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Correlação da ciclooxigenase-2 com Ki-67, P53 e Caspase-3 nas neoplasias de mama de cadela

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Academic year: 2017

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Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Campus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do Título de Doutor em Cirurgia Veterinária.

(3)

DADOS CURRICULARES DO AUTOR

(4)

VIDA

“Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e

esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso.

Já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger e já dei risada quando não podia.

Já fiz amigos eternos.

Já amei e fui amado, mas também já fui rejeitado.

Já fui amado e não soube amar.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,

já vivi de amor e fiz juras eternas.

Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só pra escutar uma voz,

já me apaixonei por um sorriso.

Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e...

...tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! Mas sobrevivi!

Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, porque o mundo pertence a quem se atreve

e

A VIDA É MUITO

para ser insignificante"

(5)
(6)

AGRADECIMENTOS

A Deus, por sempre me tratar como seu filho, estando presente em cada momento da minha vida.

Ao Prof. Dr. Carlos Roberto Daleck, pela amizade, confiança, apoio e dedicação ao aceitar esta orientação, possibilitando a realização de um grande sonho.

À Profa. Dra. Renée Laufer Amorin que abriu as portas da UNESP – Campus de Botucatu, pela amizade, incentivo e auxílio prestado.

Á Profa. Suely Rodaski, pela confiança, paciência e ensinamentos transmitidos ao longo da minha vida acadêmica.

À Profa. Dra. Mirela Tinucci Costa pela amizade, ensinamentos e ajuda indispensável.

Ao Prof. Carlos Henrique de Mello Souza meu sincero reconhecimento pela oportunidade concedida.

Ao Prof. Dr. Metry Bacila, pela confiança e estímulos constantes ao longo destes anos.

(7)

Aos demais Professores do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária pelos ensinamentos e momentos agradáveis proporcionados durante a realização do doutorado.

Aos meus avós, Carlos, Olinda e Adelino, pelo exemplo de vida.

À minha mãe pelo amor, carinho e educação. Mesmo após sua ausência ela continua sempre ao meu lado.

Aos meus tios ODILON e NEIVA, que hoje são mais do que nunca os meus verdadeiros pais, pelo amor, força e proteção.

À minha noiva Caroline, pelo amor, confiança, e por ser a pessoa que é, linda, alegre e companheira.

Aos meus tios Nivo e Regina e aos meus primos, Henrique, Daniela e César Augusto, pelo carinho e apoio.

À amiga Christine Hauer Piekarz pela ajuda na seleção dos casos.

Aos colegas Rafael, Marcela e Pedro pelo desprendimento e colaboração na realização dos exames de imunoistoquímica.

Aos amigos e irmãos de república: Sandro, Daniel Gerardi, João Paulo, Gustavo, Daniel Orlato, Alexandre Martini, Beto, Márcio, Marco, André, Daniel Paulino, Alexandre Ribeiro, Thiago, Emílio, Serginho, pessoas com as quais passei alguns dos melhores momentos da minha vida.

(8)

Aos amigos da pós-graduação: Marcos, Fábio, Márcio, Juliana, Sabrina Calazans, Simone, Jane, Sabrina Rodigheri, João Humberto, André, Patrícia Rodrigues, Milena, Virgínia, Lígia, Tatiana, Rosana, Everton, Fábio Brito, Márcia, Ana Letícia, Juan Pablo, Fabrício, pela presença constante, carinho e incentivo na busca de mais uma conquista.

Ao apoio incondicional dos residentes Renato, Geórgia, Nicole, Camila, Sabrina e Tiago.

Aos funcionários do Hospital Veterinário Governador Laudo Natel pelo auxílio.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de estudos.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela concessão do auxílio pesquisa.

À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista – Campus de Jaboticabal, em especial ao programa de Pós-Graduação em Cirurgia Veterinária por ter me acolhido.

À Universidade Federal do Paraná, professores e funcionários, pela agradável

convivência, incentivo e compreensão.

(9)
(10)

LISTA DE ABREVIATURAS

ABC AVIDINA BIOTINA PEROXIDASE

AINEs ANTIINFLAMÁTORIOS NÃO ESTERÓIDES

BSA ALBUMINA SÉRICA BOVINA

CNPq CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E

TECNOLÓGICO

COX CICLOOXIGENASE

DAB DIAMINOBENZIDINA

EGF FATOR DE CRESCIMENTO EPIDERMAL

FCAV FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

FGF FATOR DE CRESCIMENTO DE FIBROBLASTOS

FMVZ FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

NK NATURAL KILLER

OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE

P53 PROTEÍNA P53

p53 GENE P53

PG PROSTAGLANDINA

SAS STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM

SP SÃO PAULO

TNM TUMOR/ NÓDULO/ METÁSTASE

TRIS TRIZMA BASE

TX TROMBOXANO

UFPR UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UVB RAIO ULTRAVIOLETA TIPO B

(11)

LISTA DE TABELAS

Página

TABELA 1- Relação dos casos de acordo com a classificação histopatológica e evolução clínica das neoplasias mamárias de cadelas atendidas no Hospital Veterinário da UFPR, câmpus de Curitiba, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2004. UFPR – Curitiba, PR, 2006... 27

TABELA 2- Relação dos anticorpos primários, clone e código, marca, recuperação antigênica e diluição utilizada nos cortes de neoplasias mamárias de cadelas atendidas no Hospital Veterinário da UFPR, câmpus de Curitiba, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2004. UNESP – Botucatu, SP, 2006... 29

TABELA 3- Valor da pontuação de acordo com o número de células marcadas (imunorreativas) por campo, nas neoplasias mamárias de cadelas atendidas no Hospital Veterinário da UFPR, câmpus de Curitiba, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2004. UNESP – Jaboticabal, SP, 2006... 30

(12)

LISTA DE QUADROS

Página

QUADRO 1- Classificação dos tumores mamários em cadelas segundo a Organização Mundial da Saúde, citada por MISDORP et al. (1999)... 04

QUADRO 2- Estágio clínico dos adenomas mamários em cadelas seguindo o Sistema TNM (Tumor/ Linfonodo/ Metástase) proposto pela OMS (OWEN, 1980). UFPR – Curitiba, PR, 2006... 34

QUADRO 3- Estágio clínico dos carcinomas mamários com prognóstico

bom, em cadelas, seguindo o Sistema TNM (Tumor/

Linfonodo/ Metástase) proposto pela OMS (OWEN, 1980). UFPR – Curitiba, PR, 2006... 35

(13)

LISTA DE FIGURAS

Página

FIGURA 1- Esquema do metabolismo do ácido araquidônico pela via da ciclooxigenase. Adaptado de CALDERON (2005)... 07

FIGURA 2- Distribuição da incidência das neoplasias mamárias em cadelas de acordo com a idade. UFPR – Curitiba, PR, 2006.. 33

FIGURA 3- Prevalência de neoplasias mamárias, distribuídas conforme o tamanho do tumor, em cadelas atendidas no Hospital Veterinário da UFPR, câmpus de Curitiba, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2004. UFPR – Curitiba, PR, 2006... 36

FIGURA 4- Distribuição das neoplasias mamárias de acordo com a sobrevida observada no pós-operatório, em cadelas atendidas no Hospital Veterinário da UFPR, câmpus de Curitiba, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2004. UFPR – Curitiba, PR, 2006... 37

FIGURA 5- Expressão da ciclooxigenase-2 nas neoplasias mamárias de cadelas. UFPR – Curitiba, PR, 2006... 38

FIGURA 6- Em A- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica de um adenoma mamário em cadela. Observar que não houve marcação das células para a atividade da ciclooxigenase-2. Aumento: 400 vezes. EmB- Fotomicrografia de preparação

imunoistoquímica de um carcinoma mamário com

prognóstico ruim em cadela. Observar as células

neoplásicas marcadas para atividade da ciclooxigenase-2

(seta vermelha). Atentar para a presença de

imunorreatividade para atividade da ciclooxigenase-2 na parte epitelial (seta vermelha) e ausência na área mesenquimal (seta azul) desta neoplasia. Contra-coloração: Hematoxilina de Mayer. Aumento: 200 vezes. UNESP – Jaboticabal, SP, 2006... 40

FIGURA 7- Em A - Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica onde se verifica um grande número de células neoplásicas

marcadas para atividade da ciclooxigenase-2 (seta

(14)

preparação imunoistoquímica na qual se observa inúmeras

células neoplásicas marcadas para atividade da

ciclooxigenase-2 em um caso de metástase pulmonar em cadela. Contra-coloração: Hematoxilina de Mayer. Aumento: 400 vezes. UNESP – Jaboticabal, SP, 2006... 40

FIGURA 8- Em A- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica na

qual se observa moderada marcação das células

neoplásicas no interior do vaso linfático (seta vermelha), para atividade da ciclooxigenase-2 em um carcinoma inflamatório de cadela. Contra-coloração: Hematoxilina de

Mayer. Aumento: 200 vezes. Em B – Mesmo caso descrito

em A, no entanto, com aumento de 400 vezes. UNESP –

Jaboticabal, SP, 2006... 41

FIGURA 9- Expressão do índice de proliferação celular Ki-67 nas neoplasias mamárias de cadelas. (*) Grupo onde houve correlação com a ciclooxigenase-2. UFPR – Curitiba, PR, 2006... 43

FIGURA 10- Em A- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica na qual está demonstrada intensa marcação das células neoplásicas no interior do vaso linfático (seta vermelha), para atividade do Ki-67 em um carcinoma inflamatório de cadela. Contra-coloração: Hematoxilina de Mayer. Aumento: 200 vezes. Em B – Mesmo caso descrito em A, no entanto, com aumento de 400 vezes. UNESP – Jaboticabal, SP, 2006... 44

FIGURA 11- Em A - Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica onde se verifica a presença de inúmeros núcleos marcados para atividade do Ki-67 (seta vermelha) em um caso de

carcinoma primário metastático em cadela.

Contra-coloração: Hematoxilina de Mayer. Aumento: 40 vezes. Em

B – Mesmo caso descrito em A, no entanto, com aumento

de 200 vezes. UNESP – Jaboticabal, SP, 2006... 44

FIGURA 12- Expressão da proteína P53 nas neoplasias mamárias de cadelas. (*) Grupo onde houve correlação com a ciclooxigenase-2. UFPR – Curitiba, PR, 2006... 45

(15)

-mesmo caso descrito em A, no entanto, com aumento de 400 vezes Contra-coloração: Hematoxilina de Mayer. UNESP – Jaboticabal, SP, 2006... 46

FIGURA 14- Em A - Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica onde se visibiliza células neoplásicas marcadas para atividade da P53 (seta vermelha) em um caso de carcinoma

inflamatório em cadela. Aumento: 100 vezes. Em B

-Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica onde não se observa a presença de células marcadas para a proteína P53 em um caso de adenoma mamário em cadela. Aumento: 400 vezes. Contra-coloração: Hematoxilina de Mayer. UNESP – Jaboticabal, SP, 2006... 47

FIGURA 15- Expressão da Caspase-3 nas neoplasias mamárias de cadelas. (*) Grupo onde houve correlação com a ciclooxigenase-2. UFPR – Curitiba, PR, 2006... 48

FIGURA 16- Em A - Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica onde se observa marcação das células neoplásicas para atividade da Caspase-3 em um carcinoma primário metastático de cadela. Contra-coloração: Hematoxilina de

Mayer. Aumento: 400 vezes. Em B – Fotomicrografia de

preparação imunoistoquímica onde se visibiliza expressão para a Caspase-3 (seta vermelha) em um carcinoma primário metastático de cadela. Aumento: 400 vezes. Contra-coloração: Hematoxilina de Mayer. UNESP – Jaboticabal, SP, 2006... 49

FIGURA 17- Em A - Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica onde se verifica a presença de células imunorreativas para a atividade da Caspase-3 em um caso de metástase pulmonar de carcinoma mamário em cadela. Aumento: 400 vezes. Em

B – Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica onde

(16)

CORRELAÇÃO DA CICLOOXIGENASE-2 COM Ki-67, P53 e CASPASE-3 NAS NEOPLASIAS DE MAMA EM CADELAS

RESUMO -Tendo em vista a relação da ciclooxigenase-2 (COX-2) com a progressão do câncer, este trabalho teve como objetivo investigar a expressão da atividade desta enzima com a imunorreativadade do Ki-67, P53 e Caspase-3 no diagnóstico e prognóstico de neoplasias mamárias em cadelas. Para a realização deste estudo foram selecionadas 60 amostras de tumores mamários de cadelas. As amostras foram divididas em seis grupos, com 10 tumores em cada grupo, de acordo com a classificação histopatológica. Nos grupos adenoma, carcinoma com prognóstico bom e carcinoma com prognóstico ruim a seleção dos casos se deu pela classificação histológica e evolução clínica do tumor. Os outros 30 tumores foram representados por 10 amostras de carcinoma primário metastático, 10 de metástase pulmonar e 10 de carcinoma inflamatório. A avaliação da expressão da COX-2 (Dako, CX-294), Ki-67 (Dako, M7240), P53 (Novocastra, CM1), Caspase-3 (Neomarkers, Asp175) foi conduzida por imunoistoquímica, utilizando-se a técnica de estreptoavidina-biotina-peroxidase. Em relação aos resultados houve correlação da expressão da COX-2 com o índice de proliferação celular Ki-67 no grupo dos adenomas, metástases pulmonares e carcinomas inflamatórios (P<0,05). Em todos os grupos estudados a COX-2 apresentou correlação com a proteína P53 (P<0,01). Observou-se correlação da expressão da ciclooxigenase-2 com a Caspase-3 no grupo dos carcinomas primários metastáticos e nas metástases pulmonares (P<0,05). A expressão da ciclooxigenase-2 variou de acordo com a agressividade das neoplasias mamárias nos casos de adenoma, carcinoma metastático e carcinoma não metastáticos (P<0,05). A sobrevida das pacientes com neoplasias mamária no pós-operatório está ligada à expressão da COX-2, no grupo dos adenomas, carcinoma com prognóstico bom e carcinoma com prognóstico ruim (P<0,01).

(17)

CORRELATION OF CYCLOOXYGENASE-2 WITH Ki-67, P53 AND CASPASE-3 IN BREAST CANCER OF BITCHES

ABSTRACT – Considering the relationship between cyclooxygenase-2 (COX-2) with the cancer evolution, this study aimed to detect the expression of this enzyme with the immunoreactive of Ki-67, P53 and Caspase-3 in the diagnosis and prognostic of mammary neoplasms in bitches. Sixty mammary tumors samples were selected for the accomplishment of this study. The samples were divided into six groups, contenting 10 tumors in each group, in accordance to histopathology classification. In adenoma, good prognosis carcinoma and poor prognosis carcinoma groups the criteria for selection was made by histology classification and clinical tumor evolution. The others 30 tumors samples were represented by 10 samples of metastatic primary carcinoma, 10 of pulmonary metastases, and 10 of inflammatory carcinoma. The evaluation of the COX-2 (Dako, CX-294), Ki-67 (Dako, M7240), P53 (Novocastra,

CM1), Caspase-3 (Neomarkers, Asp175) expression was achieved by

immunohistochemistry, by means of streptavidine-biotine-peroxidase. About the results a positive correlation between COX-2 and the cellular proliferation index Ki-67 was found in the adenomas, pulmonary metastases, and inflammatory carcinomas groups (P<0,05). In all studied groups the COX-2 presented correlation with P53 protein (P<0,01). There was correlation of cyclooxygenase-2 with caspase-3 in the primary metastatic carcinoma and in the pulmonary metastases group (P<0,05). The cyclooxygenase-2 expression varied in accordance with aggressiveness of mammary neoplasms in cases such adenoma, metastatic carcinoma, and non metastatic carcinoma (P<0,05). The post operative survival rate of patients with mammary neoplasms was linked to COX-2 expression in the adenomas, good prognosis carcinoma and poor prognosis carcinoma groups (P<0,01).

(18)

Página

LISTA DE ABREVIATURAS...IX

LISTA DE TABELAS...X

LISTA DE QUADROS...XI

LISTA DE FIGURAS...XII

RESUMO...…...XV

ABSTRACT...XVI

I. INTRODUÇÃO ... 1

II. REVISÃO DA LITERATURA... 3

II.1- NEOPLASIA MAMÁRIA... 3

II.2- ENZIMA CICLOOXIGENASE-2 ... 6

II.3- ÍNDICE DE PROLIFERAÇÃO TECIDUAL Ki-67 ... 16

II.4- GENE p53 ... 18

II.5- CASPASE-3 ... 20

II.6- TÉCNICA DE IMUNOISTOQUÍMICA... 23

III. MATERIAL E MÉTODOS ... 25

III.1- ESCOLHA DOS TUMORES ... 25

III.1.1-ADENOMA, CARCINOMA COM PROGNÓSTICO BOM E CARCINOMA COM PROGNÓSTICO RUIM... 25

III.1.2- CARCINOMA PRIMÁRIO METASTÁTICO, METÁSTASE PULMONAR E CARCINOMA INFLAMATÓRIO ... 28

III.2- ESTUDO IMUNOISTOQUÍMICO ... 29

III.3- ANÁLISE ESTATÍSTICA... 31

IV. RESULTADOS... 33

IV.1- IDADE ... 33

IV.2- ESTADIAMENTO CLÍNICO... 34

IV.3- SOBREVIDA APÓS A CIRURGIA... 37

IV.4- IMUNOISTOQUÍMICA... 38

IV.4.1- IMUNORREATIVIDADE PARA A COX-2 ... 38

IV.4.2- IMUNORREATIVIDADE PARA O Ki-67... 42

IV.4.3- IMUNORREATIVIDADE PARA A PROTEÍNA P53... 45

IV.4.4- IMUNORREATIVIDADE PARA A CASPASE-3 ... 48

V. DISCUSSÃO ... 51

VI. CONCLUSÕES ... 60

VII. REFERÊNCIAS... 62

(19)

I. INTRODUÇÃO

O câncer de mama é a neoplasia mais comum em cadelas (GORMAN &

DOBSON, 1995; ZUCCARI, 2001). Aproximadamente 50% destes tumores são

malignos, em 25% dos casos, os animais já apresentam metástases no momento

do diagnóstico (KITCHELL, 1995; OGILVIE & MOORE, 1995; MORRISON, 1998).

As raças nas quais se observa maior incidência de tumores de mama são os

Poodles, os Pastores Alemães e os Cockers Spaniel, além dos animais sem raça

definida (ZUCCARI, 1999; RUTTEMAN et al., 2001).

A remoção cirúrgica completa destas neoplasias, com amplas margens de

segurança, quando não existe envolvimento metastático, ainda é o procedimento

terapêutico com maior probabilidade de cura. Os protocolos de quimioterapia

antineoplásica e radioterapia apresentam baixa atividade antitumoral para as

neoplasias mamárias (RUTTEMAN et al., 2001).

Sabe-se que há pelo menos dois tipos de ciclooxigenases que exercem no

organismo diferentes funções fisiológicas: ciclooxigenase-1 (COX-1) e

ciclooxigenase-2 (COX-2) (SOUZA et al., 2001; WANG et al., 2006). A COX-1 é

expressa de forma constitutiva em muitos tecidos. Ela age sintetizando as

prostaglandinas que regulam a função celular normal. A inibição da COX-1 conduz

a efeitos colaterais bem conhecidos, como as úlceras gástricas e a toxicidade

renal (MURRAY & BRATER, 1993; DAVIES, 1995). A COX-2 não é encontrada

nas células em repouso em quantidade significativa, mas sua expressão é

(20)

Pesquisas realizadas por EBERHAT et al. (1994), SUBBARAMAIAH et al.

(1996) e HIDA et al. (1998) sugerem que a COX-2 é importante no processo da

carcinogênese. OSHIMA et al. (1996) e KAWAMORI et al. (1998), em estudos

experimentais com ratos, comprovaram que o uso de fármacos inibidores seletivos

para a COX-2 protege contra a formação de tumores gastrintestinais.

O estudo da imunorreatividade de marcadores prognósticos do câncer de

mama em cadelas, através da imunoistoquímica, tem se revelado uma importante

ferramenta de trabalho na rotina diagnóstica e de pesquisa (

KANDIOLER-ECKERSBERGER et al., 2000).

A disponibilidade de anticorpos monoclonais que reagem com antígenos

associados aos tumores de mama está se expandindo progressivamente,

permitindo que se conheça melhor a biologia destas neoplasias (MOTTOLLESE et

al., 1994). Segundo Allred et al. (1998), Crosier et al. (1999) e Ohashi et al. (2006)

a imunorreatividade de alguns marcadores como Ki-67, P53 e Caspase-3 são

importantes para determinar o prognóstico das neoplasias mamárias.

Tendo em vista a relação da ciclooxigenase-2 com o desenvolvimento do

câncer, objetivou-se correlacionar a imunorreatividade do Ki-67, P53 e Caspase-3

com a COX-2 em relação ao prognóstico dos adenomas e carcinomas mamários

de cadelas. Além disto, avaliou-se a expressão destes anticorpos em casos de

carcinoma primário metastático, metástase pulmonar e carcinoma inflamatório

(21)

II. REVISÃO DA LITERATURA

II.1- NEOPLASIA MAMÁRIA

Devido à elevada incidência de tumores de mama em fêmeas da espécie

canina, seu estudo vem crescendo em relação a outras afecções. As neoplasias

que acometem cães e gatos são modelos apropriados e válidos ao estudo da

biologia do câncer (MOTTOLLESE et al., 1994; ZUCCARI et al., 2001), assim

como, para testar novos agentes terapêuticos, já que os animais de estimação têm

tumores com apresentação histopatológica e comportamento biológico similares

aos tumores que acometem o homem (MacEWEN, 1990; PELETEIRO, 1994;

ZUCCARI et al., 2001).

Os tumores de glândula mamária representam aproximadamente 52% de

todas as neoplasias observadas em cadelas (GORMAN & DOBSON, 1995;

PEREZ-ALENZA, 1998; ZUCCARI, 2001), somente 40 a 50% dos casos são

benignos (KITCHELL, 1995; OGILVIE & MOORE, 1995; MORRISON, 1998). Estas

neoplasias acometem com maior freqüência fêmeas com nove a 12 anos de idade

(SONNENSCHEIN et al., 1991; RUTTEMAN et al., 2001).

Geralmente os tumores mamários apresentam-se como nódulos

circunscritos, de dimensões variáveis. Em relação à mobilidade, podem ser

móveis ou aderidos, com extenso envolvimento cutâneo e muscular. Ao corte,

podem ter aspecto sólido, cístico ou misto, em cuja superfície são observados

freqüentemente focos de necrose (BRODEY et al., 1983; RUTTEMAN et al.,

(22)

O exame histopatológico é o método de eleição para identificar as

características de uma neoplasia (LIMA & MARTINS, 1992; MOTA & OLIVEIRA,

1999). A classificação dos tumores mamários em cadelas segundo a Organização

Mundial da Saúde (OMS) está disposta no Quadro 1.

QUADRO 1- Classificação dos tumores mamários em cadelas segundo a Organização Mundial da Saúde, citada por MISDORP et al. (1999).

1- Neoplasias malignas 2- Neoplasias benignas

1.1- Carcinomain situ 1.2- Carcinoma complexo 1.3- Carcinoma simples

1.3.1- Carcinoma túbulo-papilífero 1.3.2- Carcinoma sólido

1.3.3- Carcinoma anaplásico 1.4- Tipos especiais de carcinoma

1.4.1- Carcinoma de células fusiformes 1.4.2- Carcinoma de células escamosas 1.4.3- Carcinoma mucinoso

1.4.4- Carcinoma rico em lipídeos 1.5- Sarcoma

1.5.1- Fibrossarcoma 1.5.2- Osteossarcoma 1.5.3- Outros sarcomas 1.6- Carcinossarcoma

1.7- Carcinoma ou sarcoma em tumores benignos

2.1- Adenoma

2.1.1- Adenoma simples 2.1.2- Adenoma complexo 2.1.3- Adenoma basalóide 2.2- Fibroadenoma

2.2.1- Fibroadenoma com baixa celularidade

2.2.2- Fibroadenoma com alta celularidade

2.3- Tumor misto benigno 2.4- Papiloma ductal

3- Tumores sem classificação

4- Hiperplasias mamárias e displasias

4.1- Hiperplasia ductal 4.2- Hiperplasia lobular

4.2.1- Hiperplasia epitelial 4.2.2- Adenose

4.3- Cistos

4.4- Ectasia ductal 4.5- Fibrose focal 4.6- Ginecomastia

Outra forma de apresentação histológica dos tumores mamários malignos é

(23)

como característica, extrema rapidez de crescimento e invasão da musculatura

adjacente, resultando em edema e inflamação intensa das mamas (BRODEY et

al., 1983; RUTTEMAN et al., 2001).

As características histopatológicas dos tumores mamários indicativas de um

prognóstico reservado são: pouca diferenciação nuclear, necrose tumoral, invasão

de vasos linfáticos e/ou sangüíneos e metástases em linfonodos satélites

(BOSTOCK, 1992; HELLMEN, 1993; FRANCO, 1997; PHILIBERT et al., 2003).

Estas neoplasias, geralmente, se metastizam para os linfonodos e pulmão. No

entanto, podem ocorrer em outros órgãos ou tecidos tais como fígado, coração,

rins, pele, cérebro e ossos (KITCHELL, 1995).

O estadiamento das neoplasias mamárias em cadelas deve ser voltado

para avaliar a fase de evolução tumoral, bem como as possibilidades de

progressão do tumor, no seu sítio de origem e em outros territórios (metástases).

Este estadiamento pode ser feito segundo o sistema TNM (Tumor/ Nódulo

(Linfonodo)/ Metástase) proposto pela OMS (OWEN, 1980).

Hormônios como o estrógeno, progesterona e o hormônio do crescimento

influenciam a carcinogênese (MORRISON, 1998; FONSECA, 1999; ZUCCARI,

1999). MacEWEN et al. (1982) e SARTIN (1992) identificaram receptores de

estrógenos em 40 a 60% dos casos de câncer de mama em cães. A

ovariossalpingohisterectomia precoce reduz a incidência desta neoplasia, pois

inibe a carcinogênese pela influência dos hormônios produzidos no ovário. Em

animais submetidos a ovariossalpingohisterectomia antes do primeiro estro, o

risco de desenvolvimento dos tumores mamários é de 0,05%; de 8% após o

(24)

(MORRISON, 1998). Cadelas submetidas à ovariossalpingohisterectomia após os

dois anos e meio de idade, ou concomitantemente à mastectomia, não são

beneficiadas pelos efeitos profiláticos deste procedimento (PELETEIRO, 1994;

FONSECA, 1999; RUTTEMAN et al., 2001).

Até o momento, somente a terapia cirúrgica realizada com ampla margem

de segurança é a forma de tratamento que confere maior sobrevida para cadelas

com câncer de mama (BIRCHARD, 1995). Os protocolos com fármacos

antineoplásicos e/ou radioterapia, geralmente são pouco efetivos (RUTTEMAN et

al., 2001). Experimentos desenvolvidos por PIAZZA et al. (1995) e THOMPSON et

al. (1997) com ratos demonstraram a ação do “sulindac sulfone” na proteção

contra os tumores de mama. O “sulindac sulfone” é um metabólico do

antiinflamatório não esteróide “exisunlind” e age diretamente na inibição da enzima

ciclooxigenase-2.

II.2- ENZIMA CICLOOXIGENASE-2

Os produtos do metabolismo do ácido araquidônico compõem um conjunto

de mediadores que modulam a resposta inflamatória e imunológica, são

decorrentes da oxidação do ácido araquidônico, o qual é gerado pela ação da

enzima fosfolipase A2 sobre fosfolipídios da membrana celular. A oxidação do

ácido araquidônico pode ser realizada por duas vias enzimáticas: ciclooxigenase

(também conhecida como PGH sintetase) e a lipooxigenase. A ação do sistema

enzimático da ciclooxigenase sobre os fosfolipídios de membrana converte o ácido

(25)

subseqüentemente reduzida para PGH2. Esta então pode ser usada como um

substrato para sintetizar várias prostaglandinas, como a PGE2, PGD2 e PGF2Į. A

PGH2 pode ainda ser convertida em prostaciclina (PGI2) ou tromboxano (TXA2)

(MONTENEGRO & FRANCO, 1999; SLAUSON & COOPER, 2002; CALDERÓN,

2005; QUEIROGA et al., 2005; WANG et al. 2006) (Figura 1).

Figura 1 - Esquema do metabolismo do ácido araquidônico pela via da ciclooxigenase. Adaptado de CALDERON (2005).

Sabe-se que há pelo menos dois tipos de ciclooxigenases que exercem no

organismo diferentes funções fisiológicas: ciclooxigenase-1 (COX-1) e

Ciclooxigenase Lipooxigenase

Prostaglandina G

2

Lipooxigenase A2

ativada

Prostaglandina H

2

Tromboxano A2

Prostaciclina (PGI2)

Prostaglandina E2

Prostaglandina F2Į

(26)

ciclooxigenase-2 (COX-2) (SOUZA et al., 2001; WANG et al., 2006). As

ciclooxigenases têm estruturas e pesos moleculares similares. Ambas as enzimas

são constituídas por, aproximadamente, 600 aminoácidos e suas estruturas se

assemelham em cerca de 60%. O peso molecular da COX-1 é 68000 daltons,

enquanto o da COX-2 é 70000 daltons (JONES & BUDSBERG, 2000).

A COX-1 (constituinte) é uma enzima que precisa estar disponível e

funcional no organismo, sendo expressa em vários tecidos. Considera-se que está

envolvida na produção de prostaglandinas que modulam as funções fisiológicas

em diversos órgãos, incluindo rins (mantém o aporte sangüíneo no tecido renal,

evitando quadros de isquemia), trato gastrintestinal (preserva a integridade do

estômago pela produção de PGs gastroprotetoras que impedem a isquemia dos

vasos gástricos) e células como as plaquetas (geração de TxA2 pró agregatórios)

(ZHA et al., 2001; BREYER & HARYS, 2001; CHEN et al., 2002; WANG et al.,

2006).

A COX-3, possivelmente uma variante da COX-1 (pois é derivada do

mesmo gene dessa isorforma), encontra-se distribuída principalmente no córtex

cerebral, sendo mais sensível ao acetaminofeno do que a COX-1 e COX-2.

Postulou-se que a inibição da COX-3 poderia representar o mecanismo central

primário pelo qual as drogas analgésicas e antipiréticas do tipo AINE

desenvolveriam suas atividades de redução da dor e da febre

(CHANDRASEKHARAN et al., 2002; KIS et al., 2005).

Em contraste, a COX-2 é indetectável na maioria dos tecidos, mas pode ser

expressa em resposta a certos estímulos tais como presença de citocinas

(27)

crescimento epidermal – EGF e fator de crescimento de fibroblastos - FGF),

lipopolissacarídeo bacteriano e oncogenes (BREYER & HARYS, 2001; ZHA et al.,

2001; DONG et al., 2003; KRAUS, 2003; BRUNELLE et al., 2006).

Recentemente, relatou-se a presença de baixos níveis de COX-2 na mácula

densa e no ramo ascendente da alça de Henle em rins de cães adultos normais e

em néfrons imaturos de rins fetais, que declinam progressivamente para

quantidades muito baixas até o momento do parto, evidenciando seu papel na

nefrogênese (KHAN et al., 2001). A COX-2 está presente fisiologicamente de

forma limitada no cérebro, medula espinhal e pode estar envolvida na transmissão

nervosa, particularmente na dor e febre (DUBOIS et al., 1996; KNOTTENBELT et

al., 2006).

A maioria dos antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) inibe as COX-1 e

COX-2, enquanto que os coxibes, que constituem uma nova geração de AINEs,

são inibidores seletivos da COX-2. Os AINEs seletivos para COX-2 têm sido mais

utilizados no controle da inflamação, evitando os efeitos adversos sobre o trato

gastrintestinal causado pela inibição da COX-1 (JONES & BUDSBERG, 2000;

BURLEIGH, 2002; WOLFESBERGER et al., 2006).

No presente contexto, é importante citar que a COX-2 foi primeiramente

descrita como sendo induzida por um oncogene viral (XIE et al., 1992). BAKHLE &

BOTTING (1996) e SMITH et al. (1998) demonstraram que a formação da COX-2

pode ser induzida por uma variedade de fatores de crescimento, relevando a ação

desta enzima no processo de crescimento celular e carcinogênese. Desde então,

progressos foram feitos na tentativa de compreender a biologia das

(28)

(DUBOIS et al., 1996; BAKHLE, 2001; CAO & PRESCOTT, 2002; MILLANTA et

al., 2006).

Nas últimas duas décadas, numerosos estudos clínicos, experimentais e

epidemiológicos têm ligado o desenvolvimento e progressão das neoplasias com a

presença da COX-2 nas células tumorais humanas (BEAM et al., 2003). A

proposta que a COX-2 está ligada ao desenvolvimento do câncer oferece uma

nova abordagem para aumentar os conhecimentos sobre as neoplasias. A

correlação entre COX-2 e o câncer emergiu a partir de diversos estudos (BAKHLE,

2001) que estabeleceram o uso crônico de antiiflamatórios não esteroidais e a

diminuição da incidência do carcinoma de cólon, em meados dos anos noventa.

Mecanismos associados à promoção tumoral, como aumento da

angiogênese, inibição da apoptose, modulação da resposta imune, maior

capacidade de invasão e metástase, têm sido propostos, baseados em estudos

experimentais, para explicar as conseqüências da super expressão de COX-2

(BOL et al., 2002; CAO & PRESCOTT, 2002; WANG & DUBOIS, 2004; MILLANTA

et al., 2006).

A COX-2 está envolvida com a transformação celular (DAVIES, 1995),

sendo que sua expressão encontra-se aumentada em vários tipos de câncer

(EBERHAT et al., 1994; RISTIMAKI et al., 1997; HIDA et al., 1998; WILSON et al.,

1998; HELLER et al., 2005; BRUNELLE et al., 2006).

THUN et al. (1993) e GIOVANNUCCI et al. (1994) demonstraram

diminuição em 40 a 50% do risco de desenvolvimento de câncer de cólon e reto

em pessoas que usavam regularmente aspirina ou outro antiinflamatório não

(29)

não esteróides em pacientes com pólipos adenomatosos evidenciaram claramente

que o tratamento com estes medicamentos promove a regressão dos adenomas

pré-existentes.

Em uma grande variedade de modelos animais com câncer de cólon

observou-se significativa redução tumoral após o emprego de antiinflamatórios

(WILLIAMS et al., 1997; KAWAMORI et al., 1998; KNOTTENBELT et al., 2006).

Os experimentos de EBERHAT et al. (1994), SANO et al. (1995), KUTCHERA et

al. (1996) e DUBOIS et al. (1996) para determinar o mecanismo envolvido a partir

destas observações, encontraram em pessoas e animais elevada expressão para

a COX-2 nos tumores de cólon e reto, enquanto que áreas normais de mucosa

intestinal possuíam baixas ou nenhuma expressão para a COX-2. Estas

descobertas lideram a hipótese que a COX-2 pode estar envolvida na

determinação do crescimento e progressão do câncer de cólon. Por exemplo, os

efeitos de um inibidor altamente seletivo para a COX-2 (SC-58125) foram testados

em duas linhagens celulares diferentes, sendo que apenas uma delas possuía alta

atividade e expressão para a COX-2. Durante este experimento foi observado

diminuição no crescimento celular nas duas linhagens in vitro, no entanto, in vivo

constatou-se o mesmo efeito apenas nas células com expressão para a COX-2

(SHENG et al., 1997; SHENG et al., 1998).

Evidências genéticas comprovaram o papel da COX-2 no desenvolvimento

das neoplasias intestinais. OSHIMA et al. (1996) avaliaram, em ratos, a ausência

da expressão para a COX-2 determinando o quanto esta enzima contribui para a

formação dos adenomas intestinais. Estes pesquisadores descobriram que

(30)

apresentam predisposição genética para a formação de pólipos. O

desenvolvimento tumoral foi significativamente reduzido quando comparado com

ratos do grupo controle; comprovando desta forma o papel da COX-2 na iniciação

da neoplasia.

BEAM et al. (2003) relataram atividade antitumoral em cães com carcinoma

oral de células escamosas tratados com antiinflamatório não esteroidal

(piroxicam). Os cães com carcinoma de células transicionais de bexiga urinária

quando tratados com piroxicam obtiveram remissão parcial ou completa dos

tumores e aumento da sobrevida (BEAM et al, 2003).

Nas neoplasias mamárias em cadelas o número de células marcadas pela

COX-2 variou de acordo com a classificação histopatológica (P<0,001).

Observou-se baixa expressão para a COX-2 nas células dos adenomas (32,1%). No entanto,

verificou-se elevada imunorreatividade nos casos de carcinomas (60,3%) e nas

metástases pulmonares (DE NARDI, 2004).

BAKHLE (2001) sugeriu um possível papel da ciclooxigenase-2 no processo

de progressão de uma lesão pré-neoplásica para uma neoplasia. A COX-2 é

encontrada em lesões de pele pré-cancerosas como na ceratose actínica. A

irradiação de raios ultravioleta – tipo B (UVB) em ceratinócitos humanos induz a

super expressão de COX-2, sugerindo o envolvimento desta enzima no

desenvolvimento do tumor de pele depois de prolongada exposição solar.

Experimentalmente o uso de inibidores específicos para COX-2 (celecoxib SC

5835) tem se mostrado quimiopreventivo no desenvolvimento de tumores de pele

(carcinoma de células escamosas) em camundongos irradiados com raios

(31)

TSUJII & DUBOIS (1995), BRUNELLE et al. (2006), WOLFESBERGER et

al. (2006) demonstraram, em trabalhos com culturas celulares, que a expressão

para a COX-2 contribui significativamente no potencial carcinogênico das células

epiteliais pela elevação da resistência aos sinais de apoptose. Estudos sugerem

que a ciclooxigenase-2 inibe a apoptose por indução da expressão do Bcl

proto-oncogene. Esta ação anti-apoptótica pode prolongar a sobrevivência de células

anormais, permitindo assim maior tempo para o acúmulo de mutações genéticas,

resultando em transformações neoplásicas (SURH et al., 2001; BOL et al., 2002;

CAO & PRESCOTT, 2002). Estudos com inibidores de COX levam a redução da

expressão de Bcl-2 e indução a apoptose (CAO & PRESCOTT, 2002; WANG &

DUBOIS, 2004).

A atividade catalítica da COX-2 resulta em produção e potencialização de

danos do DNA por radicais livres. A combinação desses efeitos contribui para que

ocorra lesões permanentes no DNA genômico, justificando a hipótese dos

processos inflamatórios levarem ao aparecimento do câncer (KULKARNI et al.,

2001; ZHA et al., 2001; DONG et al., 2003).

Muitas neoplasias são associadas com a supressão da resposta do sistema

imune por elevados níveis de PGE2, formada pela atividade da COX-2. Ocorre

supressão na proliferação de linfócitos B e T, na produção de linfocinas e

formação de células Natural Killer (NK). Além disto, a inibição na liberação de

interleucina-1 pode resultar na produção de células T não responsivas,

contribuindo para promoção do tumor (SOUZA et al., 2000; SURH et al., 2001;

(32)

A ciclooxigenase-2 possui papel vital na regulação da angiogênese

associada com a proliferação das células neoplásicas (TSUJII et al., 1998;

QUEIROGA et al., 2005). O aumento na expressão de COX-2 está relacionado à

produção do fator de crescimento endotelial, determinando a habilidade para

estimular o desenvolvimento de células endoteliais e promover a angiogênese. A

maioria dos tumores sólidos necessita de novos vasos sangüíneos para prover os

nutrientes necessários para garantir seu crescimento e sobrevivência. A provisão

deste novo aporte sangüíneo – a angiogênese – é também crucial para determinar

a ocorrência de metástases (MEYERS & WATSON, 2003; NIJSTEN et al., 2004;

WANG & DUBOIS, 2004; KNOTTENBELT et al., 2006). A partir disto, os inibidores

para a COX-2 podem bloquear o crescimento dos vasos sangüíneos relacionados

com o desenvolvimento tumoral (TSUJII et al., 1998; WOLFESBERGER et al.,

2006).

O uso de antiinflamatórios inibidores específicos da COX-2, em

camundongos com células tumorais positivas para COX-2, diminuiu a

angiogênese e o crescimento do tumor. No entanto, quando células negativas

para COX-2 foram tratadas com esses mesmos inibidores, não houve nenhum

efeito no volume ou no índice de angiogênese (PRESCOTT, 2000; WILLIAMS et

al., 2000).

Foi demonstrado que o desenvolvimento tumoral é marcadamente

atenuado em células de carcinoma pulmonar de Lewis implantado em

camundongos geneticamente deficientes em COX-2. A diminuição na densidade

vascular tem sido observada no crescimento deste tumor, sugerindo que COX-2

(33)

Existe uma correlação positiva entre a expressão da COX-2 e capacidade

de invasão tecidual pelas células tumorais (SOUZA et al., 2000). A super

expressão de COX-2 nas células de câncer de cólon e mama em humanos está

associada com o aumento da expressão de metaloproteinases que possibilita o

rompimento das barreiras teciduais por sua capacidade de lisar colágeno tipo IV

(presente na membrana basal) e colágenos tipos I, II e III, além de gelatinases,

resultando em células com maior potencial metastático e capacidade de invasão

(BOL et al., 2002; CAO & PRESCOTT, 2002; SLAUSON & COOPER, 2002;

KNOTTENBELT et al., 2006).

A elevada expressão de COX-2 foi acompanhada com a diminuição da

adesão as proteínas da matriz extracelular no epitélio intestinal de ratos, onde se

observou a diminuição da expressão de E-caderina, proteína que está envolvida

com a adesão celular (TSUJII & DUBOIS, 1995).

Relatos na literatura oncológica humana têm documentado a ação

quimiopreventiva e antitumoral dos inibidores de COX-2 contra o câncer de

bexiga, câncer cólon retal e outros carcinomas (KAWAMORI et al., 1998; KHAN et

al., 2001; HENRY, 2003).

Essas pesquisas comprovam o papel da COX-2 na patogênese do câncer e

assim sugerem que sua inibição programada, com o uso de antiinflamatórios

inibidores seletivos de COX-2, pode ser efetiva na quimioprevenção e tratamento

(34)

II.3- ÍNDICE DE PROLIFERAÇÃO TECIDUAL Ki-67

Independente de suas causas primárias, as neoplasias apresentam

distúrbios no controle do ciclo celular, que levam ao aumento da proliferação

celular, perda da diferenciação e a formação de massas tumorais

(RABENHORST, 1994; FRAILE et al., 2003).

A detecção e quantificação das células em proliferação constituem

parâmetros importantes no prognóstico de diferentes tumores, uma vez que a

capacidade proliferativa tem sido considerada como um grande parâmetro de

identificação de neoplasias, associada ao grau de malignidade (RABENHORST,

1994; SAKAI et al., 2002) .

Atividade proliferativa determinada por meio de marcação imunoistoquímica

pode também ser associada à susceptibilidade do tumor à quimioterapia, uma vez

que a maioria dos fármacos antineoplásicos atua em células que estão em divisão

celular. Tumores com alto índice de crescimento são mais susceptíveis a estes

fármacos. A atividade proliferativa tem sido usada em humanos para selecionar

pacientes que precisam de tratamento adjuvante, obtendo melhores resultados do

que exclusivamente com cirurgia (ABADIE et al., 1999) .

Na neoplasia mamária canina, a avaliação de marcadores de proliferação

celular tem sido sugerida como indicador de prognóstico, adicionados à

classificação por critérios histopatológicos tradicionais (ZUCARI et al., 2001).

Segundo WEIDNER et al. (1994) a proliferação de células tumorais está

relacionada com o prognóstico em muitos tumores, considera-se que a

(35)

carcinoma mamário. O método que vem sendo mais utilizado é a avaliação

imunoistoquímica do potencial proliferativo para detecção de proteína nucleares

relacionadas com a replicação do DNA. Um dos marcadores mais estudados é o

Ki-67 (VERONESE & GAMBACORTA, 1992). O Ki-67 é um antígeno nuclear que

está presente nas fases ativas do ciclo celular (WEIDNER et al., 1994).

O Ki-67 é uma proteína não histônica, com peso molecular aparente de 345

a 349 Kd presente em todas as fases do ciclo de divisão celular (exceto no início

da fase G1 e na fase G0), sua expressão aumenta na segunda metade da fase S,

alcançando sua maior expressão em G2 e M. (RABENHORST, 1994; ABADIE et

al., 1999; BARBOSA et al., 2003).

A avaliação da fração do crescimento pelo índice proliferativo de Ki-67 é

altamente preditivo no comportamento de várias neoplasias caninas e tem sido

aplicado como um marcador de proliferação celular útil em muitas neoplasias

humanas (MILLANTA et al., 2002; SAKAI et al., 2002).

A expressão do Ki-67 tem sido estudada em tecidos normais e tumorais em

humanos. A porcentagem de células imunorreativas para esse anticorpo

correlaciona bem com as características morfológicas de proliferação celular,

particularmente índice mitótico e grau de diferenciação do tumor. Diante da

presença de neoplasias indiferenciadas, o Ki-67 é o melhor marcador de

proliferação celular atualmente disponível, permite estabelecer uma relação direta

com o prognóstico (ABADIE et al., 1999; BARBOSA et al., 2003).

De acordo com PEÑA et al. (1998), valores aumentados de Ki-67 têm

correlação positiva com metástase, morte pela neoplasia e menor tempo de

(36)

envolvimento de linfonodos (VERONESE & GAMBACORTA, 1992). Assim,

anticorpos específicos para a proteína Ki-67 abrem caminho para a pesquisa por

imunoistoquímica da proliferação celular, particularmente útil em numerosos

estudos de valor prognóstico do crescimento celular em neoplasias humanas e de

cães (BOUZUBAR et al., 1989).

II.4- GENE p53

De acordo com KANDIOLER-ECKERSBERGER et al. (2000) e

KUMARAGURUPARAN et al. (2006) as mutações dos oncogenes fazem com que

as células passem a se dividir sem restrições, enquanto que as mutações dos

genes supressores de tumor fazem com que haja a produção de proteínas

defeituosas que não conseguem prevenir a replicação irregular das células,

principalmente quando ocorre agressão ao DNA. Portanto, tanto os oncogenes,

como os genes supressores de tumor, podem levar a formação de tumores

malignos como resultado final de uma mutação, os oncogenes por serem ativados

e os genes supressores de tumor por serem desativados.

Quando a proteína P53 foi descoberta em 1979, verificou-se sua super

expressão em muitos tipos de tumores malignos, portanto, chegando a conclusões

precipitadas que se tratava de um oncogene. Mais tarde chegou-se a conclusão

que a super expressão era de sua forma mutante (KO & PRIVES, 1996; LEVINE,

1997). Porém, atualmente sabe-se que o p53 é um gene supressor de tumor. O

gene p53 codifica uma fosfoproteína nuclear de 53 kD com atividade supressora

(37)

As funções do p53 estão relacionadas às respostas aos constantes

bombardeamentos genotóxicos que as células sofrem ao longo de suas vidas. A

proteína P53 está diretamente relacionada ao bloqueio do ciclo celular, no caso de

dano no DNA, apoptose, ou diferenciação (BROOKS & GU, 2003; WU et al.,

2006).

A regulação da estabilidade protéica é extremamente crítica quando se

detecta o primeiro sinal de um estresse genotóxico (KO & PRIVES, 1996). O DNA

danificado, leva a um rápido aumento nos níveis de P53. Esta proteína sinaliza o

bloqueio do ciclo celular no ponto de verificação em G1(ZÖRNIG et al., 2001). O

p53 possui vários mecanismos para efetuar o reparo ou induzir a apoptose, e

diferentes fatores induzem o p53 a escolher a resposta celular mais adequada.

Sob condições de estresse, como irradiações gama e UV, calor e baixos

níveis de oxigênio, o p53 se torna ativo, alterando sua conformação e se ligando a

várias proteínas quinases, resultando na sua estabilização e aumento do potencial

do DNA-ligante (GIACCIA & KASTAN, 1998). Segundo BROOKS & GU (2003) e

SOKOLOWSKA et al. (2005) a estabilização do p53 nas células que apresentam

estresse é crucial para a homeostase celular. A P53 é expressa em níveis muito

baixos em células normais porque é extremamente instável e degrada

rapidamente.

Por agir de tal forma o p53 é chamada de “Guardiã do Genoma”. Uma

mutação do gene p53 causa perda dessa proteção celular, desestabiliza o

genoma e permite a produção de uma proteína defeituosa, não funcionante, que

se acumula na célula e é eliminada mais vagarosamente, o que permite a sua

(38)

2000; NAKANO et al., 2005; WU et al., 2006). Já em células normais a concentração

da proteína está abaixo do limiar de detecção por métodos de imunoistoquímica. A

imunorreatividade exacerbada desta proteína têm sido observada em um grande

número de tumores, incluindo carcinomas mamários e está associada com a

agressividade tumoral (SCHMITT et al., 1998; KUMARAGURUPARAN et al.,

2006).

Segundo ZÖRNIG et al. (2001), sabe-se que o gene supressor de tumor

p53 está inativado em aproximadamente 70% dos tumores humanos. A ocorrência

de mutações específicas no gene p53 está associadas com resistência primária à

quimioterapia e recidiva precoce em pacientes humanos com câncer de mama. A

expressão da proteína P53 defeituosa está relacionada com alta taxa de

proliferação tumoral e recorrência precoce da doença (ALLRED et al., 1998;

SOKOLOWSKA et al., 2005).

Segundo SCHMITT et al. (1998) e WU et al. (2006) as mutações no p53

estão associadas a menor sobrevida de pacientes portadores de câncer e o seu

estudo como marcador prognóstico, pode prever o comportamento clínico e a

resposta à terapia no câncer de mama.

II.5- CASPASE-3

A morte celular programada vem sendo descrita desde 1828, quando os

pesquisadores observaram a regressão de estruturas durante o desenvolvimento

de fetos e larvas. No entanto, apenas em 1972 o termo apoptose foi introduzido

(39)

JOHN KERR e colaboradores observando células morrendo em diversas

condições, patológicas ou não, verificaram que elas partilhavam de uma

morfologia estereotipada, aplicando a este fenômeno o termo aptoptose (em grego

apó- para longe; ptósis – queda), palavra usada por poetas gregos para descrever

flores ou folhas cadentes. Durante esse estudo, além da correlação da aptotose

com eventos fisiológicos como a renovação celular, regressão de estruturas no

desenvolvimento embrionário, os autores também a relacionaram com situações

patológicas, que incluíam neoplasias malignas e a involução de tumores após a

administração de quimioterápicos antineoplásicos (KERR et al., 1972; CARSON &

RIBEIRO, 1993; SCHWERDT et al., 2005; LUZ et al., 2006).

A adequada regulação da aptoptose mostra-se importante para o

desenvolvimento e manutenção dos tecidos normais (DEVERAUX et al., 2001;

FISCHER, 2001; LUZ et al., 2006). Os distúrbios apoptóticos, considerados o

primeiro evento em alguns tipos de câncer e leucemia, permitem que células

malignas tenham maior sobrevida, contribuindo para que ocorra a expansão

neoplásica (DEVERAUX et al., 2001; OHASHI et al., 2006).

A morte celular programada pode ocorrer através de duas vias principais, a

via extrínseca e a intrínseca (FISCHER, 2001). Pela via extrínseca, ocorrerá a

ativação de receptores de membrana transmitindo sinais para o interior da célula e

ativando, inicialmente a caspase-8 ou caspase-10. A via intrínseca, ativada por

estresse celular, é mediada pela liberação do citocromo c pela mitocôndria,

levando a ativação da caspase-9. Essas duas vias levam a ativação das caspases

(40)

A família das caspases caracteriza-se como a principal via de regulação da

morte celular programada. Diferentes tipos de caspases são expressos na maioria

das células vivas, localizados no citosol, na sua forma inativa. Acredita-se que as

caspases causem a apoptose quebrando ou degradando diversos substratos

celulares considerados importantes na homeostasia da célula (ZIMMERMANN &

GREEN, 2001; SCHWERDT et al., 2005).

Segundo LORO et al. (2003) quatorze tipos distintos de caspases já foram

identificados e associados a diferentes aspectos da morte celular. Elas são

sintetizadas como pró-enzimas de 30 a 50 kDa que necessitam de um processo

proteolítico para serem ativadas.

As caspases podem ser caracterizadas em iniciadoras e efetoras. As

iniciadoras, representadas pelas caspases 8 e 9, caracterizam a primeira caspase

a ser ativada durante a sinalização para a execução da apoptose. A ativação

proteolítica das iniciadoras, geralmente, envolve a autoclivagem e autoativação,

seguida da clivagem e ativação das caspases efetoras (FISCHER, 2001; LUZ et

al., 2006).

A liberação do citocromo cpela mitocôndria caracteriza uma importante via

para ativação das caspases. O citocromo cliga-se ao Apaf-1, formando complexo

citosólico que recruta a pró-caspase 9, clivando-a em caspase 9. Essa, então,

quando liberada do complexo apresenta capacidade de clivar e ativar as caspases

efetoras, como a 3 e a 7 (FISCHER, 2001, SCHWERDT et al., 2005).

A caspase-3, considerada a mais prevalente nas células, caracteriza-se

como responsável pela maioria dos efeitos apoptóticos, como a quebra de muitas

(41)

polimerase (PARP). No entanto, recebe suporte de outras, como a caspase-6 e

caspase-7. Juntas, referidas como as caspases de execução ou efetoras,

possuem importante função na controle da morte celular programada

(ZIMMERMANN & GREEN, 2001; OHASHI et al., 2006). A marcação da

caspase-3, em imunoistoquímica, tem sido utilizada para identificar células em apoptose,

revelando fácil aplicabilidade e alta sensibilidade (LORO et al., 2003).

II.6- TÉCNICA DE IMUNOISTOQUÍMICA

O estudo da imunorreatividade de marcadores prognósticos do câncer de

mama na mulher, através da imunoistoquímica, tem se revelado importante

ferramenta de trabalho na rotina diagnóstica e de pesquisa. ALLRED et al. (1998)

denominaram esse estudo de predição da resposta ao tratamento (estudo de

fatores preditivos). As informações como imunorreatividade de receptores de

membrana ou mesmo características proliferativas do tumor são, sem dúvida,

definitivas na escolha de um esquema terapêutico correto (ALLRED et al., 1998).

A técnica de imunoistoquímica foi iniciada com a complexação dos

anticorpos com enzimas, que se mostraram instrumentos simples, versáteis e

práticos para o diagnóstico histopatológico. Assim, a técnica de imunoistoquímica

se baseia na capacidade que têm os anticorpos específicos de se ligarem aos

antígenos correspondentes. A reação de ligação não é visível a menos que o

anticorpo esteja marcado com uma substância que absorva ou emita luz e que,

assim produza um contrate ou cor. O complexo enzima-anticorpo é capaz de se

(42)

peroxidase e a fosfatase alcalina são as enzimas mais utilizadas, sendo a

peroxidase o marcador de preferência na maior parte das técnicas de diagnóstico

imunoistoquímico. O método da imunoistoquímica tem revolucionado a pesquisa

diagnóstica das neoplasias, pois os anticorpos reconhecem antígenos que são

expressos por células neoplásicas específicas, desta forma permite que se

(43)

III. MATERIAL E MÉTODOS

III.1- ESCOLHA DOS TUMORES

Para a realização deste estudo foram selecionados 60 amostras de tumores

mamários de cadelas. Estas amostras foram divididas em seis grupos, composto

por 10 tumores em cada grupo, de acordo com a classificação histopatológica.

Para a escolha dos adenomas (Grupo 1), carcinomas com prognóstico bom

(Grupo 2) e carcinomas com prognóstico ruim (Grupo 3) além da classificação

histológica foi considerada a evolução clínica do tumor na seleção dos casos. As

outras 30 amostras foram compostas por 10 casos de carcinoma primário

metastático (Grupo 4), 10 de metástase pulmonar (Grupo 5) e 10 de carcinoma

inflamatório (Grupo 6).

III.1.1-ADENOMA, CARCINOMA COM PROGNÓSTICO BOM E CARCINOMA

COM PROGNÓSTICO RUIM

Os casos de adenoma (Grupo 1), carcinoma com prognóstico bom (Grupo

2) e carcinoma com prognóstico ruim (Grupo 3) foram selecionados a partir de

pacientes atendidas pelo Serviço de Oncologia do Hospital Veterinário da

Universidade Federal do Paraná, no período de janeiro de 2002 a dezembro de

2004.

Procurou-se estabelecer o estadiamento clínico das neoplasias por meio da

mensuração do tamanho do(s) tumor(es) com auxílio de um paquímetro,

(44)

envolvimento por células neoplásicas, por meio do exame citológico. A avaliação

radiográfica do tórax e a ultra-sonografica do abdome objetivaram pesquisar a

presença ou não de metástases nestas cavidades. O estadiamento clínico das

neoplasias mamárias foi realizado segundo o sistema TNM (Tumor/ Linfonodo/

Metástase) proposto pela OMS (OWEN, 1980).

Após a realização do estadiamento da doença planejou-se a execução do

procedimento cirúrgico. A mastectomia foi realizada com amplas margens de

segurança, ressecando-se sempre 2 a 3 cm de tecido normal perineoplásico.

Outros princípios da cirurgia oncológica foram seguidos, como por exemplo, a

remoção dos linfonodos satélites.

Após a cirurgia adequada para cada caso específico efetuou-se a colheita

das amostras contendo tecido neoplásico para a classificação da histogênese

tumoral. Os fragmentos dos tumores foram fixados em solução de formol a 10%,

tamponada com fosfato, pH 7,2. Após um período de fixação de aproximadamente

oito horas, o material foi colocado em álcool 80, seguindo os procedimentos

usuais para inclusão em parafina. Nos blocos obtidos realizaram-se cortes de

cinco micrômetros de espessura, os quais foram corados pela

Hematoxilina-eosina e utilizados para observação histológica, permitindo a confirmação do

diagnóstico e classificação dos tumores, mediante os critérios estabelecidos por

MISDORP et al. (1999). As 30 amostras foram então divididas em três grupos, de

acordo com a classificação histopatológica e evolução clínica do tumor (Tabela 1).

No período pós-operatório as pacientes foram avaliadas trimestralmente por

exames físico e complementares, com o propósito de monitorar a evolução da

(45)

vivo ou morto), procedimento este que teve continuidade até o mês de dezembro

de 2006.

Tabela 1 – Relação dos casos de acordo com a classificação histopatológica e evolução clínica das neoplasias mamárias de cadelas atendidas no Hospital Veterinário da UFPR, câmpus de Curitiba, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2004. UFPR – Curitiba, PR, 2006.

Paciente Classificação

histopatológica Evolução clínica Denominaçãodo grupo

1 Adenoma simples

2 Adenoma simples

3 Adenoma complexo

4 Adenoma simples

5 Adenoma simples

6 Adenoma simples

7 Adenoma complexo

8 Adenoma complexo

9 Adenoma simples

10 Adenoma simples

Favorável Adenoma

11 Carcinoma complexo

12 Carcinoma túbulo-papilífero

13 Carcinoma túbulo-papilífero

14 Carcinoma complexo

15 Carcinoma complexo

16 Carcinoma sólido

17 Carcinoma complexo

18 Carcinoma sólido

19 Carcinoma túbulo-papilífero

20 Carcinoma túbulo-papilífero

Durante o período de acompanhamento pós-operatório1os

animaisnão apresentaram recidiva ou metástases Carcinoma com prognóstico bom

21 Carcinoma sólido

22 Carcinoma complexo

23 Carcinoma túbulo-papilífero

24 Carcinoma túbulo-papilífero

25 Carcinoma sólido

26 Carcinoma complexo

27 Carcinoma complexo

28 Carcinoma sólido

29 Carcinoma túbulo-papilífero

30 Carcinoma complexo

Durante o período de acompanhamento pós-operatório1os

animais apresentaram recidiva ou metástases. Carcinoma com prognóstico ruim

1Acompanhamento pós-operatório:período compreendido entre a data da cirurgia2e os

retornos (ou a morte do paciente). Os pacientes que não morreram foram monitorados até dezembro de 2006.

(46)

III.1.2- CARCINOMA PRIMÁRIO METASTÁTICO, METÁSTASE PULMONAR E

CARCINOMA INFLAMATÓRIO

Dez animais submetidos à necropsia pelo Serviço de Patologia Veterinária

da Universidade Federal do Paraná foram contabilizados a este estudo. Em todos

os casos os pacientes apresentavam metástases pulmonares de carcinoma

mamário.

Durante a necropsia teve-se o cuidado de colher fragmentos da neoplasia

mamária (carcinoma primário metastático – Grupo 4) e das metástases

pulmonares (metástase pulmonar – Grupo 5). Para estes pacientes, não existem

informações em relação à evolução clínica do tumor, pois inúmeros animais

chegaram mortos ao Hospital Veterinário em virtude da progressão do processo

neoplásico.

Além disto, utilizaram-se 10 casos de carcinoma inflamatório (Grupo 6)

provenientes do arquivo do Serviço de Patologia Veterinária da Faculdade de

Medicina Veterinária e Zootecnia – UNESP, Botucatu. Neste grupo, a única

informação é o resultado histopatológico.

Os fragmentos de cada um dos tumores foram fixados com formol 10%,

recortados com o auxílio de micrótomo (5µm de espessura) e submetidos à

coloração de Hematoxilina e Eosina. Após a confecção da lâmina, procedeu-se à

avaliação através da microscopia de luz, definindo-se assim o diagnóstico do

tumor mamário, de acordo com a classificação proposta por MISDORP et al.

(47)

III.2- ESTUDO IMUNOISTOQUÍMICO

Para a realização da técnica de imunoistoquímica, os blocos de parafina

foram cortados em micrótomo, com espessura de 3µm e distendidos em lâminas

histológicas devidamente preparadas com Poly-L-Lysina (Sigma P8920) com o

objetivo de promover maior aderência dos cortes às lâminas de vidro, evitando

assim a perda do material durante o processamento.

A técnica de imunoistoquímica seguiu o protocolo do Laboratório de

Imunoistoquímica do Serviço de Patologia da FMVZ – UNESP – Botucatu,

utilizando-se a técnica de estreptoavidina-biotina-peroxidase (Anexos 1 e 2). Os

anticorpos utilizados estão descritos na Tabela 2.

Tabela 2- Relação dos anticorpos primários, clone e código, marca do anticorpo, recuperação antigênica e diluição utilizada nos cortes de neoplasias mamárias de cadelas atendidas no Hospital Veterinário da UFPR, câmpus de Curitiba, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2004. UNESP – Botucatu, SP, 2006.

Anticorpo 1° Clone e

código anticorpoMarca do Recuperação antigênica Diluição

COX-2 CX-294 M3617

Dako Citrato* em banho-maria** 1:50

P53 Policlonal (CM1)

Novocastra Citrato* em banho-maria** 1:1000

Ki-67 MIB-1 M7240

Dako Citrato* em banho-maria** 1:50

Caspase-3 clivada

Policlonal (Asp175)

Neomarkers Citrato* em banho-maria** 1:100

* Citrato: 10 milimolar, pH 6,0.

(48)

O percentual de positividade para COX-2, P53, Ki-67 e Caspase-3 foi obtido

pela contagem de células imunorreativas com o auxílio de um equipamento

analisador de imagens (KS 300, versão 3.0 – Zeiss) que consta de um

microscópio (Leica DMLD) acoplado a uma câmara digital (Sony – DXV15A) que

emite imagens para o programa computacional de análise morfométrica.

Na avaliação imunoistoquímica das expressões de ciclooxigenase-2 e

caspase-3 foram contados cinco campos para cada caso analisado, avaliando-se

o número de células marcadas (Tabela 3) e a intensidade de coloração de cada

campo (Tabela 4), conforme preconizado por DORÉ et al. (2003) e HELLER et al.

(2005).

Tabela 3– Pontuação atribuída de acordo com o número de células marcadas (imunorreativas) por campo, nas neoplasias mamárias de cadelas. UNESP – Jaboticabal, SP, 2006.

Número de células

marcadas por campo (%) Pontuação

< 5% 0

5 – 25 % 1

26 – 50% 2

51 – 75% 3

(49)

Tabela 4– Pontuação atribuída à intensidade de coloração das células marcadas por campo, nas neoplasias mamárias de cadelas. UNESP – Jaboticabal, SP, 2006.

Intensidade de coloração Pontuação

Fraca 1

Moderada 2

Intensa 3

Ao final, estabeleceu-se um escore que variou entre 0 e 12 pontos que foi

obtido a partir do produto da pontuação do número de células marcadas pela

pontuação da intensidade de coloração.

A avaliação da expressão dos anticorpos Ki-67 e P53 foi determinada pela

forte coloração acastanhada nos núcleos. Foram contados oito campos para cada

caso analisado, obtendo-se assim a contagem mínima de 1000 células, entre

positivas e negativas.

III.3- ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados foram submetidos ao programa Statistical Analysis

System (SAS). A independência dos resultados (expressão para os anticorpos

COX-2, Ki-67, P53 e Caspase-3) com a classificação histopatológica e

comportamento clínico das neoplasias mamárias foi testada por meio de uma

tabela de contingência 2X6 (Teste Qui-Quadrado). Posteriormente, para cada um

(50)

contingência 2X2 para testes de independência específicos entre os grupos

(adenoma e carcinoma com prognóstico bom; adenoma e carcinoma com

prognóstico ruim; carcinoma com prognóstico bom e carcinoma com prognóstico

ruim; carcinoma inflamatório e carcinoma com prognóstico bom; carcinoma

inflamatório e carcinoma com prognóstico ruim; carcinoma primário metastático e

metástase pulmonar). Além disto, para cada grupo de tumor foi avaliado a

correlação da expressão da ciclooxigenase-2 com os anticorpos usados neste

(51)

IV. RESULTADOS

IV.1- IDADE

A incidência das neoplasias mamárias nas cadelas relacionada com a idade

está representada na Figura 2, neste ensaio, observou-se maior prevalência no

desenvolvimento de tumores mamários em pacientes com idade entre sete e 12

anos.

0 2 4 6 8 10 12

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Idade

N

ú

me

ro

d

e

cas

os

(52)

IV.2- ESTADIAMENTO CLÍNICO

Os dados de estadiamento clínico estão apresentados de acordo com a

classificação histopatológica e comportamento clínico das neoplasias. Seis

tumores (60%) do grupo adenoma foram classificados em estágio I, três (30%) em

estágio II e um (10%) em estágio III (Quadro 2). No grupo de carcinoma mamário

com prognóstico bom (Quadro 3), quatro tumores (40%) foram estadiados em

estágio I, dois (20%) em estágio II e quatro (40%) em estágio III. Nas neoplasias

do grupo carcinoma mamário com prognóstico ruim (Quadro 4), dois tumores

(20%) foram classificados em estágio I, dois (20%) em estágio II, cinco (50%) em

estágio III e um (10%) em estágio IV.

LEGENDA:Tamanho do tumor:T1= Tumor <3cm de diâmetro.T2= Tumor entre 3-5cm de diâmetro.

T3= Tumor >5cm de diâmetro.

Linfonodo:N0= Sem evidência de metástase em linfonodo regional.

Metástase:M0= Sem evidência de metástases à distância.

QUADRO 2 - Estágio clínico dos adenomas mamários em cadelas seguindo o Sistema TNM (Tumor/ Linfonodo/ Metástase) proposto pela OMS (OWEN, 1980). UFPR – Curitiba, PR, 2006.

Paciente Tamanho

do tumor Linfonodo Metástase Estágioclínico

1 T1 N0 M0 I

2 T1 N0 M0 I

3 T2 N0 M0 II

4 T1 N0 M0 I

5 T1 N0 M0 I

6 T2 N0 M0 II

7 T3 N0 M0 III

8 T1 N0 M0 I

9 T1 N0 M0 I

Referências

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