SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
Original
Perfil
epidemiológico
dos
pacientes
com
diagnóstico
de
pubalgia
do
atleta
夽
Anderson
Luiz
de
Oliveira
∗,
Carlos
Vicente
Andreoli,
Benno
Ejnisman,
Roberto
Dantas
Queiroz,
Osvaldo
Guilherme
Nunes
Pires
e
Guilherme
Guadagnini
Falótico
UniversidadeFederaldeSãoPaulo,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,CentrodeTraumatologiadoEsporte(CETE), Sa˜oPaulo,SP,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem22dejaneirode2016 Aceitoem7demarçode2016
On-lineem19dejulhode2016
Palavras-chave:
Traumatismosematletas Sínfisepubiana
Hérnia Esportes
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Avaliarascaracterísticasclínico-epidemiológicasdapubalgiadoatletanos paci-entesdeumcentrodereferêncianoatendimentoaesportistas.
Métodos:Avaliac¸ãodosprontuáriosdepacientescompubalgiadoatletaatendidosentre janeirode2007ejaneirode2015.Odiagnósticofoifeitopeloexameclínicofeitopor ortope-distapós-graduadoemquadril,complementadocomradiografiadebacia,ultrassonografia deparedeabdominaleressonânciamagnéticadapelve.
Resultados:Dos43pacientesavaliados,42eramhomens,commédiade33anos.Quantoaos esportes,25(58,1%)atletaspraticavamfutebole13(30,2%)eramcorredores;37,2%eram atle-tasprofissionais.Foidiagnosticadahérniainguinalem20,9%dospacientes,oquedemonstra aimportânciadesuapesquisarotineiranessespacientes.Adurac¸ãodotratamentovariou deuma12mesese95,2%dospacientesretornaramaoesporte.
Conclusão:Opresenteestudoapresentaascaracterísticasepidemiológicasdospacientes comdiagnósticodepubalgiadoatletaatendidosnumcentrodereferênciaedemonstrao predomíniodessalesãonospacientesdosexomasculinopraticantesdefuteboledecorrida. Mostratambémaltataxadesucessodotratamentonãooperatório,bemcomoelevadoíndice deretornoàpráticaesportivaapóstratamento.
©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Epidemiological
profile
of
patients
diagnosed
with
athletic
pubalgia
Keywords:
Athleticinjuries Pubicsymphysis
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective:Toevaluatetheclinicalandepidemiologicalcharacteristicsofpubalgiainpatients fromaSportsMedicineCenter.
夽
TrabalhodesenvolvidonoCentrodeTraumatologiadoEsporte(CETE),DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,Universidade FederaldeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:andersonluizoliveira@hotmail.com(A.L.Oliveira). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.03.012
Hernia Sports
Methods: Dataanalysisfrommedicalrecordsofpatientswithathleticpubalgiaattended tofromJanuary2007toJanuary2015.Thediagnosiswasmadebyanexperiencedhip sur-geon,complementedwithpelvicX-ray,abdominalwallultrasound,andmagneticresonance imagingofthepelvis.
Results:Among43patients,42weremen,withmeanageof33years.Asforsports,25(58.1%) athletesweresoccerplayersand13(30.2%)wererunners;37.2%wereprofessionalathletes. Inguinalherniawasdiagnosedin20.9%ofpatients,showingtheimportanceofitsroutine searchinthesepatients.Treatmentdurationrangedfrom1to12monthsand95.2%ofthe patientsreturnedtosport.
Conclusion: Thisstudypresentedtheepidemiologicalcharacteristicsofpatientsdiagnosed withathleticpubalgiaattendedtoinareferencemedicalcenteranddemonstratedthe prevalenceofthislesioninmalepatients,soccerplayersandrunners.Italsodisclosedahigh successrateofthenonoperativetreatment,andhighrateofreturntosportaftertreatment. ©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
A dor na região da virilha e do púbis representa causa comum de afastamento do esportee de aposentadoria de muitosesportistas,oquemostraaimportânciado diagnós-ticoedotratamentoadequadosnessapopulac¸ão.1Devem-se considerar,entreosdiagnósticos diferenciais,apubalgiado atleta, patologias intra-articulares do quadril (como lesão labral/impactofemoroacetabular),roturasmiotendíneas trau-máticas (adutores do quadril; reto abdominal), além de doenc¸as da parede abdominal, principalmente as hérnias inguinais.2
Apubalgiadoatletacaracteriza-sepordorcrônicanaregião púbicaouinguinal,associadaaesforc¸ofísico,emesportesque exijammudanc¸asbruscasnadirec¸ãodomovimentoou chu-tesrepetitivos.Asmodalidadesmaisfrequentes,emordem decrescentedeincidência,são:futebol,hóqueinogelo,futebol americano,atletismo,beisebol,basquete,tênisenatac¸ão.1,2 DadosdaLigadeFuteboledaLigadeHóqueinoGelodos Esta-dosUnidossugeremque9a18%dosseusatletassofremoujá sofreramalgumtipodeincômodocompatívelcomasíndrome dapubalgiadoatleta.3
Levantamentodeartigosemportuguêsdemonstraa escas-sezdepublicac¸õessobreotemanoBrasil.
O objetivo deste trabalho é avaliar as características clínico-epidemiológicasdapubalgiadoatletaemservic¸ode traumatologiadoesporte,alémdeestabelecercorrelac¸ãocom asmodalidadesesportivaspraticadas,sexo,idadeeíndicede retornoaoesporteapóstratamento.
Material
e
métodos
Nesteestudoobservacional,foramanalisadosmanualmente os dados dosprontuários de todos os pacientes atendidos numambulatóriode quadrilesportivode janeirode2007a janeirode2015.Foramselecionadosparaoestudoapenasas pastasde pacientescom diagnóstico definitivode pubalgia doatleta(59).Desses,15foramexcluídosporperdade segui-mentoeumporserretornodeumpacienteporrecidivado
quadro.Dessaforma, aamostra deanálise ficoucomposta por43.Nessesprontuários,osdadosestãoregistradosnum protocolo clínicode atendimentodessesesportistas (anexo 1).Oexamefísicofoifeitopeloortopedistaresponsávelpelo ambulatóriodequadrilnaocasiãodoatendimento.
Oscritériosusadosparadiagnósticodapubalgiadoatleta foram:presenc¸adornaregiãopúbicae/outerritórioadutor, de caráter insidioso eprogressivo; testes clínicos positivos (squeezetesteaduc¸ãocontraresistência)eradiografiadabacia com hiperdensidade na sínfise púbica associada ou não à presenc¸a de osteofitose ou incidênciade flamingo positiva (assimetrianasínfisepúbicaacimade2mm).Asalterac¸ões radiográficasdevemsercomplementadaspor ultrassonogra-fia,comevidênciadealterac¸ãodeecogenicidadedotendão do adutor longo, de aspecto crônico, e com ausência de herniac¸ões deparede abdominal.Noscasos emque houve dúvidadiagnósticaapósexameclínico,radiografiase ultrasso-nografia,foisolicitadaressonânciamagnéticadapelve.O diag-nósticofoidefinidoclassicamenteporalterac¸ãodesinalna aponeurosedotendãodoadutorlongoe/ouretoabdominal.4–7 As variáveis foram analisadas descritivamente com as medidasdescritivaspertinentes:média,desviopadrão(DP), quartis(Q1:primeiroquartil,Q2:mediana,Q3:terceiro quar-til),valoresmínimoemáximoparaasvariáveisquantitativas efrequênciaabsoluta(n)erelativa(%)paraasvariáveis cate-góricas.
Ataxaderecidivafoiacompanhadadointervalode95%de confianc¸a,estimadopelométododeWilson.
FoiusadooprogramaestatísticoSPSSversão18.0paraas análisesestatísticas.
O trabalho teve aprovac¸ão do Comitê de Ética por meio da Plataforma Brasil sob o número do Certifi-cado de Apresentac¸ão para Apreciac¸ão Ética (CAAE) 51993615.5.0000.5505.
Resultados
Tabela1–Análisesdescritivasnaamostra de43pacientes
Idade(anos)
Média(DP) 32,8(12,4)
Mediana 31
Mínimo-máximo 16-67
Idade–n(%)
<20anos 4(9,3)
20a29anos 16(37,2)
30a39anos 12(27,9)
40a49anos 5(11,6)
≥50anos 6(14,0)
Sexo–n(%)
Feminino 1(2,3)
Masculino 42(97,7)
Esporte–n(%)
Atletismo 10(23,3)
Atletismoecapoeira 1(2,3)
Atletismoenatac¸ão 1(2,3)
Balletclássico 1(2,3)
Basquete 1(2,3)
Ciclismoefutebol 1(2,3)
Circoefutebol 1(2,3)
Futebol 22(51,2)
Futeboleatletismo 1(2,3)
Jiu-jitsu 1(2,3)
Judô 1(2,3)
Caratê 1(2,3)
Rodeio 1(2,3)
Categoria–n(%)
Amador 21(48,8)
Profissional 16(37,2)
Recreacional 6(14,0)
Dominância–n(%)
Canhoto 9(20,9)
Destro 34(79,1)
Treinamentoresistido–n(%)
Não 25(58,1)
Sim 18(41,9)
Frequênciadotreinamentoresistido–n(%)
Nãofaz 25(58,1)
1x/semana 2(4,7)
2x/semana 8(18,6)
3x/semana 6(14,0)
4x/semana 2(4,7)
Tempoentreiníciodoesporteesintomas (anos)
(n=30)
Média(DP) 11,7(8,6)
Mediana(Q1;Q3) 10(5;17,25)
Mínimo-máximo 1-40
Tempoentreiníciodossintomasediagnósticodefinitivo(meses)
Média(DP) 9,2(10,9)
Mediana(Q1;Q3) 6(3;12)
Mínimo-máximo 1-53
Diagnósticospréviosaodiagnósticodefinitivo
–n(%)
(n=42)
Não 40(95,2)
Sim 2(4,8)
Outraspatologiasortopédicas–n(%)
Não 29(67,4)
Sim 14(32,6)
Tabela1–(Continuac¸ão)
Comorbidades–n(%)
Não 34(79,1)
Sim 9(20,9)
Tempodefisioterapia(meses) (n=42)
Média(DP) 4,6(2,5)
Mediana(Q1;Q3) 4(3;6)
Mínimo-máximo 1-12
Infiltrac¸ões–n(%) (n=42)
Não 35(83,3)
Sim 7(16,7)
Cirurgia–n(%) (n=42)
Não 40(95,2)
Sim 2(4,8)
Afastamento–n(%) (n=42)
Não 28(66,7)
Sim 14(33,3)
Retornoaoesporte–n(%) (n=42)
Não 2(4,8)
Sim 40(95,2)
Recidiva–n(%)
Não 39(90,7)
Sim IC95%
4(9,3) [3,7;21,7]
Quantoaosesportes,destacam-seapráticadofutebolpor 25(58,1%)atletasedoatletismopor13(30,2%).Quantoà cate-goria,37,2%(16pacientes)eramatletasprofissionaiseesses 16atletaspraticavamatletismo(dois),baléclássico,circo, fute-bol(dez),judôecaratê.
Dos 25praticantesde futebol,14informaramaposic¸ão, 21,4% atacantes, 14,3% goleiros, 14,3% laterais,7,1% meia--direitas,7,1%meia-esquerdase35,7%zagueiros.
Amaiorpartedospacienteseradestra(79,1%)e41,5%fazia treinamentoresistidodeumaaquatrovezesnasemana.
O tempo entreo iníciodo esporteeos sintomas varia-ramentreume40anos,commedianadedez(Q1=5anos; Q3=17)eotempoentreiníciodossintomasediagnóstico defi-nitivovariouentreume53meses,commedianadeseismeses (Q1=3;Q3=12meses).
Apenas4,8%dospacientesreceberamdiagnósticoprévio ao diagnósticodefinitivo(lesãoagudada musculatura adu-tora).
Na amostra estudada, 32,6% dos pacientes apresenta-vamoutraspatologiasortopédicas:artrosedequadril,bursite isquiática, bursite trocantérica, bursite trocantérica associ-adaatendinopatiadoglúteomínimo,tendinopatiadoglúteo médio,condropatiapatelarbilateral,impacto femoroacetabu-lar(três),atritodotratoiliotibial,lesãodoligamentocruzado anterior(LCA),plicasinovialnojoelho,síndromedador ante-riornojoelho.
Diagnósticosnãoortopédicosestavampresentesem20,9% dospacientes,todoscasosdehérniainguinal.
Referenteaafastamentodoesporte,33,3%dospacientes precisaramdeafastamentoentreummêseumanoe95,2% retornaramaoesporte,apenasumcasoemnívelinferiorao pré-lesão,segundorelatosubjetivodoatleta.
Recidivas foram observadas em quatro (9,3%) pacientes comIC95%quevariouentre3,7%e21,7%.
Natabela1seencontramasanálisesdetalhadasdos resul-tadosobservadosnaamostrade43pacientes.
Discussão
Acredita-sequeapubalgiadoatletatemetiologia multifato-rial,com destaquepara duas teorias.A primeira sebaseia noconceito de lesão muscularda sínfise púbica, populari-zadaporTayloretal.,3 Gilmore8 eWilliamseFoster.9Tendo asínfisepúbicacomofulcro,odesequilíbriodeforc¸asentrea musculaturaabdominal(enfraquecida)eosadutoresdo qua-drillevariaàlesãodamusculaturaabdominal.3,8,9Asegunda teoriaenvolveoconceitodehérnia oculta(pré-hérnia, hér-niaincipiente)secundáriaaumdefeitodaparedeposteriordo canalinguinal(formadapelafásciatransversal),cujo diagnós-ticopodeserconfirmadoporvisualizac¸ãodeprotuberânciana paredeposteriordocanalinguinaldurante ultrassonografia dinâmica(manobradeValsalva).10,11Artigoderevisãoda lite-raturapropõeafusãodessasteorias,ouseja,alesãomuscular (única oumúltiplasmicrolesões), que envolveumou mais músculos/estruturas da região púbica (como, por exemplo, a aponeurose do músculo oblíquo externo, reto abdomi-nal,tendãoconjunto),acarretariasecundariamenteahérnia incipiente, porém teria a lesão muscular como a fonte da dor.12
Estudosclínicos e biomecânicosmais recentestambém postulamoimpactofemoroacetabular(IFA)comooutro pos-sível precursor da pubalgia do atleta. A diminuic¸ão da amplitude de rotac¸ãointerna doquadril presenteno paci-entecom IFAcausa aumentona amplitude de movimento fisiológicodasínfisepúbica.Nosatletas comaltademanda articulardosquadris,o IFAdesencadearialesão por sobre-carga na sínfise púbica.13,14 Literatura recente apresenta associac¸ãodapubalgiacomdoenc¸asdoquadrilem15%dos casos.15
A síndrome é mais comum em homens, foi observada noestudosomenteumcasoemmulherjogadoradefutebol amador.Acredita-sequeapelveginecoide atuacomofator protetorparaadoenc¸a,provavelmenteporprovermaiorárea deinserc¸ãoparaamusculaturaabdominal,oqueampliariaa superfícieparadistribuic¸ãodeforc¸as.12Apesardisso,Meyers etal.15observaram,emestudocom8.490pacientes,aumento deumpara15%nonúmerodemulheresacometidasnos últi-mos20anos.
A síndrome tem caráter insidioso e o atleta geral-mente procura atendimento vários meses após o início dossintomas. Mesmo com dor, observa-se que o paciente conseguecompetir, apesarde perder desempenho durante a competic¸ão/temporada. Nota-se também diminuic¸ão na intensidadedetreinos,porémsemnecessariamente afastar--se das competic¸ões.12 Em nosso estudo, um terc¸o dos pacientesnecessitoudeafastamentodascompetic¸ões.
A regiãopúbica foicaracterizada como o“triângulo das Bermudasdamedicinaesportiva,devidoaodiagnóstico desa-fiadornessaregiãoanatômica.Asíndromecarecedecritérios diagnósticos definitivos e,portanto, o diagnóstico deve ser feitoporexclusão.16,17Patologiasdoquadril(lesãolabral,IFA) elesões dosmúsculosadutores sãodifíceis dedistinguire podematécoexistir.Fraturasporestressedapelveedoquadril tambémdevementrarnodiagnósticodiferencial.17Patologias genitourinárias, tais como epididimite, prostatite, tumores testiculares, devemserexcluídasnos homens,assimcomo patologiasintrapélvicasnosexofeminino,como endometri-ose,cistosdeovárioedoenc¸ainflamatóriapélvica.Patologias inflamatórias/infecciosas,comodoenc¸ainflamatória intesti-nal, diverticulite, infecc¸ão urinária, osteomielitee também lesõestumorais,devemserexcluídas.12Nopresenteestudo, novepacientesforamdiagnosticadoscomhérniainguinal,a ultrassonografiaéfeitaderotinaemnossoservic¸o.Doscinco pacientessubmetidosàherniorrafiaconvencionalpelaequipe de cirurgiageralda instituic¸ão, doisevoluíram com persis-tênciadossintomasdepubalgia,oquedemonstraodesafio diagnósticoesugereaspossibilidadesdecoexistênciade pato-logiasdediferentessistemasedequeahérniainguinalnãoé exclusivacausadadornapubalgiadoatleta.12,15Meyersetal.15 observaramque4,6%de5.460pacientesoperadospara pubal-giaforampreviamentesubmetidosaherniorrafiatradicional, semsucesso.
Otratamentoinicialpreconizadoéconservadoreconsiste de repouso, fisioterapia, anti-inflamatórios não hormonais, infiltrac¸ãocomcorticoidenaregiãodainserc¸ãodosmúsculos retoabdominaleadutorlongo.Acirurgiaéindicadanoscasos defalhadotratamentoconservador,oqualépreconizadopor tempomédiodetrêsmeses.12Nonossoestudo,observou-se umataxade95,2%desucessodotratamentoconservador.Os doispacientessubmetidosaotratamentocirúrgico(uma teno-tomiadosadutoreseumatenotomiadosadutoresassociada aressecc¸ãotrapezoidaldasínfisepúbica)evoluíramcom reci-divadoquadrodoloroso,porémperderamseguimento,não foi possível determinaras causasexatasde recidiva. Sabe--se daexistênciadeaomenos17estruturasanatômicasao redordasínfisepúbicaquepodemestaralteradasna pubal-giadoatleta,demaneiraisoladaoucombinada,deacordocom Meyersetal.15Essesautoresrelatamapossibilidadede26 dife-rentesprocedimentosqueenglobamtodasessasestruturas, com maisde 100possíveis combinac¸õesde procedimentos paraoscasoscommúltiplasestruturasenvolvidasuniou bila-teralmenteemrelac¸ãoàsínfisepúbica.Dos5.460pacientes operadospelos autores, 95% retornaramao esporteapós a cirurgia.15
Oconhecimentosobreafisiopatologiadapubalgiadoatleta aumentounosúltimosanos,oquecontribuiparaaevoluc¸ão nosprotocolosdetreinamentopreventivoeimpacta positiva-mentenacarreirademuitosatletas.15
Conclusão
masculino,praticantesdefuteboledecorrida.Mostratambém altataxadesucessodotratamentonãooperatório,bemcomo elevadoíndicederetornoàpráticaesportivaapóstratamento.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Anexo
1.
Protocolo:
Pubalgia
do
atleta
Nome: _______________________________________________________
Idade: ____ Sexo: ______
Esporte: __________________ Categoria: _______________________
Posição: _____________________ Dominância: Destro Canhoto Frequência treinamento resistido/semana: ___________________________
Tempo entre início do esporte e dos sintomas: ________________________
Tempo entre início dos sintomas e diagnóstico definitivo: _______________ Diagnósticos prévios ao diagnóstico definitivo: SIM NÃO
Quais: ________________________________________________________ Outras patologias ortopédicas: SIM NÃO
Quais: ________________________________________________________ Comorbidades: SIM NÃO
Quais: ________________________________________________________
Tratamento:
Conservador Duração fisioterapia: ___________________
n° infiltrações: _______
Cirúrgico qual: _________________________________________________
Exigiu afastamento: SIM NÃO quanto tempo: _____________________
Retorno ao esporte: SIM NÃO mesmo nível pré-lesão: SIM NÃO
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1. MeyersWC,SzalaiLJ,PotterND,NaikA,RyanJ.Extraarticular sourcesofhippain.In:ByrdJW,editor.Operativehip arthroscopy.2nded.NewYork:Springer;2005.p.86–99.
2. ReisFA,RosenfeldA,IkawaMH,SilvaFD,CostaJD,NatourJ, etal.Aimportânciadosexamesdeimagemnodiagnóstico dapubalgianoatleta.RevBrasReumatol.2008;48(4):239–42.
3.TaylorDC,MeyersWC,MoylanJA,LohnesJ,BassettFH, GarrettWEJr.Abdominalmusculatureabnormalitiesasa causeofgroinpaininathletes.Inguinalherniasandpubalgia. AmJSportsMed.1991;19(3):239–42.
4.RobinsonP,BarronDA,ParsonsW,GraingerAJ,SchildersEM, O’ConnorPJ.Adductor-relatedgroinpaininathletes: correlationofMRimagingwithclinicalfindings.Skeletal Radiol.2004;33:451–7.
5.CunninghamPM,BrennanD,O’ConnellM,MacMahonP, O’NeillP,EustaceS.Patternsofboneandsoft-tissueinjuryat thesymphysispubisinsoccerplayers:observationsatMRI. AmJRoentgenol.2007;188(3):W291–6.
6.AndersonK,StricklandSM,WarrenR.Hipandgroininjuries inathletes.AmJSportsMed.2001;29:521–7.
7.OmarIM,ZogaAC,KavanaghEC,KoulourisG,BerginD, GopezAG,etal.Athleticpubalgiaandthesportshernia:MR imagingfindings.Radiology.2008;247:3797–807.
8.GilmoreOJ.Gilmore’sgroin:tenyearsexperienceofgroin disruption–Apreviouslyunsolvedprobleminsportsmen. SportsMedSoftTissueTrauma.1991;1(3):12–4.
9.WilliamsP,FosterME.Gilmore’sgroin’–Orisit?BrJSports Med.1995;29(3):206–8.
10.MuschaweckU,BergerL.Minimalrepairtechniqueof sportsmen’sgroin:aninnovativeopen-suturerepairtotreat chronicinguinalpain.Hernia.2010;14(1):27–33.
11.JoestingDR.Diagnosisandtreatmentofsportsman’shernia. CurrSportsMedRep.2002;1(2):121–4.
12.LitwinDEM,SneiderEB,McEnaneyPM,BusconiBD.Athletic Pubalgia(SportsHernia).ClinSportsMed.2011;30(2): 417–34.
13.BirminghamPM,KellyBT,JacobsR,McGradyL,WangM.The effectofdynamicfemoroacetabularimpingementonpubic symphysismotion:acadavericstudy.AmJSportsMed. 2011;40(5):1113–8.
14.LarsonCM,PierceBR,GiveansMR.Treatmentofathleteswith symptomaticintra-articularhippathologyandathletic pubalgia/sportshernia:acaseseries.Arthroscopy. 2011;27(6):768–75.
15.MeyersWC,McKechnieA,PhilipponMJ,HornerMA,ZogaAC, DevonON.Experiencewithsportsherniaspanningtwo decades.AnnSurg.2008;248(4):656–65.
16.BizziniM.Thegroinarea:theBermudatriangleofsports medicine?BrJSportsMed.2011;45(1):1.
17.HegedusEJ,SternB,ReimanMP,TararaD,WrightAA. Asuggestedmodelforphysicalexaminationand