solicitados no momento da admissão.

No intuito de verificar se o paciente tinha conhecimento da doença e se tinha condições físicas e psíquicas comprometidas, os pesquisadores se reportavam à equipe de enfermagem, consultas aos prontuários, assim como abordavam o paciente no sentido de realizar uma avaliação sobre seu estado geral de saúde, nível de consciência e orientação. O nível de consciência era avaliado por meio da abertura ocular, resposta motora e verbal. Os pacientes eram abordados também para efeito de avaliação da sua orientação temporal e espacial.

4.4 Aspectos éticos

Para a viabilização técnica da pesquisa, inicialmente foi solicitada autorização para o desenvolvimento da coleta de informações com carta de anuência encaminhada à direção do Hospital Giselda Trigueiro (Apêndice A). Além de solicitar a autorização da direção do HGT para manusear os prontuários dos pacientes que assinaram o TCLE (Apêndice B).

(29)

Todos os participantes envolvidos no estudo foram informados sobre a voluntariedade e, após entenderem a pesquisa e concordarem em participar da mesma, foram convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndices C e F). No caso dos pacientes, para aqueles que não sabiam ler, realizou-se a leitura do Termo e, caso tivessem aceitado em participar da pesquisa, era solicitada a assinatura com a impressão datiloscópica.

Ressalta-se que os mesmos foram esclarecidos de que as respostas teriam fins estritamente científicos e que seria preservado o anonimato dos participantes, respeitando-se os aspectos éticos constantes na Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS)(BRASIL, 2012). Para garantir o anonimato dos participantes seus nomes foram substituídos por números.

4.5 Instrumento para coleta de dados

Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: um instrumento de anamnese e um de exame físico (Apêndices G e H, respectivamente).

(30)

Já o formulário do exame físico utilizado foi adaptado do instrumento de Barros et al. (2010), o qual foi elaborado pelo Grupo de Estudos sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem do Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo.

Salienta-se que, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, realizou-se o convite, por e-mail, para colaboração no estudo mediante concessão de parecer consultivo sobre os instrumentos de coleta de dados da pesquisa, os quais foram submetidos à avaliação de juízes (especialistas). A consultoria foi realizada no período de 15 de janeiro a 15 de fevereiro de 2014. No intuito de identificar os profissionais de enfermagem do Brasil que poderiam atuar como juízes do instrumento, realizou-se uma busca por meio da plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os juízes foram selecionados por meio da plataforma Lattes utilizando os seguintes critérios:

 Assunto: HIV/AIDS

 Doutor e demais pesquisadores  Grande área: ciências da saúde  Área: enfermagem

 Subárea: enfermagem de doenças contagiosas  Currículos atualizados nos últimos 6 meses

 Informações pessoais: formação acadêmica/titulação e área de atuação

 Informações sobre produções bibliográficas: artigos publicados, trabalhos em eventos e outras produções bibliográficas

 Período de produção: a partir do ano de 2009

(31)

Os 14 possíveis participantes foram selecionados por endereço eletrônico em janeiro de 2014. A correspondência eletrônica foi enviada com o propósito de explicar a finalidade da participação do juiz, indagando sobre sua participação na pesquisa com uma carta-convite (Apêndices D e E) com o link

da pesquisa a partir de um formulário construído via Google Docs <docs.google.com>, e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice F), caso aceitassem em participar do estudo. A pesquisa foi reenviada a cada sete dias, em não obtendo resposta foi reenviado o convite para os não respondentes. No entanto apenas oito aceitaram colaborar e forneceram sugestões aos instrumentos de pesquisa.

A avaliação do instrumento ocorreu a partir da classificação de cada item quanto à opinião dos juízes sobre a concordância ou discordância da permanência do item nos instrumentos de coleta de dados. Além disso, sugestões também poderiam ser feitas a fim de que os conteúdos pudessem ser modificados e incorporados à pesquisa.

Após as adequações realizadas nos instrumentos, reenviou-se os mesmos aos especialistas para concordância ou discordância final. Incorporaram-se aos instrumentos os itens que obtiveram concordância entre os juízes em uma frequência acima de 50%.

4.6 Procedimentos para coleta de dados

Após o recebimento do parecer favorável da direção do Hospital Giselda Trigueiro e do CEP/UFRN, foi iniciada a coleta de dados.

A coleta de dados foi realizada pela pesquisadora e quatro alunos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do curso de Graduação em Enfermagem da UFRN e que fazem parte do grupo de pesquisa Práticas Clínicas e Epidemiológicas em Saúde e Enfermagem (PAESE), do Departamento de Enfermagem da UFRN.

(32)

diagnóstico da infecção pelo HIV, biossegurança, sistematização da assistência de enfermagem, apresentação da pesquisa e dos instrumentos de coleta de dados, protocolo operacional para realização de exame físico e condutas a serem tomadas para abordagem da equipe de saúde, paciente, familiar e realização da anamnese e exame físico. Destaca-se que elaborou-se um protocolo operacional para subsidiar a realização do exame físico (Apêndice I).

O treinamento ocorreu na primeira quinzena de março de 2014 e constituiu-se em forma de um curso teórico-prático com carga horária de 12 horas. A metodologia utilizada para a realização do mesmo foi desenvolvida por meio de aulas expositivas dialogadas, discussões de casos clínicos e de protocolos/manuais do Ministério da Saúde do Brasil. Após etapa teórica do curso, realizou-se uma atividade prática de simulação de exame físico em pares com o intuito de capacitar os alunos para a coleta de dados de forma o mais padronizada possível.

Posteriormente, iniciou-se a coleta de dados, a qual ocorreu no período de março a setembro de 2014. Salienta-se que aplicou-se um pré-teste com 10% da amostra estudada, com a finalidade de avaliar a aplicabilidade e a necessidade de alterações nos instrumentos de coleta de dados. Como não houve necessidade de modificações, os participantes do pré-teste foram incluídos na amostra deste estudo.

Ressalta-se que a pesquisadora acompanhou os alunos diariamente durante o período de 15 dias, tendo sido cada aluno acompanhado três vezes. Elaborou-se uma escala para a equipe de coleta da pesquisa de modo a permitir que a cada dia fosse pelo menos um colaborador.

A proposta da pesquisa era apresentada através da leitura do TCLE ao paciente, sendo solicitada a sua participação na pesquisa. Para tanto, era dado o tempo que o cliente necessitava para tomar sua decisão.

Caso o paciente desejasse colaborar com o estudo, eram realizados anamnese e exame físico com base no instrumento de coleta de dados. As perguntas feitas aos pacientes eram esclarecidas utilizando terminologia apropriada, para não haver dúvidas ou constrangimentos.

(33)

Os prontuários eram consultados em local adequado, mantendo a organização e a preservação dos documentos neles contidos. As informações eram coletadas de forma a atender apenas aos objetivos da pesquisa e cumprindo o que determina a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Em relação ao manuseio dos documentos foram realizados os seguintes cuidados: as mãos do pesquisador eram lavadas no início e ao final do trabalho. Os documentos eram sempre manuseados sobre uma mesa, não eram dobrados, extraviados, rasgados e nem removidos do prontuário. Destaca-se ainda que o pesquisador utilizava máscara durante o contato com o paciente.

Para a avaliação clínica foram utilizados os seguintes instrumentos: fita métrica, termômetro axilar, estetoscópio adulto, esfigmomanômetro aneroide.

4.7 Procedimentos para análise dos resultados

Os dados foram analisados baseados no Processo de Enfermagem, ação privativa e obrigatória do profissional de enfermagem. Fundamentando-se nos livros de diagnóstico, NANDA Internacional (2012), Nursing Outcomes Classification (NOC, 2010) e Nursing Intervention Classification (NIC, 2010).

Para a identificação dos diagnósticos de enfermagem e, consequentemente, fatores relacionados ou de risco e as características definidoras, foi utilizado o processo diagnóstico proposto por Helland (1995), o qual se constitui em duas etapas: análise (categorização dos dados e identificação das lacunas) e síntese (agrupamento, comparação, identificação e relação dos fatores causadores).

(34)

primeiramente pela mestranda e em seguida por processo de revisão de forma pareada com o orientador para assegurar um julgamento consensual, objetivando, assim, maior precisão.

Posteriormente, construíram-se duas planilhas utilizando o software Microsoft Excel®, nas quais foram registrados os dados da anamnese, exame físico, diagnósticos de enfermagem e suas características definidoras e fatores relacionados ou de risco identificados.

A primeira referia-se aos dados socioeconômicos e clínicos, e a segunda constituiu-se dos diagnósticos de enfermagem e suas características definidoras, fatores relacionados e de risco para cada paciente.

Os dados nas planilhas foram dispostos da seguinte forma: apresentação do paciente quanto aos dados sociodemográficos e clínicos, a listagem dos diagnósticos de enfermagem investigados, com a relação dos seus respectivos componentes do diagnóstico.

Os dados foram exportados para o software estatístico IBM SPSS Statistic® versão 20.0 for Windows para tratamento dos resultados, tendo como tipo de análise a estatística descritiva e inferencial.

A análise descritiva se consistiu em frequências absolutas e percentuais para as variáveis sociodemográficas e clínicas, diagnósticos de enfermagem, características definidoras e fatores relacionados ou de risco.

As variáveis numéricas relacionadas aos aspectos sociodemográficos e clínicos e diagnósticos de enfermagem receberam tratamento estatístico de medidas de tendência central.

Para verificar a normalidade da distribuição dos diagnósticos de enfermagem, utilizou-se o teste estatístico de Shapiro Wilk a um nível de significância de 5%, por ser recomendado para amostras maiores, em virtude de possibilitar maior precisão, conforme Torman, Coster, Riboldi (2012).

(35)

sociodemográficas e clínicas (faixa etária, sexo, situação conjugal, local de moradia, nível de escolaridade, renda familiar, forma de exposição ao HIV, existência de outras doenças, infecção oportunista atual, abandono de tratamento, dificuldade de acesso ao serviço, tabagista, usuário de álcool e usuário de drogas ilícitas).

A análise se baseou na leitura das estatísticas descritivas, bem como na análise do valor p encontrado, com seus respectivos comentários. Para significância estatística adotou-se um nível de 5%.

A estatística inferencial se deu também por meio de regressão logística pelo método stepwise para identificar os fatores preditores dos diagnósticos de enfermagem que influenciam no processo de estabelecimento das respostas humanas apresentadas por pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, e considerou-se um nível de significância de 10%.

A regressão logística é utilizada para variável dependente com característica dicotômica. Nesta pesquisa, utilizaram-se alguns testes para verificar a adequação do modelo, os quais são conhecidos como pseudos r2, destacando-se o teste de Cox&Snell r2 e o de Nagelkerk r2. O valor máximo de um coeficiente de Cox&Snell r2 é igual a 1 e, quanto mais próximo de 1 este índice, melhor é a qualidade do modelo. O coeficiente de Nagelkerk r2 representa uma correção do coeficiente de Cox&Snell r2 e segue a mesma interpretação (HAIR et al., 2005).

(36)

também com as características definidoras e fatores relacionados que apresentaram uma prevalência a partir de 15%.

Salienta-se que não houve possibilidade de realizar testes estatísticos envolvendo o diagnóstico de enfermagem Proteção ineficaz, tendo em vista sua frequência ter se apresentado em 100% dos pacientes.

Delinearam-se resultados e intervenções de enfermagem, por meio da utilização da NOC (2010) e NIC (2010) para aqueles diagnósticos de enfermagem que atingiram frequência acima de 50%. Esse levantamento foi realizado primeiramente pela mestranda e em seguida de maneira pareada com o orientador. Os dados foram apresentados em quadro.

(37)

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Esta secção será composta da apresentação dos dados oriundos da pesquisa no formato de artigo e que serão submetidos à avaliação de periódicos qualificados e de impacto científico.

 Artigo 1, ―Prevalência dos diagnósticos de enfermagem em pessoas com AIDS‖, com o objetivo de sintetizar o conhecimento produzido na literatura científica acerca dos diagnósticos de enfermagem mais frequentes em pessoas com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, está editado de acordo com as normas da Revista Cuidado é Fundamental (Anexo B).

 Artigo 2, ―Associação dos diagnósticos de enfermagem em pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida‖, com o objetivo de analisar a associação entre os diagnósticos de enfermagem e as características definidoras, fatores relacionados ou de risco em pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, está formatado de acordo com as normas da Revista Acta Paulista de Enfermagem (Anexo C).

 Artigo 3, ―Associação dos diagnósticos de enfermagem com as características sociodemográficas e clínicas em pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida‖, com o objetivo de analisar a associação entre os diagnósticos de enfermagem e as características definidoras, fatores relacionados ou de risco em pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, está editado de acordo com as normas da Revista Brasileira de Enfermagem (Anexo D).

 Artigo 4, ―Fatores preditores dos diagnósticos de enfermagem em pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida‖, com o objetivo de identificar fatores preditores para diagnósticos de enfermagem em pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, está editado de acordo com as normas da Revista Eletrônica de Enfermagem (Anexo E).

(38)
(39)

PREVALÊNCIA DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PESSOAS COM AIDS

PREVALENCE OF NURSING DIAGNOSIS IN PEOPLE WITH AIDS

(40)

Resumo

Objetivo: Sintetizar o conhecimento produzido na literatura científica acerca dos diagnósticos de enfermagem mais prevalentes em pessoas com Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados SCOPUS, PUBMED, LILACS e BDENF.

Resultados: Foram identificados sete diagnósticos de enfermagem mais citados entre

os artigos. A prevalência mínima e máxima dos DEs encontrados pelos estudos

foram, respectivamente: conhecimento deficiente (19,6-100%), medo (1,9 a 96%),

nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais (7,8-76,9%), risco

de infecção (60-100%), ansiedade (1,9-90%), controle ineficaz do regime terapêutico (27,4-96%) e diarreia (4-46,1%). Conclusão: Há lacunas nos estudos analisados, pois os enfermeiros não descrevem em alguns diagnósticos elaborados quais as

características definidoras e os fatores relacionados dos DEs por eles estabelecidos.

Descritores: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; Diagnóstico de Enfermagem,

Processos de Enfermagem.

Abstract

Objective: To summarize the knowledge produced in the scientific literature about

nursing diagnoses that are more prevalent in people with Acquired Immunodeficiency

Syndrome. Method: This is an integrative literature review conducted in the databases SCOPUS, PubMed, LILACS and BDENF. Results: 07 nursing diagnoses among the most cited articles were identified. The maximum and minimum prevalence

found by the DE studies were: lack of knowledge (19.6 to 100%), fear (1,9 96%),

imbalanced nutrition: less than body requirements (7.8 to 76 , 9%), risk of infection

(60-100%), anxiety (1.9 to 90%), ineffective therapeutic regime (27.4 to 96%) and diarrhea (4 to 46.1%). Conclusion: There are gaps in the studies analyzed, because

the nurses did not describe in some developed which diagnoses the defining

characteristics and related factors of DE established by them.

Descriptors: Acquired Immunodeficiency Syndrome; Nursing Diagnosis; Nursing

Process.

Resumen

Objetivo: Resumir el conocimiento producido en la literatura científica sobre

diagnósticos de enfermería que son más frecuentes en las personas con Síndrome de

(41)

Resultados: Fueron identificados 07 diagnósticos de enfermería más citados entre los artículos. La prevalencia máxima y mínima encontrado por los estudios DE fueron: la

falta de conocimiento (19,6 a 100%), miedo (1,9 al 96%), la nutrición desequilibrada:

menos que las necesidades corporales (7,8-76 , 9%), riesgo de infección (60-100%),

ansiedad (1,9 a 90%), regimén ineficaces terapéutico (27,4 a 96%) y diarrea (4 a

46,1%). Conclusión: Hay lagunas en los estudios analizados, debido a que las enfermeras no describieron en algunos países desarrollados que diagnostica las

características definitorias y factores relacionados de DE establecidas por ellos.

Descriptores: Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirida; Diagnóstico de Enfermería;

Procesos de Enfermería.

Introdução

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença causada pelo

Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que fragiliza o sistema imunológico e

debilita seu portador, favorecendo aocorrência de infecções oportunistas.1

Apesar de todos os avanços no diagnóstico e na terapia, a infecção pelo vírus HIV e a AIDS ainda são consideradas problemas de saúde pública.1-2

No Brasil, desde o início da epidemia em 1980 até dezembro de 2013, foram

notificados 734 mil casos de AIDS.3

Com a produção e a distribuição gratuita dos antirretrovirais (ARV) houve uma significativa contribuição no aumento da expectativa de vida das pessoas com

HIV/AIDS, por exemplo, na década de 80 a média de sobrevida das pessoas que

viviam com HIV/AIDS era de cinco meses, em 1996 era de cinquenta e oito meses e,

em 2002, constataram-se sete anos de sobrevida. Dessa forma, a infecção passa a adquirir perspectivas de cronicidade.4 Diante do exposto, as ações de cuidado no

âmbito da saúde desses indivíduos também devem ser redirecionadas e os

profissionais precisam saber lidar com essa realidade cada vez mais presente nos

serviços de saúde.

São evidentes os progressos feitos no tratamento da infecção por HIV e da

AIDS, porém o vírus persiste como uma questão crítica de saúde. Prevenção,

detecção precoce e tratamento permanecem como importantes aspectos do cuidado

de pessoas com infecção por este vírus. O enfermeiro, na prestação do cuidado ao paciente com AIDS, precisa compreender o distúrbio, aperfeiçoar as condutas

rotineiras, ter o conhecimento sobre as consequências físicas e psicológicas

(42)

clínico a fim de proporcionar um cuidado eficaz para as pessoas com infecção por HIV e AIDS.4-5

Durante décadas, a enfermagem tem buscado conhecimentos próprios para

sistematizar e organizar sua prática e seu processo de cuidar, de modo a favorecer

uma assistência baseada não somente na dimensão biológica do ser humano, mas

essencialmente na compreensão do homem como sujeito social e o seu processo saúde/doenca, seja no âmbito hospitalar ou na saúde coletiva, oferecendo um

cuidado holístico.6

Dessa forma, com o objetivo de melhorar a qualidade e o processo de cuidar,

o Processo de Enfermagem (PE), nos últimos anos, vem sendo utilizado em algumas instituições de saúde como uma metodologia assistencial.

Uma das fases do processo de enfermagem que merece destaque devido à sua

complexidade de elaboração é o Diagnóstico de Enfermagem (DE), a qual se configura pela tomada de decisões, e se norteia pelo julgamento clínico mediante

embasamento científico e experiência do enfermeiro.

A utilização do DE na assistência de enfermagem é importante, uma vez que

individualiza o cuidado prestado ao paciente, facilita o estabelecimento de metas, a adoção de condutas de enfermagem, subsidia a execução e a avaliação da assistência

com base em um raciocínio clínico registrado de forma organizada.4,8

Diante da complexidade e morbidade da AIDS e, tendo em vista a importância

da identificação dos diagnósticos de enfermagem para direcionar os cuidados de acordo com as necessidades do paciente, os quais proporcionam subsídios para

tomada de decisão do enfermeiro de forma adequada, teve-se como objeto de

estudo a identificação dos diagnósticos de enfermagem direcionados aos pacientes

com AIDS na literatura.

Partindo do exposto, o estudo tem como objetivo sintetizar o conhecimento

produzido, na literatura científica, acerca dos diagnósticos de enfermagem mais

frequentes em pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Metodologia

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, um método de pesquisa

que permite a síntese de múltiplos estudos publicados e possibilita conclusões gerais a respeito de uma particular área de estudo. Esse método inclui a análise de

pesquisas relevantes que dão suporte para a tomada de decisão e a melhoria da

(43)

determinado assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização de novos estudos.9

Foram utilizadas as seguintes etapas para a construção desta revisão:

identificação do tema; seleção da questão de pesquisa; coleta de dados pela busca

na literatura nas bases de dados eletrônicas, com estabelecimento de critérios de

inclusão e exclusão para selecionar a amostra; elaboração de um instrumento de coleta de dados com as informações a serem extraídas; avaliação dos estudos

incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados e apresentação dos

resultados evidenciados.9

A questão norteadora da pesquisa foi: Quais os diagnósticos de enfermagem mais frequentes em pacientes portadores de HIV/AIDS?

Para responder tal questionamento, foi executada uma busca no mês de

setembro de 2013 e atualizada em outubro de 2014, nas seguintes bases de dados, por ordem de consulta: SCOPUS, PUBMED (National Library of Medicine and National

Institutes of Health), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências

da Saúde) e BDENF (Base de Dados de Enfermagem).

Cada base de dados foi acessada e sua verificação esgotada por duas pesquisadoras, simultaneamente, em computadores diferentes, a fim de garantir

cegamento e a seleção do maior número de artigos relevantes para a pesquisa.

Os critérios de inclusão dos estudos foram: artigos disponíveis gratuitamente

em texto completo; estudos publicados nos idiomas português, inglês e espanhol. Não houve restrição na data de publicação. Foram excluídos artigos disponíveis apenas

em resumo; estudos publicados em fontes que não estivessem disponíveis

eletronicamente, como artigos, livros, monografias, dissertações e teses;

comentários e cartas ao leitor.

Os descritores identificados no MeSH (Medical Subject Headings) para a busca foram: Nursing diagnosis, acquired immunodeficiency syndrome, nursing process,

empregados nos seguintes cruzamentos: Nursing diagnosis AND Acquired

immunodeficiency syndrome, Nursing process AND Acquired immunodeficiency syndrome.

Durante a pesquisa, mediante a aplicação dos cruzamentos dos descritores

foram encontrados: Nursing diagnosis AND Acquired immunodeficiency syndrome

(SCOPUS=199, PUBMED=321, LILACS=60, BDENF=26); Nursing process AND Acquired immunodeficiency syndrome (SCOPUS = 155, PUBMED= 450, LILACS= 39, BDENF= 18).

Para realizar a avaliação da amostra, utilizou-se um instrumento adaptado,10

(44)

de evidência11, região do estudo e sujeitos da pesquisa, diagnósticos de enfermagem estabelecidos em mais de um artigo relacionados ao número de vezes em que

aparecem nos artigos.

Nível de evidência Delineamento metodológico Força de evidência

I Evidências oriundas de revisões sistemáticas ou meta-análise de relevantes ensaios clínicos

Forte II Evidências derivadas de pelo menos um

ensaio clínico randomizado controlado bem delineado

III Ensaios clínicos bem delineados sem randomização

Moderada IV Estudos de coorte e de caso-controle bem

delineados

V Revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos

VI Evidências derivadas de um único estudo

descritivo ou qualitativo Fraca VII Opinião de autoridades ou relatório de

comitês de especialistas

Quadro 1 – Níveis de evidência aplicados na descrição das publicações. Fonte: Melnyk e Fineout-Overholt (2005).

Os resultados foram analisados de forma descritiva e apresentados em quadros. Seguiu-se a discussão dos resultados fundamentada na literatura científica.

Resultados

Na presente revisão integrativa, analisaram-se nove artigos que atenderam

aos critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. No Quadro 2, está

(45)

Id* Referência

Tipo de estudo/Nível de evidência/Base de

Dados

Local do estudo

A

Sena CA, Carvalho EC,Rossi LA, Ruffino MC.

Estratégias de implementação do processo de

enfermagem para uma pessoa infectada pelo

HIV. Rev latinoam enferm. 2001;9(1): 27-38.12

Estudo de caso/VI

(SCOPUS) Brasil

B

Vaz MJR, Barros SMO. Gestantes infectadas pelo HIV– caracterização e diagnósticos de enfermagem. Acta paul

enferm.2002;15(2):7-17.13

Estudo transversal/VI

(LILACS/BDENF)

Brasil

C

Caetano JÁ, Pagliuca LMR. Autocuidado e o portador do HIV/AIDS: sistematização da

assistência de enfermagem. Rev latinoam

enferm. 2006; ;14(3): 1-11.14

Estudo convergente-assistencial/VI (SCOPUS/PUBMED/ BDENF) Brasil D

Silva MR, Bettencourt ARC, Diccini S, Belasco

A, Barbosa DA. Diagnósticos de enfermagem

em portadores da Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida. Rev bras enferm.2009;62(I) 92-9.4

Estudo transversal/VI

(SCOPUS/PUBMED/

LILACS)

Brasil

E

Cunha GH, Galvão MTG. Diagnósticos de enfermagem em pacientes com o vírus da

imunodeficiência humana. Acta paul

enferm.2010; 23(4):526-32.5

Estudo transversal/VI (SCOPUS/LILACS)

Brasil

F

Brasileiro ME, Cunha LC. Diagnósticos de

enfermagem em pessoas acometidas pela

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida em

terapia antirretroviral. Rev enferm UERJ;2011 19(3): 392-6. Estudo longitudinal/VI (SCOPUS/PUBMED /LILACS) Brasil G

Gomez JJ et al. Prevalencia de diagnósticos

de enfermería en personas con VIH/SIDA. Enferm glob. 2013;12(32):1-10.16

Estudo transversal/VI

(46)

H

Faria JO, Silva GA. Diagnósticos de enfermagem em pessoas com HIV/aids:

abordagem baseada no modelo conceitual de

Horta. Rev RENE. 2013; 14(2): 290-300.17

Estudo transversal/VI

(BDENF) Brasil

I

Faria JO, Silva GA. Diagnósticos de

enfermagem do domínio segurança e proteção em pessoas com HIV/Aids. Rev eletronica

enferm. 2014;16(1):93-9.18

Estudo transversal/VI

(LILACS)

Brasil

Quadro 2 – Distribuição dos artigos segundo a referência, o tipo de estudo e nível de evidência, região do estudo e sujeitos da pesquisa.

* = Identificação do artigo

Tendo por finalidade caracterizar o perfil diagnóstico das pessoas com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida[,] segue-se a prevalência dos sete

diagnósticos de enfermagem que foram mais citados nos artigos, conforme o Quadro

3.

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

ARTIGO

A B C D E F G H I

Número de participantes

na pesquisa

01 25 13 60 51 15 91 30 30

Déficit de conhecimento

100% 68% - 88,3% 19,6% - - - -

Medo - 96% 61,5% 83,3% 1,9% - - - -

Nutrição desequilibrada:

menos do que as necessidades

corporais

-

64% 76,9% - 7,8% 33,3% 17,6 % 76,7% -

Risco de

infecção - * -

60% 100% 100% 98,9% - 100%

Ansiedade - - - 90% 1,9% 73,3% 4,4% 6,7% -

Controle ineficaz do regime terapêutico/ Autocontrole ineficaz da saúde

- 96% 76,9% - 27,4% - - -

-

(47)

Quadro 3 - Distribuição da prevalência dos diagnósticos de enfermagem relacionados aos artigos em que foram citados

* Artigo não especificou as frequências absolutas e relativas do DE apenas dos fatores de risco.

Discussão

Analisando os nove artigos selecionados, em relação ao ano, observou-se que

gradativamente houve um interesse por parte dos enfermeiros em pesquisar sobre a

temática, apesar de ser um problema de saúde há muito tempo debatido.

As amostras entre as pesquisas revisadas, de forma geral, se apresentaram

diferentes, algumas com quantidade de participantes pequena. Fatores que

interferem na fidedignidade da análise.

As produções científicas que discorrem sobre DEs em pessoas com a Síndrome

da Imunodeficiência Adquirida têm sido publicadas em períodos recentes, os artigos

analisados mantiveram os diagnósticos risco de infecção, déficit de conhecimento e

nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais ao longo dos anos. Ao analisar os delineamentos dos estudos, foram identificadas apenas

publicações com baixo nível de evidência científica, fato que mostra a necessidade

de realizar novas pesquisas utilizando desenhos metodológicos bem delineados e que

permitam maiores níveis de evidência para fortalecer o conhecimento sobre o objeto de estudo proposto.

Quanto aos sujeitos das pesquisas, predominou a investigação com pacientes

adultos, e este fato provavelmente é resultado da maior taxa de incidência da AIDS,

(48)

Conhecimento deficiente

Quatro artigos citaram o DE “Conhecimento deficiente” que é definido como ausência ou deficiência de informação cognitiva relacionada a um tópico específico.20

A prevalência encontrada nos artigos atingiu entre 19,6 a 100% dos pacientes.4,5,13,14 As características definidoras desse DE são: desempenho inadequado em um

teste, seguimento inadequado de instruções, comportamentos exagerados,

comportamentos impróprios (p. ex., histérico, hostil, agitado, apático) e

verbalização do problema. Quanto aos fatores relacionados destacam-se: falta de capacidade de recordar e de exposição, limitação cognitiva, interpretação errônea

de informações e falta de interesse em aprender e de familiaridade com os recursos

de informação.20

O primeiro artigo apresentou para este DE as seguintes características

definidoras: comportamento inapropriado ou exagerado, verbalização do problema e desempenho incorreto de teste, especificando a falta de interesse em aprender como

fator relacionado.12 Interessante notar que alguns antirretrovirais podem desencadear

alterações neuropsiquiátricas, como amnésia, confusão mental, agitação e dificuldade de concentração, o que pode contribuir para a identificação desse DE em

portadores da AIDS.21

O segundo artigo não apresentou características definidoras e fatores

relacionados, em conformidade com a NANDA20, descrevendo que a maioria das gestantes verbalizou a falta ou deficiência de conhecimentos dos aspectos relativos

ao binômio HIV/gestação, que poderiam dificultar a obtenção dos resultados

esperados com a assistência. Afirmou ainda que havia conhecimento insuficiente de

algum aspecto necessário para o autocuidado durante a gestação, puerpério, e nos cuidados com o RN. Pressupõe-se que a característica definidora nesse caso é a

verbalização do problema.13,20

O terceiro apresentou como características definidoras principais: os

comportamentos impróprios exagerados (apatia, hostilidade) e os fatores relacionados evidenciados nesse estudo foram: falta de familiaridade com recursos

de informação e limitação cognitiva.4 Por fim, o quarto artigo apontou que o DE foi

caracterizado por seguimento não acurado de instruções sobre o tratamento da

doença relacionado à falta de interesse em aprender, baixo grau escolar e falta de familiaridade com os recursos de informação.5 Vale salientar que a característica

definidora citada pelo referido artigo5 não encontra-se nos diagnósticos de

Imagem

Figura  01  –  Representação  gráfica  de  seleção  da  amostra  da  pesquisa.  Natal/RN, 2014
Tabela 1. Distribuição dos diagnósticos de enfermagem identificados nos pacientes
Tabela  3.  Distribuição  do  diagnóstico  de  enfermagem  Falta  de  adesão  conforme
Tabela  02  –  Distribuição  do  diagnóstico  de  enfermagem  Conhecimento  deficiente
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Referências

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