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Avaliação da qualidade de água para abastecimento público do Município de Nova Iguaçu.

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Academic year: 2017

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Avaliação da qualidade de água

para abast eciment o público

do M unicípio de N ova Iguaçu

Q uality asse ssme nt o f the p ub lic wate r

sup p ly in No va Ig uaçu, Rio d e Jane iro

1 Departam en to de San eam en to e Saú d e Am bien tal, Escola N acion al d e Saú d e Pú blica, Fu n d ação Osw ald o Cru z . Ru a Leop old o Bu lh ões 1480, 5oan d ar, Rio d e Jan eiro, RJ 21041-210, Brasil.

Pau lo Soares d ’Agu ila 1 Od ir Clécio d a Cru z Roqu e 1 Carlos Alberto Silva M iran d a 1 Ald o Pach eco Ferreira 1

Abst ract Th is stu d y p rop oses to d evelop m eth od ologies for p u blic w ater su p p ly qu ality con trol by im p lem en tin g evalu ation an d con trol m ech an ism s an d en h an cin g en viron m en tal h ealth su r-veillan ce d ecision -m ak in g. Th ese objectives w ere based on d ata for w aterborn e d iseases record ed at th e Rio d e Jan eiro State Health Dep artm en t. We selected th e follow in g n eigh borh ood s: Posse (1st Tow n sh ip ) an d Caioaba (5th Tow n sh ip ), w ith d issim ilar situ ation s, allow in g u s to p rod u ce a m od el of w a t er su p p ly cov era ge in t h e M u n icip a lit y of N ov a Igu a çu , Rio d e Ja n eiro St a t e. Th e st u d y u n d erscored t h e p oor qu a lit y of t h e w a t er su p p ly in t h e t w o t ow n sh ip s, sin ce 61% of t h e sam p les w ere p ositive on bacteriological exam in ation , sh ow in g th e u n d esirable effects of d iffer-en tial san itation , esp ecially in d evelop in g cou n tries.

Key words Water Qu ality; San itation ; Water Su p p ly;Pseu d om on as aeru gin osa

Resumo Esta p esqu isa p rop õe o d esen volvim en to d e m etod ologias p ara con trole d e qu alid ad e d a águ a d e abastecim en to p ú blico tan to p ela op eracion aliz ação d e m ecan ism os d e avaliação e con trole qu an to p ela sign ificativa con tribu ição p ara a tom ad a d e d ecisão n a vigilân cia em saú -d e am bien tal. Tais objetivos en con traram fu n -d am en to em -d a-d os -d e acom etim en to -d e -d oen ças d e veicu lação h íd rica registrad os n a Secretaria Estad u al d e Saú d e. Foram selecion ad os os bair-ros d a Posse (p rim eiro Distrito) e Caioaba (5oDistrito), os qu ais m ostraram situ ações d ísp ares, o qu e p erm itiu m od elar a situ ação d e cobertu ra n o Mu n icíp io d e Nova Igu açu , n o Rio d e Jan eiro. O trabalh o torn ou p aten te o com p rom etim en to d a qu alid ad e d a águ a d os d istritos estu d ad os, u m a vez qu e 61% d as am ostras ap resen taram p ositivação n os ex am es bacteriológicos, ev id en -cian d o os efeitos in d esejáveis d o san eam en to d iferen ciad o qu e d esp on ta, sobretu d o, n os p aíses em d esen volvim en to.

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Int rodução

O p rop ósito p rim ário p ara a exigên cia d e q u a-lid ad e d a águ a é a p roteção à saú d e p ú b lica. Os critérios ad otad os p ara assegu rar essa qu alid a-d e têm p or ob jetivo forn ecer u m a b a se p a ra o d esen volvim en to d e ações qu e, se p rop riam en -te im p lem en tad as ju n to à p op u lação, garan ti-rão a segu ran ça d o forn ecim en to d e águ a atra-vés d a elim in a çã o ou red u çã o à con cen tra çã o m ín im a d e co n stitu in tes n a á gu a co n h ecid o s p or serem p erigosos à saú d e.

Visa n d o à a va lia çã o d a q u a lid a d e d a á gu a d e ab astecim en to, foi im p lem en tad o o d esen -volvim en to d e tecn ologias com o p rop osta m e-to d o ló gica p a ra m o n ie-to ra m en e-to d e á gu a em m u n icíp ios ab ran gid os p elo Sistem a Ún ico d e Saú d e (SUS). Isto se ju stifica d ian te d os resu l-tad os ap on l-tad os p elos ín d ices d e m orb i-m or-talid ad e referen tes a en ferm id ad es d e veicu la-çã o h íd rica , ca ra cteriza d a s p ela in gestã o d e á gu a co n ta m in a d a p o r m icro o rga n ism o s, in -ter-rela cio n a n d o o rien ta çõ es fo rn ecid a s p ela Orga n iza çã o Mu n d ia l d a Sa ú d e ( WH O, 1996), n o q u e d iz resp eito à execu çã o d e p ro gra m a s com ob jetivos d e red u ção d a m orb id ad e d ecor-ren tes d e d o en ça s d ia rréica s, co m a m elh o ria d os cu id a d os p resta d os à s cria n ça s, a vigilâ n -cia ep id em iológica e a qu alificação d e sistem as d e ab astecim en to d e águ a.

No Mu n icíp io d e Nova Igu a çu , o s b a irro s Posse (1od istrito) e Caioab a (5od istrito) foram escolh id os p or rep resen tarem situ ações op os-ta s n ã o só q u a n to a o a b a stecim en to d ’á gu a , com o tam b ém n o d esen volvim en to sócio-eco-n ô m ico. O b a irro d a Po sse é m a is d esesócio-eco-n vo lvi-do, ap resen ta m aior p op u lação e é con siderad o o m elh or d istrito d o m u n icíp io n ão só q u an to ao asp ecto san itário, m as tam b ém p elo m aior n ú m ero d e escolas e m elh or aten d im en to m é-d ico-h osp italar – n ele está localizaé-d o o m elh or e m aior h osp ital d a b aixad a, o Hosp ital d a Pos-se –, assim com o, d e acord o com d ad os d a Se-cretaria de Vigilân cia San itária do Estado do Rio d e Jan eiro, p or ap resen tar m elh ores resu ltad os n as an álises feitas p ela Com p an h ia Estadu al de Águ a e Esgo to (CEDAE) n a á gu a d e a b a steci-m en to p ú b lico. O b airro d e Caioab a rep resen ta a situ ação m ais crítica em tod os os asp ectos.

A águ a é essen cial à m an u ten ção d a vid a. A p ro teçã o d e co n ta m in a çõ es n o fo rn ecim en to d e á gu a é a p rim eira lin h a d e d efesa (Da h i, 1992). Qu ase in variavelm en te, o m elh or m éto-d o éto-d e assegu rar águ a aéto-d eq u aéto-d a p ara con su m o co n siste em fo rm a s d e p ro teçã o, evita n d o -se con tam in ações d e d ejetos an im ais e h u m an os, o s q u a is p o d em co n ter gra n d e va ried a d e d e b actérias, víru s, p rotozoários e h elm in tos.

Fa-lh a s n a p ro teçã o e n o tra ta m en to efetivo ex-p õem a com u n id ad e a riscos d e d oen ças in testin a is e a o u tra s d o en ça s in feccio sa s (Bro m -b erg, 1995; Heller, 1998). Os riscos à saú d e rela-cio n a d o s co m a á gu a p o d em ser d istrib u íd o s em d u as categorias p rin cip ais: 1) riscos relativos à in gestão d e águ a con tam in ad a p or agen -tes b io ló gico s (víru s, b a ctéria s e p a ra sita s), através d e con tato d ireto ou p or m eio d e in se-tos vetores q u e n ecessitam d a águ a em seu ci-clo b iológico; 2) riscos d erivad os d e p olu en tes qu ím icos e a, em geral, eflu en tes d e esgotos in -d u stria is (Ch a rriere et a l., 1996; Kra m er et a l., 1996).

Os p rin cip ais agen tes b iológicos d escob er-to s n a s á gu a s co n ta m in a d a s sã o a s b a ctéria s p a to gên ica s, o s víru s e o s p a ra sita s. As b a cté-rias p atogên icas en con trad as n a águ a e/ ou ali-m en tos con stitu eali-m u ali-m a d as p rin cip ais fon tes de m orbidade em n osso m eio. São as resp on sá-veis p elos n u m erosos casos d e en terites, d iar-réias in fan tis e d oen ças ep id êm icas (com o a fe-b re tifóid e), com resu ltad os freqü en tem en te le-ta is. Os víru s m a is co m u m en te en co n tra d o s n as águ as con tam in ad as p or d ejetos h u m an os, en tre ou tros, são os d a p oliom ielite e d a h ep a-tite in fecciosa. Den tre os p arasitas q u e p od em ser in gerid os através d a águ a d estaca-se a En -tam oeba h istolytica, cau sad ora d a am eb íase e su as com p licações, in clu sive p ara o lad o h ep ático. É en con trad a sob retu d o em p aíses q u en -tes e em locais on d e existem m ás con d ições sa-n itárias. Na Tab ela 1 p od em ser ob servad as as p rin cip ais d oen ças relacion ad as à in gestão d e á gu a co n ta m in a d a e seu s a gen tes ca u sa d o res (WHO, 1996).

O con trole d e q u alid ad e d e águ a d estin ad a a o co n su m o h u m a n o, d esd e o s sistem a s p ro -d u to res (m a n a n cia is, ca p ta çã o, tra ta m en to ) a os sistem a s d e d istrib u içã o (reserva tório, re-d es), n o rm a lm en te é rea liza re-d o p ela em p resa resp on sável d e san eam en to local e m on itorad a p elas Secretarias d e Saú d e Estad u ais. Este m o-n ito ra m eo-n to – esta b elecid o p ela Po rta ria o-no 36/ GM (Brasil, 1990a) d o Min istério d a Saú d e – in stitu i n ú m eros m ín im os d e am ostras ou p la-n o s d e a m o stra gem , a lém d o s p a d rõ es p a ra a águ a p otável restritos ao trech o qu e se in icia n a cap tação e se en cerra n as ligações d om iciliares d os con su m id ores.

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d as resid ên cias. Estes, p or su a vez, n ão são cor-reta m en te o rien ta d o s p a ra a n ecessid a d e d e cu id a d o s esp ecia is d e m a n u ten çã o d o s reser-vatórios p red iais d e águ a.

Os d a d o s o b tid o s co m este estu d o p erm i-tem crer qu e sejam rep resen tativos d a situ ação d e a b a stecim en to p ú b lico d e á gu a n o Bra sil, p aís em d esen volvim en to, cu jas con d ições favo recem a s co n seq ü ên cia s d esa stro sa s d o sa -n eam e-n to d ifere-n ciad o. Na am ostragem d este estu d o fora m in clu íd os ca sos esp ecíficos, ta is co m o : co n cen tra çã o d e p esso a s, gra n d e u tili-za çã o d e á gu a , esco la s p ú b lica s, á gu a sen d o con su m id a d iretam en te d e reservatórios, en fa-tizan d o-se p roced im en tos q u e in stitu am u m a m eto d o lo gia d e seleçã o p rio ritá ria d e a n á lise de águ as de con su m o, rep resen tativas de p ossib ilid ad e d e con tam in ação. Ou tro p on to d e oossib -servação foi o estu d o d a in terferên cia d e Pseu -d om on as aeru gin osan as an álises colim étricas fixad as com o p ad rão p elo Min istério d a Saú d e p ara a con tam in ação d a águ a d e con su m o h u -m an o. Ao -m es-m o te-m p o e-m q u e se exa-m in a a con tam in ação e a ocorrên cia d e d oen ças, estab elecem se d ad os d e m icrorgan ism os qu e cau -sa m in terferên cia s n a s a n á lises co lim étrica s tan to p ela cap acid ad e d e in ib ir crescim en to d e co lifo rm es em m eio d e cu ltu ra q u a n to p ela s su as características, n a q u alid ad e d e p atógen o o p o rtu n ista , d e resistên cia a o s a n tib ió tico s e ao cloro (d’Agu ila, 1996).

M at eriais e mét odos

A qu alid ad e d a águ a d e ab astecim en to foi ava-liad a p or m eio d e exam es físico-qu ím icos e m i-cro b io ló gico s (ABNT, 1987; Alves et a l., 1992; APHA, 1995).

Para a realização d as p rovas, foram coleta-d as coleta-d u as seções coleta-d e am ostras n os coleta-d ois sítios coleta-d e estu d o, em p erío d o s d istin to s, co m in ter va lo d e 14 d ias. Visava-se, com isso, an alisar n ão só a q u a lid a d e d a á gu a d e a b a stecim en to, m a s tam b ém a qu alid ad e d o forn ecim en to.

Área de est udo – amost ragem

As am ostras foram avaliad as n o local d a coleta e n o la b o ra tó rio d e a n á lises. As a va lia çõ es lo -cais con staram d e: asp ecto, od or, cor, cloro rsid u a l e rea çã o d e Nessler. Em virtu d e d o d e-caim en to d o teor d e cloro, as am ostras p ara es-tas an álises foram su b m etid as a exam es locais d e clo ro resid u a l. O m esm o p ro ced im en to d e a n á lise lo ca l fo i rea liza d o q u a n to a o teste d e Nessler, o qu al evid en cia p ositivam en te ou n e-ga tiva m en te con ta m in a çã o p or coliform es n a

a m o stra . To d a s a s a m o stra s fo ra m ch eca d a s qu an to à p resen ça d e coliform es totais e fecais p elo m étod o d e tu b os m ú ltip los ou m em b ran a filtran te e en saios d e P. aeru gin osa.

Em Caioab a foram recolh id as am ostras em 39 lo gra d o u ro s, p erfa zen d o u m to ta l d e 142 an álises d e p on tos d e coleta, tais com o: en tra-d a tra-d o tra-d o m icílio, p o n to in tern o tra-d a h a b ita çã o, caixa d’águ a, cistern a, além d e p oço, em algu -m as a-m ostras. No b airro d a Posse as a-m ostras p roviera m d e 27 lo gra d o u ro s, p erfa zen d o u m total d e 149 an álises d e p on tos d e coleta, reitera n d o o s m esm o s p o n to s d e co leta d o lo greitera -d ou ro an terior.

Determ in aram -se, com o p arâm etros d e co-leta, as segu in tes con d ições: con su m id ores d e á gu a fo rn ecid a exclu siva m en te p ela CEDAE; con su m id ores com au toab astecim en to, qu an -do n ão h avia ou tra fon te; p ossibilidade de aces-so e vistoria d as in stalações; e p ossib ilid ad e d e coleta d e am ostras p ara an álises b acteriológi-ca s p révia s, o u seja , em p o n to a n terio r a o d a m istu ra com águ a d a caixa d’águ a. As an álises laboratoriais foram elaboradas a partir de am os-tra s q u e p erfizera m , em m éd ia , três a m o sos-tra s p or km2.

Procediment os para operacionalização das colet as

Em virtu d e d as con d ições d e d oen ças e d ad os secu n d ários, p roced eu -se às d iretrizes d e cole-ta, n os b airros e lograd ou ros d a região, locali-za n d o-os via sa télite com o a u xílio d o gen eral p osition system (GPS), p rocu ran d o-se cen tralizar em lu gares n otáveis e d e gran d e m ovim en -ta çã o, co m o, p o r exem p lo, esco la s, crech es, h osp itais, clu b es, restau ran tes, h otéis, m otéis, in stitu ições p ú b licas; en fim , tod os os locais d e afluên cia hum an a (de trabalho ou de lazer), qu e

Tab e la 1

Princip ais d o e nças re lacio nad as à ing e stão d e ág ua co ntaminad a e se us ag e nte s causad o re s.

Doenças Agent e causador

Có le ra Vibrio cholerae

Dise nte ria b acilar Shiggellasp . Fe b re tifó id e Salmonella t yphi

He p atite infe ccio sa Vírus d a He p atite d o tip o A Fe b re p aratifó id e Salmonella parat yphiA, B e C

Gastro e nte rite O utro s tip o s d e Salmonella, Shiggella, Prot eussp . Diarré ia infantil Tip o s e nte ro p ato g ê nico s d e Escherichia coli

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u tiliza m reser va tó rio s p red ia is p a ra gra n d e con su m o, com o tam b ém resid ên cias em locais p revia m en te esta b elecid o s p o r p la n ta s b a ixa d e situ a çã o, em esp ecia l, p o r serem lo ca is d e p erm an ên cia p or lon go p eríod o d e tem p o.

Tom ou-se em con ta o p ercen tual p op ulacio-n al d e cob ertu ra d e ab astecim eulacio-n to d e águ a, d e cob ertu ra d e red e d e esgoto, d a d os d e setores cen sitários d a Fu n d ação In stitu to Brasileiro d e Geografia e Estatística (IBGE), bem com o a área d e in flu ên cia d o sistem a d e ab astecim en to.

Parâmet ros de avaliação da pesquisa

É im p o rta n te ressa lta r q u e so m en te a s a m o stra s co m ín d ice co lim étrico igu a l a zero e a u -sên cia d e p seu d om on as fo ra m co n sid era d a s p róp rias p ara con su m o h u m an o. No tocan te ao n ível d e cloro, a faixa d e aceitab ilid ad e em an á-lises de água dá-se p ela faixa de 1,5 a 3,0 m g/ m l. Na avaliação local, ju lgou -se ser reservató-rio em b o a s co n d içõ es a q u ele q u e n ã o esta va su jeito à in filtração d e águ as servid as, p lu viais ou p roven ien te d e reflu xos, sem p ossib ilid ad e d e ra ch a d u ra s (p rin cip a lm en te a s cistern a s), qu e ap resen tavam con stru ção ad equ ad a e com p roteção con tra a p en etração de in setos. Não se co n sid ero u , n o ca so, a lim p eza p erió d ica d o s reservatórios, b u scan d o-se, n este m om en to, os d a d o s rea is d a p io r co n d içã o d a u tiliza çã o d a águ a tratad a.

Dessa m a n eira , a s a va lia çõ es lo ca is to m a ram em con ta: a verificação d o estad o d e con -servação d as tam p as; as p ossib ilid ad es d e in fil-tração d e águ as servid as d o solo ou águ as a céu a b erto ; o exa m e d a p o ssib ilid a d e d e p en etra -çã o d e in seto s; verifica -çã o d e ra ch a d u ra s o u d esm o ro n a m en to s in tern o s; e a p resen ça d e a ves n o s reser va tó rio s su p erio res. É p reciso ressa lta r q u e, m esm o n o s reser va tó rio s tid o s com o in ad eq u ad os, foram coletad as am ostras p ara efeito d e avaliação d a con tam in ação e su a co n o ta çã o co m o s ín d ices d e d o en ça s d e vei-cu lação h íd rica.

Descrição do sít io em est udo

O Mu n icíp io d e Nova Igu açu foi criad o a 15 d e jan eiro d e 1833, in stalan d o-se su a sed e às m ar-gen s d o rio q u e lh e d eu o n om e. Com p reen d ia a s segu in tes p a ró q u ia s (d istrito s): Ja cu tin ga (n om e d os ín d ios d a região), Pilar, Meriti, Ma-rap icu e Igu assu (em tu p i: m u ita águ a). Ao p ro-gresso d eve ser cred itad a a estrad a Real d o Co-m ércio, p riCo-m eira via ab erta n o Brasil p ara o es-co a m en to d o ca fé d o in terio r d o p a ís p a ra o s trap ich es e p ortos d o rio Igu assu (q u e d esem -b o ca n a Ba ía d e Gu a n a -b a ra ). O ca fé d a ria a o

m u n icíp io ou tra estrad a, a estrad a d e ferro d e Do m Ped ro II (1858), resp o n sá vel d ireta p ela d eca d ên cia d e Igu a ssu , p a ssa n d o en tã o a ser ch a m a d a , a p a rtir d e 1891, d e Igu a ssu Velh a . Neste an o, a sed e d o m u n icíp io foi tran sferid a p ara o arraial d e Maxam b om b a servid a p ela d ita ferrovia. Fin alm en te, em 1916, Maxam b om -b a p assa a ser ch am ad a d e Nova Igu açu .

O território d e Nova Igu açu p ossu i área d e 566,6 km2, sen d o q u e 198 km2, ou seja, 35% d a cid ad e é cob erta d e floresta tip o Mata Atlân ti-ca, form an d o assim d u as im p ortan tes áreas d e p reserva çã o ecológica : a Reserva Biológica d e Tin gu á – recon h ecid a p ela Un ited Nation s Edu -cation al, Scien tific an d Cu ltu ral Organ iz ation (UNESCO) com o p atrim ôn io d a h u m an id ad e – e a Área d e Proteção Am b ien tal d a Serra d e Ma-d u reira – con siMa-d eraMa-d a p ela UNESCO com o Re-serva d e Biosfera. O m u n icíp io, p ortan to, p os-su i p oten cialidade p ara exp lorar o tu rism o eco-lógico com o fon te d e recu rsos p ara o d esen vol-vim en to. Neste sen tid o, existem p ro p o sta s d e criação d e p arqu e ecológico n a região d a Gleb a Mo d esto Lea l co m , a p roxim a d a m en te, 11 m i-lh ões d e m2.

Em b o ra n a a tu a lid a d e a p resen te vo ca çã o p ara o tu rism o ecológico, o m u n icíp io foi con -solid a d o a p a rtir d o d esm a ta m en to p a ra a ex-p lo ra çã o d e len h a , ca r vã o e m a d eira s d e lei, b em co m o d a p la n ta çã o d e ca n a d e a çú ca r e, m ais tard e, d e laran jas. A fase áu rea d a citricu l-tu ra im p ero u d esd e 1930 a té cerca d e 1939, qu an d o a Segu n d a Gran d e Gu erra in terrom p eu a exp ortação d a fru ta, a qu al se torn ou in sign i-fican te em m ead os d e 1956. Desd e en tão, os la-ra n ja is ced ela-ra m esp a ço a o s lo tea m en to s e à s ativid ad es in d u striais, q u e se exp an d iram , fa-zen d o com qu e a p op u lação atin gisse o n ú m ero d e 800.000 h ab itan tes, con form e d ad os cen -sitários d o IBGE d e 1996 (IBGE, 1996).

A exten são n orte-su l d e 36 km e leste-oeste d e 19 km é cortad a p or d iversos rios d e im p or-tâ n cia eco n ô m ica e so cia l p a ra o s h a b ita n tes d o Estad o. Fazem p arte d e seu território os rios Gu a n d u , d a Bo ta , Sa ra p u i, Tin gu á , Ca p iva ri. Destaca-se o rio Gu an d ú com o fon te p rin cip al d e fo rn ecim en to d e á gu a p a ra a b a stecim en to da p op u lação da cidade do Rio de Jan eiro e Bai-xa d a Flu m in en se. Ap esa r d e a s tem p era tu ra s am bien tes atin girem valores elevados n o verão, a tem p eratu ra m éd ia an u al é agrad ável, situ an -d o-se em torn o -d e 21,8oC. O m u n icíp io é lim i-tad o p elas cid ad es d o Rio d e Jan eiro, Nilóp olis, Sã o Jo ã o d e Meriti, Du q u e d e Ca xia s, Belfo rd Roxo, Serop éd ica, Qu eim ad os, Jap eri e Migu el Pereira, p ossu in d o m alh a rod oviária razoável.

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-do-se com o fon te o IBGE, do an o de 1998 (IBGE, 1998). Os Hosp itais cred en ciad os são oito e h á 110 Un id a d es cred en cia d a s, q u a tro Un id a d es m ista s e 51 Min iPostos d e Sa ú d e. As in tern a -ções em h osp itais cred en ciad os n o an o em fo-co foram 50.767 e é 48 o ín d ice d e Mortalid ad e In fan til p or 1.000 h ab itan tes.

Result ados

As tab elas exp licitam os resu ltad os d e tod as as a n á lises d a á gu a d e a b a stecim en to e d e p o ço d o lo gra d o u ro d e Ca io a b a e d o lo gra d o u ro d e Posse ( Ta b ela s 2, 3 e 4). Nela s sã o d em on stra -d os os q u an titativos -d as an álises -d e águ a, evi-d en cian evi-d o o teor evi-d e m icroorgan ism os (colifor-m es totais, colifor(colifor-m es fecais, pseu dom on as) e o grau d e cloração. A Tab ela 2 ab ord a a p resen ça d e coliform es. A Tab ela 3 faz estu d o com p arativo referen te à p resen ça d e clo ro e su a d o sa -gem , relacion an d o este grau ao n ível d e con ta-m in a çã o ob serva d a . A Ta b ela 4 d iscorre sob re an álises d e Pseu dom on as aeru gin osa.

Dia n te d o s p a râ m etro s evid en cia d o s n a s tab elas an teriorm en te d escritas n o tocan te ao grau d e con tam in ação, d evid o ao m au acon d i-cio n a m en to o u à co n ta m in a çã o resid u a l n a águ a d e ab astecim en to, op tou -se p or an alisar o teor d e cloro livre n a águ a d e ab astecim en to. Pa ra esta a n á lise, d u a s co leta s d e á gu a fo ra m feita s n o m esm o d o m icílio, co m in ter va lo d e tem p o d e 14 d ias en tre as coletas. A Figu ra 1 re-lata a variação en con trad a n a águ a d e ab aste-cim en to, evid en cia n d o o s va lo res m éd io s d e ab astecim en to com an álise estatística. Ob jeti-vo u -se evid en cia r o p erfil d e d istrib u içã o d a á gu a d e a b a stecim en to p ela regressã o lin ea r d os d ad os (Saville & Wood , 1996).

O gráfico den ota qu e, qu an to ao teor de clo-ro livre, som en te 31,88% d as am ostras ob tive-ra m va lo res d en tro d a fa ixa d e a ceita b ilid a d e em u m a an álise e qu e ap en as 11,59% das am os-tras exib iram resu ltad os d en tro d a faixa aceitá-vel n a s d u a s a n á lises; en treta n to, 43,47% d a s am ostras n ão ob tiveram valores d en tro d a fai-xa d e a ceita çã o, n a s a n á lises 1 e 2. O p erfil d a cu rva ob tid a p ara valor m éd io d as con cen tra-ções expressa valor de pico de apen as 1,6 m g/ m l.

Discussão

Os resu ltad os sin alizam a existên cia d e con d i-ções favoráveis ao d esen volvim en to d e acom e-tim en to s d ia rréico s n a p o p u la çã o, so b retu d o n os extrem os (crian ças, id osos) p or n ão terem estes u m sistem a im u n o ló gico q u e fu n cio n e

a tiva m en te n em resistên cia a in festa çõ es, ra -zão p ela qu al, caso con tam in ad os, a d oen ça se ap resen tará com m aior severid ad e. Com o d esdobram en to, é im p ortan te ressaltar qu e as con -tam in ações evid en ciad as n as p esqu isas efetu a-d as ap on tam ser cau sa im in en te a-d e a-d iarréias e h ep a tites n o m u n icíp io. Co n fro n ta n d o o s d a -d os oriu n -d os -d a Secretaria Mu n icip al -d e Saú -d e d e Nova Igu a çu – o n d e fo ra m n o tifica d o s 203 casos d e h ep atite A e 107 casos d e d iarréias em 1998 (SES-RJ, 1998) – com o resu ltad o d a qu ali-d a ali-d e ali-d a á gu a ali-d e Ca io a b a e Po sse, co n clu i-se q u e, ap esar d e estes d istritos estarem em con

-Tab e la 2

Dad o s d e Caio ab a e Po sse q uanto a p re se nça b acte riana o b se rvad a nas análise s d e q ualid ad e d e ág ua.

Dist rit o/ Análises Q uant it at ivo Posit ivas

Caioaba

Co lifo rme s 120 56 (co lifo rme to tal) 22 (co lifo rme fe cal)

Pse ud o mo nas 22 10

Tot al 142 88

Posse

Co lifo rme s 124 60 (co lifo rme to tal) 25 (co lifo rme fe cal)

Pse ud o mo nas 25 6

Tot al 149 91

Tab e la 3

Dad o s d e Caio ab a e Po sse q uanto ao s índ ice s d e clo ro e o q uantitativo d e co ntaminação d as amo stras.

Dist rit o/ N ível de cloro Q uant it at ivo Cont aminadas

Caioaba

0 18 17

Clo ro ≤0,2 18 10

0,2 < Clo ro ≤1,2 61 20

Clo ro > 1,2 16 2

Tot al 113 49

Posse

0 16 14

Clo ro ≤0,2 22 14

0,2< Clo ro ≤1,2 41 12

Clo ro > 1,2 35 12

(6)

d içõ es o p o sta s n o p la n eja m en to m u n icip a l, d em on stram ap aren tem en te evid ên cias igu ali-tárias d e acom etim en to d e d oen ças d e veicu la-ção h íd rica em virtu d e d e receb erem a águ a d e ab astecim en to d e fon te com u m .

Ficou m an ifesta a falta d e orien tação à p o-p u lação q u an to à n ecessid ad e d e u tilizar águ a som en te d a forn eced ora, sem ou tras m istu ras (água de p oço ou de m an an ciais), fato que ocor-reu em 4,54% d os p on tos d e coleta – d en tre es-tes, algu n s exp ressivos, o qu e au m en tou a p

reo-cu p a çã o –, ju stifica d o p elo n ã o fo rn ecim en to d e á gu a co m regu la rid a d e. Po r p ro b lem a s fi-n afi-n ceiros, 7,57% d os p ofi-n tos d e coleta u tilizam a p en a s á gu a d e p o ço, registra n d o -se, n essa s a n á lises, p resen ça d e co n ta m in a çã o (co lifo r-m es to ta is, co lifo rr-m es feca is e p seu d om on as) em 97,7% em d ecorrên cia d a n ão cloração ad tiva d a águ a e p ela d em on stração d e con tam i-n a çã o d o lei-n çol freá tico com o su b p rod u to d e ocu p ações d esord en ad as e d e m au u so d o solo. Ou tro a sp ecto p reo cu p a n te resid e em 61,51% d os p on tos d e coleta ap resen tarem con tam in a-ção, in d ican d o qu e o sistem a d e d esin fecção d a águ a n a estação d e tratam en to n ão é su ficien -te p a ra ga ra n tir a p erm a n ên cia d o clo ro livre, q u e m an ten h a a p otab ilid ad e d a águ a n os d o-m icílios.

Desses d ad os p od e-se in ferir fatores d e risco/ m orb id a d e n a p op u la çã o d e a com etim en -tos d e d oen ças d e veicu lação h íd rica. De acor-d o co m o Pro gra m a acor-d e Orga n iza çã o Mu n acor-d ia l d a Saú d e recon h ece-se q u e as d iarréias (en te-rites, d isen terias) con stitu em u m a d as m aiores ca u sa s d e m o rb i-m o rta lid a d e em cria n ça s n a fa ixa d e 0 a 4 a n o s n o s p a íses em d esen vo lvi-m en to; d esses, 3 a 4% red u n d a ra lvi-m elvi-m lvi-m orte. Os estu d os com p rovam q u e a d oen ças d iarréi-cas são resp on sáveis an u alm en te p or m ilh ões d e ób itos d e crian ças n os p aíses em d esen vol-vim en to, além d e retard arem o crescim en to fí-sico e p reju d ica rem a q u a lid a d e d a vid a d a s que sobrevivem , p or causa de escassez de com i-da, recusa de alim en to e m á absorção. A d oen ça é m ais grave ain d a n os d esn u trid os, n os q u ais leva à d esid ratação e ao êxito letal. No Brasil, a en terite e ou tras d oen ças d iarréicas ocu p am o p rim eiro lu ga r co m o ca u sa d e ó b ito em to d a s a s id a d es, a p esa r d o eleva d o n ú m ero d e m o r-tes con sid erad as sem assistên cia m éd ica, ób i-tos m al d efin id os e su b -registro.

Situ ações com o essas fizeram com qu e a Or-gan ização Mu n d ial d a Saú d e (WHO, 1996), re-ven d o a exten são e gravid ad e d o p rob lem a e os p rogressos cien tíficos recen tes, recom en d asse a execu ção d e u m p rogram a com o ob jetivo d e red u zir a m o rb id a d e d eco rren te d e d o en ça s diarréicas p ela m elhoria dos cuidados p restados às crian ças, vigilân cia ep id em iológica e q u ali-ficação d e sistem as d e ab astecim en to d e águ a. Fico u evid en cia d o q u e a p reser va çã o d a q u a lid a d e d a á gu a d u ra n te o p erío d o d e su a p erm an ên cia n os reservatórios p red iais d ep en -d e -d e b oas con -d ições físico-san itárias. Em ge-ral, os con su m id ores n ão estão in form ad os d a n ecessid a d e d e m a n u ten çã o, lim p eza e h igie-n ização d os reservatórios e iigie-n stalações p red iais e, q u a n d o u tiliza m á gu a s d e ou tra s fon tes co-m o coco-m p leco-m en to, n ão con h ececo-m as lico-m itações

Tab e la 4

Dad o s d e Caio ab a e Po sse q uanto a análise s d as amo stras p ara Pseudomonas aeruginosa.

Dist rit o/ Tipo Análises Análises posit ivas com cloro Posit ivas [mg/ ml]

0 0,05 0,1 0,6

Caioaba

Ab aste cime nto 19 4 1 1 1 7

Po ço 3 3 – – – 3

Tot al 22 7 1 1 1 10

Posse

Ab aste cime nto 21 2 1 1 – 4

Po ço 4 2 – – – 2

Tot al 25 4 1 1 – 6

Fig ura 1

Pe rfil mé d io d o te o r d e clo ro livre na d istrib uição d a ág ua d e ab aste cime nto .

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0

40 número de do micílio s

(po nto de amo strag em = entrada)

35 30 25 20 15 10 5 0

análise 1

análise 2

te

o

r

d

e

c

lo

ro

(

m

g

/m

(7)

e a p ossib ilid ad e d e estar con tam in ad a. Os re-servatórios d om iciliares, com raríssim as exce-ções, en con travam -se em p éssim as con d ições d e lim p eza . Algu n s m o ra d o res, resid in d o h á m a is d e d ez a n o s n o lo ca l, d ecla ra ra m d esco -n h ecer a -n ecessid ad e d a lim p eza. Em vista d is-so, é acon selh ável qu e se in icie u m trab alh o d e ed u ca çã o sa n itá ria ju n to a essa co m u n id a d e. Afora isso, em algu n s locais, p rin cip alm en te d a Po sse, n ã o existe a b a stecim en to p ú b lico d e águ a. A solu ção é en con trad a in d ivid u alm en te a tra vés d e p oços tu b u la res ou d e ca rros-p ip a . Nos resu ltad os d as an álises d os p oços evid en -cio u -se co n ta m in a çã o sign ifica tiva , in clu sive com p resen ça d e P. aeru gin osa.

De acord o com a Con stitu ição Fed eral, em seu artigo 30 (Brasil, 1988), é com p etên cia d os m u n icíp ios organ izar e p restar, d iretam en te ou sob regim e d e con cessão ou p erm issão, os ser-viços d e in teresse local. Tal atrib u ição con fere à in stâ n cia m u n icip a l a resp o n sa b ilid a d e d a gestã o d o s ser viço s d e sa n ea m en to, em b o ra n ão exclu a os n íveis estad u al e fed eral d e atu ar n o setor seja n o cam p o d e estab elecim en to d e d iretrizes, seja n o d a legislação ou d a assistên cia técn ica. É ain da n ecessário u m en volvim en -to d essas in stân cias em situ ações relacion ad as ao san eam en to, com o as qu e ap resen tam cará-ter q u e ab ran gem m esm o as três in stân cias, e a q u e la s a sso cia d a s à ge st ã o d o s re cu rso s h í-d ricos.

Exceto p o u ca s e in co m p leta s in icia tiva s m u n icip a is e esta d u a is, n ã o existe legisla çã o em vigo r q u e esta b eleça a s n o rm a s d e u so e con servação dos reservatórios p rediais de águ a, d efin in d o com cla reza a s com p etên cia s e res-p on sab ilid ad es. Os cu stos d e an álises, d e m a-n u tea-n ção, tal com o a d esia-n form ação e o d esca-so d os resp on sáveis p ú b licos, levam a p op u la-çã o a co n su m ir á gu a co n ta m in a d a a p esa r d e to d o s o s p ro b lem a s d e sa ú d e p ú b lica q u e d a í p o d em a d vir. É in teressa n te ressa lta r q u e a q u a se to ta lid a d e d e m icro o rga n ism o s é in ca p az d e viver em su a form a ad u lta ou rep rod u -zir-se fora d o organ ism o q u e lh e serve d e h os-p ed eiro, ten d o, os-p ortan to, vid a lim itad a qu an d o se en con tra n a águ a, isto é, fora d e seu h ab itat n a tu ra l. En treta n to, co m o fico u p a ten te n a s an álises, além d a falta d e m an u ten ção d os re-ser va tó rio s, existe co n ta m in a çã o sistem á tica d a red e d e a b a stecim en to, su b en ten d en d o p ossíveis in filtrações n as tu b u lações e cloração in ad equ ad a.

Em b o ra h a ja u m a p a rcela ra zo á vel d e em -p resas -p rivad as -p restad oras d e serviços d e sa-n eam esa-n to, cosa-n trole e h igiesa-n ização d e reserva-tórios d e águ a, é irrisória a q u an tid ad e d e ser-viços e p rofission ais realm en te esp ecializad os

n o assu n to q u e atu am n o segm en to. Em geral, esses serviços são execu tad os p or p essoas lei-gas n o assu n to, ou p or em p resas d e lim p a-fos-sas, qu e trazem m ais riscos d o qu e solu ções.

Po r su a vez, h á a n ecessid a d e d e esta b ele-cer d iferen ça en tre reserva tórios p a ra u so d o-m éstico e aq u eles d e u so seo-m i-coletivo e cole-tivo. Os p rim eiros ab astecem n ú m ero lim itad o d e p essoas, e o resp on sável é d a p róp ria fam í-lia. Nos sem i-coletivos, a resp on sab ilid ad e está d ivid id a en tre sín d ico e con d ôm in os e, p or ú l-tim o, as escolas p ú b licas, crech es e ou tras in s-titu içõ es p ú b lica s q u e fica m a ca rgo d o s res-p on sáveis res-p elo setor q u e, n a verd ad e, n ão realizam vistoria, colocan d o em risco gran d e n ú -m ero d e p essoas. Na ou tra p on ta, as e-m p resas d istrib u id oras d e águ a (com p an h ias estad u ais o u m u n icip a is d e sa n ea m en to ) p o d em ter sérios p rob lem as em caso d e in cid ên cia d e d oen -ça s d e veicu la çã o h íd rica , p ela co m p rova d a con tam in ação d a águ a, ap esar d e estar ad u zin -d o á gu a -d e b o a q u a li-d a -d e a té a resi-d ên cia -d o con su m idor, m esm o qu e a con tam in ação ten h a ocorrid o n o ram al in tern o d o con su m id or.

O a tu a l có d igo d o co n su m id o r, n a Lei no 8.078 d e 11/ 09/ 1990 (Bra sil, 1990b ), a tu a em d efesa d o u su ário, já qu e a em p resa forn eced o-ra p o d erá ser o b riga d a a p rova r em ju ízo q u e p restou ao con su m id or “in form ação ad equ ad a e clara sob re os riscos” qu e a águ a p od e ocasio-n ar ao ser coocasio-n su m id a (Direitos Básicos, Art. 6, In ciso III). A m esm a Lei, q u a n d o d isp õ e “Da resp o n sa b ilid a d e”, d eterm in a q u e o p ro d u to r resp on d e in d ep en d en tem en te d e existên cia d e cu lp a p ela rep a ra çã o d o s d a n o s ca u sa d o s a o s co n su m id o res p o r in fo rm a çõ es in su ficien tes e/ o u in a d eq u a d a s (Art.12). Pelo s m o tivo s ex-p o sto s, fica cla ro q u e existe legisla çã o ex-p erti-n eerti-n te ao ab astecim eerti-n to d e águ a p ara coerti-n su m o h u m an o, ab ran gen d o p rin cip alm en te a d istrib u ição fora d as resid ên cias, sem levar em con -sid eração o con su m o in tern o aos p réd ios, fato q u e con corre p ara gran d e n ú m ero d e d oen ças fa cilm en te co n tro la d a s p o r a çõ es sim p les d e san eam en to.

(8)

-lação d e águ as p ara con su m o. A p ortaria d efi-n e a vigilâ efi-n cia d a q u a lid a d e d a á gu a co m o o “co n ju n to d e a tivid a d es d e resp o n sa b ilid a d e d a a u torid a d e sa n itá ria esta d u a l com p eten te, com a fin alid ad e d e avaliar a qu alid ad e d a águ a distribu ída e de exigir a tom ada de m edidas n ecessá ria s, n o ca so d a á gu a n ã o a ten d er a o p a -d rã o -d e p o ta b ili-d a -d e”. Neste ca so, o co n ceito d e águ a d istrib u íd a n ão tem a m esm a qu alid ad e e sign ificaad o ad e águ a verad aad eiram en te con -su m id a. As águ as en tre o h id rôm etro d e en tra-d a e os reservatórios p retra-d iais, em m u itos casos, receb em co n trib u içõ es d e á gu a s co m o co m -p lem en to e, até a ch egad a às torn eiras, -p assam p or reservatórios p red iais, on d e ocorre gran d e in cid ên cia d e co n ta m in a çã o d a á gu a . Nestes casos, a águ a verd ad eiram en te con su m id a n ão está sob con trole. A m an u ten ção d e

reservató-rio s p red ia is rea liza d a p elo s u su á reservató-rio s leva a co m p etên cia a o s p ró p rio s co n su m id o res d o co n tro le d a á gu a a cu m u la d a . Em term o s d e sa ú d e, esta p ostu ra é tota lm en te in a d eq u a d a , já q u e, o con su m id or n orm a lm en te é leigo n o a ssu n to e o exa m e d e con trole n a m a ioria d a s vezes está fora d o p od er aq u isitivo d a p op u la-ção p ob re.

Ficou claro n estas p esqu isas qu e os p rob le-m as d a q u alid ad e d a águ a d e ab astecile-m en to e a s co n seq ü ên cia s d o u so d esta n ecessita m d a co rrela çã o d e m ed id a s d e in sp eçã o q u e vã o desde a águ a da forn ecedora e a de u so, sem au -m en to d o q u an titativo d e an álises, -m as si-m d a ab ran gên cia d a am ostragem . Com isso, acred ita se q u e o s ín d ices d e a co m etim en to s d e in -fecções d e veicu lação h íd rica ten d erão a lim i-tes b aixos.

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Fig ura 1

Referências

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