~ .
1 a.
A 4a.
S~RIESDO
19 GRAU - PROPOSTAMETODOLOGICA
Zulei~a
de Abreu Oliveira
1 a. A 4a. S1.:RIES D ·O 19 GRAU - PROPOSTA METO _
DOLOGICA
Zuleika de Abre' u Oliveira
Tese submetida corno requisito
parci~i
p a ra a obtenção do grau.\
de mestre em Educação.
Rio de Janeiro
F u n da
ç
ã o G e tú'1i
o Va r g asInstituto de Estudos Avançados em Educação Departamento de Filosofia da Educação
1977
LISTA DE TABELAS • • • • • 0 • • • • 0 . . . . VI
.APRESENTAÇÃO . . . 9' . . . \1 • • • • O' Vil
RESUMO • • • • • • • • • • • • • • • • • • a . . . .
PARTE I - NECESsrDADE DE REFORMULAÇÃO DOS CURR.!-CULO S DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE 1 ao
• XV
A 4a. S~RIES DO 19 GRAU ~.... • • • • • • • • • • • • • • • • • •• 1
1. E.!l.~.a2..SÇ.~'L.Kt..~-.e_ h abili t a'i.~...E..ê-.!:!!.2..E.l.~i!Ú.é
rl<2-
d~.l~4!:_ séri,.e:~_d.2J.1~~
...
Q /I • , .. O .. O • ~ • • • • • • • • • • • 2PARTE II- FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA •••••••••••••••••••• 14
1. ~_~2.!..t!!&erg,~~.!lt!:!.~~ d~.s.~!!9~
... . . .. ...
151.1 Possibilidades de uma epistemologia científica... ••• 15
1.2 Estruturas e estruturalismo... •••••• ••••••••• •••••• ••••• 21
1.3 Estruturas nas diferentes ciências.. • •• •. •• • • •• • • •• •• • ••• 29
1.3 .. 1 Psicologia. o • O' • o fi • • • • o . . . o • • '" . . . . o O' • • • • • • • ., • • • • • • .. 31
1.3.2 Estruturas lógico",m atemáticas ••••••••••••••••••••••••• 35
1.3.3 Estruturas na Física e na Biologia •• " . . . 39
1. 3.4 Línguí stic a . . . o • • • • • • • O' . . . o • '" ~ . . . o o o • 9' G • .. • • • • • • • • . . . 44
1.3.5 Antropologia Cultural •••••••••• o • • • " • • • o • • . . . ct • • • • • • • • • • •
2. Q~.!!~oUi..!!!~<.L.2.!.S_~~t$.~~~~gpili~.!
••••••••
o • • • • • • •2.1 As invariantes funcionais do desenvolvimento
bio-psico-l ' . o glcO- ••• 111 o • • o .. o • • o • o • O' • o • o . . . " Ct • o . . . Q> • •
2 2 • A · lnte genclapralca .• li....· 't' o o o . 9 o • • ;to . . . . " o • • • • • o • • • • • Q • • • • •
2.2.1
Estágio sensório-motor ••••••••••••••••••••••••••••••••2. 3 A inteligência repre sentativa ••••• • •••••••••••••••••••••
2. 3.1 Est~io operatório concreto •••••••••••••••••••••••••••••
2311
• • •P
erlO o pre-operatono .; ' d ;
' .
Q o .., " • o . . . o o . 9 ' 0 02.3.1.2 Período das operaçõe s concretas ••••••••••••• o • • • • •
2.3.1.3 A lógica das classe s e das relaçõe s ••••••••••••••••••
2.3.2 Estágio operatório formal ••••••••••••••••••••••••••••••
2.3.2.1 O conjunto das partes ••••••••••••••••••••••••••••••
2.3~2.2
2.3.2.3
o
grupo INRC ... o • • • • • 0.111 O> o • "' • • • • • 9' O'. o • • • • • q • •As novas possibilidades de adaptação •••.••••••••••••
PARTE m - PROPOSTA METODOLÓGICA 1. ~J2licé!Çãç. dU~!.ia
à
Erá!i.s~ e~~~~.2.!!..al. . . o I) • • • • •
o . . . .
2. Descri~ão do easeerimento .. 111 • • • • • • {t • • " . . . .
2.
IA-
nova-;;etodolbgia~"x.em"plificação
em diferente s• ·0
47 53 54
62
62
83 83 85 93 100 138 139 151 155162
163 169di sei p li nas ... . . . ., ~ . . . ~ . . . ~ . . . .. .. . . .. " . . . . . . . .. .. . . .. .. . .. .. . ... 1 7 6
sintático ••.•.•.••••••••••••.•••.••••••••••••••• ~ 2.1.1.2 Elementos da cadeia de comunicação; noções de ruído
e redundânci a ~ O' • , • • a " D o o l1li o • O' . . . I) o .. :I .. o 110 :lo • • :lo '" • • • • " • • ,
2.1.1.3 Estrutura sintática da frase • •••••••.• ••.•••••••••••
z."
1 • 1 Matem átic a o O' • • • o . . . . o l1li . . . . o Q • D " • o g O' IJ o Ct ., o • • O' .. 4- 9 • ,. " Ct o til \J ti2.1.2.1 Funções ou aplicações ••••••••••••••••••••••• o • • • • ~
Z. 1 o 2. 2 .Ex.e r cíeio s "'. o CI • • ;J 40 . . . CJ O' o o e o o. " 1): • O' o CI .. . o • li V o • • 00 • • o ct O' •
2.1.3 Ativação de estruturas cognitivas em outras disciplinas ••• 2.103.1 Grupamentos de classes(exemplos de atividades em
aulas de Biologia O' \J .. o o. • " o o • q • • o g. • o • • • O' • Q D . . . " • o . . .
2.103.2 Grupamento s de relaçõe s (exemplo s de atividade s em
aulas de Químic a) o • • • o Q. • • • • " o • o o o e _ O' . . . " o o .. o • o " 111.
2.1.3.3 Raciocínio operatório form.al (exemplo s de atividades
177
187 197 205 205 213 215
215
219
em aulas de Física) . o • • • • o o o . . . . o Q. o o • • • l1li o • • • 9 l1li. l1li l1li • • • 222
2.2 Apuração do s re sultado s ••••••••••••••••••••••• • • • • • • •• 225
2.2.1 Hipóte se s te stadas . . . o 232
2.2.2 Estudos de validação dos testes •••••••••••••••••
o...
236CONCL U~ES O' 4 o • o • • l1li .. l1li . . . Q ., • o o o g o 111 o V' .. o. ~ l1li o .. 111 o o . . . . Clt . . . a " • • • • • 241
ANEXO I - PROJETO DE REFORMULAÇÃO DE CURR!CULOS PARA O ENSINO DE 29 GRAU;CONV~NlO MEC/DEM SEEC-RJ - 1975 ; 5.2 - PLANOS DE ESTUDOS -FOR
MAÇÃO DE PROFESSORES 9 0 • • • • • • • • • • • •• • • • : • • : - : 252
ANEXO II - TESTES APLICADOS 291
.AB ST RAC T •• o l1li • e . . . D Ct Q D • • 9 o . . . o o • Q • o go . . . ;, . . . ~ • 00 1J o • • o . . . o ... 333
BIB LIOG RAFIA .. o • • o • • • • • :. • :. 110 OI O: • • • • l1li o, • o o Qo o • q o • • • • • • • o 9 .. • • 335
TABELA o- I - Resultados percentuais. Pré-testes e pós-testes.
Grupo experimental O O e o g o O , O Q O O O : ) O . O G ' o o . o o . c r • • • • 230
TABELA 2 - Resultados percentuais.Pré.testes e pós-testes.
Grupo de controle.". o ~ .. o . Q • ., q • o 0 . 9 . 11 • ., o . . . o g • • g oa 230
TABELA 3 - Ante s da implantação do método. Controle x ex
-perimental ~o.oo.qltoo.oo.oO'ooltoO~.GO • • • • oo • • • • 233
TABELA 4 - Depois da implantação do método. Controle x ex
-perirnental ... • li O' " o o o • o o • o IJ o • o • o Cf o o • o ., " • o . . . . o . 234
TABELA 5 - Grupo experimental: antes e depois •••• •• •••••• 235
TABELA 6 - Grupo de controle: ante s e depoi s . . . . 1t0 • • • • • • • • • • 235
TABELA 7 - Correlações internas entre os itens de Português
{x} e de Matemática (y) ••••••• o . . . 237
. TABELA 8 - Correlações com os testes de Piaget/lnhelder •••• 240
D E F O R M A
ç
A O DE P R O F E S S O R E S DEI a. A 4 a • S~RIES DO 19 GRAU, coordenado pela rnestranda que
ora apresenta esta dissertação, está sendo desen
-volvido na Divisão de Pesquisas e Análises do Labo
ratório de Currí'culos da Secretaria de Educação e
Cultura do Estado do Rio de Janeiro, desde agosto
de 1975.
A e s c o I h a do tem a da di s s e r ta ç ã o s u r g i u da
c o n j u g a ç ã o d e nos s a s e x p e r i
ê
n c i a s a n t e r i o r e s n e s tesetor, tanto em escolas primárias quanto em
esco-las de formação de professores a nível de 21? grau
e cursos de Pedagogia, e o especial interesse em
Epi stemologia.
H a v e n d o i n g r e s s a d o e rn e s c o 1 a d e f o r m a
ç
ã o deprofessores em 1971, corno professora de Filosofia
d a Edu c a ç ã o, a s d e f i c i
ê
n c i a s e o de s p r ê p a r o das pr,2.fessorandas que deixavam a escola se nos evidencia
vam a cada momento. Muito poucas estavam
consci-entes das responsabilidades de um educador ou
valorizavam o papel do proie ssor das quatro primei
-ras séries. Não tinham condições de efetuar opções;
por meios que melhor atingissem objetivos
ções práticas que envolviam princípios contraditó
-rios. Fazia-se urgente optar por uma diretriz teóri
ca para nortear os currículos de tais cursos que fos
se capaz de efetuar a integração dinâmica de teorias
afins e não apenas justapor teorias dísparesQ
Neste campo, o Curso de Mestrado no Instit,2
to de Estudos Avançados em Educação, da Fundação
G e t
ú
1 i o V a r g a s , o f e r e c e u - nos a s m a i o r e s p o s s i b i 1 i d~des de verificar o quanto a abordagem estruturalista
tem contribuído para o progresso das Ciências Huma
nas, sendo possível aplicar tal abertura aos
proble-mas educacionais.
A o r i e n t a d o r a d a d i s s e r t aç
ã
o, p r O f e s s o r a C iE.ce.Navarro Rivas, quando nomeada para a direção do
L a b o r a t ó r í o d e C u r r
í
c uI o s daS E E C / R J, o f e r e c e u- nosa o p o r t uni d a d e d e r e a 1 i z a r o t r a b a 1 h o n e s s e ó r g ã o. De ~
ta forma, o projeto íntegrou- se
à
linha metodológicaimprimida pela referida diretora aos currículos do
E 5 t a do, o que r e sul to uno seu e n r i que c i m e n t o p o r se r
p O S 6 {v e 1 c o n t a r c O m uma 5 i s tem a t i z a ç ã o t e ó r i c a ab r aE
gente e com a aplicação prática imediata em escola
da rede estadual.
Numa primeira etapa, realiz amos a
reformu-lação dos currículos para os cursos de formação de
tegrante do projeto gl obal de REFORMULAÇÃO DE
CURRíCULOS PARA O ENSINO DE 29 GRAU, convenlO ...
.
MEC/DEM/75 com a SEEC/RJ.
Com vistas ao experimento que desejávamos
desenvolver,traçamos as diretrizes metodológicas
gerais para as disciplinas de cada área de conheci
-mento e orientamos a equipe de professores que
ela-boraram as sugestões para os conteúdos
programáticos das disciplinas ministradas no Curso de Forma
-ção de Professores quanto
à
nova metodologia a serproposta. No desenrolar desta tarefa, realizamos reu
niões sistemáticas com os professores encarregados
da. elaboração dos programas.
Consultamos os currículos desenvolvidos na
ocasião pelas escolas que ofereciam habilitação p a ra
o m a g i s t
é
r i o , p r o ve n i e n te s dos a n t i g o s e s t a dos d a Gu~n a b a r a e R i o d e J a n e i r o • R e a 1 i z a mos, c o m a c o o p e r aç ão
da Coordenação Setorial de Ensino de 29 Grau,
reuni-ões com a equipe do Instituto de Educação do Rio de
Janeiro e uma reunião geral com as direções das
es-colas de Formação de Professores da rede oficial do
Estado.
Apresentado aos Egrégios Conselhos Estadu
-ais de Educação e Cultura,o Projeto{ Anexo 11) foi
a-provado pelo P a r e c e r n 9 24 0/7 6 e pelo P a r e c e r n 918/
apresentadas na mesma ocasião pelo Laboratório de
Currículos da SEEC/RJ.
Como segunda etapa,planejam os e demos
iní-c i o a o e x p e r i m e n t o r e f e r e n t e
à
n o v a m e t o dolo g i a p r~posta. Tratava-se de aplicar as conquistas universais
da Ciência
à
realidade brasileira ,à
realidade específica de nosso Estado.Pretendíamos criar no 9 s a s p r 0 -,
prias soluções,por isso não partimos de nenhum
mo-delo didático já aplicado no exterior.
Para a realização de t a l experimento,
conta-..
.
s e r le do Cur so mos com quatro turmas de primeira
de Formação de Professores de l a . a 4a. Séries do
1<;> Grau, duas experimentais e duas de con tr ole, do
Iytstituto de Educação de Campo Grande, no municlpio
d o R i o de J a n e i r o • As q u a t r o tu r ma s u t il i z a r a m O novo
.,
..
currlculo,porem enquanto as turmas experimentais
de se n vo 1 ver a m a n o va p r o p o s t a m e to doI ó g i c a de s c r ita
neste trabalho,nas tu rm as de controle a metodologia
ficou a critério dos professores regentes.
Para que pudéssemos avaliar o estágio de
de-senvolvimento cognitivo atingido pela população alvo
do experimento,elaboramos pré-testes e pós-testes,
aplicando as estruturas cognitivas segundo a teoria
de Jean Piaget a conteúdo s de Matemática e Língua
Portuguesa e procedemos
à
validação dos mesmospor Jean Piaget e Barbel Inhelder.
As questões foram elaboradas sob a orienta
-çao da professora Circe Navarro Rivas e,para ist o ,
contamos também c om a colaboração dos professores
Eliana Soares Vianna, Estela Kaufman Fainguelernt,
G e m a A n d r a d e d a C o s t a VaI, L ui z A n t
ô
n io G a r c i a $ LuizFabiano Pinheiro, Maria do Perpétuo Socorro Correia
Lima de Almeida e Samira Nahid de Mesquita.
o
experimento foi acompanhado e avaliad "o durante o ano letivo de 1976 sob nossa coordenação e
orientação geral no que se refere
à
EpistemologiaGenética de Jean Piaget. No que fie refere aos
prin-cípios da Lógica Matemática e Linguística Contemp.2.
l?ânea, contamos com a colaboração permanente e sis
temática dos professores Luiz Fabiano Pinheiro$
Ge-ma de Andrade da Costa VaI e Maria do Perpétuo
So-corro Correia Lima de Almeida.
Quanto ao tratamento instrumental para o Cur
50 de Formação de Professores da disciplina de
Lín-g u a F r a n c e s a, c o n ta mos c o m a c o 1 a b o r a ç
ã
o das p r ofe~soras Nerilda Bergo e Monique lrnbert, conselheira
pedagógica do Consulado Geral da França no Rio de
Janeiro.
ras de duração média, com os professores das t
ur-mas experimentais, durante todo o ano letivo. Em
t a i s r e uni õ e 5 , e f e tua mos e s t u dos e sem i ri á r i o s r ela
tivos às teorias utilizadas, discussões para troca
de experiências e orientação quanto ao
planejamen-to de atividades didáticas. Realizamos também visi
tas periódicas às turmas experimentais durante as
aulas.
o
trabalho foi árduo mas extremamentegra-tificante, po r t e r mos c o Íl s t a t a do, d u r a n t e t o d o o de
senrolar de nossas atividades, através da grande
receptividade que tivem.o s po r parte do s profe s so
-res, que estávamos vindo de encontro aos anseios
do professorado conscien t e do Estado. Os r e s u l t a
-dos obti-dos se devem
à
constante colaboraçãorece-bida por parte de todos os envolvidos na tarefa.Por
isso, desejamos registrar nossos mais sinceros
a-gradecimentos a todos os educadores que
colabora-ram para que fossem atingidos os objetivos do
tra-b alho:
À Secretária de Educação e Cultura do
Esta-do Esta-do Rio de Janeiro, professora MYRTHES
DE LUCA WENZEL, cuja preocupaçao com a
formação de professores constitui pedra
À Diretora do Laboratório de Curr{culos e
0-rientadora da dissertação, professora Circe
Navarro Rivas, a quem devemos não só a ori
entação teórica do trabalho como também a o
portunidade de sua execução na práticaa
A
Diretora da Divisão de Pesquisas e Análisesd o L a b o r a t ó r i o d e C u r r :( c uI os, A d i l i a L:( c i ó
A r nau t, que c o n t i nua m e n t e c o 1 a b o r o u e a p o io u
o desenvolvimento do trabalJlo.
A
professora Samira Nahid de Mesquita, deque m r e c e bem o s p r e c i o s o a p o i o ~ p r i n c i p a lme.,p
te na primeira etapa do trabalho.
A
equipe que cono sco acompanho o experimento:Gema Andrade da Co sta VaI, Luiz Fabiano
Pi-n h e i r o e M a r i a do P e r p é t u o So c o r r o C o r r e i a
Lima de Almeida.
À direção de "nossa escolafl-Instituto de E ..
ducaçio de Campo Grande - que sempre tão
bem nos recebeu e ofereceu t odo o apoio du
-rante a execução do trabalho, especialmente
ao professor Elias Frazão, Diretor, e a pro-
..
ra Técni "ca de 29 Grau.
Aos professores das turmas experimentais,
cujo entusiasmo e dedicação ultrapassaram
q u a i s que r e x p e c ta t i v a s : A r i So a r e s, A se 11 e
Maria de Siqueira, Cléa dos Santo s , Elza Pe
reira Martins, Inê Francisco das Chagas,M~
ria Antônia Castro e Cruz, Nancy Leitão da
Cunha, Neusa Bastos Ruiz Lanna, Norma Ri- "
beiro Peixoto, Suely Alves dos Reis, Vera
M a r i a F o n t a n a E 1 i a s e W i 1 m a B r i 1 h a n t e de M a
to s.
A formação de professores para as quatro
pri-meiras séries do 19 Grau, realizada em cursos a
apresenta graves distorções, nao
-nível de 29 grau ,
atingindo os objetivos propostos pela política
edu-cacional do País. Os princípios da ciência
contem-porânea podem e devem ser mobilizados para a 5 0
-lução desse problema . O estudo das estruturas co.[
nitivas de senvolvido por J<e a n Piaget e seus
colaborado
-res nos mostra que elas sao conquistadas num
pro-cesso opera tório de açao sobre
-
0 5 objetos, se ndo aso p e r a ç õ e s f o r m a i s som e n te p o s s í v e i s de s e r e m c o
n-quistadas a partir da adolescência, após o domínio
das operações concretas.
P a r a 1 e 1 a m e n te , a c 1 i e nt e 1 a das e s c o 1 a s e s t a d u
ais vem apresentando graves limitações no desemol
vimento da linguagem falada e escrita, o que rever
te progressivamente em novas d i f i c uI d a de s
à
m e d í -.)
d a que o s a l uno s não c o n s e g u e m d e c o d i f i c a r a 1 i ng u ~
gem do professor . Procurando minorar tais
díficul-dade s propõe- se a reformulação do currículo de For
mação de Professores da l a . a 4a. séries do 19 grau
p a r a a s e 5 c o 1 a s de 2? g r a u d a r e d e o f i c i aI d o E s
ta-do ta-do Rio de Janeiro .
A metodologia que fundamenta a nova proposta
das escolas da rede. no município do Rio de
Janeiro. Analisamse as relações teoriaprática a p a r
-tir dos re sultados do primeiro ano do experimento.
NECESSIDJ.. DE DE
REFORMUI..A-
---ª_D.-_D
Q
5
~U
lLlit<1.
U
1-
O_§"'p_~_t.o!!..=
~~~12_.P_~~!QI~~~Q~~§..
___
~~la. A 4a. S~RIES DO 19 GRAU
---1 • ENSINO DE 29 GRAU E HABILITACÀO PARA O
---~---~---A lei 5692/71
é
resultante do reconhecimentoda importância da problemática educacional para o
País. O desenvolvimento econômico, social e polí
tico está relacionado aos recursos humanos de que
dispõe e a Educação é fator preponderante no
apri-moramento destes.
O capítulo V da lei 5692 é inteiramente dedic~
d o a o s p r o f e s s o r e s e e s p e c i a 1 i s tas e, a p a r t i r da
vigência da leI, vár i os Pareceres foram dedicados
a este assunto, indicando que l I • • • uma profunda r!.
v i são d e v e s e r f e i t a c o m u r g
ê
n c La nos p r o g r a masde formação do magistério, explorando as muitas a
berturas que a lei oferece neste parti c ular. 11 Ou ,
ainda, que "o problem a da f ormação do magistério é,
sem dúvida, um dos maiores da educação b r a s i l e i
-r a e só p e 1 a -r e f o r muI a ç ã o d a f i los o f i a de sua f o rrna
ção será possível introduzir na expansão do
síste-ma escolar as forças de revisao,reforsíste-ma e c o r r e
-2 ção que se impõem para a sua gradLtal reconstrução.
1
2
Paree.er 853/71 do C. F . E.ln : BRASIL. Ministério de Educação
e Cultura. Departamento de Er::sir.o M~dio.D~Ensi!!2.de 2~Q!.~~
,bei s _e_E~.2.S~~.! ' B r a s
íli
a , 1 975, p. 46.Que o problema ainda n ao conseguiu a solu -
-ção satisfatória verifica-se pela Portaria n9 319 1
de 25/5/76, em que o atual Ministro da Educação e
Cultura encarece a todos os Secretários de Estado
de Educação e Cult u ra medidas para a melhoria do
e n s i n o d e L { n g u a P o r t u g u e s a e dos C u r s o s d e F.) r m a
ção de P~·ofessores a nível de 29 grau.
A meta principal que se pretende atingir com
a r e f o r muI a ç
ã
o do C.l r s o d e F .... r m a ç ã o d e P r o f e s s ore sé
possibilitar que os egressos de tais cursos e s f e-jam preparados para realizar tarefa de tão elevada
r e s p o n s a b i 1 i d a d e c o m o a d e O r i e n t a r e a u x í 1 i a r o de
senvolvimento da criança.
Procurou-se, então, atr ibuir a essa habilita
ção caráter eminentemen te profissionalizante, que
não i n c e n t i v e a p r o c u r a d o c u r s o p o r a que 1 e s que não
pretendam ingressar na f orça de tra bal ho e, ao me~
mo tempo, possibili tar a continuação dos estudos
em termos de aperfeiçoamento constante na área de
Educação.
No entanto, a clientela para tal habilitação
profissional apresenta sérias limitações.Continua
predominantemente feminina e. com a abertura de
campo profissional cada ve z maior para a mulher e
o s b a i x O s s a I á r i o s o f e r e c í dos a o p r o f e s 5 o r das q u
a,ca-da vez mais, po r elementos pDov:enientes a,ca-das
clas-ses sociais men0s favorecidas. Isto torna mais
di-fícil, pelo esc asso embasamento em cultura geral
que a p r e se n t a m o s aI uno s, a f o r m a ç ã o p r o:fii. s s i o n aI
adequada. Será então necessário enfatizar a
educa
-çao geral.
Convém ressa1tar,porém,que. principalmente
num curso desta natureza, onde se pretende c r i a r ,
inclusive, agentes de transmissão cultural, n
-
ao e ,possível nem necessário limi t ar fronteiras entre
Edu c a ç ã o G e r alI e F o r m a ç ã o E s p e c i aI. A s m a t é r i a s
do N
ú
c 1 e o C o m um e m e r g i r ã o n e c e s s a r i a rn e n t e e m di sciplinas instrumentais da Formação Especial, numa
interação perma nente.
liA revalorização da teoria nas atuais condi
ç õ e s d a s o c i e d a d e in d u s t r i aI t o r no u a f o r m a
ç
ã o teórica e a educação geral mais importante que a
for-m a ç
ã
o sim pIe s m e Il t e t é c n i c a p o r que a pró p r i a e d uc ação geral se tornou técnica com a possibilidade de
transcender-se continuamente. Temos hoje de pre-3
parar multiplicadores, e não repetidores." Isto é
especialmen te verdadeiro no caso da formaçã o de
futuros professores .
3
T RIG U EIR O MEN DE S, Durmeval.!.ndic~s.ões 2~.!:!!?~ Pc:...
Torna- se urgente, por tudo 'que antecede, refor
mular e aprimorar os currículos para a formação
de professores a nível de 29 grau,visando,pri ncipi!l
m e n te.
à
c o r r e ç ã o das d i s t o r çõ
e s a t é a g O r a d i a gno ~t i c a das que, o b v i a m e n te, se p r o j e t a m n a f u tu r a atua
-çao desses professores.
Qualquer reformulação, no entanto, só ganhará
sentido se resultar na valorização do professor das
q u a t r o p r i m e i r a s s é r i e s d o I 9 g r a u , a q \l e I e que t em
a seu c a r g o a e t a p a m a i s c o m p:h x a do p r o c e s s o e d
u-I
cacional, tendo em vista a importância da idade da
população escolar que atendem, para a formação do
indivíduo.
Tal valorização poderá ser mais facilmente efe
.t i v a da q u a n d o s e c o n c r e ti z a r, a 10 n g o p r a z o) o que
propos o Parecer 34 9 /72-CFE : 11 • • • a m eta ideal a
ser atingida é a habilitação de grau superior, de du
4
-raçao plena,para todos os professores. !!
E n q u a n t o não s e a p r e se n ta m a s c o n di ç
õ
e s n e ce s" .
sarlas para atingir tal meta, principalmente pelo
grande crescimento da população escolar nesta
fai-xa de escolaridade,tem-se que atender a l i • • • neces
sidade de,a curto prazo,habilitar esses professores
~.!:.9._~~.2 rn o tem p o. g a r a n t i r a c o n t i n ui d a d e e m f a c e
4
Parecer 349/72 do CFE. In:BRAsrL. Ministério da Educação e
Cultura. Departamento de Ensino Médio.Eo ..!=nstE~.§e19 .9r~!!..
Leis e Pareceres . Bras:ília,1975.p.144
a o i n g r e s s o n o E n s i noS u p e r i o r, n a
á
r e a d e Edu c a-S- 11
ç
ao •-C u m p r e o b s e r v a r que tal e s f o r
ç
o n a o e xc 1 u i apossibilidade de criação paralela de cursos espec2;. ."
ficos, nas Faculdades de Educação, em habilitação
de magistério para as séries iniciais do 19 grau . ,
visando ~ diplomação de verdadeiro s especialistas
p a r a de se n v o 1 ver O s c u r r (c uI o s P O r a t i v i d a de s p r
e-conizadas para este nível de ensino.
É importante ainda f r i s a r que a formação em
."
.
nlVelS superiores não representa um fim em si mes
,
ma. Só p r e e n c h e r
á
sua f i n a 1 i d a d e s e f o r p o s s i b i 1 i-tado ao professor um contínuo trabalho de atualiza
ção e aperfeiçoamento através, inclusive, de remu
neração compatível com esse esforço.
5
JANEIRO
A Secretaria de Ed u cação do Estado do Rio de Ja
n e i r o deu r e 1 e v
â
n c i a a o p r o b 1 e m a d a f o r m a ç ã o de pr2,-fessores e propoe - se a um reajustamento dos
cur-sos, adequando-os
à
realidade do novo estadocria-d o a pós a f u são cria-dos a n t i g o s R i o d e J a n e i r o e G u a n
a-bara. dentro dos princípios filosóficos que determi
n a m o s f i n s d a Edu c ação, s e g u n d o a L e i 4 O 2 4/ 6 5 •
A política educacional há de p a r t i r de urna pe~
quisa pluridisciplinar p a r a se r capaz de dinamizar
urna realidade mult i dimen s ionaL É p reciso estabel2.
cer um planejamento
à
fren t e dos fatos,criando asestratégias para a superação das deficiências
diag-nosticadas ' dentro do espaço e do tempo próprios da
realidade de nosso Estado, e não apenas utilízar
tá
t i c a s p a r a c o n t o r n a r a s d i f i c u I d a d e s q u e s e a p r e s eE,
t am •
A educação é um ato global de toda a sociedade
e,portanto,um processo que só adquire significação
real n4)', contexto social que a determina. O homem
não existe isoladamente, e s empre membro de urna
.-comunidade com sua s c aract e r í s t icas próprias. No
entanto, se toda a s o ci ed ad e
é
em inentem e nt e educaprocesso de interação com ela, c41da pessoa se
co-lo c a d e n t r o d o g r u p o d a f o r m a que 1 h e
é
pró p r i a, c ~da um assume de maneira peculiar suas funções den
tro da sociedade. O s indivíduos se encontram num
pro c e s so constante de desenvolvimento, tanto social
quanto emocional e i ntelectual, que necessita conti
nuamente de trocas com o meio.
lt
necessário,então, formar educadore s capazesde definir e orientar o processo educacional na
di-r e ç
ã
o d e s e j a da. A t a i s p r o f e s s o r e s, c o n s c i e n t e s -do sfins educacionals que no rt e i am sua ação e de que o
sujeito da relação pedagógica
é
sempre individual Jcaberá selecionar os meios de ac~lerar o
desenvol-vimento espontâneo que uma ação pedagógica mal 0
-r.ientada poderia truncar.
Desde a in fânc i a a criança deverá ser
incentiva-d a a u t i I i z a r seu s pró p r i o s r e cui-5 0 S, r e s p e i t a das sua s
possibilidades. para int eragir com o meio e pensar
a realidade que a cerca . Não se pode esquecer que.
além de um proces s o social, a educação
é
um bemde cultura. Uma transmissão repetitiva da cultura e
o treinamento dos alunos no que se refere a certos
dom
í
n i o s d o s a b e r. t e r i a m f r a c a in t e r f e rê
n c i a na renovação cultural.
O s d i r e i tos cu 1 tu r a i s d e c a d a p o vo r e si d e m e s sen
vo 1 ver e d i f u n d i r se u s valor e s 'p r -ó p r i os. Te n ta n d o
copiar modelos exteriore s. que serviram a finalida
des próprias e adequadas a contextos culturais de
p a í s e s a l t a m e n t e i n d u s t r i a I i z a dos e d e t r a d i ç
õ
e sdi-ferentes das nossas, nao se poderá contribuir para
-o cresciment-o d-o País. p-ois so se conseguiria, -" no
máximo, ser as cópias deformadas dos países adota
dos como modelo s.
Somente pela con s cientização das raízes tradicio
nais da cultura do País será possível conceber urna
i d e n t i d a d e pró p Ir i a , t a n t o n o p Ia n o i n d i v i d u a 1 q u a n t o
coletivo. Inte gra ndo tais ralzes aos pr l nclplos unl-.,.,
.
""'.
..ver s a i s d a c i
ê
n c i aé
qu e s e b u s c a r ã o a s sol u ç õ e sa-d e q u a a-das a o s p r o b 1 e mas a-d e c a a-d a c o m uni a-d a a-d e c uI t ur alo
A s n o v a s d i r e t r i z e s c u r r i c uI a r e s p r e t e n d e m ati,!!
gir a flexibilidade nece ssári a para o atendimento
às dive r sidades regionais, de ac ordo com a política
de Regionalização do Estado do Rio de Janeiro.
Tal política visa
à
descentralizaçãoadministra-tiva para um melhor atendi ment o às especificidades
de cada região.
No s etor educacional, estão sendo criados para
e s t e f i rn o s C e n t r o s R e g i o n a i 5 d e Edu c a ç ã o, C u 1 t ur a
e Trabalho. Do s Centros, l ocaliza d os em pólos
Co-munitários de Educação, Cult~rà e Trabalho, que
poderão melhor atender às peculiaridades locais.
A preocupação inicial foi, então, numa primeira
e t a p a. c o m a h a b i I i t ação p a r a o m a g i s t é r i o • r e a I i z
a-d a e m t rês s é r i e s , p o d e n d o a 4 a. s é r i e o u o s C urso s
de Estudos Adicionais serem mantidos ou criados
de acordo com as condições locais.
o
regime de créditos e matricula pordiscipli-na é preconizado.v i sando a uma m a ior didiscipli-namização
do currículo - e a atender às possibilidades
indivi-duais. Tal regime beneficiará especialmente os alu
nos de cursos noturnos que.desta Jorma,não
preci-sarã.o desenvolver um currículo mais pobre do que
os que estudam de dia. uma vez que as t r ê s etapas
previstas poderão ser estendidas,de acordo com a 6
lei, além de trê sano s letivo s.
A i m pIa n t ação d o r e gim e d e c r é d i tos d e ver á ser,
no entanto, progressiva, realizada paralelamente ao
aperfeiçoamento da infra-es t rutura das escolas
pois o serviço adminis t rativo aum e n t ará sensivel
mente e será necessário mobilizar grande parte
dos esforços dos serviços de orientação educacio
nal e supervisao pedagóg i ca para efetivar plan e
-i~~~~ a n ív e 1 de e s c o 1 a ,que _permita 6
atender
Cf. Anexo 1. !:roj~o..§~ Bsfo..m?.E.la..ç,ãcwi«LC1l.uí<atl~~.!~~...Mi:..
à
di f"e r e n c i aç
ã
o d o e n s i n o <o
processo ensino-aprendi zagem,pa ra ser eficaz,e x i g e a i n c o r p o r a ç ã o na p r
á t i c a e d u c a c i o n aI dos priE,
cípios da ciência contemporânea . A Lógica M a tem
á-tica, a Epistemologia Genética. a Ling ü í s t i ca
Con-temporânea têm grandes contribuições a oferecer.
Aplicando os princípios de tais ciências,
inves-tigando e conhecendo as diferentes realidades regi2,.
nais e locais do Es ta do, tendo sempre presente, em
suas atividades cotidianas. a re ferência aos fins a
que se propõe
~
Edu c ação. é que o professor poderáfacilitar o desenvol vime nto da cr i ança.
Preten de - se . de sse modo, possibilitar a
for
-maçao de profes s ores-pes quisad ores.p"rofissionais cap azes
de absorver a realidade do dia a dia no desenvolvi.
m e n t o d o c u r r í c uI o pIe no d a e s c o 1 a, num a p e r s p e c
ti
va científica. Só a ssim p oderão aten d e r a uma das
diretrizes básicas da Secretaria de Educação e
Cultura do Estado do Rio de Janeiro, que é integrar E
-ducação. Cultura e Trabalho.
Não se trata apenas de propor uma nova listagem
de redistribuição de matérias em áreas de e s t u d o ,
disciplinas ou atividades, de meras substituições
superficiais, mas de es tabelecer uma diretriz teór i
ções profundas na dinâmica do'curr{culo. A partir da proposta curricul ar fundamentada nas diretrizes
gerais propostas , pretende _se forma r professores
conscientes da importânc ia d e sua futur a atuação.
A s r e p e r cus s õ e s n a p r á t i c a e d u c a c i o n a I s e f a r ã o sen
tir em todas as atividades do 19 grau, desde o
pri-meiro contato da criança com a escola até a mobilí
-
- . ,
zaçao da comunidade para uma açao conjunta e reCl
proca com os setores responsáveis pela Educação.
A P r o P o s t a c u r r i c uI a r e 1 a b o r a da n e s se se n t i do
,
consta do Projeto (Anexo I) e será adotada pelas e,2.
colas da rede oficial do Estado do Rio de Janeiro a
partir do ano letivo de 1977 .
A n o v a p r o p O s t a m e to doI ó g i c a, de s c r i t a TI e s t e tr a
balho ,é impres cindív el para que se jam atingidos
to-dos os resultato-dos pretendito-dos, mas só poderá ser
adotada na rede gradativamente. poi s necessita de
a c o m p a n h a me n t o d i r e t o e c o n s ta n t e p o r p a r t e de eqt&
pe interdisciplinar conhecedora dos princípios teóri
c o s que a n o r t e i a m. A p a r t i r dos r e sul t a dos d o e x p~
rimento realizado no ano letivo de 1976, no
Institu-to de Educação de Campo Grande. ela será
progres-sivamente estendida
à
rede, devendo ser utilizada,já em 1977, em turmas de l a . série do Curso de For
maçã.o de Professores em a lguns municípios do Esta
A r e f e r i da me to dolo g i a i a z 'p a-r t e d a l i n h a me to
-dológica do Laboratório de Curriculos da SEEC/RJ~
que pode ser utilizada em curriculos desde o
pré-e s c o 1 a r a t
é
o 3': g r a u o P a r a 1 e 1 a me n t e 1 e s tão se n dorealizado s pelo Laboratório de Currículos experi
-mentos mais abrangentes em escolas que oferecem
e d u c a ç ã o p r
é -
e s c o 1 a r e d e I ? g r a u. P o r s e t r a t a r deinovação dentro da rede estadual de ensino, há
ainda escassez de recursos para sua implantação glo
-b aI. D e n t r o d o e n s i n o d e 2 '? g r a u o p t o u - s e e n tão po r
- I _
sua a p 1 i c a ç a o a o C u r s o d e F o r m a ç a o de P r o f e s s o re s,
p o r s e r a p r o f i s s i o n a 1 i z ação o f e r e c i da p e 1 a r e d e que
implica maiores repercussões para todo o sistema
PARTE II
1 • A ABORDAGEM ESTRUTURALISTA DA CItNCIA
A teoria de Jean Pia'get refere-s e " a gene s e do ...
conhecimento humano. Tem-se, então. de um la do.
o desenvolvimento da inteligência. a aquisiçao e
2.
til i z a ç ã o das e s t r u t u r a s c o g n i t i v a s po r c a d a i n d i v
í-duo - e o , aspecto psicológico da questão. De outro
lado. têm-se os conheciment os e teorias relativos
a diferentes áreas do saber. construídos, acumula
dos e a p e r f e i ç o a dos num p r o c e s s o de de se n vo 1 v imen
to histórico da ciência - é o aspecto
epistemológi-co da questão.
O estruturalismo genético, ao t r a t a r de tais
p r O b 1 e m as. t r a z c on sigo a p o s si b i 1 i d a d e de 1.1 m a
a-bordagem interdisciplinar dos conhecimentos) que
abre perspe 'cfi,vas a aplicações fecundas no
cam-po da Educação.
fi c a
C i ê n c i a e f i los o f i a f u n d a r a m - s e a o m e s m o t em
p o n a h i s t
ó
r i a do p e n s a me n t o o c i d e n tal. a p a r e c e ndosolidárias na Grécia Antiga .
No Oriente n
-
ao se e s t a bel e c e e s s a sol i d a r i edanece sempre como uma "sabedoriaJt~ ao passo que
os conhecimentos em que se apóiam as técnicas
não ultrapassam o nível pragmático. mantendo-se,
muitas vezes, implícitos .
No Ocidente, ao contrário, a construçao
teó-rica desse tipo de conhecimento se desenvolve, e a
pró p r i a t é c n i c a t o r n a - s e ç a d a vez m a i s c o m pI e x a
Estabelece-se, desse modo, uma polarização
pro-gressiva entre ciência e filosofia,
à
proporção quea ciência aprimora seus métodos no sentido de mai
or precisa0.
Até o século XIX, podíamos encontrar a
mes-m a p e s s o a d e di c a n do - s e t a n t o a f az e r c i
ê
n c i a q u a.!!to filosofia. A rigor, não há problemas que, por
s:ua natureza, sejam próprios da ciência ou da
fi10-s o f i a, q u a 1 que r p r O b 1 e m a
é
v á 1 i d o s e tem' s i g n i f i c ~ção par a o homem, Só que, do ponto de vista pro
priamente cognitivo, só será, válida a s olução para
a qual haja meios de comprovaçao.
-Deste n10do. um problema que na o pode
-
sercolocado hoje para a ciência poderá re ceber t r a t a
-mento científico amanhã, desde que se encontrem
métodos para abordá-lo.
O fato de não possuirmos soluções científicas
-excluir o pensame nto filosófico. Ao contrário~ t
o-d o h o m e m ~ 1 e v a d o a o p t a r p o r u m a n o r m a d e ação ,
p o d e e d e v e tom a r u m a p o si ç ã o f i los ó f i c a d i a n t e da
vida, meSlTIO sabendo que sua c o
ri c e
p ç ã o do m u n d oe 05 valores pelos quais optou são aproximativos e
pessoais. A filosofia não
é
simplesmente urnaacei-tação de crenças e valores do senso comum, mas
11
.
.
.
urna tornada de posição raciocinada em rela7
ção
à
totalidade do real e pode conduzir. semdúvida, a uma abertura no campo dos possíveis • .
A que. s t ao , do ponto de vista cognitivo, ~I nao
-é
definir a natureza de um problema filosófico oucientífico nem, muito menos, estabelecer uma
hie-rarquia entre eles, mas sim saber o que provocou
esta polarização .
Constituírarrl- se ciências autônomas por uma
a ç
ã
o do
c o n h e c i m e n t o i n t e g r a I s o b r e a a qui s i çã
o de-conhecimentos especializados ou foi urna açao dos
próprios conhecimentos especializados que,
levan-do a um esforço de reflexão, provocou o
desenvol-virnento tanto da ciência específica quanto da
filo-s o f i a ? E m ou t r as paI a v r as: a e pis tem o lo g i a p e rte!,!
ce
à
fílosofia ou e ela mesma uma ciência autôno , ' m a ?A que s t ão d e C O MO
:t;
p O S Stv
E L O C O N H E C I ..MENTO ou COMO SÃO POSStVEIS AS CI.tNCIAS,
par-tindo da qual poderemos responder as perguntas a-...
c i ma, s e r
á
um p r o b 1 e m a f i losó
f i c o o u c i e II t {f i c o dependendo da maneira corno for c olocado.
Toda a filosofia, para situar a vida humana
em relação
à
totalidade do real e fazer a coordenaç ã o dos valor e s, p r e c i s a t o rn a r u m a p o s i ç ã o f r e note
ao dom{nio cognitivo. I
Ao o b s e r v a r mos a h i s t
ó
r i a d a f i los o f i a, vemo sque as teorias do conhecimento el.aboradas pelos
grandes filósofos estão sempre referidas " a c 1 e n c la ..
-
.
de alguma mane i r a . Procurava-se estabelecer as
c o n di ç õ e s m a i s g e r a i s d a vaI i d a d e d o c o n h e c i m e nto.
Essas condições partem, de um lad o, d o su jei
to que conhece e, de outro, das propriedades dos
o b j e tos. H
á,
p o r t a n to, uma g r a n d e v a r i e d a d e d e conbecimentos cujas condições de verdade não podem
ser comuns.
C o m a d i f e r e n c i a ç ã o c a d a vez m a i s r
á
p i d a do sramos do saber. nao so urna mesma pessoa nao po-
-
,-de estar a par -de tudo, como nenhum filósofo pod~
cada ciência~
Como con sequência, a teoria do conhecimento
perde em valor geral e em seriedade. Aparecem
fi-losofias "para -científicas", que concebem um modo
de conhecer peculiar
à
fil osof ia e estranho a Clen-..
.
-cia e "metafísicas científicas", elaboradas por
ci
e n tis tas que a c r e di t a r a m, a o r e f 1 e t i r sob r e a c i ê
n-cia por eles elaborada, que poderiam chegar
dire
-tamente a conclusões metafísicas e nao apenas ... as
epistemologias de suas disciplinas~
A verdade e que a epistemologia tem demons-"
trado uma tendência cada vez maior para a
autono-mia, pela delimitação de seus problemas, estabele
cendo- se uma epistemologia específica no interior
de cada ciência particular~ e pela precisão c r e s
-cente de seus métodos, incorporando recurs os
me-todológicos de outras ciências já constituíd as e nao
só da filosofia.
Em relação
à
questão colocada ante rio r mente,poderíamos então definir epistemologia, com Piaget,
11 num a p r i m e i r a a p r o x i m a ç ão, c o m o o e s t u d o da c ons
tituição dos c-onhecimen tos válidos, o termo
consti-tuição englobando, ao mesmo temp o condições de
a-c e s 50
8
- • IJ 8
e condiçoes prop riamente constItutivas.
PIAGET, Jean. org • .!:o~~~_c2~!!.'!i~~!lS..EL~~ntifi9ue. Paris
Nas condições propriamente constitutivas temos
u-ma validade o u f o ru-mal ou experimental: pois que
a verdade só se alcança por algorÍtimos p r e c i s o s ,
dedutivamen te, ou por experiêncià.s com controles
preciso s9 As condições de acesso têm um aspecto
psicológico e aspec tos que poderão ser estudados
pela história das ciências.
o
papel do sujeito nunca poderia ser revela-do se nossa análise se limitasse ao conhecimento
pronto. O aspecto histórico-crítico nos mostrará
j
que de termi nar corno fo i possível a constituição de
uma ciência não implica em explicar a
possibilida-de das ou t r as. Am b o s o s as p e c tos. J P s i c o I ó g i c o e
históri c o, salientarão o fato de que o conhecimen ..
..
to ~ sem p r e um p r o c e s s o •
....
Coloca- se assim o problema da genese do s
conhecime nto s e, numa segunda aproximação , Pi
a-get define epistemologia como 110 estudo da passa
-gem dos estados de menor conhecimento àqueles de
conhecimentos mais comp lexos. 11 9
A epist emologia científica nasce no interior
das próprias ciências, pela necessidade de superar
9
crises quanto às construções dedut i vas ou interp r e
tações dos dado s experimentais. Não é mais, sim
-plesmente, uma reflexão sob r e as ciências,mas um
instrumento de progresso de cada ciência. A análi
se do conhecimento é a análise das estruturas váli
das, e a o b j e t i v idade d o c o n h e c i m e n t o c i e n t
í
f i c o d epende de uma adequação cada vez rnaio r aos objet.os,
que
é
acompanhada por uma descentração do sujeitoindividual em direção ao sujeito epistêmico.
1. 2
Estrutu~
as
e Estru tu rali sm o---A epis t emolog ia g e nética utili za o mé tod o es
trutural. Convém, pois , precisar o que entendemos
por estruturalismo .
Ao analisarmos as construções te óricas da s
divers as ciências 1 vere mos que sua valid ade e stá
n o valor o p e r a t ó r i o dos c o n c e i tos que e m e r g e m n e ~
sa construção e no modo pelo qual a c i é n t í.fHci dade
desses conceitos "c onstit ui simultanean1ente a c r 1 -. /
tica da não cientificídade
10
das n o ç õ e s i d e o 1 ó g i c as" .
Não se t r ata então de t e n t a r a qui uma a b o r da
gem filosófica do est ru turalismo, já que ele pr ó . •
la
c o
E L lio ,
Eduardo :Procb .In troducão a tlrn Pensamento Cru J _ e1: estruturas , estruturalidade e estruturalisn1os.ln: -Estrutu-.!.21i~_.
Antologia d e textosteóricos.Li~boa;
Portu
gá li;-Ed
••prio pretende fundar sua legitimi"d a de ao nível da
ciênci a. O estruturalismo não
é
urna filosofia, embora pos sa ser solidário com algumas c o r r e n t e s , é
mais a forma de expressão de urna nova praxis,
u-ma no va linguagem de uu-ma nova ciência t ou ainda
um mét o do aplicável, respeitadas as diferenças, a
todos 08 d o mínios do real, uma vez que o real
é
e-1 e pró p r i o e s t r u t u r a do. S u r g i u p e 1 a n e c e s s i d a d e de
uma adequa ção maior do conhecimento
à
realidade,em oposi ção a construções a n t e r i o r e s 1 r e f o r ç a n do
-j
- se seu s u c e s s o p e I a s c o n qui 8 tas n o c a m p o das CO!!
turbadas ciências humanas e pelas esperanças que
d e i x a e n t r e ver no dom í n i o de to d as a s c i ê n c i as.
E st r utura e urna palavra muito antiga que "'
n.o s e n t i d o p r i m i t i v o, i n d i c a v a a p e nas a s r e 1 a ç Õ e s
fundamen tais contidas numa totalidade: aquilo que
a . anális e int erna revela, o plano segundo o qual
f o i c o n s t i t u { da. O t e r m o vaI e t a n to p a r a r e a 1 idade s
discreta s quanto para conjuntos em que nao se
po-de po-de limitar com tanta facilidapo-de as fronteiras, co
mo, por exemplo , os conjuntos sociais.
Já
que o estruturalismo se estabelece fre-q uentemen te com intenções polêmicas contra teo
rias anter iores, e como há estruturas diferentes
truturalistas que não invalidam ' nece ssari amente
suas teorias do ponto de vista cognitivo.
Além disso . analisando definições de
estru-tu r a dos d i f e r e n te s a u t o r e s, e n c o n t r a mos c e r ta con
vergencia, destacando-se a e xistência de leis de
conjunto independentes das leis de cada elemento i
sol a d o e a p r o p r i e d a d e d e que a a 1 t e r a ç ã o d e u m do s
e 1 e me n tos d o c o n j u n t o a c a r r e t a a a 1 t e r a ç ã o de todo s
os outros.
o
estruturalismo parte das idéias detotali-dade e de interdependência, mas o que tem de novo
e s t
á
c e n t r a d o p r i n c i p a 1 m e n t e nas i d é i a s de!! iL~r_~l!...-As totalidades
_.
nao Se constituem necessaria
-mente de simetrias. recorrências. m as também de
o p o s i ç o e s e d e s e qui 1 íb r i os. A n a 1 i s a r u m c o n j u n t o
é
pôr em relação os seus elementos, ou seja, é
bus-car a relação comum segundo a qual o s ele~nto s se
definem para ordená-lo s, através das diferenças
-que nao sejam puras alteridades.
Não se t r a ta m ai s de p e n s a r o de se n r o 1 a r con
tínuo do Me s mo, mas sim o realizar constante do
No vo, uma vez que a aI t e r a ç
ã
o d e u m dos e 1 e m e n tosimplica na alteração de todos os outros. Os
tros e o conjunto desses conjuntos' como o produto
de uma combinatória.
Não há então um núcleo estrutural, partes
privilegiadas das estruturas, nem estruturas-tipo
que seriam estáticas. A estrutura é
essencialmen-te a sintaxe das transformações que fazem passar
de uma variante a outra: o invariante é somente a
Essas variantes, uma vez revestidas de con
t e
ú
d o s e mâ
n t i c o, p o d e m s e r e n c a r a das s e g u n d o o ei,
xo sincrônico - onde se analisa a combinatória pr..2.
duzida pelas simultaneidades ou segundo o eixo
d i a c r ô n i c O - o n d e s e a n a I i s a m a s t ·r a n s f o r m a ç õ e s
sucessivas.
o
invariante, a proprla estrutura enquanto '" .sintaxe,
é
essencialmente acrônica, dando co nt adas variações e das mudanças através dessa combi
natória concebível teoricamente.
Cada alteração no conjunto implica numa
a-bertura para a realização de determinadas
varian-tes e numa impossibilidade para outras. Desse mo
do, a análise estrutural pode dar conta de toda rea
lidade em seu dinamismo complexo.
A estrutura não é inteligível em si mesma,
p o de s e r a p r e e n d i d o c o m o um e h t r e o ut r os, i s to e, .-quando adquire significação.
...
.
emplrlca,
Do ponto de vista da realidade
PE.
demos apreender a estrutura pelo "estruturado, por
uma configuração que a análise interna descobre e
que tem papel determinante no interior de uma
or-ganização. Mas, seu verdadeiro valor cognitivo só
é d a d o p e lo e s t r u tu r a n te, 1 e i d e va r i a b i 1 i d a d e capaz
de realizar de muitas maneiras diferentes o
estru-turado.
Consider~ndo que o real ultrapassp. o nível
-
....
da pura percepçao emplrlca. veremos que a
estru-tura, mesmo presente como ausência, como
condi-ç
ão de po s sibilid ade. r e a 1 i z a o e s t r u tu r a n t ep.r i a o r d e m f a c tua 1 •
Dessa maneira, o método estruturalista não
será puramente formal, mas só será fecundo se do
minar o estruturante da estrutura.
As estruturas descobertas pelos cientistas
são estruturas de conjunto e transformações
parti-culares a cada domínio do saber. , Apesar de sua
va-r i e d a de, a p va-r e se n ta m a I g uns c a va-r a c t e va-r e s g e va-r a i s e n-e •
Voltando mais particu.larmente a epistemolo-
..
estrutura pode e deve dar lugar a urna formaliza
-ção. A formalização, no entanto, não precisa se dar
concomitantemen t e
à
descoberta da estrutura nema p a r e c e r lo g o c o m pIe ta. H
á
d i f e r e n t e s g r a u s de ab stração que dependem da utilização da lógica que o
c i e n tis t a tem p o s s i b i 1 i d a d e d e e f e tua r, e n q u a n t o as
e s t r u t u ra s dos o b j e tos são in de p e n d e n te s d o s u j e i t o
que conhece.
A n t e s d e t e n t a r a a n
á
1 i s e das e s t r u t u r a s u ti-lizadas nas diversas ciências nessa perspectiva · J
convém precisa'r as suas características básicas
de acordo com a definição de Piaget: " ••• uma
es-t r u t u r a
é
um s i s tem a d e t r a n s f o r m a ç õ e s q u e c o mpo rta leis enquanto sistema (por oposição às
proprie-dades dos ' elementos) e que se conserva ou se
enri-quece pelo próprio jogo de suas transformações,sern
que estas conduzam para fora de suas fronteiras ou 1 1
façam apelo a elementos exteriores. 11
De s t a que mos o as p e c to de to tal i da de, as trans
formações e a auto-regulação:
totalidade
A descoberta de conjuntos como totalidades
1 1
PIAGET. Jean . O Estruturalismo. são Paulo, Difusão
Euro-
não
é
n o v i d a d e I a P e nas d i f e r e m a ' S m a n e i r a s d e a ~bordar o fato epistemologicamente.
A totalidade pode ser analísada partindo~se
de seus elementos tomados separadamente, como
faz o associacionismo empiris t a . Pode ser
encara-da como uma totaliencara-dade emergente, partindo de um
todo que se impõe como tal perceptivamente. Mas,
só será atingido o estruturante s e s e p a r t i r das pr2. ,
prias relações entre os elementos.
Neste último caso, o todo
é
a resultante dosprocedimentos (operações intencionais) ou
proces-s o proces-s (r e a 1 i d a d e proces-sob j e t i v as) d e c o m p o s i ç ã o. c u j a s lei s
são as leis do sistema. O problem. a
é
então o da gênese das estrutura s .
A s e s t r u t u r a s s e r a o e n c a r a d as c o m o s i s t em as
de transformações considerando-se s ua b i
polarida-de. o fato de serem ao mesmo tempo estruturadas e
estruturantes. Serão consideradas não só as
combi-nações atuais de seus elementos como suas leis de
combinação de caráter operatório.
Dessa forma, não será necessário cair num i
natismo para explicar a possibilidade de
formaliza-ção do conhec. imento da realidade tal como e. , A
ope-ratórios que c o 1 o c a m e m c o n t a t o a s e 5 t r u t u r a s que
permitem a ação e pensamento do sujeito e as estr!:.
turas dos objetos resultantes de suas propriedades
específicas.
As estruturas, embora essencialmente
dinâ-micas, têm um caráter de conservaçao e fechamen
-to. As transformações inerentes a urna estrutura
não u I t r a p a s s a m sua s f r o n t e i r as, s ó p o d e m c r i a r .e
"
lementos pertencentes a mesma estrutura.
Há estruturas mais "fortes ft e mais "fracas"
e • q u a n dou m a e s t r u t u r a é e n g lo b a d a p o r o u t r a m ai s
a m p I a • e nc aix and o - s e n e 1 a c o mos u b e s t r u t u r a, sua s
leis internas não se alteram.
são' e s s a s I e i s que a s s e g u r a m a a u t o r e g u I a
-çao, através de diversos processos, conforme o
ti-po de estrutura permita.
A auto-regulação pode se exercer por
meca-n,ismos de simetria e repetição. presentes nas
es-t r u es-t u r a s d e es-t o dos o s n í v e i s d a e s c a 1 a b i o 1 ó g i c a - s ão
os ritmos. Há transformações que se desenvolvem
no tempo e que podem ser e x plicadas pelo modelo ci
bernético, que se realizam nas estruturas
biológi-cas, lingu'ísticas. sociológicas e psicológicas -são
caracteri-zadas pela reversibilidade. que nao se limitam
-
acorrigir os erros em vista dos resultados obtidos,
mas permitem a pré-correção através da
antecipa-ção da Il:orribinatória > típicas das estruturas lógicas e
matemáticas - sao as operaçoes.
-
-1 • 3 Estruturas nas Diferentes Ciências
---Todo o conhecimento é sempre uma relação
entre um sujeito e um objeto, mas o importante e .'
d e s t a c a r que n eIs s a r e 1 a ç ã o i n t e r v é m u rn t e r c e i r o
-termo. que sao as estruturas.
Como se dá que um suje ito possa atingir es
truturas que lhe sao exteriores
-
?Na · r e s p o s t a a e s t a que s tão p o d e r
í a mos e nc0,!l
t r a r as divergências da teoria do conhecimento co
mo disciplina filosófica.
Se quisermos admit i r que o sujeito apenas
recebe estruturas passivamente , como uma tábula
rasa. ou que as apreende por abstração do tipo
ristotélico, estaremos colocando as estruturas
a-penas no pólo do objeto.
Se, ao contrário. colocarmos as estruturas
só no p6lo fio sujeito, seremos facilmente levados
a um subjetivismo ou a um tipo de inatismo que ju~
pré-estabelecida.
S e a s r e t i r a r mos d o s u j e i t o e d o o b j e to, t e r~
mos
...
a pró p r i a r e 1 ação
de conhecimento, como categorias ' do conhecer, se
não quisermos aceitar as idéias p l a t ôn i cas.
Nenhuma dessas soluções é satisfatória
pa-ra que o conhecimento científico atinja a realidade
em toda a sua riqueza.
No entanto, se a estrutura for essencia1men
te operatória, se se pode dominar o e s t r u t u r a n t e ,
,
nada impede que as estruturas existam tanto no p,2.
10 do sujeito quanto 'no do objeto e que, ao mesmo tem
p o, s e j a m pró p r i a s d a r e 1 a ç ã o c o g ,n i t i v a •
c
o mo to das es
s a s e s t r u t ur
a s p o d e m s e r e atudadas por ciências específicas, na medida em que
cada ciência construa sua epistemologia p r o " ..p r . . 1 a,
estabelecendo a validade das estruturas que
desco-b r e e u til i z a , p o d e r á s e r c o m p r o v a d a a v a li d a d e do
próprio conheci~nto e esclarecida sua natureza
a-través das estruturas cognitivas.
A epistemologia genética será então IJ • • • pe,!
qui s a e s s e n c i a 1 m e n t e i n t e r d i s c i P 1 i n a r que s e p r op)e
a estudar a significação dos conhecimentos, das es
truturas operatórias ou de noções, recorrendo, de
uma parte,