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Nível de instrução, status socioeconômico e avaliação de algumas dimensões da qualidade de vida de octogenários.

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Academic year: 2017

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NÍ VEL DE I NSTRUÇÃO, STATUS SOCI OECONÔMI CO E AVALI AÇÃO DE ALGUMAS

DI MENSÕES DA QUALI DADE DE VI DA DE OCTOGENÁRI OS

1

Keik a I n ou y e2

Eliset e Silv a Pedr azzani3

Os ob j et iv os d est e t r ab alh o f or am : d escr ev er o p er f il d e u m a am ost r a d e oct og en ár ios ( n = 8 0 ) ,

at en didos n a r ede m u n icipal de saú de de u m a cidade do in t er ior do Est ado de São Pau lo, Br asil; av aliar a

per cepção desses acer ca das dim en sões da qu alidade de v ida ( QV) e iden t if icar cor r elações en t r e o st at u s

so ci o e co n ô m i co , n ív e l d e i n st r u çã o e QV. Tr a t a - se d e e st u d o e x p l o r a t ó r i o d e scr i t i v o , d e a b o r d a g e m

qu alit at iv a dos dados. Os r esu lt ados r ev elar am qu e essa popu lação é pr edom in an t em en t e f em in in a, v iú v a,

an alf ab et a, sed en t ár ia e p ob r e q u e car ece d e ser v iços d e saú d e e op or t u n id ad es d e lazer , ad m it in d o a

r eligião com o o m aior apoio. O st at u s socioecon ôm ico n ão in t er fer iu n a per cepção da QV, con t u do, obser v

a-se qu e h á t en dên cia de qu e m aior es n ív eis de in st r u ção e par t icipação em at iv idades f ísicas r esu lt em em

m ai o r sat i sf ação .

DESCRI TORES: idoso; env elhecim ent o; saúde do idoso; qualidade de v ida; pobr eza

I NSTRUCTI ON, SOCI AL ECONOMI C STATUS AND EVALUATI ON OF SOME DI MENSI ONS OF

OCTOGENARI ANS’ QUALI TY OF LI FE

Obj ect iv es: To descr ibe t h e pr of ile of a sam ple of oct ogen ar ian s ( n = 8 0 ) at t en ded at t h e m u n icipal

healt h net w or k of a cit y in t he int er ior of São Paulo, Br azil; evaluat e t heir per cept ion r egar ding qualit y of life

d im en sion s ( QoL) ; id en t if y cor r elat ion s b et w een socio econ om ic st at u s, ed u cat ion lev el an d QoL. I t is an

ex plor at or y descr ipt iv e st udy w it h a quant it at iv e analy sis of dat a. The r esult s r ev ealed t hat t his populat ion is

p r e d o m i n a n t l y f e m a l e , w i d o w e d , i l l i t e r a t e , se d e n t a r y a n d p o o r , w h o n e e d h e a l t h se r v i ce s a n d l e i su r e

oppor t u n it ies, an d w h ose m ain su ppor t is r eligion . Th e socio econ om ic st at u s did n ot in t er f er e in t h e QoL

per cept ion, t hough, higher educat ion and par t icipat ion in phy sical act iv it ies r esult in higher sat isfact ion.

DESCRI PTORS: aged; aging; healt h of t he elder ly ; qualit y of life; pov er t y

NÍ VEL DE I NSTRUCCI ÓN, SOCI OECONÓMI CO Y EVALUACI ÓN DE ALGUNAS

DI MENSI ONES DE LA CALI DAD DE VI DA DE OCTOGENARI OS

Obj et ivos: describir el perfil de una m uest ra de oct ogenarios ( n= 80) at endidos en la red m unicipal de

salud de una ciudad del int er ior del Est ado de São Paulo, Br asil; evaluar su per cepción sobr e las dim ensiones

de la calidad de vida ( CV) ; e ident ificar correlaciones ent re el st at us socioeconóm ico, nivel de inst rucción y CV.

Se t rat a de un est udio explorat orio descript ivo de aproxim ación cualit at iva de los dat os. Los result ados revelaron

q u e est a p ob lación es p r ed om in an t em en t e f em en in a, v iu d a, an alf ab et a, sed en t ar ia y p ob r e, q u e le f alt an

servicios de salud y oport unidades de ocio, adm it iendo la religión com o el m ayor apoyo. El st at us socioeconóm ico

n o in t er f ir ió en la p er cep ción d e la CV. Sin em b ar g o, ob ser v am os t en d en cia d e q u e m ay or es n iv eles d e

inst r ucción y par t icipación en act iv idades físicas r esult an en m ay or sat isfacción.

DESCRI PTORES: anciano; env ej ecim ient o; salud del anciano; calidad de v ida; pobr eza

1 Trabalho ext raído da Dissert ação de Mest rado; 2 Mest randa, bolsist a CNPq- Brasil; 3 Dout or em Saúde Pública, Docent e. Universidade Federal de São

(2)

I NTRODUÇÃO

A

Or g a n i za çã o Mu n d i a l d e Sa ú d e p r ev ê cr escim ent o de 2 2 3 % no núm er o de pessoas com sessent a anos, ou m ais, no per íodo com pr eendido en t r e 1 9 7 0 e 2 0 2 5( 1 ). Recon h ecen do qu e os m ais v e l h o s n ã o co n st i t u e m g r u p o h o m o g ê n e o , a diversidade entre os indivíduos tende a aum entar. Sob e ssa p e r sp e ct i v a , h á p r e o cu p a çã o co m o desenvolvim ent o de prát icas de ação, que part ilhem dos m esm os valores frent e às diferenças, reunindo-se em t or n o d e si g n i f i cação i n cl u si v a, f l ex ív el e dinâm ica que leve em conta as pessoas com o valor( 2). Esse p r o ce sso d e v e a p o i a r a o t i m i za çã o d e co n h e ci m e n t o s e a p t i d õ e s q u e p r o p o r ci o n e m encor aj am ent o dos m enos habilit ados, sat isfazendo su as n ecessidades in div idu ais, par a qu e t odos se sintam aceitos, com preendidos e respeitados em seus diferent es est ilos de ser, aprender e conviver( 3- 4).

Passa- se, no m onent o, por um a r ev olução dem ográfica, na qual os adultos, com m ais de oitenta a n o s f o r m a m o g r u p o q u e m a i s cr e sce per cent ualm ent e em t odo o m undo. At ualm ent e, o núm ero t ot al de oct ogenários é de aproxim adam ent e sessenta e nove m ilhões, representando um por cento de t oda a população do planet a e t rês por cent o da população de países desenvolvidos( 1). Nesse contexto, os g ov er n os, as or g an izações in t er n acion ais e a sociedade civ il encont r am - se int im adas a pr om ov er a saúde nessa perspectiva m ais am pla, ultrapassando a v i são si m p l i st a e r em ed i ad o r a d e asseg u r ar o a ce sso a co n su l t a s m é d i ca s, i n t e r n a çõ e s e m edicam ent os( 5). O env elhecim ent o saudáv el dev e t er car át er m ais abr angent e, r econhecendo que os cuidados com a saúde e a int egridade física são t ão im port ant es quant o a part icipação at iva em relações sociais, econôm icas, culturais, espirituais e civis tento co m o m e t a q u e o s i d o so s t e n h a m a u t o n o m i a e independência por m eio de um processo cont ínuo de ed u cação , cr esci m en t o , at u al i zação e r eal i zação p essoal q u e os in clu am com o m em b r os at iv os e const r ut or es da sociedade.

O conhecim ent o am plo e bem fundam ent ado sobre o envelhecim ento necessita ser incorporado aos currículos e aos program as de t reinam ent o para que est udant es e t rabalhadores da área social, da saúde, d a r e cr e a çã o , d o p l a n e j a m e n t o u r b a n o e d a a r q u i t e t u r a t r a b a l h e m e m co n j u n t o e t e n h a m co n d i çõ e s d e d e se m p e n h a r f u n çõ e s q u e cor r espondam às novas dem andas dem ogr áficas( 1).

Nesse panoram a, as polít icas públicas est ão desafiadas a abrir novos horizontes para a faixa etária idosa que, em 2025, alcançará a m arca de 1,2 bilhões de pessoas( 1). Perm it ir circunst âncias favoráveis que a m p l i e m si t u a çõ e s d e p a r t i l h a , co n v i v ê n ci a e p o ssi b i l i d a d e s d e e sco l h a , b e m co m o a s in d isp en sáv eis ad eq u ações d e acessib ilid ad e, são u r g e n t e s. I n t e g r a r p r e se r v a çã o e m e l h o r i a d a sensação de bem - est ar de t odos os colet iv os dev e ser alvo de reflexão, quest ionam ent os, discussões e p lan os d e ação em t od as as esf er as p ar a q u e o e n v e l h e ci m e n t o se j a e x p e r i ê n ci a p o si t i v a , acom panhada de infinit as possibilidades, recursos e o p o r t u n i d ad es. Caso co n t r ár i o , at i n g i r - se- á u m a v a n t a g e m m e r a m e n t e q u a n t i t a t i v a , n a q u a l se acrescenta anos à vida, sem a preocupação qualitativa de t am bém acrescent ar “ vida” aos anos( 6).

A qualidade de vida depende de diversidade de fatores determ inantes que derivam de um a história d e in t er ações in t er p essoais e am b ien t ais em u m int erj ogo cont ínuo de influências int ernas e ext ernas, passadas e pr esent es( 7). A

ab or d agem b ioecológica

de Bronfenbrenner apont a que as caract eríst icas da pessoa em desenv olv im ent o est ão ent r elaçadas no t ecido social de form a indest rinçável. De acordo com essa con cep ção sist êm ica, as p r op ost as só t er ão sen t ido se lev ar em em con sider ação os pr ocessos de t roca que ocorrem t ant o dent ro quant o ent re os si st e m a s co n st i t u íd o s p e l o s i n d i v íd u o s, se u s p r o v e d o r e s d e cu i d a d o s, a f a m íl i a e o u t r o s cont ext os( 8).

Difer ent em ent e do que ocor r e na lit er at ur a i n t e r n a ci o n a l , e m n o sso m e i o a i n d a h á p o u co s t r abalhos que t r at em especificam ent e da qualidade de vida dos idosos. A desinform ação acerca de suas percepções, obj et ivos, expect at ivas, preocupações e principais dificuldades carecem de invest igações para m elhor ent endim ent o dos cam inhos que se pr ecisa t om ar em t erm os de polít icas públicas e im plant ação de ser v iços qu e at en dam as r eais n ecessidades e expect at ivas da velhice( 9).

Diante disso, elegeu- se, aqui, as pessoas com oit en t a an os ou m ais com o p op u laçã oalv o d est e est udo, que t eve com o obj et ivos: ( a) descrever seu perfil socioeconôm ico; ( b) avaliar com o é a percepção dest es acerca das dim ensões da qualidade de vida e ( c) i d e n t i f i ca r co r r e l a çõ e s e n t r e o s t a t u s

(3)

e scl a r e ce r q u e a d o t o u - se co m o d i m e n sõ e s d a qualidade de vida a serem invest igadas as seguint es grandezas: saúde física, disposição, hum or, m oradia, m em ória, fam ília, casam ento, am igos, você em geral, cap acid ad e d e f azer t ar ef as, cap acid ad e d e f azer at ividades de lazer, dinheiro e a vida em geral* .

MÉTODOS

Realizou - se est u d o d o t ip o ex p lor at ór io e descrit ivo, com abordagem quant it at iva. A colet a de dados foi r ealizada de agost o de 2006 a m ar ço de 2007, em um m unicípio de port e m édio, sit uado na r egião cent r al do Est ado de São Paulo, Br asil, com população em t orno de 210 m il habit ant es, 12% dos quais apresent am 60 anos ou m ais( 11).

Os su j eit os d e p esq u isa f or am 8 0 id osos atendidos na rede m unicipal de saúde no ano de 2006 que at endiam o crit ério de inclusão: t er oit ent a anos o u m a i s. Po r m ei o d e so r t ei o , sel eci o n o u - se o s p o ssív e i s p a r t i ci p a n t e s. Os o i t e n t a p r i m e i r o s concor dant es com puser am a am ost r a.

Os inst rum ent os de colet a foram :

( a) ficha de car act er ização e r ot eir o de ent r ev ist a sem i- est rut urada: elaborados pela pesquisadora para colet a d e d ad os p essoais e in f or m ações sob r e o convívio social, os event os recent es na vida pessoal, com posição fam iliar, hobbies e at ividades físicas; ( b) Quest ionário Crit ério Brasil( 12): escala que divide a população em sete classes sociais ( A1, A2, B1, B2, C, D e E) , por m eio da avaliação do poder aquisitivo fam iliar, baseando- se na quantidade de posse de bens de consum o duráveis, grau de inst rução do chefe da fam ília e em alguns out ros fat ores com o a presença de em pregada dom éstica. Atribui- se classificação “A1” para pessoas com m aior pode aquisit ivo e pont uação “ E” para pessoas com m enor poder aquisit ivo. (c) Escala de Avaliação da Qualidade de Vida na Doença de Alzheim er ( QdV- DA)( 10 ): inst r um ent o t r aduzido, adapt ado t ranscult uralm ent e e validado para o Brasil para avaliação da qualidade de vida de cuidadores e idosos com DA. Os treze aspectos da escala, avaliados pelo participante, são: saúde física, disposição, hum or, m oradia, m em ória, fam ília, casam ent o, am igos, você em geral, capacidade de fazer tarefas, capacidade de fazer at ividades de lazer, dinheiro e a vida em geral. Atribui-se pontuação 1 para “ruim ”, 2 para “regular”, 3

para “ bom ” e 4 para “ excelent e”, sendo a pont uação geral m ínim a de 13 e a m áxim a de 52. A escolha do instrum ento foi j ustificada por este ter sido elaborado tanto para idosos com alterações cognitivas e provável d oen ça d e Alzh eim er, com o, t am b ém , p ar a seu s cu id ad or es q u e n ão n ecessar iam en t e ap r esen t am problem as de saúde ou idade superior a 60 anos, sendo assim , é adequado para qualquer pessoa. Tam bém , visto que, na população m undial, a prevalência m édia da doença de Alzheim er em pessoas com idade entre 80 e 84 anos é de 16,22% , chegando a 54,83% para os indivíduos com m ais de 95 anos(13), buscou-se, aqui, um inst rum ent o que não excluísse nenhum a pessoa que at endesse o crit ério de inclusão com o suj eit o de pesquisa para que os resultados apontassem um perfil geral dos oct ogenários.

Após aprovação do t rabalho pelo Com it ê de Ét ica em Pesquisa da Univ er sidade Feder al de São Car los, os id osos q u e p r een ch er am o cr it ér io d e inclusão for am , j unt am ent e com seus r esponsáv eis legais, inform ados sobre a pesquisa e seus obj etivos. Todos, qu e con cor dar am em par t icipar, assin ar am t e r m o d e co n se n t i m e n t o l i v r e e e scl a r e ci d o e responderam aos inst rum ent os cit ados no parágrafo ant erior. Um único encont ro para cada indivíduo foi suficient e para colet a e regist ro dos dados.

Os dados colet ados foram digit ados em um banco de dados no program a St at ist ical Pr ogr am for

Social Sciences ( SPSS- PC) for Windows, versão 10.0,

para realização de cálculos e análises est at íst icas.

RESULTADOS

Dos oit ent a par t icipant es ( n= 80) , 58 er am d o se x o f e m i n i n o ( 7 2 , 5 % ) e 2 2 e r a m d o se x o m asculino ( 27,5% ) . A m édia das idades da am ost ra f o i 8 3 , 5 6 a n o s ( ± 3 , 4 7 , xm ín= 8 0 , xm á x= 9 5 ) , d a s m ulheres e dos hom ens, 83,78 anos ( ± 3,66, xm ín= 80,

xm á x= 9 5 ) e 8 3 an o s ( ± 2 , 9 1 , xm ín= 8 0 , xm á x= 9 0 ) , r espect iv am en t e.

No que se refere à escolaridade, 60 ( 75% ) eram analfabetos ou não haviam concluído o prim ário; 1 0 ( 1 2 , 5 % ) t in h am pr im ár io com plet o, ou gin ásio incom plet o; 2 ( 2,5% ) ginásio com plet o, ou colegial in com plet o; 5 ( 6 , 3 % ) colegial com plet o, ou cu r so superior incom pleto, e 3 ( 3,8% ) tinham curso superior com plet o.

(4)

Os dados referent es à renda fam iliar m édia em r eais, obt ida pelo quest ionár io socioeconôm ico Critério Brasil( 12), revelaram que 8 ( 10% ) participantes dispunham de R$ 2.804; 10 ( 12,5% ) de R$ 1.669; 24 ( 23% ) de R$ 927; 37 ( 46,25% ) de R$ 424 e 1 ( 1,25% ) de R$ 207.

No q u e se r ef er e à co m p o si ção f am i l i ar, v er ificou - se qu e 7 ( 8 , 8 % ) er am solt eir os( as) sem filhos, 33 ( 41,3% ) eram casados( as) com filhos e a m aioria ( 40 - 50% ) era com posta por viúvos( as) . Não se encontrou nenhum suj eito separado ou divorciado. Quant o à relação ent re as variáveis sexo e sit uação conj ugal, 1 5 hom ens e 1 8 m ulher es possuíam um com panheiro, as viúvas eram a m aioria, na proporção de 33: 7, e só se encontrou, aqui, m ulheres solteiras. Em relação à participação em atividades que consideravam ot im izadoras da qualidade de vida, ou para sua saúde, 41 oct ogenários ( 48,8% ) afirm aram não ter nenhum acesso; 29 ( 36,6% ) afirm aram ter a religião com o font e de alegria, prazer ou confort o; 3 ( 3,8% ) faziam fisiot erapia; 2 ( 2,5% ) dispunham de t r at am ent o psicológico; 2 ( 2, 5% ) faziam t r abalhos ar t esan ais; 1 ( 1 , 2 5 % ) f r eq ü en t av a clu b e p ar a a terceira idade e outro ( 1,25% ) , um program a voltado para idosos de um a universidade e 1 ( 1,25% ) dispunha de t rat am ent o com t erapeut a ocupacional.

Quanto às atividades esportivas, apenas um a m u lh er ( 1 , 3 % ) af ir m ou f r eq ü en t ar acad em ia, 2 1 ( 2 6 , 3 % ) ca m i n h a v a m p e l o m e n o s u m a v e z p o r sem an a e a m ai o r i a ( n = 5 8 , 7 2 , 5 % ) n ão f azi am nenhum t ipo de at ividade física.

No que se refere às pontuações totais obtidas n a Qd V- D A( 1 0 ), n u m a esca l a d e 1 3 a 5 2 p o n t o s possíveis, a m enor pont uação observada foi de 19 e a m aior de 48 ( Figura 1) .

Tabela 1 - Aut opercepção dos oct ogenários sobre as dim ensões da qualidade de vida

Figura 1 - Distribuição dos escores obtidos pela QdV-DA

As f r e q ü ê n ci a s d a a v a l i a çã o q u e ca d a p a r t i ci p a n t e e m i t i u so b r e a s d i m e n sõ e s d e su a qualidade de vida est ão apresent adas na Tabela 3.

Ao se cr u zar as in f or m ações r elat iv as ao

st a t u s socioecon ôm ico, g r au d e escolar id ad e e o escore t ot al, obt ido na QdV- DA( 10) dos oct ogenários, n ã o f o i p o s s ív e l e n c o n t r a r c o r r e l a ç ã o est at ist icam en t e sig n if icat iv a q u an t o ao n ív el d e inst r ução e à qualidade de v ida, ent r et ant o, pode-se af ir m ar q u e ex ist e t en d ên cia d e escor es m ais alt os para as pessoas m ais inst ruídas ( Figura 2) . Os p a r t i c i p a n t e s q u e t i n h a m o h á b i t o d e f a z e r c a m i n h a d a s e n c o n t r a r a m - s e m a i s s a t i s f e i t o s ( m = 38,2381, dp= 5,27) quando com parados com os sedent ários ( m = 32,9138, dp= 6,2836) , t ( 77) = 3,463, p< 0,001 ( Figur a 3) . A r enda m édia m ensal par ece n ã o t e r i n f l u ê n c i a n a q u a l i d a d e d e v i d a d o s pesquisados ( Figur a 4) .

s e õ s n e m i D o ã ç p e c r e p o t u A l a t o T m i u

R Regular Bom Excelente

n % n % n % n % n %

a c i s í F e d ú a

S 11 13,8 34 42,5 30 37,5 5 6,3 80 100

o ã ç i s o p s i

D 17 21,3 22 27,5 30 37,5 11 13,8 80 100

r o m u

H 7 8,8 15 18,8 45 56,3 13 16,3 80 100

a i d a r o

M - - 7 8,8 68 85 5 6,3 80 100

a ir ó m e

M 16 20 16 20 28 35 20 25 80 100

a il í m a

F - - 1 1,3 64 80 15 18,8 80 100

o t n e m a s a C ) o t n e m a n o i c a l e r

( - - 3 3,8 52 65 25 31,3 80 100

s o g i m

A 5 6,3 7 8,8 47 58,8 21 26,3 80 100

l a r e g m e ê c o

V 2 2,5 24 30 43 53,8 11 13,8 80 100

r e z a f a r a p e d a d i c a p a C s a f e r a

t 24 30 13 16,3 30 37,5 13 16,3 80 100

r e z a f a r a p e d a d i c a p a C r e z a l e d s e d a d i v it

a 23 28,8 20 25 27 33,8 10 12,5 80 100

o r i e h n i

D 22 27,5 50 62,5 8 10 - - 80 100

l a r e g m e a d i v

A 8 10 40 50 29 36,3 3 3,8 80 100

l a t o

T 13512,9725224,2250148,1915214,621040

Figura 2 - Dist ribuição dos oct ogenários, segundo o nível de inst rução e o escore t ot al da qualidade de vida obt ida pela QdV- DA

de 13 a 19 de 20 a 26 de 27 a 32 de 33 a 39 de 40 a 45 de 46 a 52

Escore total no QdV-DA (pontos) 0

10 20 30

Analfabeto ou primário incompleto Primário completo ou ginasial incompleto Ginasial completo ou colegial incompleto Colegial completo ou superior incopleto Superior completo

Escolaridade

Número

de

(5)

Figura 3 - Dist ribuição dos oct ogenários, segundo a p r át i ca d e ex er cíci o s f ísi co s e o esco r e t o t al d a qualidade de vida obt ida pelo QdV- DA

superior com plet o eram do sexo m asculino. I sso era e sp e r a d o , v i st o q u e n o p a ssa d o , a cu l t u r a n ã o valorizava a educação escolar para as m ulheres que, m uitas vezes, eram criadas para serem boas esposas, m ães e donas- de- casa. Neste m om ento, com preende-se m elhor o porquê de m uit as iniciat ivas públicas e a çõ e s n ã o - g o v e r n a m e n t a i s se v o l t a r e m à alf abet ização e edu cação con t in u ada de adu lt os e idosos.

Quant o ao st at u s socioeconôm ico, segundo dados pré- exist ent es da população de São Paulo( 12), esper v a- se m aior con cen t r ação de in div ídu os com r enda fam iliar m édia de R$ 927, 00; no ent ant o, a m aior parte desta am ostra ( n= 37, 46,25% ) dispunha de r enda infer ior de apr ox im adam ent e, R$ 424,00. I sso é u m dado im por t an t e, u m a v ez qu e r en das infer ior es podem lim it ar a acesso das pessoas aos cuidados alim ent ares e sociais, com dest aque para a e d u ca çã o e sa ú d e , co m p r o m e t e n d o d e f o r m a significat iva a qualidade de vida das pessoas.

A subj et iv idade do const r uct o qualidade de vida se confirm ou nest e est udo, evidenciando que o bem - est ar é influenciado por m últ iplos fat or es que não se lim itam pelo tem po, condição sócio- econôm ica, cult ural e de saúde.

CONCLUSÕES

O perfil da população observada neste estudo é predom inant em ent e fem inina, viúva, analfabet a ou co m p r i m ei r o g r a u i n co m p l et o , p r o v en i en t e d a s classes “ C” ou “ D”. Tam bém , não faz nenhum tipo de at ividade física, queixa- se da falt a de oport unidades de lazer voltada para a faixa etária, encontra o m aior est ím u lo ot im izad or p ar a a q u alid ad e d e v id a n a r eligião e car ece de acesso aos ser v iços de saúde com o t erapia ocupacional, fisiot erapia e t rat am ent os psicológicos.

A v elhice é um m om ent o do ciclo v it al no q u a l sã o m u i t o e st r e i t a s a s i n t e r a çõ e s b i o p si co sso ci ai s( 1 4 - 1 5 ) e o s su j ei t o s d est e est u d o encont r avam - se, em sua m aior ia, sat isfeit os com a fam ília, o casam ent o, os r elacionam ent os pr óx im os e seu local de m oradia. Entretanto, é im portante frisar que nenhum desses estava internado em abrigo, asilo, h ospit al ou in st it u ição. I sso pode t er cau sado u m desvio posit ivo na avaliação dessas variáveis.

A renda m édia m ensal foi o m aior pont o de in sat isf ação dos oct ogen ár ios, en t r et an t o, n ão se

de 13 a 19 de 20 a 26 de 27 a 32 de 33 a 39 de 40 a 45 de 46 a 52

Escore total no QdV-DA (pontos) 0

10 20 30

Não Caminhada Academia

Exercícios Físicos

Número

de

participantes

@A ! = ' @A = $ @A % = ! @A !! = !' @A " = "# @A "$ = #

Escore total no QdV-DA (pontos)

&" $$' ' %

Renda Mensal (R$)

" " %

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Figura 4 - Dist ribuição dos oct ogenários, segundo a renda m édia m ensal e o escore total da qualidade de vida obt ida pela QdV- DA

DI SCUSSÃO

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e n co n t r o u r e l a çã o e n t r e a a u t o p e r ce p çã o d o s indivíduos e seu nível socioeconôm ico real, ou sej a, m uit os dos que t inham rendas m aiores revelaram - se t ão insat isfeit os quant o aqueles que t inham r endas inferiores. As queixas m ais freqüent es relacionaram -se à saúde, à disposição e à falta de opções de lazer vot ados para os idosos.

O n ív el so ci o eco n ô m i co d o s p esq u i sad o s parece não ter interferido positivam ente na percepção de qualidade de vida geral, contudo, os dados obtidos sugerem a tendência de que níveis de instrução m ais elevados e participação em atividades físicas resultem em m aior es pont uações no QdV- DA. I sso r em et e à p r e o cu p a çã o p a r a n e ce ssi d a d e s d e a s p o l ít i ca s p ú b l i ca s e st i m u l a r e m a o r g a n i za çã o d e á r e a s fisicam ent e apropriadas e seguras para cam inhadas ou exercícios adapt ados, bem com o a prom oção de r ecur sos de educação e apr endizagem per m anent e, com o obj etivo de m inim izar a distância cultural entre a s g e r a çõ e s, q u e p o d e m o ca si o n a r so l i d ã o e isolam ent o social. Além disso, t ão im port ant e quant o a d i sp o n i b i l i d a d e é a d i v u l g a çã o d e sse s n a com unidade par a que as pessoas t enham o dir eit o de opt ar en t r e par t icipar ou n ão daqu ilo qu e su a l o ca l i d a d e o f e r e ce e m t e r m o s d e r e cu r so s e at iv idades.

Reconhec- se que est e t rabalho não perm it iu f azer gen er alizações dev id o a alg u m as lim it ações m et o d o l ó g i ca s co m o , p o r ex em p l o , t r a t a r - se d e ex p er i ên ci a p on t u al , em u m a ú n i ca ci d ad e, com n ú m er o r el at i v am en t e p eq u en o d e p ar t i ci p an t es ( n= 80) . Tam bém , ser ia int er essant e a com paração com u m g r u p o d e id osos com m en os d e oit en t a an os, pois per m it ir ia av aliar m elh or o im pact o da i d a d e so b r e a q u a l i d a d e d e v i d a d a s p e sso a s. Tod av ia, é p ossív el ar g u m en t ar a im p or t ân cia d e i n v est i g ações acer ca d a p op u l ação com m ai s d e oit ent a anos, v ist o a escassez de t r abalhos que os e s p e c i f i q u e m c o m o s u j e i t o s e o a u m e n t o d em o g r á f i co a cel er a d o d a p r o p o r çã o d esses em t odo o m undo.

Apesar das lim it ações apont adas, com base n os r esu lt ados obt idos, é possív el af ir m ar qu e as p e sso a s co m i d a d e a v a n ça d a t ê m v i v i d o e m condições adv er sas, no que se r efer e ao acesso a oport unidades e recursos de em poderam ent o. Torna-se necessário enfat izar que as quest ões relacionadas a o e n v e l h e ci m e n t o d e v e m p o n d e r a r t o d a a

diversidade que o universo de pessoas com m ais de sessent a anos r epr esent a.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Co m o s a v a n ço s n a á r e a d a sa ú d e , a t endência de que as pessoas possam viver cada vez m ais é incont est ável. Sendo assim , é preciso cuidar par a qu e esse per íodo da v ida sej a per cor r ido da m an ei r a m ai s sat i sf at ó r i a p o ssív el , p o r m ei o d o planej am ent o de processos que ot im izem o acesso a recursos e oport unidades de m anut enção e m elhoria d a p a r t i ci p a çã o so ci a l , se n sa çã o d e b e m - e st a r, independência e dignidade.

A colet a de infor m ações j unt o à população idosa, investigando os aspectos econôm icos, cult urais e e m o ci o n a i s sã o i n d i sp e n sá v e i s p a r a q u e a s e st r a t é g i a s g o v e r n a m e n t a i s f a v o r e ça m a i m p l e m e n t a çã o d e p r o g r a m a s q u e v i a b i l i ze m a m elhora da qualidade de vida do idoso, baseados não som ent e em seus dir eit os const it ucionais, m as em su a s r e a i s n e ce ssi d a d e s. I d e n t i f i ca r o p e r f i l d a p op u lação alv o, b em com o su as esp ecif icid ad es, p o ssi b i l i t a i n t e r v e n çõ e s p e r so n a l i za d a s q u e contribuem para a obtenção de m elhoria na qualidade de vida dos indivíduos e redução de gast os públicos com cuidados.

Os profissionais, principalm ent e aqueles que at uam na área da saúde e serviço social, necessit am de t reinam ent o e capacit ação cont inuados para que possam oferecer serviços com pat íveis com as novas dem andas dem ogr áficas. I ncor por ar m ódulos sobr e o envelhecim ent o saudável, orient ações relat ivas ao autocuidado, m anutenção e m elhoria da saúde devem ser im plem ent ados nos cursos de form ação, sendo a b a se p a r a a co n st r u çã o co n se n su a l d e n o v a s abor dagen s qu e r espeit em as dif er en ças en t r e as ger ações sem discr im inação.

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REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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