1Ambasasautorascontribuíramdeformaequivalentenapreparaçãodo artigo.
2Endereçoparacorrespondência:ProgramadeMestradoemEducação, UniversidadeCatólicadeBrasília,SGAN916MóduloB,AsaNorte, 70790-160,Brasília,DFE-mail:ealencar@pos.ucb.br
ContribuiçõesTeóricasRecentesaoEstudodaCriatividade
1EuniceM.L.SorianodeAlencar2 UniversidadeCatólicadeBrasília
DenisedeSouzaFleith
UniversidadedeBrasília
RESUMO-Oartigoapresentatrêsabordagensrecentesnoestudodacriatividade,asaber:aTeoriadoInvestimento emCriatividade,deSternberg,oModeloComponencialdaCriatividade,deAmabile,eaPerspectivadeSiste-mas,deCsikszentmihalyi.Essesteóricosatribuemaproduçãocriativaaumconjuntodefatores,queinteragem deformacomplexa,referentestantoaoindivíduoquantoavariáveissociais,culturaisehistóricasdoambiente ondeoindivíduoseencontrainserido.Taisabordagenscontrastamcomcontribuiçõesteóricasanteriorespela ênfaseadistintoselementosdocontextosocial,queoportunizamereconhecem,emmaioroumenorextensão,a expressãocriativa.
Palavras-chave:teoriasrecentesdecriatividade;modelosdecriatividade;ambiente.
RecentTheoreticalContributionstotheStudyofCreativity
ABSTRACT-Thepaperpresentsthreerecentapproachestothestudyofcreativity:Sternberg’sInvestmentTheory ofCreativity,Amabile’sComponentialModelofCreativity,andCsikszentmihalyi’sSystemsPerspectiveofCre-ativity.Theseauthorsstatethatthecreativeproductionistheresultofasetoffactorswhichinteractinacomplex way,referringtothepersonastothesocial,cultural,andhistoricalvariablesoftheenvironmentinwhichhe/she isincluded.Suchapproachescontrastwithprevioustheoreticalcontributionsbyemphasizingdistinctelementsof thesocialcontextwhichnurtureandrecognize,todifferentdegrees,thecreativeexpression.
Keywords:recenttheoriesofcreativity;modelsofcreativity;environment.
sãotambémreconhecidospelassuasincursõessobreaorigem dacriatividadeecondiçõesnecessáriasparaasuaexpressão. Todoseleschamaramaatençãoparaatendênciahumanaem direçãoàauto-realizaçãocomoforçamobilizadoradacriati-vidade.Consideramademaisquenãobastaoimpulsointerno paraseauto-realizar.Éaindaindispensávelumambienteque propicieliberdadedeescolhaedeação,comreconhecimento eestimulaçãodopotencialparacriardecadaindivíduo.Os processosdepensamentoqueocorremnosdistintoshemis-férioscerebrais,sendoohemisférioesquerdomaiseiciente nosprocessosdepensamentodescritoscomoverbais,lógicos eanalíticos,enquantoquenohemisfériodireitoocorreriam padrõesdepensamentomaisassociadosàcriatividade,têm sidoextensamentedivulgados.
Nosúltimos20anos,novascontribuiçõesteóricassur-giram, englobando distintos componentes considerados necessáriosparaaocorrênciadacriatividade.Atéosanos 70,oobjetivoeradelinearoperildoindivíduocriativoede-senvolverprogramasetécnicasquefavorecessemaexpressão criativa.Apósessadata,osestudiososvoltaramsuaatenção, deformamaissistemática,paraainluênciadefatoressociais, culturaisehistóricosnodesenvolvimentodacriatividade.Sob essaperspectiva,aproduçãocriativanãopodeseratribuída exclusivamente a um conjunto de habilidades e traços de personalidadedocriador,mastambémsofreainluênciade elementosdoambienteondeesseindivíduoseencontrain-serido(Hennessey&Amabile,1988).Maisespeciicamente, aabordagemindividualfoisubstituídaporumavisãosistê-micadofenômenocriatividade(Feldman,Csikszentmihalyi &Gardner,1994).Comoresultado,váriosestudostêmsido
QuandoseexaminaaliteraturasobrePsicologiadaCria- tividadenoBrasil,observa-sequecontribuiçõesteóricasre-centesnãotêmsidotradicionalmentecontempladas.Demodo geral,sãoosaportesespecialmentedateoriapsicanalítica, daGestalt,dosrepresentantesdaPsicologiaHumanista,pa-ralelamenteaopapeldoshemisférioscerebraisnaprodução criativa,oqueémaisdivulgadoediscutido.
conduzidoscomoobjetivodeinvestigarvariáveisdocontexto sócio-histórico-culturalqueinterferemnaproduçãocriativa efavorecemaexpressãodocomportamentocriativo(Ama-bile,1996;Feldman,1994;Gardner,1993;Gruber&Davis, 1988;Simonton,1994).ParaCsikszentmihalyi(1996),por exemplo,“émaisfácildesenvolveracriatividadedaspes-soasmudandoascondiçõesdoambiente,doquetentando fazê-laspensardemodocriativo”(p.1).Nestesentido,para se compreender porque, quando e como novas idéias são produzidas,énecessárioconsiderartantovariáveisinternas quantovariáveisexternasaoindivíduo.
Trêsmodelosdecriatividadeforamelaboradoscombase nessaabordagemrecente:ateoriadeinvestimentoemcriati-vidadedeSternberg(1988,1991;Sternberg&Lubart,1991, 1993,1995,1996),omodelocomponencialdecriatividade deAmabile(1983,1989,1996)eaperspectivadesistemas de Csikszentmihalyi (1988a, 1988b, 1988c, 1996). Esses modelosserãodescritosaseguir.
ATeoriadoInvestimento emCriatividade-Sternberg
Emsuaformulaçãoinicialdeumateoriadacriativida-de,Sternberg(1988),emboraconsiderassequeummodelo completodestefenômenodevesseincluirtantooambiente comovariáveispessoaisquefacilitamouimpedemama-nifestação da criatividade, restringiu-se a alguns atributos internosdoindivíduoquecontribuemparaofuncionamento criativo, dando destaque à inteligência, estilo cognitivo e personalidade/motivação. Em anos posteriores, Sternberg (1991)eSternbergeLubart(1991,1993,1995,1996)am-pliaramomodelooriginalmenteformulado,considerandoo comportamentocriativocomoresultadodaconvergênciade seisfatoresdistintoseinter-relacionados,apontadoscomo recursosnecessáriosparaaexpressãocriativa.Estesseriam: (a)inteligência,(b)estilosintelectuais,(c)conhecimento,(d) personalidade,(e)motivaçãoe(f)contextoambiental.
A sua teoria, a que Sternberg e Lubart (1991, 1995, 1996)denominamteoriadoinvestimento3,incluidistintos
elementosqueforamanteriormenteressaltadosporoutros estudiososcomorelevantesparaaproduçãocriativa.Inclui, porexemplo,aspectospresentesnomodelocomponencial propostoporAmabile(1983),quedescreveacriatividade como resultado da motivação, habilidades relevantes de domínioeprocessoscriativosrelevantes.Englobatambém traçosdepersonalidade,aspectoestealtamenteenfatizado nascontribuiçõesdeMacKinnon(1965)eBarron(1969),que investigaramatributosdepersonalidadedeproissionaisde áreasdiversasquesedestacaramporsuaproduçãocriativa. Temaindaelementoscomunscomaabordagemsistêmica deCsikszentmihalyi(1988a,1988b,1988c),queconsidera acriatividadecomoresultadodeelementosdapessoa,do
domínio(áreadoconhecimento)edocampo(especialistas de uma área especíica que têm o poder de determinar a estruturadodomínio);deSimonton(1988),queinvestigou determinantesambientaisehistóricosdacriatividade;eain-dadateoriatriárquicadainteligênciapropostapelopróprio Sternberg(Sternberg,1985).
Aodescreverosseisfatoresqueconvergemparaapro-duçãocriativa,ressaltamSternbergeLubart(1991)quenem todososelementosdecadaumdessesrecursossãorelevantes paraacriatividade,devendoaindacadaumdelesservistode formainterativacomosdemaisejamaisdeformaisolada, salientando:“altainteligêncianaausênciademotivação,ou conhecimentoamplonaausênciadehabilidadeintelectual para compreender e utilizar tal conhecimento, levará no máximoaníveismoderadosdeperformancecriativa”(pp. 4-5).Propõem,entretanto,queumaltonívelderecursomo-tivacionalpodecontrabalançarumcontextoambientalmenos propício,emboralembremtambémquenemsempreumalto níveldeumdosseisrecursospossacompensarporumoutro queseencontraausenteouquaseausente.
Inteligência
Comrelaçãoàinteligência,SternbergeLubart(1995, 1996)consideramqueespecialmentetrêshabilidadescog-nitivassãoimportantes.Aprimeiradizrespeitoàhabilidade sintéticaderedeinirproblemas,ouseja,ahabilidadedevero problemasobumnovoângulo;asegundaseriaahabilidade analíticadereconhecerdentreasprópriasidéiasaquelasem quevaleriaapenainvestir;eaterceira,ahabilidadepráti-ca-contextual,dizrespeitoasercapazdepersuadiroutras pessoassobreovalordasprópriasidéias.SternbergeLubart vãoalém,sublinhandoqueaconluênciadestastrêshabilida-deséimportante.Consideram,porexemplo,quehabilidade analíticautilizadanaausênciadasduasoutrashabilidades gerariapensamentocrítico,masnãocriativoouquehabilida-desintéticanaausênciadasduasoutrashabilidadesgeraria novasidéias,porémnãonecessariamenteidéiaspromissoras ouaplicáveis.
Lembramestesautoresque,demodogeral,soluçõesmais criativassãooresultadodacapacidadedeseredeinirum dadoproblema,oqueocorre,porexemplo,comoconseqü-ênciadoinsight.Propõemaindatrêstiposbásicosdeinsight: oprimeiro(insightdecodiicaçãoseletiva)ocorreriaquando alguémqueestátentandoresolverumproblemareconhecea relevânciadeinformaçõesquepodemnãoserimediatamente óbvias,apontandocomoexemploadescobertadapenicilina porAlexandreFleming.Osegundotipodeinsight(insight decomparaçãoseletiva)envolveriaopensamentoanalógico, quandoinformaçõesdopassadosãoaproveitadasparare-solverproblemasdopresente,percebendo-seumaanalogia entreovelhoeonovo;oterceirotipodeinsight(insightde combinaçãoseletiva)ocorrequandosereúneminformações cujaconexãonãoéóbvia.
EstilosIntelectuais
Sternberg(1991)lembraquehátrêsestilosintelectuais,os quaissereferemàformacomoapessoausa,exploraouutiliza asuainteligência,denominando-os:legislativo,executivoe
judiciário.Oprimeiroestariapresentenaquelapessoaque gostadeformularproblemasecriarnovasregrasemaneiras deseverascoisas,sendoparticularmenteimportantepara acriatividade.Umapessoacomesseestilotemprazerem criarassuasprópriasregrasetrabalharemproblemasque nãosejampré-fabricados.Aspessoascriativasseriam,pois, mais propensas a preferir o estilo legislativo. O segundo estariapresentenaquelapessoaquegostadeimplementar idéias,compreferênciaporproblemasqueapresentamuma estrutura clara e bem deinida. O terceiro caracterizaria aquelasquetêmpreferênciaporemitirjulgamentos,avaliar pessoas,tarefaseregras,tendoprazerememitiropiniõese avaliarasdosdemais.
SegundoSternberg,aspessoastêmpreferênciasporum determinadoestiloeaindaqueosistemaeducacionaltende aencorajarnaspessoasoestiloexecutivo.Istoporquê,na escola,osalunos,demodogeral,recebemosproblemasjá estruturados,sendomuitasvezespunidosquandoextrapo-lamaestruturaapresentada.Estatemsidoumacríticafeita a sistemas educacionais de distintos países, embora mais recentemente observa-se um movimento no sentido de se promoverumaculturadeaprendizagemqueprivilegietam-bémoexercícioderesoluçãodeproblemassemumaestrutura pré-determinada.
Conhecimento
UmterceirocomponentedateoriapropostaporStern-berg e Lubart (1991, 1995) é o conhecimento. Lembram estes autores que, para dar uma contribuição signiicativa aumadeterminadaárea,édefundamentalrelevânciatero conhecimentosobreaquelaárea.Ressaltamaindaquesem talconhecimento,corre-seoriscodesedescobriroquejá sesabe,deixandodeseidentiicarproblemasdaáreaefeti-vamenteimportantes.Osautoresdiscriminamtambémdois tiposdeconhecimento:oformaleoinformal,considerando ambos importantes para a criatividade. O primeiro seria aquele conhecimento de uma determinada área ou de um dadotrabalhoqueseadquireatravésdelivros,palestrasou qualqueroutromeiodeinstrução.Oinformalseriaaqueleque seadquirepormeiodededicaçãoaumadeterminadaárea, sendoraramenteensinadoexplicitamentee,amaiorparte dasvezes,impossívelsequerdeserverbalizado.
Ainda com relação a este componente, estes teóricos (Sternberg&Lubart,1995,1996)sublinhamqueacriati-vidadeemgrandenúmerodeáreasrequeroconhecimento doquevemocorrendonaquelaáreaespecíica,sendo,en-tretanto,necessárioselibertardoslimiteseentravesdaquele conhecimento.Justiicamlembrandoqueaomesmotempo emqueumvastoconhecimentopermiteummaiornúmero de associações e isto é benéico para a criatividade, pode tambémdiicultaràpessoavisualizardeumaformadiferente questõesdeinteressedodomínio.
Personalidade
Quantoàpersonalidade,outrocomponentedateoriade SterbergeLubart,lembramosautoresquealgunstraçosde personalidadecontribuemmaisdoqueoutrosparaaexpres-sãodacriatividade,destacandoaspessoascomaltaprodução
criativapelaapresentaçãodeumconjuntodetraçosdeperso-nalidade,comopredisposiçãoacorrerriscos,coniançaemsi mesmo,tolerânciaàambigüidade,coragempararexpressar novasidéias,perseverançadiantedeobstáculoseaindaum certograudeauto-estima,emboranemtodoselesestejam necessariamentepresentes.
Especialmenteatolerânciaàambigüidadeévistacomo condiçãosinequanon paraaperformancecriativaemdis-tintasáreas.Istoporquêasidéiasnecessitamdetempopara amadurecer.Deformasimilar,soluçõesparadistintasmoda-lidadesdeproblemasmuitasvezessãoalcançadasatravésde aproximaçõessucessivas.Casooindivíduonãoapresenteeste traço,hámaioreschancesdechegarasoluçõesinadequadas emfunçãodeumfechamentoprematuroeimpulsivo.
A perseverança diante de obstáculos é também um atributoquesedestacanapessoacriativa,comopôdeser observadoinclusiveemestudodenossaautoria(Alencar, Neves-Pereira,Ribeiro&Brandão,1998)comamostrade pesquisadoresquesedestacavamporsuaproduçãocriativa equeconsideraramestetraçocomoumdosquemaishavia contribuídoparaasuaproduçãosuperior.Persistênciadian-te dos obstáculos e dedicação ao trabalho foram também lembrados por esses pesquisadores como de fundamental importânciaparajustiicarumarealizaçãobem-sucedidaem suasatividadesdeinvestigação.
Como aponta Sternberg (1988), a questão não é se a pessoairáounãoencontrarobstáculos,masantescomoirá lidarcomosmesmoseograudedeterminaçãoemnãose deixarabaterdiantedasadversidadesquepossivelmenteterá queenfrentarparaalcançarassuasmetas.
SternbergeLubart(1995)ressaltamtambémqueesses traços,emborasejampredisposiçõesrelativamenteestáveis, podem sofrer mudanças ao longo do tempo, sendo ainda inluenciadospelascondiçõesambientais.Aautoconiança, porexemplo,diicilmenteseráapresentadaporaquelesque tiveramexperiênciaspersistentesdefracasso.Poroutrolado, váriosdelessãodesestimuladospelosagentessocializadores que,muitasvezes,nãoalimentamaauto-estima,aperseve-rançadiantedeobstáculos,acoragemparaexpressaridéias divergentes,nãooferecendooportunidadesparaseufortale-cimento,comofoiobservadoporinúmerosautores,como Torrance(1975)eAlencareRodrigues(1978)emestudos sobreoperildoalunoideal.Nessesestudos,traçosquese associamàcriatividadenãoforamconsideradosdesejáveis pornúmerosubstancialdeprofessores.Entretanto,Sternberg eLubart(1995)defendemaindaaidéiadequeestesatribu-tosestãoparcialmentesobocontroledapessoa,podendoa mesmadesenvolvê-loscasoodeseje.
Motivação
quesediziammobilizadaspeloamorpelatarefa,focalizando muitomaissuaatençãoeenergianotrabalhoemsidoqueem possíveisprêmiosoureconhecimentoporsuarealização.
Consideram,entretanto,queambosostiposdemotivação -intrínsecaeextrínseca,estãofreqüentementeeminteração, combinando-semutuamenteparafortaleceracriatividade. Neste sentido, Sternberg e Lubart citam várias pesquisas queapontamopapelmobilizadortantodamotivaçãointrín-secacomodaextrínsecaparaacriatividade.Emumdestes estudos,desenvolvidoporOchse(emSternberg&Lubart, 1995),investigaram-semotivadoresconsideradosespecial- menterelevantesporpessoasquevinhamdandocontribui-çõescriativasemáreasdiversas.Notou-seque,dentreestes, váriosforamlembrados,algunsquereletiamumamotivação intrínsecaeoutrosquetraduziamumamotivaçãoextrínseca. Algunsexemplos:(a)odesejodeobterdomíniosobreum dado problema; (b) o desejo de se obter reconhecimento; (c)odesejodesealcançarauto-estima;(d)odesejodese alcançarimortalidade;(e)odesejodesedescobrirumaordem subjacentenascoisas.
ContextoAmbiental
UmúltimocomponentepresentenateoriadeSternberg eLubartdizrespeitoaocontextoambiental.Sabe-sequea criatividadenãoocorrenovácuoenãopodeservistafora destecontexto,especialmenteporquetantoapessoacomoo produtosãojulgadoseavaliadoscomocriativosounãopor pessoasdoseucontextosocial.Entretanto,otipodeambiente quefacilitaodesenvolvimentoerealizaçãodopotencialcria-tivodependetambémdeoutrosfatores,como,porexemplo, doníveldopotencialcriativodapessoaedaáreaemquea pessoa criativa se expressa. Desta forma, o ambiente que facilitaaexpressãocriativainteragecomvariáveispessoais esituacionaisdeumaformacomplexa.
AindasegundoSternbergeLubart,ocontextoambiental afetaaproduçãocriativadetrêsmaneirasdistintas:(a)grau emquefavoreceageraçãodenovasidéias;(b)extensãoem queencorajaedáosuportenecessárioaodesenvolvimento das idéias criativas, possibilitando a geração de produtos tangíveis;e(c)avaliaçãoqueéfeitadoprodutocriativo.
Estesautoresanalisaramdiferentestiposdeambientes como,porexemplo,oambientedominantenafamília,naes-cola,emorganizações(ambientedetrabalho)eaindafatores dasociedadequecontribuemparaaexpressãocriativaentre seusmembros,fundamentando-seeminúmerosestudosonde estesdistintosambientesforamobjetodeinvestigação,como, porexemplo,osestudosdeArieti(1976)sobresociedades criativogênicas,Chambers(1973)sobreoperildeprofesso-resquefacilitamacriatividade,edeAmabileeGryskiewicz (1989)sobreelementospresentesemambientesdetrabalho quepromovemacriatividade.Comoestesestudosjáforam descritosemoutrostextosdenossaautoria(Alencar,1995, 1996)nãoserãoreapresentadosaqui.
ModeloComponencialdeCriatividade-Amabile
SegundoAmabile(1996),“umprodutoourespostaserá julgadocomocriativonamedidaemque(a)énovoeapro-priado,útil,corretooudevalorparaatarefaemquestão,e
(b)atarefaéheurísticaenãoalgorítmica”(p.35).Emsua deiniçãodecriatividade,Amabileressaltaaspectoscomo originalidade e adequação da resposta, bem como chama atenção para a necessidade da tarefa proposta possibilitar várioscaminhosparaasoluçãodoproblema.Combasenessa deinição, essa autora elaborou um modelo componencial decriatividade.
O modelo proposto por Amabile (1983, 1989, 1996) procura explicar como fatores cognitivos, motivacionais, sociaisedepersonalidadeinluenciamnoprocessocriati-vo. Grande ênfase, porém, é dada ao papel da motivação e dos fatores sociais no desenvolvimento da criatividade. Omodeloconsistedetrêscomponentesnecessáriosparao trabalhocriativo:habilidadesdedomínio,processoscriati-vosrelevantesemotivaçãointrínseca.Naversãooriginaldo modelo(Amabile,1983),osegundocomponente,processos criativosrelevantes,eradenominadodehabilidadescriativas relevantes.AmudançafoipropostaporAmabile(1996),pois umdoselementosdessecomponente,traçosdepersonali-dade,nãoé,geralmente,consideradoumahabilidade.Para Amabile,paraqueacriatividadeocorraénecessárioqueos trêscomponentesestejameminteração.
O componente habilidades de domínio inclui vários elementos relacionados ao nível deexpertise em um do-mínio,taiscomotalento,conhecimento,adquiridoatravés de educação formal e informal, experiência e habilidades técnicasnaárea.Embora,algunsdesseselementospossam serconsideradosinatos(comoporexemplo,boamemóriaau-ditivaparareproduzirsonsmusicais),educaçãoeexperiência contribuemtambémparaoseudesenvolvimento(Amabile& Tighe,1993).Emsuma,contribuiçõescriativasnãoocorrem novácuo,masestãoalicerçadasemumamploconhecimento daáreaemqueseestáatuando.ConformeassinalaStarko (1995),énecessáriotermuitoconhecimentosobreumaárea demodoatransformá-lo,derivarimplicaçõesdomesmoe combiná-lodediferentesmaneiras.
OsegundocomponentedizrespeitoaoqueAmabilese referecomoprocessoscriativosrelevanteseincluiestilode trabalho,estilocognitivo,domíniodeestratégiasquefavo-recemaproduçãodenovasidéiasetraçosdepersonalidade. Taiselementosinluenciamnousoquesefazdashabilida-desdedomínio.Porexemplo,analisarumainformaçãosob diferentes pontos de vista, ou através de metáforas, pode contribuirparamelhorcompreensãododomínio.Segundo Amabile(1989),oestilodetrabalhocriativoécaracterizado como habilidade de se concentrar por longos períodos de tempo,dedicaçãoaotrabalho,altoníveldeenergia,persis-tênciafrenteadiiculdades,buscadaexcelênciaehabilidade deabandonaridéiasimprodutivas.
SegundoAmabile(1996),traçosdepersonalidadepodem contribuirparaodesenvolvimentodosprocessoscriativos relevantes.Dentreostraçosdepersonalidadequefavorecem aproduçãocriativa,podemosressaltaraautodisciplina,per-sistência,independência,tolerânciaporambigüidades,não conformismo,automotivaçãoedesejodecorrerriscos.Para Amabile,essesestilosetraçospodemserdesenvolvidosna infânciaemesmonavidaadulta.
O terceiro componente do modelo de criatividade de Amabileéamotivaçãointrínseca.Emborapossasercon-siderada,emparte,inata,amotivaçãointrínsecapodeser cultivada,emlargaescala,peloambientesocial.Motivação intrínseca diz respeito à satisfação e envolvimento que o indivíduotempelatarefa,independentedereforçosexter-nos,eenglobainteresse,competênciaeautodeterminação. Provavelmente um indivíduo vai se sentir mais motivado quandoaatividadecapturaseuinteresse,édesaiadora,leva-o adesenvolversentimentosdeauto-eicáciaeaseenvolver comaatividadeporcontaprópria.Éimportantemencionar que“nãoexistetalcoisachamada‘atividadeintrinsecamente interessante.’Umaatividadepodeserintrinsecamenteinte-ressanteparaumapessoaemparticular,emumperíodode tempoespecíico”(Amabile,1989,p.54).
Motivação intrínseca pode levar o indivíduo a buscar maisinformaçõessobreaáreaestudadae,conseqüentemen-te,desenvolverassuashabilidadesdedomínio.Damesma maneira,altosníveisdemotivaçãointrínsecapodemlevaro indivíduoasearriscarearompercomestilosdeprodução de idéias habitualmente empregados, contribuindo para o desenvolvimento de novas estratégias criativas (Hill & Amabile,1993).
Poroutrolado,amotivaçãoextrínsecapodeminar,em parte,oprocessocriativo(Amabile,1983,1996).Motivação extrínsecadizrespeitoaoenvolvimentodoindivíduoemuma tarefacomoobjetivodealcançaralgumametaexternaàtarefa eémarcadapelarecompensaereconhecimentoexternos. Existem,entretanto,doistiposdemotivaçãoextrínseca.Um podelevaroindivíduoasesentircontrolado.Nestesentido, Hennessey e Amabile (1988) e Collins e Amabile (1999) têmchamadoaatençãoparaoefeitoprejudicialdeaspectos comorecompensa,escolharestrita,competiçãoeavaliação externa no processo criativo. Segundo esses autores, tais aspectos inluenciam negativamente no nível de interesse edesempenhodoindivíduonatarefa.Ooutrotipodemo-tivaçãoextrínsecaprovêinformaçãocontribuindoparaque oindivíduocompleteatarefacomsucesso.ParaAmabile (1996),“motivaçãointrínsecaconduzàcriatividade;moti-vaçãoextrínsecacontroladoraédeletériaàcriatividade,mas motivaçãoextrínsecainformativapodeconduziràcriativida-de,particularmenteseháaltosníveisiniciaisdemotivação intrínseca”(p.119).
OmodelodecriatividadepropostoporAmabileinclui cincoestágios(1983,1996).Oprimeiroestágioédenomi-nadoidentiicaçãodoproblemaoudatarefa.Nesseestágio, oindivíduoidentiicaumproblemaespecíicocomotendo valorparasersolucionado.Casooindivíduotenhaumnível altodemotivaçãointrínsecapelatarefa,esseinteresseserá suicienteparaengajá-lonoprocesso.Osegundoestágioen-volveapreparação,momentoemqueoindivíduoconstróiou reativaumestoquedeinformaçõesrelevantesparaasolução
doproblema.Importantenesseestágioéodesenvolvimento dehabilidadesdedomínio.Noterceiroestágio,denominado geraçãoderesposta,oníveldeoriginalidadedoprodutoou respostaédeterminado.Nesseestágio,oindivíduogeravá-riaspossibilidadesderespostas,fazendousodosprocessos criativosrelevantesedesuamotivaçãointrínseca.
No quarto estágio ocorre a comunicação e validação daresposta.SegundoAmabile(1996),umaidéianãopode permanecerapenasnamentedoindivíduoqueaproduziu, casocontrário,nenhumprodutoobservávelserágerado.É necessárioqueocriadorcomuniquesuaidéiaouprodutode algumamaneira.Aidéiaproduzidadeveseraindatestada. Nestesentido,oindivíduofazusodesuashabilidadesde domínioparaavaliaraextensãoemqueoprodutoourespos-taserácriativa,útil,corretaedevalorparaasociedadede acordocomcritériosestabelecidospelodomínio.Oquintoe últimoestágio,denominadoresultado,representaatomada dedecisãocomrelaçãoàresposta,combasenaavaliação doestágioanterior.Casoarespostaouprodutotenhasolu-cionadooproblemacomsucesso,oprocessotermina.Da mesmaforma,casoarespostageradatenhasidoconsiderada umfracassototal,oprocessotambéméinalizado.Poroutro lado,searespostaproduzidaéparcial,ouseja,representa umprogressoemdireçãoàsoluçãodoproblema,oprocesso retorna aos estágios anteriores. De qualquer forma, o co-nhecimentoadquiridonesseprocessoseráincorporadoao repertóriodehabilidadesdedomínio.Espera-setambémque experiênciaspréviascomoproblemaproduzirãorespostas mais criativas em momentos posteriores de envolvimento comatarefa.Entretanto,nocasoderesultadosparciaisoude insucesso,éessencialqueoindivíduosesintamotivadopara darcontinuidadeaotrabalhooureiniciá-lo(Amabile,1983, 1996).Éimportanteressaltaraindaqueessesestágiosnão ocorrem,necessariamente,emumaseqüêncialógica.
EmboraomodelopropostoporAmabileincluapredomi-nantementecomponentesintraindividuais,oambienteexerce inluênciacrucialsobrecadaumdelesemtodasasetapas do processo criativo (Amabile & Tighe, 1993). Segundo Amabile(1995):
Paraamaioriadosleigos,emuitospesquisadores,cria-tividadeéumaqualidadedepessoas,umaconstelaçãode traços de personalidade, características cognitivas e estilo pessoal.Senósmudarmosessaperspectivadispositivapara umaqueadmitaapossibilidadedefortesinluênciassociais nacriatividade,nósdevemosabandonaradeiniçãocentrada na pessoa. Agora, criatividade torna-se uma qualidade de idéiaseprodutosqueévalidadapelojulgamentosocial,e explicaçõesdecriatividadepodemenglobarcaracterísticas dapessoa,fatoressituacionais,eacomplexainteraçãoentre eles.(p.424)
curiosidade;(g)usarfeedback informativo;(h)daraosindi-víduosopçõesdeescolha;e(i)apresentarpessoascriativas comomodelos.
APerspectivadeSistemas–Csikszentmihalyi
Csikszentmihalyi(1988b)defendeaidéiadequeofoco dosestudosemcriatividadedevesernossistemassociaise nãoapenasnoindivíduo.Paraele,ofenômenocriatividade éconstruídopormeiodainteraçãoentreocriadoreasua audiência.ConformeexplicaCsikszentmihalyi(1996),“cria-tividadenãoocorredentrodosindivíduos,maséresultado dainteraçãoentreospensamentosdoindivíduoeocontexto sócio-cultural.Criatividadedevesercompreendidanãocomo umfenômenoindividual,mascomoumprocessosistêmi-co”(p.23).Nestesentido,maisimportantedoquedeinir criatividadeéinvestigarondeelaseencontra,ouseja,em quemedidaoambientesocial,culturalehistóricoreconhece ounãoumaproduçãocriativa.Portanto,criatividadenãoé resultantedoprodutoindividual,masdesistemassociaisque julgamesseproduto(Csikszentmihalyi,1999).
Omodelodesistemaspropõe,pois,criatividadecomoum processoqueresultadaintersecçãodetrêsfatores:indivíduo (bagagemgenéticaeexperiênciaspessoais),domínio(cul-tura)ecampo(sistemasocial).Oindivíduoéquemproduz variaçõeseintroduzmudançasnodomínioouáreadeconhe- cimento.Comrelaçãoaoindivíduo,doisaspectossãoapon-tados–característicasassociadasàcriatividadeebackground socialecultural.Dentreascaracterísticasmaissalientesde indivíduoscriativosestãoacuriosidade,entusiasmo,motiva-çãointrínseca,aberturaaexperiências,persistência,luência deidéiaselexibilidadedepensamento.Csikszentmihalyi (1999)informa,entretanto,queaspessoascriativasnãose caracterizam por uma estrutura rigidamente estabelecida, masajustamessascaracterísticasconformeaocasião.Elas possuemahabilidadedeoperaremumaamplagamadedi-mensõesdapersonalidadedeformaaatenderasdemandas da situação. Neste sentido, elas podem, em determinados momentosoufasesdeprodução,apresentarcaracterísticasde introversãoe,emoutras,deextroversão.Tambémimportante éestarinseridoemumambientequeestimuleaprodução criativa,valorizeoprocessodeaprendizagem,ofereçaopor-tunidadesdeacessoeatualizaçãodoconhecimento,propicie oacessoamentoreserecursoscomolivros,computadores etc.Expectativasparentaispositivascomrelaçãoaodesem-penhodoilhonavidaescolareproissionaleapoiofamiliar noquedizrespeitoaosinteressesapresentadospelacriança constituemtambémaspectosrelevantesdebackgroundque favorecemaexpressãocriativa.
Osegundocomponentedessemodeloéodomínio,que consistedeumconjuntoderegraseprocedimentossimbó-licos estabelecidos culturalmente, ou seja, conhecimento acumulado, estruturado, transmitido e compartilhado em umasociedadeouporváriassociedades.Domíniorefere-se aumcorpoorganizadodeconhecimentosassociadosauma área.Nestesentido,amatemática,amúsicaeaquímica,por exemplo,podemserconsideradasdomínios.Contribuições criativas promovem mudanças em domínios. É essencial, portanto, que o indivíduo tenha conhecimentos acerca do
domínioaimdeintroduzirvariaçõesnomesmo.Osindi-víduosmaisprováveisdetransformaremumdomíniosão aquelesqueconhecemafundoosseusprincípios,detectam suas inconsistências e procuram estender suas fronteiras (Feldman, Csikszentmihalyi & Gardner, 1994). Segundo Csikszentmihalyi(1996),domíniosquetêmprocedimentos claros,informaçõesintegradas,sãoacessíveiseocupamuma posiçãocentralnacultura,possibilitamaosindivíduosintro-duzireminovaçõesemseussistemasquandocomparadosa domíniospoucoestruturados.
Umarespostacriativatemmaisprobabilidadedeocorrer quandooindivíduotemamploacessoàinformaçãorelativaa umdomínio(pormeiodelivros,revistas,internet,relatórios, vídeosetc)equandoasinformaçõespertinentesaodomínio sãoconectadasentresi,sãoclaras,relevantes,aprofundadas, despertamointeressedoindivíduoeimpulsionamoseuen-gajamentonaárea.
Oterceirocomponentedomodeloéocampo,queinclui todososindivíduosqueatuamcomo“juízes”.Elestêmafun-çãodedecidirseumanovaidéiaouprodutoécriativoedeve, portanto,serincluídonodomínio(Csikszentmihalyi,1996).É ocampoqueselecionaeretémomaterialaserreconhecido, preservadoeincorporadoaodomínio.Nodomíniodasartes, porexemplo,ocampoécompostoporprofessores,curadores demuseus,críticosecolecionadores.Taisindivíduosconhe-cemodomínioetêmseusaberreconhecido.
Umaidéianovapodenãoseraceitaseocampofordefen-sivo,rígidoeimersoemumsistemasocialquenãoencoraja acriatividade.Emsuma,casoaspessoasqualiicadasdeuma áreanãotenhaminteresseeminvestirnapreservaçãodealgo novonodomínio,diicilmenteesseseráincorporado.Cabe tambémaocriadorconvencerocampodequesuaidéiaou produtotemvaloredeveserincluídanodomínio.Poroutro lado,ocampopodetambémestimularaproduçãodeidéias novas. Em certos períodos históricos, determinadas áreas forammaisvalorizadaspelocampoeatraíramindivíduos maistalentosos,favorecendoosurgimentodeidéiasorigi-nais.Portanto,paraqueumaidéianovasejaaglutinadaao domínioéessencialqueelasejasocialmenteaceita.Uma idéiasópodeserconsideradacriativaquandoforavaliada pelo grupo deexperts (campo) como tal. Uma idéia ou produto pode ser julgado como não criativo em um dado momentoecriativoposteriormente(ouvice-versa),umavez quecritériosdeinterpretaçãoejulgamentopodemmudarde temposemtempos.
“Oquantodecriatividadeexisteemumdadomomento nãoédeterminadosomenteporquantosindivíduosoriginais estãotentandomudarosdomínios,mastambémporquão receptivoàinovaçãoéocampo.Assim,nocasodealguém desejaraumentarafreqüênciadecriatividade,podesermais vantajosotrabalharaoníveldoscamposdoqueaoníveldos indivíduos”(Csikszentmihalyi,1999,p.327).Nestesentido, umambientesocialqueofereçarecursos,reconhecimentoe oportunidades, aumenta a probabilidade de ocorrência de contribuiçõescriativas.
Csikszentmihalyi(1999),aoinvésdefocalizarmosexclusi-vamentenoindivíduo,seriamaisprodutivovoltarmosnossa atençãoacomunidades,umavezquesãoessasquepossibi-litamaexpressãodacriatividade.Oprocessocriativonãoé apenasoresultadodeaçõesindividuais,maséco-criadopor domíniosecampos(Csikszentmihalyi,1988c).
Asdiferentesabordagensdecriatividadeaquiapresen-tadas enfatizam que, embora o indivíduo tenha um papel ativonoprocessocriativo,introduzindonovascombinações evariações,éessencialquesereconheçatambémainluência dosfatoressociais,culturaisehistóricosnaproduçãocriativa enaavaliaçãodotrabalhocriativo.Aimdeseobteruma visãomaisampladofenômenocriatividade,devemoslevar emconsideraçãoainteraçãoentrecaracterísticasindividuais eambientais,asrápidastransformaçõesnasociedade,que estabelecemnovosparadigmasedemandamsoluçõesmais adequadasaosdesaiosquesurgem,eoimpactodoproduto criativonasociedade.Lembramosque,paraseestimularaex-pressãocriativanaescola,notrabalhoouemoutrocontexto, énecessárioprepararoindivíduoparapensareagirdeforma criativa,bemcomoplanejarintervençõesnessescontextosa imdeestabelecercondiçõesfavoráveisaodesenvolvimento dacriatividade.
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