VEHICLE DYNAMICS - LATERAL
ANDRÉ DE SOUZA MENDES
ARTICULATED VEHICLE MODEL
São Bernardo do Campo 2016
O
Figura 1 – Single track bicycle model.
0.1 USANDO LAGRANGE
O modelo físico do carro é ilustrado na figura 1. A base {Oijk} é fixa no referencial inercial. A base {Ttxtytz} é solidária ao veículo. A base {Fexeyez} é solidária ao eixo
dian-teiro. O ponto T localiza o centro de massa do veículo. F e R localizam os eixos dianteiro e traseiro, respectivamente. O ponto O é a origem do sistema e se encontra fixo no referencial inercial. A distância a separa os pontos F e T e a distância b separa os pontos T e R. a As coordenadas generalizadas são dadas por
q1 = x (1a)
q2 = y (1b)
q3 = ψ, (1c)
onde x e y são as coordenadas longitudinais do centro de massa do carro nas direções horizontal e vertical, respectivamente. ψ é o ângulo de orientação absoluta do veículo.
O vetor posição do centro de massa em relação ao ponto O é
pT/O = xi + yj. (2)
Derivando a equação (2) em relação ao tempo temos
A energia cinética do sistema é T = 1 2mTvT· vT+ 1 2IT ˙ ψ2. (4) Ou ainda, T = 1 2mT ˙x2+ ˙y2+1 2IT ˙ ψ2. (5)
A velocidade no eixo dianteiro é dada por
vF = vT+ r ∧ rF/T, (6)
onde rF/Té o vetor posição do ponto F em relação ao ponto T. Logo,
vF =
˙x − a ˙ψ sin ψi +y + a ˙˙ ψ cos ψj. (7) A velocidade no eixo traseiro é
vR = vT+ r ∧ rR/T, (8)
onde rR/T é o vetor posição do ponto R em relação ao ponto T. Logo,
vR =
˙x + b ˙ψ sin ψi +y − b ˙˙ ψ cos ψj (9) Utilizando as equações (7) e (9), os ângulos de deriva podem ser escritos como
αF = arctan ˙ y + a ˙ψ cos ψ ˙x − a ˙ψ sin ψ ! − (δ + ψ) (10a) αR = arctan ˙ y − b ˙ψ cos ψ ˙x + b ˙ψ sin ψ ! − ψ (10b)
A força do eixo dianteiro é dadas por
FF = Fx,Fex+ Fy,Fex, (11)
que pode ser escrita como
A força no eixo traseiro é
FR = Fx,Rtx+ Fy,Rty (13)
ou
FR = [Fx,Rcos ψ − Fy,Rsin ψ] i + [Fx,Rsin ψ + Fy,Rcos ψ] j. (14)
As forças generalizadas são
Qk= p X j=1 Fj· ∂pj ∂qk (15) No modelo Q1 = FF· ∂pF/O ∂q1 + FR · ∂pR/O ∂q1 (16a) Q2 = FF· ∂pF/O ∂q2 + FR · ∂pR/O ∂q2 (16b) Q3 = FF· ∂pF/O ∂q3 + FR· ∂pR/O ∂q3 , (16c) onde ∂pF/O ∂q1 = ∂pF/O ∂x = i (17a) ∂pF/O ∂q2 = ∂pF/O ∂y = j (17b) ∂pF/O ∂q3 = ∂pF/O
∂ψ = −a sin ψi + a cos ψj (17c)
e ∂pR/O ∂q1 = ∂pR/O ∂x = i (18a) ∂pR/O ∂q2 = ∂pR/O ∂y = j (18b) ∂pR/O ∂q3 = ∂pR/O
Substituindo as equações (12), (14), (17) e (18) nas equações (16) temos
Q1 = Fx,Fcos (ψ + δ) + Fx,Rcos ψ − Fy,Fsin (ψ + δ) − Fy,Rsin ψ (19a)
Q2 = Fx,Fsin (ψ + δ) + Fx,Rsin ψ + Fy,Fcos (ψ + δ) + Fy,Rcos ψ (19b)
Q3 = Fx,Fa sin δ + Fy,Fa cos δ − Fy,Rb. (19c)
A formulação de Lagrange é dada por
d dt ∂T ∂ ˙qk ! − ∂T ∂qk = Qk. (20)
Para as três coordenadas generalizadas do sistema
∂T ∂q1 = ∂T ∂x = 0 (21a) ∂T ∂q2 = ∂T ∂y = 0 (21b) ∂T ∂q3 = ∂T ∂ψ = 0, (21c) ∂T ∂ ˙q1 = ∂T ∂ ˙x = mT ˙x (22a) ∂T ∂ ˙q2 = ∂T ∂ ˙y = mTy˙ (22b) ∂T ∂ ˙q3 = ∂T ∂ ˙ψ = IT ˙ ψ, (22c) d dt ∂T ∂ ˙q1 ! = d dt ∂T ∂ ˙x ! = mTx¨ (23a) d dt ∂T ∂ ˙q2 ! = d dt ∂T ∂ ˙y ! = mTy¨ (23b) d dt ∂T ∂ ˙q3 ! = d dt ∂T ∂ ˙ψ ! = ITψ.¨ (23c)
Substituindo (23) e (21) em (20) temos as equações de movimento
mTx = F¨ x,Fcos (ψ + δ) + Fx,Rcos ψ − Fy,Fsin (ψ + δ) − Fy,Rsin ψ (24a)
ITψ = F¨ x,Fa sin δ + Fy,Fa cos δ − Fy,Rb, (24c)
ou seja,
¨
x = Fx,Fcos (ψ + δ) + Fx,Rcos ψ − Fy,Fsin (ψ + δ) − Fy,Rsin ψ mT
(25a)
¨
y = Fx,Fsin (ψ + δ) + Fx,Rsin ψ + Fy,Fcos (ψ + δ) + Fy,Rcos ψ mT
(25b) ¨
ψ = Fx,Fa sin δ + Fy,Fa cos δ − Fy,Rb IT
. (25c)
Os vetores de estado podem ser escolhidos como
z1 = x (26a) z2 = y (26b) z3 = ψ (26c) z4 = ˙x (26d) z5 = ˙y (26e) z6 = ˙ψ (26f)
Logo, as equações de estado são
˙z1 = z4 (27a)
˙z2 = z5 (27b)
˙z3 = z6 (27c)
˙z4 =
Fx,Fcos (z3+ δ) + Fx,Rcos z3− Fy,Fsin (z3+ δ) − Fy,Rsin z3
mT
(27d)
˙z5 =
Fx,Fsin (z3+ δ) + Fx,Rsin z3+ Fy,Fcos (z3+ δ) + Fy,Rcos z3
mT
(27e)
˙z6 =
Fx,Fa sin δ + Fy,Fa cos δ − Fy,Rb
IT
(27f) Com os ângulos de deriva, a partir das equações (10a) e (10b),
αF = arctan z 5+ az6cos z3 z4− az6sin z3 − (δ + z3) (28)
αR = arctan
z5− bz6cos z3
z4+ bz6sin z3 !
− z3 (29)
0.2 SUBSTITUIÇÃO DOS ESTADOS
Em muitas ocasiões é conveniente fazer a substituição dos estados ˙x e ˙y por vTe αT. A
relação entre estes pares de estados é
˙x = vTcos (ψ + αT) (30a)
˙
y = vTsin (ψ + αT) . (30b)
Derivando em relação ao tempo a equação (30) temos
¨ x = ˙vTcos (ψ + αT) − vT ˙ ψ + ˙αT sin (ψ + αT) (31a) ¨ y = ˙vTsin (ψ + αT) + vT ˙ ψ + ˙αT cos (ψ + αT) . (31b)
Substituindo as equações (31) nas equações (25)
˙vTcos (ψ + αT)−vT ˙ ψ + ˙αT sin (ψ + αT) =
Fx,Fcos (ψ + δ) + Fx,Rcos ψ − Fy,Fsin (ψ + δ) − Fy,Rsin ψ
mT (32a) ˙vTsin (ψ + αT)+vT ˙ ψ + ˙αT cos (ψ + αT) =
Fx,Fsin (ψ + δ) + Fx,Rsin ψ + Fy,Fcos (ψ + δ) + Fy,Rcos ψ
mT
(32b) ¨
ψ = Fx,Fa sin δ + Fy,Fa cos δ − Fy,Rb IT
. (32c)
Reescrevendo e simplificando temos
˙vT=
Fx,Fcos (αT− δ) + Fx,Rcos αT+ Fy,Fsin (αT− δ) + Fy,Rsin αT
mT
(33a)
˙
αT =
−Fx,Fsin (αT− δ) − Fx,Rsin αT+ Fy,Fcos (αT− δ) + Fy,Rcos αT− mTv ˙ψ
mTvT
(33b) ¨
ψ = Fx,Fa sin δ + Fy,Fa cos δ − Fy,Rb IT
E os ângulos de deriva passam a ser αF = arctan vTsin (ψ + αT) + a ˙ψ cos ψ vTcos (ψ + αT) − a ˙ψ sin ψ ! − (δ + ψ) (34a) αR = arctan vTsin (ψ + αT) − b ˙ψ cos ψ vTcos (ψ + αT) + b ˙ψ sin ψ ! − ψ (34b)
Simplificando, temos que
αF = arctan vTsin αT+ a ˙ψ vTcos αT ! − δ (35a) αR = arctan vTsin αT− b ˙ψ vTcos αT ! (35b) Portanto, os estados passam a ser
x1 = x (36a) x2 = y (36b) x3 = ψ (36c) x4 = vT (36d) x5 = αT (36e) x6 = ˙ψ. (36f)
O vetor de estados pode ser escrito como
x = x1 x2 x3 x4 x5 x6 = x y ψ vT αT ˙ ψ (37) e as equações de estado ˙x1 = x4cos (x3+ x5) (38a) ˙x2 = x4sin (x3+ x5) (38b)
˙x3 = x6 (38c)
˙x4 =
Fx,Fcos (x5− δ) + Fx,Rcos x5+ Fy,Fsin (x5− δ) + Fy,Rsin x5
mT
(38d)
˙x5 =
−Fx,Fsin (x5− δ) − Fx,Rsin x5+ Fy,Fcos (x5− δ) + Fy,Rcos αT− mTx4x6
mTx4
(38e)
˙x6 =
Fx,Fa sin δ + Fy,Fa cos δ − Fy,Rb
IT
(38f)
0.3 LINEARIZAÇÃO
As equações não lineares em (38) podem ser escritas como
˙x = f (x, u) , (39)
onde o vetor de estados é
x = x1 x2 x3 x4 x5 x6 . (40) e o vetor de entradas é u = δ Fx,F Fx,R Fy,F Fy,R . (41) A função vetorial f é
f = f1 f2 f3 f4 f5 f6 = ˙x1 ˙x2 ˙x3 ˙x4 ˙x5 ˙x6 , (42)
A linearização deste sistema pode ser feita para um veículo se movimentando em linha reta com uma determinada velocidade v > 0. Neste caso, os estados no ponto de operação são dados por
x1,op = xop=? (43a)
x2,op = yop=? (43b)
x3,op = ψop= 0 (43c)
x4,op = vT,op = vT,0 (43d)
x5,op = αT,op = 0 (43e)
x6,op = ˙ψop= 0, (43f)
OBS: Os estados x e y não influenciam a dinâmica do sistema. Vetor do ponto de operação dos estados é
xop= x1,op x2,op x3,op x4,op x5,op x6,op . (44)
O ponto de operação das entradas é
δop= 0 (45a)
Fx,R,op = 0 (45c)
Fy,F,op= 0 (45d)
Fy,R,op = 0. (45e)
O vetor do ponto de operação das entradas é
uop = δop Fx,F,op Fx,R,op Fy,F,op Fy,R,op . (46)
A expansão da série de Taylor truncada nos termos de primeira ordem é dada por
flin(x, u) = f (xop, uop) + ∇f (xop, uop) x − xop u − uop . (47) onde f (xop, uop) = vT,0 0 0 0 0 0 , (48) ∇f = ∂f1 ∂x ∂f1 ∂y ∂f1 ∂ψ ∂f1 ∂v ∂f1 ∂αT ∂f1 ∂ ˙ψ ∂f1 ∂δ ∂f1 ∂Fx,F ∂f1 ∂Fx,R ∂f1 Fy,F ∂f1 ∂Fy,R ∂f2 ∂x ∂f2 ∂y ∂f2 ∂ψ ∂f2 ∂v ∂f2 ∂αT ∂f2 ∂ ˙ψ ∂f2 ∂δ ∂f2 ∂Fx,F ∂f2 ∂Fx,R ∂f2 Fy,F ∂f2 ∂Fy,R ∂f3 ∂x ∂f3 ∂y ∂f3 ∂ψ ∂f3 ∂v ∂f3 ∂αT ∂f3 ∂ ˙ψ ∂f3 ∂δ ∂f3 ∂Fx,F ∂f3 ∂Fx,R ∂f3 Fy,F ∂f3 ∂Fy,R ∂f4 ∂x ∂f4 ∂y ∂f4 ∂ψ ∂f4 ∂v ∂f4 ∂αT ∂f4 ∂ ˙ψ ∂f4 ∂δ ∂f4 ∂Fx,F ∂f4 ∂Fx,R ∂f4 Fy,F ∂f4 ∂Fy,R ∂f5 ∂x ∂f5 ∂y ∂f5 ∂ψ ∂f5 ∂v ∂f5 ∂αT ∂f5 ∂ ˙ψ ∂f5 ∂δ ∂f5 ∂Fx,F ∂f5 ∂Fx,R ∂f5 Fy,F ∂f5 ∂Fy,R ∂f6 ∂x ∂f6 ∂y ∂f6 ∂ψ ∂f6 ∂v ∂f6 ∂αT ∂f6 ∂ ˙ψ ∂f6 ∂δ ∂f6 ∂Fx,F ∂f6 ∂Fx,R ∂f6 Fy,F ∂f6 ∂Fy,R . (49)
∇f (xop, uop) = 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 vT,0 0 vT,0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 mT 1 mT 0 0 0 0 0 0 0 −1 0 0 0 m 1 TvT,0 1 mTvT,0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a IT − b IT (50)
Substituindo as equações (48) e (50) em (47) o sistema linearizado é
f1,lin = ˙x = vT (51a) f2,lin= ˙y = vT,0(ψ + αT) (51b) f3,lin = ˙ψ = ˙ψ (51c) f4,lin= ˙vT = Fx,F+ Fx,R mT (51d) f5,lin= ˙αT = Fy,F+ Fy,R mTvT,0 − ˙ψ (51e) f6,lin= ¨ψ = aFy,F− bFy,R IT (51f) É importante notar que se as forças longitudinais do pneu, Fx,F e Fx,R, forem iguais a
zero o estado vT é constante.
0.4 INCLUINDO PNEU LINEAR
Linearizando o valor do dos ângulos de deriva em (35) no mesmo ponto de operação temos αF,lin= αT+ a vT,0 ˙ ψ − δ (52a) αF,lin = αT− b vT,0 ˙ ψ. (52b)
Supondo uma lei de força linear para os pneu temos
Fy,F= −KFαF = −KFαT−
aKF
vT,0
˙
Fy,R= −KRαR = −KRαT+
bKR
vT,0
˙
ψ (53b)
Substituir as equações (53) nas equações linearizadas em (51) temos
f1,lin = ˙x = vT (54a) f2,lin= ˙y = vT,0(ψ + αT) (54b) f3,lin = ˙ψ = ˙ψ (54c) f4,lin= ˙vT = Fx,F+ Fx,R mT (54d) f5,lin = ˙αT = − KF+ KR mTvT,0 αT− mTvT,0+aKFv−bKT,0 R mTvT,0 ˙ ψ + KF mTvT,0 δ (54e) f6,lin= ¨ψ = − aKF− bKR IT αT− a2K F+ b2KR ITvT,0 ˙ ψ + aKF IT δ (54f) Na forma matricial ˙x = Ax + Bˆu (55) Ou ainda ˙x ˙ y ˙ ψ ˙vT ˙ αT ¨ ψ = 0 0 0 1 0 0 0 0 vT,0 0 vT,0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 −KF+KR mTvT,0 − mTvT,0+aKF−bKRvT,0 mTvT,0 0 0 0 0 −aKF−bKR IT − a2K F+b2KR ITvT,0 x y ψ vT αT ˙ ψ + 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 mT 1 mT KF mTvT,0 0 0 aKF IT 0 0 δ Fx,F Fx,R (56)