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Qual o comportamento e educação financeira do consumidor brasiliense diante da concessão de crédito?

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Academic year: 2017

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ALSENE BESERRA DA SILVA

QUAL O COMPORTAMENTO E EDUCAÇÃO FINANCEIRA DO CONSUMIDOR BRASILIENSE DIANTE DA CONCESSÃO DE CRÉDITO?

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ALSENE BESERRA DA SILVA

QUAL O COMPORTAMENTO E EDUCAÇÃO FINANCEIRA DO CONSUMIDOR BRASILIENSE DIANTE DA CONCESSÃO DE CRÉDITO?

Dissertação para obtenção do grau de mestre apresentada à Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas.

Área de concentração: Finanças e educação.

Orientador: Istvan Karoly Kasznar.

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ALSENE BESERRA DA SILVA

QUAL O COMPORTAMENTO E EDUCAÇÃO FINANCEIRA DO CONSUMIDOR BRASILIENSE DIANTE DA CONCESSÃO DE CRÉDITO?

Dissertação para obtenção do grau de mestre apresentada à Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas. Área de concentração: Finanças e educação. E aprovado em Março de 2011.

Pela comissão organizadora:

--- Istvan Karoly Kasznar FGV - Fundação Getulio Vargas

--- Vicente Riccio Neto FGV - Fundação Getulio Vargas

--- Antonio Carlos Figueiredo Pinto

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Resumo:

Em meados de 2008, um dos grandes problemas e motivos para toda essa crise mundial, é que a mesma não começou agora, é oriunda de certa forma do resultado de anos de negligência na concessão do crédito, em que se deu crédito as pessoas físicas ou mesmo jurídicas, que não tinham condições de honrar com as obrigações financeiras assumidas. Com isso despontou uma inadimplência generalizada, comprometendo assim a economia de várias empresas e consequemente de inúmeros países.

Por conta disso este trabalho acadêmico buscou pesquisar como é o comportamento das pessoas diante da oferta ou mesmo da necessidade das mesmas de empréstimos ou financiamentos. Foi possível por intermédio de esta pesquisa verificar os principais motivos que levam o consumidor a inadimplência e identificar qual era o estado de consciência destas pessoas quando da negociação. Tinha-se na pesquisa o objetivo de verificar como é o conhecimento e comportamento do consumidor diante da oferta do crédito. Ele faz pesquisa, compara preços e taxas, barganha, negocia? No momento de transacionar com instituições que oferecem crédito, o consumidor considera se a instituições é uma empresa responsável?

Foi possível com esta pesquisa perceber que de certo modo, dentre os entrevistados existe certa negligência quanto a algumas práticas que deveriam ser tomadas por um tomador de empréstimos ou financiamentos.

Como isso, este trabalho acadêmico sugere que deve haver uma atuação em conjunto e articulado pelos governos, empresas, e os próprios consumidores, objetivando uma melhoria na orientação e educação dos consumidores, que os permita evitarem um endividamento desnecessário e por consequência uma eventual insolvência financeira.

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Abstract:

It was observed specifically in mid-2008 that a major problem and reason for all this global crisis, is that it did not start now, it's coming from some form of the result of years of negligence in the granting of credit, which gave credit to individuals or legal entities, which were unable to honor its financial obligations with. Thus emerged a widespread defaults, thereby undermining the economy of several companies and therefore many countries

Because of that this scholarly work is aimed to investigate how people's behavior before the offer, or even the necessity of such loans or financing. It was possible through this research to assess the main reasons that lead consumers to identify which default and what state of consciousness of these people when trading. Had the research to verify how and knowledge of consumer behavior on the supply of credit. He does research, compare prices and rates, bargain, and negotiate? At the time to transact with institutions that provide credit, the consumer considers whether the institutions is a responsible company?

Could this research to realize that somehow, among the respondents there is a certain neglect of some practices that should be taken m by a borrower or financing. And more could verify that the consumer who becomes insolvent with their financial obligations, as of right tithe dumb aware that this is very likely to occur.

Like this, this academic work suggests that there must be a working together and articulated by governments, businesses, and consumers themselves, aiming to improve the orientation and education of consumers, enabling them to avoid unnecessary debt and therefore a possible financial insolvency.

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Sumário

Capitulo I

1. Introdução ...9

1.1 Objetivos ...12

1.2 Delimitação do estudo ...13

1.3 Relevância do estudo ...14

1.4 Hipótese ...16

Capitulo II 2. Metodologia ...16

2.1Tipo de pesquisa ...17

2.2Universo da pesquisa ...18

2.3Seleção dos sujeitos ...18

2.4Coleta de dados ...19

2.5Tratamento dos dados ...20

2.6Limitações do método ...20

Capitulo III 3. Referencial Teórico . ...21

3.1. O que é finanças? . ...22

3.2 Por que conhecer finanças? ...23

3.3 Decisões financeiras das famílias ...25

3.4 Risco ...27

3.5 Responsabilidade social das empresas e percepção do consumidor brasileiro. ...28

3.6 Crédito em ambiente perfeito e transparente e crédito em ambiente imperfeito e sujeito a assimetria de informação ...30

3.7 Administração financeira e a globalização das empresas...31

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3.9 O mercado de crédito no Brasil ...37

3.10 Administração de recebíveis e seu monitoramento ...44

3.11 Políticas de crédito ...46

3.12 Padrões de crédito ...47

3.13 O sistema das cinco condições para crédito ...49

3.14 Fontes de informações creditícias ...50

3.15 A hierarquia das escolhas de financiamento ...52

3.16 As 10 medidas do bom tomador de empréstimos ...57

Capitulo IV 4. Análise de dados ...59

1.1Perfil da amostra ...59

1.2Comportamento dos tomadores de empréstimos ou financiamento...61

Capitulo V 2. Conclusões e sugestões ...74

Capitulo VI 1. Referências bibliográficas ...80

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Capítulo I

1. Introdução

A economia brasileira vem passando nos últimos tempos por crescentes aumentos e melhorias consideráveis em seus resultados. Os principais índices econômicos indicam crescimento e superação de dados históricos.

Dessa forma despontam algumas empresas em determinados setores da economia que vêem sobressaindo sobre os concorrentes podendo assim apresentar certa dominância no marketing share em seu segmento.

É observado também que a concessão de crédito pelas grandes ou mesmo empresas menores sofreram sérios abalos quanto ao risco do crédito. Viu-se que desde 2007 grandes economias se encontram em recessão, a exemplo disso foi os Estados Unidos, que no final de 2008 se encontrava mergulhado em uma crise financeira sem precedentes e que de certa forma ainda luta para sair desta situação. Eram bancos falindo, montadoras de grande renome vindo a público e afirmando que suas contas não fechavam e recorriam ao governo pedindo valores bilionários para que estas instituições não viessem a falir e assim aumentar ainda mais a crise naquele país e consequentemente viesse a se espalhar por empresas e países mundo a fora, algo realmente inevitável.

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Para agravar ainda mais, se juntou a isto outras questões como ineficiência operacional, má gestão, gestão fraudulenta e outras questões que não foram objetivo deste estudo.

Por isso que dos objetivos deste trabalho acadêmico é de certa forma levantar a discussão da concessão de crédito, pois as instituições financeiras devem verificar com muita prudência os critérios que utilizam para a concessão do crédito, seja a pessoas físicas ou mesmo jurídica.

Seguindo esta mesma linha de pensamento, é importante analisar como as empresas que lidam diretamente com o consumidor lhes concederam o crédito, tendo em vista que esses consumidores apresentam algumas restrições financeiras por falta de pagamento no mercado que concedeu o crédito.

MERTON (2002, p. 54) destaca que o sistema financeiro proporciona meios para a administração de risco. Reforça que os fundos e os riscos embora normalmente venham agregados, é possível separá-los. E uma forma de fazer isto é transferindo o risco do crédito a um terceiro garantidor, como por exemplo, o fiador.

O autor indicado acima ainda faz considerações quando o assunto é o incentivo e motivação. Ele chama de “os perigos de ordem moral”. Destaca por exemplo que o tomador do empréstimo para montar um negocio ou mesmo o que tenha contratado um seguro contra incêndio, pode ter diminuída a sua motivação para minimizar os riscos do incêndio, tomando precauções de manutenção, assim como o tomador do empréstimo que tendo dificuldade em honrar o pagamento não se esforce tanto para isto e acabe por deixar de pagar. E isto são questões que devem ser amplamente consideradas pelas empresas e fomentadores de crédito.

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metodologias de atuação junto aos mercados que muitas vezes não oferecem o retorno esperado.

O fato que uma destas ações é o oferecimento de crédito ao cliente e que muitas vezes a análise das possibilidades de pagamento não são feitas de maneira criteriosa, mas sim superficiais e ineficazes. Ou pode ocorrer ainda que mesmo dispusesse de informações indicativas sobre possibilidade de não haver o adimplemento das obrigações por parte do tomador do credito, mesmo assim, se concede o crédito.

A esta questão deve ser avaliado ainda o fato de que mesmo o tomador do crédito constando negativado em cadastrados dos órgãos que fazem este monitoramento, como SERASA, SPC dentre outros, ainda sim existem empresas que quebram a regra de mercado em não conceder crédito a essas pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, que constam o seu nome no cadastrados de devedores destes órgãos.

Mais recentemente foi aprovado pelo legislativo o projeto de lei que cria o cadastro positivo no sistema de proteção de crédito. A proposta altera o Código de Defesa do Consumidor, abrindo espaço para que os agentes possam monitorar o grau de endividamento dos consumidores e com isso reduz o risco de calote nas operações e estimula a redução das taxas de juros para os bons pagadores.

Os órgãos de proteção de crédito atualmente trabalham apenas com um cadastro negativo, especificando se “nada consta” ou se há sinal de alerta. A justificativa do projeto destaca que esse mecanismo não revela o histórico financeiro do consumidor.

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Dessa forma, a presente pesquisa visa questionar e analisar qual o comportamento e educação financeira do consumidor brasiliense diante da concessão de crédito.

1.1 Objetivos

Considerando a relevância do assunto, o objetivo final deste trabalho foi identificar o verificar e analisar o comportamento do consumidor frente à concessão de crédito oferecido pelas empresas.

No gera certamente este estudo teve outros objetivos, sendo estes intermediários, que pretendeu verificar e de se entender como sendo um caminho para obter o resultado final desta pesquisa na qual esta pretendeu esboçar.

Assim destacam-se:

• Verificar se o consumidor é educado e informado sobre a concessão de crédito. Sabe taxas de juros, faz comparação entre as instituições;

• Possibilitar uma análise dos principais motivos da inadimplência;

• De forma geral analisar como o consumidor reage às possibilidades de oferecimento e necessidade do crédito;

• Verificar como é o comportamento do consumidor diante de sua eventual situação de inadimplência;

• Obter resultados da reincidência desta inadimplência com credor que concedeu crédito, mesmo sabendo da situação de inadimplemento junto a outras empresas;

• Principais motivos que levam as empresas a conceder o crédito a quem não tem crédito;

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brasiliense a inadimplência é mais acentuada; Traçar um paralelo entre as empresas que normalmente concedem o crédito a quem não tem crédito com as empresas que não concedem;

• Verificar e comparar os principais meios de verificação e analise antes de concessão do credito;

• Visa ainda verificar e comparar os valores considerados relevantes para não concessão do credito.

1.2 Delimitações do estudo

O estudo por ser extenso e de certa forma composto por muita complexidade, torna-se mais que necessário o estabelecimento de limites para esta pesquisa, haja vista o problema envolvido.

Desta maneira o estudo se concentrou na análise dos dados de inadimplência no Brasil e em Brasília, divulgados pelo Banco Central, SERASA, SPC, dentre outros, no período de 2002 a 2010, onde tais dados foram utilizados para analisar e comparar especificamente com os números obtidos na pesquisa de campo sobre o comportamento do consumidor frente à vasta possibilidade de obtenção de crédito e suas várias modalidades.

Tal período deve-se pelo fato de que vislumbra o início do mandado Presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, com um período de agravamento da crise econômica mundial, assim como também por representar um período de vasta concessão de crédito.

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1.3 Relevâncias do Estudo

Tem como impute inicial a crise financeira mundial, que veio a tona por volta do segundo semestre de 2008, tendo como início a especulação imobiliária nos Estados Unidos da América, passando por falência de alguns bancos norte americano, chegado inclusive a gerar uma crise sem precedentes em grandes montadores de carros naquele país e outros mais mundo a fora.

Ainda como relevância, tem-se por causa de um aumento considerável no volume de recursos destinados a concessão do crédito no Brasil.

KASZNAR quando escreveu em 2008 um artigo intitulado de “Determinantes Modernos da Inadimplência no Brasil”, destacou que um dos grandes problemas e motivos para toda essa crise mundial, é que a mesma não começou agora, é oriunda de certa forma do resultado de anos de negligência na concessão do crédito, onde se deu crédito às pessoas físicas ou mesmo jurídicas, que não tinham condições de honrar com a divida assumida. Com isso despontou uma inadimplência generalizada, comprometendo assim a economia de várias empresas e consequemente de inúmeros países.

Considerando tal situação esta pesquisa teve a preocupação de identificar qual o comportamento financeiro dos consumidores, analisando suas condutas frente à vasta disponibilidade de crédito oferecida pelos agentes financeiros ou mesmo o credito oferecido diretamente nas lojas de varejo, pois em certos momentos é possível que o consumidor haja de forma negligente com sua capacidade de honrar com as obrigações financeiras assumidas.

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Vale destacar que esta concessão de crédito fora em sua grande maioria, no início foi incentivada pelos governos, principalmente o na esfera federal, não parecendo que teve uma preocupação com o adimplemento, postura agora mais recentemente, no segundo trimestre de 2010, sendo mudada pelo governo, inclusive promovendo a edição de cartilhas contendo orientações e comportamentos a serem adotados pela população no momento de adquirir crédito ou mesmo como forma de promover o consumo consciente, este não relacionado com questões do meio ambiente, mas sim com a real necessidade e possibilidade de pagamento.

É de se considerar que este estudo acadêmico, visa também servir de fontes para que consultorias, bancos e demais empresas que concedem ou mesmo tomam crédito, e que possam rever seus critérios e metodologias de análise de risco na concessão dos credito.

Mas, o mais importante deste trabalho é o fato de haver a possibilidade de servir como fonte de informação para órgãos que visem promover um consumo consciente, a fazer orientações aos consumidores sobre as relações de consumo em sua forma correta e segura. Que possibilite alertar os consumidores sobre uma maior prudência na obtenção de crédito e planejamento de suas finanças.

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1.4 Hipótese

Considerando o problema, os objetivos a delimitação do estudo e a relevância do mesmo é que se chega à hipótese, qual seja: analisar o comportamento e a motivação do consumidor de crédito do Distrito Federal.

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Capitulo II

2. Metodologia

Esta parte do capítulo procura abordar a metodologia na qual foi desenvolvida esta pesquisa. Destaca tipo de pesquisa, universo da amostra, faz um relato sobre a seleção dos sujeitos, aborda a forma de coleta de dados e como os mesmos foram tabulados. Esboça ainda a questão da limitação do método.

É salutar destacar que todos os conceitos e indicações deste capítulo tiveram como fonte de estudo e orientação, autores como Nilton Gil e Sylvia Vergara, esta última com maior ênfase, por mais completa e didática suas obras sobre o assunto.

2.1 Tipos de pesquisa

Visando obter uma maior consistência e embasamento, a pesquisa foi desenvolvida na proposta indicada por Vergara (2007), que diferencia com muita propriedade os dois tipos de pesquisa que eventualmente podem ser escolhidas pelo pesquisador.

Dentre as sugestões da autora, optou-se da seguinte forma:

1) Quanto aos fins: será descritiva e explicativa. Vislumbra-se descritiva porque se objetiva expor e relacionar características das empresas e segmentos nos quais concedem ou mesmo recebem o credito. Pretende-se ainda demonstrar os dados de reincidência da inadimplência, assim como os critérios utilizados para a negativa e concessão do credito.

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divulgados por essas empresas também serão consultados, desde que seus conteúdos estejam relacionados com a matéria em estudo.

Na pesquisa de campo foi realizado um estudo empírico com seiscentas (600) pessoas, escolhidas de forma aleatória, que circulavam na Rodoviária de Brasília.

Vale considerar que trinta e três (33) destas foram descartadas após a realização do pré-testes, por ter sido identificado necessidade de se fazer algumas melhorias e adaptações no questionário, seja por erro e incoerência na sequência lógica das perguntas ou por serem as primeiras aplicações dos questionários, ocasionando o descarte de alguns, seja por ser parte inicial da atividade que foi aplicada em um ambiente não controlável e de certa forma imprevisível em alguns momentos ou mesmo por verificação de erros nas perguntas e no preenchimento.

Desta forma e devido tais questões elencadas acima foi que o número de questionários considerados na pesquisas foi exatamente 567.

2.2 Universo e amostra da pesquisa

O universo da pesquisa abrange 600 (seiscentos) consumidores das mais várias classes sociais.

Contudo os dados se restringiram apenas quanto a operações efetuadas em Brasília, mas podendo ser verificado certos dados da empresa quanto a resultados obtidos em outras regiões do país, servindo nesta ocasião como fonte demonstrativa dos resultados positivos ou negativos, até mesmo como base comparativa.

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entendida como aquela que procurará abranger ambos os tipos de amostra. Inserido na probabilística será utilizada a estratificada, que procurará aplicar questionários visando formar uma base estatística que possa de certa forma facilitar no atendimento do objetivo dessa pesquisa.

Quanto ao modelo de amostragem não probabilista a ser utilizado, onde tratamento dos dados foi especificamente analítico no qual envolveu todos os grupos pesquisados, visando dessa forma obter uma maior compreensão dos dados coletados, de tal forma que foi possível promover uma análise de dados de inadimplência relacionados com os comportamentos e situações dos consumidores diante do fácil acesso ao crédito, assim como sua possível concessão e obtenção de forma negligente.

2.3 Seleção dos sujeitos

A seleção dos sujeitos teve duas vertentes. A primeira se deu em analise dos dados da inadimplência constante em bancos de dados que consolidam estas informações, como SERASA, Banco central, CDL - Câmara de Diretores Lojistas, dentre outros institutos que disponibilizam estas informações.

A segunda vertente e mais importante forma de seleção dos sujeitos, foi feita com os próprios consumidores, em abordagem feitas em um centro urbano de Brasília, mais especificamente na rodoviária desta capital, local onde circulam aproximadamente seiscentas mil pessoas por dia (600 mil), das mais variadas classes sociais.

2.4Coleta dos dados

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A pesquisa documental realizada nas empresas estudadas e no CDL/DF e SERASA por meio de consulta a documentos internos, como atas, relatórios, memorandos, circulares, despachos e correspondências eletrônicas, sites, que possam ser relevantes para o estudo hora proposto. Tudo isso visando suportar com mais afinco a pesquisa de campo, a análise e conseqüentemente todo o trabalho de pesquisa.

Quanto à pesquisa de campo a mesma ocorreu por meio de questionário fechado com perguntas fixas a serem respondidas pelos sujeitos da pesquisa - consumidores.

As entrevistas foram individuais e estruturadas, pois dessa forma podem exprimir de forma mais precisa a verdadeira opinião dos entrevistados, não permitindo respostas subjetivas. Destaca-se que as entrevista foram feitas aos consumidores, selecionados aleatoriamente em um dos maiores centros urbanos de Brasília – Rodoviária, onde a circulação de pessoas é da ordem de 600 mil diariamente.

É salutar destacar que antes das entrevistas os entrevistados foram informados sobre o objetivo e relevância da pesquisa.

Destaca-se que ainda foi explicado aos entrevistados sobre a confidencialidade das respostas, não sendo possível identificar individualmente os mesmos.

2.5 Tratamento dos dados

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inadimplência disponibilizados pelos institutos que consolidam e monitoram a evolução destes índices em Brasília e no Brasil

2.6 Limitações do método

É abordado por Vergara (2006, p. 61) que “todo método tem possibilidade e limitações”. Assim é prudente aqui fazer algumas considerações quanto a limitações do método hora nesta pesquisa utilizado.

• A restrição de algumas informações junto ao CDL/DF e SERASA, pois se deve considerar o sigilo de algumas informações necessárias para uma maior abrangência do trabalho de pesquisa;

• Pode ter ocorrido alguma omissão por parte dos consumidores entrevistados no momento da aplicação do questionário, pois estes podem primar pelo sigilo da informação ou mesmo por se tratar de alguma tão pessoal e de certa forma desonroso;

• Dificuldades de acesso a dados em bancos de informações públicos;

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Capitulo III

3. Referencial Teórico

Este capítulo está desenvolvido e apresentado a partir de uma pesquisa básica relacionada sobre os conceitos do assunto ora em estudo.

Teve como base uma busca sobre o que é finanças; o porquê conhecer finanças; entender as decisões financeiras das famílias; uma busca com referencia ao conceito de risco; realizada uma capitulação do que se entende por responsabilidade social das empresas e percepção do consumidor brasileiro; crédito em ambiente perfeito e transparente e crédito em ambiente imperfeito e sujeito a assimetria de informação; como se dá administração financeira e a globalização das empresas; características de financiamento de longo prazo; fazer uma pesquisa literária sobre o mercado de crédito no Brasil; familiarização sobre administração de recebíveis e seu monitoramento; política de crédito e padrões de crédito; entender como se dá o sistema das cinco condições para crédito; verificar o que a literatura diz sobre as fontes de informações creditícias; entender a hierarquia das escolhas de financiamento.

Por fim, mas não menos importante, verificar quais eram de certa forma os conselhos e orientações fornecidos pela literatura como o que foi destaco como as 10 medidas do bom tomador de empréstimos.

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3.1. O que é finanças?

GITMAN (1997, p. 4) destaca alguns conceitos que envolvem a finanças. Em primeiro lugar para ele finanças é “a arte e a ciência de administrar fundos”. Já serviços financeiros ele conceitua como sendo “a área de Finanças voltada à concepção e à prestação de assessoria, tanto quanto à entrega de produtos financeiros a indivíduos, empresas e governo”. A administração financeira tem como delineamento questões que dizem respeito ás responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Por fim o autor quanto aos administradores financeiros entende que eles “administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não financeiras, privadas ou publicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos”.

Assim os administradores financeiros não podem fugir a sua responsabilidade, deixando de gerir de forma consistente e coerente as finanças dos agentes possuidores do capital.

Para destacado autor, finanças:

“Ocupa-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos”.

Já para BODIE (2002 p. 32), finanças:

“É o estudo de como as pessoas alocam recursos escassos ao longo do tempo”.

De acordo com este autor as duas características que distinguem as decisões financeiras de outras decisões de alocação de recursos, que são custos e benefícios das decisões financeiras, têm-se:

1ª a distribuição ao longo do tempo;

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O já mencionado autor exemplifica que, para decidir se deve ou não abrir seu próprio restaurante, você deve pesar os custos (tais como os investimentos na preparação do local, na compra de fogões, mesas, cadeiras, dentre outros equipamentos necessários) contra os benefícios incertos (seus lucros futuros) que você espera colher ao longo de vários anos.

O mesmo autor destaca que:

“Ao implementar suas decisões, as pessoas utilizam-se do sistema financeiro, definindo como o conjunto de mercados e instituições usados para elaboração de contratos financeiros e o intercambio de ativos e riscos”.

É certo que o estudo de como o sistema financeiro evolui ao longo do tempo é uma parte relevante do assunto de finanças e que deve ser tratado com algo em constante evolução.

Desta feita, para BODIE (2002. p. 33)

“A teoria financeira consiste em um conjunto de conceitos que ajudam a organizar o pensamento das pessoas sobre como alocar recursos ao longo do tempo e um conjunto de modelos quantitativos para ajudar as pessoas a avaliarem alternativas, tomarem decisões e implementá-las”.

Para este autor, os mesmos conceitos básicos e modelos quantitativos aplicam-se em todos os níveis de decisão, desde a decisão de fazer o leasing de um automóvel ou abrir um negócio à decisão do diretor financeiro de uma grande empresa de entrar para a área das telecomunicações, ou à decisão do banco mundial sobre qual projeto de desenvolvimento deve financiar.

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“Que a função fundamental do sistema é a de satisfazer as preferências de consumo das pessoas, inclusive todas as necessidades básicas da vida, como alimentos, vestuário e abrigo”.

Desta feita as organizações econômicas, como as empresas e o governo, existem a fim de facilitar estas conquistas. Estes facilitadores perpassam desde o acesso até a promoção de educação e orientação sobre as formas de obtê-las.

3.2. Por que conhecer finanças?

BODIE (2002) destaca pelo menos cinco bons motivos para se conhecer ou mesmo estudar finanças. Dentre os motivos frisa-se:

1. Para administrar os recursos pessoais 2. Para lidar como o mundo dos negócios

3. Para buscar oportunidades de carreira interessantes e compensadoras

4. Para fazer escolhas como cidadão através de informações conhecidas publicamente

5. Expandir a mente

Certamente todas são importantes, mas para enfoque deste estudo optou-se pelas considerações apenas das indicadas nos números, 1, 2 e 4, tendo em vista a relevância a que se presta.

O conhecimento de finanças ajuda você a administrar seus próprios recursos. Talvez seja possível conviver sem qualquer conhecimento de finanças, mas certamente e totalmente inconcebível tal situação, no atual mundo em que vive a sociedade.

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E lembra o velho ditado “Um tolo e seu dinheiro logo se separam”.

3.3. Decisões financeiras das famílias

A maioria das residências é composta de famílias, e estas podem ser encontradas em várias formas e tamanhos. Em um extremo está a família ampliada, constituída por várias gerações vivendo sob o mesmo teto e dividindo seus recursos econômicos e no lado oposto, está o individuo que mora sozinho, o qual não seria considerado pela maioria das pessoas como sendo um família. Nas finanças, entretanto, ambos são classificados como família e por consequinte plenamente ativa nas relações de consumo.

Para BODIE (2002), as famílias enfrentam quatro tipos básicos de decisões financeiras, quais sejam:

• Decisões de consumo e economia: isto é, quanto da renda atual deve gastar em consumo e quanto da renda atual deve economizar para o futuro;

• Decisões de investimento: como devem investir o dinheiro que foi economizado;

• Decisões de financiamento: quando e como devem usar o dinheiro de terceiros para implementar seus planos de consumo e investimento;

• Decisões de administração de risco: como e em que termos devem procurar reduzir as incertezas financeiras que enfrentam ou quando devem aumentar seus riscos.

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No momento em que as pessoas escolhem como manter seu fundo de economias acumuladas, isso se chama investimento pessoal ou alocação de ativos. Alem de investirem em suas próprias casas, as pessoas por vezes optam por fazer investimentos em um ativo financeiro, como as ações e debêntures.

Contrariamente, quando as pessoas tomam dinheiro emprestado, elas incorrem em passivo, que nada mais é do que o sinônimo de débito. Pode-se dizer que a riqueza de uma família, ou o patrimônio líquido, é medida pelo valor de seus ativos menos seu passivo. É certo que no final das contas, todos os recursos da sociedade pertencem as famílias, porque são elas as donas das empresas, (seja diretamente ou através da propriedade de ações, planos de pensão ou apólices de seguro de vida) e pagam os impostos gastos pelo governo.

BODIE (2002) afirma que:

“A teoria financeira trata as preferências de consumo das pessoas como determinadas. Mesmo que embora as preferências possam mudar ao longo do tempo, como e por que mudam não é assunto abordado pela teoria. O comportamento das pessoas é explicado como uma tentativa de satisfazer essas preferências, enquanto o comportamento das empresas e dos governos é visto da perspectiva de como afeta o bem estar das pessoas”.

O consumidor precisa estar preparado para suas decisões de compra, pois como destaca BAKER (2005, p. 88), o processo decisório do consumidor é:

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3.4. Risco

Quanto mais alto for o risco de inadimplência sobre instrumentos de renda fixa, maior a taxa de juros, desde que as demais características sejam constantes

As taxas de juros são taxas prometidas de retorno sobre o investimento de renda fixa. Entretanto, muitos ativos não oferecem uma taxa de retorno prometida. Por exemplo, se você investir em imóveis, ações ou obras de arte, não há promessa de pagamento em dinheiro no futuro.

Quando se investe em ações, como ações ordinárias, o retorno provém de duas fontes. A primeira fonte são os dividendos em dinheiro pagos aos acionistas pela empresa que emitiu as ações. Esses pagamentos de dividendos não são prometido, portanto, não são chamados de pagamentos de juros. Os dividendos são pagos aos acionistas segundo critérios do conselho da empresa. A segunda fonte de retorno aos acionistas é qualquer ganho ou perda no preço de mercado das ações ao longo do período em questão. Este segundo tipo de retorno é chamado de ganho de capital ou perda de capital. A duração do período para que sejam medidos os retornos de ações pode ir de um dia a uma década. BODIE (2002 p. 66).

KASZNAR (2009), em um artigo divulgado pela IBCI, quando faz uma análise dos riscos mais conhecidos. Enfatiza que o:

“Maior risco para o banqueiro ao conceder um empréstimo é o de não reaver nem o capital emprestado (principal), nem os juros atualizador por um indexador previamente definido”.

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Reforça o autor que no “mundo real, este é um sonho e uma verdadeira miragem. Inexiste”. O mundo possui inúmeros e variados riscos.

3.5 Responsabilidade social das empresas e percepção do consumidor brasileiro

A pesquisa Akatu-Ethos-Market analysis de 2005, considerando que o papel das empresas tem mudando nos últimos anos, de modo geral, visa entender percepções, expectativas e reações dos consumidores com relação à responsabilidade social das empresas. Como questão peculiar, há lugar para a avaliação de estratégias de ação e de esforços de comunicação das empresas, alem de se buscar saber como os entrevistados percebem os diferentes tipos de empresas e como elas poderiam de certa forma atender às expectativas dos consumidores.

Desta forma a pesquisa do Akatu-Ethos-Market analysis de 2005, trouxe em seu conteúdo a revelação de que o consumidor brasileiro continua disposto e antenado com as ações de responsabilidade social e ambiental das empresas.

O aumento de seu interesse e das suas expectativas reflete o crescente estimulo a que as corporações são submetidas no mundo e não por menos também no Brasil. De todo modo tal situação está longe de ser uma atitude anti-corporativa, isso porque a opinião pública é favorável ao papel das empresas e aos investimentos estrangeiros, refletindo desta forma uma postura pragmática, contudo é ativa e exigente.

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empresas, tal questão significa uma heterogeneidade de focos de ação, o que representa oportunidade se, uma vez identificadas corretamente às reais necessidades dos seus públicos-alvos, elas alinhem nesta direção suas iniciativas. Por isso, pode de certa forma por outro lado, representar também problemas quando se evidencia uma discrepância entre o que o publico espera e o que elas de maneira concreta efetivamente fazem ou mesmo podem fazer.

A intensidade com que o consumidor brasileiro esboça a expectativa de que as empresas se engajem social e ambientalmente, demonstra certa tendência de que os investimentos em responsabilidade social das empresas estão deixando de ser uma opção para estas instituições empresariais, e tornando-se cada vez mais uma real obrigação. Nesta mesma linha, fica evidente que tais iniciativas devem ser criveis e comunicadas de forma efetiva, ficando o risco de passarem despercebidas ou até mesmo, entre o grupo mais alerta e engajado enquanto consumidores cidadãos, serem motivados a reações diversas destes, capazes de denegrir a reputação da corporação.

Aquele que porventura se encoraje em ignorar os apelos socais e ambientais expressados pelo consumidor poderão ter seus produtos e serviços minorados num futuro não muito distante. Atualmente, quase um terço dos consumidores puniu uma marca ou empresa que considere não socialmente responsáveis, evitando comprar ou mesmo fazendo criticas de forma mais aberta. Contrario sendo, há uma boa recompensa, na medida em que um grupo ainda maior de consumidores conscientes está disposto a premiar as empresa se mostrarem socialmente responsáveis, promovendo a compra de seus produtos e ainda falando bem destas empresas.

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significativas ou parâmetros objetivos para diferenciar investimentos efetivos de simples marketing promocional, possivelmente haverá margem e legitimidade popular para que o governo intervenha e regule o setor.

Por isso conforme divulgado na pesquisa em referência, as iniciativas e o perfil dos produtos e do atendimento ao consumidor das empresas de alimentos e tecnologia – com percepção de responsabilidade social de empresa pelo público acima da média oferecem uma indicação sobre os passos capazes de gerar resultados concretos e reconhecimento social. Um outro meio de se obter isto é, o caminho que envolve abraçar parcerias com agentes de prestígio social, incluindo-se aí, as entidades de caridade e ONG´s, bem como o governo e entidades internacionais, capazes de dar credibilidade aos esforços de responsabilidade social e assim poder auferir o respeito dos consumidores e sociedade de forma geral.

Certamente é evidente a oportunidade de diferenciação para as empresas dispostas a um compromisso efetivo com a responsabilidade social e a agenda dos consumidores conscientes, assim podem-se dizer como claros os cuidados que devem tomar no sentido de não confundirem tal atitude com ações pirotescas ou de marketing social, associadas ou não a instituições de caráter público.

3.6. Crédito em ambiente perfeito e transparente e Crédito em ambiente imperfeito e sujeito a assimetria de informação.

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Agora a respeito do crédito em ambiente imperfeito e sujeito a assimetria de informação este sim é o verdadeiro. O autor indica:

“Que ocorre, sucede e se repete. Pois na realidade admite a assimetria da informação: enquanto alguns agentes econômicos são bem informados e sabem, conhecem se antecipam a fatos e realidades, outros agentes são mal ou desinformados e desconhecem fatos e realidades. Enquanto alguns agentes são pró-ativos, outros se nutrem de tamanha passividade e malemolência, que deixam ser desfeitos pela mudança dos quadros da realidade intertemporal”.

Toda esta questão pode não comprometer alavancagem financeira arriscada, qual seja: quando se estima gerar retorno ao negócio através de empréstimos, de tal sorte que a taxa de crescimento dos lucros supera a taxa de crescimento dos juros e principais de empréstimos a pagar, mas a situação idealizada não ocorre. É possível ainda afetar a alavancagem operacional arriscada, na qual diz-se dos riscos incorridos quando o grau de imobilização é elevado; as receitas são proporcionalmente pequenas ou tendem a cair muito e a crescer pouco; e portanto o GAO – Grau de Alavancagem Operacional é baixo, ou insuficiente para mobilizar na direção de retornos atraentes, a empresa e seus negócios.

3.7. Administração Financeira e a Globalização das Empresas

É destacado por alguns autores que a administração financeira emergiu como um campo diferente de estudo em princípios dos anos 90, a ênfase residia nos aspectos legais das fusões, na formação de novas empresas e nos vários tipos de títulos que as empresas podiam emitir para levantar capital. Durante a depressão, na década de 1930, a ênfase estava na falência e reorganização, liquidez empresarial e regulação dos mercados de títulos.

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que de alguém de dentro da administração. No entanto, na década de 1960, iniciou-se um movimento rumo a analise teórica, e o objetivo da administração financeira passaram a ser as decisões administrativas pertinentes à escolha de ativos e passivos para maximizar o valor da empresa.

A focalização na avaliação continuou nos anos 80, mas a analise foi expandida para incluir: (1) a inflação e seus efeitos maléficos sobre as decisões empresariais; (2) a desregulamentação de instituições financeiras e a conseqüente tendência para companhias de serviços financeiros bastante diversificados; (3) a forma ampliada de utilização dos computadores para analise e transferência eletrônica de informações; e (4) o fato de haver uma maior importância dos mercados globais e das operações empresariais.

Considerando tal situação as duas tendências mais importantes nos anos 90 e seguintes, possivelmente serão a continua globalização das empresas e a larga utilização da tecnologia do computador. (Weston, 2000 p. 6).

O mesmo ator destaca quatro fatores que tornaram compulsória a tendência à globalização para muitas empresas:

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financeiras são restritas a um só país não pode competir, a menos que os custos em seu país de origem sejam baixos, condições que não existe necessariamente para muitas empresas Norte-Americas. Em virtude desses quatro fatores, a sobrevivência requer que a maioria dos fabricantes produza e venda globalmente”. (Weston, 2000 p. 7).

Além de outras empresas, as pertencentes ao setor de serviços, inclusive bancos, agências de publicidade e empresas de contabilidade, também estão obrigadas a ser “globais”, tendo em vista que elas podem servir a seus clientes multinacionais se tiverem operações mundiais.

Certamente, sempre haverá empresas domesticas, mas deve-se ter em mente que o crescimento mais dinâmico e as melhores oportunidades muitas vezes ocorrem com empresas que estão prontas para efetuar suas operações de maneira globalizada.

3.8. Características de financiamento de longo prazo

A obtenção do empréstimo a longo prazo é uma fonte importante de financiamento. O financiamento pode ser obtido com um empréstimo a longo prazo, no qual é negociado com uma instituição financeira, ou por meio de da venda de títulos negociáveis, sendo estes vendidos a um número de credores institucionais ou individuais. O processo de venda de títulos, tal como as ações, são geralmente acompanhadas por uma instituição financeira que auxilia nas negociações. Empréstimos de longo prazo possibilitam uma alavancagem financeira, sendo importante componente desejável na estrutura de capital, desde que tenha um menor custo de capital médio ponderado.

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para passivo circulante, porque nesse ponto ele se tornou uma obrigação de curto prazo. Tratamento semelhante é dado às parcelas de empréstimos longo prazo que devem ser pagas no próximo ano. Essas entradas são comumente denominadas parcelas circulantes dos empréstimos de longo prazo.

Isso se fez relevante, pois as empresas ao concederem empréstimos ou financiamentos devem atentar para questões do recebimento, onde afeta diretamente o capital de giro.

3.8.1 Cláusulas padronizadas de empréstimos

De acordo com GITMAN (1997) as cláusulas em contratos de empréstimos a longo prazo especificam certos critérios a respeito de registros e relatórios contábeis satisfatórios, do pagamento de impostos e da manutenção geral do negocio por parte da empresa tomadora. Normalmente, essas cláusulas não constituem um problema para as empresas em boa situação financeira.

Seguindo as orientações do próprio GITMAN (1997) a tomada de um empréstimo sugere-se que:

• O tomador mantenha registros contábeis satisfatórios, de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP, do inglês generally accepted accounting principles);

• O tomador apresente periodicamente demonstrações financeiras auditadas, as quais são usadas pelo credor para monitorar a empresa e forçar o cumprimento do contrato de empréstimo;

• O tomador deve pagar os impostos e outras obrigações no vencimento; • O credor exige que o tomador mantenha todas as suas instalações em bom

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Assim é muito evidente que para se conceder o empréstimo o credor deve se cercar de inúmeros recursos para restringir ao máximo a possibilidade de não recebimento. E o controle e acompanhamento dos dados contábeis do tomador do empréstimo é um excelente meio de minimizar um eventual calote.

É por conta disso que as empresas devem ter muito cuidado e controle no momento da concessão do crédito.

3.8.2 Cláusulas restritivas de empréstimos

As cláusulas restritivas de empréstimos são cláusulas contratuais nos contratos de empréstimos que a longo prazo que estabelecem certas restrições operacionais e financeiras ao tomador.

Contratos de empréstimos a longo prazo resultantes quer de um empréstimo negociado a longo prazo, quer da emissão de títulos negociáveis, normalmente incluem certas cláusulas restritivas, que impõem certas restrições operacionais e financeiras do tomador. A lógica é básica, pois já que o credor está comprometendo seus fundos por um longo período, certamente ele deve procurar se proteger.

As cláusulas restritivas, juntamente com as cláusulas padronizadas de empréstimo, permitem ao credor monitorar e controlar as atividades do tomador para se proteger. GITMAN (1997, p. 469), exemplifica que “sem essas cláusulas, o tomador poderia “levar vantagem” sobre o credor, agindo no sentido de elevar o risco da empresa, talvez pelo investimento de todo o capital da empresa na loteria estadual, sem ser obrigado a pagar ao credor um retorno maior (juro)”.

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De todo modo no processo de negociação dos termos do contrato de empréstimo de longo prazo, credor e tomador devem concordar em definitivo sobre as cláusulas padronizadas e restritivas aceitáveis.

GITMAN (1997) destaca que a violação de quaisquer cláusulas padronizadas ou restritivas pelo tomador dá ao credor o direito de exigir o reembolso imediato dos juros acumulados e do principal do empréstimo.

Considerando as garantias financeiras, MERTON (2006, p. 292-293) destaca que são seguros contra o risco de crédito, ou seja, o risco de que a outra parte de contrato não cumpra com a obrigação, vindo a se tornar um inadimplente. Uma garantia de empréstimo é um contrato que obriga o fiador a efetuar o pagamento prometido de um empréstimo, se o tomador não o fizer. Finaliza o mesmo autor dizendo que “as garantias de empréstimo estão difundidas na economia e exercem um papel critico para facilitar os negócios”.

Mas este papel ou objetivo de facilitar, por muitas vezes acabam por dificultar, e aí mora um complicador, pois o governo e certas instituições, visando uma desburocratização na concessão do crédito, acabam por confundir isso, vindo por negligenciar algumas garantias financeiras essenciais.

3.9O mercado de crédito no Brasil

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recursos bancários destinados ao setor privado somou R$1.517 bilhões em agosto, aumentando 5,5% em relação a maio e 19,3% em doze meses. Os empréstimos destinados à indústria, impulsionados pelas operações com os segmentos de energia, petroquímica e agroindústria, elevaram-se 8,6% no trimestre, enquanto os contratados pelo segmento comércio, refletindo a demanda dos setores exportação mineral e automotivo, registraram expansão de 5,9%. (HTTP//www.bcb.gov.br, disponível em 01/08/2010).

No relatório de setembro/2010, o Banco Central indica que o volume de crédito bancário manteve-se em expansão no trimestre encerrado em agosto, movimento consistente com a evolução da atividade econômica e dos indicadores do mercado de trabalho. As carteiras relativas a recursos direcionados seguiram impulsionadas pelas contratações junto ao BNDES – destinadas, fundamentalmente, a investimentos para infraestrutura – e pelos financiamentos habitacionais, enquanto no segmento de recursos livres, o maior dinamismo das operações contratadas no segmento de pessoas jurídicas foi sustentado pelo desempenho das modalidades capital de giro e conta garantida. (HTTP//www.bcb.gov.br, disponível em 01/08/2010).

O desempenho do mercado de crédito ocorre em ambiente de retrações nas taxas de juros e de inadimplência relativas às operações no segmento de pessoas físicas.

Ressalte-se, adicionalmente, a manutenção da tendência de alongamento dos prazos, tanto nas operações destinadas às empresas quanto às famílias, neste último caso em ambiente de elevações nas participações dos financiamentos habitacionais e para aquisição de veículos.

Vale enfatizar, adicionalmente, que o mercado de capitais vem-se mantendo como importante fonte de captação de recursos, o que é evidenciado pelo expressivo desempenho observado no mercado de ações ao longo do ano.

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segmento de pessoas jurídicas situou-se em 28,9%, ressaltando-se que a elevação de 2 p.p. registrada no trimestre esteve condicionada, em parte, pela elevação da participação dos créditos contratados por pequenas e médias empresas. Em sentido inverso, a taxa relativa ao segmento de pessoas físicas recuou 1,6 p.p. no trimestre, para 39,9%, menor patamar da série histórica, iniciada em julho de 1994, evolução compatível com o aumento da participação das modalidades crédito consignado e financiamento de veículos.

Em outro relatório de infração, divulgado pelo Banco Central em dezembro de 2008, destaca que as operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional, embora se mantivessem em patamar elevado, apresentaram relativo arrefecimento no trimestre encerrado em outubro daquele mesmo ano. Evolução consistente com o agravamento da crise nos mercados financeiros internacionais.

O relatório reforça que no cenário doméstico, a ampliação das incertezas e da aversão ao risco por parte dos agentes econômicos traduziu-se, em especial, no aumento da seletividade nas concessões, expresso tanto na redução dos prazos máximos de contratação quanto na exigência de maior aporte de recursos por parte dos tomadores, conforme observado no segmento de financiamentos e arrendamentos de veículos a pessoas físicas.

Na conclusão do relatório, o Banco Central do Brasil, destaca que:

“a intensificação da crise nos mercados financeiros internacionais se traduziu em acentuada contração da liquidez em escala global, expressa em restrição ao acesso de bancos e empresas nacionais à linhas de crédito externas, bem como, em ambiente de crescente aversão ao risco”.

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Segundo o relatório, considerando este cenário, o Banco Central teve que adotar medidas objetivando prover liquidez em moeda estrangeira, ao tempo em que promoveu alterações nas regras relativas aos recolhimentos compulsórios, inclusive estabelecendo incentivos à negociação de ativos entre instituições financeiras.

KASZNAR, em seu artigo de 2008, intitulado, Determinantes Modernos da Inadimplência no Brasil, divulgado pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, destaca que “existe uma relação direta e positiva entre crescimento e desenvolvimento econômico, e volume de oferta de crédito financeiro”.

O autor completa que a ofertar crédito depreendida de taxas de juros nominais, reais e baixas, tem que ser sustentadas por uma política monetária, fiscal e cambial disciplinada e macroeconomicamente estabilizadora, e que é uma questão primordial para que haja um adequado controle dos orçamentos públicos e domésticos e gerar a expansão ordenada do consumo e do investimento agregados

KASZNAR destaca que

“A inadimplência há de ser vigiada e acompanhada de perto, para que se evitem graus excessivos de endividamento, cujo desfecho final é a desgastante renegociação de dívidas, a retração do consumidor e do sistema de crédito e o clima de desconfiança em relação ao bom funcionamento das instituições”.

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A questão do crédito é tão relevante para o país que afeta diretamente PIB brasileiro, como destacam dados do Banco Central. Ele previa em 21.12.2007 antes da crise, que o crescimento do produto interno bruto para 2009 seria na ordem de 4,17%, já em 19/09/2008 após a deflagração da crise, a previsão ficou em 3,60% de crescimento do PIB para o mesmo período.

Neste sentido TROSTER, (2008) destaca alguns motivos para esta redução na expectativa de redução de crescimento do PIB brasileiro para 2009, entre os quais ele enfoca: sustentabilidade fraca; uma forte dependência externa; uma dinâmica social ruim; uma estagnação da produtividade; considera que a inserção social é assistencialista. Mas também afirma que um dos motivos é o aperto na concessão do credito.

3.9.1 Determinantes modernos da inadimplência no Brasil

A respeito deste tema KASZNAR (2008) destaca que:

“Deste modo, é preciso conhecer e dominar as causas que explicam as inadimplências, no nível macroeconômico e microeconômico, para conhecendo-as, evitar que aconteçam antes ou cresçam a ponto de darem grandes prejuízos à sociedade – trata-se da adoção de medidas prudenciais, preventivas e que muito se sujeitam à correta autoregulação dos mercados, quando bem executada e implantada – e caso tenham ocorrido, minorar seus efeitos com acuidade, justiça e velocidade.”

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socioeconômico e profissiográfico dos brasileiros, destaca que tal pesquisa evidenciou melhora significativa nas condições de algumas classes da sociedade brasileira, principalmente a classe C e D. Demonstra também que de certa forma e bastante significativa, os rendimentos dos trabalhadores formais cresceram acentuadamente. Destaca a queda no índice do trabalho infantil, mesmo deixando claro que o Brasil ainda apresenta números inaceitáveis. Aborda a redução na taxa de desemprego, dentro outros questões, é abordada o fato do aumento da concessão e acesso ao crédito por parte da população que antes não dispunha.

De toda feita, considerando as escritas do autor, é de se destacar que mesmo:

“Sob esta ótica, merece atenção o fato de que o crescimento recente da renda real do brasileiro e de seus gastos, registrado no PIB, espelha a demanda ainda super-reprimida da camada mais pobre da população. A compra se registra em bens essenciais, como alimentos, vestuário, bebida, transporte, aluguéis e medicamentos. E a má distribuição de renda implica num consumo segmentado, diferenciado, por classes de renda, impedindo que o consumo de massa se engrandeça e o varejo comercial – como deveria acontecer – se expanda.”

Destaca ser de suma importância perceber que os gargalos e ineficiências de suprimento de bens e serviços públicos inibem o desenvolvimento. E que a oferta de crédito barato e de longo prazo é questão fundamental para excitar o consumo e assegurar o investimento.

A concessão do crédito, entre eles o consignado é fator preponderante para uma crescente estabilidade macroeconômica. De todo modo o atual governo precisa sair da questão assistencialista “ad-eternum” com os seus mais necessitados.

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financeiras, promovem crédito de forma abundante. E é aí que mora o perigo: crédito fácil e negligente e anti-social.

Contundo Kasznar (2008), já prevendo a crise financeira mundial mais recente, alerta para que:

“No Brasil, a propriedade imobiliária permanece excessivamente concentrada, e o déficit habitacional alcança 68 milhões de brasileiros, que vivem em condições precárias. No exterior, “resolveu-se” o assunto, com garantias hipotecárias e

financiamentos inclusive àqueles tomadores, que não possuem

histórico de bom pagamento e mais cedo ou mais tarde,

estourarão a bolha de crédito em que se instalaram.” (grifei).

Continuando sua percepção, o autor considera que o Brasil:

“Precisa rever seus mecanismos de crédito, para financiar o crescimento e o desenvolvimento, com responsabilidade; revisar seu assistencialismo, que se tornou clientelismo partidário a favor de quem libera e está no poder; e o exterior há de revisar as hipotecas, pois o risco que elas representam colocará os mercados financeiros e de ativos reais imobiliários em grandes problemas e dilemas de azar moral e financeiro.”

KASZNAR (2008) em um artigo denominado “Bolsas de valores e severas oscilações: entre bonança e crise mundial”, destaca que:

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baixa inflação, as empresas evoluem e seus preços, os preços das ações, sobem.”.

De todo modo ainda reforça que, quando a economia esfria e os mercados de crédito não evoluem, seja qual for a sua causa, certamente os preços das ações tendem a cair. E ainda destaca:

“Nos tempos que correm a evolução excessiva dos créditos subprime nos EUA pode ser o indicador de que tempos complexos virão. Isto merece atenção significativa por parte dos agentes econômicos, em suas decisões de consumo e investimento.” KASZNAR (2008).

Neste mesmo sentido, o autor, quando escreveu um artigo sobre, “Bolsas de Valores e Severas Oscilações: entre Bonança e Crise Mundial”, quando analisa a crise financeira mundial que pessoalmente não acreditava em uma “abaixadela” nos juros que assegure a extinção da uma crise no mercado de crédito, inclusa na também economia norte-americana.

Para mudar este cenário na economia americana, o autor considera ser necessária, dentre outras ações, uma revisão no processo de concessão do crédito. Isso porque os problemas do capitalismo moderno, centrado nos Estados Unidos, indicam que há um desequilíbrio no mercado de crédito, pois existe um excesso de consumo naquele país fundado em créditos mobiliários sem lastros e ainda a existência de um número grande de pessoas que não conseguem pagar suas dívidas e entram no rol de inadimplentes.

3.10. Administração de recebíveis e o seu monitoramento

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preferem vender à vista do que vender a crédito, contudo as pressões competitivas forçam a maioria delas a oferecer credito. Desta maneira, mercadorias são embarcadas, estoques são reduzidos e uma conta a receber é criada, pois sempre que bens são vendidos a crédito, um item do ativo, denominado contas a receber, aparece nos livros da empresa vendedora, e um item do passivo, chamado contas a pagar, aparece nos livros do comprador.

Um dia, o cliente pagará a conta, ocasião em que a empresa receberá em dinheiro e seus recebíveis declinarão. A posição em recebíveis tem custos diretos e indiretos, mas constitui também um importante benefício, já que a concessão de credito aumenta as vendas. (Weston, 2000 p. 432).

O ponto crucial da administração dos recebíveis começa com a decisão de conceder credito ou não. Um sistema de sistema de monitoramento é importante porque, sem ele, os recebíveis aumentarão excessivamente, os fluxos de caixa declinarão e as dívidas de recebimento duvidoso anularão os lucros das vendas. Desta forma uma ação corretiva mais enérgica é muitas vezes necessária, e de alguma maneira é tida como a única maneira de se saber se a situação está ficando fora de controle. Por isso a existência de um bom sistema de controle de recebíveis é mais que prudente para as empresas.

Weston, (2000 p. 433) destaca que a quantia total das contas a receber não liquidadas, em qualquer ocasião dada, é determinada por dois fatores. Onde o primeiro significa o volume de vendas a credito e o segundo pela extensão média de tempo entre as vendas e as cobranças. Por isso enfatiza que os recebíveis dependem conjuntivamente do nível das vendas a credito e do prazo de cobrança, onde qualquer dos recebíveis deve ser financiado de alguma forma, mas que toda a quantia dos recebíveis não deve ser financiada porque a parcela de lucro não representa uma saída de caixa.

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de produção deveriam conceder credito com mais liberalidade, carregando um nível mais alto de recebíveis do que uma empresa operando à plena capacidade com uma margem de lucro estreita. Contudo, embora as políticas de credito ótimo variem entre as empresas ou mesmo em uma só empresa com o passar do tempo, ainda assim é proveitoso analisar a eficiência da política de credito da empresa em sentido geral e agregado.

Devido às questões desta natureza é que os investidores e analistas de mercado, assim como também os responsáveis pela parte financeira das empresas, devem ter uma atenção especial à administração das contas a receber, pois os mesmos podem ser enganados pelas demonstrações financeiras divulgadas e, mais tarde, sofrer sérias perdas.

De certo quando uma venda ocorre alguns fatos ocorrem, como: (1) os estoques são reduzidos pelo custo da mercadoria vendida; (2) as contas a receber são aumentadas pelo preço de venda dos produtos ou serviços; e (3) a diferença entre ambos é o lucro, que é acrescentado aos lucros retidos. Ocorrendo a venda a vista, de certo o ganho é imediato, mas se for a prazo, o lucro não é de fato ganho até que de concreto a conta seja recebida.

É destacado por Weston, (2000 p. 434 - 437) que empresas tem encorajado vendas a clientes pouco confiáveis a fim de poder divulgar altos lucros. Isso de certa forma poderia expandir os preços das ações da empresa, isto pelo menos até que as perdas do crédito comecem a reduzir os lucros, momento em que os preços das ações caem.

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3.11. Política de Crédito

É possível concluir que o sucesso ou fracasso de um negócio depende principalmente da demanda de suas mercadorias, como regra, quanto mais altas são suas vendas, maiores seus lucros e maior os valores de suas ações. As vendas, por sua vez, dependem de uma série de fatores, alguns exógenos, mas outros sob o controle da empresa.

Weston, (2000 p. 438) conceitua política de crédito como:

“Um conjunto de decisões que incluem o período de crédito de uma empresa, padrões de crédito, procedimentos de cobrança e desconto oferecido”.

Destaca que as principais variáveis controláveis que afetam a demanda são os preços de vendas, a qualidade dos produtos, a publicidade e a política de credito da empresa. O autor destaca ainda que, por sua vez a política de crédito, consiste em quatro variáveis, conforme indicado a seguir:

1. O período de crédito, que é constituído pela extensão de tempo que os compradores recebem para pagar suas compras;

2. Os padrões de credito, que se referem à força financeira mínima dos clientes a crédito aceitáveis e à quantia de crédito disponível para diferentes clientes;

3. A política de cobrança da empresa, que é a medida por sua rigidez ou frouxidão no acompanhamento das contas de pagamento lento;

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É importante destacar que o Gerente de crédito tem a responsabilidade de administrar a política de crédito da empresa. Contudo, como a importância do crédito se expressa pela influência que exerce em todos os setores da empresa, a política de crédito em si é normalmente estabelecida pelo comitê executivo, composto, por exemplo, por presidente, e os vice-presidentes a cargo de finanças, marketing e produção.

3.12. Padrões de crédito

De todo modo Weston, (2000 p. 439) reforça que os padrões de credito referem-se à força e confiança que um cliente deve exibir a fim de se qualificar para o crédito. Se um cliente não se qualifica pelas condições de créditos regulares, ainda assim ele pode comprar da empresa, mas sob termos mais restritivos. Os padrões de crédito da empresa será aplicado para determinar que clientes podem se qualificar para as condições de crédito regulares e quanto crédito cada cliente devera receber. Desta forma ele destaca que os principais fatores considerados no estabelecimento dos padrões de crédito relacionam-se com a possibilidade de que um dado cliente pague com atraso ou mesmo possa a vir implicar uma perda por dívida não paga.

É certo que os estabelecimentos de padrões de crédito requerem implicitamente uma medida de qualidade de crédito, que é definida por Weston, (2000 p. 439), como sendo determinada pela probabilidade de inadimplência de um ciente. A estimativa da probabilidade de um cliente é em grande parte resultado de um julgamento subjetivo. Destaca ainda que de toda maneira, a avaliação de crédito bastante comum, é que um bom gerente de crédito pode emitir julgamentos precisos da probabilidade de inadimplência por diferentes classes de clientes.

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probabilidade de inadimplência e as variáveis independentes são fatores associados à força financeira e à capacidade de liquidar a dívida se for cedido o crédito. Tal método de análise possibilita classificar e diferenciar os clientes potencialmente bons de clientes potencialmente maus na condição de liquidação dos débitos assumidos.

Como vantagem de um sistema de classificação de crédito é que a qualidade de crédito de um cliente é expressa em um único número, em vez de mostrar uma avaliação subjetiva de vários fatores.

Esta é uma enorme vantagem para uma grande empresa que precisa avaliar muitos clientes, em diversos locais, e emprega vários funcionários diferentes no crediário, pois, sem um procedimento automatizado, a empresa mal terá tempo de aplicar os padrões de igualdade a todos os solicitantes de crédito. Devido a tais questões que as empresas de cartão de crédito, lojas de departamentos, empresas petrolíferas e outras usam o sistema de credit-scoring para determinar quem obtém crédito e quanto.

3.13. O sistema das Cinco Condições para o Crédito

É desatado por Weston, (2000 p. 441), que independente da abordagem, os métodos utilizados para mensurar a qualidade do crédito envolvem a avaliação de áreas normalmente consideradas relevantes para determinar o valor de crédito de um cliente. O autor as chama de 5 C´s, qual seja; o Caráter; a Capacidade; o Capital; o Colateral e as Condições.

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No que tange a Capacidade, indica que se trata de um julgamento subjetivo das possibilidades de pagamento por parte da clientela. Reforça que tal situação é avaliada em parte, pelos registros passados dos clientes e pela observação prática da atual situação.

O Capital é medido pela condição financeira geral de uma empresa, quando se verifica as demonstrações contábeis

O Colateral é representado pelos ativos que os clientes podem oferecer como garantia a fim de obter o crédito.

Em relação às Condições, o mesmo autor indica que “referem-se tanto às tendências econômicas gerais quanto ao desenvolvimento especial em certas regiões geográficas ou setores da economia que poderiam afetar a capacidade dos clientes de atender às suas obrigações”.

3.14. Fontes de informações creditícias

Existem duas grandes fontes de informação creditícia. A primeira compõe-se de uma série de associações de crédito, que são grupos locais que se reúnem frequentemente e que se correspondem para trocar informações sobre os clientes a crédito. Por exemplo, nos Estados Unidos existe a National Association of Credit Management (Associação Nacional de Administração de Crédito) Esses grupos criam o intercambio de crédito, onde coletam e distribuem informações sobre o desempenho passado de seus devedores.

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