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A obtenção do empréstimo a longo prazo é uma fonte importante de financiamento. O financiamento pode ser obtido com um empréstimo a longo prazo, no qual é negociado com uma instituição financeira, ou por meio de da venda de títulos negociáveis, sendo estes vendidos a um número de credores institucionais ou individuais. O processo de venda de títulos, tal como as ações, são geralmente acompanhadas por uma instituição financeira que auxilia nas negociações. Empréstimos de longo prazo possibilitam uma alavancagem financeira, sendo importante componente desejável na estrutura de capital, desde que tenha um menor custo de capital médio ponderado.

Como destaca MERTON (2006), de forma geral, o empréstimo a longo prazo de um negócio possui vencimento entre cinco e vinte anos. Quando o empréstimo a longo prazo tiver um ano ou menos para vencer, os contadores passarão o empréstimo a longo prazo

para passivo circulante, porque nesse ponto ele se tornou uma obrigação de curto prazo. Tratamento semelhante é dado às parcelas de empréstimos longo prazo que devem ser pagas no próximo ano. Essas entradas são comumente denominadas parcelas circulantes dos empréstimos de longo prazo.

Isso se fez relevante, pois as empresas ao concederem empréstimos ou financiamentos devem atentar para questões do recebimento, onde afeta diretamente o capital de giro.

3.8.1 Cláusulas padronizadas de empréstimos

De acordo com GITMAN (1997) as cláusulas em contratos de empréstimos a longo prazo especificam certos critérios a respeito de registros e relatórios contábeis satisfatórios, do pagamento de impostos e da manutenção geral do negocio por parte da empresa tomadora. Normalmente, essas cláusulas não constituem um problema para as empresas em boa situação financeira.

Seguindo as orientações do próprio GITMAN (1997) a tomada de um empréstimo sugere- se que:

• O tomador mantenha registros contábeis satisfatórios, de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP, do inglês generally accepted accounting principles);

• O tomador apresente periodicamente demonstrações financeiras auditadas, as quais são usadas pelo credor para monitorar a empresa e forçar o cumprimento do contrato de empréstimo;

• O tomador deve pagar os impostos e outras obrigações no vencimento; • O credor exige que o tomador mantenha todas as suas instalações em bom

Assim é muito evidente que para se conceder o empréstimo o credor deve se cercar de inúmeros recursos para restringir ao máximo a possibilidade de não recebimento. E o controle e acompanhamento dos dados contábeis do tomador do empréstimo é um excelente meio de minimizar um eventual calote.

É por conta disso que as empresas devem ter muito cuidado e controle no momento da concessão do crédito.

3.8.2 Cláusulas restritivas de empréstimos

As cláusulas restritivas de empréstimos são cláusulas contratuais nos contratos de empréstimos que a longo prazo que estabelecem certas restrições operacionais e financeiras ao tomador.

Contratos de empréstimos a longo prazo resultantes quer de um empréstimo negociado a longo prazo, quer da emissão de títulos negociáveis, normalmente incluem certas cláusulas restritivas, que impõem certas restrições operacionais e financeiras do tomador. A lógica é básica, pois já que o credor está comprometendo seus fundos por um longo período, certamente ele deve procurar se proteger.

As cláusulas restritivas, juntamente com as cláusulas padronizadas de empréstimo, permitem ao credor monitorar e controlar as atividades do tomador para se proteger. GITMAN (1997, p. 469), exemplifica que “sem essas cláusulas, o tomador poderia “levar vantagem” sobre o credor, agindo no sentido de elevar o risco da empresa, talvez pelo investimento de todo o capital da empresa na loteria estadual, sem ser obrigado a pagar ao credor um retorno maior (juro)”.

De certa forma as cláusulas restritivas se mantêm em vigor durante toda a vida do contrato de financiamento, onde entre as mais comuns conforme indicação de GITMAN (1997) tem-

se: 1. A exigência do tomador a manutenção de um nível mínimo de capital circulante liquido. Capital circulante liquido abaixo do mínimo é considerado indicativo de liquidez inadequada, um precursor da falta de pagamento e, em última instância, da falência; 2. Os tomadores são proibidos de vender contas a receber para gerar caixa, pois tal operação poderia causar um problema de caixa a longo prazo, se essas entradas fossem usadas para quitar obrigações de curto prazo; 3. Credores a longo prazo normalmente impõem restrições quanto ao ativo permanente da empresa. Essas restrições para empresa são relativas à liquidação, aquisição e hipoteca dos ativos permanentes, frente ao fato que essas ações podem deteriorar a capacidade da empresa para pagar seus débitos; 4. Vários contratos que concedem financiamento proíbem os empréstimos subseqüentes, submetendo-os a subordinação, isto é, todos os credores subseqüentes ou menos importantes concordam em esperar até que todas as reivindicações do atual credor sejam satisfeitas, antes de serem atendidas as suas; 5. Os tomadores podem ser proibidos de entrar em certos tipos de leasing para limitar obrigações adicionais com pagamentos fixos; 6. Ocasionalmente, o credor proíbe combinações, exigindo que o tomador concorde em não consolidar, fundir ou combinar-se com qualquer outra empresa. Tais ações poderiam produzir mudanças significativas no negocio e no risco financeiro do tomador; 7. Visando evitar a liquidação de ativos devido ao pagamento de altos salários, o credor pode proibir ou mesmo limitar o aumento de salários de alguns funcionários; 8. O credor pode incluir restrições administrativas, exigindo que o tomador mantenha certos funcionários na empresa, onde sem estes o futuro da empresa seria incerto; 9. Pode ainda o credor incluir cláusula limitando as alternativas do tomador quanto aos investimentos em títulos. Essa restrição protege o credor pelo controle de risco e negociabilidade dos títulos do tomador; 10. Eventualmente, poderá uma cláusula especifica exigir que o tomador aplique os fundos obtidos em itens de comprovada necessidade financeira; 11. Uma outra cláusula muito comum é de limitar a distribuição de dividendos em dinheiro a um máximo de 50 a 70% de lucro liquido, ou de uma determinada importância.

De todo modo no processo de negociação dos termos do contrato de empréstimo de longo prazo, credor e tomador devem concordar em definitivo sobre as cláusulas padronizadas e restritivas aceitáveis.

GITMAN (1997) destaca que a violação de quaisquer cláusulas padronizadas ou restritivas pelo tomador dá ao credor o direito de exigir o reembolso imediato dos juros acumulados e do principal do empréstimo.

Considerando as garantias financeiras, MERTON (2006, p. 292-293) destaca que são seguros contra o risco de crédito, ou seja, o risco de que a outra parte de contrato não cumpra com a obrigação, vindo a se tornar um inadimplente. Uma garantia de empréstimo é um contrato que obriga o fiador a efetuar o pagamento prometido de um empréstimo, se o tomador não o fizer. Finaliza o mesmo autor dizendo que “as garantias de empréstimo estão difundidas na economia e exercem um papel critico para facilitar os negócios”.

Mas este papel ou objetivo de facilitar, por muitas vezes acabam por dificultar, e aí mora um complicador, pois o governo e certas instituições, visando uma desburocratização na concessão do crédito, acabam por confundir isso, vindo por negligenciar algumas garantias financeiras essenciais.

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