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Seleção e associação genômica ampla para o melhoramento genético animal com uso do método ssGBLUP.

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Academic year: 2017

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Simone Fernanda Nedel Pértile(1), Fabyano Fonseca e Silva(2), Mayara Salvian(1) e Gerson Barreto Mourão(1)

(1)Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Departamento de Zootecnia, Avenida Pádua Dias, no 11, CEP 13418‑900 Piracicaba, SP, Brasil. E‑mail: s.pertile@zootecnista.com.br, mayara.salvian@usp.br, gbmourao@usp.br (2)Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Zootecnia, Rua P.H. Rolfs, Centro, CEP 36570‑000 Viçosa, MG, Brasil. E‑mail: fabyanofonseca@ufv.br

Resumo  –  O  objetivo  deste  trabalho  foi  avaliar  a  eficiência  do  método  ssGBLUP  quanto  à  seleção  e  à  associação  genômica  ampla,  com  atribuição  de  pesos  a  marcadores  genéticos  e  uso  de  informações  de  genótipos e fenótipos, com ou sem informações de pedigree, com diferentes coeficientes de herdabilidade.  A população estudada foi obtida por simulação de dados com 8.150 animais, 5.850 dos quais eram genotipados.  Utilizou-se o método ssGBLUP para a análise dos dados, com duas matrizes de relacionamento – com ou sem  informações de pedigree –, e pesos para os marcadores genéticos obtidos em cada iteração. O aumento do  coeficiente de herdabilidade melhorou os resultados de seleção e associação genômica. O melhor desempenho  quanto à habilidade preditiva foi obtido quando não se utilizaram informações de pedigree. O tipo de matriz  de relacionamento utilizada não influenciou a identificação de regiões associadas a características de interesse.  O  método  ssGBLUP  é  eficiente  tanto  para  a  seleção  quanto  para  a  identificação  de  regiões  associadas  às  características estudadas.

Termos para indexação: coeficiente de parentesco, habilidade preditiva, herdabilidade, validação cruzada.

Genome‑wide selection and association in animal breeding using ssGBLUP

Abstract – The objective of this work was to evaluate the efficiency of the ssGBLUP method for genome-wide  selection and association, attributing weights to genetic markers and using genotype and phenotype information,  with or without pedigree information, considering different coefficients of heritability. The studied population  was obtained by data simulation with 8,150 animals, 5,850 of which were genotyped. The ssGBLUP method  was used for data analysis, with two relationship matrices – with or without pedigree information –, and weights  for the genetic markers obtained in each iteration. Increasing heritability coefficients improved the results of  genomic selection and association. The best performance for predictive ability was obtained without pedigree  information. The type of relationship matrix used did not affect the identification of regions associated with  traits of interest. The ssGBLUP method is efficient both for selection and identification of regions associated  with the studied traits.

Index terms: kinship coefficient, predictive ability, heritability, cross-validation.

Introdução

No  melhoramento  genético  tradicional,  os  valores  genéticos dos animais são preditos por meio de dados 

fenotípicos e de pedigree, com uso da metodologia dos

modelos  mistos.  Neste  caso,  a  matriz  de  parentesco  ou  de  relacionamento  (denominada  A)  é  obtida  por  meio do valor esperado da proporção de loci idênticos  por  descendência  (IBD).  Tal  valor  é  geralmente  denominado de coeficiente de parentesco. Porém, ao  utilizar informações de marcadores genéticos de alta  densidade, tal matriz pode ser substituída pela matriz de  parentesco genômica (ou realizada), que é construída 

apenas com as informações destes marcadores; ou seja, 

ela apenas tem validade para animais genotipados.

Nessa  matriz  (denominada  G),  os  coeficientes  são  dados  pela  proporção  de  loci  idênticos  por  estado  (IBS), os quais geralmente capturam mais informação  do  que  o  coeficiente  tradicional.  Existe,  ainda,  a  possibilidade  de  se  utilizar  uma  matriz  que  combina  os coeficientes IBD e IBS, denominada H, que permite  utilizar  informações  de  parentesco  de  indivíduos  genotipados e não genotipados simultaneamente. Esse  tipo de matriz é atualmente utilizado na maioria dos 

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Nos  métodos  denominados  multi-step,  as  informações  genômicas  e  de  pedigree  são  utilizadas  separadamente nas análises. O pedigree é geralmente  utilizado  em  uma  primeira  etapa,  para  a  obtenção  de  pseudofenótipos,  tais  como  os  valores  genéticos  tradicionais  e  os  valores  genéticos  desregredidos.  Em  uma  segunda  etapa,  estes  pseudofenótipos  são  considerados  variáveis  dependentes,  em  diferentes  modelos,  para  estimar  valores  genético-genômicos,  que  são  gerados  apenas  para  animais  genotipados.  A utilização da matriz H é postulada de forma diferente  com o método denominado single-step, ou ssGBLUP  (Legarra et al., 2009; Aguilar et al., 2010), que tem-se  mostrado  altamente  eficiente  quanto  à  predição  de  valores  genéticos,  em  comparação  aos  métodos 

multi-step (Wang et al., 2012).

Porém,  estudos  com  comparações  para  as  estimativas  dos  efeitos  de  marcadores  (além  dos  valores genéticos) ainda são escassos, principalmente  em  situações  que  envolvam  diferentes  valores  de  herdabilidade  e  proporções  de  animais  genotipados.  Paralelamente  a  isto,  é  importante  que  se  investigue  o peso de informações de pedigree para estudos com  dados de marcadores genéticos, já que elas apresentam 

alto custo de coletas de dados.

O  objetivo  deste  trabalho  foi  avaliar  a  eficiência  do  método  ssGBLUP  para  a  seleção  e  associação  genômica,  com  uso  de  informações  fenotípicas  e  genotípicas – com ou sem as informações de pedigree  –, e diferentes coeficientes de herdabilidade.

Material e Métodos

Os dados foram simulados com o auxílio do programa

QMSim  (Sargolzaei  &  Schenkel,  2009),  tendo-se  utilizado  parâmetros  semelhantes  aos  considerados  por Brito et al. (2011). Para a abordagem de simulação  de dados, utilizou-se o método forward-time, pelo qual  as  forças  evolutivas  e  o  desequilíbrio  de  ligação  são  simulados da geração mais antiga até a mais recente 

(Calafell et al., 2001).

A  população  histórica  constituiu-se  inicialmente  de  1.000  indivíduos  por  geração,  número  que  foi  mantido até a geração 1.000, seguido de uma redução  gradual  do  tamanho  da  população  até  a  geração  2.020, a qual foi composta por 200 indivíduos. Além  disso, esta população foi gerada tendo-se considerado 

acasalamentos aleatórios, sem que tenha havido

migração ou sobreposição de gerações. As frequências 

alélicas na primeira geração foram fixadas em 0,5, e o  número de machos e fêmeas foi o mesmo em cada uma  das gerações. 

No passo seguinte da simulação, os animais da última  geração  da  população  histórica  foram  considerados  como  fundadores  (100  machos  e  100  fêmeas)  da  população  de  expansão,  que  foi  composta  por  oito  gerações,  tendo-se  considerado:  cinco  progênies  por  fêmea,  por  geração;  o  crescimento  exponencial  do  número de fêmeas; a união aleatória de gametas; e a  ausência de seleção. 

A população recente foi simulada em dois passos.  No primeiro, 640 machos e 32 mil fêmeas da última  geração da população de expansão foram selecionados 

e acasalados de forma aleatória, tendo-se mantido no

rebanho, a cada geração, os animais com maiores valores  genéticos. Considerou-se uma taxa de substituição de  60%  de  machos  e  20%  de  fêmeas.  Os  animais  com  menores  valores  genéticos,  em  cada  geração,  foram  descartados. O número de progênies considerado foi de  um descendente por fêmea, por geração. No segundo  passo  da  simulação  da  população  recente,  a  geração  de fundadores foi formada a partir da seleção aleatória  de  50  machos  e  1.350  fêmeas,  na  última  geração  da  população  recente  obtida  no  primeiro  passo.  Esses 

indivíduos formaram um rebanho constituído de cinco

gerações, com seleção para valores genéticos altos e,  como na população anterior, os acasalamentos foram  realizados  de  forma  aleatória,  tendo-se  considerado  uma taxa de substituição de 20% dos machos e 5% das  fêmeas, e descarte dos animais com valores genéticos 

mais baixos.

O genoma foi simulado com 5 cromossomos de

100  cM  cada, dos  quais 7.500 marcadores bialélicos 

foram distribuídos de forma equidistante, com aproximadamente 1.500 marcadores segregantes por

cromossomo.  Levou-se  em  consideração  a  presença  de  30  QTLs  (quantitative  trait  loci),  distribuídos 

aleatoriamente ao longo dos 5 cromossomos, e os

efeitos destes foram simulados a partir da distribuição  gama, com parâmetro shape 0,4. Os QTLs e marcadores  genéticos  foram  obtidos  levando-se  em  conta  uma  MAF  (minor  allele  frequency)  de  0,01. As  taxas  de  mutação  consideradas  por  geração  foram  de  1x10-5,

tanto  para  loci  de  marcadores  genéticos  como  para  QTLs. Marcadores e QTLs foram considerados como  bialélicos. Assim, as mutações geradas alteraram o alelo 

1 para o 2, ou o 2 para o 1, tendo-se desconsiderado a

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Seis diferentes fenótipos foram simulados, com

coeficientes de herdabilidade de QTL de 0,10, 0,25 e 

0,40.

Para todas as características, levou-se em

consideração  a  variância  fenotípica  de  1,0.  As  simulações  foram  repetidas  10  vezes  para  cada 

característica, e os resultados foram obtidos a partir

das médias e desvios-padrão das repetições, em dois  cenários:  um  com  dados  de  pedigree,  genótipo  e  fenótipo (cenário 1); e outro com dados de fenótipo e  genótipo, mas sem pedigree (cenário 2).

Para  as  análises  de  associação  e  predição  dos  valores  genético-genômicos,  o  método  empregado  foi  o  ssGBLUP,  e  os  dados  foram  analisados  no  programa BLUPF90. No caso do cenário 1, a matriz  de  parentesco  utilizada  foi  a  H,  conforme  Aguilar  et  al.  (2010),  em  que  são  combinados  dados  de  genótipos e pedigree. A inversa da matriz H é dada por: H A G A − − − − = + −       1 1 1 22 1 0 0 0 , em que: A é o numerador da matriz de relacionamento 

para todos os animais, A22 é o numerador da matriz de 

relacionamento para os animais genotipados; e G é a  matriz de relacionamento genômico. Para o cenário 2,  a  matriz  de  relacionamento  utilizada  foi  a  genômica  (G), que é construída apenas com as informações dos  marcadores  genéticos.  Nos  dois  cenários,  o  modelo  utilizado foi: y = m1n + Za + ε, em que: y é o vetor de 

fenótipos simulados; μ é a média geral dos fenótipos; 1 é o vetor com valores um e tamanho n; Z é a matriz de  incidência que relaciona os indivíduos aos fenótipos; a é o vetor de efeitos individuais dos animais; e, ε é o 

vetor de resíduos.

Para as análises de associação, consideraram-se os  genótipos de cinco gerações para a seguinte seleção: 

na primeira selecionaram-se de forma aleatória

1.300 animais; e, na última, 500 animais. 

Para as análises de validação cruzada, as gerações 1, 

2, 3 e 4 formaram o grupo de treinamento, enquanto a

geração 5, para a qual os fenótipos foram zerados, foi  considerada como grupo de validação, o que possibilita  a  avaliação  da  habilidade  de  predição  nas  gerações 

futuras.

Após  a  análise  de  associação,  calcularam-se  as  correlações  entre  valores  genéticos  verdadeiros  e  preditos,  e  as  correlações  entre  valores  genético-genômicos  e  fenótipos,  que  foram  obtidas 

em  diferentes  iterações,  tanto  para  o  grupo  de  validação  quanto  para  o  rebanho.  As  análises  de  associação genômica ampla foram representadas com  gráficos  Manhattan  e  efeitos  de  single  nucleotide  polymorphisms  (SNPs)  e  QTLs,  para  cada  cenário,  tendo-se  considerado  apenas  a  iteração  de  maior  correlação  entre  os  valores  genéticos  preditos  e  verdadeiros.  Para  a  análise  de  convergência,  as  correlações  entre  os  valores  genético-genômicos  obtidos  foram  calculadas  para  toda  a  população,  em  diferentes  iterações;  nesta  análise,  utilizaram-se,  em  cada iteração, os pesos obtidos para os SNP da iteração 

anterior, tendo-se iniciado com peso 1 para todos os

marcadores genéticos. Com os pesos dos marcadores  genéticos computados a cada iteração, os marcadores  com maior efeito têm seus efeitos maximizados. Assim,  pode-se obter maior acurácia com uma combinação de  pesos que minimize a estimação dos erros (Wang et al.,  2012).

Resultados e Discussão

Os fenótipos estudados tiveram resultados

semelhantes  na  análise  de  convergência,  com  correlação entre os valores preditos de 0,96 a 0,99, na  primeira e segunda iteração (Tabela 1), e de 0,98 a 1,00,  na segunda e terceira iteração, respectivamente. Essa  semelhança entre os valores genéticos indica que não  há necessidade de novas iterações. Maiores correlações  foram  obtidas  para  fenótipos  com  maior  coeficiente  de herdabilidade; assim, o aumento da herdabilidade  diminui o número de iterações requeridas. Os baixos  valores de desvio-padrão, de 0,001 até 0,008, indicam 

Tabela 1.  Correlação±desvio-padrão  entre  os  valores 

genéticos  preditos  em  diferentes  iterações,  no  grupo  de  validação  e  em  todo  rebanho,  tendo-se  considerado  características com diferentes herdabilidades e cenários de  simulação.

Característica Cenário  ri1,i2 ri1,i3 Herdabilidade de 0,40 Com pedigree 0,99±0,002 1,00±0,001

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pequena  variação  entre  as  repetições,  para  cada  fenótipo e cenário.

A acurácia dos valores genético-genômicos preditos  é  obtida  a  partir  de  sua  correlação  com  os  valores  genéticos  verdadeiros,  no  grupo  de  validação  e  no  rebanho estudado (Tabela 2). No grupo de validação,  as  acurácias  foram  maiores  para  fenótipos  com  maior coeficiente de herdabilidade, em cada cenário.  No  entanto,  nos  fenótipos  1  e  2  –  coeficientes  de 

herdabilidade de 0,40 e 0,25, respectivamente –, as

acurácias foram semelhantes, o que é indício de que,  nesta  faixa  de  herdabilidade,  a  acurácia  da  predição 

dos valores das características varia pouco.

O uso da matriz H aumentou as acurácias obtidas,  em comparação ao uso da matriz G, tanto no rebanho  quanto no grupo de validação. Assim, o uso de uma  matriz  de  relacionamento  que  combine  informações  de pedigree e genômicas parece ser mais eficiente na  predição dos valores genético-genômicos do que o uso  de  uma  matriz  apenas  com  informações  genômicas.  Nos  resultados  obtidos  para  os  desvios-padrão  das  acurácias,  houve  maior  variação  quando  se  utilizou  a matriz G, em substituição à matriz H. Além disso,  houve menor variação entre as repetições no rebanho  do que no grupo de validação.

Wang et al. (2012) estudaram um fenótipo com

coeficiente de herdabilidade de 0,50, oriundo apenas  dos efeitos aditivos dos QTL, em uma população que 

continha cinco gerações, pedigree com 15.800 animais 

e 1.500 indivíduos genotipados. Nesse caso,

para  o  método  ssGBLUP  com  processo  iterativo,  com  uso  da  matriz  H  para  obtenção  dos  valores  genético-genômicos,  foram  obtidas  as  correlações  (±desvios-padrão) de 0,87 (±0,01), 0,89 (±0,01), 0,88  (±0,01), para a primeira, segunda e terceira iteração. 

Os valores mais altos obtidos no presente estudo podem

estar associados ao maior coeficiente de herdabilidade  utilizado; e as diferenças entre iterações, às diferentes  estruturas  das  populações.  Segundo  os  autores,  as  vantagens do uso de iterações para recalcular os valores  genético-genômicos  estão  relacionadas  ao  número  e  à  distribuição  dos  efeitos  dos  QTLs,  e,  quando  há  pequeno número de QTLs, a melhoria da acurácia na  predição desses valores é imperceptível. 

Ainda em relação à eficiência do método ssGBLUP  iterativo,  Wang  et  al.  (2014),  ao  avaliar  a  seleção  genômica  do  peso  corporal  de  frangos  de  corte,  obtiveram  valores  de  acurácia  iguais  a  0,91,  0,90  e  0,88,  para  a  primeira,  segunda  e  terceira  iterações,  respectivamente.  Estes  resultados  são  corroborados 

pelos obtidos no presente trabalho.

A capacidade preditiva foi avaliada a partir das

correlações  entre  os  valores  genético-genômicos 

preditos e os valores fenotípicos, para o grupo de

validação e para o rebanho (Tabela 3). Para fenótipos  com  baixo  coeficiente  de  herdabilidade  (0,10),  no 

Tabela 2. Correlação±desvio-padrão entre valores genéticos preditos e verdadeiros, no grupo de validação e em todo rebanho, 

tendo-se considerado características com diferentes herdabilidades, e cenários de simulação com diferentes quantidades de  iterações.

Característica Cenário Número de iteração

1 2 3

Grupo de validação

Herdabilidade de 0,40 Com pedigree 0,68±0,03 0,67±0,03 0,67±0,03

Sem pedigree 0,53±0,09 0,53±0,09 0,53±0,09

Herdabilidade de 0,25 Com pedigree 0,64±0,02 0,63±0,03 0,63±0,03

Sem pedigree 0,45±0,05 0,45±0,05 0,45±0,06

Herdabilidade de 0,10 Com pedigree 0,54±0,06 0,50±0,06 0,49±0,06

Sem pedigree 0,31±0,09 0,30±0,08 0,29±0,08 Rebanho inteiro

Herdabilidade de 0,40 Com pedigree 0,87±0,01 0,85±0,02 0,85±0,02

Sem pedigree 0,68±0,07 0,67±0,07 0,67±0,07

Herdabilidade de 0,25 Com pedigree 0,81±0,01 0,79±0,02 0,79±0,02

Sem pedigree 0,61±0,04 0,60±0,04 0,59±0,04

Herdabilidade de 0,10 Com pedigree 0,72±0,04 0,66±0,04 0,65±0,04

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grupo  de  validação,  obteve-se  maior  correlação  na  segunda  iteração,  independentemente  do  cenário 

avaliado. Quando o rebanho foi avaliado, obtiveram-se

as maiores correlações entre valor genético-genômico  e fenótipo também na segunda iteração, consideradas  as  informações  de  pedigree;  e,  quando  a  matriz  de  relacionamento G foi utilizada, a primeira e a segunda  iteração foram iguais. Esses resultados são indicativos  de  que,  para  fenótipos  com  baixo  coeficiente  de  herdabilidade, o uso dos resultados da segunda iteração 

pode ser mais adequado do que o uso dos da primeira

iteração.

Ao se considerar o rebanho, obtiveram-se

correlações entre os valores genéticos verdadeiros e  fenótipos mais elevadas na segunda iteração, com a  matriz H, para todos os fenótipos estudados. Porém,  quando  utilizada  a  matriz  G,  observaram-se  duas  situações quanto às habilidades preditivas: 1, maiores  valores na primeira iteração; ou 2, resultados iguais  entre  primeira  e  segunda  iteração.  Esses  resultados 

foram semelhantes aos obtidos no grupo de

validação, em que as maiores correlações na segunda  iteração – exceto para o fenótipo 2 – foram obtidas  quando a matriz G foi utilizada. Além disso, obteve-se  maior  habilidade  preditiva  com  uso  da  matriz  G;  assim, as informações de marcadores foram suficientes  para substituir as informações de parentesco.Com a

diminuição  do  coeficiente  de  herdabilidade,  houve  diminuição também da habilidade preditiva. 

Em  geral,  esses  resultados  concordam  com  os  de 

Wang et al. (2014), que estimaram habilidade preditiva de 0,44, 0,52 e 0,52, para a primeira, segunda e terceira

iterações, respectivamente. 

Os  gráficos  de  soluções  dos  efeitos  dos  SNPs  foram  obtidos  para  a  primeira  iteração,  em  todos  os  fenótipos  (Figuras  1,  2  e  3),  em  razão  da  maior  acurácia na predição dos valores genético-genômicos  obtidos  nesta  iteração,  independentemente  do  fenótipo e do cenário. Os gráficos, para cada fenótipo,  foram  semelhantes  nos  dois  cenários;  indício  de  que  a  capacidade  de  identificação  de  QTL  é  igual,  independentemente  da  ausência  ou  presença  de  informações de pedigree. Portanto, essas informações  não  foram  determinantes  para  a  detecção  de  QTLs.  Além disso, o uso do método ssGBLUP foi eficiente  no  estudo  da  arquitetura  genética  dos  fenótipos 

estudados, tendo mostrado muitos loci com pequeno efeito e poucos com grande efeito.

Para a característica com coeficiente de herdabilidade  de 0,40, as regiões que continham QTLs na simulação  foram identificadas por meio dos gráficos de soluções  dos efeitos dos SNPs. Identificou-se a presença de um  QTL  no  cromossomo  cinco,  além  de  vários  outros  de  pequeno  efeito.  Além  disso,  foram  encontrados  indícios da presença de QTL no final do cromossomo 

Tabela 3. Correlação±desvio-padrão entre valores genéticos preditos e fenótipos, no grupo de validação e em todo rebanho, 

tendo-se considerado características com diferentes herdabilidades, e cenários de simulação com diferentes quantidades de  iterações.

Característica Cenário Número de iteração

1 2 3

Grupo de validação

Herdabilidade de 0,40 Com pedigree 0,31±0,07 0,33±0,06 0,33±0,06

Sem pedigree 0,46±0,09 0,46±0,09 0,47±0,08

Herdabilidade de 0,25 Com pedigree 0,25±0,04 0,27±0,04 0,27±0,04

Sem pedigree 0,36±0,06 0,38±0,06 0,38±0,07

Herdabilidade de 0,10 Com pedigree 0,13±0,04 0,14±0,04 0,14±0,04

Sem pedigree 0,18±0,05 0,20±0,06 0,20±0,06 Rebanho inteiro

Herdabilidade de 0,40 Com pedigree 0,54±0,07 0,56±0,06 0,56±0,06

Sem pedigree 0,66±0,07 0,66±0,07 0,66±0,06

Herdabilidade de 0,25 Com pedigree 0,46±0,04 0,48±0,04 0,48±0,04

Sem pedigree 0,57±0,04 0,57±0,04 0,56±0,04

Herdabilidade de 0,10 Com pedigree 0,30±0,02 0,32±0,02 0,32±0,02

(6)

Figura 1. Soluções dos SNP – ±(●), para cromossomos 1, 3 e 5, e ±(●),para cromossomos 2 e 4 – e efeitos dos QTLs – ±(*), para o fenótipo com herdabilidade 0,40 –, com uso de informações de pedigree, genótipo e fenótipo (A), ou apenas de  genótipo e fenótipo (B).

(7)

três, no início do cromossomo quatro, na parte central  do cromossomo quatro e na parte final do cromossomo  cinco. Nestes locais, há presença de QTLs simulados  próximos.  Os  resultados  indicam  que  o  método  proposto  é  capaz  de  identificar  regiões  com  maior  relevância para o fenótipo estudado.

Para  a  característica  com  coeficiente  de  herdabilidade  0,25,  os  QTLs  simulados  tiveram  efeito menor do que com herdabilidade 0,40. Porém,  a eficiência na identificação de QTLs foi semelhante 

entre os fenótipos com diferentes herdabilidades, o que

é indício de ocorrência de um QTL de grande efeito na  parte central, no quinto cromossomo, e muitos QTLs  de  pequeno  efeito.  Além  disso,  foram  encontrados  indícios da presença de QTLs no final do cromossomo  três, no início e na parte central do cromossomo quatro,  e na parte final do cromossomo cinco, que são locais  com presença de QTLs simulados próximos.

Para a característica com herdabilidade 0,10, foram

identificados QTLs nas regiões inicial e intermediária  dos cromossomos dois e três. No primeiro cromossomo,  foi  simulado  um  QTL  que  não  foi  identificado  pela  análise  de  associação,  possivelmente  por  não  haver 

outros  QTL  próximos,  o  que  diminuiu  seu  poder  de  detecção.

Os coeficientes de herdabilidade tiveram influência  na  identificação  dos  QTLs,  pois  quanto  maior  a 

herdabilidade, maiores foram os efeitos estimados

para  os  marcadores  genéticos  presentes  nas  regiões  próximas aos QTLs simulados.

Conclusões

1. As  informações  de  parentesco  melhoram  a  predição  dos  valores  genético-genômicos  em  uma  população em seleção. 

2. Quanto à habilidade preditiva, as informações de  marcadores genéticos são suficientes para substituir as  informações de parentesco. 

3. O  método  ssGBLUP  iterativo  é  eficiente  para  análise  de  associação  genômica  ampla  e  evidencia  regiões  de  QTLs  associadas  a  características  de  interesse econômico.

4. Maiores herdabilidades favorecem a identificação  de potenciais reprodutores para as próximas gerações  e de regiões associadas a características de interesse. 

(8)

Agradecimentos

À  Fundação  de  Amparo  à  Pesquisa  do  Estado  de  São  Paulo  (Fapesp),  ao  Conselho  Nacional  de  Desenvolvimento  Científico  e  Tecnológico  (CNPq),  e  à  Coordenação  de Aperfeiçoamento  de  Pessoal  de  Nível Superior (Capes), pelo apoio financeiro.

Referências

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Imagem

Tabela 1.  Correlação±desvio-padrão  entre  os  valores  genéticos  preditos  em  diferentes  iterações,  no  grupo  de  validação  e  em  todo  rebanho,  tendo-se  considerado  características com diferentes herdabilidades e cenários de  simulação.
Tabela 2. Correlação±desvio-padrão entre valores genéticos preditos e verdadeiros, no grupo de validação e em todo rebanho,  tendo-se considerado características com diferentes herdabilidades, e cenários de simulação com diferentes quantidades de  iteraçõe
Tabela 3. Correlação±desvio-padrão entre valores genéticos preditos e fenótipos, no grupo de validação e em todo rebanho,  tendo-se considerado características com diferentes herdabilidades, e cenários de simulação com diferentes quantidades de  iterações.
Figura 1.  Soluções dos SNP – ±(●), para cromossomos 1, 3 e 5, e ±(●), para cromossomos 2 e 4 – e efeitos dos QTLs – ±(*),  para o fenótipo com herdabilidade 0,40 –, com uso de informações de pedigree, genótipo e fenótipo (A), ou apenas de  genótipo e fenó

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