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Aplicação de tecnologias eletroquímicas (oxidação via radicais hidroxila, oxidação mediada via cloro ativo e eletrocoagulação) para o tratamento de efluentes reais ou sintéticos

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Academic year: 2017

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(1)

Aplicação de tecnologias eletroquímicas (oxidação

via radicais hidroxila, oxidação mediada via cloro ativo

e eletrocoagulação) para o tratamento de efluentes reais ou sintéticos

Dayanne Chianca de Moura

____________________________________________

Tese de Doutorado

Natal/RN, outubro de 2014

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

INSTITUTO DE QUÍMICA

(2)

APLICAÇÃO DE TECNOLOGIAS ELETROQUÍMICAS

(OXIDAÇÃO VIA RADICAIS HIDROXILA, OXIDAÇÃO

MEDIADA VIA CLORO ATIVO E ELETROCOAGULAÇÃO)

PARA O TRATAMENTO DE EFLUENTES REAIS OU

SINTÉTICOS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências para obtenção do título de Doutor em Química.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto

Martínez-Huitle

NATAL - RN

(3)

Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN

Biblioteca Setorial do Instituto de Química Moura, Dayanne Chianca de.

Aplicação de tecnologias eletroquímicas (oxidação via radicais hidroxila, oxidação mediada via cloro ativo e eletrocoagulação) para o tratamento de efluentes reais ou sintéticos / Dayanne Chianca de Moura. – Natal, RN, 2015.

Natal, RN, 2014. 164 f. : il.

Orientador: Carlos Alberto Martínez-Huitle.

Tese (Doutorado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química.

1.Processos eletroquímicos – Tese. 2. Tratamento de Efluentes - Tese. 3. Efluente real da UFRN - Tese. 4. Corantes - Tese. 5. Oxidação Eletroquímica - Tese. 6. Materiais Eletrocatalíticos – Tese. I. Martínez-Huitle, Carlos Alberto II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

(4)
(5)

Dedico esta grande vitória aos meus pais, que nunca hesitaram

em abrir mão de seus próprios sonhos em favor de suas filhas.

(6)

A Deus, pelo dom da vida, por sua infinita bondade, graça, misericórdia e sua

presença tão real em meu viver... Meu Senhor muito obrigada!

Ao meu orientador, Prof. Dr. Carlos Alberto Martínez-Huitle, pelo crédito e pela

oportunidade não só de trabalhar em seu grupo de pesquisa, mas também de alcançar

esse objetivo. Obrigada mesmo pela confiança, orientação e, sobretudo, por ter sido um

orientador-amigo que sempre se mostrou disposto a me ouvir. As sérias e descontraídas

"charlas" sempre surtiram efeito. Jamais esquecerei das primeiras palavras de ânimo que

me dirigiu no dia em que fui acolhida, palavras que me trouxeram um alívio e renovou

um sonho.

Agradezco también a lo Prof. Dr Marco Antonio Quiroz de la Universidad de

Las Américas-Puebla por me haber recibido, por la bienvenida muy fraterna en mi

estancia de doctorado por allá y, principalmente por la amistad. No podría dejar de

agradecer también a todos del Laboratorio de Electroquímica y especialmente a la

Profa. Dra. Mónica Cerro-López por su atención y cuidado.

À Cynthia Kérzia pela dedicação, paciência, responsabilidade e cumplicidade;

uma pessoa que me acompanhou em quase todos os momentos de experimento. À

Elisama pela disponibilidade em ensinar como dar os primeiros passos no laboratório;

sua ajuda foi fundamental. À Martha Gallegos, Izabelle e Mariana pela grandiosa ajuda

nos trabalhos experimentais. Obrigada mesmo pelo apoio!

A todos os colegas do Laboratório de Eletroquímica Ambiental e Aplicada, os

momentos de agradável convivência, de sérias conversas e não há como esquecer

também dos momentos de grande descontração. Todos eles foram valiosos!

Agradeço à equipe da Química Tecnológica - professores, Reunis, técnicas de

laboratório e monitores - obrigada pela respeitosa convivência e principalmente, por

fazerem parte da formação na docência assistida.

Também não poderia deixar de registrar um agradecimento especialíssimo à

Aline Felipe e Danielle Maia: conseguiram enxergar o que eu, num determinado

momento, não podia ver. Como vocês foram importantes!

À minha família por estarem sempre de forma tão intensa em minha vida. Aos

meus pais Pedro e Valda e às minhas irmãs Daniella e Darlenne por sofrerem e

vibrarem cada conquista. Ah, e a Clarinha obrigada pelos sorrisos que tanto alegram

(7)

um obstáculo.

Aos que fazem parte do Instituto de Química, professores e funcionários.

À CAPES, pelo suporte financeiro concedido.

A todas as pessoas que, de alguma forma, participaram e contribuíram para a

(8)

“Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje,

mas continue em frente de qualquer jeito.”

Martin Luther King Jr

“Tudo é possível ao que crê.”

(9)

Neste trabalho foi estudada a degradação de efluentes reais e sintéticos utilizando processos eletroquímicos, como oxidação via radicais hidroxila, oxidação mediada via cloro ativo e eletrocoagulação. O efluente real utilizado foi coletado no tanque decantador da Estação de Tratamento de Efluentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ETE-UFRN) e o outro, um efluente do corante têxtil Azul Ácido113 (AB 113) foi sintetizado em laboratório. No processo eletroquímico, os efeitos do material anódico, da densidade de corrente, da presença e da concentração de cloreto assim como das espécies de cloro ativa geradas in situ foram avaliados. Eletrodos de diferentes composições, Ti/Pt, Ti/Ru0,3Ti0,7O2, DDB, Pb/PbO2 e Ti/TiO2

-nanotubos/PbO2 foram utilizados como ânodos. Esses eletrodos foram submetido à

análises eletroanalíticas com o objetivo de verificar como acontecem os processos anódicos e catódicos frente as concentrações de NaCl e eletrólito suporte utilizado. Os potencias de desprendimento de oxigênio também foram verificados. O efeito das espécies de cloro ativo formadas sob a eficiência do processo foi avaliado através da remoção da matéria orgânica do efluente UFRN. O tratamento do efluente ETE-UFRN usando os eletrodos Ti/Pt, DDB e Ti/Ru0,3Ti0,7O2 foi avaliado, obtendo boas

performances. A degradação eletroquímica do efluente ETE-UFRN foi capaz de promover a diminuição da concentração de COT e DQO em todos os ânodos testados. Entretanto, Ti/Ru0,3Ti0,7O2 apresentou uma degradação considerável devido as espécies

de cloro ativa geradas in situ. Os resultados obtidos com o processo eletroquímico na

presença de cloreto foram mais satisfatórios do que aqueles obtidos na ausência. A adição de 0,021 M NaCl resultou em remoções mais rápidas da matéria orgânica. Num segundo momento, foi preparado e caracterizado o eletrodo Ti/TiO2-nanotubos/PbO2 de

acordo com o que reporta a literatura, entretanto sua preparação foi para um disco (10 cm de diâmetro) com área superficial bem superior ao descrito pelos mesmos autores, visando aplicação ao efluente do corante têxtil AB 113. Imagens de MEV foram tomadas a fim de se observar o crescimento dos nanotubos de TiO2 bem como confirmar

a eletrodeposição do PbO2. Também foi utilizado um microscópio de Força Atômica

para comprovar a formação desses nanotubos. Além disso, foi testada e constatada uma alta estabilidade eletroquímica do eletrodo Ti/TiO2-nanotubos/PbO2 para aplicações a

longo prazo indicando como um ótimo material eletrocatalítico. A oxidação eletroquímica do AB 113 utilizando Ti/Pt, Pb/PbO2, Ti/TiO2-nanotubos/PbO2 e Al/Al

(eletrocoagulação) também foi estudada. Entretanto, as melhores remoções de cor e decaimento de DQO foram obtidas quando Ti/TiO2-nanotubos/PbO2 foi utilizado como

ânodo, removendo até 98% de cor e 92,5% de decaimento de DQO. Análises de CG/EM foram realizadas a fim de se identificar os possíveis intermediários formados na degradação do AB 113.

(10)

In this work the degradation of real and synthetic wastewater was studied using electrochemical processes such as oxidation via hydroxyl radicals, mediated oxidation via active chlorine and electrocoagulation. The real effluent used was collected in the decanter tank of the Federal University of Rio Grande do Norte (ETE-UFRN) of Effluent Treatment Plant and the other a textile effluent dye Ácido Blue 113 (AB 113) was synthesized in the laboratory. In the electrochemical process, the effects of anode material, current density, the presence and concentration of chloride as well as the active chlorine species on site generated were evaluated. Electrodes of different compositions, Ti/Pt, Ti/Ru0,3Ti0,7O2, BDD, Pb/PbO2 and Ti/TiO2-nanotubes/PbO2 were

used as anodes. These electrodes were subjected to electroanalytical analysis with the goal of checking how happen the anodic and cathodic processes across the concentrations of NaCl and supporting electrolyte used. The potential of oxygen evolution reaction were also checked. The effect of active chlorine species formed under the process efficiency was evaluated by removing the organic matter in the effluent-ETE UFRN. The wastewater treatment ETE-UFRN using Ti/Pt, DDB and Ti/Ru0,3Ti0,7O2 electrodes was evaluated, obtaining good performances. The

electrochemical degradation of effluent-UFRN was able to promote the reduction of the concentration of TOC and COD in all tested anodes. However, Ti/Ru0,3Ti0,7O2 showed a

considerable degradation due to active chlorine species generated on site. The results obtained from the electrochemical process in the presence of chloride were more satisfactory than those obtained in the absence. The addition of 0.021 M NaCl resulted in a faster removal of organic matter. Secondly, was prepared and characterized the electrode Ti/TiO2-nanotubes/PbO2 according to what the literature reports, however

their preparation was to disk (10 cm diameter) with surface area and higher than that described by the same authors, aiming at application to textile effluent AB 113 dye. SEM images were taken to observe the growth of TiO2 nanotubes and confirm the

electrodeposition of PbO2. Atomic Force Microscope was also used to confirm the

formation of these nanotubes. Furthermore, was tested and found a high electrochemical stability of the electrode Ti/TiO2-nanotubes/PbO2 for applications such as long-term

indicating a good electrocatalytic material. The electrochemical oxidation of AB 113 using Ti/Pt, Pb/PbO2 and Ti/TiO2-nanotubes/PbO2 and Al/Al (electrocoagulation) was

also studied. However, the best color removal and COD decay were obtained when Ti/TiO2-nanotubes/PbO2 was used as the anode, removing up to 98% of color and

92,5% of COD decay. Analysis of GC/MS were performed in order to identify possible intermediates formed in the degradation of AB 113.

KEY WORDS: Effluent Treatment. Real Effluent UFRN. Dyes. Electrochemical

(11)

Figura 1.1 - Distribuição da água no planeta... 18

Figura 2.1 - Estrutura química de um azo corante... 26

Figura 2.2 - Exemplos de métodos de tratamento de efluentes... 29

Figura 2.3 - Conceito do sistema convencional de tratamento de esgotos... 33

Figura 2.4 - Valo de oxidação da ETE-UFRN. ... 35

Figura 2.5 - Tanque decantador da ETE-UFRN. ... 36

Figura 2.6 - Representação esquemática da oxidação eletroquímica de compostos orgânicos em ânodos de óxidos metálicos (MOX), formando superóxido (MOx+1). ... 43

Figura 2.7 - Mecanismo durante coagulação eletroquímica... 50

Figura 2.8 - a) Concentração em função do tempo; b) eficiência de corrente em função do tempo. ... 57

Figure 3.1 - Electrochemical flow cell configuration for the oxidation experiments at Ti/Pt and BDD anodes: (1) thermoregulated reservoir; (2) electrochemical flow cell; (3) power supply and (4) pump. ... 78

Figure 3.2 - Current density-potential curves for the Pt electrode in the presence of different amounts of NaCl on (a) Pt/Ti and (b) BDD anodes. Na2SO4 as supporting electrolyte; scan rate: 5 mV s−1 and 25°C. ... 81

Figure 3.3 - (a) % of COD removal and (b) %TCE, as a function of applied current density (2.5 and 5.0 mA cm−2), during direct electrochemical oxidation of real effluent by using Ti/Pt and BDD anodes... 83

Figure 3.4 - (a) % of COD removal and (b) %TCE, as a function of applied current density (2.5 and 5.0 mA cm−2), during Cl- mediated oxidation of real effluent by using Ti/Pt and BDD anodes………. 85

Figure 4.1 - Diagram of the one-compartment electrochemical cell used

for studying active chlorine production as well as Cl- mediated

oxidation of real effluent: C, counter, R, reference, and W,

(12)

electrocatylitic material used (c, EPMA spectrum), as anode, for

studying active chlorine production as well as Cl- mediated

oxidation of real effluent... 99

Figure 4.3 - EDS layered image as evidence of the dispersion/distribution of

each one of the components of anode used……… 100

Figure 4.4 - Cyclic voltammetric curves obtained at Ti/Ru0.3Ti0.7O2

electrode in absence (Na2SO4 0.01 mol L-1) and in the presence

of NaCl (1.5; 2.5; 3.5 g L-1) recorded at 10 mV s-1……… 100

Figure 4.5 - Linear polarization curves recorded at Ti/Ru0.3Ti0.7O2 electrode

in absence (Na2SO4 0.01 mol L-1) and in the presence of NaCl

(1.5; 2.5; 3.5 g L-1), scan rate 10 mV s-1……….. 103

Figure 4.6 - Active chlorine concentrations assessed in the course of the

electrolysis of a solution containing with 2.5 g L-1 of NaCl by

applying 25, 50 and 75 mA cm-2 at 25 °C……….. 105

Figure 4.7 - TOC removal efficiency as a function of applied current density

(25; 50 and 75mA cm-2) after 10 min of electrochemical

treatment of real effluent by Cl- mediated oxidation……….. 107

Figure 4.8 - Profile of pH behavior, as a function of time at different current densities (25; 50 and 75 mA cm-2), during electrochemical treatment of real effluent collected from biological-physical chemical treatment station at UFRN... 110

Figure 5.1 - (a) SEM image of anodized Ti/TiO2-nanotubes. The inset (b) and

(c) are the SEM images of the magnified orderly arranged

nanotubes. (d) EDS spectrum regarding the composition analysis,

showing that it corresponds to TiO2... 120

Figura 5.2 - (a) SEM images of PbO2 deposit into Ti/TiO2-nanotubes and the

magnified orderly arranged PbO2-tetragonal crystals. (c) EDS

spectrum regarding the composition analysis, showing that the

thin film corresponds to PbO2... 120

Figura 5.3 - Electrochemical measurements obtained in H2SO4: a) CV curves

(13)

curves for both electrodes...

Figure 5.4 - Electrochemical treatment of synthetic dye effluent using a disk

Ti/TiO2-nanotubes/PbO2 anode with 65 cm2 of geometrical area

by using electrochemical flow cell. Color decay, as a function of

electrical charge passed, by applying different current densities.

The inset is the percentage of COD removal, as a function of

applied current density. ... 123

Figure 6.1 - Design of the electrochemical flow cell. 1a) Different

compartments of the cell: A) anodic compartment, B) electrolysis

compartment and C) Cathodic compartment. 1b) Electrolysis

compartment: One inlet and outlet section. 1c) Electrolyte

distribution in the central compartment toward electrode

surfaces... 136

Figure 6.2 - (a) SEM image of anodized Ti/TiO2-nanotubes, (b) magnification

of anodized Ti/TiO2-nanotubes (c) SEM image of the magnified

orderly arranged PbO2-tetragonal crystals and (d) SEM image of

PbO2 deposit into Ti/TiO2-nanotubes. ... 138

Figure 6.3 - Polarization curves at different electrodes obtained in 1 M H2SO4

with a scan rate of 50 mV s-1. Electrode area: 4 cm2……….. 139

Figure 6.4 - Graphs with values in percentage of colour removal during the

electrochemical treatment EC and EO, depending on the

electrical charge passed (Q), current density and process…………... 142

Figure 6.5 - Graphs with values in percentage of chemical oxygen demand

(COD) after electrochemical treatment…………...……… 142

Figure 6.6 - Chromatogram of a sample collection at the end of

electrooxidation time when the Ti/TiO2-nanotubes/PbO2

(14)

Table 3.1 - Energy consumption calculated from Eq. (13), per volume of

treated effluent during direct and mediated oxidation of a real

effluent... 87

Table 4.1 - Percentage of color and COD decays and energy consumption

for the indirect electro-oxidation with active chlorine of organic

pollutants in chloride solutions using undivided cells with

DSA-type anodes. ... 95

Table 4.2 - Operating potential (E), energy consumption and cost for the

electrochemical treatment by Cl- mediated oxidation... 110

Table 5.1 - The characteristics of Acid Blue 113 (AB 113)... 119

Table 6.1 - Percentage of color and COD removals and energy cost for the

electrochemical oxidation of selected dyes solutions using PbO2

and Pt anodes... 131

Table 6.2 - The characteristics of Acid Blue 113 (AB 113)……... 134

Table 6.3 - Values color removal, COD decay in percent, energy cost and

consumption, per volume of treated effluent during anodic

oxidation of AB 113 for: (i) different applied current densities

and (ii) several anodes. [AB]0 =250 mg dm-3, electrolyte: Na2SO4

(15)

A - Ampere.

AB 113 - Corante Azul Ácido.

ADE - Ânodo Dimensionalmente Estável (em inglês Dimensionally Stable

Anodes, DSA).

DDB - Diamante Dopado com Boro (em inglês Boron Doped Diamond,

BDD).

CG/EM - Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massa (em inglês

Gas Chromatography Mass Espectrometry, GC/MS).

Cl- - Íons Cloreto.

CI - Color Index.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente.

COT - Carbono Orgânico Total (em inglês Total Organic Carbon, TOC).

DQO - Demanda Química de Oxigênio (em inglês Chemical Oxygen Demand,

COD).

EC - em inglês Electrocoagulation.

EDX - Espectroscopia de Difração de Raios X (em inglês X-Ray

Diffractometer, XRD).

ETE - Estação de Tratamento de Efluentes.

J - Densidade de corrente.

kWh - Kilowatt hora.

kWh m-3 - Kilowatt hora por metro cúbico.

mA cm-2 - Miliampere por centímetro quadrado.

MEV - Microscopia Eletrônica de Varredura (em inglês Scanning Electron

Microscope, SEM).

MFA - Microscopia de Força Atômica (em inglês Atomic Force Microscopy,

AFM).

OE - Oxidação eletroquímica (em inglês Electrochemical Oxidation, EO).

POAs - Processos Oxidativos Avançados (em inglês Advanced Oxidation

Processes, AOP).

RDO - Reação de Desprendimento de Oxigênio (em inglês Oxygen Evolution

Reaction, OER).

Ti/Pt - Platina suportada em Titânio.

(16)

CAPÍTULO 1 1.I INTRODUÇÃO... 18

CAPÍTULO 2 ASPECTOS TEÓRICOS... 23

2.1 PROBLEMA AMBIENTAL... 23

2.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL... 24

2.3 CONTAMINAÇÃO DA INDÚSTRIA TÊXTIL... 24

2.4 CORANTES TÊXTEIS E SUA CLASSIFICAÇÃO... HPAs... 25 2.5 TRATAMENTOS DE EFLUENTES... HPAs... 28 2.5.1 Tratamento Biológico... HPAs... 30 2.5.2 Tratamento Físico-Químico... 30

2.5.3 Tratamento Químico... HPAs... 31 2.6 ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES (ETE)... 33

2.6.1 ETE – UFRN... 34

2.7 TECNOLOGIAS ELETROQUÍMICAS... 37

2.7.1 Oxidação Eletroquímica... 39

2.7.1.1 Reações nos Eletrodos... 42

2.7.1.2 Eletrodos Utilizados... 45

2.7.2 Eletrocoagulação... 49

2.7.2.1 Reações de Eletrocoagulação com Eletrodos de Alumínio... 51

2.8 DENSIDADE DE CORRENTE LIMITE... 55

2.9 MÉTODOS ANALÍTICOS PARA QUANTIFICAR MATÉRIA... ORGÂNICA 58 2.9.1 Demanda Química de Oxigênio (DQO)... 58

2.9.2 Carbono Orgânico Total (COT)... 59

REFERÊNCIAS... 62

CAPÍTULO 3 CL- MEDIATED ELECTROCHEMICAL OXIDATION FOR TREATING AN EFFLUENT USING PLATINUM AND DIAMOND ANODES………. 73

3.1 INTRODUCTION……… 74

3.2 MATERIALS AND METHODS……….. 77

(17)

3.2.4 Electro-oxidation Experiments……….. 77

3.2.5 Analytical Methods……….……… 78

3.3 RESULTS AND DISCUSSION... 80

3.3.1 Polarization Curves in the Presence of Halide Ion………... 80

3.3.2 COD Removal by Electrochemical Treatment………. 82

3.3.3 Effect of NaCl Dissolved in the Effluent……… 84

3.3.4 Energy Consumption Estimation………... 87

3.4 CONCLUSIONS... 88

CAPÍTULO 4 ACTIVE CHLORINE SPECIES ELECTROGENERATED ON Ti/Ru0.3Ti0.7O2 SURFACE: ELECTROCHEMICAL BEHAVIOR, CONCENTRATION DETERMINATION AND THEIR APPLICATION………. 92

4.1 INTRODUCTION………. 93

4.2 EXPERIMENTAL……… 96

4.2.1 Reagents………... 96

4.2.2 Surface Analysis...………... Analysis………... 96 4.2.3 Electrochemical Measurements………. 97

4.2.4 Active Chlorine Species………... 97

4.2.5 Electro-oxidation Experiments……….. 98

4.2.6 Characteristics of the Wastewater Effluent Generated by UFRN 99 4.3 RESULTS AND DISCUSSION………... 99

4.3.1 Surface Morphology……… 99

4.3.2 Electrochemical Measurements………. 100

4.3.3 Electrolysis of Chloride Solutions………...…... Solutions………... 104 4.3.4 Electrochemical Treatment of Actual Effluent………. 107

4.3.5 Energy Consumption and Cost……….. 110

4.4 CONCLUSIONS………... 111 CAPÍTULO 5

LARGE DISK ELECTRODES OF Ti/TiO2-NANOTUBES/PbO2

(18)

5.1 INTRODUCTION………...

..

116

5.2 EXPERIMENTAL………....

...

117

5.2.1 Preparation of Ti/TiO2-nanotubes and Ti/TiO2-nanotubes/PbO2 117

5.2.2 Surface Characterization……… 6.2.3 Electrochemical measurements 118 5.2.3 Electrochemical Experiments………. 118

5.3 RESULTS AND DISCUSSION... 119

5.4 CONCLUSIONS………... 124

CAPÍTULO 6 ELECTROCHEMICAL DEGRADATION OF ACID BLUE 113 BY USING DIFFERENT ELECTRODE MATERIALS……….... 129

6.1 INTRODUCTION………... .. 130 6.2 EXPERIMENTAL……….... ... 133 6.2.1 Chemicals and Dye Solution………... 133

6.2.2 Electrodes………... 134

6.2.3 Surface Analysis of Ti/TiO2-nanotubes/PbO2………... 135

6.2.4 Electrochemical Measurements………. 135

6.2.5 EO and EC Experiments……… 135

6.2.6 Analytical Methods………. 136

6.2.7 Gas Chromatography-Mass Spectrometry (GC/MS) Analysis…... 137

6.3 RESULTS AND DISCUSSION………... 138

6.3.1 Surface Analysis of Ti/TiO2-nanotubes/PbO2………... 138

6.3.2 Electrochemical Measurements………. 139

6.3.3 Colour Removal and COD Decay……….. 140

6.3.4 Energy Consumption Estimation………... 143

6.3.5 Final by-Products Identification……… 143

6.4 CONCLUSIONS………... 144

CAPÍTULO 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS………... 150

CAPÍTULO 8 PRODUÇÃO CIENTÍFICA………... 153

(19)

CAPÍTULO 1

(20)

1 INTRODUÇÃO

A água é um bem precioso e insubstituível. Além de ser um elemento vital para

a existência da própria vida na Terra, a água é um recurso natural que pode propiciar

saúde, conforto, riqueza ao homem, etc. Não sendo utópico sem ela toda a vida acabaria

pois ela exerce grande importância para a manutenção da vida de todas as espécies do

planeta. Exemplo disso, 80% do nosso organismo é composto por água. Muitas pessoas,

sabendo da maior parte da composição do nosso planeta, afirmam categoricamente que

ele não deveria se chamar “Terra”, e sim “Água”, uma vez que cerca de 70% de sua

superfície é composta por essa substância. Cerca de 97,5% da água disponível no

mundo está nos oceanos e apenas 2,5% é água doce. A Figura 1.1 apresenta o panorama

geral da distribuição de água no planeta.

Figura 1.1 Distribuição da água no planeta.

Fonte: Revista Galileu, 2014.

Apesar da proporção reduzida de água potável disponível, ainda assim o volume

de água é muito grande. No entanto, o seu mau uso vem reduzindo drasticamente a

qualidade desse recurso natural e, consequentemente, sua disponibilidade. O lançamento

de efluentes industriais (óleo, corantes, etc), agrícolas (pesticidas e fertilizantes

químicos), de lixo e de esgoto doméstico são os principais responsáveis pela poluição

das águas. Poluição é uma alteração ecológica provocada pelo ser humano, que

prejudique, direta ou indiretamente, a vida ou o bem-estar, como danos aos recursos

naturais como a água e o solo e impedimentos a atividades econômicas como a pesca e a

(21)

de matéria orgânica, o que levam ao aumento da quantidade de nutrientes disponíveis

nos cursos hídricos, fenômeno denominado eutrofização. A eutrofização é um processo

normalmente de origem antrópica (provocado pelo homem), ou raramente de ordem

natural, tendo como princípio básico a gradativa concentração de matéria orgânica

acumulada nos ambientes aquáticos. Durante esse processo, a quantidade excessiva de

minerais (fosfato e nitrato) induz a multiplicação de micro-organismos (algas) que

habitam a superfície da água, formando uma camada densa, impedindo a penetração da

luminosidade. Esse fato implica na redução da taxa fotossintética nas camadas

inferiores, ocasionando o déficit de oxigênio suficiente para atender a demanda

respiratória dos organismos aeróbios (peixes e mamíferos aquáticos), que em virtude

das condições de baixo suprimento, não conseguem sobreviver, aumentando ainda mais

o teor de matéria orgânica no meio.

Em consequência, o número de agentes decompositores também se eleva

(bactérias anaeróbias facultativas), atuando na degradação da matéria morta, liberando

toxinas que agravam ainda mais a situação dos ambientes afetados, comprometendo

toda a cadeia alimentar, além de alterar a qualidade da água, também imprópria ao

consumo humano.

Diante do grande problema relacionado à poluição e consequentemente escassez

da água no planeta, as entidades governamentais em todo o mundo têm despertado seus

interesses em discutir essa questão através de conferências e fóruns criando protocolos e

legislações com o objetivo de minimizar os efeitos causados pela intervenção antrópica

no meio ambiente. É exatamente neste momento que pesquisadores veêm a

oportunidade de aliar seus conhecimentos científicos aos grandes desafios oriundos dos

mais diversos problemas ambientais que o homem tem causado ao longo do tempo.

Com isso a necessidade de se desenvolver tecnologias cada vez mais limpas, torna-se

desenfreado o trabalho desta parcela tão importante da sociedade. Apesar dos

governantes de alguns países não considerarem primordiais, pesquisadores e empresas

preocupados com a sustentabilidade buscam dia a dia alternativas que visam contribuir

para conservação do nosso bem comum, o meio ambiente que desejamos para as

gerações futuras.

Indubitavelmente, de todas as crises sociais e naturais que os seres humanos

devem enfrentar, a dos recursos hídricos é a que mais afeta a nossa sobrevivência. Essa

(22)

que a mesma possa ser reutilizada. Atualmente, diversas metodologias têm sido

utilizadas para este fim. Entretanto, o surgimento de novas técnicas torna-se um desafio

tendo em vista o aumento da necessidade de se tratar efluentes cada vez mais diversos e

que atendam aos limites estabelecidos pelas legislações ambientais no Brasil e no

mundo.

Com isso, as tecnologias eletroquímicas têm alcançado um destaque onde não

apenas são comparáveis com outras tecnologias em termos de custo, mas são, também,

mais eficientes e compactas. Para algumas situações, as tecnologias eletroquímicas

podem ser a etapa indispensável para tratar efluentes que contenham poluentes

resistentes (CHEN, 2004).

Dentro da temática relatada nesta introdução, o Capítulo 2 apresenta os aspectos

teóricos que permeiam, isto é, fundamentam esta Tese. Assuntos como contaminação,

remediação, tipos de tratamento e uma ênfase às tecnologias eletroquímicas

(mecanismos, tipos de eletrodos, reações, etc.) foram abordados.

Um dos métodos mais populares de tratamento de efluentes e desinfecção de

água utilizados no mundo é a eletrocloração. Baseado nisto, investigou-se a produção de

espécies de cloro ativo, assim como, espécies reativas de oxigênio com aplicação ao

tratamento de um efluente real, aqui denominado de efluente ETE-UFRN. Os resultados

dessa investigação estão apresentados no Capítulo 3 e teve como objetivo estudar o

papel da relação de cloreto na reação de desprendimento de oxigênio utilizando os

ânodos de Ti/Pt e DDB. Estes resultados foram escritos na forma de artigo e publicado

no Journal Electroanalytical Chemistry.

A fim de se verificar quais espécies são formadas no processo de Oxidação

Indireta (neste caso, mediada por cloreto) e suas respectivas concentrações, decidiu-se

estudar a influência da adição de uma pequena concentração de NaCl frente ao eletrodo

Ti/Ru0.3Ti0.7O2 classificado como ADE (Capítulo 4). A escolha deste eletrodo pode ser

justificada pelas suas características: apresentam elevada estabilidade, alta produção de

espécies oxidantes levando a eficiências de corrente de 81% a 93%. O tratamento do

efluente ETE-UFRN foi realizado via essas espécies de cloro ativo eletrogeradas onde

obtivemos valores consideráveis de remoção de matéria orgânica com publicação no

Journal of Water Process Engineering.

Já o Capítulo 5, que gerou o terceiro artigo desta Tese, também já se encontra

(23)

preparação de um novo eletrodo. Isto foi possível graças a uma experiência realizada na

Universidad de Las Américas Puebla (UDLAP), México, sob a orientação do Prof Dr.

Marco Antonio Quiroz. A caracterização deste eletrodo (Ti/TiO2-nanotubos/PbO2)

apontam-o como um material promissor para a degradação de orgânicos. Com isso,

decidiu-se trabalhar com um efluente contendo o corante têxtil Azul Ácido 113,

sintetizado em laboratório.

A degradação do corante através do eletrodo Ti/TiO2-nanotubos/PbO2

apresentou ótimas eficiências e a partir daí decidiu-se comparar com outros tipos de

materias anódicos, como Ti/Pt e Pb/PbO2, assim como Al/Al através do método de

eletrocoagulação (Capítulo 6). Também escrito na forma de artigo, pretende-se

submeter ao Environmental Nanotechnology, Monitoring and Management.

A pesquisa objetivou também estimar o consumo de energia elétrica e calcular o

custo do tratamento por litro de efluente tratado visando sua utilização em amostras

(24)

CAPÍTULO 2

(25)

2 ASPECTOS TEÓRICOS

2.1 PROBLEMA AMBIENTAL

As preocupações com a temática dos recursos hídricos que permeia um dos

maiores problemas ambientais no mundo atual tem se potencializado e despertado o

interesse da comunidade científica levando ao desenvolvimento de inúmeras pesquisas,

sobretudo para o desenvolvimento de técnicas adequadas visando o enquadramento às

legislações vigentes que se apresentam cada vez mais rigorosas, devido a pressão da

sociedade por políticas ambientais responsáveis.

Até o fim do século passado, a água era tida como um recurso praticamente

inesgotável, infelizmente esta ideia se tornou equivocada, pois constantes variações

geoclimáticas vêm alterando a disponibilidade de água potável, sendo essas mudanças

decorrentes do trabalho humano (desmatamento, emprego indiscriminado de defensivos

agrícolas, assoreamento de rios e nascentes, impermeabilização dos solos, poluição da

atmosfera, ocupação de mananciais, etc) (PEREIRA e FREIRE, 2005).

O avanço industrial e o aparecimento de novas tecnologias evidenciados nos

últimos anos fizeram com que o homem começasse a se preocupar com esses problemas

ambientais. Não só o crescimento tecnológico deve ser compatível com a preservação

ambiental como também o surgimento de novas técnicas de tratamento de efluentes se

fazem necessárias, com a finalidade de unir baixos custos à eficiência da preservação

ambiental e da saúde pública.

O impacto do custo financeiro cada vez mais alto tem levado a maioria das

empresas à conclusão de que é vantajoso tomar a iniciativa de gerenciar e tratar

adequadamente os seus resíduos. As políticas industriais de minimização da geração de

resíduos, por sua vez, têm levado à produção de efluentes com novas características.

Várias tecnologias foram desenvolvidas para o tratamento de efluentes industriais. A

seleção da tecnologia depende das características do efluente e da qualidade que se

deseja para o produto final, além de custo e facilidade de operação do processo.

Portanto, um dos maiores desafios da indústria no novo milênio é conviver

pacificamente com o meio ambiente em tempos de escassez de recursos hídricos. A

geração de uma enorme quantidade de efluentes industriais, acompanhada da

(26)

tem obrigado a indústria a adotar novas políticas ambientais (AL-READHWAN et al.

2005).

2.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A legislação ambiental brasileira constituída pela Lei 6.938/1981, e Resolução

001/1986 do Conselho Nacional do Meio ambiente (CONAMA) conceituou as águas

interiores, as superficiais e as subterrâneas como um recurso ambiental, e a degradação

da qualidade ambiental, por sua vez, como qualquer alteração adversa desse recurso

(BRASIL, 1981; 1986).

No Brasil não há leis ou resoluções que determinem a prática de reúso na

indústria, contudo, existe a obrigatoriedade de tratamento antes do descarte, prevista na

Resolução 430/2011 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que

estabelece os parâmetros de qualidade para lançamento do efluente em corpos

receptores além de complementar a Resolução do CONAMA 357/2005. Ela determina

que efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente

nos corpos receptores após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições,

padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis. Seu

artigo 27 dispõe que as fontes potencial ou efetivamente poluidoras dos recursos

hídricos deverão buscar práticas de gestão de efluentes com vistas ao uso eficiente da

água, à aplicação de técnicas para redução da geração e melhoria da qualidade de

efluentes gerados e, sempre que possível e adequado, proceder à reutilização (BRASIL,

2011).

2.3 CONTAMINAÇÃO DA INDÚSTRIA TÊXTIL

A indústria têxtil tem causado uma enorme preocupação em estudiosos. Forgacs

et al. 2004 afirmam que a utilização de corantes sintéticos têm se tornado um dos

problemas ambientais mais relevantes devido ao seu uso extensivo em muitos campos

da tecnologia até os dias atuais, bem como em vários ramos da indústria têxtil, como

por exemplo na produção de papel, na indústria alimentícia, no curtimento de couro, na

pesquisa agropecuária, em células foto-eletroquímicas e também em tingimento de

cabelos. Devido sua produção ser feita em grande escala e aplicação extensiva, os

(27)

fatores que põem em risco a saúde humana. Se não forem tratados adequadamente antes

de lançados nos corpos receptores, os efluentes provenientes da indústria de corantes ou

de processos envolvendo tintura têxtil podem alterar o ecossistema e por em risco a

saúde da população.

O efluente descartado sem tratamento adequado afeta diretamente o meio

ambiente causando danos, que em alguns casos são irreparáveis. Isso se dá pelo fato de

que alguns corantes e seus intermediários apresentam alta aromaticidade e são de baixa

biodegradabilidade (ARSLAN et al. 2000 e SAUER et al. 2002) e ainda, por serem

coloridos, alteram a qualidade da água, provocando a redução da penetração da luz e,

consequentemente, interferindo no processo de fotossíntese, afetando, então, a

oxigenação dos corpos aquáticos e, com isso, os seres vivos de tal habitat e os que deles

se alimentam (NEAMTU et al. 2002). Além disso, certas classes de corantes, assim

como seus subprodutos, podem ser carcinogênicos e/ou mutagênicos. Estudos indicam

que a poluição colorida de cursos d’água começa a ser observável a concentrações a partir de 1 mg L-1 (CATANHO et al. 2006).

Em razão disso, vários estudos têm buscado encontrar formas de solucionar essa

problemática de contaminação por parte da indústria têxtil. Dentre as várias

metodologias utilizadas para tratar efluentes têxteis pode-se citar, adsorção em carvão

ativado, biodegradação utilizando micro-organismos, métodos físico-químicos (como

precipitação, juntamente com adição de agentes complexantes), ou seja, métodos

tradicionais de tratamento de efluentes industriais e, a oxidação eletroquímica. Nesse

sentido, técnicas eletroquímicas têm sido propostas para o tratamento de efluentes

diversos. Nesses processos, compostos aromáticos podem ser convertidos em produtos

biodegradáveis ou, eventualmente, em CO2 e H2O onde são denominados de combustão

eletroquímica (COMNINELLIS, 1994).

2.4 CORANTES TÊXTEIS E SUA CLASSIFICAÇÃO

A remoção ou a descoloração de corantes de águas residuárias constitui-se em

uma grande preocupação da indústria têxtil, antes do descarte, devido à rigorosa

legislação vigente (PASCHOAL e TREMILIOSI-FILHO, 2005). Em geral, a maior

preocupação com relação aos efluentes têxteis está associada à ampla utilização de

corantes sintéticos da família dos azocorantes, os quais possuem caráter carcinogênico e

(28)

O uso de corantes vem desde a antiguidade, quando os pigmentos eram extraídos

das plantas. São definidos como substâncias orgânicas utilizadas para colorir

parcialmente fibras têxteis, couros, papéis, etc e podem ser classificados de acordo com

a estrutura química do seu grupo cromóforo (responsável pela cor que absorve a luz

solar) ou de acordo com o grupo funcional (que permite a fixação nas fibras do tecido).

Existem vários tipos de grupos cromóforos, tais como antraquinona, nitro e azo. No

entanto, o grupo mais largamente usado pertence à família dos azocorantes (60 %) que

são formados, principalmente, por dois ou mais grupamentos azo (-N=N-) ligados a

anéis aromáticos. A Figura 2.1 apresenta a estrutura de um corante do tipo azo. Eles

constituem cerca de 70% de todos os corantes sintéticos (KUSIC et al. 2007) devido à

facilidade de obtenção e à variedade de produtos que através deles (tipo azo) podem ser

obtidos.

Figura 2.1 - Estrutura química de um azo corante.

Fonte: Autor, 2014.

Alguns dos principais grupos de corantes, de acordo com o modo de fixação, são

apresentados a seguir (ALCÂNTARA e DALTIN, 1996):

a) Corantes Ácidos: são aqueles onde o grupo cromóforo é um ânion (normalmente

sulfonatos orgânicos do tipo RSO2O-). Estes substituintes tornam o corante solúvel em

água e têm grande importância no método de aplicação do corante em fibras protéicas

(29)

b) Corantes Básicos: são aqueles onde o grupo cromóforo é um cátion (normalmente um

sal de amina ou um grupo imino ionizado); ligações iônicas são formadas entre o cátion

da molécula do corante, e os sítios aniônicos na fibra. São usados para colorir também

lã e seda, embora tenham moderada aderência a esses materiais.

c) Corantes Diretos: são solúveis em água e possuem alta afinidade com algodão e

outras fibras de celulose. São aplicados diretamente de um banho neutro contendo NaCl

ou Na2SO4.

d) Corantes Dispersos: insolúveis em água e são aplicados em fibras de celulose e em

outras fibras hidrofóbicas através de suspensão. Durante o processo de tintura, o corante

sofre hidrólise e a forma insolúvel é lentamente precipitada na forma dispersa

(finamente divida) sobre acetato de celulose, nylon, poliéster e poliacrinonitrila.

e) Corantes Reativos: são corantes contendo um grupo eletrofílico (reativo) capaz de

formar ligação covalente com grupos hidroxila das fibras celulósicas, com grupos

amino, hidroxila e tióis das fibras protéicas e também com grupos amino das

poliamidas. Existem numerosos tipos de corantes reativos, porém os principais contêm a

função azo e antraquinona como grupos cromóforos e os grupos clorotriazinila e

sulfatoetilsulfonila como grupos reativos. Neste tipo de corante, a reação química se

processa diretamente através da substituição do grupo nucleofílico pelo grupo hidroxila

da celulose.

f) Corantes Azóicos: são compostos coloridos, insolúveis em água, que são sintetizados

sobre a fibra durante o processo de tingimento. Nesse processo a fibra é impregnada

com um composto solúvel em água, conhecido como agente de acoplamento (naftol)

que apresenta alta afinidade por celulose. A adição de um sal de diazônio (RN2+)

provoca uma reação com o agente de acoplamento já fixado na fibra e produz um

corante insolúvel em água. O fato de usar um sistema de produção do corante

diretamente sobre a fibra, através da combinação de um corante precursor sem grupos

sulfônicos e a formação de um composto solúvel, permite um método de tingimento de

fibras celulósicas (especificamente alongadas) com alto padrão de fixação e alta

(30)

g) Corantes de Enxofre: É uma classe de corantes que após a aplicação se caracterizam

por compostos macromoleculares com pontes de polissulfetos (-Sn-), os quais são

altamente insolúveis em água. Em princípio são aplicados após pré-redução em banho

de ditionito de sódio que lhes confere a forma solúvel, são reoxidados

subsequentemente sobre a fibra pelo contato com ar. Estes compostos têm sido

utilizados principalmente na tintura de fibras celulósicas, conferindo cores preto, verde

oliva, azul marinho, marrom, apresentando boa fixação. Entretanto, estes corantes

usualmente apresentam resíduos altamente tóxicos.

h) Corantes Branqueadores: são substâncias que quando aplicadas em tecidos brancos

proporcionam alta reflexão de luz, inclusive de comprimento de onda não visíveis que

são transformados em visíveis por excitação e retorno de elétrons aos níveis normais.

Estes corantes apresentam grupos carboxílicos, azometino N=CH-) ou etilênicos

(-CH=CH-) aliados a sistemas benzênicos, naftalênicos, pirênicos e anéis aromáticos.

A geração de uma enorme quantidade de efluentes industriais, acompanhada da

conscientização das conseqüências do descarte destes efluentes nos recursos naturais,

tem obrigado a indústria a adotar novas políticas ambientais (AL-READHWAN et al.

2005). Dependendo das substâncias que são utilizadas, diferentes tecnologias e

processos são aplicados em vários setores industriais. Com isso, conviver pacificamente

com o meio ambiente em tempos de escassez de recursos hídricos tem se tornado um

dos maiores desafios da indústria no novo milênio.

2.5 TRATAMENTOS DE EFLUENTES

As atividades humanas do dia-a-dia bem como as decorrentes da revolução

industrial têm influenciado o fluxo e armazenamento de água e a qualidade da água

doce disponível.

O estudo de tratamento de efluentes, sejam domésticos ou industriais, tem

ganhado bastante força nos últimos anos e um dos principais fatores que mais

impulsionam este tipo de estudo reside na escassez crescente de água potável existente

no globo terrestre bem como a alta estabilidade dos poluentes orgânicos que são

extremamente resistentes à luz e a agentes oxidantes moderados. Estes fatores têm

(31)

poluentes, cada vez mais rigorosos e o desenvolvimento de tecnologias adequadas para

o tratamento de efluentes.

A Figura 2.2 apresenta alguns dos processos utilizados assim como os métodos

eletroquímicos que têm sido considerados como uma alternativa inovadora por se tratar

de tecnologias que oferecem prevenção ou remediação ambiental.

Figura 2.2 - Exemplos de métodos de tratamento de efluentes.

Fonte: Adaptado de SANTOS et al, 2014.

A oxidação biológica é, certamente, o processo mais econômico, porém uma de

suas desvantagens é por requerer uma grande área para construção de tanques de

armazenamento de efluentes onde o volume a ser tratado permanece dias até completar

o tratamento através das bactérias facultativas que são as responsáveis pela degradação

da matéria orgânica. Os Métodos físico-químicos (filtração, coagulação, adsorção e

floculação), a oxidação química (uso de cloro, ozônio, peróxido de hidrogênio, a

oxidação do ar úmido) e os processos oxidativos avançados, mais comumente

conhecidos como POAs (reação de Fenton, ozônio + radiação UV, fotoquímica) são

(32)

Por causa das características extremamente diversas desses efluentes, que

normalmente contém uma mistura de compostos orgânicos e inorgânicos, nenhuma

estratégia universal de recuperação é viável. Por isso, aremoção de poluentes orgânicos

constitui um dos maiores objetivos do tratamento de efluentes. Entretanto, devido a sua

diversidade, não existe uma fórmula pronta e/ou adequada para utilização em qualquer

situação. Para atingir o objetivo, existem vários processos de tratamento, baseados em

fenômenos ou princípios físicos, químicos ou biológicos, ou ainda, em suas

combinações.

2.5.1 Tratamento Biológico

Processos biológicos são aqueles que dependem da ação de microrganismos

presentes nos efluentes. Geralmente constitue a alternativa mais econômica quando

comparado com outros processos químicos e físicos (SESHADRI et al. 1994 e

FORGACS et al. 2004 ). Alguns métodos de biodegradação são freqüentemente

aplicados para tratamento de efluentes, pois muitos microrganismos como bactérias,

algas e fungos são capazes de acumular e degradar diferentes poluentes. Entretanto, suas

aplicações são geralmente restritas. O tratamento biológico requer uma grande extensão

de área e é limitado pela sensibilidade das variações climáticas, bem como pela

toxicidade de alguns produtos químicos. Uma vantagem do tratamento biológico sobre

outros métodos de tratamentos físicos e químicos é que grande parte do material

orgânico presente, que é medido por testes de Demanda Química de Oxigênio (DQO),

pode ser convertido em material sólido (CRINI, 2005).

2.5.2 Tratamento Físico-químico

Os processos físicos são caracterizados por operações que removem substâncias

fisicamente separáveis dos líquidos ou que não se encontram em dissolução. Exemplos de

processos físicos: remoção de sólidos grosseiros; remoção de sólidos decantáveis; remoção

de sólidos flutuantes; remoção da umidade do lodo; filtração dos efluentes; incineração do

lodo; diluição dos efluentes; homogeneização dos efluentes e floculação.

Diferentes métodos físicos são também amplamente usados para a remoção de

cor, tais como processos de filtração com membrana (MO et al. 2008) (nanofiltração,

osmose reversa, eletrodiálise), troca iônica e técnicas de adsorção por carvão ativado,

(33)

inconveniência do processo de membrana é o custo de instalação do processo e o custo

de reposição periódica da membrana, inviabilizando economicamente muitas vezes sua

utilização.

De acordo com informações na literatura, adsorção em fase líquida é um dos

métodos mais populares e eficientes para remoção de poluentes de efluentes. O processo

de adsorção sólido-líquido explora a habilidade que certos sólidos têm de concentrar na

sua superfície substâncias específicas presentes em soluções aquosas. Dessa forma, os

componentes das soluções aquosas podem ser separados.

2.5.3 Tratamento Químico

Os processos químicos, como seu próprio nome já diz, são processos nos quais

ocorre adição de produtos químicos. São utilizados de forma auxiliar aos processos

físicos e biológicos, ou até mesmo complementando-os. Alguns métodos químicos de

tratamento de efluentes incluem coagulação ou floculação (GOLOB et al. 2005),

combinados com flotação e filtração, ozonização (OGUZ et al. 2005; JÓZWIAK et al.

2007), processos eletroquímicos (CRINI, 2005), oxidação química, cloração,

neutralização ou correção do pH e métodos de oxidações convencionais por agentes

oxidantes (JÓZWIAK et al. 2007). O processo químico de oxidação para remoção de

orgânicos é freqüentemente o mais usado devido ao seu manejo simples. Pode-se citar

como exemplo o efluente da indústria têxtil onde são constituídos de corantes sintéticos

que são resistentes a condições moderadas de oxidação, como ocorre em sistemas de

tratamento biológico. Então, uma remoção de cor adequada deve ser realizada por

agentes oxidantes mais poderosos, como por exemplo (OGUZ et al. 2005; JÓZWIAK

2007), ozônio ou até mesmo pelo processo de decomposição oxidativa utilizando

processo Fenton (JÓZWIAK et al. 2007).

O tratamento eletroquímico de efluentes coloridos é considerado um processo

moderno e um método poderoso de controle de poluição, oferecendo boa eficiência de

remoção. Em alguns casos, este processo não requer nenhum tipo de produto químico

adicional. Os equipamentos necessários e a operação são geralmente simples. Porém,

são processos que podem promover a formação de subprodutos indesejáveis que podem

ser mais nocivos do que as espécies iniciais do processo (GUARATINI e ZANONI

(34)

Outra metodologia bastante conhecida são os Processos Oxidativos Avançados

(POAs) que despertam grande interesse para o tratamento de efluentes, águas

superficiais e subterrâneas contaminadas. Os resultados de trabalhos experimentais com

diferentes substratos e amostras de águas contaminadas foram tão interessantes que

parcerias foram estabelecidas com indústrias em projetos de ampliação de escala.

Porém, para o desenvolvimento de tais técnicas, é muito importante a escolha do

processo, a construção e modelo da unidade fotoquímica, bem como a sua otimização

(BRAUN e OLIVEROS, 1997).

Apesar dos POA serem constituídos por diferentes sistemas reativos, todos têm a

mesma característica química: a produção de radicais hidroxilas (•OH) por um oxidante,

com exceção da fotólise da água com radiação Ultravioleta (UV) (BRAUN e

OLIVEROS, 1997). Os radicais •OH são espécies extraordinariamente reativas que

atacam a maioria das moléculas orgânicas com constantes de reação, usualmente, da

ordem de 106-109 m-1s-1. Estes processos também são caracterizados pela baixa

seletividade do ataque, o que é uma característica muito importante para um oxidante

utilizado no tratamento de efluentes. A versatilidade dos POAs é realçada pelo fato de

existirem diversas possibilidades para a produção dos radicais hidroxilas, o que permite

a escolha do método mais adequado de acordo com o tratamento necessário

(ANDREOZZI et al. 1999).

No entanto, todos estes métodos apresentam alguns inconvenientes importantes,

isto é, desvantagens. Por exemplo, filtração e adsorção nem sempre são suficientes para

atingir os limites de descarga (BOUSHER et al. 1997); coagulação e flotação geram

uma grande quantidade de sedimentos; oxidações químicas têm baixas taxas de

capacidade e precisam de transporte e armazenamento de reagentes perigosos; e os

POAs exigem elevados custos de investimento.

Como os regulamentos ambientais se tornam cada vez mais rigorosos são

necessários novos e promissores processos para o tratamento eficiente de vários tipos de

águas residuais com custos de operação relativamente baixos. Neste contexto, os

pesquisadores estão tentando vários processos alternativos, como a técnica

eletroquímica, oxidação úmida, ozonização, método fotocatalítico para a degradação de

compostos orgânicos.

As políticas industriais de minimização da geração de resíduos, por sua vez, têm

(35)

desenvolvidas para o tratamento de efluentes industriais. A seleção da tecnologia

depende das características do efluente e da qualidade que se deseja para o produto

final, além de custo e facilidade de operação do processo.

2.6 ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES (ETE)

As estações de tratamento de efluentes (ETE) em geral são constituídas de

diversas unidades, usualmente na forma de tanques, cada qual desempenhando

isoladamente uma ou mais funções específicas. Entretanto, cada unidade é operada de

maneira integrada com as demais, formando um sistema de tratamento para atingir o

objetivo comum que é a remoção de determinados constituintes do esgoto,

principalmente para a recuperação da água. A Figura 2.3 mostra esquematicamente a

composição de uma estação de tratamento completa convencional, até a desinfecção

final.

Figura 2.3 - Conceito do sistema convencional de tratamento de esgotos.

O tratamento de efluentes é usualmente classificado de acordo com os seguintes

níveis: preliminar; primário; secundário e terciário. O tratamento preliminar objetiva

apenas a remoção dos sólidos grosseiros, enquanto o tratamento primário visa a

remoção de sólidos sedimentáveis e parte da matéria orgânica. Em ambos predominam

os mecanismos físicos de remoção de poluentes. Já no tratamento secundário, no qual

(36)

orgânica e eventualmente predominantes, nitrogênio e fósforo. O tratamento terciário

objetiva a remoção de poluentes específicos (usualmente tóxicos ou compostos não

biodegradáveis) ou ainda, a remoção complementar de poluentes não suficientemente

removidos no tratamento secundário. O tratamento terciário é bastante raro no Brasil.

O grau de remoção, desempenho ou eficiência de uma ETE é avaliado

comparando-se essas quantidades ou concentrações presentes no afluente e efluente.

Além do efluente líquido tratado, com qualidade compatível com o seu lançamento em

corpos receptores ou possível reuso, são gerados ainda no processo de tratamento,

subprodutos sólidos ou gasosos, os quais podem necessitar de posteriores tratamentos

específicos. Por isso, a busca de técnicas que minimizem essa geração torna-se um dos

principais atrativos existentes, quando de novas técnicas a serem empregadas.

2.6.1 ETE - UFRN

A estação de tratamento de esgoto da UFRN tem como objetivo destinar

adequadamente os efluentes sanitários gerados no Campus Central, eliminando os

sistemas de fossas sépticas e sumidouros que contaminam o solo e o lençol freático que

abastece o Campus.

O sistema de esgotamento sanitário do Campus Central é composto por

aproximadamente 7,0 km de rede coletora, Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) e

reuso do efluente tratado. O projeto da ETE foi elaborado no final da década de 70,

iniciando sua operação em 1981.

Diariamente cerca de 400.000 litros de efluentes chegam às instalações da

ETE. O tratamento é realizado em valo de oxidação com decantação secundária. A

escolha por essa concepção de tratamento baseou-se nas seguintes vantagens: pequena

área para implantação, custo inferior aos sistemas convencionais, elevada eficiência na

remoção de DBO e sólidos em suspensão, lodo mineralizado que dispensa a digestão

anaeróbica, fácil operação e manutenção e dispensa decantação primária. O efluente

tratado é utilizado na irrigação das áreas verdes da ETE e dos campos de futebol do

Campus Central.

(37)

 Tratamento Preliminar: Visa à remoção de sólidos grosseiros e de areia que podem

danificar os conjuntos motor-bomba, bem como controlar a vazão afluente. Nessa etapa,

o efluente bruto percorre seguidamente as seguintes unidades:

Grade: espaçamento de 2,5 cm e inclinação de 45º em relação a horizontal;

Caixas de Areia: retenção de partículas de areia com dimensões igual ou

superior a 0,2 mm;

Calha Parshal: dispositivo de medição de vazão na forma de um canal aberto

com dimensões padronizadas. Outra finalidade da calha é controlar o nível de água na

caixa de areia e na grade.

 Tratamento Secundário: Visa à remoção da matéria orgânica e dos sólidos em

suspensão. É composto pelas seguintes unidades:

Valo de Oxidação: nesta unidade ocorre a oxidação biológica da matéria

orgânica, isto é, a conversão da matéria orgânica em matéria inorgânica por bactérias

aeróbicas. Para tanto, dois aeradores mecânicos, como mostra a Figura 2.4, insuflam

oxigênio na massa líquida.

Figura 2.4 - Valo de oxidação da ETE-UFRN.

Fonte: Portal de Meio Ambiente da UFRN.

Decantador Secundário: após sair do valo de oxidação, o esgoto segue para o

(38)

gravidade (Figura 2.5). Esses sólidos formam o lodo que será recirculado em parte para

que seja mantida uma concentração de 4000 mg/L de sólidos em suspensão no valo de

oxidação, sendo o excesso encaminhado para o leito de secagem.

Figura 2.5 - Tanque decantador da ETE-UFRN.

Fonte: Portal de Meio Ambiente da UFRN.

Leito de secagem: recebe o lodo do decantador quando não é necessária sua

recirculação para o valo de oxidação. O lodo é disposto em células formadas por

camadas de tijolo branco, brita e areia por onde a parte líquida percola. O resíduo (lodo)

fica submetido a incidência solar. Após seco é raspado e encaminhado ao aterro

sanitário.

Tratamento Terciário: Destina-se a remoção de patógenos. A desinfecção, com cloro

gasoso, do efluente tratado é feita em um tanque com chicanas horizontais, forçando o

efluente a percorrer todo esse trajeto em cerca de 30 minutos, promovendo um maior

contato e, consequentemente maior ação do agente desinfectante.

Todo o efluente tratado é armazenado em um tanque de onde é bombeado para a

(39)

2.7 TECNOLOGIAS ELETROQUÍMICAS

O uso da eletricidade para tratamento de água foi sugerido, pela primeira vez,

em 1889 na Inglaterra. Os processos de tratamento eletroquímico de efluentes

promovem a remoção ou a destruição de espécies poluentes, direta ou indiretamente,

por meio de reações de oxidação e/ou redução em células eletroquímicas, sem a adição

de grandes quantidades de produtos químicos.

Nesse sentido, as tecnologias eletroquímicas têm sido propostas para o

tratamento de diversos efluentes por oferecerem uma solução alternativa, como por

exemplo, controle e/ou remediação ambiental por meio de reações redox, seja através

das reações diretas entre as espécies poluentes e as superfícies dos eletrodos ou do

sinergismo desses processos com o poder de espécies oxidantes geradas in situ

(ROCHA et al. 2009). Configuram-se como técnicas bastante versáteis, em que o único

reagente envolvido é o elétron, que é um regente limpo e, portanto, não são necessários

reagentes extras, reduzindo assim, a possibilidade de volatilização e descarga de

resíduos não tratados. São técnicas facilmente automatizáveis que permitem trabalhar à

temperatura ambiente e pressão atmosférica, e a otimização do processo se dá, por

exemplo, através do controle da intensidade de corrente e da diferença de potencial

entre os eletrodos, variáveis que são facilmente mensuráveis e atuantes. Além dos

parâmetros de operação, a taxa de degradação do poluente depende do material do

ânodo. Em geral, podemos citar algumas vantagens dos tratamentos eletroquímicos de

efluentes:

 Versátil: são aplicáveis a uma grande variedade de meios, concentrados ou

diluídos, e poluentes, biológicos ou não, encontrados em gases, líquidos e

sólidos. Além disso, os tratamentos eletroquímicos podem ser adaptados a

diferentes projetos, visando a otimização do espaço físico disponível para as

instalações de tratamento, permitindo o tratamento de pequenas quantidades

(microlitros) até grandes volumes (milhões de litros).

 Boa eficiência energética: operam em temperaturas inferiores aos seus

equivalentes não eletroquímicos, como a incineração térmica. Os eletrodos e as

(40)

da queda ôhmica, da distribuição irregular de corrente e da presença de reações

paralelas.

 Fácil automação: as variáveis inerentes aos processos eletroquímicos, como a

diferença de potencial entre eletrodos, a distância entre eles e a corrente aplicada

à célula são facilmente operáveis. Além disso, o parâmetro densidade de

corrente limite pode ser encontrado permitindo a otimização do processo,

evitando assim desperdício energético.

 Custo/benefício: essa relação é atingida quando a construção de células e

reatores eletroquímicos são projetados com materiais eficientes e ao mesmo

tempo de baixo custo.

 Compatibilidade ambiental: reagentes livres de produtos químicos.

Há algumas décadas, um grande número de empresas tem comercializado

dispositivos eletroquímicos para a remoção de íons metálicos, recuperação de metais,

tratamento de efluentes contendo cromo dissolvido, dessulfurização de gases de

combustão e dessalinização. No entanto, até agora, o papel das tecnologias

eletroquímicas para o tratamento de poluentes orgânicos em grande escala tem sido

relativamente pequeno. Mas hoje em dia, graças a investigações intensivas visando

otimizar a atividade eletrocatalítica como a estabilidade dos materiais eletródicos

(metais, óxidos metálicos, polímeros, carbono, etc.) e a geometria do reator, as

tecnologias eletroquímicas chegaram a um estado promissor de desenvolvimento e

podem ser efetivamente utilizadas para a desinfecção e purificação de águas residuais

poluídas com compostos orgânicos (MARTÍNEZ-HUITLE e FERRO, 2006;

MARTÍNEZ-HUITLE e BRILLAS, 2008 e 2009; CHEN, 2004; PANIZZA e

CERISOLA, 2009; BRILLAS et al. 2009; COMNINELLIS e CHEN, 2010; SIRÉS et

al. 2014 ).

O uso das tecnologias eletroquímicas objetiva a conversão dos poluentes

orgânicos, entre eles os compostos aromáticos, em produtos biodegradáveis ou, até, em

CO2 e H2O, processo denominado de combustão eletroquímica (COMNINELLIS,

1994). Além dos parâmetros de operação já citados, a taxa de degradação do poluente

depende do material do ânodo. Neste quadro, a oxidação eletroquímica dos substratos

modelo tem sido investigado em vários materiais anódicos, geralmente óxidos de metal,

Imagem

Figura 2.3 - Conceito do sistema convencional de tratamento de esgotos.
Figura 2.4 - Valo de oxidação da ETE-UFRN.
Figura 2.5 - Tanque decantador da ETE-UFRN.
Figura 2.7 - Mecanismo durante coagulação eletroquímica.
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Referências

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