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ARTIGO
ORIGINAL
Growth
and
development
and
their
environmental
and
biological
determinants
夽
Kelly
da
Rocha
Neves,
Rosane
Luzia
de
Souza
Morais
∗,
Romero
Alves
Teixeira
e
Priscilla
Avelino
Ferreira
Pinto
ProgramadePós-Graduac¸ãoemSaúde,SociedadeeAmbiente(SaSA),UniversidadeFederaldosValesdoJequitinhonhaeMucuri (UFVJM),Unaí,MG,Brasil
Recebidoem25demarçode2015;aceitoem5deagostode2015
KEYWORDS Failuretothrive; Childdevelopment; Childhealth
Abstract
Objective: Toinvestigate childgrowth,cognitive/language development,andtheir environ-mentalandbiologicaldeterminants.
Methods: Thiswasacross-sectional,predictivecorrelationstudywithall92childrenaged24 to36monthswhoattendedthemunicipalearlychildhoodeducationnetworkinatowninthe ValedoJequitinhonha region,in2011.The socioeconomicprofilewasdeterminedusingthe questionnaireoftheAssociac¸ãoBrasileiradeEmpresasdePesquisa.Thesocio-demographicand maternal andchildhealthprofileswere createdthroughaself-preparedquestionnaire.The height-for-ageindicatorwasselected torepresentgrowth. Cognitive/languagedevelopment was assessed through the Bayley Scale ofInfant and Toddler Development. The quality of educationalenvironmentswasassessedbyInfant/ToddlerEnvironmentScale;thehome envi-ronment was assessed by theHomeObservation for Measurement oftheEnvironment. The neighborhoodqualitywasdeterminedbyaself-preparedquestionnaire.Amultivariatelinear regressionanalysiswasperformed.
Results: FamilieswerepredominantlyfromsocioeconomicclassD,withlowparental educa-tion.Theprevalenceofstuntedgrowthwas14.1%;cognitiveandlanguagedevelopmentwere belowaverageat28.6%and28.3%,respectively.Educationalinstitutionswereclassifiedas ina-dequate,and69.6%ofhomeswereclassifiedaspresentingariskfordevelopment.Factorssuch asaccesstoparksandpharmaciesandperceivedsecurityreceivedtheworstscoreregarding neighborhoodenvironment.Biologicalvariablesshowedagreaterassociationwithgrowthand environmentalvariableswithdevelopment.
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.08.007
夽 Comocitaresteartigo:daRochaNevesK,deSouzaMoraisRL,TeixeiraRA,PintoPA.Growthanddevelopmentandtheirenvironmental
andbiologicaldeterminants.JPediatr(RioJ).2016;92:241---50.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:rosanesmorais@gmail.com(R.L.deSouzaMorais).
Conclusion: Theresultsshowedahighprevalenceofstuntingandbelow-average resultsfor cognitive/languagedevelopmentamongtheparticipatingchildren.Bothenvironmentaland bio-logicalfactorswererelatedtogrowthanddevelopment.However,biologicalvariablesshowed agreaterassociationwithgrowth,whereasenvironmentalvariableswereassociatedwith deve-lopment.
©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
PALAVRAS-CHAVE Insuficiênciade crescimento; Desenvolvimento infantil;
Saúdedacrianc¸a
Crescimentoedesenvolvimentoeseusdeterminantesambientaisebiológicos
Resumo
Objetivo: Investigarocrescimentoedesenvolvimentocognitivo/linguagemdecrianc¸aseseus determinantesambientaisebiológicos.
Método: Estudotransversal,correlacionalpreditivo,comtodasas92crianc¸asentre24-36meses frequentadorasdaredemunicipaldeeducac¸ãoinfantildeumacidadenoValedoJequitinhonha, 2011.Trac¸ou-seoperfileconômicocomoquestionáriodaAssociac¸ãoBrasileiradeEmpresas dePesquisa.Operfil sociodemográficoeasaúdematerno-infantilporquestionáriopróprio. Elegeu-seoindicadorestatura/idadepararepresentarocrescimento.Odesenvolvimento cog-nitivo/linguagemfoi avaliadopormeio doBayleyScaleofInfantandToddlerDevelopment. Avaliou-se os ambienteseducacionais pelo Infant/Toddler Environment Scalee o ambiente domiciliar pelo HomeObservation for Measurementof the Environment. Aferiu-se a quali-dadedavizinhanc¸apormeiodequestionáriopróprio.Foramfeitasanálisesderegressãolinear multivariada.
Resultados: AsfamíliaserampredominantementedaclasseDcombaixaescolaridadedospais. A prevalênciadedéficit deestaturafoi de14,1%;desenvolvimentoabaixodamédiana lin-guagem, de28,6% ecognitivo,de 28,3%.Asinstituic¸õeseducacionaisclassificaram-se como inadequadase69,6%dosdomicílioscomoderiscoparaodesenvolvimento.Aspectoscomo dis-ponibilidadedeprac¸asefarmáciaseseguranc¸aforamaspectosdepiorpontuac¸ãonoambiente vizinhanc¸a.Variáveisbiológicasdemonstrarammaiorassociac¸ãocomocrescimentoevariáveis ambientaisaodesenvolvimento.
Conclusão: Observou-se elevado déficit de estatura e de resultados abaixo da média para desenvolvimento cognitivo/linguagementreas crianc¸as participantes.Fatores ambientais e biológicosrelacionaram-setantoaocrescimentoquantoaodesenvolvimento.Entretanto, variá-veisbiológicasdemonstrarammaiorassociac¸ãocomocrescimentoevariáveisambientaiscom odesenvolvimento.
©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitos reservados.
Introduc
¸ão
O Brasil vem diminuindo ao longo dos últimos anos as taxasdemortalidadenoperíododainfânciagrac¸asa medi-dascomocoberturavacinal,acompanhamentopré-natale incentivoaoaleitamentomaterno.1Diantedessenovo
cená-rio,aatenc¸ãodosprofissionaisdesaúde,dopoderpúblicoe dospesquisadores sevoltapara omonitoramentodo ade-quado crescimento e desenvolvimento infantil.2 Uma vez
garantida a sobrevivência é necessário oferecer a todas ascrianc¸asa possibilidadede atingiremsucesso escolare alcanc¸aremsuascapacidadesplenasquandoadultas.3
Monitorar o crescimentoe desenvolvimento infantisse faznecessárioumavezqueodéficitnessesparâmetrospode terconsequênciasnegativasaolongodavida.Estima-seque empaísesondeastaxasdedéficitnodesenvolvimento atin-gemmaisde20%dosadultosdesuapopulac¸ãoaeconomia nacional pode ter um impacto negativo.3 Dentre as
con-sequênciasnegativasdabaixaestaturaemmulheresestão
prejuízosnasaúdereprodutiva,sobrevidaedéficit estatu-raldosseusfilhos.4,5Paraoshomens,abaixaprodutividade
econômicatemsidoapontadacomoresultadodabaixa esta-tura,originadanainfância.4
Crescimentoe desenvolvimento infantis sãoconstrutos multifatoriais3,6 associados aos aspectos ambientais,
soci-oeconômicos e biológicos. Estudos têm investigado ora fatoresderiscorelacionadosaoatrasonodesenvolvimento infantil3,7,8 orafatoresde riscoassociados àdesnutric¸ão.6
Observa-se,noentanto,queessesconstrutosestão relacio-nadosetêmdeterminantesemcomum.Fatoresassociados à pobreza, tais como restric¸ões alimentares, de bens de consumo eservic¸os,estímulospsicossociaisinsuficientese condic¸õesperinataisdesfavoráveis,têmsidorelatadoscomo deriscotantoparacrescimentocomoparadesenvolvimento infantil.3,5---7,9---11Noentanto,hácarênciadeestudosquese
paracadaconstruto.Amelhorcompreensãodessasrelac¸ões éimportanteparaapromoc¸ãodeestratégiasdeprevenc¸ão eintervenc¸ãotantoparadesnutric¸ãocomoparaoatrasodo desenvolvimentoinfantil.2,3,7
Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar os fatoresderiscosambientais,socioeconômicos ebiológicos associados ao crescimento e ao desenvolvimento infantil, tendo como referência crianc¸as economicamente desfa-vorecidas de uma cidade do Vale do Jequitinhonha, uma mesorregião com baixos indicadores socioeconômicos no Brasil.1
Métodos
Trata-sede umestudo correlacionalpreditivo, de caráter transversal,aprovadopelocomitêdeéticaempesquisada UniversidadeFederaldeMinasGerais(585/2010).
Compuseram o estudo crianc¸as de24 a 36 meses com desenvolvimentotípico,ouseja,nãoportadorasde neces-sidades especiais, congênitas ou adquiridas. Além disso, deveriamestarfrequentando,havianomínimoseismeses, a educac¸ão infantil da rede municipal de uma cidade do ValedoJequitinhonha,2011.Paragarantira representati-vidade,todasas10instituic¸õeslocalizadasnasedeurbana foramincluídas.Porsetratardeumapopulac¸ãodepequeno contingente,optou-seporelegertodasascrianc¸ascomas características descritas. Foram elegíveis 96 crianc¸as. No entanto,incluindorecusadacrianc¸aemparticipareanão autorizac¸ãodospais,92crianc¸asparticiparamdoestudo.
Paraavaliarocrescimentousaram-seosíndicespesopara idade, estatura para idade, peso para estatura e índice de massa corporal (IMC) por idade. Foram considerados como valores críticos de escores Z parâmetros recomen-dados pela Organizac¸ão Mundial de Saúde (OMS).12 Para
aferir o peso usou-se balanc¸a digital (Marte®, SP, Brasil),
com capacidade máxima de 199,95 kg e graduac¸ão de 50g. A altura foi medida com estadiômetro portátil (Alturaexata®,MG,Brasil)deresoluc¸ãode1mm.As
técni-casempregadasparaobtenc¸ãodetodasasmedidasseguiram procedimentospadronizadosnomanualdoSistemade Vigi-lânciaAlimentareNutricional.13
OdesenvolvimentoinfantilfoiestimadopelaBayleyScale of InfantandToddler Development(BAYLEY III),14
padrão--ouro, amplamente usada em pesquisas científicas para a avaliac¸ãododesenvolvimentoinfantil.15,16Temcomobaseo
somatóriodetarefasfeitaspelacrianc¸aquegeraramescores brutos,convertidos,emseguida,emescorescompostosou balanceados.Paraopresenteestudoforamusadasas esca-lascognitiva,escorecomposto,commédiaedesvio-padrão de10(±15)pontoseescalalinguagemexpressiva,escore balanceado,commédiaedesvio-padrãode10(±3)pontos. A qualidade da educac¸ão infantil foi avaliada pela Infant/Toddler Environment Rating Scale Revised (ITERS--R).17Compõemesseinstrumentosetesubescalas:espac¸o,
mobiliário,rotinasdecuidadopessoal,falar,compreender, atividades,interac¸ãoentreequipeecrianc¸a.Apontuac¸ão, em cada escalae noescore global, variade0 a 7e gera aseguinteclassificac¸ão:inadequada(1a2,99),mínima (3 a 4,99),boa (5 a6,99) e excelente (7).17 No Brasil,
exis-tempesquisascomoITERS-Rcujosresultadosapresentaram evidênciasdevalidadeeprecisãodoinstrumento.18,19
A qualidade do ambiente domiciliar foi estimada pelo inventário Home Observation for Measurement of the Environment (HOME),20 que apresenta seis
subesca-las: responsividade, aceitac¸ão, organizac¸ão, materiais de aprendizagem,envolvimentodospaisevariedadede expe-riências.Oinstrumentoreconhececomoambientederisco para o desenvolvimento uma pontuac¸ão ≤ 27 no escore global.20SegundoTotsikaeSylva,21oHOMEtemsidousado
comsucessoempesquisasporserfácildeseradministrado eporapresentarqualidadesconsideradasadequadas.
A avaliac¸ão qualitativa do ambiente de vizinhanc¸a foi feitapormeiodeumquestionário,elaboradocombasena literatura,22quecontémperguntasnasquaisoentrevistado
expressavaa suaopiniãoacercadaacessibilidadee quali-dadedosservic¸os,públicoseprivados,etambémquantoàs relac¸õessociaisentrevizinhos.
Paraaclassificac¸ãoeconômicadasfamíliasdascrianc¸as foiusadooquestionáriodaAssociac¸ãoBrasileirade Empre-sasdePesquisa,definidodeacordocomosbensduráveis,a quantidadedebanheiros,aexistênciadeempregada mensa-listaeograudeinstruc¸ãodochefedafamília.Apontuac¸ão é somada e interpretada a partir de escala ordinal, que variadenívelEaA1.23Ascondic¸õessociodemográficaseo
históricodesaúdepréepós-nataldacrianc¸aforam identi-ficadosporquestionáriopróprio,semiestruturado,aplicado aocuidadordacrianc¸a.
Previamenteàpesquisa,algunsestudospilotosforam fei-tosafimdesetreinar aaplicac¸ãodos instrumentos,bem comofazerasmedidasdeconfiabilidade.Foifeitoestudo pilotocom20crianc¸asdeumapré-escolaparatreinamento daaplicac¸ãodoBAYLEYIII.Asmesmascrianc¸asforam sub-metidasavisitasdomiciliaresparafazerotreinamentodo HOME.Osdadosdessascrianc¸asnãoforamusadosnoestudo definitivo.Tambémfoi feitaaconfiabilidadeentrequatro examinadoresqueaplicariam BAYLEYeoHOMEeos resul-tadosdoÍndice deCorrelac¸ãoIntraclasse(ICC)dasmédias dassubescalas foram de0,95 e 0,94, respectivamente.O ICCentre as duas examinadoras que aplicaram o ITERS-R foide0,83.Todasasmedidasantropométricasforamfeitas pelamesmanutricionista.Aconfiabilidadeintraexaminador, medidapeloICC,obtevemédiade0,99 paraamedidade pesoemédiade0,98paraamedidadaaltura.
A avaliac¸ão antropométrica e a aplicac¸ão do teste BAYLEYIII edoinventário ITERS-Rforamfeitasna própria creche.Osdemaisinstrumentosforamaplicadosno domicí-liopordoisexaminadorestreinados.
As análises descritiva e inferencial foram processadas peloSPSSparaWindows(IBMCorp.Released2011.IBMSPSS Statisticspara Windows,versão 20.0; NY, EUA) Adotou-se níveldesignificânciade0,05paraverificarassociac¸ãoentre oscondicionantesambientaise biológicose osfenômenos investigados,tantonasanálisesderegressãolinear univari-adaquantonasdamultivariada.Foraminseridasnasanálises univariadas as variáveis independentes que obtiveram p--valor ≤ 0,20 no testede correlac¸ão de Spearman e não apresentarammulticolinearidadecomasdemaisvariáveis.
Resultados
Tabela1 Caracterizac¸ãosocioeconômicaedoperfilbiológicodos92participantes.Diamantina,2011
Variáveis Categorias N◦(92) %
Gênero Masculino 53 57,6
Feminino 39 42,4
Escolaridadepaterna Analfabetoouprimárioincompleto 13 16,5
Primáriocompleto 31 39,2
Primeirograucompleto 27 34,2
Segundograucompleto 8 10,1
Escolaridadematerna Analfabetoouprimárioincompleto 5 5,6
Primáriocompleto 31 34,4
Primeirograucompleto 29 32,2
Segundograucompleto 20 22,2
Superiorcompleto 5 5,6
Classeeconômica C1 15 16,3
C2 33 35,9
D 39 42,4
E 5 5,4
Tipodefamília Mononucleara 19 20,6
Nuclearb 39 42,4
Nuclearexpandidac 10 10,9
MononuclearexpandidaId 24 26,1
Idadematernal 18-30 66 71,7
31-47 26 28,3
N◦deirmãos 0-2 67 72,8
≥3 25 27,2
N◦depessoasnodomicílio ≤5 53 58,2
≥6 38 41,8
Intercorrênciasnagestac¸ão Sim 29 31,5
Não 63 68,5
Consultaspré-natais <6 51 56,7
≥6 39 43,3
Idadegestacional(emsemanas) pré-termoe 6 6,5
atermof 86 93,5
Pesoaonascer(kg) ≤2,5 3 3,3
>2,5 88 96,7
Comprimentoaonascer <Percentil3g 9 10,2
>Percentil3g 79 89,8
Aleitamentomaterno sim 91 98,9
não 1 1,1
Aleitamentoexclusivo(meses) <6 57 61,9
≥6 35 40,2
Doenc¸ascrônicas Sim 45 48,9
Não 47 51,1
Doenc¸asinfecciosas Sim 48 53,3
Não 43 46,7
Internac¸ões Sim 22 23,9
Não 70 76,1
N◦,númeroabsoluto;%,percentual.
aMononuclear:mãeefilhos. b Nuclear:pai,mãeefilhos.
c Nuclearexpandida:pai,mãe,filhoseoutros. d MononuclearexpandidaI:mãe,filhoseoutros. e Atermo≥37semanasgestacionais.
f Pré-termo≤36semanasgestacionais.
gBaseadonacurvadecrescimentosegundoaOrganizac¸ãoMundialdeSaúde.12
estudo.Destacam-se,entreosindicadoressocioeconômicos, abaixaescolaridadedospais,emespecialapaterna,89,9% nãocompletaramosegundograu;apredominânciade famí-liasdaclasseD eo percentualdepaisbiológicosque não
Tabela2 Resultadodaavaliac¸ãodocrescimentoedesenvolvimento.Diamantina,2011
Indicadores PontosdeCoorte Classificac¸ão N(92) %
Antropométricosa
Peso/Idade Escore-Z
<---3 Muitobaixopesoparaidade 0 0
---3⊢---2 Baixopesoparaidade 2 2,2
---2⊢+2 Pesoadequadoparaidade 89 96,7
≥+2 Pesoelevadoparaidade 1 1,1
Peso/Estatura Escore-Z
<---3 Magrezaacentuada 0 0
---3⊢---2 Magreza 0 0
---2⊢+1 Eutrofia 87 94,4
+1⊢+2 Riscodesobrepeso 1 1,1
+2⊣+3 Sobrepeso 2 2,2
>+3 Obesidade 2 2,2
Estatura/Idade Escore-Z
<---3 Muitobaixaestaturaparaidade 1 1,1
<---2 Baixaestaturaparaidade 13 14,1
≥+2 Estaturaadequadaparaidade 78 84,7
IMC/Idade Escore-Z
<---3 Magrezaacentuada 0 0
≥---3<---2 Magreza 0 0
---2⊢+1 Eutrofia 57 61,9
+1⊢+2 Riscodesobrepeso 26 28,2
+2⊢+3 Sobrepeso 7 7,6
≥+3 Obesidade 2 2,1
Desenvolvimentob(médiaeDP)
Linguagem(8,77±1,95) Escorebalanceadoc (91)e
<7 Abaixodamédia 26 28,6
7a13 Média 65 71,4
>13 Acimadamédia 0 0
Cognitivo (98,8±9,1) Escorecompostod
<85 Abaixodamédia 26 28,3
115a85 Média 65 70,7
>115 Acimadamédia 1 1,1
N,númeroabsoluto;%,percentagem;DP,desviopadrão;IMC,índicedemassacorporal;----|,incluindo. a PadrãodereferênciadaOrganizac¸ãoMundialdeSaúde.12
b SegundoescalaBayleyIII.
c Escorebalanceado,médiaesperada,10±3pontos.
d EscoreComposto,médiaesperada,100±15pontos.
e Umacrianc¸arecusou-seaparticipardoBAYLEYdomíniolinguagem.
menosdeseisconsultaspré-natais.Apesardaelevada pre-valênciadealeitamentomaterno,o aleitamentoexclusivo atéosseismessesfoiregistradoporapenas38,1%dasmães. Quaseametadedascrianc¸asapresentou doenc¸ascrônicas (45%) e/ou infecciosas (48%) nos últimos três meses que antecederamacoleta.
Natabela2sãoapresentadososresultadosreferentesaos construtoscrescimentoedesenvolvimento.Entreos indica-doresdecrescimento,oíndiceestaturaporidadeacusouo maiorpercentualdedéficitefoiescolhidocomoavariável dependentenasanálisesinferenciaissubsequentes.Os per-centuaisdecrianc¸ascomdesenvolvimentodelinguageme cognitivoabaixodamédiaapresentaramdiferenc¸ade ape-nas0,3%entresi.Dessaforma,ambosprosseguiramparaa análisederegressãouniemultilinearcomovariáveis depen-dentes,representantesdoconstrutodesenvolvimento.
Atabela3apresentaosresultadosreferentesaos ambi-entais avaliados: vizinhanc¸a, casa e escolas de educac¸ão infantil.Noambientevizinhanc¸a,categoriainfraestrutura, apresentaram maiores inadequac¸ões a pavimentac¸ão das ruaseoesgotamentosanitário.Entreosservic¸osoferecidos, alcanc¸aram menores pontuac¸ões as prac¸as e os parqui-nhos. Seguranc¸a, interac¸ão e confianc¸a entre vizinhos e desordemsocialtambémdemonstraramresultados negati-vos.Nodomicílio, observou-sequeem 69,6% dascrianc¸as encontravam-seemambienteconsideradoderisco,segundo o HOME. No que se refere à qualidade das escolas de educac¸ão infantil,a medianado escoreglobal noITERS-R (2,17)apontaessesambientescomoinadequados.
Tabela3 Qualidadedosambientes:vizinhanc¸a,casaeescoladeeducac¸ãoinfantilparaos92participantes.Diamantina,2011
Variáveis N(92) % Faixadereferência
daescala(ordinal)
Mínimo/Máximo Mediana
Vizinhanc¸a(Infraestrutura)a Rededeesgoto
Sim 77 83,7 - -
-Não 15 16,3 - -
-Energiaelétrica
Sim 91 98,9 - -
-Não 1 1,1 - -
-Águatratada
Sim 90 97,8 - -
-Não 2 2,2 - -
-Coletadelixo
Sim 82 89,1 - -
-Não 10 10,9 - -
-Ruapavimentada
Sim 71 77,2 - -
-Não 21 22,8 - -
-Vizinhanc¸a(QualidadeServic¸os)a
Crechepública - - 0-2 1-2 2
EstratégiadeSaúdedaFamília - - 0-2 0-2 2
Pracinha - - 0-2 0-2 0
Parquinho - - 0-2 0-2 0
Merceariaouvenda - - 0-2 0-2 2
Farmácia - - 0-2 0-2 0
Escoreglobal - - 0-12 2-10 6
Vizinhanc¸aa
Atividadesinstitucionais - - 0-12 0-11 6
Interac¸ãoeconfianc¸a - - 0-12 0-12 6
Interac¸ãoeretaliac¸ão - - 0-6 0-6 4
Assistênciaàcrianc¸a - - 0-12 2-12 10
Qualidadedavizinhanc¸a - - 0-16 3-14 9
Mobilidade - - 0-4 0-4 4
Seguranc¸a 0-5 0-5 2
Desordemsocial - - 0-4 0-4 2
Escoreglobal - - 0-113 37-81 58
Ambientedacasa(HOME)
Responsividade - - 0-11 3-11 7,00
Aceitac¸ão - - 0-8 1-8 6,00
Organizac¸ão - - 0-6 0-6 4,00
Materiaisdeaprendizagem - - 0-9 1-8 4,00
Envolvimentodospais - - 0-6 0-5 2,00
Variedadedeexperiência - - 0-5 0-4 2,00
Escoreglobal - - 0-45 14-38 23,00b
Ambientedaeducac¸ãoinfantil(ITERS-R)
Espac¸oemobiliário - - 0-7 2,0-3,1 2,3c
Rotinasdecuidadopessoal - - 0-7 1,0-2,5 2,0c
Falarecompreender - - 0-7 1,0-3,7 2,5c
Atividades - - 0-7 1,12-2,88 1,94c
Interac¸ãoequipeecrianc¸a - - 0-7 1,0-4,75 2,62c
Estruturadoprograma - - 0-7 1,0-4,34 2,16c
Interac¸ãopaiseequipe - - 0-7 1,29-2,57 1,78c
Escoreglobal - - 0-7 1,34-3,23 2,17c
N,númeroabsoluto;%,porcentagem.
aInstrumentodeelaborac¸ãoprópria:quantomaiorapontuac¸ão,melhoraqualidade. b AmbientederiscoparaodesenvolvimentoinfantilsegundooHOME.
Tabela4 Análisesderegressãolinearunivariadaemultivariada:estaturaporidade,linguagemexpressivaedesenvolvimento cognitivo.Diamantina,2011
Variáveis Univariada Multivariada
ˇ p ˇ p
Estaturaporidade(escore-Z) (R2=0,165)
Qualidadedosservic¸os 0,174 0,162 -
-Mobilidade ---0,159 0,131 -
-EscoreglobalHOME 0,263 0,011a 0,101 0,318
Abandonodopai ---0,166 0,112 -
-Presenc¸adopaiemcasa 0,182 0,082 -
-Númerodeirmãos ---0,265 0,010a ---0,167 0,146
Númerodepessoasnacasa ---0,309 0,003a ---0,208 0,096
Idadegestacional 0,244 0,018a 0,048 0,649
Pesoaonascimento 0,467 <0,001a 0,355 0,004a
Comprimentoaonascimento 0,292 0,005a ---0,139 0,268
Consultapré-natal 0,341 0,001a 0,215 0,027a
Aleitamentoindependentedoregime ---0,269 0,009a ---0,134 0,187
Aleitamentoexclusivo ---0,238 0,022a ---0,137 0,187
Linguagemexpressiva (R2=0,479)
Infraestrutura 0,210 0,002a 0,267 0,022a
Servic¸oseconveniência ---0,054 0,609 -
-Qualidadedosservic¸os 0,111 0,057 -
-Interac¸ãoeconfianc¸a 0,305 0,003a 0,304 0,006a
Desordemsocial ---0,232 0,036a ---0,173 0,115
EscoreglobalHOME 0,376 <0,001a 0,312 0,008
Escolaridadedamãe 0,142 0,181 -
-Númerodeirmãos ---0,138 0,189 -
-Númerodepessoasnacasa ---0,191 0,070 -
-Nívelsocioeconomics ---0,190 0,070 -
-Pesoaonascimento 0,211 0,045a 0,240 0,076
Comprimentoaonascimento 0,231 0,030a ---0,114 0,454
Consultapré-natal 0,224 0,034a 0,093 0,415
Idadeemmeses 0,330 0,001a 0,417 <0,001a
Escoreglobaldoquestionáriosobrevizinhanc¸a 0,255 0,015a ---0,204 0,131
Desenvolvimentocognitivo (R2=0,295)
Infraestrutura 0,358 <0,001a 0,222 0,077
Qualidadedosservic¸os 0,160 0,199 -
-Atividadesinstitucionaisfrequentadas 0,173 0,098 -
-Seguranc¸adavizinhanc¸a ---0,335 0,001a ---0,145 0,205
Desordemsocial ---0,228 0,039a 0,040 0,715
EscoreglobalHOME 0,454 <0,00a 0,385 0,001a
Escolaridadepaterna 0,294 0,008a 0,077 0,475
Escolaridadematerna 0,215 0,041a ---0,060 0,607
Nívelsocioeconomics ---0,227 0,029a ---0,085 0,447
Idadegestacional 0,127 0,227a -
-Comprimentoaonascimento 0,252 0,017a 0,134 0,225
Doenc¸asinfecciosas 0,210 0,044a 0,063 0,541
B,estimativadoaumentooudiminuic¸ãodavariável dependenteparacadaaumentodeumaunidadedavariávelindependente;p, significânciaestatística;R2,coeficientededeterminac¸ão.
a p≤0,05.
socioeconômicos e ambientais estiveram relacionados ao construtocrescimentonaanáliseunivariada.Entretanto,na análisemultivariadaapenasopesoaonascimento(p<0,004) e númerode consultaspré-natais (p<0,027) foram predi-tivos dodesfecho,com poderde explicac¸ãode 17%.Para o desenvolvimento da linguagem, fatores ambientais e biológicos estiveram relacionados, considerandoa análise univariada.Naanálisemultivariada,porém,permaneceram
permaneceu apenas o escore global do inventário HOME (p=0,001),oqueexplica29,5%dodesfecho.
Discussão
É indiscutível que nas últimas décadas vários indicadores relacionadosà infância, principalmente relativos à sobre-vivência,avanc¸aram.2Diantedisso,énecessáriogarantira
essascrianc¸asapossibilidadedeatingirseuplenopotencial decrescimentoe desenvolvimento.3,7 Dessaforma,o
pre-senteestudo investigou o crescimento e desenvolvimento infantildecrianc¸aseconomicamentedesfavorecidasesuas relac¸õescomfatoresderiscosambientais,socioeconômicos ebiológicos.
Noquedizrespeitoaoperfileconômico,houve concor-dânciacomopanoramanacional24 emqueseobserva,nas
últimasdécadas,menorcontingentepopulacionalnaclasse E. Ainda assim, a proporc¸ão de famílias pertencentes à classeD(46%)demonstraaconcentrac¸ãoemclasses econo-micamentemaisdesfavorecidasdapopulac¸ão dopresente estudo.Segundoaliteratura,essefatointerferenãoapenas nacapacidadedeaquisic¸ãodebensdeconsumo,mas tam-bémnobem-estaremocionaldospais,oque,porsuavez, podeinterferirnoadequadocrescimentoedesenvolvimento infantil.3,7
O maior grau de escolaridade materna, frente ao paterno, condiz com estatísticas nacionais que apontam umamédiadeanosdeestudosmaiorentreogênero femi-nino(7,6%)em relac¸ãoao masculino(7,3%).1 Noentanto,
ressalta-seque apenas27,8%dasmães desteestudo com-pletaramosegundograu.Aescolaridadematernatemsido apontadacomofatordeterminanteparaocrescimento6,11e
desenvolvimentoinfantil.3,7
Acomposic¸ãofamiliartambémsedestacou,jáque46,7% das crianc¸as não residiam com os seus pais biológicos. Segundo Pilz & Shermann,25 a probabilidade de crianc¸as
cujasmãesnãosãoapoiadaspelos paisapresentarem sus-peitadeatraso nodesenvolvimentoésetevezesmaiordo queadaquelasquesãoassistidas.
Quantoaohistóricodesaúdematerno-infantil, destacou--seo númerodemãesque fizermmenosdeseisconsultas pré-natais.Opercentualde56,7%mostrou-semuito supe-rioraos11,8% registrados na Região Sudeste em 2006.1 A
assistência ao pré-natal é apontada como um dos deter-minantesdo adequado crescimentoinfantil.6,11 Aindaque
98,9% das crianc¸as tenham sido amamentadas, a taxa de aleitamentoexclusivoatéosextomêsficou2,9%abaixoda médiaencontradaparaoconjuntodascapitaisbrasileiras.21
Estudostêmevidenciadotantoumfatorprotetordo aleita-mentomaternoaocrescimentoedesenvolvimentoquando presente7 quanto orisco quandoessenãoocorre.6 O fato
dequasemetadedascrianc¸asterregistrodedoenc¸as crô-nicaseinfecciosasépreocupante,dadaarelac¸ãoapontada poroutrosautoresentreenfermidadeseodéficitde cresci-mentoedesenvolvimento.3,6
Àsemelhanc¸adeoutrosestudos,10,11,26oindicador
esta-turaporidadeapresentou-secomooíndicemaisprevalente erepresentativododéficitnutricional.Aproporc¸ãode15,2% debaixaestaturaporidadenessapopulac¸ãoésuperiorao encontradoparaaRegiãoSudestedopaís(5,6%)em2006,26
porém está próxima da verificada por outros estudos em
regiõesreconhecidaspelosseusbaixosÍndicesde Desenvol-vimentoHumano(IDH),como aRegião Nortedopaís,que registrou14,7%dedéficitestaturalem200626edoisestudos
nosemiáridobrasileirocomprevalênciasde13%e 10,9%11
em2007e2008,respectivamente.Essesresultadosrefletem ainiquidadeentreasregiõesbrasileiras,quesetraduztanto emindicadoresdesaúdequantonoIDH.
Quanto à qualidade dos domicílios investigados, mais da metade foi considerada de risco para o desenvolvi-mentoinfantil.Essesresultadoscorroboramoutrosestudos brasileirosqueusaramoHOMEnocontextodefamílias eco-nomicamentedesfavorecidas.9,27
A qualidade dos ambientes das escolas de educac¸ão infantil analisadas variou entre inadequada a minima-menteadequada.Algunsautores6,28verificaramaqualidade
doambiente deescolas deeducac¸ãoinfantil pormeiodo ITERS e encontraram resultados semelhantes, identifi-caram inadequac¸ões como qualificac¸ão insuficiente dos profissionais, infraestrutura precária, poucos material e equipamento adequados, falta de projeto pedagógico epequenaparticipac¸ãofamiliar.
Noambientedavizinhanc¸a,percebe-semaisdametade dos domicíliosem situac¸ãodesfavorável. Assubescalas de pioresresultadossãoseguranc¸a,desordemsocialeinterac¸ão e confianc¸a.Para Farias & Pinheiro,29 mudanc¸as no estilo
devida,mediadaspor práticascadavez maisprivativase individualizadas,têm dificultadoa construc¸ãode relac¸ões devizinhanc¸amaisparticipativas.
Quanto aos determinantes do construto crescimentoe desenvolvimento, verifica-se que tanto fatores biológicos comosocioeconômicos eambientaisexercemsuas influên-cias. Entretanto,paraos domíniosdodesenvolvimentoos fatores ambientais sesobressaíram, enquanto que para o crescimento,osfatoresbiológicos.
As variáveis númerode consultas pré-natais e peso ao nascer,comodesfechoexplicativoparaaestaturaporidade, corroboramoutrosdoisestudos.Correiaetal.10
encontra-ram associac¸ão entreesse índice nutricional e o peso da crianc¸aaonascereRamosetal.11 umacorrelac¸ão
inversa-menteproporcionalentreodéficitestaturaleonúmerode consultaspré-natais.
Nota-seumaestreitarelac¸ãoentreessasvariáveis expli-cativas, uma vez que, segundo a literatura, umdos mais importantesdeterminantesdopeso ao nasceré uma ade-quadaassistênciaaopré-natal,quesóéalcanc¸adacomum númeroadequado de consultasnesse período.6 Ainda que
apenas3,3%dascrianc¸astenhamnascidocompesoinferior a2,5kg,aanálisederegressãolinearmultivariadaapontou queparacada 1kgdepeso aonascerhouveacréscimode 0,355noescoreZdoíndiceestaturaporidade,oqueestá deacordocomoutrosestudos.
Aqualidadedoambientedomésticofoioúnico determi-nante explicativodoconstruto desenvolvimentocognitivo. Paraalinguagem,alémdaqualidadedesseambiente,a qua-lidade davizinhanc¸a e a idade dacrianc¸a tambémforam determinantes.
O cenário de risco ao desenvolvimento infantil no domicílio apontado pelo inquérito HOMEé semelhante ao encontradoporLamy-filhoetal.9eSantosetal.27Esses
Asvariáveisrelativasàvizinhanc¸aassociadasao desem-penho em linguagem expressiva foram infraestrutura e interac¸ãode confianc¸aentrevizinhos. Noquesito infraes-trutura,paraMacintyres&Ellaway30quantomaioroacesso
aosservic¸oseinfraestrutura,taiscomosaneamentobásico, transporte, assistência médicae lazer, melhores serão as condic¸ões de vida e, consequentemente, melhor será um adequadocrescimentoedesenvolvimentoinfantil.Quando se trata dasrelac¸ões deconfianc¸a entre vizinhos e a sua associac¸ãoaoconstrutolinguagem,vemàtonaa importân-ciadainterac¸ãoentreindivíduoeomeiosocialnoprocesso de desenvolvimento humano. Esse processo, durante a infância,serásempremediadoporoutrosindivíduos,quer sejamparentes,profissionaisdasaúdeeeducac¸ãooumesmo osvizinhos.Épormeiodainterac¸ãocomafamíliaesuarede social que a crianc¸a assimila as habilidades previamente construídasaolongodetodahistóriahumana.26
Aterceiraeúltimavariávelassociadaaodesfecho lingua-gemexpressivacorrespondeàidadedacrianc¸a.Aindaque oinstrumentodeaferic¸ãousadoavalieacrianc¸adeacordo comascompetências dasuaidade,essa variáveltambém apareceassociadaaodesempenhonessedomínioemoutros estudos.8,31 Essesresultadospoderiamserexplicadostanto
porfatoresbiológicosquantoambientais.31
O modelo propostoporeste estudo sepautou na com-plexidadeecontextualizac¸ãodosconstrutoscrescimentoe desenvolvimentocomaobservac¸ãodevariáveisambientais, biológicas esocioeconômicas. Nessesentido, ascondic¸ões socioeconômicas familiares e a qualidade das instituic¸ões educadoras,quenãosesobreviveramàsanálisesestatísticas como preditoras dos desfechos investigados, podemestar exercendosuainfluênciadeformaindireta.
Dessaforma,estudosfuturosdeverãoinvestigaradirec¸ão (diretaouindireta),asrelac¸õesdemediac¸ãooumoderac¸ão eamagnitudedoimpactodosambientesdomiciliar, educa-cionale vizinhanc¸a,bem comofatoressocioeconômicos e biológicos,nodesenvolvimentoecrescimentoinfantil.Uma limitac¸ão refere-se à pequena variabilidade na qualidade dasinstituic¸õeseducadoras quepodetercontribuídopara osresultadosencontrados.
Concluindo, observou-seaelevadaprevalênciade défi-cit de estatura por idade, em relac¸ão à média nacional, e de resultados abaixo da média para o desenvolvimento cognitivoedelinguagemexpressivaentreascrianc¸as eco-nomicamente desfavorecidas participantes deste estudo. Fatores ambientais,socioeconômicos e biológicos influen-ciaram tanto no desenvolvimento como no crescimento. Entretanto, as variáveis biológicas demonstraram maior associac¸ãocomocrescimentoeasvariáveisambientaisaos domíniosdodesenvolvimentoestudados,cognitivoe lingua-gemexpressiva.
Financiamento
Coordenac¸ãodeAperfeic¸oamentodePessoaldeNível Supe-rior(Capes)eUFVJM.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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