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Uso de habitat, orçamento temporal e influência da maré da geomorfologia do fundo sobre o comportamento do boto Sotalia guianensis Van Bénéden, 1864 (Cetacea: Delphinidae) no Porto de Maceió - Alagoas, Brasil

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Academic year: 2017

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KARLLA DE MORAES SOUZA LIMA COLLAÇO

USO DE HABITAT, ORÇAMENTO TEMPORAL E INFLUÊNCIA

DA MARÉ E DA GEOMORFOLOGIA DO FUNDO SOBRE O

COMPORTAMENTO DO BOTO Sotalia guianensis van BÉNÉDEN,

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KARLLA DE MORAES SOUZA LIMA COLLAÇO

USO DE HABITAT, ORÇAMENTO TEMPORAL E INFLUÊNCIA DA

MARÉ E DA GEOMORFOLOGIA DO FUNDO, SOBRE O

COMPORTAMENTO DO BOTO Sotalia guianensis van BÉNÉDEN,

1864 (CETACEA: DELPHINIDAE)

NO PORTO DE MACEIÓ –

ALAGOAS, BRASIL.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia (Mestrado) do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Flavio José de Lima Silva

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Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Collaço, Karlla de Moraes Souza Lima.

Uso de habitat, orçamento temporal e influência da maré da geomorfologia do fundo sobre o comportamento do boto Sotalia guianensis Van Bénéden, 1864 (Cetacea: Delphinidae) no Porto de Maceió - Alagoas, Brasil / Karlla de Moraes Souza Lima Collaço. – Natal, RN, 2008.

90 f.

Orientador: Flávio José de Lima Silva.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia.

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“A VIDA É BREVE,

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AGRADECIMENTOS

Sempre é muito difícil ao final de mais uma etapa da vida agradecer a todos os que contribuíram para o nosso crescimento. Afinal em dois anos e meio quantas pessoas passam por nossa vida... No meu caso são bem mais que dois anos e meio. Quando saí de Maceió para ter uma conversa com o meu na época “possível” orientador em Natal, não imaginei que minha vida pudesse mudar tanto! Desde então (maio de 2005) tenho muito o que agradecer.

Em primeiríssimo lugar meu orientador, Dr. Flávio Lima, que apostou em mim e acreditou que eu poderia desenvolver uma pesquisa no meu Estado, tão carente de ciência. Obrigada pela confiança, compreensão, pelos conselhos e por me lembrar que “Pós-graduação é antes de tudo sacrifício”!

Ao senhor Berenaldo Lessa e ao Porto de Maceió por todo o apoio ao longo do projeto, antes mesmo da minha pesquisa. Obrigada pela disponibilidade, confiança e boa vontade de tornar a pesquisa com esses animais possível.

A MAMMALIA – Conservação & Pesquisa, pela bicicleta doada e que foi fundamental para a coleta de dados.

A Liisão que é uma irmã! Quanta coisa agüentamos! Que calor!!! E como foi bom ter alguém para estar ao meu lado, para estudar e dividir expectativas! Obrigada fia!

As meninas de Noronha, pela acolhida! Paty, Lica e Aninha. A Rose Emília (PPC) não esqueci que você foi a primeira a me receber e sentar comigo para me mostrar às atividades do grupo. Obrigada pela força e pela bibliografia.

A “Zé”, que foi o primeiro e grande incentivador do meu “largar tudo” para realizar um sonho! Obrigada por acreditar em mim desde sempre! Certamente sem teu incentivo eu não teria ido.

A família Santos Carvalho! D. Marisa, Ismael, Belinha, Juca, Neide, Branca e Gabriel. Vocês me ofereceram sua casa, sua amizade e carinho sem pedir nada em troca, e quanto tive que ir embora vocês simplesmente me apoiaram. Obrigada por me mostrar um pedacinho do paraíso! Parte desta conquista devo a vocês.

A todo o pessoal da UFRN! Aos professores: Arrilton, Fátima, Fívia, Emília, Daniel, Teresa, e todos os outros sempre disponíveis. A turma de mestrado de 2006 e todos das turmas anteriores que de alguma forma estiveram presentes.

A todos os membros do PPC, Carol, Luísa, Priscila, Kelly, Sandra, Mariana, Lídio, Rosana, Fernando, Fagner, pelas experiências, ensinamentos, pelas festas! Aprendi muito com vocês, Obrigada!

Ao amigo LINDO! Manu!! Que conquista foi tua amizade pra mim! Valeu!!

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Ao meu compadre Bira, obrigada por dividir a vida comigo por um ano, pela amizade eterna. Não poderia ter tido melhor companheiro de república.

A minha família, fonte de tudo! Por vocês sou capaz de mover o mundo!

Tios: Márcia, Cláudio, Marli, pela ajuda inesperada! Valeu muito! Marisa pelo exemplo.

Vó linda!!!!! Minha fonte de sabedoria e inspiração!

Mãe... O que dizer de você? Seu apoio foi a base da minha coragem. Você é a minha GAIA!

Meus irmãos! Apesar dos pesares... A vocês TUDO o que fui, sou e serei!

Lourdes Maria, amor incondicional, te amo!!! JB, a felicidade que caiu do telhado! Aline, obrigada pela força e por me chamar de volta à terra de vez em quando! Você sem querer mudou nossas vidas.

Meu Pai...Um dia quem sabe você acredite. És meu Desafio! Do seu jeito você está aí. Obrigada.

Meu sogro Armando Collaço e minha sogra Palmira Collaço ou devo dizer Pai e Mãe, obrigada pela acolhida, pela força, pelo cuidado comigo. Nunca vou esquecer o que vocês fizeram e fazem até hoje.

Meu esposo Bruno Collaço. Que história, não é?! O que é o destino? Ou Deus? Ele nos deu várias chances e nós fingimos que não vimos, então ele resolveu nos obrigar a viver na mesma casa. De amigos, confidentes e conselheiros a marido e mulher. Obrigada por ser quem você é! Por acreditar, por sonhar, pela generosidade, pelo amor, pela dedicação, pela batalha juntos e pelo JB. Por cuidar de mim quando o porto me deixava doente. Você foi a melhor aquisição desse mestrado!

Aos amigos: Rogério, Danda, Aninha e Júlia: Incentivadores! Jú, Dada, Lígia. Vocês foram essenciais! Chinha!! O que seria de mim sem você e o bebê “mala”. Vocês tornaram tranqüila a parte mais difícil!

Aos professores e amigos: Gabriel Le Campion, obrigada pelo mar! Iracilda Lima, obrigada pela ciência!

Aos personagens principais dessa jornada de vida, Os Golfinhos! Eles são a materialização do sentido de ser Bióloga. Se não fosse a fascinação por essas criaturas mágicas e maravilhosas nada disso teria acontecido.

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SUMÁRIO

RESUMO x

ABSTRACT xi

INTRODUÇÃO GERAL 12

ARTIGO 1 – Uso do Habitat: Influência da Geomorfologia do Fundo, Tráfego de embarcações e da

Maré sobre o Comportamento do Boto (Sotalia guianensis Van BÉNÉDEN, 1864) no Porto de Maceió

– Alagoas. 16

RESUMO 17

INTRODUÇÃO 18

MATERIAL E MÉTODOS 20

Área de Estudo 20

Coleta dos Dados 20

Categorias Comportamentais e encontros com embarcações 22

Análise dos Dados 24

RESULTADOS 25

DISCUSSÃO 28

AGRADECIMENTOS 36

LITERATURA CITADA 37

LISTA DE FIGURAS 46

FIGURAS 47

ANEXO- Normas para Publicação 49

ARTIGO 2 – Orçamento temporal do boto (Sotalia guianensis) no Porto de Maceió – Alagoas, Brasil. 54

RESUMO 55

INTRODUÇÃO 56

MATERIAL E MÉTODOS

58

Área de Estudo

58

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Coleta dos Dados 58

Categorias Comportamentais e Interação com embarcações 61

Análise dos Dados 62

RESULTADOS 62

DISCUSSÃO 68

AGRADECIMENTOS 73

REFERÊNCIAS 74

LEGENDAS DAS FIGURAS 78

ANEXO- Normas para Publicação 79

DISCUSSÃO GERAL 82

CONSIDERAÇÕES FINAIS 85

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RESUMO Os fatores físicos e ambientais apresentados por cada hábitat e a ritimicidade dos padrões comportamentais influenciam fortemente a ecologia e o comportamento dos seres vivos em geral. Ao mesmo tempo tais fatores podem fornecer pistas sobre a estrutura de uma população e seu equilíbrio ecológico. A estrutura organizacional, ecológica e comportamental de uma espécie avaliada em regiões sabidamente em equilíbrio quando comparada à mesma avaliação feita em áreas degradadas pode fornecer um panorama claro de como as influências antrópicas agiram sobre estas espécies e que medidas podem ser tomadas no intuito de mitigar os efeitos nocivos e conservar a população. A região onde foi realizado esse estudo está, assim como a maioria das áreas de porto, sujeita à intensa degradação física e ambiental. Com o interesse emergente de mudança na qualidade desses ambientes por parte também das próprias empresas que utilizam os serviços portuários, o estudo proposto visou caracterizar o uso do habitat, a distribuição das atividades comportamentais realizadas ao longo do dia e a influência da geomorfologia do fundo, profundidade e das variações da maré sobre a expressão dos comportamentos de Sotalia guianensis na região do Porto de Maceió – Alagoas. A partir dessas informações será possível estabelecer parâmetros para comparação com outras populações de S. guianensis e delinear medidas de conservação para a população ocorrente no Porto de Maceió – AL, servindo ainda como base para ações de conservação futuramente executadas em outras regiões portuárias.

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ABSTRACT The physical and environmental factors presented by each habitat and the rhythm of behavior patterns strongly influence the ecology and behavior of the all living beings. At same time this factors may provide clues about the structure of a population and its ecological balance. The organizational structure, ecology and behavior of a species appraised in a region if we know be in balance when compared to the same type of appraisal made in a degraded area can provide a clear view of how the anthropogenic influences acted on these species and what steps can be taken in order to mitigate the effects and keep the population. The region where this study was conducted is, like most areas of port, subject to intense physical and environmental degradation. With the emerging interest of change in the quality of these environments also by the companies themselves that use the port services, the proposed study aimed to characterize the use of habitat, the distribution of behavioral activities carried out throughout the day and influence of geomorphology of the bed, depth and variation of tide on the expression of the behavior of Sotalia guianensis in the port of Maceio - Alagoas. From this information will be possible establish parameters for comparison with other populations of S. guianensis and establish conservation measures for the population occurring in the port of Maceio - AL, serving also as a basis for conservation actions future performed in other port regions.

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INTRODUÇÃO GERAL

Muitos estudos têm mostrado que a distribuição de uma população está intimamente ligada ao que o habitat pode fornecer (Ballance, 1992; Hastie et al. 2004; Rossi-Santos, 2006; Azevedo et al. 2007; Araújo et al. 2007). No entanto, apenas a informação sobre a distribuição não revela a função ecológica da área utilizada. Essa função somente é determinada quando os fatores comportamento e tipo de habitat são analisados em conjunto (Grigg e Markowitz, 1997; Hastie et al. 2004).

Segundo Ballance (1992), cada habitat é composto por um mosaico de partes que diferem umas das outras física e biologicamente. Alguns locais oferecem uma maior proteção a alguns elementos como predação, outros fornecem uma grande concentração de alimento. Em função dessa heterogeneidade encontramos padrões específicos na maneira como os animais se distribuem e no modo como utilizam os nichos que ocupam em cada habitat (Hanson e Defran, 1993; Daura-Jorge et al. 2005; Daura-Jorge et al. 2007)

Delphinideos apresentam um complexo padrão de uso do hábitat, em que fatores físicos e biológicos afetam aspectos ecológicos, incluindo o comportamento e a distribuição espacial (Azevedo et al. 2007). A escolha da área, o tipo de atividade executada em cada local e a estrutura da comunidade são influenciados por fatores ambientais (fotoperíodo, profundidade, temperatura da superfície, abundância e distribuição de presas, maré e indiretamente o vento) (Simão e Poletto, 2002; Daura-Jorge et al. 2005; Rossi-Santos, 2006; Araújo et al. 2007) e físicos (geomorfologia do fundo) (Hui, 1979; Harzen, 1998; Bearzi et al. 1999; Domit, 2006).

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às variações diurnas e sazonais dos fatores ambientais e são o resultado de um complexo ajuste entre o forrageio ótimo e o tempo de forrageio, atividades sociais e as restrições ambientais (Karczmarski e Cockcroft, 1999; Silva, 2001). A ocorrência de ritmos diurnos, tanto em animais cativos quanto em animais livres na maioria dos animais terrestres e aquáticos, sugere que as variáveis fotoperíodicas exercem uma influência significativa sobre o comportamento (Saayman, 1972; Silva, 2001).

Eberhardt propôs em 1977 a utilização do orçamento de atividades para o acesso ao status de populações de mamíferos marinhos, baseando-se em algumas linhas de pensamento utilizadas até hoje. A primeira é que o alimento é um fator limitante importante para praticamente todas as espécies e a segunda é que o percentual de tempo de forrageio incluindo procura e perseguição aumenta quando a abundância e a qualidade das presas diminuem (Gelatt, 2002). A importância da disponibilidade de alimento assume então uma relevada importância, fazendo com que muitos animais tolerem distúrbios ambientais e lugares extremamente impactados pelo homem em função da facilidade na obtenção de alimento (Maze e Würsig, 1999; Bearzi et al. 1999; Azevedo et al. 2007).

Bearzi et al. (1999) observaram em uma população de golfinhos Turciops sp. que a grande flexibilidade comportamental desses animais contribui para sua sobrevivência em locais com elevadas variações ambientais. Isso faz com que o percentual de tempo gasto pelos animais em forrageio forneça um panorama da disponibilidade de presas e indiretamente uma visão geral do status ecológico da área.

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e Bonde, 2000; Valle, 2006; Azevedo et al. 2007). São generalistas, alimentando-se de peixes, moluscos e crustáceos, utilizando inclusive recifes submersos e áreas de estuários para forragear (Borobia e Barros, 1989; Valle, 2006). Possuem pequena área de uso, inferior a 40 km² na Baía Norte em Santa Catarina (Flores e Bazzalo, 2004), 79 km² para a Baía de Babitonga também em Santa Catarina (Cremer, 2007) e 136,9 km² para baía de Guanabara no Rio de Janeiro (Azevedo et al. 2007). Em geral não costumam passar muito tempo em mar aberto (Flores e Bazzalo, 2004). São cetáceos pequenos com comprimento máximo do corpo de 1,98 m para os machos (Rosas, 2000) e 2,20 m para fêmeas, sendo considerado robusto e com nadadeiras proporcionalmente grandes (Hetzel e Lodi, 1993; Da Silva e Best, 1996).

Apesar da flexibilidade comportamental e aparente adaptação a ambientes poluídos esses animais se encontram sobre forte pressão em função da degradação do ambiente em que vivem, capturas acidentais e intencionais. Tal pressão se reflete com maior intensidade nas espécies que freqüentam as regiões próximas da costa (Hetzel e Lodi, 1993; Bearzi et al. 1999; Maze e Würsig, 1999; Pereira et al. 2007). Essas regiões, em geral baías, enseadas, portos e estuários, estão sujeitas à atracação de navios, embarcações de pesca e atividades recreativas, que geram intensa poluição sonora e trânsito marítimo. Além disso, em geral recebem grande aporte de esgotos e dejetos industriais.

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Com isso, partindo do princípio de que entender as bases do comportamento de uma espécie é fundamental para o conhecimento da ecologia e para o estabelecimento de medidas que possam auxiliar na conservação desta espécie (Daura-Jorge et al. 2005) e que o uso de indicadores para o aceso ao status populacional de predadores de topo de cadeia é bastante relevante para o manejo e para a conservação da vida selvagem como um todo (Gelatt, 2002), o estudo proposto visou caracterizar o uso do habitat, a distribuição das atividades comportamentais realizadas ao longo do dia e a influência do tipo de substrato do fundo, profundidade, das variações da maré e do tráfego de embarcações sobre a expressão dos comportamentos de S. guianensis na região do Porto de Maceió – Alagoas.

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ARTIGO 1 – Uso do Habitat e Influência da Geomorfologia do Fundo e da Maré no Comportamento do Boto (Sotalia guianensis Van BÉNÉDEN, 1864) no Porto de Maceió – Alagoas – Brasil.

Karlla de Moraes Souza Lima Collaço 1 e Flávio José de Lima Silva1,2

1

Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Campus UFRN. Caixa Postal 1511 - CEP 59078-970. Natal, RN. Brazil.

e-mail: karllamariana@gmail.com

2

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Laboratório de Sistemática e Ecologia Animal. Dept. Ciências Biológicas – Fac. Ciências Naturais. Av. Prof. Antônio de Campos, s/n . Campus Central UERN. CEP 59600-970. Mossoró, RN. Brazil.

e-mail: flaviogolfinho@yahoo.com.br

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RESUMO

Sotalia guianensis é um pequeno boto que habita regiões costeiras e que ocorre desde

Honduras até o Sul do Brasil. Apesar da flexibilidade e adaptabilidade da espécie, ela é bastante vulnerável em função de seu hábito costeiro, estando constantemente em contato com impactos causados pelo homem. Sabendo que a escolha da área, o tipo de atividade executada em cada local e a estrutura da comunidade são influenciadas por fatores ambientais e que a distribuição de uma população está ligada ao que o habitat escolhido pode fornecer buscou-se, associando os fatores comportamento e tipo de habitat, caracterizar o uso do habitat e a influência da geomorfologia do fundo, profundidade e das variações da maré sobre a expressão dos comportamentos do boto S.

guianensis na região do Porto de Maceió – Alagoas. Os animais apresentaram maior

freqüência de atividades no setor com nove metros de profundidade, pouca declividade e fundo arenoso. O uso da área parece estar ligado principalmente à disponibilidade de presas e segurança dos animais. Sendo a região é bastante impactada este trabalho poderá auxiliar no estabelecimento de medidas mitigadoras e de conservação para a população que ocorre não só na área do Porto de Maceió, mas para outras áreas semelhantes.

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INTRODUÇÃO

Delphinideos apresentam um complexo padrão de uso do hábitat, em que fatores físicos e biológicos afetam aspectos ecológicos, incluindo o comportamento e a distribuição espacial (Azevedo et al. 2007). A escolha da área, o tipo de atividade executada em cada local e a estrutura da comunidade são influenciadas por fatores ambientais (fotoperíodo, profundidade, temperatura da superfície, abundância e distribuição de presas, maré e indiretamente o vento) (Simão and Poletto 2002, Daura-Jorge et al. 2005, Rossi-Santos 2006, Araújo et al. 2007) e físicos (geomorfologia do fundo) (Hui 1979, Harzen 1998, Bearzi et al. 1999, Domit, 2006).

A distribuição de uma população está ligada ao que o habitat escolhido pode fornecer (Ballance 1992, Hastie et al. 2004, Rossi-Santos 2006, Azevedo et al. 2007, Araújo et al. 2007). No entanto, apenas a informação sobre a distribuição não revela a função ecológica da área utilizada. Essa função somente é determinada quando os fatores comportamento e tipo de habitat são analisados em conjunto (Grigg and Markowitz 1997, Hastie et al. 2004).

Para isso entender as bases do comportamento torna-se essencial, não só para o conhecimento dos ritmos, mas da ecologia de uma população e sua conservação (Daura-Jorge et al. 2005).

O boto Sotalia guianensis (Van Bénéden, 1864) é uma espécie que sabidamente escolhe áreas preferenciais para cada tipo de atividade (Cremer et al. 2004, Daura-Jorge

et al. 2005). Estando presentes em geral em zonas costeiras abrigadas, do sul do Brasil

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recifes submersos e estuários para forragear (Borobia and Barros 1989, Valle 2006). A espécie possui pequena área de uso com um máximo de 136,9 km² ocorrendo na baía de Guanabara no Rio de Janeiro (Azevedo et al. 2007). Segundo Flores and Bazzalo (2004) não costumam passar muito tempo em mar aberto. São considerados animais pequenos e robustos com comprimento máximo do corpo de 2,06 m (Da Silva and Best 1996).

Apesar da flexibilidade comportamental e aparente adaptação a ambientes poluídos esses animais se encontram sobre forte pressão em função da degradação do ambiente em que vivem, capturas acidentais, intencionais e transito de navios, embarcações de pesca e atividades recreativas, que geram intensa poluição sonora e trânsito marítimo. (Hetzel and Lodi 1993, Bearzi et al. 1999, Maze and Würsig 1999, Pereira et al. 2007).

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MATERIAIS E MÉTODOS

Área de Estudo

O porto de Maceió (09º 40' 2” S e 35º 42' 54” W) encontra-se no centro do litoral do Estado de Alagoas entre duas praias com intensa urbanização: Avenida e Pajuçara. Região impactada por atividades antrópicas é cercada por estruturas que merecem ser descritas para um melhor entendimento das condições da região. A três quilômetros a noroeste está o emissário submarino, estrutura construída para lançar parte dos dejetos da cidade, em princípio tratados, no mar. Um quilômetro também a noroeste do local das observações está o “Riacho Salgadinho”, córrego que recebe esgoto clandestino, carreando lixo para o cais do Porto durante a maré cheia.

A região possui ainda uma colônia de pescadores, a menos de um quilômetro a norte do ponto de observação, que produz um intenso tráfego de embarcações, além disso, a maior marina e as piscinas naturais mais freqüentadas do Estado estão a menos de dois quilômetros a norte e a leste respectivamente do local de observação, intensificando ainda mais a circulação de embarcações.

O cais do Porto possui três berços, um píer de granéis líquidos, um cais do terminal açucareiro e um cais comercial que recebe também navios de turismo.

Em função da configuração geográfica da costa, prevalece a corrente de maré, cuja direção é sul na enchente e norte na vazante, com amplitude máxima 2,60 metros (DHN 2008, INPH 1993).

Coleta dos dados

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metros de altura, foi utilizada como ponto de observação. Como a plataforma está fixada na entrada do cais comercial é possível visualizar a maior parte da área do cais e toda a área referente a mar aberto num ângulo de 240°. A área de estudo foi dividida em quatro setores para um melhor aproveitamento dos dados de acordo com a profundidade e as características físicas de cada subárea (Figura 1). A divisão foi feita utilizando pontos de referência no Porto ou em terra. Estando, a Nordeste o Setor 1, composto parte pelo canal de entrada e saída dos navios do porto e parte pela rota de saída dos barcos da colônia de pesca e da marina com profundidade que varia de 6,0m a 8,0m metros, intenso tráfego de embarcações e fundo arenoso/orgânico. A Sul, mar aberto, se localiza o Setor 2 com profundidade média de 9,0m, fundo arenoso e uma pequena porção de recife submerso. Parte deste setor está no canal de entrada e saída dos grandes navios. A leste está o cais comercial, onde está localizado o Setor 3 com profundidade média de 10,5 metros. Este setor sofreu uma dragagem em 1999 e possui fundo de argila siltosa/orgânico (INPH 1993). O Setor 4 a sudeste tem profundidade média de 2m e fundo com formação de recife (Porto de Maceió 2002).

Os dados analisados neste trabalho foram coletados com auxílio de binóculos 12 X 50 mm, em dias aleatórios de janeiro a abril de 2007 e de janeiro a julho de 2008. As observações foram alternadas sendo uma no período da manhã de 07:00hs as 12:00hs e outra no período da tarde de 12:00hs as 17:00 hs de forma que se obtivesse o mesmo número de dias e horas de observação para os dois períodos.

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permite observar todos os indivíduos que estiverem dentro da área ao mesmo tempo. Esse formato de observação foi baseado no que Baird and Hanson (2004) utilizaram para orcas. Eles afirmam para uma área semelhante à desse trabalho que o foco estando voltado para o comportamento e não para o grupo reduz a probabilidade de extrapolar um comportamento para todo o grupo, evitando a subestimação de comportamentos menos freqüentes como o descanso. A metodologia relativa a coleta dos dados referentes a encontros com embarcações foi baseada em trabalhos semelhantes executados por Constantine (2004), Pereira et al. (2007) e Araújo et al. (2008), onde os encontros eram contabilizados e categorizados para posterior análise. Para esse trabalho as embarcações foram divididas em: Navios e embarcações portuárias, pesca e turismo.

Consideramos apenas duas categorias etárias: adultos, e infantes para animais com comprimento visualmente estimado inferior a 2/3 do tamanho do adulto, regularmente acompanhado de animal adulto (Maze and Würsig 1999, Azevedo et al. 2005). Grupo foi definido com todos os animais que estavam ao mesmo tempo dentro da área de observação.

Dados referentes à profundidade e composição geomorfológica do fundo foram extraídos a partir das Cartas Náuticas 901 e 920, e relatórios de pesquisas anteriores cedidos pela administração do Porto de Maceió (INPH 1993, Oliveira and Campion 1999). As profundidades estabelecidas para os setores são referentes à baixa mar de sizígia. A tábua de maré utilizada foi calculada pela Marinha do Brasil e para as análises dos dados os ciclos da maré foram divididos em enchente/cheia e vazante/vazia.

Categorias comportamentais e encontros com embarcações

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Forrageio: Todo comportamento individual ou em grupo ligado à alimentação direta ou indiretamente, culminando ou não na captura e consumação da presa. Sendo consideradas as atividades de forrageio descritas para a espécie anteriormente (Geise 1991, Nascimento 2002, Monteiro et al. 2006, Souto et al. 2006);

Deslocamento: Deslocamento de um ou mais indivíduos com trajetória definida (direção constante), velocidade variada, sem evidencia de outra atividade e com os animais claramente em transito de uma área a outra (Harzen 1998, Edwards and Schnell 2001). A categoria deslocamento não foi contabilizada quando inserida no contexto de outra categoria analisada neste trabalho. Por exemplo: O deslocamento executado durante a perseguição a uma presa não foi contabilizado na categoria deslocamento e sim na categoria forrageio, por entender que tal deslocamento está inserido nesse contexto;

Descanso: Os animais se movimentam lentamente, rente à superfície, sem função aparente, em geral realizado em grupo e em sincronia, onde se observa apenas o dorso dos animais quando emergem para respirar. Esses animais mantêm ainda uma orientação regular podendo, no entanto mudar de direção (Wursig and Wursig 1980, Karczmarski and Cockcroft 1999);

Socialização: Interações entre os indivíduos usualmente com contato corporal e fora do contexto de outro tipo de atividade. Incluindo atividades aéreas, interação com objetos, interações agressivas entre indivíduos e comportamentos agonísticos na presença de embarcações (Harzen 1998, Edwards and Schnell 2001, Daura-Jorge et al. 2005); Reações a encontros com embarcações

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Neutra: Os animais não alteram o comportamento quando a embarcação se aproxima, ou simplesmente distanciam-se da embarcação e continuam executando a mesma atividade anterior ao encontro (Pereira et al. 2007, Araújo et al. 2008);

Negativa: Expressão de atividade à superfície ou comportamento agonístico (batida de cabeça, batida de cauda, saltos), alteração ou modificação da atividade realizada anteriormente, saída da área (Pereira et al. 2007, Araújo et al. 2008).

Análise dos dados

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RESULTADOS

Para efeito de análise de dados neste trabalho foram realizados 38 dias de observação, 5 horas por dia, totalizando 190 horas de esforço amostral e 87 horas de esforço efetivo. Em 31(81,59%) dos dias de observação os animais estavam presentes e em apenas 7 dias (18,42%) não houve animais na área. Houve presença de infantes em 30 (96,77%) dos 31 dias com animais na área. Dez animais foi o maior número observado na área ao mesmo tempo e o menor foi 1 animal, sendo a média de 4,15 animais. A maior freqüência foi de 3 animais (n=18) e a menor 8 e 10 animais (n=1). Dos indivíduos observados 66,08% eram adultos, 27,65% infantes e 6,27% não foi possível identificar a faixa etária. Houve maior concentração do número de infantes em relação ao número de adultos no período da manhã (62,67% adultos/28,12% infantes) do que no período da tarde (68,55% adultos/27,31% infantes), diferença considerada não significativa (p>0,05).

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A freqüência de atividades foi maior no período da tarde, que no período da manhã, exceto o comportamento de forrageio, que se apresentou praticamente equitativo, com leve predomínio no período da manhã (50,06%). A categoria descanso foi mais freqüente no período da tarde (66,52%), contudo não se verificou diferença significativa na freqüência desse comportamento entre os períodos manhã e tarde (Figura 2).

O Setor 2 (profundidade 9,0 m, fundo arenoso e baixa declividade) foi o mais utilizado pelos animais. Do total das atividades observadas 70,96% ocorreram nesse setor. No Setor 1 (profundidade 6,0 – 8,0m, fundo arenoso/orgânico) foram executadas 19,18% do total, seguido pelo Setor 4 (profundidade 3,0 m, fundo de recifes de coral) com 6,68% e pelo Setor 3 (profundidade 10,5 m, fundo argila siltosa/orgânico) com 3,18% do total de atividades observadas. Verificou-se diferença significativa na freqüência de uso dos setores pelos animais (Kruskal Wallis p=0, 0302). Quando analisados dois a dois verificou-se que a diferença ocorre apenas entre os setores 2 e 3 (p=0, 0286). Houve diferença significativa em relação as freqüências das atividades apresentadas em cada um dos setores. No setor 1 a diferença mais marcante se deu entre forrageio e descanso (p<0,05) e entre deslocamento e descanso (p<0,001), no setor 2 as diferenças foram mais significativas entre o forrageio e o descanso (p<0,001) e nos setores 3 e 4 a diferença maior se deu entre as freqüências de deslocamento e de descanso, ambas com valor de p< 0,001 (Figura 3). O teste de Spearman mostrou que não existe correlação entre as atividades e a profundidade do setor (p=0, 331).

(27)

por 66,64% de todo o forrageio observado, 85,81% da socialização, 61,80% do deslocamento e 84,44% de todos os eventos de descanso presenciados.

O Setor 1 foi utilizado pelos golfinhos para o forrageio e o deslocamento. Essas categorias comportamentais representaram 52,04% e 33,37% respectivamente, das atividades realizadas neste setor. No Setor 2 a distribuição das atividades foi mais equitativa, exceto pelo descanso que representou apenas 5,08% das atividades realizadas neste setor. Já o Setor 3 foi utilizado em grande parte para o deslocamento, 56,72% das atividades foram para este fim, seguido pelo o forrageio com 27,61% do total. O deslocamento também foi a atividade mais observada no Setor 4, representando 77,66% do total. Este setor foi utilizado basicamente como área de entrada e saída dos animais. Não foi observada a categoria descanso nestes dois últimos setores (Figura 3).

A maré não mostrou influência estatisticamente significativa nas atividades realizadas pelos golfinhos. Embora não estatisticamente significante houve maior freqüência de atividades durante a maré vazante/vazia. Do total de atividades de forrageio 64,08% (p=0, 3429) ocorreram na maré vazante/vazia. Com relação à socialização 56,50% ocorreram na maré vazante/vazia e do total de observações referentes ao deslocamento 51,66% foram na maré vazante/vazia, somente o descanso foi mais freqüente na maré enchente/cheia, 61,98% (Figura 4).

Quando observamos as categorias a partir das marés, vemos que das atividades realizadas no período de maré enchente/cheia o deslocamento foi o mais freqüente, representando 35,80% do total. Na maré vazante/vazia o comportamento mais freqüente foi o forrageio com 38,74%.

(28)

animais foram vistos forrageando na lama deixada pelo rastro dos navios de grande porte e rebocadores.

DISCUSSÃO

Os resultados gerais de tamanho de grupo, freqüência de ocorrência e categorias comportamentais observados, foram bastante semelhantes aos obtidos anteriormente em trabalhos realizados no mesmo tipo de área (Geise et al. 1999, Guilherme-Silveira and Lima 2007; Azevedo et al. 2007, Araújo et al. 2008). A freqüência de ocorrência dos animais na área (81,59%) permite classificar o Porto de Maceió como área de concentração para a espécie, segundo a definição proposta por Cremer et al. (2004). Araújo et al. (2007) em estudo recente nos Portos de Recife e Suape em Pernambuco observaram grupos variando entre 1 e 10 indivíduos, assim como observado por nós para o Porto de Maceió.

(29)

Uma maior freqüência de grupos foi observada no período da tarde, diferente do que foi observado por Geise et al. (1999) em Cananéia e Lodi (2003) em Paraty. Porém a diferença não foi significativa estatisticamente.

Infantes foram efetivamente observados ao longo de todo o estudo, estando presentes em quase todas as avistagens. Essa presença de infantes nos grupos ao longo de todo o ano já foi reportada por outros autores como Rosas and Monteiro-filho (2002). Este fator associado a grande freqüência do comportamento de socialização envolvendo infantes indicam que apesar de impactada por diversos fatores antrópicos a região do Porto de Maceió oferece boas condições de segurança e alimentação para ser utilizada como área de cria (Mattila et al. 1994, Santos et al. 2001, Lodi 2003).

A proporção por faixa etária foi de quase um infante para cada dois adultos avistados. Este padrão é um pouco incomum para Sotalia guianensis, mas já foi observado por Geise et al. (1999) para a região do estuário de Cananéia. Grupos com alto índice de infantes em geral possuem um maior número de indivíduos. Alguns autores associam esse aumento no tamanho do grupo a uma maior proteção aos recém-nascidos e a um incremento no desenvolvimento dos processos de aprendizagem (Karczmarki 1999, Lodi 2003, Azevedo et al. 2005). O pequeno tamanho de grupos com infantes no Porto pode estar associado ao tamanho da área e a proteção conferida pela estrutura do cais (Araújo et al. 2007).

(30)

Karczmarski and Cockcroft 1999). Para alguns autores as diferenças nas freqüências comportamentais podem estar relacionadas ao tipo de metodologia utilizada (Mann 1999, Daura-Jorge et al. 2005). No caso do Porto de Maceió acredita-se que a distribuição observada das atividades está relacionada principalmente a movimentação das embarcações e a distribuição e abundancia de presas.

A maioria dos episódios de forrageio foi relacionada a estratégias individuais ou em pequenos grupos de até três indivíduos. Por quatro vezes os animais foram observados forrageando na pluma levantada pela passagem dos navios em estratégia semelhante ao que foi descrito por Rossi-Santos and Wedekin (2006).

A proporção de tempo gasto em atividades de socialização e descanso foi considerada alta. A presença constante de infantes no grupo participando das atividades dos adultos e eventualmente a formação de grupos compostos apenas por infantes parece ter contribuído para os longos períodos de intensa socialização. Lodi (2003) também observou em Paraty grupos formados apenas por infantes e a presença deles nas atividades dos adultos, o que foi reafirmado por Monteiro et al. (2006). Esta participação dos infantes em atividades de adultos está relacionada à aprendizagem e treinamento dos comportamentos que serão utilizados nas próximas fases de suas vidas (Spinelli 2002, Monteiro et al. 2006, Araújo et al. 2008).

(31)

conhecida pelos pescadores locais como sendo de concentração de cardumes de peixes que são sabidamente presas do boto Sotalia guianensis, como tainha (Mugil sp.), espada (Trichiurus lepturus), linguado (Citharichthys sp.), sardinha (Pellona harrowere) e manjuba (Anchoa filifera) (Borobia and Barros 1989, Di Beneditto and Ramos 2004, Cremer 2007).

As categorias comportamentais socialização, deslocamento e descanso apresentaram maior freqüência no período da tarde e o forrageio se distribuiu equitativamente nos dois períodos, a diferença, contudo não foi significativa. Uma maior freqüência do comportamento de forrageio é comumente associada ao período da manhã ou a um pico pela manhã e outro no fim da tarde, não só para Sotalia guianensis, mas também para outros delfins. Este fator tem sido imputado a variações sazonais ambientais como fotoperíodo, estação do ano e maré, mas muito mais a variação sazonal diária das presas consumidas por esses animais (Saayman, et al.1972, Hanson and Defran 1993, Harzen 1998, Geise et al. 1999, Karczmarski and Cockcroft 1999, Azevedo et al. 2007).

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Mesmo a diferença não se mostrando estatisticamente significativa, houve maior concentração das freqüências comportamentais no período da maré vazante/vazia, exceto pelo descanso, que foi mais freqüente na maré enchente/cheia. O forrageio foi à atividade mais observada na maré vazante/vazia e o deslocamento a mais freqüente na maré enchente/cheia. Essa predominância é comum em S. guianensis e já foi observada em locais com grande variação na amplitude da maré como observado por Reis (2002) em Ilhéus na Bahia. A maior concentração das atividades de forrageio na maré vazante/vazia é atribuída à diminuição da massa de água, facilitando a ecolocalização e a captura das presas que provavelmente estão mais concentradas (Monteiro-Neto et al. 1995, Reis 2002, Flores and Bazzalo 2004, Daura-Jorge et al. 2005). Pode estar também associada à distribuição dos nutrientes e do zooplancton, regida pelas correntes e pela maré, o que afeta diretamente a distribuição das presas (Ballance 1992, Hanson and Defran 1993, Harzen 1998). Em relação ao local de estudo pode-se dizer que a qualidade da água também influencia na disponibilidade de presas. É comum em região de portos haver contaminação por metais pesados e outros contaminantes, a depender do tipo de material comercializado. E essa contaminação interfere diretamente na riqueza de espécies. Isso, porém não ocorre na região estudada conforme resultados obtidos por Oliveira and Campion (1999), que mostram que não há contaminação significativa por metais pesados na água, na pluma nem tão pouco no solo da região do Porto de Maceió. Apesar da proximidade com possíveis fontes poluidoras a contaminação da região está em grande parte associada a efluentes domésticos e não industriais.

O setor com profundidade média de 9,0m e fundo arenoso e baixo declive foi o responsável por 70,96% de todas as ocorrências comportamentais. A presença de S.

guianensis já foi observada em diversas profundidades, tipos de fundo e temperaturas,

(33)

2001, Cremer et al. 2004, Daura-Jorge et al. 2005, Rossi-Santos et al. 2006, Valle 2006, Azevedo et al. 2007), assim como outras espécies de delfins costeiros como Tursiops

truncatus e Souza chinensis (Shane 1980, Karczmarski et al. 2000) reafirmando sua

distribuição em função da disponibilidade de recurso alimentar.

O que chama atenção neste caso é que este setor compreende boa parte do canal de entrada dos navios de grande porte e onde se concentra o maior tráfego de embarcações, por esse motivo, a princípio não esperávamos que esse setor apresentasse as maiores freqüências de atividade. Porém em função da composição do fundo do setor 3 e do interior do cais (argila siltosa/matéria orgânica) além do material orgânico que é carreado para a água acidentalmente em função dos ventos, é comum verificar a entrada de grandes cardumes nessa direção (setores 3 e cais) e para isso esses cardumes tem que passar pelo setor 2.

A concentração dos comportamentos no canal de entrada pode ser interpretada como uma estratégia de forrageio em que os animais têm acesso a uma maior quantidade de presas em função do movimento e a abundancia das presas nesse local (Ballance 1992, Harzen 1998). Neste caso o perigo do tráfego seria compensado pela grande quantidade de recursos disponíveis. Por outro lado, sendo o setor 2 mais aberto, permite a dispersão dos animais quando da aproximação de embarcações, o que o cais fechado não permitiria. Este tipo de resposta comportamental foi também observado por Pereira et al. (2007) para a baía Norte de Santa Catarina.

(34)

parede do cais como anteparo. Porém, isso somente acontecia quando o cais estava praticamente vazio e não foram vistos grupos com infantes nesses episódios.

Os resultados da análise dos encontros com embarcações indicam que esse fator apresenta forte influência no comportamento dos golfinhos. Menos de 10% dos encontros foi considerado neutro ou positivo. Ficou claro que os barcos de pesca e as lanchas de turistas interferem mais que os navios de grande porte ou rebocadores. A aproximação de barcos de pesca em geral culminava na saída do grupo dá área, enquanto a reação à passagem dos navios normalmente causava apenas o afastamento temporário dos animais.

Os barcos de pesca e lanchas de passeio apesar de serem menores estão sempre com os motores ligados ao passar pelo local e se deslocam em maior velocidade que os navios, além disso, é comum observarmos estes barcos desviando de seu curso e indo na direção dos botos. Em relação aos barcos de pesca o direcionamento é visivelmente proposital, chegando algumas vezes a perseguirem os animais. Esses episódios diminuíram após algum tempo de nossa presença na área. Quanto às lanchas a aproximação se dá no intuito de observar os animais, que logo se afastam. No caso dos navios a aproximação é muito mais lenta e constante, em geral com o motor desligado, curso previsível e sem tentativa de contato com os animais (Constantine 2004, Araújo et

al. 2008). Em relação aos rebocadores, como todas as embarcações de responsabilidade

do Porto de Maceió, são orientados pela direção a evitarem qualquer tipo de interferência no comportamento dos botos. Nesse caso, a ameaça é mínima, pois eles desviam dos animais ainda distantes evitando a rota de colisão.

(35)

comportamental dos animais do que o tipo de embarcação, hipótese corroborada por Santos-Jr et al. (2006) e Tosi and Ferreira (2008) em estudos recentes em Pipa no Rio Grande do Norte. No caso do Porto de Maceió observamos uma junção destes dois fatores se compararmos o tipo de aproximação e a intensidade do barulho produzido pelos navios e pelas embarcações de pesca e de turismo.

Nossos resultados demonstram que a região do Porto de Maceió apresenta as condições necessárias para a manutenção da presença dos golfinhos na área. Esses animais vem em busca da proteção e facilitação conferida pela estrutura do cais para forragear e cuidar das crias. A composição do fundo, a profundidade e a maré não são fatores condicionantes para a presença dos animais na área. Esses fatores também não detêm grande influencia em relação ao comportamento dos golfinhos na área. É necessário estabelecer um programa de educação ambiental em relação a marina e a colônia de pescadores para evitar o encontro negativo entre as embarcações de turismo e pesca e os animais.

Futuros trabalhos para identificação dos animais que freqüentam a região são importantes no intuito de descobrir se a população é residente ou não e o monitoramento desses animais pode vir a acrescentar novas informações sobre a ecologia dessa espécie e a ocorrência dessas populações em regiões de portos.

(36)

AGRADECIMENTOS

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Foto aérea do Porto de Maceió (9°40’2’’S e 35°42’54’’W), destacando o ponto de observação e os setores de estudo. Fonte: Porto de Maceió, 2002.

FIGURA 2: Freqüência relativa de ocorrência das categorias comportamentais de S.

guianensis no Porto de Maceió – AL por período do dia.

FIGURA 3: Freqüência relativa de ocorrência das categorias comportamentais de S.

guianensis em relação a profundidade no Porto de Maceió – AL.

(47)

FIGURAS

FIGURA 1

(48)

FIGURA 3

(49)

ANEXO

Normas para publicação - Marine Mammal Science

MANUSCRIPT PREPARATION

The manuscript should be concise, logical, and unequivocal. Publication is facilitated if authors double-check for typographical and other errors and ensure that manuscripts and figures meet the requirements outlined below. Manuscripts that do not conform will be returned for correction before consideration. If in doubt, consult the Editorial Office. Authors are charged for excessive changes in proof.

A full-length Article includes a title page, abstract, keywords, text, acknowledgments, literature citations, tables, figure captions, and figures. Notes and Letters do not have an abstract and are prepared in narrative form without headings, except for "Literature Cited."

All parts of the manuscript, including footnotes, tables, and figure captions, should be typewritten, double-spaced with margins at least 2.5 cm wide. Number all pages of the manuscript beginning with the title page and include line numbers on each page.

Underline only when the material is to be set in italics. Use capital letters only when the letters or words are to be capitalized. Do not end a line of text with a hyphen.

Title Page

The first page should contain only the title and the name, affiliation, and complete address (plus current address, if different) of the author(s). The title should be brief and contain words useful for indexing and information retrieval.

Abstract and Key Words

(50)

principal results, conclusions and their significance. Below the abstract, provide and identify as such three to ten key words or short phrases that will assist in cross-indexing your article.

Text

As a general guide, The Chicago Manual of Style is recommended. Spelling should be standard U.S. (not British) to conform to Webster's Third New International Dictionary. Units should conform to the Système International d'Unités (SI). Non-standard

abbreviations must be defined the first time they appear. Mathematical symbols, Greek letters, and unusual symbols should be identified clearly; superscripts and subscripts should be legible and carefully placed.

Standard Abbreviations

General: s, min, h (hour), d (day), wk, mo, yr, g (gram), mg, kg, Hz, kHz, MHz, km, m

(meter), mm, cm, cc, mi (mile), ft, in. (note period), kn (knot), ha, gal, ml, l (liter, spell out when used alone).

Statistics: P (probability), &Xmacr; (mean), SD, SE, CV, SEM, n (sample size), df, r

(correlation coefficient), t, F, U, Z (statistical tests); letters in equations are italicized.

Latin words and phrases (always italicized): i.e., (note comma); e.g., (note comma),

ca.; cf; in vivo; in situ; vs.; etc.; per se; et al.; via; sensu; sensu faro; sensu stricto; a

priori.

Acknowledgements

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Literature Cited

References should be cited in the text in the following form: Smith (1982); Smith (1982a, b); Smith (1983, 1984); Smith and Jones (1984); (Smith 1986); (Smith 1986, Jones 1987); (Smith 1986; Jones 1986, 1987); more than two authors, Smith et al. 1987.

References should be double-spaced and listed alphabetically as "Literature Cited" in the following standard form, giving the journal titles in full and author's last names in small capital except for the first letter in full capital:

ARMSTRONG, W.A., and C.W. OLIVER. 1995. Recent use of fish aggregating device in the eastern tropical Pacific tuna purse-seine fishery: 1990-1994. National Marine Fisheries Service Center Administrative Report LJ-95-14 (unpublished). 47 pp. Available from SWFC, P.O. Box 271, La Jolla, CA 92038.

GENTRY, R.L., and J.R. HOLT. 1982. Equipment and techniques for handling northern fur seals. U.S. Department of Commerce, NOAA Technical Report NMFS SSRF-758. 15 pp.

HUBBS, C.L., W.F. PERRIN and K.C. BALCOMB. 1973. Stenella coeruleoalba in the eastern and central tropical Pacific. Journal of Mammalogy 54:549-552.

LEATHERWOOD, S., and R.R. REEVES. 1983. The Sierra Club handbook of whales and dolphins. Sierra Club Books, San Francisco, CA.

(52)

according to co-author. If there is more than one co-author, citations are arranged chronologically.

Issue numbers are not used unless page numbering begins at 1 with each issue. The number of pages is not given for books, but should be included for unpublished

documents, theses, and "gray literature" (government reports, technical bulletins, etc.) Personal communications and unpublished data are not to be included under "Literature Cited" but may be cited as footnotes, which shall include the complete name and address of the source and the month and year of the communication or notification of the unpublished data. A paper may be cited "in press" only if it has been accepted in final form by a journal. Papers "submitted" or "in preparation" may not be cited as such, but information in them may be cited as "personal communication." Any citation of a personal communication, unpublished data, manuscript submitted or in preparation, or unpublished report must be with the explicit permission of the lead author or person who provided the information. Reference to non-refereed documents (e.g., contract reports, environmental impact statements, meeting working papers) is discouraged. Citations of these documents must be accompanied by the address where they can be obtained. Meeting abstracts should not be cited. Any document bearing a "Do not cite without permission" statement may be cited only with the explicit permission of the lead author. A statement that all necessary permissions have been obtained must be included in the cover letter accompanying the submitted manuscript. The use of gray literature is discouraged and should only be cited when there is no primary literature to support important findings or the interpretation of those findings presented in the manuscript. Authors must double-check all literature cited; they are solely responsible for its accuracy.

(53)

"Marine mammals of the world: Systematics and distribution," Society for Marine Mammalogy Special Publication Number 4. Authors wishing to use a different nomenclature should explain the departure in a footnote.

Tables

Excessive tabular data are discouraged. Tables should be typed separately and double-spaced. Tables should be numbered with Arabic numerals in the sequence first

referenced in the text and have a brief title. Column headings and descriptive footnotes should be brief. Do not use vertical rules.

Figures

Figures are costly and should be used with discretion. An illustration is justified only if it clarifies or reduces the text.

Please note that if accepted, figures will be requested in TIFF or EPS format. Please save line artwork (vector graphics) as Encapsulated PostScript (EPS) and bitmap files (halftones or photographic images) as Tagged Image Format (TIFF), with a resolution of at least 300 dpi at final size. More detailed information on the submission of electronic artwork can be found at:

(54)

ARTIGO 2 – Orçamento temporal do boto (Sotalia guianensis) no Porto de Maceió – Alagoas, Brasil

Karlla de Moraes Souza Lima Collaço 1 e Flávio José de Lima Silva1,2

1

Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Campus UFRN. Caixa Postal 1511 - CEP 59078-970. Natal, RN. Brazil.

e-mail: karllamariana@gmail.com

2

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Laboratório de Sistemática e Ecologia Animal. Dept. Ciências Biológicas – Fac. Ciências Naturais. Av. Prof. Antônio de Campos, s/n . Campus Central UERN. CEP 59600-970. Mossoró-RN. Brazil.

e-mail: flaviogolfinho@yahoo.com.br

A ser traduzido para inglês e submetido ao periódico:

Imagem

Fig 1: Foto aérea do Porto de Maceió (9°40’2’’S e 35°42’54’’W), destacando o ponto de observação  e os setores de estudo
Fig. 2. Distribuição das atividades de S. guianensis por nº de ocorrências e por hora do dia no  Porto de Maceió-AL
Fig.  3.  Distribuição  hora  a  hora  das  categorias  comportamentais  executadas  por  S
Fig. 4. Distribuição horária das categorias comportamentais executadas por S. guianensis em  cada um dos setores observados

Referências

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