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Estudo comparativo entre o xenodiagnóstico natural e o artificial, em chagásicos crônicos.

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Academic year: 2017

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Revista da Sociedade Brasileira de M edicina Tropical 28(4):367- 373, out-dez, 1995.

ESTU D O CO M PA RA TIV O EN TRE O XEN O D IA G N Ó STICO N A TURA L E O A RTIFICIA L, EM CHA G Á SICO S CRÔ N ICO S

A delair H elena dos Santos, Ionizete G arcia da Silva e A nis Rassi

Fo ram realizados, simultaneamente, os xenodiagnósticos natural e artificial em 5 7 pacientes chagãsicos, na fas e crônica, co m idades entre 2 6 e 8 3 anos, sendo 2 6 do sexo masculino e 31 do fem inino , todos co m sorologia reativa. Este estudo teve a finalidade de v erificar a sensibilidade do método artificial, v isando à sua utilização, em ro tina de laboratório. A plicaram- se 4 0 D ipetalo gaster m axim us de 1° estãdio para cada paciente tanto no xmo diagnó stico natural quanto no artificial. O xeno diagnóstico artificial fo i significativ amente mais sensível do que o natural para detectar o T ryp anosom a cruzi, uma aplicaçao do artificial fo i igual à do método natural aplicado três vezes. A “xet^opositividade’’ fo i de 35,1% , sendo significativ amente m aio r no sexo masculino, nas faixas etárias de 5 6 a 6 5 ano s e 6 6 a 8 3 anos. Estes resultados mostram a v iabilidade e a po s s ibilidade do uso do xeno diagnó s t ico artificial em ro tina de laboratório.

Palav ras- chav es: X enodiagnóstico. D o ença de Chagas. T ryp anosom a cruzi. Fase crô nica. Diagnósticoparasitolôgico.

O xeno d iagnó stico tem sido utilizado para a co m pro vação parasito ló gica da d o ença de Chagas na fase crô nica e to rno u-se muito valio so p elo s seguintes aspecto s: eco nô m ico , de fácil aplicação , tanto em labo rató rio quanto no cam po , útil no aco m panham ento de testes co m drogas tripanosomicidas, possibilitando avaliar o nível da parasitemia circulante e iso lar cep as3. Em relação ao tratam ento e ti o l ó g i c o d a d o e n ç a d e C h ag as, o xeno d iag nó stico tem sid o um parâm etro impo rtante na seleção de pacientes. A pós o tratamento, a negatividade do xeno d iagnó stico tem sid o um parâm etro ev id enciad o r da eficiência quimioterápica.

A asso ciação dos fato res desfavoráveis ao xeno d iagnó stico natural, co m a necessid ad e de aco m panhar tanto os pacientes chagásico s alérg ico s à saliva d o triato m íneo , co m o aqueles submetido s a tratamento co m drogas imunossupressoras, o u transplantes de órgãos, que apresentam po ssibilidade de reagudização da d o ença, estimulou investigaçõ es so bre o

Laboratório de Biologia, Fisiologia de Insetos e Xenodiagnóstico do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO. Suporte Financeiro: SENESU, FUNAPE, CONSITEG. Endereço para correspondência: Prof. Ionizete Garcia da Silva. Laboratório de Biologia, Fisiologia de Insetos e Xenodiagnóstico/IPTSP/UFG. Caixa Postal 131, 74001-970 Goiânia, GO; Fax:(062) 261 6414.

Recebido para publicação em 27/12/94.

xeno d iagnó stico artificial, uma vez que o s estud o s so bre o assunto são raro s e insuficientes para demonstrar a viabilidade de seu uso 469 14 15 29.

Este trabalho teve a finalidade de verificar a po ssibilidade de se usar o xeno d iag nó stico artificial em rotina de labo rató rio , tend o co m o o bjetivo s a elim inação dos p ro blem as de reação cutânea18 p ro vo cad o s p ela saliva do triato m íneo , o s caso s d e anafilaxia1, e a possibilid ad e de fazer o exam e em qualquer situação em que se enco ntre o p aciente imunodeprimido, alérgico ou transplantado.

M A TERIA L E M ÉT O D O S

Espécie de triato míneo utiliz ada. Uso u- se D ip et alo gas t er m a x im us d ev id o à r e c o m e n d a ç ã o d e u m s i m p ó s i o 8 e o s resultados obtid o s po r vários estud o s5 13 28 26 mostraram ser essa esp écie um bo m m eio de

cultura in vivo para rep licar o T. cruzi.

Para cada xeno d iagnó stico aplicaram -se 40

ninfas de D. maximus, no primeiro estádio . Os

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S an to s A H , Silv a IG , R assi A . Estu do c o m p ar at iv o e n t r e o x e n o d iag n ó s t ic o n at u r al e o ar t ific ial e m c h ag ãs ic o s c r ô n ic o s . R ev ista d a S o c ie d ad e B r as ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic al 2 8 :3 6 7 - 3 7 3 , ou t - dez , 1 9 9 5 .

jejum, po r 15 dias, período necessário ao triatomíneo para atingir a rep leção total27 (alimentação máxima, que geralmente ocorre num perío d o de 10-15 minutos). No entanto, co m o propósito de padronizar o mesmo tem p o para os dois exp erim ento s, os triatomíneos ficaram expo sto s à alimentação por um perío d o de 30 minutos, tanto no xeno d iagnó stico natural co m o no artificial.

C a r a c t e r i z a ç ã o m o r f o l ó g i c a d a

a lim e n ta ç ã o . Em qualquer um dos estádios, o

D . m a x im u s atinge a rep leção total quando o

seu abd o m e adquire a forma de um balão e o tegumento apresenta-se brilhante; desta forma, o triatomíneo co m pleta o ciclo co m apenas uma alimentação p o r estádio21. Foi observada

esta característica para todos D . m a x im u s de

primeiro estádio; nessas co nd içõ es, a ingestão média de sangue é cerca de 91,7yil2122.

P a cie n te s . Foram estudados 57 pacientes na

fase crô nica da d o ença de Chagas, to do s co m trê s p ro v as so ro ló g ic a s re ativ as (im uno fluo rescência indireta, hemaglutinação indireta e ELISA) e nenhum submetido a tratamento específico . O xeno d iagnó stico foi aplicado no período matutino, entre 8 e llh .

X e n o d ia g n ó s tic o n a tu ra l. Foram usados 10

frasco s20 co m quatro triatomíneos em cada um, que fo ram aco nd icio nad o s em p equenas sacolas de pano, amarradas na parte flexora do antebraço do paciente, ali permanecend o por ap ro xim ad am ente 30 m inu to s21. A p ó s a alimentação , o s frascos, co m os triatomíneos, foram co lo cad o s na estufa incubadora a 28°C. O xeno d iagnó stico natural foi repetido por três vezes em cada paciente.

X e n o d ia g n ó s tic o a rtific ia l. O sangue foi

co letad o através de p unção v eno sa no antebraço , na veia cubital, usando-se tubos a vácuo, co m capacidade de aspirar cerca de 7 ml d e sa n g u e . C ad a tu b o tin h a sid o heparinizado co m 143 unidades (Liquemine), o que co rrespo nd e à d o se de 4yil de heparina para lm l de sangue. A quantidade de heparina d o tu b o fo i c o n sid e rad a fav o ráv e l à experim entação , visto não o co rrer coagulação sanguínea, nem a morte dos triatomíneos. O p to u -se p ela h e p arin a, p o rq u e e ste anticoagulante apresentou menor interferência no d esenvo lvim ento do triatomíneo e na replicação do T. c ru z ? ' .

Para alim entação dos triato m íneo s fo i utilizado um dispositivo2“1 constituído d e uma estante de madeira, uma fo nte de aquecimento

e uma peça de vidro (mamadeira)10 compo sta de duas câmaras: uma interna, em forma de funil, guarnecida ao fundo por uma membrana d e lá te x (p re se rv ativ o m asc u lin o n ão lubrificado), distendida de forma a aparecer o branco translúcido, e presa ao fundo co m fita adesiva; e outra externa, que serviu para aq u ecer a p rim eira atrav és d e um flu xo contínuo de água a 37°C, bo mbead a de um banho-maria (Figura 1).

F i g u m 1 - D is po s it ico pcira rea liz a çã o do x e no d ia gnó s t ico artificial.

O sangue colhido foi transferido para a

“mamadeira” usando-se seringas d e s cartáv e is ,

co m capacidade para 10ml, co lo cand o -se o bisel da agulha, na parede do funil, e o êm bo lo era comprimido lentamente, para evitar a fo rmação de coágulos e espuma, faz e n d o c o m q u e o san g u e d e sc e sse suavem ente p ela pared e de vidro até a membrana de látex. Em seguida, co lo co u-se em contato co m a membrana de látex, o frasco co m o s triato m íneo s, p ara q ue esses se alim entassem , tend o -se o cuid ad o d e se manter a temperatura co nstante, p o r um período de 30 minutos. A pós a alimentação, os tubos foram guardados na câmara climatizada até serem realizadas as leituras.

Em ambos os métodos, as leituras foram

realizadas ao s 30, 60 e 90 dias após a aplicação

do xeno d iagnó stico , pelo método das d ejeçô es espo ntâneas23.

C o n ta g e m d e trip a n o s o m a s . Com o auxílio

de um micropipetador e co m a tampa aberta apenas o necessário para introduzi-lo no frasco, colhiam-se fezes ou urina, examinando- as entre lâmina e lamínula ao micro scó pio com aumento médio (400x) e contava-se o número

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S an t o s A H , Silv a IG , R as s i A . E st u do c o m p ar at iv o e n t r e o x e n o d iag n ó s t ic o n at u r al e o ar t ific ial e m c h ag ás ic o s c r ô n ic o s . R ev ista d a S o c ie d ad e B r as ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic al 2 8 :3 6 7 - 3 7 3 , ou t- dez , 1 9 9 5 .

A nálise estatística. Fo ram usados os testes do Q ui-quad rad o e de W ilco xo n, ambo s ao nível de significância de 5%.

RESULTA D O S

A p lic a ra m - se , sim u lta n e a m e n te , o xeno d iag nó stico natural e o artificial, em 57 p ac ien tes ch ag ásico s na fase crô n ica, para v erificar a sensib ilid ad e d e cad a um d o s méto d o s. D esses pacientes, 10 tinham id ades entre 26 e 39 ano s; 22 entre 40 e 60 ano s, e 25 co m id ades entre 6 l e 83 ano s. Verificou-se que o m éto d o artificial fo i significativamente mais eficiente do que o méto d o natural, para diagno sticar a d o ença de Chagas, p elo teste de W ilco xo n, co m p< 0,05 (Tabela 1). Constatou- se, também, que a positividade no método artificial (28,1% ) fo i estatisticamente igual à do m éto d o natural aplicad o três vezes (29,8% ), p elo teste do Q ui-quad rad o , ao nível d e 5%. A “xeno p o sitiv id ad e” acumulada no s dois

méto d o s e rep etiçõ es fo i d e 35,1% . A ap licação seriada do xeno d iagnó stico natural p o r três vezes, co m intervalos de 30 dias, aumento u o percentual de positividade, mas não fo i capaz

de d etectar o T. cruz i em dois do s vinte

pacientes xeno po sitiv o s que foram positivos apenas p elo exam e artificial (realizado uma vez).

O xeno d iag nó stico fo i ap licad o em pacientes chagásico s adultos, co m id ades entre 26 e 83 ano s. Verificou-se que a positividade do xeno d iag nó stico fo i significativ am ente maio r nas faixas etárias de 56-65 e 66-83 ano s, send o maio r no sexo masculino, p elo teste do X2, ao nível de 5% (X2 = 13,73). A freqüência d e positividade, d e aco rd o co m a faixa etária, está expressa na Figura 2, ev id enciand o -se a faixa etária de 41 a 55 co m o a mais difícil de se d etectar o tripano so ma circulante.

Pelo estudo comparativo entre o número m é d io d e trip an o so m as e x c re ta d o s , no

Tabela 1 - Cotnparação da po sitiv idade entre o xeno diagnó stico natural e o artificial, aplicado sim ultaneam ente em 5 7 pacientes chagasico s na fa s e crô nica.

X en o d iag n ó stico N e d e p acien tes Leitu ras/p ositivid ad e

I a % 2- % 3 - %

A rtificial 57 10 17,5 16 28,1 16 2 8,1

N atural 57 9 15,8 12 21,1 12 21,1

N atural I a rep etição 47 7 14,9 11 2 3 ,4 11 2 3 ,4

N atural 2- rep etição 47 13 2 7 ,7 14 2 9 ,8 14 2 9 ,8

N ° d e exam in ad o s 5 7 15 2 6 ,3 2 0 3 5 ,1 2 0 35,1

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San t o s A H , Silv a IG , R assi A . E st u do c o m p ar at iv o e n t r e o x e n o d iag n ô s t ic o n at u r al e o ar t ific ial e m c h ag ãs ic o s c r ô n ic o s . R ev ista d a S o c ie d ad e B r as ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic al 2 8 :3 6 7 - 3 7 3 , ou t - dez , 1 9 9 5 .

x e n o d ia g n ô s tic o a rtif ic ia l e no n atu ral, verifico u-se que a quantidade de tripanosomas fo i sig n ific a tiv a m e n te m aio r n o m éto d o a rtif ic ia l d o q u e n o n atu ral ( T a b e la 3). Co nstato u-se, também, que ho uve um número sig n ific ativ am en te m aio r d e triato m ín eo s infectad o s p elo T. cruz i no méto d o artificial (Tabela 2).

Verificou-se que não havia necessid ad e de se realizar a terceira leitura (Tabela 1), po is a positividade do xeno d iagnô stico fora a mesma na segunda (ao s 60 dias).

D ISCUSSÃ O

Não foi enco ntrad o na literatura pertinente, nenhum trabalho so bre o xeno d iagnô stico artificial aplicado em p acientes chagásico s que possibilitasse uma efetiva co mparação .

Com relação ao s artifícios usados para a

realização do xeno d iagnô stico in vitro, vários

estudos foram feito s so bre membranas para alim entação artificial de triato míneo s, que apo ntam a tripa de bo i, co m o a membrana mais favorável do que a de plástico ou de

Tabela 2 - índice de infecção de D ip etalo g aster m axim u s pelo T ry p an o so m a cru z i. após aplicação sim ultânea do xeno diagnó sico nat urale artificial, em 5 7 pacientes chagãsicos crônicos.

N ° d e triatom íneo s

X en o d iag n ô stico Exam e / d ias ap licad o s exam in ad o s p o sitiv o s m o rto s

n2 % %

A rtificial 1 7 3 0 2 .2 8 0 2 .1 8 6 14 0 ,6 4 4 ,3

2 7 6 0 2 .1 4 8 33 1,53 1,8

3 7 9 0 2 .095 36 1,71 2,5

N atural 1 7 3 0 2 .2 8 0 2 .2 3 6 10 0 ,4 4 2,0

2 7 6 0 2 .1 8 7 21 0,9 9 2 ,2

3 7 9 0 2 .1 1 3 21 0 ,9 9 3 ,5

Tabela 3 - Estudo comparativ o do núm ero médio de T ry p an o so m a cru z i excretado s po r lâm ina (lamínula 2 2 x 22m m ). de triatomíneos aplicado s 110 xeno diagnô stico natural e artificial, em pacientes chagásico s na fas e crô nica, utilizando o méto do das dejeçÕ es espontâneas.

Leitu ra/ X en o d iag n ô stico

d ias_ ______________________ Pacien tes_ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ _ A rtificiai_______________ N atural

l ° / 3 0 ~ 2 0 3 1 / 7 + 2 0 ,2 2 3,1 ± 1.51

2 ° / 6 0 2 0 4 4 ,8 ± 2 4 .3 2 1 5 ,8 ± 7 .5 7

3 V 9 0 _ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ 20__ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ _ 7 8 ; 2 ± 4 3 ,5 7 4 1 ,6 ± 19,32

látex5 7. N este trabalho , utilizo u-se o

preservativo masculino não lubrificado, devido ao s excelentes resultados já o btid o s1222. A lém disso, tem sido utilizado durante vários anos, na rotina do no sso labo rató rio , para criação de triatomíneos co m alimentação artificial. Para que não haja mortalidade d esses inseto s, é fund amental que se atenda ao cuidado de não m anuseá-lo s lo go apó s a alim entação , porque quaisquer traumatismos lhes são fatais. Outros fatores favoráveis, que contribuíram na d ecisão do tipo de membrana, foram: a disponibilidade no co m ércio , a facilid ad e de co nservação e a praticidade no uso.

A o p ção p ela heparina teve co m o base o estud o co m p arad o de antico agulantes em relação à rep licação do T. c ru z f7 n.

O p rim e iro tra b a lh o 16 a m o strar a p o ssibilid ad e do uso do xeno d iag nô stico artificial, apó s a d escrição do m éto d o natural4, fo i através da utilização de tubo s de ensaio co m sangue citratado ou d esfibrinad o de p esso as suspeitas de serem chagásicas. Esses tubo s eram co berto s co m pele de co baio recém-sacrificad o , mantidos em co ntato co m os triato míneo s em estufa a 37°C e esses foram examinado s entre um e dois m eses d epo is, d e m o n stra n d o c o m e s s e m é to d o a “xeno po sitiv id ad e” em alguns caso s, sem, no e n tan to , c itare m d ad o s q u an titativ o s co nsistentes. Po sterio rm ente, um estud o 15,

c o m p a r a n d o a s e n s i b i l i d a d e d o

x en o d iag n ô stic o natu ral e o artificial, fo i

realizad o em co baio s ino culad o s co m o T.

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San to s A H , Silv a IG , R assi A . E st u do c o m p ar at iv o e n t r e o x e n o d iag n ó s t ic o n at u r al e o ar t ific ial e m c h ag ãs ic o s c r ô n ic o s . R ev ista d a S o c ie d ad e B r as ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic al 2 8 :3 6 7 - 3 7 3 , ou t - de z , 1 9 9 5 .

em exam e a fresco . Neste trabalho, os autores d etectaram o tripano so ma em cinco dos oito triato m íneo s aplicad o s no xeno d iag nó stico natural e em sete dos d ezesseis triatomíneos u s a d o s no xeno d iag nó stico artificial. O estudo comparativo dos xeno d iagnó stico s natural e artificial fo i realizado a partir da ap licação simultânea dos dois méto d o s, em 57 pacientes chagásico s na fase crô nica, co m id ade superior

a 26 ano s. Os resultados mostraram que o

m éto d o artificial foi mais eficiente para a co m pro vação parasito ló gica da d o ença de Chagas do que o natural. A sensibilid ad e de uma aplicação do xeno d iagnó stico artificial co rrespo nd eu a três ap licaçõ es do método natural. Desta forma, sugere-se o uso do m éto d o artificial em rotina de laboratório, não só em substituição ao natural, co m o também p ara e v itar as re a ç õ e s c u tân e as d e hipersensibilidade, de anafilaxia, devendo ser reco m end ad o para p aciente imunodeprimido, tra n sp la n ta d o o u a lé rg ic o à saliv a d o triatomíneo. A lém disso, o ferece mais uma o p ção d e exam e que é, psico lo gicam ente, mais aceitável p elo paciente.

Foi demonstrado6 em 210 p acientes e, em 76 p acientes chagásico s na fase crô nica22, que a faixa etária de 10 a 20 ano s fo i a de maio r positividade do xeno d iagnó stico , d ecrescend o nas faixas etárias subseqüentes e elevand o -se no vam ente nas faixas superiores a 50 anos. Isto é co nco rd ante co m os dados d este trabalho . A faixa etária de 41 a 55 ano s fo i a

mais difícil para a d etecção do T. cruzi. Não

foram enco ntrad o s dados na literatura que exp licassem este fato. No entanto, a hipó tese mais pro vável é a em que o paciente, nesta faix a etária, ap resen ta m aio r resp o sta im u no ló g ica, d im inu ind o d esta fo rm a a parasitemia circulante. Neste trabalho, em am bo s o s méto d o s, “xeno po sitivid ad e” foi significativamente maio r no sexo masculino, nas faixas etárias entre 56-65 ano s e 66-70 anos.

De aco rd o co m vários autores6 13 22, as idades co mpreendidas entre 30 e 49 ano s têm sido as de m eno r positividade. Neste trabalho, 20 dos 57 pacientes estão dentro desta faixa etária e isto talvez tenha influenciado na positividade final de 35,1% , que fo i inferio r à enco ntrad a na literatura22 que usand o a mesma meto do lo gia, enco ntro u uma positividade de 55,3% , e outro trabalho co m três repetiçõ es6, uma positividade de 69,3%. Contudo, essa

positividade de 35,1% é co nco rd ante co m as encontradas p o r outros auto res1819.

A rep etição do xeno d iag nó stico é um fator favorável na d etecção de tripano so m a2 6 817. Po rém , existem v ariáv eis intrínsecas ao p aciente no qual a rep etição não evid encia o tripanosoma18, co m o apresentad o em 12 séries mensais aplicadas em 66 chagásico s crô nico s. No entanto, um trabalho 6 mostra a positividade do xeno d iagnó stico de 41,2%) na primeira ap licação e que aumento u em 19,5% e 8,6%, resp ectiv am en te, na seg und a e terceira aplicaçõ es, dando uma positividade final de 69,3%o. N este trabalho , a xeno p o sitiv id ad e d e 2 1 ,1 % , e le v o u - s e em 2 ,3 % e 6 ,4 % , re sp e c tiv a m e n te , no se g u n d o e te rc e iro exames, dando uma positividade acumulada de 29,8%.

Quanto às leituras ao s 30, 60 e 90 dias, os resultados deste trabalho evidenciaram que não há necessid ad e do exam e ao s 90 dias, u m a v e z q u e a p o s i ti v i d a d e d o xeno d iag nó stico fo i a mesma ao s 60 dias, no s dois méto d o s e nas rep etiçõ es, usand o o méto d o das d ejeçõ es espo ntâneas.

A mortalidade dos triatomíneos submetidos ao xeno d iagnó stico artificial fo i de 4,3% , 1,8% e 2,5% , respectivamente, no I o, e 3o exam es, e no méto d o natural d e 2,0%, 2,2% e 3,5%. Verificou-se, que quando se uso u o

m éto d o das d ejeçõ es esp o ntâneas, a

mortalidade foi cerca de três v ezes menor, do que a verificada utilizando o m éto d o da co m pressão abdominal20.

SUM M A RY

I n o rd e r to s tu d y the s e n s itiv ity o f the xe n o d ia gn os is te ch n iq u e a co m p a ris o n b etw een

n a tu ra l a n d a rtificia l xe n od ia gn os is m e thod s w as p e rfo rm e d in 5 7 ch ro n ic pha s e cha g a s ic pa tie n ts (31 fe m a le ) , w ith ages ra n g in g fro m 2 6 to 83 y ears. A ll pa tie n ts ha d d e m ons ti- ab le a n tib od ie s a g a in s t

T ryp anosom a cruzi. F o rty firs t in s ta r ny m phs o f

D ip etalogaster m axim us w ere us ed f o r e a ch o f b oth m ethod s a n d f o r e ach p a tie n t. The pos itiv ity o f xe n od ia gn os is a rtific ia l w as s ig n ifica n tly h ig h e r

tha n the ro u tin e test m ethod . These res ults d id show

tha t a s in gle a p p lica tio n o f 4 0 b ugs by the a rtificia l m e thod y ie ld e d a s im ila r re s ult tha n 3 a p plica tion s

o f 4 0 b ugs e ach, by the n a tu ra l m e th o d .T h e po s itiv ity o f xe n od ia gn os is w as s ig n ifica n tly h ig h e r

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San t o s A H , Silv a IG , R ass i A . Es tu do c o m p ar at iv o e n t r e o x e n o d iag n ó s t ic o n at u r al e o ar t ific ial e m c h ag ás ic o s c r ô n ic o s . R ev ista d a S o c ie d ad e B r as ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic al 2 8 :3 6 7 - 3 7 3 , ou t - de z , 1 9 9 5 .

g ro u p . These res ults s how ed the v ia b ility o f a rtificia l xe n o d ia gn os is a n d its use in ro u tin e la b ora tory

testing.

K e y - w ord s : X e n o d ia g n o s is . C h a ga s ' dis ease.

T ry p ano so m a cruzi. C h ro n ic phas e. P a ra s ito lo g ica l d iagnos is .

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