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As Crianças e seus Afectos: acontecimentos em uma escola de educação infantil

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Academic year: 2017

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As Crianças e seus Afectos: acontecimentos em uma escola

de educação infantil

The Children and their Affection: events in a Infantile

Education School

Camila Cilene Zanfelice (Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” para a obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia, sob orientação da Profª. Drª. Kátia Maria Kasper – UFPR)

Em nosso Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado “As crianças e seus afectos: acontecimentos em uma escola de Educação Infantil”, procura-mos apreender e analisar um pouco dos modos de ser criança, e modos das crianças se relacionarem naquele contexto escolar.

Para isso, buscamos captar tais modos na imanência, observando-as a partir de suas experiências, dos seus encontros, agenciamentos, sua distri-buição no espaço, relacionando-se com outras crianças, com objetos - classifi-cados ou não pelos adultos como brinquedos: lápis, caderno, balde, bonecas, CDs; com elementos da natureza, como água, pedra, areia; com móveis, como cadeira, carteira; e, ainda, com a professora e com a pesquisadora.

Assim, a pesquisa teve caráter qualitativo, de perfil etnográfico. Duran-te cinco meses, no primeiro semestre letivo, realizamos um processo de obser-vação participante, junto às crianças de uma turma de Pré III, duas vezes por semana. Crianças cuja idade varia entre cinco e seis anos. O contato ocorreu na sala de aula, nos horários de parque e de Educação Física. A escola de Educação Infantil observada integra a Rede Municipal de Ensino de Rio Claro.

Captamos um mundo de intensas transformações.

Buscamos analisar as formas pelas quais algumas crianças se colo-cam em movimento, em seus devires, compondo as relações, e quais são as relações que, na escola, possibilitam às crianças experiências, transformações intensivas, devires. A pesquisa mostrou que é especialmente durante as brin-cadeiras que essas transformações intensivas acontecem. O brincar se reve-lou o grande “meio de transporte” para os devires, para as experiências transformadoras. Durante as brincadeiras, as crianças constroem modos de

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ser que, para além de uma mera representação do “real” vivido, parece tratar-se de composições, devires compondo e recompondo, jogando, agenciando, criando, inventando o “real”, as suas formas de ser.

Produzimos também um breve vídeo – as filmagens foram feitas pelas crianças – que tenta retratar o ponto de vista das crianças em relação à escola, como elas vêem aquele lugar, e as suas relações, na tentativa de possibilitar a participação efetiva das crianças na construção da pesquisa. Solicitamos a elas que filmassem o que quisessem naquele espaço escolar. Depois de pensarem um pouco, escolhiam um lugar, e sem hesitar, filmaram: o parque, a piscina, árvores, um galo fugindo, um coelho quase invisível, uma planta comida por um bichinho, flores, o corredor que leva ao portão de entrada e saída. Produzi-ram aquela realidade. FilmaProduzi-ram a sala de aula, e as árvores e seu contraste com o céu; os prédios ao redor da escola. Pareciam ir sempre por fora, pelas bordas; nada in/dentro. Nada subjetivo. Seres em fuga. Entre. Vídeo que – apresentando outros pontos de vista, outros ângulos, outras velocidades e um movimento próprio - traz contribuições para se pensar a infância e a pesquisa com as crianças.

Buscamos desvendar um pouco do mundo infantil mergulhando em sua materialidade. Para tal, foi necessário exercitar alguns deslocamentos no campo das abordagens educacionais. Procuramos aproximações conceituais com a filosofia da diferença de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Especialmente o conceito de devir, para entender, analisar, observar a criança não como um ser isolado, mas como ser em relação. Aliamo-nos também a estudos e pesquisas recentes a respeito da infância, tais como os de Walter Kohan, que nos trazem outras possibilidades de entendimento sobre a infância e a própria pesquisa com as crianças.

Experimentamos um jeito de pesquisar, junto às crianças, tentando captar, além das relações que se estabelecem entre elas, na escola, algo de suas próprias percepções do mundo e da escola.

Camila Cilene Zanfelice

Mestranda em Educação pelo Instituto de Biociências da Unesp - Campus de Rio Claro

Rua P-04, 1192 - Vila Paulista. CEP: 13506-855 - Rio Claro/ SP E-mail: ca_zanfelice@yahoo.com.br

Referências

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